Arquivo do Autor: Vicente Henrique Baroffaldi

FERRO-ADA completa

Por razões profissionais, o mineiro Antônio Tavares Pereira Lima foi residir em São José do Rio Preto (SP), na década de 1940. Lá fundou, em 1946, o América Futebol Clube.

Antônio Tavares Pereira Lima

Também por motivos profissionais, Pereira Lima, engenheiro de formação, mudou-se para Araraquara, prestando serviços à Estrada de Ferro Araraquara (EFA).

Com seu dinamismo, insuflou os ferroviários locais para terem o seu clube de futebol, fundando, então, a Associação Ferroviária de Esportes (AFE), em 1950.

Por razões políticas, Pereira Lima afastou-se da Ferroviária muito pouco tempo depois, e não poderia deixar as coisas assim, sem promover outra novidade.

Então, convenceu os dirigentes de dois clubes tradicionalíssimos da cidade – São Paulo e Paulista – a se unirem para a formação de um clube que reunisse maior potencial para tentar o sucesso no profissionalismo.

Fundou, com eles, na fusão de São Paulo e Paulista, a Associação Desportiva Araraquara (ADA).

Aí, a cor azul, que ele sugerira sem êxito para a Ferroviária, na Assembleia de fundação do clube da Estrada, no caso da ADA foi vitoriosa. Isso aconteceu em 1952.

A partir daí, criou-se na cidade de Araraquara a maior rivalidade esportiva de todos os tempos: Ferroviária de um lado, ADA de outro, ambas tentando chegar à Primeira Divisão do Campeonato Paulista.

Dividiu-se a cidade ao meio e os ânimos, no cenário esportivo, se acirraram.

Quando os times grená e azul se enfrentavam os estádios ficavam repletos de torcedores apaixonados.

Até hoje há resquícios dessa rivalidade nos meios citadinos.

Com a ascensão da Ferroviária, que contava com o respaldo financeiro da Estrada de Ferro, a ADA foi perdendo sua vitalidade e disposição para a luta, até que resolveu encerrar suas aspirações no profissionalismo para se devotar, durante algum tempo, ao amadorismo.

O próprio Pereira Lima voltaria à Ferroviária, dirigindo-a novamente, sempre com muita empolgação, uma sua característica inalienável.

Nem foram muitos os confrontos entre ADA e Ferroviária, mas suficientes para fazer vibrar a massa torcedora araraquarense.

O jogo ADA x AFE tornou-se conhecido como FERRO-ADA. A FERRO-ADA completa compreende 11 encontros.

Em 11 oportunidades deu-se a FERRO-ADA, apontando sete vitórias grenás, duas da ADA e dois empates; 31 gols afeanos contra 20 da ADA; sete partidas pelo Campeonato Paulista da Segunda Divisão e quatro amistosos.

 

Todos os jogos entre ADA e AFE

FERRO-ADA completa

1 – ADA 3 x 4 Ferroviária

10 de agosto de 1952, domingo; Estádio Municipal de Araraquara; Amistoso; Árbitro: Licínio Perseguitti (FPF); Gols ADA: Américo, Lula e Elvo; Gols AFE: Russo (2), Dirceu e Osvaldo. ADA: Alfredo; Montinho e Haroldo; Dirceu, Azambuja (Benjamin) e Izan; Lula, Zeferino (Gaeta), Elvo, Américo e Oliveira. AFE: Sandro; Sarvas e Avelino; Pierre, Gaspar e Porunga; Omar, Luiz Rosa (Dirceu), Russo, Zé Amaro e Dirceu (Osvaldo). Técnico: Zezinho

2 – Ferroviária 0 x 1 ADA

17 de agosto de 1952, domingo; Estádio da Fonte Luminosa, em Araraquara; Amistoso; Árbitro: Abílio Frignani; Gol: Elvo. AFE: Sandro; Sarvas e Avelino; Pierre, Gaspar e Porunga; Omar, Luiz Rosa, Russo, Zé Amaro e Dirceu. Técnico: Zezinho. ADA: Alfredo; Montinho e Haroldo; Dirceu, Lanzudo (Azambuja) e Benjamin (Izan); Lula, Gaeta, Elvo, Américo e Oliveira. Técnico: José de Andrade. Obs.: A ADA vencia por 1 a 0 quando aconteceu um sério desentendimento entre Elvo e o goleiro Sandro. O árbitro tentou expulsar somente o jogador Elvo, no que não concordaram Montinho e os demais jogadores da ADA, que ficaram sentados no gramado até o término da partida. Dias depois, Elvo, da ADA, foi suspenso pela FPF por 120 dias.

3 – ADA 2 x 2 Ferroviária

26 de outubro de 1952, domingo; Estádio Municipal de Araraquara; Campeonato Paulista da Segunda Divisão; Árbitro: João Etzel (FPF); Gols ADA: Aroldo (2); Gols AFE: Osvaldo (2). ADA: Alfredo; Montinho e Izan; Dirceu, Lanzudo e Benjamin; Lula, Edson, Aroldo, Zeferino e Oliveira. AFE: Julião; Sarvas e Avelino; Pierre, Gaspar e Porunga; Omar, Luiz Rosa, Russo, Zé Amaro e Osvaldo. Técnico: Zezinho

4 – Ferroviária 3 x 2 ADA

25 de janeiro de 1953, domingo; Estádio da Fonte Luminosa, em Araraquara; Campeonato Paulista da Segunda Divisão; Árbitro: Antônio Musitano (FPF); Gols AFE: Omar (2) e Vaguinho; Gols ADA: Lula (pênalti) e Jarbas. AFE: Sandro; Sarvas e Espanador; Tiana, Gaspar e Pierre; Omar, Luiz Rosa, Vaguinho, Zé Amaro e Dirceu. Técnico: Abel Picabéa. ADA: Alfredo; Lanzudo e Izan; Gaeta, Antoninho e Benjamin; Lula, Jarbas, Elvo, 109 e Edson

5 – Ferroviária 3 x 2 ADA

27 de dezembro de 1953, domingo; Estádio da Fonte Luminosa, em Araraquara; Campeonato Paulista da Segunda Divisão; Árbitro: Francisco Ceschini (FPF); Gols AFE: Boquita (2) e Tec (pênalti); Gols Ada: Cabelo (2); Expulsões: Vaguinho e Itamar. AFE: Fia; Pierre e Pixo; Dirceu, Gaspar e Henrique; Tec, Augusto, Vaguinho, Zé Amaro e Boquita. Técnico: Caetano de Domênico. ADA: Sandro; Saltore e Avelino; Braga, Itamar e Montinho; Afonso, Jarbas, Cabelo, Waldemar e Oliveira. Obs.: Pela sua atuação, o árbitro foi suspenso por 90 dias pela FPF.

6 – ADA 1 x 1 Ferroviária

14 de fevereiro de 1954, domingo; Estádio Municipal de Araraquara; Campeonato Paulista da Segunda Divisão; Árbitro: Manoel Augusto de Souza (FPF); Gol ADA: Oliveira, 39’ do 2º tempo; Gol AFE: Vaguinho, 42’ do 2º tempo.  ADA: Sandro; Saltore e Avelino; Joãozinho, Braga e Monte; Afonso, Cabelo, Elvo, Waldemar e Oliveira. AFE: Fia; Pierre e Tato; Diógenes, Gaspar e Henrique; Augusto, Tec, Vaguinho, Zé Amaro e Boquita. Técnico: Armando Renganeschi

7 – Ferroviária 5 x 0 ADA

13 de novembro de 1955, domingo; Estádio da Fonte Luminosa, em Araraquara; Campeonato Paulista da Segunda Divisão; Árbitro: Benedito Francisco (FPF); Renda: Cr$ 27.140,00; Gols: Paulinho (2), Bazzani, Gomes e Boquita. AFE: Fia; Elcias e Ferraciolli; Dirceu, Pixo e Itamar; Paulinho, Cardoso, Gomes, Bazzani e Boquita. Técnico: Clóvis Van Dick (Capilé). ADA: Mingão; Pimentel e Monte; Joãozinho, Nelson e Tim; Didié, Velasques, tomate, Cabelo e Tom Mix. Obs.: Um dos gols de Paulinho foi assinalado de pênalti. A ADA perdeu um pênalti.

8 – ADA 4 x 2 Ferroviária

18 de dezembro de 1955, domingo; Estádio Municipal de Araraquara; Campeonato Paulista da Segunda Divisão; Árbitro: João Rela Filho (FPF); Gols ADA: Maravilha, Monte (2), ambos de pênalti, e Cabelo; Gols AFE: Boquita e Cardoso. ADA: Mingão; Cinzeiro e Monte; Joãozinho, Nelson e Alípio; Paulinho, Cabelo, Maravilha, Mário e Tom Mix. AFE: Fia; Elcias e Ferraciolli; Dirceu, Pixo e Itamar; Paulinho, Cardoso, Bazzani, Marinho e Boquita. Técnico: Clóvis Van Dick (Capilé)


9 – ADA 2 x 4 Ferroviária

15 de janeiro de 1956, domingo; Estádio Municipal de Araraquara; Campeonato Paulista da Segunda Divisão; Árbitro: Catão Montez Júnior (FPF); Renda: Cr$ 60.000,00; Gols ADA: Tom Mix e Maravilha; Gols AFE: Pixo, Gomes (pênalti), Cardoso e Dirceu. ADA: Mingão; Cinzeiro e Monte; Joãozinho, Nelson e Alípio; tomate, Cabelo, Maravilha, Waldemar e Tom Mix. AFE: Fia; Elcias e Ferraciolli; Dirceu, Pixo e Itamar; Paulinho, Cardoso, Gomes, Marinho e Boquita. Técnico: Clóvis Van Dick (Capilé)

10 – Ferroviária 4 x 1 ADA

11 de março de 1956, domingo; Estádio da Fonte Luminosa, em Araraquara; Campeonato Paulista da Segunda Divisão; Árbitro: Benedito Francisco (FPF); Renda: Cr$ 11.320,00. Gols AFE: Boquita (2), Cardoso e Bazzani; Gol ADA: Maravilha. AFE: Fia; Elcias e Ferraciolli; Dirceu, Izan e Itamar; Paulinho, Cardoso, Gomes, Bazzani e Boquita. Técnico: Clóvis Van Dick (Capilé). ADA: Mingão; Monte e Cinzeiro; Joãozinho, Nelson e Alípio; Paulo, Didié, Maravilha, Waldemar e Tom Mix. Obs.: Aos 4’ do 2º tempo, o goleiro Fia defendeu um pênalti cobrado por Monte.


11 – ADA 2 x 3 Ferroviária

29 de abril de 1956, domingo; Estádio Municipal de Araraquara; Amistoso em comemoração à conquista de campeã da Segunda Divisão, com a entrega de faixas aos jogadores da Ferroviária. Foi a última FERRO-ADA. Árbitro: Casemiro Gomes (FPF); Renda: Cr$ 27.000,00; Gols AFE: Gomes (2) e Paulinho; Gols ADA: Izan (contra) e Tom Mix. AFE: Fia; Izan (Elcias) e Ferraciolli; Dirceu, Pixo e Itamar; Jaime (Paulinho), Cardoso, Gomes, Bazzani e Jarbas (Marinho. Técnico: Clóvis Van Dick (Capilé). ADA: Mingão (Jairo); Monte e Cinzeiro; Catô (Joãozinho), Braga e Tim (Alípio); Paulo, Didié, Cabelo (Pimentel), Waldemar (Velasquez) e Tom Mix.

Fontes:

Arquivo do Prof. Antônio Jorge Moreira (Museu do Futebol e Esportes de Araraquara – Arena Fonte Luminosa)
Araraquara Futebol e Política, Luís Marcelo Inaco Cirino – Pontes, 2008
Texto: Vicente Henrique Baroffaldi
Edição: Paulo Luís Micali

O primeiro acesso do CAT, em 1982

Campanha do Clube Atlético Taquaritinga (CAT) no Campeonato Paulista da Segunda Divisão, em 1982

São informados: data, jogo e artilheiros do CAT

Série Vermelha

Primeiro turno

07.03.82 – Batatais 2 x 2 CAT – Gelson e Marcelo

14.03.82 – CAT 1 x 2 Jaboticabal – Braguinha

17.03.82 – Catanduvense 1 x 1 CAT – Braguinha

28.03.82 – Internacional de Bebedouro 0 x 1 CAT – Braguinha

04.04.82 – CAT 3 x 0 Novorizontino – João Marcos, Wagner e Cássio

11.04.82 – CAT 1 x 0 Radium de Mococa – Braguinha

18.04.82 – Orlândia 1 x 1 CAT – Gelson

21.04.82 – CAT 1 x 0 Lemense – Braguinha

25.04.82 – Sãocarlense 2 x 0 CAT

02.05.82 – CAT 1 x 1 Palmeiras (São João da Boa Vista) – Cássio

09.05.82 – Sertãozinho 0 x 2 CAT – Braguinha e Wagner

16.05.82 – CAT 4 x 0 Barretos – Cássio, Nascimento, Roberlei e Nelson

Finais do Primeiro turno

26.05.82 – Jaboticabal 1 x 0 CAT

30.05.82 – CAT 2 x 1 Sãocarlense – Roberlei e Nascimento

02.06.82 – CAT 1 x 2 Internacional de Bebedouro – Roberlei

06.06.82 – Sãocarlense 0 x 2 CAT – Cássio e Toninho

09.06.82 – CAT 3 x 0 Jaboticabal – Braguinha, Wagner e Cássio

12.06.82 – Internacional de Bebedouro 1 x 0 CAT

Segundo turno

03.07.82 – CAT 1 x 1 Batatais – (?)

10.07.82 – Jaboticabal 2 x 1 CAT – Marcelo

14.07.82 – CAT 2 x 0 Catanduvense – Roberlei e Nascimento

23.07.82 – CAT 3 x 2 Internacional de Bebedouro – Wagner, Braguinha e Nascimento

01.08.82 – Novorizontino 1 x 2 CAT – Roberlei e Nascimento

07.08.82 – Radium de Mococa 1 x 1 CAT – Braguinha

15.08.82 – CAT 2 x 1 Orlândia – Wagner e Nascimento

22.08.82 – Lemense 2 x 1 CAT – Roberlei

25.08.82 – CAT 1 x 0 Sãocarlense – Cássio

29.08.82 – Palmeiras (São João da Boa Vista) 2 x 1 CAT – Marcelo

05.09.82 – CAT 0 x 2 Sertãozinho

12.09.82 – Barretos 0 x 0 CAT

Finais do Segundo turno

19.09.82 – CAT 1 x 0 Internacional de Bebedouro – Nascimento

22.09.82 – Sãocarlense 1 x 1 CAT – Roberlei

26.09.82 – Catanduvense 0 x 0 CAT

03.10.82 – CAT 1 x 0 Catanduvense – Cidão

06.10.82 – CAT 2 x 1 Sãocarlense – Roberlei e João Carlos

10.10.82 – Internacional de Bebedouro 0 x 2 CAT – Cássio e Toninho

(Grande festa na chegada dos atletas cateanos, com passeata grandiosa em Taquaritinga.)

Final (decisão do Segundo turno)

11.11.82 – CAT 1 x 0 Sertãozinho – André

14.11.82 – Sertãozinho 2 x 1 CAT – Cássio

16.11.82 – CAT 0 x 0 Sertãozinho (em Araraquara)

Na prorrogação: CAT, 3 x 1 – João Carlos, Toninho e Cássio

Decisão da Série Vermelha

Jogos no Estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto

18.11.82 – Internacional de Bebedouro 1 x 1 CAT – Nascimento

20.11.82 – CAT 2 x 2 Internacional de Bebedouro – Carlos Alberto e Toninho

24.11.82 – CAT 2 x 2 Internacional de Bebedouro – Nascimento e Cássio

Prorrogação: CAT, 2 x 0 – João Carlos e Roberlei

Quadrangular Final da Segunda Divisão/1982, em São Paulo (no Palestra Itália)

27.11.82 – CAT 1 x 1 Bragantino – Toninho

CAT: João Luís; João Carlos, Coutinho, Carlos Alberto e Toninho; Celsinho (Braguinha), Roberlei e Wagner; Cássio, Gelson e Nascimento

30.11.82 – Araçatuba 1 x 1 CAT – Roberlei

CAT: Nilton; João Carlos, André, Coutinho e Toninho; Carlos Alberto (Celsinho), Roberlei e Wagner; Cássio, Gelson e Nascimento

02.12.82 – Mogi Mirim 2 x 2 CAT – Nascimento e Roberlei

CAT: João Luís; João Carlos, André, Carlos Alberto e Toninho; Gelson, Roberlei e Celsinho (Marcelo); Cássio, Nascimento (Braguinha) e Wagner

04.12.82 – Bragantino 1 x 1 CAT – João Carlos

CAT: Nilton; João Carlos, André, Cidão e Toninho; Carlos Alberto, Roberlei e Wagner; Braguinha (Marcelo), Gelson (Nascimento) e Cássio

07.12.82 – CAT 2 x 0 Araçatuba – Cássio e Wagner

CAT: João Luís; João Carlos, André, Cidão e Nelson; Carlos Alberto (Celsinho), Roberlei e Marcelo; Cássio, Nascimento (Braguinha) e Wagner

09.12.82 – CAT 2 x 0 Mogi Mirim – Nascimento e Wagner

CAT: João Luís; João Carlos, André, Cidão e Nelson; Carlos Alberto (Celsinho), Roberlei (Braguinha) e Marcelo; Cássio, Nascimento e Wagner

O Clube Atlético Taquaritinga, ou “Leão da Araraquarense” venceu o Mogi Mirim e esperou o angustiante empate entre o Araçatuba e o Bragantino, sem abertura de contagem, para festejar o título de Campeão da Segunda Divisão paulista de 1982, ganhando assim o direito de integrar a Divisão maior do Estado em 1983.

Jogadores Campeões da Segunda Divisão paulista de 1982 pelo Clube Atlético Taquaritinga

Fonte:

Revista do CAT, edição comemorativa dos 50 anos do clube, em 1992 – CAT – Sempre no Coração dos Taquaritinguenses – Setembro de 1992 – Hamilton Roberto Aiéllo

Edição: Paulo Luís Micali

Escudo: XV de Novembro FC de Araraquara

Escudo: XV de Novembro FC de Araraquara

O XV de Novembro Futebol Clube foi fundado no dia 7 de setembro de 1968, no bairro do Carmo, em Araraquara, congregando inicialmente quinze esportistas/atletas da Rua 15 e da Av. 15. Era tudo 15. Desenvolveu seu futebol na várzea, primeiramente na cidade e depois em usinas, fazendas e localidades próximas à “Morada do Sol”.

XV de Novembro FC de Araraquara

Seguiu com suas atividades durante cinco anos, até o início de 1973. Tinha o seu uniforme nas cores azul e branco. Realizou 86 partidas, vencendo 41, perdendo 27 e empatando 18. Assinalou 211 gols, sofrendo 195. Marcos, com 20 gols, foi o artilheiro maior. Geraldo, com 59 jogos, foi quem mais atuou.
O XV de Novembro F.C., de Araraquara, acabou virando livro. Sua história foi narrada em “XV – O Alviceleste do Carmo”, trabalho assinado pelo responsável por esta postagem.

XV de Novembro FC de Araraquara

Edição: Paulo Luís Micali

As maiores goleadas dos clássicos

 

Em matéria de goleadas, quem leva a melhor nos clássicos, no eixo Rio-São Paulo? Quem, em todos os tempos, estabeleceu o maior placar contra os seus oponentes mais tradicionais? Considerando a maior diferença de gols (por exemplo: 5 a 0 é maior que 7 a 3), eis como se apresentam os clubes grandes do Rio de Janeiro e de São Paulo, nos clássicos:

A maior de todas as goleadas:

Dia 11.07.1920 – Corinthians 11 x 0 Santos (Campeonato Paulista)

Seguindo, em ordem decrescente de diferença de gols:

Dia 18.06.1944 – São Paulo 9 x 1 Santos (Campeonato Paulista)

Dia 05.11.1933 – Palmeiras 8 x 0 Corinthians (Campeonato Paulista e Torneio Rio-São Paulo)

Dia 13.05.1906 – Fluminense 8 x 0 Botafogo (Campeonato Carioca)

Dia 11.12.1932 – Palmeiras 8 x 0 Santos (Campeonato Paulista)

Dia 29.05.1927 – Botafogo 9 x 2 Flamengo (Campeonato Carioca)

Dia 03.08.1935 – Botafogo 9 x 2 Santos (Amistoso)

Dia 10.07.1940 – Botafogo 8 x 1 São Paulo (Torneio Rio-São Paulo)

Dia 26.04.1931 – Vasco 7 x 0 Flamengo (Campeonato Carioca)

Dia 29.04.2001 – Vasco 7 x 0 Botafogo (Campeonato Carioca)

Dia 10.06.1945 – Flamengo 7 x 0 Fluminense (Torneio Municipal)

Dia 17.04.1946 – São Paulo 7 x 1 Flamengo (Amistoso)

Dia 06.05.1931 – Botafogo 7 x 1 Corinthians (Amistoso)

Dia 11.03.1961 – Santos 7 x 1 Flamengo (Torneio Rio-São Paulo)

Dia 25.02.1951 – Palmeiras 7 x 1 Flamengo (Torneio Rio-São Paulo)

Dia 25.11.2001 – Vasco 7 x 1 São Paulo (Campeonato Brasileiro)

Dia 15.09.2002 – São Paulo 6 x 0 Fluminense (Campeonato Brasileiro)

Dia 09.11.1930 – Vasco 6 x 0 Fluminense (Campeonato Carioca)

Dia 06.11.1999 – Palmeiras 6 x 0 Botafogo (Campeonato Brasileiro)

Dia 03.05.1953 – Corinthians 6 x 0 Flamengo (Torneio Rio-São Paulo)

Dia 09.06.1918 – Fluminense 6 x 1 Santos (Amistoso)

Dia 10.11.1956 – São Paulo 5 x 0 Palmeiras (Campeonato Paulista)

Dia 12.03.1967 – Palmeiras 5 x 0 Vasco (Torneio Roberto Gomes Pedrosa)

Dia 10.03.1996 – Corinthians 5 x 0 São Paulo (Campeonato Paulista)

Dia 26.06.2011 – Corinthians 5 x 0 São Paulo (Campeonato Brasileiro)

Dia 15.04.1959 – Fluminense 5 x 1 Corinthians (Torneio Rio-São Paulo)

 

E em três clássicos acontece empate nos escores mais dilatados:

30.01.2000 – Palmeiras 6 x 2 Fluminense (Torneio Rio-São Paulo)

07.11.2001 – Fluminense 6 x 2 Palmeiras (Campeonato Brasileiro)

14.04.1928 – Vasco 5 x 0 Corinthians (Amistoso)

16.12.1934 – Vasco 5 x 0 Corinthians (Amistoso)

31.05.1995 – Corinthians 5 x 0 Vasco (Copa do Brasil)

02.03.1961 – Santos 5 x 1 Vasco (Torneio Rio-São Paulo)

01.12.1965 – Santos 5 x 1 Vasco (Taça Brasil)

17.10.1970 – Vasco 5 x 1 Santos (Torneio Roberto Gomes Pedrosa)

 

Vantagens em maiores goleadas nos clássicos do eixo Rio-São Paulo

1º) Palmeiras, 5

O alviverde leva a melhor sobre Corinthians, Santos, Flamengo, Botafogo e Vasco.

2º) Vasco, Botafogo e São Paulo, 4

O Vasco estabelece a maior diferença de gols contra Flamengo, Fluminense, Botafogo e São Paulo.

O Botafogo, contra Flamengo, Santos, São Paulo e Corinthians.

O São Paulo, contra Palmeiras, Santos, Flamengo e Fluminense

5º) Fluminense e Corinthians, 3

O Fluminense supera Botafogo, Santos e Corinthians.

O Corinthians leva a melhor sobre Santos, Flamengo e São Paulo.

7º) Santos e Flamengo, 1

O Santos teve a maior goleada no confronto com o Flamengo.

O Flamengo, no duelo com o Fluminense.

Fontes:

Arquivo pessoal
Texto: Vicente Henrique Baroffaldi
Edição: Paulo Luís Micali

Melhores do Interior no Paulistão (1951 a 2010)

A presença de clubes do interior do estado, no Campeonato Paulista, se solidificou na década de 1950. A partir de então, o futebol interiorano foi ganhando corpo e as agremiações começaram a pregar peças nos grandes.

Este levantamento mostra, em décadas, os destaques do futebol do interior paulista, ao longo de 60 anos.

Interessante notar que os clubes de Campinas – Guarani e Ponte Preta – pontificam, destacando-se entre os demais e estabelecendo um número elevado de vezes em que se tornaram os melhores do interior no Paulistão.

Contudo, ironicamente, bugrinos e pontepretanos jamais levantaram um título paulista, proeza conseguida por quatro clubes interioranos: Internacional (de Limeira), Bragantino (de Bragança Paulista), Ituano (de Itu) e São Caetano (de São Caetano do Sul), em 1986, 1990, 2002 e 2004, respectivamente.

Década de 1950

O melhor time do interior de São Paulo, na década de 1950, foi o Guarani de Campinas, que se destacou nos anos de 1951, 53 e 55. O alvi-verde do Brinco de Ouro foi seguido de perto pelos dois XV de Novembro, o de Piracicaba e o de Jaú. O primeiro, sendo o “primeirão” do interior em 1952 e 1958; o segundo, liderando os interioranos em 1954 (ao lado da Ponte) e em 1956.

Guarani - 1955

Eis os melhores da década de 1950:
1951 – Guarani; 1952 – XV de Piracicaba; 1953 – Guarani; 1954 – XV de Jaú e Ponte Preta; 1955 – Guarani; 1956 – XV de Jaú; 1957 – Botafogo; 1958 – XV de Piracicaba; 1959 – Ferroviária; 1960 – Noroeste

Década de 1960

Em metade dos anos 60 a Ferroviária de Araraquara foi a melhor do interior: 1961, 62 (juntamente com o Botafogo de Ribeirão Preto), 67, 68 e 69. O São Bento de Sorocaba vem em seguida, mas bem aquém, com duas lideranças: 1963 e 65. A Ferroviária, porém, transcendeu, alçou-se à condição de melhor equipe do “interland” com sobras.

Ferroviária 1968

Os melhores dessa década:
1961 – Ferroviária; 1962 – Botafogo e Ferroviária; 1963 – São Bento de Sorocaba; 1964 – América e Guarani; 1965 – São Bento de Sorocaba; 1966 – Comercial de Ribeirão Preto; 1967 – Ferroviária; 1968 – Ferroviária; 1969 – Ferroviária; 1970 – Ponte Preta

Década de 1970

Ponte Preta e Guarani foram os melhores do interior nos anos 70, quase que de modo absoluto. Quatro vezes a Ponte e quatro vezes o Guarani  alcançaram o primeiro lugar do interior, em performances realmente notáveis.

Os melhores:
1971 – Ponte Preta; 1972 – Guarani; 1973 – Guarani; 1974 – Guarani; 1975 – América de São José do Rio Preto; 1976 – XV de Piracicaba; 1977 – Ponte Preta; 1978 – Guarani; 1979 – Ponte Preta; 1980 – Ponte Preta

Década de 1980

A ‘macaca” sobrou, exorbitou, esnobou no início dos anos 80. Quatro vezes melhor do interior, consecutivamente: de 1981 a 84. Internacional de Limeira e Guarani conseguiram o feito duas vezes cada.

Internacional campeã de 1986 / Bragantino campeão de 1990

Listagem dos melhores:
1981 – Ponte Preta; 1982 – Ponte Preta; 1983 – Ponte Preta; 1984 – Ponte Preta; 1985 – Guarani; 1986 – Internacional de Limeira (campeã paulista); 1987 – Internacional de Limeira; 1988 – Guarani; 1989 – São José (São José dos Campos); 1990 – Bragantino (Bragança Paulista), que se sagrou campeão paulista

Década de 1990

Disparadamente, o Guarani foi o “senhor” do futebol do interior bandeirante nos anos 90. Cinco vezes líder, o bugre extrapolou.

1994 – América (de São José do Rio Preto)

Os melhores:
1991 – Guarani; 1992 – Guarani; 1993 – Guarani; 1994 – América (de são José do Rio Preto); 1995 – Guarani; 1996 – Mogi Mirim; 1997 – União São João de Araras; 1998 – Guarani; 1999 – União Barbarense (de Santa Bárbara do Oeste); 2000 – Ponte Preta

Década de 2000

A primeira década do século 21 começou e terminou com o Botafogo de Ribeirão Preto liderando os interioranos: em 2001 e em 2010. Mas houve um equilíbrio extraordinário. Em dez anos, nove clubes na liderança do interior:

2004 – São Caetano (campeão paulista) / 2002 – Ituano (campeão paulista)

2001 – Botafogo; 2002 – Ituano (que se sagrou campeão paulista); 2003 – Portuguesa santista; 2004 – São Caetano (campeão paulista); 2005 – Santo André; 2006 – Noroeste; 2007 – Guaratinguetá; 2008 – Barueri; 2009 – Ponte Preta; 2010 – Botafogo

Resumindo, o melhor de cada década no Paulistão, entre os clubes do interior:

Década de 1950 – Guarani (Campinas)

Década de 1960 – Ferroviária (Araraquara)

Década de 1970 – Ponte Preta e Guarani (Campinas)

Década de 1980 – Ponte Preta (Campinas)

Década de 1990 – Guarani (Campinas)

Década de 2000 – Botafogo (Ribeirão Preto)

Clubes mais vezes “melhor do interior”, de 1951 a 2010:

1º) Guarani, 15

2º) Ponte Preta, 12

3º) Ferroviária, 6

4º) Botafogo, 4

5º) América e XV de Piracicaba, 3

 

Fontes:
RSSSF
O Caminho da Bola, de Rubens Ribeiro
Arquivo pessoal
Texto: Vicente Henrique Baroffaldi
Edição: Paulo Luís Micali
Fotos: Internet  (divulgação)

Carlos Alberto: Um dos maiores goleiros da história da Ferroviária

Carlos Alberto Alimari

Contratado junto ao Apucarana, do Paraná, em 1967, Carlos Alberto Alimari participou das campanhas que culminaram com a conquista do Tricampeonato do Interior pela Ferroviária em 1969.

Carlos Alberto - primeiro em pé (esquerda)

Também fez parte da delegação afeana que excursionou pela América Central e Caribe no ano de 1968. Goleiro de porte físico avantajado, Carlos Alberto tinha como principal característica a imponência e a boa colocação diante dos atacantes adversários. No chamado “Paulistinha” de 1971, torneio classificatório para o Campeonato Paulista de 1972, a equipe grená conquistaria a Taça dos Invictos, instituída em 1939, pelo jornalista Thomaz Mazzoni de “A Gazeta Esportiva”. Um dia após a vitória por 3 a 1 sobre o Botafogo, na vizinha Ribeirão Preto, partida correspondente ao terceiro jogo de uma série de 14 jogos sem derrotas, alguns jogadores, entre eles, Carlos Alberto, foram participar de uma pescaria às margens do rio Mogi-Guaçu, para comemorar a conquista do primeiro turno do torneio. Carlos Alberto era o goleiro menos vazado do campeonato, até então. O que realmente aconteceu naquele dia, permanece um mistério até os dias de hoje. O que se sabe é que Carlos Alberto caiu no rio. Seu corpo foi encontrado dois dias depois, às 23 horas do dia 13 de outubro de 1971, pelo Corpo de Bombeiros, preso a alguns galhos, no fundo do rio. O fato comoveu a cidade. Jogador querido e respeitado, seu velório foi realizado na antiga sede da AFE, na avenida Duque de Caxias, e atraiu milhares de torcedores e admiradores. O sepultamento ocorreu na cidade de São Paulo. O goleiro, que por tantas vezes honrou a camisa grená, deixou a vida prematuramente, para entrar para a história como um dos jogadores mais vitoriosos de toda a trajetória da Ferroviária.

Em Araraquara, Carlos Alberto Alimari virou nome de rua, numa justa homenagem ao correto e competente profissional, falecido tragicamente, no auge da carreira.

Texto de Gustavo Ferreira Luiz, Monitor do Museu do Futebol e Esportes de Araraquara (Arena Fonte Luminosa)
Transcrito da revista e a – esporte araraquara, nº 28, de fevereiro de 2012 (página 18)
Edição: Paulo Luís Micali
Fotos: Sim News, internet e Revista e a – esporte araraquara

Palmeiras, campeão dos clássicos no eixo Rio-São Paulo

Nos confrontos entre os quatro clubes grandes do Rio de Janeiro e os quatro de São Paulo, dá Verdão, que supera Corinthians, Santos, Vasco, Flamengo, Fluminense e Botafogo, perdendo apenas para o São Paulo, que por sua vez aparece em segundo lugar, com cinco vantagens contra duas desvantagens. O saldo de vitórias do Palmeiras é de 95, enquanto que o Corinthians, segundo colocado nesse quesito, soma 43. No embate entre cariocas e paulistas, o alviverde estabelece a maior vantagem sobre um clube do Rio, com 25 vitórias a mais que o Vasco. O clube de Parque Antarctica é, incontestavelmente, o campeão dos clássicos.

Partindo-se hipoteticamente de uma tabela de confrontos dos clubes maiores do eixo Rio-São Paulo, chega-se a estes números, com o placar sendo formado pelo total de vitórias obtidas por cada clube, no confronto direto:

Vasco da Gama 35 x 42 Corinthians

Botafogo 31 x 39 Palmeiras

Santos 32 x 33 Fluminense

São Paulo 44 x 36 Flamengo

Flamengo 38 x 41 Santos

Fluminense 38 x 47 São Paulo

Palmeiras 54 x 29 Vasco da Gama

Corinthians 35 x 41 Botafogo

Botafogo 110 x 119 Fluminense

Vasco da Gama 124 x 137 Flamengo

São Paulo 100 x 93 Palmeiras

Santos 97 x 122 Corinthians

Flamengo 122 x 105 Botafogo

Fluminense 111 x 131 Vasco da Gama

Palmeiras 129 x 92 Santos

Corinthians 113 x 89 São Paulo

Vasco da Gama 33 x 32 Santos

Botafogo 36 x 37 São Paulo

Corinthians 33 x 33 Fluminense

Palmeiras 41 x 36 Flamengo

Botafogo 84 x 141 Vasco da Gama

Flamengo 137 x 119 Fluminense

Palmeiras 121 x 116 Corinthians

Santos 90 x 115 São Paulo

São Paulo 31 x 34 Vasco da Gama

Santos 35 x 34 Botafogo

Fluminense 28 x 50 Palmeiras

Flamengo 47 x 45 Corinthians

Obs.: Foram considerados os resultados obtidos dentro de campo, omitindo-se mudanças de resultados em tribunais e anulações de jogos.

Existem clássicos equilibradíssimos. O mais equilibrado de todos: Fluminense x Corinthians, com 33 vitórias para cada lado. O mais desequilibrado de todos: Vasco da Gama x Botafogo, com 57 vitórias a mais para o cruzmaltino.

Vantagens

No Torneio Rio-São Paulo de vantagens, eis o posicionamento alcançado pelos oito concorrentes:

1º) Palmeiras, 6 x 1

2º) São Paulo, 5 x 2

3º) Vasco e Flamengo, 4 x 3

5º) Corinthians, 3 x 3 (e um empate)

6º) Fluminense, 2 x 4 (e um empate)

7º) Santos, 2 x 5

8º) Botafogo, 1 x 6

Saldo de vitórias

Por saldo de vitórias (vitórias menos derrotas), assim são perfilados os grandes do Rio e de São Paulo:

1º) Palmeiras, 95

2º) Corinthians, 43

3º) Vasco da Gama, 36

4º) Flamengo, 34

5º) São Paulo, 23

6º) Fluminense, -59

7º) Santos, -85

8º) Botafogo, -87

Classificação dos clássicos por diferença de vitórias:

1º) Vasco da Gama x Botafogo, 57

2º) Palmeiras x Santos, 37

3º) São Paulo x Santos, Corinthians x Santos e Palmeiras x Vasco, 25

6º) Corinthians x São Paulo, 24

7º) Palmeiras x Fluminense, 22

8º) Vasco x Fluminense, 20

9º) Flamengo x Fluminense, 18

10º) Flamengo x Botafogo, 17

11º) Flamengo x Vasco, 13

12º) São Paulo x Fluminense e Fluminense x Botafogo, 9

14º) São Paulo x Flamengo e Palmeiras x Botafogo, 8

16º) São Paulo x Palmeiras e Corinthians x Vasco, 7

18º) Botafogo x Corinthians, 6

19º) Palmeiras x Corinthians e Palmeiras x Flamengo, 5

21º) Santos x Flamengo e Vasco x São Paulo, 3

23º) Flamengo x Corinthians, 2

24º) São Paulo x Botafogo, Vasco x Santos, Santos x Botafogo e Fluminense x Santos, 1

28º) Fluminense x Corinthians, 0

Cariocas x Paulistas

Foram realizados exatos 1.200 jogos entre paulistas e cariocas, dos quais 638 (53,17%) vencidos pelos paulistas e 562 (46,83%) pelos cariocas.

Confrontos vencidos pelos paulistas: 10 (Corinthians x Vasco, Palmeiras x Botafogo, São Paulo x Flamengo, Santos x Flamengo, São Paulo x Fluminense, Palmeiras x Vasco, São Paulo x Botafogo, Palmeiras x Flamengo, Santos x Botafogo e Palmeiras x Fluminense)

Confrontos vencidos pelos cariocas: 5 (Fluminense x Santos, Botafogo x Corinthians, Vasco x Santos, Vasco x São Paulo e Flamengo x Corinthians)

Dado que a diferença é mínima em certos clássicos, logo poderemos ter algumas alterações, pois se aproxima mais uma edição do Brasileirão.

Fonte:

Arquivo pessoal

Texto: Vicente Henrique Baroffaldi

Edição: Paulo Luís Micali

A “Locomotiva” voltou à Especial a todo vapor

O retorno da Ferroviária de Araraquara à Divisão Especial, levantando o Campeonato da Primeira Divisão de 1966 foi a apoteose de uma temporada irrepreensível. Apenas quatro derrotas em 52 jogos demonstraram o poderio da agremiação da Estrada de Ferro. Enfrentando o forte “Nhô Quim” de Piracicaba, em duas partidas realizadas no Pacaembu, a AFE empatou a primeira e venceu a segunda, em peleja emocionante e disputada com muito aguerrimento por parte dos litigantes, no encharcado gramado da Municipalidade bandeirante.

A ficha técnica do jogo
Dia 21 de dezembro de 1966, quarta-feira (noite)
Estádio Municipal do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Primeiro tempo – 0 a 0
Final – Ferroviária 1 x 0 XV de Novembro de Piracicaba
Marcador – Dorival (contra), aos 10’ do 2º tempo
Renda – Cr$ 12.861,00
Juiz – Armando Marques, auxiliado por Germinal Alba e Wilson Antônio Medeiros
Quadros:
Ferroviária – Machado; Beluomine, Brandão, Rossi e Fogueira; Bebeto e Bazzani; Passarinho, Maritaca, Téia e Pio. Técnico: Agenor Gomes (Manga). Capitão: Fogueira
XV de Piracicaba: Claudinei; Nelson, Kiki, Proti e Dorival; Chiquinho e Lopes; Nicanor, Mazinho, Rodrigues e Piau. Técnico: Gaspar. Capitão: Kiki
Ocorrência – Fogueira, contundido, aos 5’ da fase derradeira, passou a jogar na ponta esquerda, recuando Pio para a lateral.

Eis como a Gazeta Esportiva (através de Solange Bibas) comentou o feito da Morada do Sol:
“O bom filho à casa torna – Não demorou muito, ei-la aí de volta. Nem chegou a cair: saiu de férias. Mas que férias duras, seu moço! A campanha da Ferroviária de Araraquara para retornar ao seu lugar na Divisão Especial foi uma dessas coisas… Era favorita, porque mais primoroso e técnico o seu futebol de alto padrão. Sempre foi figura brilhante, enquanto lutou na Especial. E, se caiu, foi porque os maus fados conspiraram contra a equipe da Morada do Sol. E todo mundo ficou triste quando a “locomotiva” partiu. Ferroviária faz falta na Divisão Especial. Mas, ei-la que retorna. O bom filho à casa torna. Palmas redobradas para a Ferroviária de Araraquara! Porque, quem sobe à Especial é grande! E maior ainda é quem consegue se erguer depois da queda! Benvinda, Ferroviária! Benvinda, “locomotiva” velha de guerra!”
“Sem desmerecer o XV de Novembro de Piracicaba, que lutou bravamente, a Ferroviária acabou fazendo por merecer a vitória, na noite de ontem, uma vitória apertada, que, inclusive, obrigou o quadro de Araraquara a ser mais defensivo, depois do gol e em face da contusão de Fogueira. O XV foi à frente, mas o bloqueio da turma araraquarense existiu sempre, principalmente no “miolo”, onde se postou o próprio Bazzani, onde ficou Bebeto, buscando sempre destruir, embora sem nunca renunciar ao direito de atacar. Apareceu maios o XV, porém, diga-se, defendeu-se muito a equipe vencedora, completando-se em seu sistema recuado.
Não se poderia exigir mais da partida, dos times, dentro daquele estado lastimável da cancha. Temos a impressão, inclusive, que o time mais prejudicado foi o da Ferroviária, pois era tecnicamente melhor. Inclusive, os araraquarenses começaram bem mais certos em seu trabalho, fazendo recuar um pouco Téia, para fugir da marcação, dali partindo com a bola para as tramas curtas com o rápido Maritaca. E vinha sempre o acionamento dos ponteiros, embora Passarinho, pela direita, esquecesse de dar mais velocidade à bola, preferindo o jogo individual, contra uma defensiva rígida, pesada, como a do XV. Mas, com o trabalho de Bebeto, no meio do campo, impulsionando rapidamente a bola, a Ferroviária teve mais presença, conquanto esquecendo um ponto importante para o estado da cancha: os tiros a gol. De resto, o XV, atacando menos, também os esqueceu, resultando daí poucas emoções nas duas áreas. Mas via-se a Ferroviária melhor entrosada e mais rápida em seus movimentos, com uma retaguarda que se apresentava bem posta, com os laterais guardando posição e fazendo coberturas centrais. O XV defendia-se e jogava em profundidade, talvez mais praticamente, porém, sem encontrar caminha para as penetrações, sobretudo porque aquele que parecia ser seu homem mais importante, na ofensiva, o ponta esquerda Piau (também individualista) era sempre bloqueado.
Na realidade, naquele estado da cancha, era difícil, se não impossível, firmar um esquema, a não ser mais em sentido defensivo, mas deve-se dizer que, se o XV tinha Lopes, um grande lutador (primeiro jogando mais atrás, depois saindo e dando maior potencial ao XV), contou a equipe araraquarense com uma dupla central mais móvel, com Bebeto e Bazzani, este experimentado e guardando posição quando o primeiro saía, realizando os dois bom trabalho de revezamento. Ademais, a Ferroviária, como já dissemos, mantinha firme seu setor de retaguarda, com esplêndida antecipação e marcação.
Não houve gols na primeira etapa e, na segunda, perdendo Fogueira, que passou à ponta esquerda, tendo que recuar Pio, trabalhou inteligentemente, abrindo Téia para a esquerda e movimentando o veloz Maritaca na frente. Recuava ainda Passarinho, dando mais força, depois do gol, ao sistema defensivo. Assim um trabalho de maior sentido coletivo, enquanto o XV, lutando leoninamente, andou “abrindo” a defesa, conquanto se possa dizer que as penetrações de Nelson, pelo setor desguarnecido de Fogueira, criou boas situações.
A verdade, porém, é que a Ferroviária, marcando aquele gol, aos 10 minutos, sentiu que podia garantir, como, realmente, garantiu, teimando o XV em levar seu jogo, praticamente todo ele, para o “miolo”, onde Mazinho e Rodrigues eram bloqueados. Piau teve oportunidades, raras, mas faltou a complementação e, se o XV esteve próximo do empate, num lance de contra-ataque a Ferroviária fez o necessário para ganhar, apenas de 1 x 0, mas tendo méritos, indiscutivelmente.
Repetimos: sem desmerecer o XV, um quadro valente e de grande espírito de luta, a Ferroviária pareceu-nos melhor armada, pelo trabalho coletivo, pela melhor compreensão entre seus homens. Isolou praticamente Maritaca na frente, porém, de posse da bola, saindo quase sempre por Passarinho, o quadro de Araraquara mostrou maiores recursos técnicos. Enfim, parabéns ao XV, pelo denodo, mas parabéns maiores à Ferroviária, pelo maior sentido de equipe, pela grande vitória.”

Bola no barbante
Tudo aconteceu aos 10’ do 2º tempo, quando a Ferroviária, por intermédio de Brandão, cortou uma avançada do XV de Novembro. A bola foi enviada em profundidade a Bazzani, que penetrava pelo meio. E desceu alta. Bazzani tentou a cabeçada, apesar de acossado, por trás, por Proti. Saiu a cabeçada do meia para a direita, por onde entrava rapidamente Maritaca. Passou por Dorival, indo quase à linha de fundo, pressentindo a saída de Claudinei. Maritaca chutou e a bola, batendo no braço de Dorival, desviou-se de sua trajetória, entrando para as redes, marcando a vitória grená.

O melhor do jogo

Fogueira, Maritaca e Machado (destaques da partida)

Maritaca merece boa nota, como a merece Rossi, um jogador excelente. Mas temos que dar a Fogueira o destaque maior dentro da partida. No primeiro tempo, foi soberano, na destruição, marcação e cobertura, mostrando uma notável segurança. Na fase final, contundido, passou a ser ponta esquerda, tendo contudo extraordinário espírito de valentia para recuar e também marcar, apesar de “capengar” visivelmente. Um grande jogador, que não se entregou nunca. No XV, Lopes merece registro, pelo espírito de luta, pelo sentido de jogo, vindo a seguir Proti e Kiki. Finalmente, não esqueçamos o valor de Brandão.

O juiz foi assim
Dirigiu a partida o conhecido Armando Marques, auxiliado nas “bandeiras”, por Germinal Alba e Wilson Antônio Medeiros. Partida difícil de ser dirigida, pelo estado escorregadio, pesado, da cancha. Mesmo assim, acompanhando bem todos os lances, Armando Marques mostrou sua categoria. E note-se que houve lances de choque, entre adversários, houve jogadas que pareceram violenta, sendo que, em todos os instantes, Armando Marques estava em cima da jogada, apitando tudo, com precisão.

Como o público viu o jogo
A chuva incessante que caiu ontem sobre São Paulo impediu que um número maior de torcedores fosse ao Pacaembu. Mas os que vieram de Araraquara e Piracicaba, mostraram toda a gama de entusiasmo pelas suas equipes e não se cansaram de as incentivar durante todo o jogo. A alegria maior ficou para os araraquarenses, que desde o início afirmavam que o “XV é freguês”. O público deixou nas bilheterias Cr$ 12.861.000,00 e no final do encontro apareceram muitos torcedores com camisas da Ferroviária, algumas que levaram de casa e outras que arrancaram dos jogadores na hora de invadir o gramado.


E ELA VOLTOU… – Depois de haver perdido todos os seus galões em 1965, conseguiu a Associação Ferroviária de Esportes, um ano depois, reconquistar o seu lugar na Divisão Especial de Profissionais. Tendo produzido para o futebol paulista e brasileiro uma infinidade de bons jogadores como Galhardo, Tales, Baiano, Faustino, Pimentel, Bazzani, enfim, tantos craques, foi preciso preparar nova “fornada” para que o público da “Cidade Morada do Sol” sentisse o seu poderio técnico. Assim é que na noite chuvosa que tornou o Pacaembu verdadeiramente impraticável, a opinião de 70% dos torcedores era a de que o clube de Araraquara não conseguiria levantar o título, na luta contra o seu grande rival, XV de Piracicaba, pois era um quadro leve e não se adaptava ao terreno, naquelas circunstâncias; no entanto, foram bastante diferentes e o resultado foi que a Ferroviária chegou, de maneira brilhante, na noite de 21 de dezembro, ao título máximo da Primeira Divisão de Profissionais, depois de uma campanha brilhante e acima de tudo meritória.

Nossos aplausos ao grande campeão.

Na volta da delegação a Araraquara:
Bandeira da AFE dominando o desfile e as demonstrações de júblio coletivo.

Pelas ruas principais da cidade, o corso da vitória se desenrolou interminavelmente, diante dos olhares do povo que não se cansava de vivar os vencedores do Pacaembu

Fonte:
A Gazeta Esportiva, edições dos dias 22 e 24 de dezembro de 1966.
Edição: Paulo Luís Micali