Algumas Obras Primas, Lances Históricos e 4 Histórias de Pelé

AS OBRAS-PRIMAS

Gol da Afirmação

19 de julho de 1958, Estádio Nya Ullevi, Gotemburgo, Suécia,
Brasil 1 x 0 País de Gales. A bola vem da direita, Didi ajeita de
cabeça para Pelé que mata a bola no peito, dá um semilençol no
adversário e toca para o canto direito do arco. Foi seu primeiro
gol em Copa do Mundo. É considerado pelo próprio Pelé o gol mais
importante da sua carreira, o gol da confiança, da afirmação
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Gol Mais Bonito

11 de Novembro de 1959, estádio do Juventus, na Rua Javari,
Santos 5 x 1 Juventus. Pelé recebe a pelota de Coutinho na entrada
da grande área. Sem deixar cair no chão, dá três chapéus em três
defensores. Dá ainda um quarto chapéu no goleiro Mão-de-Onça e, ainda
sem deixar a bola tocar o solo, mergulha de cabeça para completar
uma grande obra-prima
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Gol de Placa

5 de março de 1961, estádio do Maracanã, Santos 3 x 1 Fluminense.
Pelé pegou a bola fora da área do Santos e partiu para o gol adversário.
Passou entre Valdo e Edmilson, enganou Clóvis, saiu de Altair, fintou.
Pinheiro, driblou Jair Marinho, tocou na saída de Castilho. Pelé venceu.
sete jogadores do Fluminense e marcou o gol que lhe deu direito a placa de
bronze no hall de entrada do Maracanã. Daí nasceu a expressão “gol de placa”.
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Gol de Tabela

11 de outubro de 1962, Estádio da Luz, Lisboa, Portugal, Benfica 2 x 5
Santos. Zito toca para Pelé. O Rei chuta a bola nas pernas do zagueiro Coluna.
A bola volta e Pelé passa para Coutinho. Continho devolve para Pelé, para
Coutinho, para Pelé, para Coutinho, para Pelé que passa pelo zagueiro Cavém e
chuta na saída do goleiro. Gol da descisão em que o Santos se tornou o Campeão
Mundial Interclubes e que ilustra a famosa tabelinha com o parceiro Coutinho.
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Gol do Meio do Campo

19 de junho de 1977, Estádio Rutherford, New Jersey, Estados Unidos, Cosmos
3 x 0 Tampa Bay. Pelé percebe o goleiro adiantado e chuta do meio do campo. O
Rei marca o gol que tentara na Copa de 70, para delírio dos torcedores norte-
americanos

LANCES HISTÓRICOS

Chute do meio de campo

Pelé percebeu o Goleiro Viktor, da Tchecoslováquia,
adiantado e deu um chute de 70 metros, direto do meio do campo.
Viktor voltou desesperado mas a bola raspou a trave.

Maior Defesa

Cruzamento na área e Pelé acerta uma cabeçada
certeira. A bola toca no chão e vai entrando quando
o goleiro Banks, da Inglaterra, se estica todo e espalma
A bola sobe e sai por cima do gol. A defesa passou a ser
considerada a maior de todos os tempos

Tiro de Primeira

O goleiro uruguio Mazurkiewicz bate o tiro de meta errado
e Pelé, da intermediária, emenda de primeira para o gol. O goleiro
ainda tem tempo de se recuperar e encaixar a bola.

Drible de Corpo

A jogada mais plástica da Copa de 70. Tostão lança Pelé
e o goleiro Mazurkiewicz sai para dividir. Pelé passa pela
bola que também passa pelo uruguaio. O Rei dá a volta no
goleiro e chuta. A bola trisca a trave e vai para fora.
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FONTE: gramadoscjr.vilabol.uol.com.br

TRÊS HISTÓRIAS FORA DO CAMPO
por Celso Unzelte

O primeiro deles diz respeito, ainda, a um Pelé menino. Recém-chegado de Bauru para o Santos, com menos de 16 anos e ainda sem chances no time titular que seria bicampeão paulista em 1955/56, Pelé – até então conhecido como “Gasolina” – acabou escalado para reforçar um time de amadores e reservas, na decisão do campeonato da cidade de Santos, contra o Jabaquara.

Naquele dia, o Santos perdeu o jogo (1 a 0) e a taça, e Pelé desperdiçou um pênalti, defendido pelo goleiro Fininho. “Aquilo me arrebentou”, confessou Pelé, 43 anos mais tarde, em entrevista a esse colunista. “Fui vaiado depois do jogo e só pensava em voltar para Bauru.”

E Pelé só não voltou porque na hora em que ia fugindo dos alojamentos do clube, com mala e tudo, perto das 6 horas da manhã, foi surpreendido por Sabuzinho, um humilde funcionário do Santos, filho da cozinheira do clube, que àquela hora se preparava para ir à feira.
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Foto: GazetaPress

“Cadê a autorização para sair? Sem autorização você não sai daqui”, intimou Sabuzinho, que, assim, acabou salvando a carreira de Pelé. Anos depois, Sabuzinho morreria na frente do próprio Rei do Futebol e do goleiro santista Cláudio, ao escorregar do alto de uma pedra em que os três estavam pescando na Praia Grande, litoral paulista.

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Em uma de suas muitas viagens, Pelé chegava aos Estados Unidos para uma feira de esportes, acompanhado por seu então sócio, Hélio Viana. Na hora de passar pela alfândega, ele viu Hélio, que ia mais à frente, ser barrado e, depois, imediatamente liberado.

A mesma sorte não deu o Rei do Futebol. Como o funcionário não o reconheceu, Pelé teve de gastar mais tempo, explicando quem era e o que iria fazer naquele país.

Finalmente liberado, Pelé perguntou a Hélio Viana:

– Pô, o que você disse para o cara te liberar tão rapidamente?

– Eu? – respondeu o acompanhante. – Ah, foi só eu dizer que estava acompanhando o Pelé, e aí ele me liberou na hora…

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Pelé deixava sua residência em Santos quando o portão automático emperrou e o motorista teve de sair do carro para resolver a situação. Tempo suficiente para aparecer uma fã, desesperada, batendo no vidro da Mercedes-Benz.

– Por favor, o senhor poderia me dar um autógrafo? Seria muito importante para mim!

Fiel à sua política de jamais negar atenção aos fãs, Pelé autografou ali mesmo a roupa da moça, que, agradecida, não parou de repetir enquanto se afastava:

– Puxa, obrigada! Muito obrigada, mesmo! Obrigada, seu MÍLTON NASCIMENTO…
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Eduardo Scabbia, que comemora ser da “geração Pelé”, viu seu primeiro jogo de futebol em 1960. “Foi um Santos e Palmeiras na TV Record (com Raul Tabajara , Flavio Iazetti e Paulo Planet Buarque). A transmissão era em branco e preto, claro”, lembra. Desde então, se tornou santista graças àqueles “Anjos Negros vestidos de branco (nada de patrocínio, marca de material esportivo ou nome de jogador na camisa, só o escudo sagrado e o número às costas). A bola rolava de pé em pé com toques finos e precisos. O adversário parecia indefeso e incapaz de fazer algo parecido. Fiquei maravilhado. Era como um balé mágico interpretado pelos “Anjos Negros” vestidos de branco”, diz o santista, maravilhado.

Uma das histórias contados por Eduardo é de um gol em uma partida Santos x São Paulo a que assistiu no Morumbi. Ele mesmo conta: “o Pelé mata a bola na entrada da grande área, pela meia esquerda. A bola fica parada ao seus pés e o Jurandir, beque do São Paulo, bi-campeão mundial pelo Brasil em 62, se posiciona à sua frente pronto para o bote. Pobre Jurandir… Se soubesse o que estava para lhe acontecer, teria pedido para não jogar aquele jogo. Sem a bola, o Pelé dá dois passos rápidos para a direita e o Jura vai junto. O Pelé volta para a bola e lá vem o Jura com ele. Aí, o Pelé dá um passo sem a bola para a esquerda e dá-lhe Jurandir para a esquerda. O Pelé volta para a bola e, desta vez, o Jurandir volta também, mas já meio desequilibrado. Pela terceira vez, o Pelé repete o movimento sem bola, de novo para a direita e, quando o Pelé retorna para a bola, que nunca foi tocada esse tempo todo, o pobre Jurandir se esborracha no chão à frente de Sua Majestade. O Pelé então rola a bola fora do alcance do desnorteado Jurandir, que está contorcido no gramado e de direita manda um foguete no canto. É gol. Resultado: Santos 3 x 0 .

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