Arquivo do Autor: Gilvanir Alves

CHILE DRIBLA TERREMOTO E FAZ FESTA.

O Chile ganhou o direito de promover a Copa no congresso da Fifa realizada em Lisboa, em 1956. E por causa da incrível determinação de seu povo conseguiu realizá-la. Afinal, no dia 21 de março de 1960 o país foi sacudido por um terremoto que se estendeu por uma área de 400 quilômetros quadrados, deixando milhares de mortos.

A Fifa chegou a esboçar uma mudança de sede. Não acreditava que país pudesse se recuperar em apenas dois anos. Mas o presidente do Comitê Organizador, Carlos Dittborn Pinto, nascido em Niterói, onde o pai estivera em missão diplomática, assumiu a responsabilidade: “Se nada temos tudo faremos”.

Dittborn morreu um mês antes da Copa, aos 38 anos – o stress acumulado na ânsia de ver a casa arrumada lhe tirou a vida. Mas o Chile sobreviveu. Em 30 de maio de 1962, quando 11 jogadores chilenos pisaram no gramado do Estádio Nacional de Santiago para enfrentar a Suíça, na festa de abertura, a maioria não resistiu. Chorou de emoção.

Fonte: Jornal Lance.

A casa do Barça.

CONFORTÁVEL, MAS COM PROBLEMAS.

Estádio Camp Nou é considerado cinco estrelas para a Uefa, mas tem alguns defeitos bem parecidos com os palcos brasileiros. Qualificado pela a Uefa como um estádio cinco estrelas, o Camp Nou, em Barcelona (ESP), de fato esbanja estrutura e conforto. No entanto, também tem seus problemas – o que faz lembrar (e muito) os estádios brasileiros. As falhas começam nas ruas próximas ao estádio, onde o fraco policiamento permite que dezenas de cambistas atuem livremente. Os torcedores são abordados sem quaisquer problemas, a poucos metros das bilheterias. Dentro do estádio, há falhas de acabamento e conservação, inclusive com pedaços de concreto soltos em escadas. Entre os serviços oferecidos pelo clube catalão, a sala de imprensa, por exemplo, necessita de reformas, com tomadas e apoios enferrujados. Outra cena que lembra o Brasil, especificamente o Maracanã, é a dos torcedores em pé em cima das cadeiras. Assim como no anel inferior do estádio carioca, isso ocorre atrás de um dos gols do Camp Nou, onde costumava ficar a geral do estádio.

PONTOS POSITIVOS.

Apesar dos problemas citados, os pontos acima não mancham a estrutura e a organização do Camp Nou. O estádio possui 21 acessos, que permitem o rápido escoamento dos torcedores, tanto na entrada quanto na saída durante os eventos. Na vitória por 2 a 0 sobre a Inter (ITA), pela a Liga, o Camp Nou estava praticamente vazio até 15 minutos antes do ponta pé inicial. Quando a bola rolou, no entanto, o estádio do Barça já estava tomado pela torcida. A cena inversa aconteceu na saída. Após o apito final, a torcida levou cerca de dez minutos para esvaziar o local. Além disso, o eficiente sistema de transporte e estacionamento faz com que o transito nos arredores não tenha grandes problemas. O esquema de segurança após o jogo também funcionou. A torcida da Inter teve de aguardar cerca de 45 minutos para deixar as arquibancadas. No entanto, o fez com uma poderosa escolta policial, que protegeu até a entrada da estação de metrô mais próxima.

Fonte: Jornal Lance.

BOLAS HISTÓRICAS.

Telstar (1970): Foi à primeira bola com painéis pretos em Mundial. Ela introduziu os modelos com 32 gomos, que tornou a bola ainda mais redonda.

Tango (1978): Lançou o desempenho que foi mantido até o Mundial de 1998, na França. Inovou também na sua impermeabilização, novidade na época.

Azteca (1986): foi a primeira bola feita de materiais sintéticos, o que aumentou sua durabilidade e melhorou a impermeabilidade.

Fevernova (2002): uma camada de espuma sintética aumentou consideravelmente a performance da bola. A combinação de cores também foi inovada.

Teamgeist (2006): introduziu tecnologia para aumentar sua resistência a mudanças de temperatura. Tem precisão próxima à da Jabulani.

 

Fonte: jornal Lance.

DO ATAQUE PARA O GOL: ASCENSÃO METEÓRICA.

A primeira vez que Rogério Ceni pegou no gol foi aos 14 anos. Ele era atacante da AABB, do Banco do Brasil, em Sinop (MT). Certo dia, o goleiro da equipe, seu chefe no banco, faltou. Rogério foi para o gol e pegou tudo.

– O chefe até foi transferido de agencia… Não por isso, é claro – brinca o goleiro.

No ano seguinte, Ceni passou num teste no Sinop. Treinou durante uma semana, mas desistiu, pois não era aquilo que queria. Só em 1990, com 17 anos, é que voltou ao clube, como terceiro goleiro. E não é que o titular e o reserva se machucaram? Então, Rogério Ceni teve que tomar conta do gol no campeonato estadual. Naquela temporada, o Sinop tornou-se o primeiro campeão mato-grossense do interior do estado.

No mesmo ano, em sua primeira viagem em um avião, Rogério foi com o pai Eurídes para São Paulo. Tinha testes marcados no São Paulo e no Santos. Como passou no primeiro, já ficou no Morumbi. Nem foi a Vila Belmiro…

 

Fonte: Revista Lance A+.

ODISSEIA NA SÉRIE “D”.

ODISSEIA NA SÉRIE “D”.
Campeão teve que percorrer mais de 28 mil quilômetros por causa da competição.
Desistência de jogadores, falta de apoio financeiro, distancias quase continentais – no total, a delegação percorreu mais de 28 mil Km. Foi diante desses obstáculos todos que o São Raimundo, clube da cidade paraense de Santarém, teve que passar por cima para se sagrar o primeiro campeão da Série D do Campeonato Brasileiro.
Santarém fica a mais de 600 Km de Belém. Para chegar a capital, dois meios de transportes são os mais utilizados: a balsa, em uma viagem de três dias, e o avião, em um trajeto de pouco mais de uma hora. – Moramos numa região muito isolada, isto não temos como mudar. Mas começamos a Série com poucos apoios. Sabíamos desde o inicio a dificuldade que seria, até por se tratar de uma divisão recém-criada – disse o presidente do Pantera, Rosinaldo do Vale. O primeiro jogo fora de casa do São Raimundo já sinalizava o que seria o restante da campanha. Para chegar até Palmas, onde o time venceu o Tocantins por 4 a 1, a delegação do São Raimundo enfrentou uma viagem de um dia – sendo 23 horas passadas dentro de um ônibus.
Mesmo com a folha sobre controle e pagamento em dia, 11 jogadores desistiram do projeto.
– Eles não agüentaram as viagens em cima da hora, cansativas, e falta de estrutura, então pediram para sair. Os que ficaram foram guerreiros – afirmou o diretor de futebol do clube, Sandeclei Monte. Mais do que tudo, o São Raimundo mostrou que para ser campeão é preciso ser persistente e acreditar.
PARA CHEGAR A MACAPÁ QUASE FOI UM MOTIVO DE DESISTENCIA.
O São Raimundo teve motivos de sobra para desistir da Série D no meio do caminho. Uma das situações mais criticas que a delegação precisou enfrentar foi na terceira fase, quando chegou a Macapá apenas duas horas e meia antes da partida contra a equipe do Cristal (AP). – Tivemos vários tipos de dificuldades. Estivemos perto de desistir do campeonato. Lembro que tínhamos um jogo em Macapá no domingo e, sábado à tarde, não tínhamos as passagens. Quando todos já tinham desistido e já era noite de sábado nós conseguimos alugar duas aeronaves pequenas – disse o diretor de futebol, Sandeclei Monte.
Para quem pensa que a única dificuldade foi não ter o meio de transporte disponível com antecedência se engana. Além disso, a equipe precisou pousar na cidade próxima de Macapá – cerca de uma hora e meia de distancia de avião – que estava com o aeroporto fechado. – Às sete horas da manhã de domingo, quando chagamos a Macapá, resolveram fechar o aeroporto e não nos deixam pousar.
Tivemos que ir para Monte Dourado, uma cidade perto, onde ficamos até o meio dia, quando liberaram a pista de pouso em Macapá. Chegamos na capital por volta de 13h30.
Só deu tempo de almoçar, tomar banho e ir jogar – lembrou Sandeclei, contando que o time ainda foi derrotado por 3 a 1.
JOGOS DO SÃO RAIMUNDO FORA DE CASA.
Desde a estréia na Série D, dia 5 de julho, em casa, contra o Moto Club (MA), a caminhada do São Raimundo durou quase quatro meses.
Nesse período, o time paraense percorreu 28.056 Km (seis vezes do Oiapoque ao Chuí). Confira os jogos do campeão da 4º Divisão como visitante:
Tocantins 1×4 São Raimundo.
Total: 3.796 Km
Trajeto: avião Santarém/Belém (PA) (691 Km); ônibus Belém/Palmas (1.207 Km).
Volta: mesmo trajeto, só que inverso.
Cristal (AP) 0x1 São Raimundo.
Total: 1.396 Km.
Trajeto: avião: Santarém/Macapá (485 Km); Macapá/Monte Dourado (AP) (213 Km).
Monte Dourado/Macapá (213 Km); Macapá/Santarém (485).
Moto Club (MA) 3×0 São Raimundo.
Total: 2.290 Km.
Trajeto: Santarém/São Luis (MA) – 1.145 Km.
Vota de avião São Luis/ Santarém – 1.145 Km.
Gênus (RO) 1×1 São Raimundo.
Total: 8.876 Km.
Trajeto: todo de avião, Santarém/Manaus – 589 Km; Manaus/Brasília – 1.929 Km; Brasília/Porto Velho (RO) – 1.920 Km. Trajeto inverso na volta.
Cristal (AP) 3×1 São Raimundo.
Total: 970 Km.
Trajeto: avião Santarém/ Macapá – 485 Km: Volta Macapá/Santarém.
Cristal (AP) 1×1 São Raimundo.
Total: 970 Km.
Trajeto: avião Santarém/ Macapá – 485 Km: Volta Macapá/Santarém.
Alecrim (RN) 2×2 São Raimundo.
Total: 4.356 Km.
Trajeto: avião: Santarém/Natal – 2.178 Km. Volta: Natal/Santarém – 2.178 Km.
Macaé (RJ) 3×2 São Raimundo.
Total: 5.402 Km.
Trajeto: avião: Santarém/Rio de Janeiro – 2.584 Km, ônibus Rio de Janeiro/Volta Redonda – 117 Km; volta: mesmo trajeto, mas no sentido inverso.
Fonte: Jornal Lance.
Campeão teve que percorrer mais de 28 mil quilômetros por causa da competição.
Desistência de jogadores, falta de apoio financeiro, distancias quase continentais – no total, a delegação percorreu mais de 28 mil Km. Foi diante desses obstáculos todos que o São Raimundo, clube da cidade paraense de Santarém, teve que passar por cima para se sagrar o primeiro campeão da Série D do Campeonato Brasileiro.
Santarém fica a mais de 600 Km de Belém. Para chegar a capital, dois meios de transportes são os mais utilizados: a balsa, em uma viagem de três dias, e o avião, em um trajeto de pouco mais de uma hora. – Moramos numa região muito isolada, isto não temos como mudar. Mas começamos a Série com poucos apoios. Sabíamos desde o inicio a dificuldade que seria, até por se tratar de uma divisão recém-criada – disse o presidente do Pantera, Rosinaldo do Vale. O primeiro jogo fora de casa do São Raimundo já sinalizava o que seria o restante da campanha. Para chegar até Palmas, onde o time venceu o Tocantins por 4 a 1, a delegação do São Raimundo enfrentou uma viagem de um dia – sendo 23 horas passadas dentro de um ônibus.
Mesmo com a folha sobre controle e pagamento em dia, 11 jogadores desistiram do projeto.
– Eles não agüentaram as viagens em cima da hora, cansativas, e falta de estrutura, então pediram para sair. Os que ficaram foram guerreiros – afirmou o diretor de futebol do clube, Sandeclei Monte. Mais do que tudo, o São Raimundo mostrou que para ser campeão é preciso ser persistente e acreditar.
PARA CHEGAR A MACAPÁ QUASE FOI UM MOTIVO DE DESISTÊNCIA.
O São Raimundo teve motivos de sobra para desistir da Série D no meio do caminho. Uma das situações mais criticas que a delegação precisou enfrentar foi na terceira fase, quando chegou a Macapá apenas duas horas e meia antes da partida contra a equipe do Cristal (AP). – Tivemos vários tipos de dificuldades. Estivemos perto de desistir do campeonato. Lembro que tínhamos um jogo em Macapá no domingo e, sábado à tarde, não tínhamos as passagens. Quando todos já tinham desistido e já era noite de sábado nós conseguimos alugar duas aeronaves pequenas – disse o diretor de futebol, Sandeclei Monte.
Para quem pensa que a única dificuldade foi não ter o meio de transporte disponível com antecedência se engana. Além disso, a equipe precisou pousar na cidade próxima de Macapá – cerca de uma hora e meia de distancia de avião – que estava com o aeroporto fechado. – Às sete horas da manhã de domingo, quando chagamos a Macapá, resolveram fechar o aeroporto e não nos deixam pousar.
Tivemos que ir para Monte Dourado, uma cidade perto, onde ficamos até o meio dia, quando liberaram a pista de pouso em Macapá. Chegamos na capital por volta de 13h30.
Só deu tempo de almoçar, tomar banho e ir jogar – lembrou Sandeclei, contando que o time ainda foi derrotado por 3 a 1.
JOGOS DO SÃO RAIMUNDO FORA DE CASA.
Desde a estréia na Série D, dia 5 de julho, em casa, contra o Moto Club (MA), a caminhada do São Raimundo durou quase quatro meses.
Nesse período, o time paraense percorreu 28.056 Km (seis vezes do Oiapoque ao Chuí). Confira os jogos do campeão da 4º Divisão como visitante:
Tocantins 1×4 São Raimundo.
Total: 3.796 Km
Trajeto: avião Santarém/Belém (PA) (691 Km); ônibus Belém/Palmas (1.207 Km).
Volta: mesmo trajeto, só que inverso.
Cristal (AP) 0x1 São Raimundo.
Total: 1.396 Km.
Trajeto: avião: Santarém/Macapá (485 Km); Macapá/Monte Dourado (AP) (213 Km).
Monte Dourado/Macapá (213 Km); Macapá/Santarém (485).
Moto Club (MA) 3×0 São Raimundo.
Total: 2.290 Km.
Trajeto: Santarém/São Luis (MA) – 1.145 Km.
Vota de avião São Luis/ Santarém – 1.145 Km.
Gênus (RO) 1×1 São Raimundo.
Total: 8.876 Km.
Trajeto: todo de avião, Santarém/Manaus – 589 Km; Manaus/Brasília – 1.929 Km; Brasília/Porto Velho (RO) – 1.920 Km. Trajeto inverso na volta.
Cristal (AP) 3×1 São Raimundo.
Total: 970 Km.
Trajeto: avião Santarém/ Macapá – 485 Km: Volta Macapá/Santarém.
Cristal (AP) 1×1 São Raimundo.
Total: 970 Km.
Trajeto: avião Santarém/ Macapá – 485 Km: Volta Macapá/Santarém.
Alecrim (RN) 2×2 São Raimundo.
Total: 4.356 Km.
Trajeto: avião: Santarém/Natal – 2.178 Km. Volta: Natal/Santarém – 2.178 Km.
Macaé (RJ) 3×2 São Raimundo.
Total: 5.402 Km.
Trajeto: avião: Santarém/Rio de Janeiro – 2.584 Km, ônibus Rio de Janeiro/Volta Redonda – 117 Km; volta: mesmo trajeto, mas no sentido inverso.
Fonte: Jornal Lance.

A INGLATERRA VIRA MODELO.

A INGLATERRA VIRA MODELO.
Tragédia na Bélgica provocada por Hooligans ingleses há 24 anos fez o país criar leis especificas para o futebol.
A origem de leis especificas de combate à violência em eventos esportivos está ligada ao episodio conhecido como “tragédia de Heysel”. No dia 29 de maio de 1985, um tumulto causado por Hooligans, como são conhecidos os torcedores ingleses que aos estádios para provocar, entrar em confronto com os adversários e praticar vandalismo, causou 39 mortes no Heysel Park, na Bélgica, pouco antes do inicio da partida final da Copa dos Campeões da Europa, entre Liverpool, da Inglaterra, e Juventus, da Itália. Como punição, a própria federação inglesa baniu seus clubes das competições européias por cinco anos. A partir daquela data, seis leis foram implantadas para tentar conter os Hooligans. A mais recente, de 2000, prevê, alem da prisão, banimento dos estádios por até dez anos, inclusive fora do Reino Unido, para quem se envolver em alguma confusão. Só no ano passado foram emitidas 1.072 ordens de expulsão. Atualmente, 3.172 estão em vigor.
Em caso de reincidência, há previsão de afastamento perpetuo dos campos. Torcedores ingleses podem ser punidos até por um xingamento ou tatuagem considerada ofensiva. Vigilância por câmeras é obrigatória nos estádios.
“A policia inglesa prefere banir a prender por pouco tempo”, explica Marco Aurélio Klein, presidente da comissão de ingressos da Federação Paulista de Futebol. “O fato de ter sido preso vira um troféu entre esses fanáticos.
Longe dos estádios, eles perdem a força.”Klein coordenou em 2005 a Comissão da Paz no Esporte, criada pelo governo federal para estudar ações de combate à violência no futebol. Na Espanha também há um modelo eficaz de controle. Muitas de até 650.000 euros por infrações consideradas muito graves inibem o vandalismo. Uma invasão de campo, ocorrência rotineira nos campos de futebol paulistas, custa 60.000 euros. Além disso, o país tem penas de prisão de até quatro anos por delitos cometidos em praças esportivas.
Heysel Park, dia 29 de maio de 1985: entre os 39 mortos, 32 eram torcedores italianos pisoteados.
Fonte: Revista Veja.

Tragédia na Bélgica provocada por Hooligans ingleses há 24 anos fez o país criar leis especificas para o futebol. A origem de leis especificas de combate à violência em eventos esportivos está ligada ao episodio conhecido como “tragédia de Heysel”. No dia 29 de maio de 1985, um tumulto causado por Hooligans, como são conhecidos os torcedores ingleses que aos estádios para provocar, entrar em confronto com os adversários e praticar vandalismo, causou 39 mortes no Heysel Park, na Bélgica, pouco antes do inicio da partida final da Copa dos Campeões da Europa, entre Liverpool, da Inglaterra, e Juventus, da Itália. Como punição, a própria federação inglesa baniu seus clubes das competições européias por cinco anos. A partir daquela data, seis leis foram implantadas para tentar conter os Hooligans. A mais recente, de 2000, prevê, alem da prisão, banimento dos estádios por até dez anos, inclusive fora do Reino Unido, para quem se envolver em alguma confusão. Só no ano passado foram emitidas 1.072 ordens de expulsão. Atualmente, 3.172 estão em vigor. Em caso de reincidência, há previsão de afastamento perpetuo dos campos. Torcedores ingleses podem ser punidos até por um xingamento ou tatuagem considerada ofensiva. Vigilância por câmeras é obrigatória nos estádios. “A policia inglesa prefere banir a prender por pouco tempo”, explica Marco Aurélio Klein, presidente da comissão de ingressos da Federação Paulista de Futebol. “O fato de ter sido preso vira um troféu entre esses fanáticos. Longe dos estádios, eles perdem a força.”Klein coordenou em 2005 a Comissão da Paz no Esporte, criada pelo governo federal para estudar ações de combate à violência no futebol. Na Espanha também há um modelo eficaz de controle. Muitas de até 650.000 euros por infrações consideradas muito graves inibem o vandalismo. Uma invasão de campo, ocorrência rotineira nos campos de futebol paulistas, custa 60.000 euros. Além disso, o país tem penas de prisão de até quatro anos por delitos cometidos em praças esportivas. Heysel Park, dia 29 de maio de 1985: entre os 39 mortos, 32 eram torcedores italianos pisoteados.

Fonte: Revista Veja.

O MAIOR DO MUNDO.

O MAIOR DO MUNDO.
Estudo mostra que Brasileirão tem potencial para ter o maior publico do planeta.
Que o Brasil tem o melhor futebol e a população mais apaixonada pelo o esporte no mundo, todos já sabiam. O que ninguém imaginava é que tem potencial ter o maior publico presente, superando até mesmo a Liga inglesa, considerada a mais poderosa. Estudo da Crowe Horwath RCS traça um paralelo entre o espaço ocioso e o ocupado nos estádios e aponta um total de 17 milhões de torcedores como taxa de ocupação máxima no país.
De acordo com os dados de 2008, a Liga inglesa tem o maior publico total, com 13,5 de torcedores, mas com percentual de 93% de ocupação. A segunda colocada é a Bundesliga, da Alemanha, com presença de 12,8 milhões pessoas e ocupação de 92%.
– Hoje a Série A trabalha com taxa de 40% mais que o dobro registrado em 2003. Já evoluiu muito, quando dissemos que a capacidade é de 17 milhões, nos referimos aos 100% – explicou da divisão de gestão do esporte da CHRCS, Amir Somoggi.
O Brasil ainda precisa melhorar para se equiparar aos melhores campeonatos do mundo – inglês, Alemão, Espanhol, Italiano e Francês, por faturamento. No que diz respeito aos estádios, segundo Somoggi a receita é aumentar o preço médio dos ingressos e incrementar a oferta de serviços nos dias de jogos. Contudo, o país já vem de uma evolução. O preço médio dos bilhetes passou de R$ 9, em 2006, para R$ 17 no ano passado.
O executivo citou como casos positivos os de Grêmio e Inter, que com seus sócios conseguiram aumentar o faturamento no estádio; Palmeiras, com espaço Visa; Corinthians, com o efeito Ronaldo; e o São Paulo, com camarotes e outras estratégias de marketing.
– O Flamengo também vale como exemplo. Aumentou a bilheteria de R$ 1,5 milhão, em 2003, para R$ 21 milhões, em 2008. É uma força comercial. Com estádio próprio seria o maior clube em faturamento com ingressos no país – concluiu.
ESTRATÉGIAS PARA ATRAIR NOVOS TORCEDORES.
Os clubes brasileiros vêm buscando alternativas para diversificarem suas receitas e o modelo do programa de sócio-torcedor – que fideliza o ‘cliente’o alastra-se pelo país.
– Além do beneficio para o espetáculo, o montante arrecadado é cada vez mais importante. Antes a receita das bilheterias não era uma das principais fontes, hoje mudou e já contamos com estes valores – explicou o diretor de marketing do São Paulo, Adalberto Baptista.
São Paulo e Internacional são dois exemplos de clubes que apostam na promessa de conforto para atrair ainda mais seus torcedores. No Caso do Tricolor paulista, para 2010 é a de lançar o cartão de sócio com chip para poupar o torcedor de ir ao Morumbi adquirir seu ingresso. A intenção é que possa fazê-lo de casa ou de postos de compra.
Já o Colorado investe desde 2005 em cadeiras para os torcedores no Beira-Rio exceto na arquibancada inferior, que ocupa cerca de 25% do estádio. A cobertura também esta nos planos da diretoria.
– Além dessas ações, também procuramos dar uma atenção especial ao nosso sócio. Ele recebe uma revista mensal em casa, além de CD’s em ocasiões especiais. Dia 17 de dezembro, por exemplo, todos entrarão de graça no estádio para o “Show do Centenário” – afirmou Jorge Avancini, diretor executivo de marketing do Internacional.
Fonte: Lance.

Estudo mostra que Brasileirão tem potencial para ter o maior publico do planeta. Que o Brasil tem o melhor futebol e a população mais apaixonada pelo o esporte no mundo, todos já sabiam. O que ninguém imaginava é que tem potencial ter o maior publico presente, superando até mesmo a Liga inglesa, considerada a mais poderosa. Estudo da Crowe Horwath RCS traça um paralelo entre o espaço ocioso e o ocupado nos estádios e aponta um total de 17 milhões de torcedores como taxa de ocupação máxima no país. De acordo com os dados de 2008, a Liga inglesa tem o maior publico total, com 13,5 de torcedores, mas com percentual de 93% de ocupação. A segunda colocada é a Bundesliga, da Alemanha, com presença de 12,8 milhões pessoas e ocupação de 92%.

– Hoje a Série A trabalha com taxa de 40% mais que o dobro registrado em 2003. Já evoluiu muito, quando dissemos que a capacidade é de 17 milhões, nos referimos aos 100% – explicou da divisão de gestão do esporte da CHRCS, Amir Somoggi. O Brasil ainda precisa melhorar para se equiparar aos melhores campeonatos do mundo – inglês, Alemão, Espanhol, Italiano e Francês, por faturamento. No que diz respeito aos estádios, segundo Somoggi a receita é aumentar o preço médio dos ingressos e incrementar a oferta de serviços nos dias de jogos. Contudo, o país já vem de uma evolução. O preço médio dos bilhetes passou de R$ 9, em 2006, para R$ 17 no ano passado. O executivo citou como casos positivos os de Grêmio e Inter, que com seus sócios conseguiram aumentar o faturamento no estádio; Palmeiras, com espaço Visa; Corinthians, com o efeito Ronaldo; e o São Paulo, com camarotes e outras estratégias de marketing.

– O Flamengo também vale como exemplo. Aumentou a bilheteria de R$ 1,5 milhão, em 2003, para R$ 21 milhões, em 2008. É uma força comercial. Com estádio próprio seria o maior clube em faturamento com ingressos no país – concluiu.

ESTRATÉGIAS PARA ATRAIR NOVOS TORCEDORES.

Os clubes brasileiros vêm buscando alternativas para diversificarem suas receitas e o modelo do programa de sócio-torcedor – que fideliza o ‘cliente’o alastra-se pelo país. – Além do beneficio para o espetáculo, o montante arrecadado é cada vez mais importante. Antes a receita das bilheterias não era uma das principais fontes, hoje mudou e já contamos com estes valores – explicou o diretor de marketing do São Paulo, Adalberto Baptista.

São Paulo e Internacional são dois exemplos de clubes que apostam na promessa de conforto para atrair ainda mais seus torcedores. No Caso do Tricolor paulista, para 2010 é a de lançar o cartão de sócio com chip para poupar o torcedor de ir ao Morumbi adquirir seu ingresso. A intenção é que possa fazê-lo de casa ou de postos de compra. Já o Colorado investe desde 2005 em cadeiras para os torcedores no Beira-Rio exceto na arquibancada inferior, que ocupa cerca de 25% do estádio. A cobertura também esta nos planos da diretoria.

– Além dessas ações, também procuramos dar uma atenção especial ao nosso sócio. Ele recebe uma revista mensal em casa, além de CD’s em ocasiões especiais. Dia 17 de dezembro, por exemplo, todos entrarão de graça no estádio para o “Show do Centenário” – afirmou Jorge Avancini, diretor executivo de marketing do Internacional.

Fonte: Lance.

O GOL COMO DESAFIO.

O GOL COMO DESAFIO.
Mais que nunca, Dadá precisava marcar. E a grande chance de provar que tinha merecido a convocação para a Copa apareceu na decisão do primeiro campeonato nacional, em pleno Maracanã, contra o Botafogo.
Naquele ano de 1971, eu me sentia mais que nunca a obrigação de ser artilheiro. Afinal fui campeão do mudo um ano antes, na Copa de 1970, no México, sob a suspeita de ter sido convocado apenas por imposição do presidente Médici. Por isso, o ano seguinte, 1971, tornou-se inesquecível: com meu gol contra o Botafogo, no Maracanã, que deu ao Atlético (MG) o título do primeiro Campeonato Brasileiro, mostrei que era mesmo o maior centroavante do Brasil. Aquela partida ficou marcada em mim como o jogo da revolta. Três clubes haviam se classificado para a decisão: o São Paulo, que tinha goleado o Botafogo, no Pacaembu, por 4×1; o Atlético, que havia vencido o São Paulo por 1×0 no Mineirão; e o Botafogo, nosso último adversário. Se a gente perdesse para o Bota, o São Paulo seria o campeão. Os cariocas só ficariam com o titulo se ganhassem do nosso time por uma diferença de seis gols – o que, àquela altura, poderia ser considerado humanamente impossível. É que aquele Atlético Mineiro em que eu jogava estava demais. Não era um time tecnicamente brilhante, mas nosso treinador, Telê Santana, fazia com que a gente jogasse sempre com muito amor à camisa. Renato era um goleiro de muito reflexo; Humberto Monteiro, um lateral do mesmo naipe de Carlos Alberto Torres, o capitão do tri; Spencer, um jogador metódico, de categoria, que botava a bola no chão; Odair, um cracão, o crânio da nossa equipe. Tinha também eu, o Dadá, que naquele brasileiro de 1971 sempre deixava um ou dois gols por partida. Como eu mesmo costumava dizer, Dada´ não era craque, Dadá fazia gols. Em números, a maior partida que já realizei foi em 1976, em um jogo do Sport contra o Santo Amaro. Afinal naquele dia bati o recorde nacional de gols em um só jogo – fiz nada menos que dez., mas como esquecer a final contra o Botafogo?
Foi mesmo um jogo confuso. Até que Nilton Santos, que era diretor de futebol deles e sempre foi educado como uma dama, deu um soco no arbitro Armando Marques naquele triangular final. Além disso, o Botafogo morria de raiva do Atlético Mineiro. Isso vinha desde 1967, quando os dois disputaram uma vaga nas eliminatórias da antiga Taça Brasil, mais ou menos no sistema que acontece hoje, com a atual Copa do Brasil. O jogo tinha empatado e a decisão da vaga foi para o cara-ou-coroa, ali mesmo no gramado. A moedinha foi jogada na frente dos dois capitães, Gérson, do Botafogo, e Décio, do Atlético. Nem bem ela caiu no chão, o Décio chutou-a longe, e saiu gritando: ‘Deu Atlético! Deu Atlético!’
Dessa vez, não houve jeito de Gérson levar vantagem, e os botafoguenses jamais perdoaram tal malandragem. Por isso, se não desse para faturar o titulo, queriam pelo menos entregá-lo para o São Paulo naquele dia.
Havíamos chegado para a decisão já na sexta-feira, e ficamos concentrados em um sitio de um amigo do Telê, perto do Rio de Janeiro. Lá havia um campinho onde fazíamos peladas e ensaiávamos algumas jogadas. Combinei com o Lola, meu companheiro lá na frente, de ele jogar me lançando e fazendo as tabelas curtas – o que era o meu forte. Afinal, quem toca bonito na bola é craque, e a habilidade que me sobrava dentro da área sempre faltava quando eu estava fora dela. Na hora do jogo, o Maracanã parecia um mar revolto. Eram todos contra o Galo, com exceção a torcida do Vasco, que tinha minha prima Iara chefiando a camisa 12, e apareceu por lá para nos dar uma força. ‘O Galo vai virar galinha’, insistiam os rádios e jornais do Rio na véspera da partida. Nunca os mineiros foram tão gozados como naqueles dias, em que os torcedores do Atlético invadiam as praias vestindo calças compridas. O Botafogo de Jairzinho, Paulo César Caju e Djalma Dias possuía muito mais nome que o nosso time. E veio com tudo para cima do Galo. Sabiam que, se fizessem um ou dois gols logo de cara, tudo ficaria mais fácil. Por isso, nem esperavam pelo gandula quando a bola saia de campo: iam atrás dela, loucos. Assim, comandaram o primeiro tempo inteiro. Agüentamos a pressão só comigo no ataque, antes do jogo, como de costume, havia prometido marcar o Gol Sutil – um palavra muito bonita, que eu queria consagrar. Mas, para ser sincero, naquele primeiro tempo nem vi a cor da bola.
Como o primeiro tempo terminou 0x0, a responsabilidade do Botafogo só aumentava. Eles vão cansar. Vamos continuar tocando a bola com calma, que eles vão cansar, insistia Telê do banco. De fato, a pressão botafoguense durou só até os quinze primeiros minutos do segundo tempo. Aí, o Atlético foi tomando corpo. Aos 18  do segundo tempo, Humberto Ramos pegou a bola pela esquerda, cortou o Djalma Dias e cruzou bem alto, para dentro da área do Botafogo, foi do jeito que eu gosto, uma jogada que só mesmo Dadá poderia completar: subi com o falecido Valtencir, e acho que sai do chão uns 90 cm. Cabeceei para baixo, igualzinho ao que o velho Baltazar fazia, e venci o Wendell. Naquele momento, só pensei na torcida do Atlético. Teve gente que veio até de cavalo para ver aquele jogo no Maracanã, ai ficou mais fácil. Os botafoguenses queriam resolver tudo sozinhos, e chegamos até a ensaiar um olé para cima deles. Na volta, nossa recepção foi digna de um rei. 90% da população de Belo Horizonte estava esperando a gente, tinha tanta gente quanto a recepção de Piazza, Fontana, Tostão e Dadá, os jogadores mineiros campeões do mundo em 1970. No meio da multidão, acompanhei com os olhos um senhor com a bandeira do Atlético em uma das mãos e uma criança em outro braço. Assim – acredite se quiser! – ele andou 15 quilômetros a pé atrás do carro dos bombeiros em que nós estávamos. Naquele momento, agradeci a Deus por ter me dado a chance de ser o Dadá Maravilha, responsável direto por tanta felicidade.
Fonte: Revista Placar.
Mais que nunca, Dadá precisava marcar. E a grande chance de provar que tinha merecido a convocação para a Copa apareceu na decisão do primeiro campeonato nacional, em pleno Maracanã, contra o Botafogo.
Naquele ano de 1971, eu me sentia mais que nunca a obrigação de ser artilheiro. Afinal fui campeão do mudo um ano antes, na Copa de 1970, no México, sob a suspeita de ter sido convocado apenas por imposição do presidente Médici. Por isso, o ano seguinte, 1971, tornou-se inesquecível: com meu gol contra o Botafogo, no Maracanã, que deu ao Atlético (MG) o título do primeiro Campeonato Brasileiro, mostrei que era mesmo o maior centroavante do Brasil. Aquela partida ficou marcada em mim como o jogo da revolta. Três clubes haviam se classificado para a decisão: o São Paulo, que tinha goleado o Botafogo, no Pacaembu, por 4×1; o Atlético, que havia vencido o São Paulo por 1×0 no Mineirão; e o Botafogo, nosso último adversário. Se a gente perdesse para o Bota, o São Paulo seria o campeão. Os cariocas só ficariam com o titulo se ganhassem do nosso time por uma diferença de seis gols – o que, àquela altura, poderia ser considerado humanamente impossível. É que aquele Atlético Mineiro em que eu jogava estava demais. Não era um time tecnicamente brilhante, mas nosso treinador, Telê Santana, fazia com que a gente jogasse sempre com muito amor à camisa. Renato era um goleiro de muito reflexo; Humberto Monteiro, um lateral do mesmo naipe de Carlos Alberto Torres, o capitão do tri; Spencer, um jogador metódico, de categoria, que botava a bola no chão; Odair, um cracão, o crânio da nossa equipe. Tinha também eu, o Dadá, que naquele brasileiro de 1971 sempre deixava um ou dois gols por partida. Como eu mesmo costumava dizer, Dada´ não era craque, Dadá fazia gols. Em números, a maior partida que já realizei foi em 1976, em um jogo do Sport contra o Santo Amaro. Afinal naquele dia bati o recorde nacional de gols em um só jogo – fiz nada menos que dez., mas como esquecer a final contra o Botafogo?
Foi mesmo um jogo confuso. Até que Nilton Santos, que era diretor de futebol deles e sempre foi educado como uma dama, deu um soco no arbitro Armando Marques naquele triangular final. Além disso, o Botafogo morria de raiva do Atlético Mineiro. Isso vinha desde 1967, quando os dois disputaram uma vaga nas eliminatórias da antiga Taça Brasil, mais ou menos no sistema que acontece hoje, com a atual Copa do Brasil. O jogo tinha empatado e a decisão da vaga foi para o cara-ou-coroa, ali mesmo no gramado. A moedinha foi jogada na frente dos dois capitães, Gérson, do Botafogo, e Décio, do Atlético. Nem bem ela caiu no chão, o Décio chutou-a longe, e saiu gritando: ‘Deu Atlético! Deu Atlético!’
Dessa vez, não houve jeito de Gérson levar vantagem, e os botafoguenses jamais perdoaram tal malandragem. Por isso, se não desse para faturar o titulo, queriam pelo menos entregá-lo para o São Paulo naquele dia.
Havíamos chegado para a decisão já na sexta-feira, e ficamos concentrados em um sitio de um amigo do Telê, perto do Rio de Janeiro. Lá havia um campinho onde fazíamos peladas e ensaiávamos algumas jogadas. Combinei com o Lola, meu companheiro lá na frente, de ele jogar me lançando e fazendo as tabelas curtas – o que era o meu forte. Afinal, quem toca bonito na bola é craque, e a habilidade que me sobrava dentro da área sempre faltava quando eu estava fora dela. Na hora do jogo, o Maracanã parecia um mar revolto. Eram todos contra o Galo, com exceção a torcida do Vasco, que tinha minha prima Iara chefiando a camisa 12, e apareceu por lá para nos dar uma força. ‘O Galo vai virar galinha’, insistiam os rádios e jornais do Rio na véspera da partida. Nunca os mineiros foram tão gozados como naqueles dias, em que os torcedores do Atlético invadiam as praias vestindo calças compridas. O Botafogo de Jairzinho, Paulo César Caju e Djalma Dias possuía muito mais nome que o nosso time. E veio com tudo para cima do Galo. Sabiam que, se fizessem um ou dois gols logo de cara, tudo ficaria mais fácil. Por isso, nem esperavam pelo gandula quando a bola saia de campo: iam atrás dela, loucos. Assim, comandaram o primeiro tempo inteiro. Agüentamos a pressão só comigo no ataque, antes do jogo, como de costume, havia prometido marcar o Gol Sutil – um palavra muito bonita, que eu queria consagrar. Mas, para ser sincero, naquele primeiro tempo nem vi a cor da bola.
Como o primeiro tempo terminou 0x0, a responsabilidade do Botafogo só aumentava. Eles vão cansar. Vamos continuar tocando a bola com calma, que eles vão cansar, insistia Telê do banco. De fato, a pressão botafoguense durou só até os quinze primeiros minutos do segundo tempo. Aí, o Atlético foi tomando corpo. Aos 18  do segundo tempo, Humberto Ramos pegou a bola pela esquerda, cortou o Djalma Dias e cruzou bem alto, para dentro da área do Botafogo, foi do jeito que eu gosto, uma jogada que só mesmo Dadá poderia completar: subi com o falecido Valtencir, e acho que sai do chão uns 90 cm. Cabeceei para baixo, igualzinho ao que o velho Baltazar fazia, e venci o Wendell. Naquele momento, só pensei na torcida do Atlético. Teve gente que veio até de cavalo para ver aquele jogo no Maracanã, ai ficou mais fácil. Os botafoguenses queriam resolver tudo sozinhos, e chegamos até a ensaiar um olé para cima deles. Na volta, nossa recepção foi digna de um rei. 90% da população de Belo Horizonte estava esperando a gente, tinha tanta gente quanto a recepção de Piazza, Fontana, Tostão e Dadá, os jogadores mineiros campeões do mundo em 1970. No meio da multidão, acompanhei com os olhos um senhor com a bandeira do Atlético em uma das mãos e uma criança em outro braço. Assim – acredite se quiser! – ele andou 15 quilômetros a pé atrás do carro dos bombeiros em que nós estávamos. Naquele momento, agradeci a Deus por ter me dado a chance de ser o Dadá Maravilha, responsável direto por tanta felicidade.
Fonte: Revista Placar.