Arquivo do Autor: Gilberto Maluf

O que eu vi de Garrincha no Corinthians

” Meus amigos, como já escrevi uma vez, minha maior decepção foi não ter visto o Garrincha jogar em sua fase áurea. E principalmente na decisão do Carioca de 1962, quando foi a última grande exibição do Mané. Este jogo passou na TV para São Paulo, e meu colega também de 11 anos de idade na época, não me convidou para assistir ao jogo.. Como vocês podem ver, ainda estou traumatizado, e já se vão quase 46 anos.

Mas passados quatro anos, o Jornal da Tarde de São Paulo fez um furo de reportagem com sua edição vespertina, trazendo em manchete principal a contratação do Mane Garrincha. O JT foi concebido para ser distribuído ás 14h, mas por problema de distribuição, viu-se que seria impossível manter este horário. E a partir das 11h da manhã, naquela época, já se via o JT nas bancas, e foi aí o episódio do furo de reportagem.

A ESTRÉIA

Mane chegou no Corinthians com 32 anos e ia estrear contra o Vasco no Pacaembu, em 02 de março de 1966, quarta feira. Nesta época eu trabalhava de office boy na avenida Casper Líbero em São Paulo e vi todo o pessoal do escritório se mobilizando para ir ao jogo. Eu? Só tinha o dinheiro da passagem para ir para casa. Gente, foi muito triste eu não ter ido à estréia do Mané. Parecia que o mundo inteiro estava indo para o Pacaembu, menos eu. Já tinha 15 anos de idade, mas dinheiro só no final do mês. Mas desta vez até que foi bom não ter ido, o Vasco enfiou 3 x 0, com gols de Maranhão e Célio 2 . Este Célio foi outro que veio muito tarde para o Corinthians.

Depois disso, em 10 de março de 1966, o Corinthians foi ao Maracanã jogar contra o Botafogo e levou de 5 x 1. Gols de Bianchini 2, Jairzinho 2 , Parada e Rivelino descontou.
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Mas como tudo tem um limite, o Corinthians iria jogar contra o São Paulo dia 19 de março de 1966. Desta vez eu fui. Neste jogo eu não me lembro quem estava marcando o Garrincha pelo São Paulo, se era o Renato ou o Tenente. Aos 34 do 1° tempo o Mane desceu pela direita levando seu marcador e sem ângulo, da linha de fundo, bateu de três dedos e a bola fez a curva e entrou. Lembro-me que depois ouvi a narração de Pedro Luiz falando: Gol tipo Copa do Mundo de Mane Garrincha. O Pedro Luis tinha a característica singular de observar todo o panorama da jogada e tecnicamente descreve-la com perfeição e dicção perfeita. No 2° tempo Tales faria 2 x 0.
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Em outro jogo vi o Mane perder um pênalti contra o Palmeiras no último minuto de jogo, com o goleiro Valdir defendendo a penalidade. Neste jogo Fiori narrou, para minha tristeza, assim: Defendeeeeeuu Vaaaaldir. Este jogo foi 2 x 1 para o Palmeiras, gols de Rinaldo, Flavio e Servílio.

Mas Mane Garrincha até que estava jogando relativamente bem no Corinthians. Por acaso vi recentemente no Canal 100 o jogo final, última rodada, do Rio São Paulo de 1966, Corinthians x Santos. Neste jogo o Mane driblava toda hora o lateral do Santos. E num destes dribles o lateral fez pênalti no Garrincha. E não é que o Flávio desperdiçou a penalidade? O Santos segurou o empate com 9 jogadores em campo. Com isso tivemos 4 campeões do Rio São Paulo, Corinthians, Vasco, Botafogo e Santos. Por causa da Copa do Mundo não havia datas para a disputa do campeão único.

Foram 13 partidas com a camisa do Timão (5 vitórias, 2 empates, 6 derrotas) e apenas dois gols marcados.

Uma coisa me deixava triste. O Tales, atacante do Corinthians boicotava o Mane, não passava uma bola sequer . Porque ganhava menos……….

A inesquecível Laranja Mecânica de 1974 tem o privilégio de ser a última das grandes seleções a figurar como fora de série.

Muitos consideram o esquema tático adotado pela Holanda em 1974 como a única verdadeira revolução no futebol.
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Os jogadores holandeses não tinham posições definidas, todos atacavam e defendiam. Costuma-se, porém, definir a Holande de 74 como um 4-3-3, composto por uma defesa em uma linha de 4, 3 armadores e 3 atacantes próximos ao meio-campo e à defesa.

A Holanda adotava a marcação por pressão, sempre com pelo menos 3 jogadores marcando cada jogada de ataque adversário. A defesa, o meio e o ataque misturavam-se tanto em jogadas de ataque quanto em jogadas de defesa. Cruyff era o craque da equipe e o homem que ficava mais à frente, porém deslocava-se por todo o campo, comandando o time e fazendo muitas jogadas de ataque.

A maior parte das jogadas de ataque acontecia pela esquerda com o lateral Krol. Como a defesa jogava em linha, havia espaço para lançamentos adversários, mas a velocidade da equipe inteira praticamente anulava o sucesso desse tipo de jogada.
CRAQUES DIFERENCIADOS

Neeskens
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Jogador atlético e de grande capacidade física, Neeskens era chamado de “o pulmão” holandês porque trabalhava incansavelmente em todo campo, pressionando os jogadores adversários e roubando a bola. Era um jogador completo e brilhou ao lado do craque Johan Cruyff na chamada “Laranja Mecânica”, vice-campeã nas Copas de 1974 e 1978.
Começou a carreira internacional cedo, aos 19 anos, e disputou 49 jogos pela seleção da Holanda.
Foi descoberto pelo treinador Rinus Michels que, poucos anos depois, o incorporou ao Ajax. Ficou apenas quatro anos no clube de Amsterdã, mas ganhou diversos títulos: três Copas dos Campeões da Europa, dois Campeonatos Holandeses, duas Copas da Holanda, uma Copa Intercontinental e uma Supercopa.
Após uma passagem pelo futebol norte-americano, em 1982 voltou a jogar na Holanda. Primeiro no Ajax, até 1984, e depois no Groningen, para então se retirar do futebol.

Cruyff
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No mínimo diferente. Revolucionário. Craque. Johannes Cruyff surgiu para o futebol no final dos anos 60 e mudou o conceito que todos tinham a respeito desse esporte.
Veloz, astuto, corria por todo o campo abrindo lacunas para os companheiros. Com a bola nos pés, tinha habilidade e uma noção de espaço fora do comum. Diferente da maioria dos atacantes até então, não esperava a bola chegar, fazia melhor, ia atrás dela.
Estreou na seleção da Holanda com apenas 19 anos. Logo no primeiro jogo, deixou sua marca no empate de 1 a 1 diante da Hungria.
Foi um dos líderes na conquista do vice-campeonato mundial em 1974, com o chamado “Carrossel Holandês”. Naquele time, nenhum jogador tinha posição fixa no gramado. Todos rodavam em busca de um melhor posicionamento.
Temperamental, se desentendeu com os cartolas do seu país pouco antes da Copa do Mundo de 1978 e acabou abandonando a seleção.
Em clubes, Cruyff também fez história. Iniciou a carreira no Ajax, em 64. Nove anos depois, já consagrado, foi contratado a peso de ouro pelo Barcelona (na época, a maior contratação da história) e não decepcionou.
Na sua segunda temporada deu ao clube o título espanhol após 14 anos de jejum. De quebra, foi o artilheiro da conquista.
Deixou o Barça em 1978 para jogar nos Estados Unidos, mais precisamente no Washington Diplomats e, posteriormente, no Los Angeles Aztecas.
De 1981 a 1982 regressou à Espanha para defender o Valencia. Depois, ainda passou novamente pelo Ajax e Feyenoord. Em 1988, aceitou o convite para treinar o Barcelona e permaneceu no comando do clube até 1996.
Cruyff ganhou o prêmio de melhor jogador da Europa nos anos de 1971, 1973 e 1974, e ficou com o terceiro posto em 1975.
Atualmente, o holandês trabalha na preparação de atletas em Amsterdã e inaugurou um centro de treinamento na Universidad Deportiva Johan Cruyff.

Resenbrink
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Rob Rensenbrink jogou no DWS de Amsterdã, da segunda divisão, e logo foi atuar no Brugges, da Bélgica. De 1971 a 1980 defendeu o Anderlecht.
Também jogou nos EUA, pelo Portland Timbers, e na França, pelo Toulouse. Ganhou um Campeonato Belga, em 1974, e três Copas da Bélgica (1973, 1975 e 1976). Conquistou ainda duas Recopas e duas Supercopas (1976 e 1978).
Participou das históricas campanhas holandesas nos Mundiais de 1974 e 1978, marcando seis gols e conquistando dois vice-campeonatos.
Além disso, Rensenbrink sempre será lembrado por ter marcado o gol de número mil da história das Copas na derrota de 3 a 2 para a Escócia, em 1978.

Rep
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Johny Rep foi um dos membros da famosa “Laranja Mecânica” do treinador Rinus Michels. Naquela equipe destacavam-se jovens de extraordinário talento, como Cruyff, Neeskens, Krol, e o próprio Rep, que aplicaram o sistema de “futebol total” baseado na flexibilidade e trocas de posições no campo de jogo, o que dava uma grande espetacularidade e qualidade ofensiva à equipe.
Com a camisa holandesa, Rep tornou-se um dos principais protagonistas nos Mundiais de 1974 e 1978. Em 74, apesar de ter sido considerada a melhor equipe do campeonato, os holandeses ficaram às portas do título diante da Alemanha de Beckenbauer, Vogts e Breitner. Quatro anos depois voltaram a repetir o título de vice-campeões, desta vez diante da anfitriã Argentina.
Durante estas duas Copas, o atacante marcou sete gols, o que o converteu no maior artilheiro holandês em toda a história da competição.
No Ajax conviveu com os grandes gênios da seleção holandesa, conquistando três Copas dos Campeões da Europa consecutivas, de 1971 a 1973, duas Supercopas e uma Copa Intercontinental, em 1972, na qual foi protagonista absoluto ao marcar dois gols decisivos para o título.
Além do Ajax, jogou durante duas temporadas no Valencia, da Espanha, e no Bastia, de Córcega.

Kroll
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Ruud Krol começou a jogar futebol em times da segunda divisão como o Rivalen e o Rood Wit Club, para mais tarde, com apenas 17 anos, ser contratado pelo Ajax.
Estreou na seleção holandesa em 1969, numa partida contra a Inglaterra. É o jogador que mais vezes vestiu a camisa laranja, totalizando 83 apresentações.
Bastante técnico, Krol foi considerado peça chave do lendário “Carrossel Holandês”, vice-campeão nos Mundiais de 1974 e 1978.
Ao longo da carreira obteve, entre outros títulos, sete campeonatos holandeses, três Copas dos Campeões da Europa e duas Supercopas. Conquistou ainda um título Intercontinental e, em 1979, uma Bola de Ouro, prêmio dado pela revista “France Football” ao melhor atleta do ano.
Em 1980, após 12 anos de clube, deixou o Ajax para defender o Vancouver, do Canadá. Meses depois acabou vendido ao Napoli.
Em 1984 atuou na segunda divisão do futebol francês, no Cannes. Após duas temporadas, aposentou-se e, posteriormente, virou treinador. Comandou equipes como o Mechelen, da Bélgica, Sevette, da Suíça, seleção do Egito, o próprio Ajax, entre outros.

Redação Terra

CURIOSIDADES

Como a seleção holandesa era considerada a maior atração da Copa, espalhou-se o boato de que estrelas como Cruyff e Neeskens cobravam para dar autógrafos. Os jogadores da laranja logo desmentiram os boatos;
O goleiro Jan Jongbloed era especial em relação aos seus companheiros de seleção. Jogava num obscuro time, o Amsterdam Club, possuía uma tabacaria em Amsterdam e contava com uma contratação para um grande clube caso conquistasse o Mundial;
Mais Jongbloed: o grande goleiro tinha pequenos defeitos visuais e precisava de lentes especiais para defender a meta holandesa;
Às vésperas da Copa, os jogadores holandeses ameaçaram entrar em greve caso não houvesse acordo com os dirigentes em relação ao pagamento de prêmios;
Devido à posição política da Holanda manifestada publicamente em apoio a Israel na questão do Oriente Médio na ocasião, os dirigentes holandeses temiam por manifestações palestinas. Até Cruyff foi ameaçado de sequestro, provocando grande cautela, dificultando assim a aproximação de jornalistas;
Correu o boato que um vírus intestinal epidêmico contagiou a maioria dos titulares holandeses, sendo Cruyff o mais afetado, ameaçando presenças de alguns na partida contra a Bulgária;
Outro boato maldoso houve após o jogo contra o Brasil, de que o doping de Jansen e Neeskens teria dado positivo, classificando automaticamente o país sul-americano para a final contra a Alemanha. De concreto só houve o caso de doping do jogador haitiano Ernst Jean-Joseph;

O UNIFORME HOLANDÊS
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Apesar de sua bandeira possuir tem 3 cores: azul, branco e vermelho, e laranja na camisa, porque o laranja era a cor da Dinastia de Orange, a família real holandesa, desde os tempos de Maurício de Nassau.

Não havia, no início dos anos 70, o símbolo do fornecedor de material esportivo estampado no peito. A Holanda usava apenas as três listras de seu fornecedor oficial nos ombros, como símbolo de sua parceira comercial. Os holandeses usavam as camisas assim. A principal estrela, Johan Cruyff, não. Cruyff não aceitava utilizar um símbolo comercial numa camisa que vestia, sem receber nenhum dinheiro por isso. Para não comprometer o contrato, nem ficar sem a principal estrela da companhia, os dirigentes holandeses decidiram criar uma camisa especial para Cruyff. Uma com duas listras, em vez de três. Em todas as fotos e imagens, até hoje, é possível ver Cruyff com uma camisa com duas listras apenas, em vez das três envergadas por seus colegas.
Fonte: http://www.ligaretro.com.br, por Paulo Vinícius Coelho, Colunista da ESPN e do Lance.

O jornal holandês VOLKSRANT fez uma enquete com dados bem curiosos em relação a Copa 74: [img:266px_1974_FIFA_World_Cup_emblem_svg.png,resized,vazio]

o MELHOR EQUIPE: Holanda

o EQUIPE MAIS SURPREENDENTE: Austrália

o EQUIPE MAIS DECEPCIONANTE: Itália

o EQUIPE MAIS VIGOROSA: Suécia

o PIOR PERDEDOR: Brasil

o JOGADOR MAIS TRISTE: Roberto Rivelino (Brasil)

o JOGADOR MAIS MALABARISTA: Gadocha (Polônia)

o JOGADOR MAIS ARROGANTE: Beckenbauer (Al.Ocidental)

o JOGADOR MAIS CABELUDO: Ayala (Argentina)

o MELHOR TÉCNICO: Rinus Michels (Holanda)

o CORES MAIS BONITAS: Brasil

o CORES MAIS FEIAS: Holanda

o MELHOR JUIZ: Armando Marques (Brasil)

o MELHOR JOGO: Holanda x Alemanha Oriental

o PIOR JOGO: Alemanha Ocidental x Austrália

o JOGO MAIS DURO: Holanda x Brasil

o MELHOR JOGADOR: Johan Cruyff (Holanda)

o PERNAS MAIS BONITAS(!): Leão (Brasil)

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RINUS MICHEL

Rinus Michels, o técnico que comandou a Seleção Holandesa na Copa de 1974, na Alemanha, que ficou conhecida como “Laranja Mecânica”, morreu por complicações cardíacas no dia 3 de março de 2005, aos 77 anos, num hospital na cidade de Aalst, na Bélgica.

Michels foi escolhido em 1999 pela FIFA como o “Técnico do Século”, prêmio concedido principalmente pelo seu trabalho com a Holanda em 1974, conhecido como “Carrossel Holandês”, que transformou a mentalidade tática do futebol mundial.

No esquema revolucionário, os jogadores não tinham posição fixa, e ficavam “rodando” em campo para confundir o adversário. O jogador que conduzia a bola, obrigatoriamente, era acompanhado por dois outros holandeses, um pelo lado direito e um pelo lado esquerdo (formava-se um trio em linha, e a bola ficava com o jogador “central”) e tinha três alternativas de ataque: o drible, o toque para a esquerda ou o toque para a direita. Caso tocasse a bola para a direita o jogador que recebia o passe tornava-se o “central”, o jogador que carregava a bola tornava-se o companheiro à esquerda, e o jogador que outrora ia pela esquerda, deslocava-se para a direita. Era uma ótima alternativa de ataque, que dava muita segurança ao jogador que carregava a pelota, pois caso tentasse o drible e não conseguisse passar, um de seus dois companheiros recuperavam a posse de bola.

Na defesa, Rinus Michels foi incrível também. Os jogadores holandeses quando estavam sem a bola atacavam “em bloco” para tentar roubá-la. O jogador adversário, pressionado, se desesperava e tocava rapidamente para algum companheiro. Como os holandeses estavam todos juntos, o jogador adversário que recebia a bola, em 90% das vezes, acabava em posição de impedimento.

Foi uma revolução no futebol mundial. A Holanda chegou à Copa do Mundo da Alemanha como uma bela adversária, pois contava com um camisa 14 espetacular, o craque Johan Cruyff, um dos melhores jogadores da história do futebol mundial, mas não era a favorita à conquista do título (favoritismo dado á seleção da casa, que acabou campeã fazendo a final contra a própria Holanda). Ao longo da competição o “Carrossel Holandês” surpreendeu a todos, inclusive à Seleção Brasileira do técnico Zagallo, que perdeu de 2 a 0 para o time de Rinus Michels nas semifinais e deu adeus ao sonho do tetracampeonato (na ocasião o Brasil ainda disputou o terceiro lugar contra a Polônia, mas perdeu a partida por 1 a 0, com gol do famoso Grzegorz Lato, e acabou a copa do mundo em quarto lugar).

Um fato muito curioso e que ilustra bem o esquema revolucionário de Michel é uma imagem que um fotógrafo brasileiro conseguiu no jogo Holanda 2×0 Brasil. A foto é do centro do gramado do Westfalestadium (em Dortmund) durante o jogo e mostra os 10 jogadores da Holanda praticamente na mesma faixa de campo. Provavelmente, qualquer lançamento de Rivelino ou Gérson, pegaria Jairzinho em posição de impedimento. ( Não consegui inserir esta foto porque é maior que 512 kilobytes ). A foto é realmente sensacional. Não é a toa que Pedro Rocha falou no final de Holanda x Uruguai: Estou tonto!

Rinus Michel nasceu em Amsterdã, em 9 de fevereiro de 1928 e estreou como jogador em 1945, aos 17 anos, jogando pelo Ájax, onde atuou também como técnico, de 1965 a 1971 e de 1975 a 1976. Foi também técnico do Barcelona, de 1971 a 1975 e de 1976 a 1978. De 1978 a 1980 foi treinador do Aztecs, de Los Angeles, de 1980 a 1983 do Colônia, e de 1988 a 1989 dirigiu o alemão Bayern Leverkusen.

Além da “Laranja Mecânica”, Michel comandou a Holanda por mais duas vezes: de 1986 a 1988, e de 1990 a 1992. Em 1988 Michels comandou a seleção de seu país na conquista da Eurocopa e conseguiu o principal título de sua carreira.

Em 2004, o excelente Rinus Michels foi considerado o melhor técnico holandês dos últimos 50 anos.

Fonte Milton Neves

CONCLUSÃO

Nunca mais foi visto o futebol-carrossel magistral jogado pela Holanda, nem pelas próprias seleções holandesas formadas posteriormente, nem outra seleção fantástica de outro país com um novo esquema tático revolucionário. Foi, sem dúvida, a última grande equipe a entrar para a história do futebol mundial, como as do Brasil em 1950, a Hungria em 1954, em 1958 a França e nesse mesmo ano a seleção brasileira, conquistando pela primeira vez o título mundial, e repetindo o feito em 1962 no Chile com outra legendária equipe, na era de Pelé e Garrincha e depois o Brasil de novo, em 1970. A Holanda de 1974, mesmo sem ter sido campeã, merece todo o respeito.
A seleção alemã bicampeã de 1974 poderia até entrar para essa fechadíssima galeria que encantou o mundo do futebol pelo entrosamento de suas excelentes individualidades, fator principal para se formar uma grande equipe, e muito graças também ao gênio Franz Beckenbauer, o maior jogador alemão de todos os tempos, que desde a Copa de 1966 disputada na Inglaterra buscava uma conquista para seu país para se consagrar definitivamente, e repetiu mais uma conquista de Copa do Mundo em 1990, trabalhando então como técnico da mesma seleção.
É claro que nas décadas de 80 e 90 surgiram craques fenomenais, como o insuperável argentino Diego Armando Maradona, mas uma grande equipe como as citadas anteriormente nunca mais apareceram. Na Copa da Itália em 1990 havia uma grande expectativa que a Laranja Mecânica voltasse a aparecer encarnada por Marco Van Basten, Frank Rikjaard e Rudd Gullit, a espinha dorsal do Milan da Itália, mas essa equipe não passou de três empates medíocres e uma derrota na repescagem, acabando com todas as esperanças de vermos novamente um show da Holanda. A Holanda de 1978 ainda contava com alguns motores do carrossel como Jongbloed, Haan, Krol, Jansen, Neeskens, Johnny Rep que acabou se tornando o maior artilheiro holandês em Copas do Mundo e Resenbrink que fez o milésimo gol das Copas batendo um pênalti no jogo contra a Escócia, e mais os gêmeos Willy e René Van der Kerkhof, estes reservas em 1974. Fez uma campanha regular e chegou a finalíssima contra a Argentina, mas novamente fora vice-campeã, perdendo na prorrogação por 3 x 1. Cruyff e o meio de campo Van Hanegen não estavam mais na seleção e o técnico não era Rinus Michels, três elementos fundamentais em 1974.
Nunca mais um carrossel laranja fantástico girou pelo mundo, e a inesquecível Laranja Mecânica de 1974 tem o privilégio de ser a última das grandes seleções a figurar como fora de série.

Fonte http://br.geocities.com/laranjamecanica74/curiosidades.htm

ARTIGO DA SEMANA N° 22/2008 Oreco, o único jogador que foi trocado por um muro!.

Sou o único jogador que foi trocado por um muro!”. Foi com essa surpreendente frase que Oreco explicou, em entrevista para o jornal A Gazeta Esportiva, sua primeira transferência da carreira. De certa forma, o valor pode ser considerado bizarro, visto que no futebol atual as transferências giram em torno dos milhões e nem mesmo os jogadores de clubes pequenos, hoje, deixam de ganhar alguns bons trocados. Contudo, foi assim mesmo, pelo simples preço de um muro, que o jogador saiu do pequeno Internacional de Santa Maria para o xará da capital, o Inter de Porto Alegre.

Conta o jogador que, em 1950, o time da capital foi à sua cidade, Santa Maria, para um amistoso contra o time local de mesmo nome. Após o jogo, o treinador da equipe colorada Alfeu gostou da atuação de um jovem zagueiro, alto e de apenas 18 anos, e resolveu contratá-lo. O valor da transferência? Um muro. “Em troca de meu concurso, o Inter mandou construir um muro ao redor do campo”, explicou o atleta.

Natural desta mesma cidade do interior gaúcho, Waldemar Rodrigues Martins, o Oreco, nasceu em 13 de junho de 1932 e desde pequeno já dava seus primeiros chutes numa bola de meia. Em 1949, após ter se destacado no time da escola, foi contratado pelo time da cidade, o Internacional.

Após a fantástica história da troca por um muro, Oreco defendeu o Internacional por sete anos, de 1950 a 1957. Na época, o zagueiro e lateral-esquerdo foi cinco vezes campeão gaúcho pelo colorado, em 50, 51, 52, 53 e 55. Em 56, ganhou o Pan-Americano, torneio disputado pelo Inter no México, em que a equipe gaúcha representava a seleção brasileira.

Em 1957, destacado após as boas atuações e títulos conquistados no Inter, a Portuguesa de Desportos demonstrou interesse na contratação do zagueiro. Quando a Lusa estava pronta para contratá-lo, tendo até enviado um agente para o sul, o técnico Brandão, do Corinthians, também se interessou em contar com o futebol do jogador e correu para contratá-lo. “Enquanto o diretor da Lusa descia para o Sul com o dinheiro na pasta, Brandão já subia de volta com o passe no bolso”, esclarece.

A partir daí, Oreco manteve as boas atuações e passou a ser ídolo no Corinthians, onde permaneceu por oito anos, de 1957 a 1965. No Timão, Oreco não conquistou nenhum grande título, mas o seu prestígio no clube era tão grande que sua ausência no Mundial de 1962 provocou irados protestos do então presidente corintiano Wadih Helou. Para não dizer que não ganhou nada, o zagueiro participou da conquista do clube do Parque São Jorge na Taça dos Invictos de 57, quando a equipe empatou com o Santos de Pelé e ficou definitivamente com o caneco.

Além disso, a simpatia do jogador com o clube foi tanta que, mesmo após ter encerrado a carreira, não hesitava em declarar que o Corinthians continuava sendo o seu clube do coração e, se voltasse a jogar, teria de ser pelo alvinegro.
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Este jogo foi 2 x 1 para o Noroeste, com gols de Paulinho e Araras para o Noroeste e Flavio para o Corinthians, no estádio Ubaldo de Medeiros, em 26/07/1964.
Neste mesmo ano o Corinthians jogava no Parque São Jorge contra os times pequenos nas quartas-feiras à tarde.
Num desses jogos, o Oreco estava fora de forma e gordo. Eu estava lá e vi! A torcida começou a pegar no pé dele e ele não aguentou. Parou a bola e deu uma bicuda em direção à torcida. O Claudio, quarto-zagueiro gaucho do Corinthians, esperto, caiu no chão, simulando contusão e evitando a expulsão do Oreco por atitude anti-esportiva.
Artigo da Gazeta Esportiva
Foto de Milton Neves
Minha presença no Parque São Jorge nos jogos do Corinthians

Carbone, carrasco do Derbi paulistano

O que pode ser a definição de Derbi: Um Derbi é, por definição, um encontro onde a razão e a objetividade dão lugar a um caldeirão de emoções do qual desfecho final é absolutamente imprevisível

Antes de entrarmos no Derbi paulista Corinthians x Palmeiras, algumas classificações sobre clássicos e derbi pelo mundo afora:

“Dicionário de clássicos”. Afinal, quase todo clássico tem seu apelido, alguns bem curiosos, outros bastante normais. Para a relação, só valerão os clássicos ou dérbis que tenham alcunha própria, que fujam do óbvio “clássico de X (nome da cidade)”. Apenas alguns nomes de região foram colocados aqui. Comecemos a pequena série com duelos estrangeiros.

EUROPA

Ajax x Feyenoord: De Klassieker

Aston Villa x Birmingham City: Second City Derby

Barcelona x Real Madrid: El Clásico

Benfica x Sporting: Derby da Capital, Derby Eterno

Benfica x Porto: O Clássico

Boavista x Porto: Derby da Invicta

Bologna x Fiorentina: Derby degli Apennini

Borussia Dortmund x Schalke 04: Kohlenpott Derby

Cardiff x Swansea: South Wales Derby

Celtic x Rangers: Old Firm

Chievo x Verona: Derby Scaligero

Crvena Zvezda x Partizan Belgrado: Veciti Derbi

Dinamo Zagreb x Hajduk Split: Vjeèni Derbi

Dinamo Bucaresti x Steaua Bucaresti: Marele Derby

Everton x Liverpool: Merseyside Derby

Genoa x Sampdoria: Derby della Lanterna

Internazionale x Milan: Derby della Madonnina

Ipswich Town x Norwich City: East Anglia Derby

Juventus x Internazionale: Derby d’Italia

Juventus x Torino: Derby della Mole

Lazio x Roma: Derby Capitolino

Newcastle x Sunderland: Tyne-Wear Derby

Olympiacos x Panathinaikos: Dérbi dos Inimigos Eternos

Portsmouth x Southampton: South Coast Derby

Sheffield United x Sheffield Wednesday: Steel City Derby

AMÉRICA LATINA

Alianza Lima x Universitario: El Clásico

América x Chivas: Clásico de Clásicos, Superclásico, Clásico de México

América de Cáli x Deportivo Cali: Clásico Vallecaucano

Atlético Nacional x Independiente Medellín: Clásico de la Montaña

Aucas x Deportivo Quito: Clásico del Pueblo

Aucas x LDU Quito: Superclásico Quiteño

Barcelona x Emelec: Clásico del Astillero, Superclásico Guayaquileño

Boca Juniors x River Plate: Superclásico

Bolívar x The Strongest: Superclásico

Caracas x Deportivo Táchira: Clásico Moderno

Cerro Porteño x Olimpia: Superclásico

Cienciano x Melgar: Clásico Sureño

Colo-Colo x Universidad de Chile: Superclásico

Danubio x Defensor Sporting: Clásico Chico

Independiente Santa Fé x Millonarios: Derbi Capitalino

Nacional x Peñarol: Superclásico

Universidad Católica x Universidad de Chile: Clásico Universitario

fonte: Ubiratan Leal

Meus amigos, este prelúdio é em homenagem a Carbone, jogdor do Corinthians, que muito ouvi falar quando criança, falecido em 25 de maio de 2008 .

Recebi de Mario Lopomo, historiador palmeirense, breve relato sobre o Carbone, que jogou no Corinthians nos anos 50

Carbone sempre foi um carrasco do Palmeiras. Não havia um Derby sem que Carbone, não marcasse um gol.
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O último gol de Carbone contra o Palmeiras foi em, 30 de Abril de 1955. num jogo do torneio Rio São Paulo. No Pacaembu. Corinthians 1 x Palmeiras 2. Gols de Ivan .31 min. Liminha .43. e Carbone, 5 – 2ºtempo. Arbitragem de Pedro Calil.
Corinthians. Gilmar, Homero e Alan. Olavo, Goiano e Roberto. (Walmir) . Nono, (Nardo) Luizinho, Baltazar, Carbone e Simão.

Palmeiras: Laércio, Manoelito, e Mario Travalini, Belmiro, Tocafundo e Gersio. Liminha, Humberto,Ney (Moacir) Ivan II, e Rodrigues.

O ultimo jogo de Carbone contra o Palmeiras, foi a 15 de Abril, de 1956. Um domingo a tarde. Corinthians 2 x Palmeiras 1. Gols: Baltazar -25 e Baltazar – 41. Nestor 9 -2º tempo. Arbitro Harry Davis (Inglaterra)

O Corinthians jogou com: Arlindo, Olavo, e Alan; Walmir, Goiano, e Julião. Cláudio, (Zezé) Rafael, Baltazar, (Carbone) Paulo (Luizinho) e Nelsinho.
Carbone entrou no lugar de Baltazar.

Palmeiras . Laércio, Mexicano e Martim, Antoninho, Waldemar Fiume, e Dema. Nestor, Juares II, Mazzola, (Ney) Ivan II, e Colombo (Fernando)

Daí para frente Carbone nunca mais jogou contra o Palmeiras.

Carbone, faleceu dia 25 de maio 2008

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As finais do Brasileirão de 1990

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Neto foi o artilheiro do Timão com 9 gols. Tupãzinho, autor do gol salvador, dá o seu depoimento:

“Foi uma decisão emocionante. A adrenalina estava a mil. O São Paulo era favorito, mas conseguimos ganhar devido à força do conjunto. Não tínhamos estrelas, mas a equipe estava entrosada, determinada. Nos classificamos mal, mas depois o time subiu de produção e cresceu até as finais. No jogo, o São Paulo partiu para cima, mas faltando 10 minutos para acabar o primeiro tempo, começamos a melhorar. No segundo tempo, fiz o gol aos 8 minutos. Na hora, eu queria só a vitória, não tinha ainda a noção do título. Só depois é que me dei conta. Foi um dos jogos mais importantes da minha vida.”

Até o ano de 1990, o Corinthians já havia conquistado 20 vezes o Campeonato Paulista e 4 o Torneio Rio-São Paulo. Porém, faltava uma conquista no âmbito nacional para coroar uma história gloriosa.
Quase ganhamos o Brasileiro em 76, quando perdemos a final para o Internacional, mas desta vez não escapou.. Com um time não muito técnico, mas com muita raça e garra, o Corinthians conquistou seu primeiro título nacional.

O começo não foi lá aquelas coisas: 2 derrotas em 2 jogos, em casa (3 x 0 para o Grêmio e 1 x 0 para o Cruzeiro). Vicente Matheus trocou Zé Maria por Nelsinho Batista e a coisa mudou: o time fica 11 partidas sem perder e termina a 1ª fase na 4ª colocação

Vieram então as quartas-de-final. O primeiro adversário era o Atlético-MG, time de melhor campanha na competição. No primeiro jogo, Neto comandou a virada, fazendo dois gols nos últimos 15 minutos: 2 a 1 Timão. Com a vantagem a seu favor, o alvinegro foi ao Mineirão e segurou o empate em 0 a 0.
Neste jogo eu me lembro que fui com um são-paulino no Pacaembu, sábado à noite. Já desanimado, estava me levantando para ir embora quando Neto virou o jogo, a partir dos 30 do segundo tempo. Um sufoco. Na volta para casa fui tomar um chopp numa pizzaria da avenida Angélica. Estas lembranças acho que o futebol preserva e muito. Ainda nem imaginava que o Corinthians seria campeão brasileiro.

O passo seguinte era passar pelo Bahia, na semifinal. Novamente, o Corinthians estava em desvantagem e precisava vencer para se classificar. No primeiro jogo, no Pacaembu, Neto fez um gol e decretou a vitória por 2 a 1. Neste jogo caiu um temporal no início do jogo. Tinha muita gente fora que não conseguiu ingresso.
Em Salvador, o time usou a mesma receita da retranca e voltou com a vaga garantida ao empatar em 0 a 0. Na final iria pegar o São Paulo. Depois de 14 anos, o Corinthians decidia mais um título nacional. Desta vez para ganhar.

No primeiro jogo decisivo, outra vez o talento de Neto decidiu. Logo aos 4 minutos, ele cobrou uma falta na medida para Wilson Mano fazer 1 a 0. Com méritos, o Timão segurou a vitória e foi para a finalíssima, no domingo, precisando apenas do empate. Estive no jogo da quarta-feira a noite e também na finalíssima do domingo.
O Corinthians entrou em campo no dia 6 de dezembro para se sagrar campeão brasileiro pela primeira vez em sua história. Mas com um time muito equilibrado, conseguiu ganhar outra vez do tricolor, com um gol (chorado) de Tupãzinho, aos 9 minutos do 2° tempo. Corinthians não era mais um time regional. Com muita raça e mesmo sem muitas estrelas, aquela equipe havia entrado para a história alvinegra.
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fonte:todopoderosotimão.com

JOGOS DECISIVOS A PARTIR DAS QUARTAS DE FINAIS
Jogos de Ida
24/11/1990 – Sábado
CORINTHIANS 2×1 ATLÉTICO-MG
Local: Pacaembu (São Paulo-SP); Público: 28.516;
Árbitro: Aristóteles Siqueira Campos (BA); Gols: Gérson (ATL) 15′ do 1º;
Neto (COR) 30′ e Neto (COR) 40′ do 2º; Cartões Amarelos: Márcio,
Neto (COR), Cléber, Marquinho, Carlão, Éder e Gilberto Costa (ATL)

SANTOS 0x1 SÃO PAULO
Local: Vila Belmiro (Santos-SP); Público: 19.389;
Árbitro: Joaquim Gregório dos Santos Filho (CE);
Gol: Mário Tilico (SP) 41′ do 1º; Cartões Amarelos:
Pedro Paulo (SAN) e Raí (SP); Expulsão: Cafu (SP) 13′ do 2º.

PALMEIRAS 1×0 GRÊMIO
Local: Parque Antártica (São Paulo-SP); Público: 22.631;
Árbitro: Pedro Carlos Bregalda (RJ); Gol: Careca (PAL-pênalti) 39′ do 2º;
Cartões Amarelos: Odair, Dida (PAL), Hélcio e Donizete (GRE).

BRAGANTINO 1×1 BAHIA
Local: Marcelo Stéfani (Bragança Paulista-SP);
Público: 5.739; Árbitro: José Roberto Wright (RJ);
Gols: João Santos (BRA) 16′ do 1º; Ivair (BRA-contra) 26′ do 2º.

Jogos de Volta
01/12/1990 – Domingo
ATLÉTICO-MG 0x0 CORINTHIANS
Local: Mineirão (Belo Horizonte-MG); Público: 62.551;
Árbitro: José Mocellin (RS); Cartões Amarelos: Éder,
De Mattos (ATL), Dinei, Jacenir e Marcelo Djian (COR)

SÃO PAULO 1×1 SANTOS
Local: Morumbi (São Paulo-SP); Público: 44.298;
Árbitro: Wilson Carlos dos Santos (RJ); Gols: Paulinho McLaren (SAN)
6′ do 1º; Eliel (SP) 37′ do 2º; Cartões Amarelos: Axel e Sérgio Manoel (SAN)

GRÊMIO 2×0 PALMEIRAS
Local: Olímpico (Porto Alegre-RS); Público: 36.005;
Árbitro: Joaquim Gregório dos Santos Filho (CE);
Gols: Vílson (GRE) 8′ do 1º; Nílson (GRE) 19′ do 2º;
Cartões Amarelos: João Marcelo, Maurício (GRE) e Abelardo (PAL).

BAHIA 3×2 BRAGANTINO
Local: Fonte Nova (Salvador-BA); Público: 38.649;
Árbitro: José Roberto Wright (RJ); Gols: Mazinho (BRA) 36′ do 1º;
Jorginho (BAH) 9′, Charles (BAH) 17′, Barbosa (BRA) 18′ e
Vágner Basílio 31′ do 2º; Cartão Amarelo: Barbosa (BRA).
.
SEMI FINAL
Jogos de Ida
05/12/1990 – Quarta-feira
SÃO PAULO 2×0 GRÊMIO
Local: Morumbi (São Paulo-SP); Público: 39.227;
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (MG); Gols: Raí (SP) 8′ e 19′ do 1º;
Cartões Amarelos: Ivan, Cafu (SP), Eugênio e Donizete (GRE);
Expulsões: Jandir (GRE) 40′ e Mário Tilico (SP) 42′ do 1º.

CORINTHIANS 2×1 BAHIA
Local: Pacaembu (São Paulo-SP); Público: 40.000;
Árbitro: Joaquim G. dos S. Filho (CE); Gols: Vágner Basílio (BAH) 2′ e
Paulo Rodrigues (BAH-contra) 12′ do 1º; Neto (COR) 25′ do 2º;
Cartões Amarelos: Márcio (COR), Gil, Jorginho, Maílson e Gléber (BAH)

Jogos de Volta
08/12/1990 – Sábado
GRÊMIO 1×0 SÃO PAULO
Local: Olímpico (Porto Alegre-RS); Público: não divulgado;
Árbitro: Wilson Carlos dos Santos (RJ); Gol: Maurício (GRE) 4′ do 2º;
Cartões Amarelos: Caio, João Antônio (GRE), Cafu e Alcindo (SP)

09/12/1990 – Domingo
BAHIA 0x0 CORINTHIANS
Local: Fonte Nova (Salvador-BA); Público: 64.958;
Árbitro: Renato Marsiglia (RS); Cartões Amarelos:
Vágner Basílio (BAH), Jacenir, Guinei, Paulo Sérgio e Márcio (COR)
.
FINAL
1º Jogo
13/12/1990 – Quinta-feira
SÃO PAULO 0x1 CORINTHIANS
Local: Morumbi (São Paulo-SP); Público: 85.463;
Árbitro: José Aparecido de Oliveira (SP); Gol: Wilson Mano 4′ do 1º;
Cartões Amarelos: Eliel, Alcindo, Ronaldo, Jacenir, Fabinho e Wilson Mano.
SÃO PAULO: Zetti, Cafu, Antonio Carlos, Ivan e Leonardo;
Flávio, Bernardo e Raí; Mário Tilico (Alcindo),
Eliel e Elivélton. Técnico: Telê Santana.
CORINTHIANS: Ronaldo, Giba, Marcelo Djian, Guinei e Jacenir;
Márcio (Ezequiel), Wilson Mano e Neto; Fabinho (Marcos Roberto),
Tupãzinho e Mauro. Técnico: Nelsinho Baptista.

2º Jogo
16/12/1990 – Domingo
CORINTHIANS 1×0 SÃO PAULO
Local: Morumbi (São Paulo-SP);
Público: 100.858; Árbitro: Edmundo Lima Filho (SP);
Gol: Tupãzinho 9′ do 2º; Cartões Amarelos: Jacenir,
Márcio e Flávio; Expulsões: Wilson Mano e Bernardo 15′ do 2º.
CORINTHIANS: Ronaldo, Giba, Marcelo Djian, Guinei e Jacenir;
Márcio, Wilson Mano e Neto (Ezequiel); Fabinho,
Tupãzinho e Mauro (Paulo Sérgio). Técnico: Nelsinho Baptista.
SÃO PAULO: Zetti, Cafu, Antonio Carlos, Ivan e Leonardo;
Flávio, Bernardo e Raí (Marcelo Conti); Mário Tilico
(Zé Teodoro), Eliel e Elivélton. Técnico: Telê Santana.
fonte:bolanaárea.com/brasileirão

A lenda argentina com o manto alviverde

A lenda argentina com o manto alviverde

Em janeiro de 1948, Boca Juniors e River Plate vieram a São Paulo, realizar amistosos contra as equipes da capital. O River chamou atenção especial do público e da imprensa, pois tratava-se de “La Máquina”, apelido dado à melhor equipe da história do futebol argentino.

Aqui estavam para jogar pelo times argentinos, entre outros:

José Manuel Moreno, considerado por muitos especialistas que o viram jogar, como o melhor jogador argentino de todos os tempos. Cinco vezes campeão nacional, marcou 179 gols, em 321 partidas.
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Angel Labruna, mais do que o craque, referência do River Plate, é considerado hoje, e já à época, uma verdadeira lenda do futebol Sulamericano.
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Alfredo Di Stefano, eleito pela Revista France Football como o melhor jogador da Europa de todos os tempos. Campeão Europeu de Clubes pelo Real Madrid em cinco oportunidades consecutivas; Campeão Mundial, jogou em três seleções nacionais; e é um dos cinco melhores jogadores da história do futebol, além de ter sido nomeado Presidente de Honra do Real Madrid.
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Aproveitando a estada dos argentinos em São Paulo, foi marcado uma espécie de tira-teima. Os dois grandes times argentinos contra o “Trio de Ferro”, expoente máximo do futebol paulista, ou seja, uma verdadeira Seleção Paulista, contra um combinado “Boca-River”, uma verdadeira Seleção Argentina.

A Seleção Paulista chegou ao Pacaembu preparada para jogar com uniforme todo branco, neutro, enquanto que do outro lado surgiu o impasse. Os jogadores do River se negavam a vestir a camisa do Boca, e vice-versa. A rivalidade impedia tal heresia. À última hora, por interferência do craque Palmeirense, mas Argentino de nascimento, Bóvio, os portenhos decidiram jogar com a camisa do Palmeiras.

Assim, em 21 de Janeiro de 1948, uma verdadeira Seleção Argentina, uma das melhores de sua história entrou no Pacaembu, vestindo o uniforme do Palmeiras, num momento histórico do futebol mundial.

É fato que, num certo momento da partida, o ataque com a camisa alviverde foi aquele que é considerado uma poesia para os apreciadores da velha guarda futebolística: BOYE, MORENO, DI STEFANO, LABRUNA e LOSTAU , além de NESTOR ROSSI na “meia cancha”, YACONO na defesa e o célebre CARRIZO no gol.

Di Stefano, então o melhor jogador do mundo, comandou o ataque com a camisa Palmeirense e ainda fez um gol. O resultado final da partida foi 1×1 e os jornais do dia seguinte comentaram o extraordinário espetáculo técnico acontecido no Pacaembu, na noite de 21 de janeiro de 1948.

Paulistas: Oberdan, Caieira (Renganeschi) e Noronha (Turcão); Rui, Zezé Procopio e Valdemar Fiume; Claudio Cristovão Pinho, Ieso Amalfi, Servilio, Canhotinho e Teixeirinha (Remo).

Argentinos: Diano (Carizzo), Maranti e Dezorzi; Yacono, Nestor Rossi (Castelar) e Ramos
Boye; Moreno (Corquera), Di Stefano (Sarlanga) , Labruna (Lostau) e Pin

Gols: Servilio e Di Stefano
Árbitro: Artur Janeiro
Arrecadação: cr$ 461.130,00
Local: Pacaembu

ACADEMIA DE HISTORIA PALESTRA PALMEIRAS
DEPTO. DE HISTÓRIA DO PALMEIRAS

Gritava a torcida do Boca Juniors: Tim, tim, tim, es gol de Valentim

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Paulinho Valentim (o terceiro agachado) no ataque da seleção brasileira “carioca”, em 1956. Segundo o leitor José Eustáquio Rodrigues Alves, de Patos Minas (MG), mais se parece um combinado América/Bangu, apesar da presença de Paulo Valentim que nunca jogou em nenhum desses clubes. Em pé: Nadinho (ex-goleiro do Bangu e Bahia), Rubens (ex-América do Rio e Esportiva de Guaratinguetá), Navarro (ex-Olaria e América do Rio), um jogador não identificado, Osvaldinho (ex-América do Rio e Sporting de Lisboa) e Nilton Santos (ex-Bangu). Agachados: Calazans (ex-Bangu, América do Rio e Fluminense), Hilton Porco (ex-América do Rio, Bangu e Guarani de Campinas), Paulo Valentim, um meia não identificado e Décio Esteves (ex-Bangu e Campo Grande).
Fonte: Milton Neves

CARRASCO DO FLUMINENSE
Além da costumeira rivalidade, os torcedores alvinegros têm outra boa razão para torcer contra o Fluminense. Um dos maiores artilheiros do Botafogo e eterno carrasco dos tricolores, o atacante Paulinho Valentim, também foi ídolo no Boca Juniors. Pelo Glorioso, o jogador ganhou fama por ter protagonizado a histórica goleada de 6 a 2 justamente em cima do Fluminense na final do Carioca de 1957, na conquista que quebrou um jejum botafoguense de títulos que já durava nove anos. Na ocasião, ele fez cinco gols, em sua atuação mais memorável com a camisa alvinegra.
No Boca, Paulinho também fez história. Apesar de nunca ter conseguido ser o artilheiro do Campeonato Argentino, ele foi o maior goleador do clube nas temporadas 61, 62 e 64. Além disso, o brasileiro ainda é o terceiro maior artilheiro do Superclássico, o eterno duelo entre Boca Juniors e River Plate, com 10 gols. Sua fama era tanta na Argentina que a torcida tinha um grito de guerra dedicado a ele:
“¡Tim, tim, tim! ¡Es gol de Valentim!”
Seu prestígio fora do campo era tão grande quanto na Bombonera, tanto que sua esposa, Hilda, era considerada a primeira-dama do Boca Juniors. Depois de encerrar sua carreira como jogador e ter passagens pelo São Paulo e futebol mexicano, Valentim ainda voltou a Buenos Aires para comandar juniores do clube. Ele morreu na Argentina, em 1984.
Jorge Lourenço jlourenco@jsports.com.br

Por algum tempo Paulinho jogou no São Paulo Futebol Clube
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Indo ao estádio com um radinho de pilha Spica ou Telefunken

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Saudades do Rio em que os jogos no Maracanã tinham, com freqüência, mais de 100 mil espectadores e não havia violência.

Onde ainda era possível as crianças, orgulhosas, irem ao estádio carregando suas bandeiras, ao lado pai.

Era o tempo do fusca que aparece ali à esquerda, do radinho de pilha Spica ou Telefunken, carregado sem temor pelo pai, do Conga e do “short” do menino.

Era o tempo do bom futebol, de Garrincha, Didi, Newton Santos (depois virou Nilton), Quarentinha, Zagalo, Sabará, Pinga, Almir, Delém, Paulinho, Belini, Valdo, Telê, Maurinho, Castilho, Pinheiro, Joel, Dida, Dequinha, Indio, Babá, Evaristo, Zózimo, Calazans, Alarcon, Canário e tantos outros.

Era o tempo em que os árbitros ainda eram “juízes”, tais como Mario Vianna, Gama Malcher, Eunápio de Queirós (o “Larápio de Queirós”), Amilcar Ferreira, Frederico Lopes.

Era o tempo em que a Suderj era a Adeg (Administração dos Estádios da Guanabara), em que o alto-falante a toda hora anunciava “a Adeg informa, no Pacaembu, gol do Santos (e após um pausa) …Pelé”, em que o cachorro-quente e o Chica-Bon faziam a alegria de todos.

Era o tempo de pegar o lotação Lins-Lagoa ou os ônibus Grajaú-Leblon ou Barão de Drumond-Leblon, de sonhar com a vitória do seu time, de ver quem ganharia o moto-rádio ou seria escalado na “seleção da rodada” (para ganhar um relógio Mondaine), de ler a coluna “Penalty” do Otelo Caçador.

Era o tempo da Charanga do Jaime, do talo de mamona do Ramalho, de ver a Dulce Rosalina comandar a torcida do Vasco e o Tarzan a do Botafogo, de espirrar com o pó-de-arroz lançado pelos tricolores.

Era o tempo de milhares de vagalumes na arquibancada (quando os fósforos eram riscados para acender os cigarros), da bola G-18 marron, do “garoto do placar”, da arquibancada de concreto áspero.

Era o tempo de ouvir o Valdir Amaral, o Doalcei Camargo, o Oduvaldo Cozzi, o Jorge Curi, o Orlando Batista, o Clóvis Filho.

Era um tempo bom.
Fonte: Fotolog Saudades do Rio