Arquivo do Autor: Gilberto Maluf

ZICO, Ponta-de-lança – Rio de Janeiro (RJ) 03.03.1953

Em uma pesquisa realizada (novembro de 2006) pelo jornal italiano La Repubblica, sobre os maiores jogadores brasileiros na Itália, Zico aparece em primeiro. A pesquisa apontou os dez brasileiros que mais marcaram o futebol do país, são eles: Zico, Falcão, Kaká, Careca, Júnior, Ronaldo, Cerezo, Aldair, Cafu e Emerson.

ZICO
Arthur Antunes Coimbra – Ponta-de-lança – Rio de Janeiro (RJ) 03.03.1953
Extrema habilidade, excelente visão de jogo, inteligência acima do comum e dribles espetaculares eram apenas algumas das características que formavam seu futebol de sonhos. Era um artilheiro nato e um gênio em cobranças de faltas.

Jogava no meio-campo avançado , mas chegava ao gol com grande qualidade parar marcar gols. Tinha classe, categoria e técnica que o fizeram um dos melhores e mais completos jogadores de futebol da história.

O apelido de Zico surgiu na infância, como uma corruptela de “Arthurzinho” e “Arthurzico”. Veio de uma família apaixonada por futebol e pelo Flamengo. Seu pai, seu Antunes, quase chegou a ser goleiro profissional. Dois de seus irmãos mais velhos, Antunes e Edu, foram jogadores profissionais destacados. Passaram para a história apenas como “irmãos de Zico”, injustamente. Era em Antunes que ele tinha sua maior influência e era seu principal modelo.
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Faltava nas aulas para acompanhar a jogos do irmão. Seu maior e único ídolo no futebol foi, entretanto, o atacante Dida, principal jogador do Flamengo durante toda sua infância. Começou no Flamengo aos 13 e tornou-se o maior jogador da história do clube. Estreou nos profissionais aos 18 anos e com o clube ganhou cinco títulos cariocas, quatro brasileiros, um sul-americano e um Mundial Interclubes. É o maior goleador da história do rubro-negro – superando seu ídolo Dida- com 508 gols em 731 jogos. Foi artilheiro em cinco campeonatos cariocas. Em toda sua carreira, marcou mais de 800 gols.

É, além de maior artilheiro da história do Flamengo, o maior artilheiro do Rio de Janeiro e do Maracanã. Era conhecido também como “Galinho de Quintino”, em referência ao bairro aonde morou em sua infância. Seu início no futebol foi muito difícil. Ninguém negava sua qualidade, mas era muito criticado por ser muito pequeno. Era franzino e fraco fisicamente, perdendo muitas jogadas por causa disso. Com a ajuda da direção do Flamengo, passou a fazer um tratamento para ganhar massa muscular. Tomava vitaminas e hormônios, fazia musculação diariamente e treinava mais que os outros garotos. O resultado foi que ficou mais forte fisicamente e pôde vencer no Flamengo e no futebol. Foi sem dúvidas o responsável pela projeção nacional e internacional do clube carioca e levava legiões de fãs aos estádios.

Faz parte da Seleção do Flamengo de todos os tempos e foi votado como um dos 10 maiores gênios do futebol brasileiro. Representa a vitória da dedicação, do esforço, do profissionalismo e do talento. Sempre foi totalmente dedicado à sua profissão e um exemplo de jogador. Aos 18 anos foi convocado para a Seleção Brasileira de Juniores e cinco anos mais tarde fazia sua estréia na profissional. Disputou as Copas de 78, 82 e 86. Ficou marcado por ter perdido um pênalti que podia ter dado a vitória ao Brasil contra a França, em 86, mas nunca se abalou com isso. Marcou 68 gols em 94 jogos pela Seleção, ficando atrás apenas de Pelé.
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Em 81 conquistou os dois maiores títulos da história do Flamengo: a Libertadores da América e o Mundial Interclubes, sendo o principal jogador do time. Em 83 foi negociado com o futebol italiano e jogou por quase dois anos na Udinese. Foi vice-artilheiro do campeonato italiano jogando por um clube mediano, atrás apenas de Platini, que jogou 6 partidas a mais defendendo a fortíssima Juventus. Entretanto, Zico foi eleito o melhor jogador da competição. Em 85 voltou ao Brasil e ao Flamengo e passou por um dos períodos mais difíceis em sua carreira.

Sofreu uma entrava violentíssima do lateral Márcio Nunes, do Bangu, que atingiu em cheio seu joelho esquerdo. Passou por várias operações e foi desacreditado por muitos, mas conseguiu voltar ao futebol. Encerrou a carreira em 90, jogando pelo Flamengo. No mesmo ano, assumiu a Secretaria Nacional dos Esportes, fazendo parte do governo Collor. Seu projeto mais famoso foi a “Lei Zico”, que criou vários dispositivos que mudaram o futebol brasileiro. No ano seguinte, voltou ao futebol, dessa vez para iniciar um ambicioso projeto no Japão. Tornou-se técnico e jogador do Sumimoto, que depois passaria a se chamar Kashima Antlers. Zico foi o principal responsável pela implantação do futebol no Japão e até hoje é um dos maiores ídolos do país. Encerrou definitivamente a carreira em 94, jogando pelo Kashima contra o Flamengo.

Voltou ao Brasil e fundou seu próprio clube, o CFZ Rio de Janeiro. Em 98 foi chamado a fazer parte da comissão técnica da Seleção Brasileira que ia a Copa do Mundo. Foi o diretor técnico da Seleção, que conquistou o vice-campeonato. Inspirou a toda uma geração nascida depois de 70, que tem em Zico seu maior ídolos.

DEPOIMENTOS E FRASES SOBRE ZICO
Vários jogadores brasileiros, como Raí e estrangeiros, como Roberto Baggio, afirmam terem tido em Zico sua maior fonte de inspiração e admiração. Escreveu uma autobiografia (Zico conta sua história) e foi motivo de inúmeros filmes, livros, documentários, análises, crônicas e homenagens. A torcida do Flamengo até hoje reverencia seu maior craque e espera que um dia ele possa se tornar presidente do clube.

“Como no Brasil nós gostamos de arrumar um culpado, essas coisas negativas marcam muito. Você faz 300 gols de pênalti, perde um e é esse que marca.”
(Zico, sobre o pênalti que perdeu em 86, contra a França)

“Louvemos o poeta Zico, que jogava futebol como se a bola fosse uma rosa entreaberta a seus pés.”
(Armando Nogueira, jornalista e escritor)

“Aquela armação de meio campo foi perfeita”
(Zico, sobre o quadrado mágico Falcão, Cerezo, Sócrates, Zico)

“Romário pensa que é o rei da cocada preta. O que esperar de um cara que se acha Deus?”
(Arthur Antunes Coimbra – Zico)

“Quando eu jogava de goleiro, não admitia sofrer gols de falta. Zico não iria fazer esses gols em mim.”
(Seu Antunes, pai de Zico)

“Zico é mais completo do que eu. Além de artilheiro, arma as jogadas, cria oportunidades para os companheiros, dá gols para todos eles. Ah, se eu tivesse a firmeza do chute de Zico, nem sei o que teria feito no futebol…”
(Dida, ex-jogador da Seleção Brasileira e maior artilheiro do Flamengo antes de Zico)

“Tenho dito e repetido que Zico é o maior jogador do mundo. Há os que negam, cegos pelo óbvio ululante. Mas, se a evidência quer dizer alguma coisa, não cabe dúvida, nem sofisma.”
(Nelson Rodrigues, jornalista, escritor e dramaturgo, sobre Zico)

“Ele mudou a história do clube. Existem dois Flamengos: antes e depois de Zico.”
(George Helal, ex-diretor do Flamengo, sobre Zico)

“Porém, meu adeus será colorido de gratidão por poder dizer de boca cheia, como tantos: Eu vi o Zico jogar.”
(Francisco Horta, ex-presidente do Fluminense, na despedida de Zico)

“Adeus, Zico. Nós, vascaínos, tricolores, botafoguenses, etc., dormiremos mais tranqüilos sabendo que uma falta cometida nas proximidades de nossa área não será tão perigosa assim. Que não teremos de enfrentar seus dribles, seus lançamentos, suas soluções inteligentíssimas para as jogadas mais difíceis, a sua movimentação que o levava, em frações de segundo, da intermediária à porta do gol e aos gritos de ‘Zico! Zico! Zico!’ quando você fazia uma das suas e chutava aquelas bolas que tocavam na rede e batiam em cheio em nossos corações. Em compensação, nós, que tanto amamos nossos clubes quanto o futebol, estaremos com as nossas tardes de domingo mais pobres. E aí, veja que ironia, teremos saudades de você.”
(Sérgio Cabral, escritor, jornalista e torcedor do Vasco, na despedida de Zico)

“O Zico é um jogador completo. Tem uma extraordinária visão de jogo, uma habilidade fantástica e um toque de bola que eu invejo.”
(Roberto Dinamite, ex-atacante da Seleção Brasileira)

“Zico é ao mesmo tempo sofisticado e simples, pois até seu drible mais espetacular ou o seu passe de maior efeito tem como objetivo único o caminho mais curto em direção ao gol. Zico consegue ser artilheiro sendo ao mesmo tempo um criador de jogadas e de gols para os companheiros.”
(Fernando Calazans, jornalista esportivo)

“Foi o maior exemplo de jogador para as gerações futuras.”
(Zagallo, ex-jogador e técnico da Seleção Brasileira, sobre Zico)

“Ao longo desses 100 anos sem a menor dúvida Zico foi a figura mais expressiva do mais importante e popular clube do país. Quem é rubro-negro sabe: ninguém deu mais alegrias a esta nação que Zico. Em termos de Flamengo todo mundo sabe: ZICO é princípio, meio e fim.”
(Kléber Leite, ex-radialista e ex-presidente do Flamengo)

“Eu pude ter uma casa com piscina, com conforto, tudo graças ao Zico, ao Flamengo…. Nunca tive oportunidade de agradecer, e hoje tenho: obrigado Zico, obrigado Flamengo.”
(Mozer, ex-jogador da Seleção Brasileira e do Flamengo)

“Depois de Pelé, Zico foi o maior.”
(Rummenigge, ex-jogador da Seleção Alemã)

“Eu tive o privilégio de participar do mesmo time que o Zico participou… Tudo que se fala do Zico, toda homenagem que é prestada a ele, é pouco pelo que ele merece.”
(Leandro, ex-jogador da Seleção Brasileira e do Flamengo)

“Gol é uma explosão de alegria, um desabafo de nossa alma, o resultado final de um árduo trabalho de aplicação.”
(Zico, ex-jogador da Seleção Brasileira e do Flamengo)

“Realmente na minha veia corre sangue vermelho e preto.”
(Zico, ex-jogador da Seleção Brasileira e do Flamengo, sobre seu amor pelo Fla)

“Gérson e Zico foram os maiores jogadores que o futebol carioca produziu depois dos anos 50. Olhando para um, vejo o Jair Rosa Pinto. Para outro, Zizinho.”
(Ademir de Menezes, ex-jogador da Seleção Brasileira)

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“Não quero saber por onde anda” – Jogadores do Corinthians

O GLOBOESPORTE.COM lançou a seção “Não quero saber por onde anda”, com alguns micos que fracassaram nos clubes brasileiros. Lembra daquele zagueiro que deu aquela entregada no jogo em que o seu time perdeu o título? Lembra daquele atacante que não acertava o gol mesmo sem goleiro? Lembra daquele volante que não passava dois jogos sem fazer um pênalti? E daquele outro, que adorava fazer gols…contra? Lembra? Não? Quer saber deles? Não!!!

Será este o espírito. Foram selecionados três candidatos, contando um pouco da carreira do jogador e das lambanças que ele aprontou. O vencedor da enquete, é claro, você não vai saber por onde anda…

NÃO QUERO SABER POR ONDE ANDA , Corinthians: Roger, Fininho ou Gustavo? Qual deles o corintiano faz questão de esquecer? Qual deles merece aquela frase “não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe”? Veja abaixo o perfil dos concorrentes e clique aqui para fazer a sua escolha.

ROGER – Em 2003, o lateral-esquerdo virou símbolo de mais uma eliminação da Libertadores. Na ocasião, o Timão, melhor campanha da fase de grupos, teve o River Plate (ARG) como adversário nas oitavas-de-final. A derrota de 2 a 1, em Buenos Aires, não desanimou os corintianos, que confiavam na virada na volta. Mas o Morumbi, com 66.666 torcedores, foi palco de um desastre que começou no primeiro tempo. Confuso, Roger obedeceu à risca aos gritos de “pega, pega” do técnico Geninho, deu entrada dura em D´Alessandro e recebeu cartão vermelho antes do intervalo. Com o placar empatado em 1 a 1, o Timão se descontrolou, tomou mais um gol, teve outro atleta expulso e foi eliminado.

FININHO – O lateral-esquerdo saiu do Corinthians para não deixar saudade. Depois de colecionar atuações desastrosas, seu ponto alto – ou melhor, baixo – foi numa partida em que o Timão venceu o Sampaio Correa por 3 a 0, no Pacaembu, em confronto válido pela segunda fase da Copa do Brasil de 2005. Mesmo com a vitória do Corinthians, Fininho abusou. Ao ser substituído por Coelho, o ala deixou o campo vaiado pela torcida. Irritado, respondeu aos torcedores com gestos obscenos. Mesmo fora de campo, foi expulso pelo árbitro.

GUSTAVO – Talvez um dos últimos grandes micos do Parque São Jorge. O zagueiro, que chegou a ser campeão brasileiro pelo Atlético Paranaense em 2001, não deixará saudade no Corinthians. Alto e lento, Gustavo foi muito mais xingado que elogiado pelos corintianos. O defensor até chegou a fazer gols, mas fazia a favor e contra, como ocorreu no empate de 1 a 1 com o Pirambu, na primeira fase da Copa do Brasil deste ano: em quatro minutos, ele abriu o placar – para o adversário – e depois empatou.

0 SITE APRESENTOU A PERGUNTA:QUAL DESSES JOGADORES VOCÊ FAZ QUESTÃO DE ESQUECER? VOTE AQUI!

Qual ex-jogador do Timão você não quer saber por onde anda? Após colocar o código no quadrinho apresentado, vejam a votação dos internautas:
O lateral-esquerdo Roger: aquele do “pega, pega, pega…” na eliminação da Libertadores-2003;
25.4%
O também lateral-esquerdo Fininho: aquele que, após uma série de trapalhadas, fez gestos obscenos à torcida;
32.83%
O zagueiro Gustavo: aquele que, na última Copa do Brasil, fez um gol a favor e um outro diante do Pirambu.
41.77%

Um pouco de Nelson Rodrigues no futebol

Nelson criou as personagens, imagens e expressões mais perenes. Por exemplo: o “Sobrenatural de Almeida”, responsável pelo inexplicável no futebol; a “grã-fina de narinas de cadáver”, que, em pleno Maracanã, costumava indagar “quem é a bola?”; o ceguinho tricolor, seu álter-ego; o óbvio ululante; a burrice do vídeo-teipe e dos intelectuais, verdadeiros “idiotas da objetividade” e seres incapazes de cobrar um mísero lateral e muitos outros.

Nelson Rodrigues escreveu para a Manchete Esportiva no período de 1955 a 1959. com o título de ‘O Berro Impresso nas Manchetes’.
Como seriam os comentários de Nelson Rodrigues nos dias de hoje? Será que falaria que estava escrito há 5000 anos nas estrelas a derrota do Flu para a LDU? A falta de encanto do nosso atual futebol faria um Nelson amargurado em seus comentários.

Em algumas crônicas o autor tratava das origens do Flamengo, louvando a raça da camisa rubro-negra. Falava que chegaria o dia em que o Flamengo não precisaria de técnicos, jogadores e técnicos. A sua camisa seria uma bastilha inexpugnável. É nestes momentos que vemos que Nelson conseguia ser simplesmente escritor.

Vamos ser objetivos: Se fosse um boleiro, Nelson Rodrigues certamente cruzaria uma bola para a grande área e jamais a retrocederia como faz alguns de nossos atuais jogadores. Jamais se perderia em firulas desnecessárias. Seria decisivo como a simplicidade do gol de barriga de Renato, dando um título carioca ao Fluminense.

ALGUMAS FRASES ANTOLÓGICAS DE NELSON RODRIGUES

Não há bola no mundo que seja indiferente a Zizinho.

A humilhação de 50, jamais cicatrizada, ainda pinga sangue. Todo escrete tem sua fera. Naquela ocasião, a fera estava do outro lado e chamava-se Obdulio Varela.

Djalma Santos põe, no seu arremesso lateral, toda a paixão de um Cristo negro.

Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos.

Um jogador rigorosamente brasileiro, brasileiro da cabeça aos sapatos. Tinha a fantasia, a improvisação, a molecagem, a sensualidade do nosso craque típico.

Não me venham falar em Di Stéfano, em Puskas, em Sivori, em Suárez. Eis a singela e casta verdade: não chegam aos pés de Pelé. Quando muito, podem engraxar-lhe os sapatos, escovar-lhe o manto.

Um time que tem Pelé é tricampeão nato e hereditário.

O futebol é passional porque é jogado pelo pobre ser humano.

Um Garrincha transcende todos os padrões de julgamento. Estou certo de que o próprio Juízo Final há de sentir-se incompetente para opinar sobre o nosso Mané.

Eu digo: não há no Brasil, não há no mundo ninguém tão terno, ninguém tão passarinho como o Mané.

Associação Atlética Santo Amaro, de Pernambuco, um dos piores times do mundo.

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Fundado em 1 de janeiro de 1950 com o nome de Associação Atlética das Vovozinhas só disputou jogos e torneios amadores até 1965. Em 1966 o clube se profissionalizou para disputar campeonato pernambucano, onde se destacava pelas péssimas campanhas, alternando com o Íbis Sport Club.

Folclore à parte, disputou com o famoso Íbis o rótulo de pior time do mundo por muitos anos. Em 1994, sem dinheiro para manter o elenco profissional, os diretores do Santo Amaro o venderam para uma rede de drogarias denominada Casa Caiada.

O Santo Amaro é lembrado até hoje por uma partida em especial. No dia 07 de abril de 1976, perdeu para o Sport por 14 a 0, com 10 gols de Dadá Maravilha. Com essa marca, o atacante, junto com Tará, do Náutico e Caio, do CSA de Alagoas, tornou-se o maior artilheiro do futebol brasileiro em apenas uma partida.

No entanto, cabe dizer que essa não foi a maior goleada sofrida pelo Santo Amaro. Em 09 de março de 1969, o time havia sido humilhado pelo Santa Cruz por incontestáveis 15 a 2.

O único momento em que o time realmente deu alegrias para a sua torcida ocorreu em 1981, quando chegou ao vice-campeonato da Taça de Bronze, então a terceira divisão do Campeonato Brasileiro. A decisão foi contra o Olaria, do Rio de Janeiro, treinado pelo saudoso Duque.
SÚMULAS:
No dia 25 de abril, no Estádio Marechal Hermes (Rio de Janeiro), o Santo Amaro perdeu por 4 a 0 para o Olaria, com gols de Chiquinho (13′), Zé Ica (59′) e Leandro duas vezes (68′ e 70′). O árbitro da partida foi o baiano Nei Andrade Maia, e os times entraram com a seguinte escalação – OLARIA: Hilton, Paulo Ramos, Pino, Marcos e Gilmar (Edvaldo), Ricardo, Lulinha e Leandro; Chiquinho, Sérgio Luís (Aurê) e Zé Ica. Técnico: Duque. SANTO AMARO: Pimenta, Lula, Figueiroa, Moacir e Zuza; Rubem Salim, Luís Carlos e Valtinho; Savinho, Fabinho e Eliel. Técnico: Rubem Salem. O jogador Zé Ica, do Olaria, foi expulso.

Na partida de volta, dia 1 de maio, o Santo Amaro venceu por 1 a 0 no Estádio Arruda, com gol de Derivaldo aos 80 minutos de jogo. O árbitro da partida foi o cearense José Leandro Serpa e os times entraram com a seguinte escalação – SANTO AMARO: Pimenta, Lula, Moacir, Figueiroa e Zuza; Eliel, Betuca (Rubem Salim) e Luis Carlos, Savinho, Fabinho e Birino (Derivaldo). Técnico: Rubem Salem. OLARIA: Hilton, Paulo Ramos, Salvador, Mauro e Gilcimar, Ricardo, Lulinha e Orlando; Chiquinho, Aurê (Nunes) e Leandro (Serginho). Técnico: Duque.

Em 1994 seus dirigentes venderam a equipe para uma rede de drogarias chamada Casa Caiada, pois o clube não tinha mais condições de se manter no profissionalismo e passou a ser denominado Recife Futebol Clube e transferiu sua sede para a cidade de Goiana. Hoje é conhecido como Manchete Futebol Clube do Recife, desde 2004.

Por Marcelo Rozenberg
por Wikipedia

As dez maiores tragédias em estádios de futebol

1 PERU X ARGENTINA
LIMA (PERU)
TORNEIO PRÉ-OLÍMPICO
318 MORTOS E MAIS DE 500 FERIDOS
1964
A Argentina ganhava por 1 a 0 quando o juiz resolveu anular um gol do Peru, o que despertou a ira dos 54 mil torcedores que superlotavam o Estádio Nacional de Lima. Pedras e garrafas voavam no campo enquanto torcedores invadiam o gramado. A polícia interveio e milhares de torcedores correram para as saídas do estádio. Com os portões trancados, centenas de pessoas foram esmagadas

2 HEARTS OF OAK X KUMASI ASHANTI KOTOKO
ACCRA (GANA)
CAMPEONATO GANÊS
126 MORTOS E 90 FERIDOS
2001
O pau comeu entre os torcedores dos times de maior rivalidade no futebol ganês. A polícia tentou conter a briga com bombas de gás lacrimogêneo e os torcedores que tentaram escapar da confusão encontraram todas as saídas de emergência trancadas. Briga + saídas bloqueadas = tragédia.

3 NOTTINGHAM FOREST X LIVERPOOL
SHEFFIELD (INGLATERRA)
COPA DA INGLATERRA
96 MORTOS E MAIS DE 200 FERIDOS
1989
O jogo valia pela semifinal e o estádio de Hillsborough estava superlotado. Cerca de 5 mil torcedores sem ingresso forçaram a entrada no estádio até que a polícia abriu os portões. A turba avançou, esmagando quem já ocupava as arquibancadas. A tragédia só não foi maior porque alguns torcedores conseguiram pular para dentro do campo
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4 MUKTIJODHA X JANAKPUR
KATMANDU (NEPAL)
AMISTOSO
93 MORTOS E MAIS DE 100 FERIDOS
1988
Jogo de futebol no Nepal entre um time local e outro de Bangladesh terminou em show de horrores. Tudo ia bem até começar uma chuva de granizo. A multidão correu para se proteger e dezenas de pessoas foram pisoteadas e esmagadas contra os portões

5 GUATEMALA X COSTA RICA
CIDADE DA GUATEMALA (GUATEMALA)
ELIMINATÓRIAS DA COPA DO MUNDO
84 MORTOS E MAIS DE 150 FERIDOS
1996
Cerca de 60 mil ingressos foram vendidos, embora o Estádio Mateo Flores não suporte mais de 45 mil espectadores. Antes de a bola rolar, uma avalanche de gente acabou espremida no alambrado.
O presidente do país, presente no estádio, suspendeu a partida na hora e a Fifa interditou o estádio por dois anos

6 RIVER PLATE X COSTA RICA
BUENOS AIRES (ARGENTINA)
CAMPEONATO ARGENTINO
74 MORTOS E MAIS DE 150 FERIDOS
1968
O clássico mais tradicional da Argentina nunca é muito tranqüilo. Mas, dessa vez, a torcida exagerou, armando um incêndio a partir de uma pilha de papéis picados. O fogo assustou os torcedores, que correram em direção às saídas do estádio. No corre-corre muita gente caiu, foi pisoteada ou esmagada contra os portões.

7 SPARTAL MOSCOU x HAARLEM
MOSCOU (RÚSSIA)
COPA DA UEFA
66 MORTOS (MAS 340 EXTRA-OFICIALMENTE) E 100 FERIDOS
1982
O Spartak precisava de três gols de vantagem, mas vencia por 1 a 0. A torcida já ia embora quando saiu o segundo gol. Muita gente voltou para ver o fim do jogo, gerando tumulto e dezenas de torcedores espremidos .

8 CELTIC x ANGERS
GLASGOW (ESCÓCIA)
CAMPEONATO ESCOCÊS
66 MORTOS E 100 FERIDOS
1971
O Celtic abriu o placar faltando um minuto para o final. Mas, já nos acréscimos,
o Rangers surpreendentemente empatou. A festa foi tão intensa que uma escadaria cedeu, fazendo uma pilha de torcedores cair

9 LINCOLN X BRADFORD
RADFORD (INGLATERRA)
CAMPEONATO INGLÊS (3ª DIVISÃO)
56 MORTOS E 200 FERIDOS
1985
A torcida do Bradford festejava o título – conquistado na rodada anterior – quando um incêndio tomou conta das arquibancadas de madeira. Os torcedores tentaram escapar pelos portões do estádio, mas muitos nem chegaram lá

10 ZAMALEK X DUKLA PRAGA
CAIRO (EGITO)
AMISTOSO
49 MORTOS E 50 FERIDOS
1974
O jogo não valia nada, mas a torcida compareceu em massa: o estádio, que tinha capacidade para 40 mil pessoas, teve que suportar 80 mil! A estrutura não resistiu e parte das arquibancadas desabou

A seguir vem Heysel
1985 – Bélgica
39 mortes e 35 feridos, no Estádio de Heysel Park, em Bruxelas

Conforme revista mundo estranho da abril.

Crônica sobre as 289 partidas invictas do Recreativo Maria Zelia

Aconteceu no ano de 1967. O Recreativo Maria Zélia não perdia desde 1962, estava com uma invencibilidade de duzentas e oitenta e nove partidas, faltavam onze para completar trezentas. Uma festa começava a ser preparada, visando a comemoração das trezentas partidas invictas, fato, acho, inédito, no futebol.
Era um domingo, Maria Zélia recebeu a visita do Clube Atlético Carrão, um simpático clube, clube amigo, Maria Zélia lhe era muito grato, Carrão colaborou bastante num festival beneficente, Maria Zélia nunca esqueceu disso.
Pertencia ao Clube Atlético Carrão o centro-avante Cláudio, ex-São Paulo, ex-Prudentina, que jogava, e era peça importante, no ataque do Fluminense F.C. do Rio de Janeiro, centro-avante titular.
Poupado que fora pelo Fluminense naquele final de semana, submetera-se a um tratamento, como o Tricolor das Laranjeiras não tinha jogo importante naquele final de semana deu-lhe folga, poupou-o do jogo daquele domingo, no próximo o jogo seria de maior importância e melhor seria ele estar em perfeitas condições.
Cláudio veio passar o fim de semana em São Paulo. No domingo ele veio com o pessoal do Clube Atlético Carrão no campo do Maria Zélia. Ao encontrar João Marchioni, com quem jogara nos tempos de São Paulo, este fora um grande zagueiro central, jogou também no Palmeiras, mas um problema no joelho fez com que parasse com o futebol profissional, os dois conversaram animadamente um bom tempo, boa parte do jogo do segundo quadro, partida preliminar, até quase a mesma terminar. Ao saber que a defesa do Maria Zélia era composta por craques, que sabia jogar, jogava e deixava jogar, não abusava do jogo violento, Cláudio, fominha de bola como todo boleiro, resolveu jogar, fome de bola de boleiros não é fácil, às vezes é pior do que vício de um fumante inverterado. Veio o jogo principal e Cláudio entrou em campo com a camisa nove do Clube Atlético Carrão.
Foi um grande jogo, dois grandes times em campo. Maria Zélia nunca ficou inferiorizado no marcador. Fez 1×0, o Carrão empatou, o primeiro tempo terminou 1×1. Iniciado o segundo tempo, jogo bem disputado, Nilton de Almeida assinalou o segundo tento do Maria Zélia, era outro cracaço de bola, não se compreende, até hoje, como não vingou num grande clube, conhecia mesmo, do jogo da bola, sabia lidar com a redonda, notável craque. Continuava o jogo disputado, num ataque do Carrão, Marcílio, extraordinário goleiro do Maria Zélia, praticou sensacional intervenção que mereceu aplausos das duas torcidas. Infelizmente, porém, para o Maria Zélia, ao arremessar a bola para frente com as mãos esta foi na direção do meia esquerda do Carrão que, ao amortecer no peito, dominou e jogou-a por cobertura, com muita categoria, Marcílio ainda fora do gol, esta foi para a rede, empate 2×2. Coisas que acontecem no futebol, principalmente, quando se conta com grandes goleiros, Marcílio era um goleiraço também, pegava barbaridade, conhecia maravilhosamente a posição.
Jogo continuava bem disputado. Faltando, aproximadamente, entre dez e quinze minutos para terminar, Claudionor Martins, outro cracaço de bola, nesse jogo estava de lateral esquerdo, ao tentar fintar o ponteiro do Carrão, perdeu a bola e cometeu falta, lance difícil de acontecer, bola nos pés de Cláudio, como assim era chamado Claudionor, podia-se dizer que era garantida, raramente ele perdia, tinha muita categoria, era, inclusive um coringa, se adaptava, jogava em várias posições, quarto zagueiro, lateral, médio volante, meia armador, jogador notável, craque mesmo.
Cobrada a falta, bola lançada para a área do Maria Zélia, Cláudio, centro-avante do Carrão, saltando com Marcílio, resvala de cabeça e a bola vai mansamente para o fundo do gol, Carrão 3×2.
Começava a grande preocupação na gente do Maria Zélia. Jogo difícil, bem disputado, placar desfavorável, tempo passando. Time do Maria Zélia foi valente, lutou bravamente até o final. Faltando, aproximadamente, cinco minutos para o término da partida, houve uma falta favorável ao Maria Zélia, em cima da risca da área, quase dentro, lance que poderia, perfeitamente, principalmente na várzea, time com grande série invicta, final de jogo, ser marcada penalidade máxima. Mas não foi o que aconteceu, a falta foi marcada e não o pênalti. Aumentava a tensão na notável Praça de Esportes do Maria Zélia, a primeira, na nossa gloriosa várzea, a ter campo de futebol iluminado em São Paulo. O tempo ia passando, se esgotando. Esgotado o tempo regulamentar, houve os descontos normais, não foi esticado o tempo, esgotados estes, José Cornelli, que fazia parte da Diretoria do Maria Zélia, trilou o seu apito, encerrando a partida, Clube Atlético Carrão 3 x Clube Atlético e Recreativo Maria Zélia 2! Triste domingo para a Vila Maria Zélia, para o bairro do Belenzinho, Maria Zélia perdia sua longa invencibilidade, duzentas e oitenta e nove partidas invictas, faltavam onze para completar trezentas. Clube Atlético Carrão, o autor da grande proeza. A própria turma do Carrão não acreditava no que via. Até seus jogadores e torcedores ficaram tristes na hora. Foram embora, despedindo-se do pessoal do Maria Zélia como numa despedida de pêsames num enterro à família enlutada. Não foi fácil, série invicta de duzentas e oitenta e nove partidas, faltando onze para trezentas, recorde no futebol, quebrada. Muito choro na Vila Maria Zélia, domingo marcante, muita tristeza, realmente, faltavam onze para a festa das trezentas, muita gente sonhava com ela. Armando de Almeida, técnico do Maria Zélia, o conhecido Tostão, chorava e bastante, afinal, ele que sonhava que sob seu comando seria a conquista das trezentas, viu a série parar nas duzentas e oitenta e nove.
Mas, fazer o que? Aconteceu, coisas do futebol, obra do destino, Fluminense poupou o seu centro avante titular, Cláudio, este veio do Rio, encontrou seu amigo João Marchioni, este disse-lhe que poderia jogar sem problema, não correria qualquer risco, entrou em campo, fez o gol que pôs fim a grande série invicta do Maria Zélia, duzentas e oitenta e nove partidas.
Pequenas coisas de um grande futebol, mais um nobre capítulo na história da gloriosa várzea paulistana, grande celeiro de craques.
Artigo do historiador Pedro Luiz Boscato . A foto do time do Maria Zelia é também autoria do Pedro .[img:Time_do_Maria_Zelia_final_dos_anos_50.jpg,resized,vazio]

Masopust – um dos 120 melhores jogadores ainda vivos da história divulgada pela Fifa e por Pelé em 2004.

Estava ouvindo o programa da rádio Globo, Enquanto a Bola não Rola, que vai das 12h as 14h todos os domingos. Ouvi Gerson falando sobre o craque Masopust e me chamou atenção seu comentário que repasso:
” Ele ( Masopust ) era tão craque que driblou eu e o Didi na mesma jogada. Foi em um jogo amistoso em que ele estava jogando pela seleção do país dele”.
JOSEF MASOPUST
Josef Masopust nasceu em Most na Checoslováquia no dia 9 de Fevereiro de 1931.
Um dos melhores médios mundiais teve como clubes o Banik Mostar, Teplice, Dukla Praga e Royal Molenbek (Bélgica).
De 1954 a 66, titular indiscutível da Checoslováquia.
Vencedor de oito campeonatos nacionais, três Taças e ganhador da Bola de Ouro de 1962 como melhor jogador da Europa.
Grande técnica, fino estilo da escola da Europa Central.
Jogava em todo o campo.
Defendia e atacava.
Bom driblador, ótimos passes e grandes faculdades físicas, disciplinado e genial. Vestiu 87 vezes a camisa da Seleção e marcou dez gols.
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Ao marcar os festejos do Jubileu da UEFA, foi pedido a cada associação nacional que nomeasse o seu mais notável jogador dos últimos 50 anos. A República Checa optou por Josef Masopust.
Por Ladislav Josef
MEMÓRIAS DE MASOPUST
A eleição de Pavel Nedved para melhor jogador da Europa em 2003 lembrou a muitos checos a figura de Josef Masopust, o único jogador checo que até então conseguira vencer tal troféu, decorria o ano de 1962.

Qualidades partilhadas
A comparação entre jogadores que brilharam em épocas diferentes pode ser injusta mas muitos dos que viram Masopust e Nedved em ação concordam que ambos partilham de uma admirável robustez física, capacidade quase infalível de passe e força mental de pegarem no jogo e levarem as suas equipas à vitória.

Dukla como destino
Noutra época, o feito de Masopust teria sido imensamente festejado (até mais do que o feito de Nedved) e a Bola de Ouro teria sido a rampa de lançamento para o médio rumar a outras paragens mas o regime comunista que imperava na Checoslováquia obrigou Masopust a jogar durante 16 épocas no FC Dukla Praha, antes de se mudar aos 37 anos para os belgas do R. Crossing Club Molenbeek. Apesar de nunca ter atuado num dos grandes campeonatos europeus, Masopust não deixou de representar as seleções da FIFA e da UEFA , jogando ao lado de Alfredo di Stéfano, Raymond Kopa ou Francisco Gento.

Títulos e mais títulos
Contudo, ainda antes de pisar os grandes palcos, como Wembley, Masopust foi obrigado a batalhar. Nascido a 9 de Fevereiro de 1931 como o quarto de seis irmãos, Josef desde cedo se interessou pelo futebol, começando a jogar pelo Baník Most, onde deu nas vistas. Ninguém ficou, por isso, admirado que aos 19 anos, Masopust assinasse pelo FK Teplice para jogar como médio-esquerdo, o que lhe proporcionou a sua primeira experiência ao mais alto nível. Em 1952 transferir-se-ia para o Dukla Praga, fruto das boas exibições realizadas. O Dukla era o melhor clube da Checoslováquia e o palco ideal para Masopust espalhar a sua magia, agora como médio-centro. O resultado saldou-se em oito campeonatos ganhos ao serviço da sua equpe.

Espinha-dorsal da seleção
O Dukla brilhou igualmente na Europa, chegando às meias finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1966/67. Tal feito não espantou ninguém até porque era na equipa de Praga que residia a espinha-dorsal da seleção checa que atingira a final do Mundial de 1962.
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Um sonho chamado Mundial
Ao serviço da seleção nacional, Masopust não deixou de brilhar nas 63 ocasiões em que foi internacional. Estreou frente à Hungria, em 1954, participou no Mundial de 1958 e no Europeu de 1960, ajudando a sua equipa a chegar ao terceiro lugar. Contudo, foi no Mundial realizado no Chile que Masopust quase levou a Checoslováquia ao título. “Tal como todos os jogadores , sempre tive o sonho de jogar e marcar num Mundial”, contou um dia. Tal sonho concretizou-se no dia 17 de Junho de 1962, quando Masopust colocou a sua equipe a vencer aos 16 minutos, diante do Brasil, na grande final realizada em Santiago.

Bola de Ouro
Apesar do Brasil ter dado a volta ao resultado, vencendo na final por 3-1, Masopust viu muito mais do que um sonho concretizado quando, no regresso a Praga, foi recebido como herói nacional. Meses depois conquistou a Bola de Ouro, minutos antes do Dukla receber o Benfica, em jogo das quartas de final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. “Nem houve cerimônia. Eusébio apertou-me as mãos, felicitando-me, eu guardei o troféu no meu saco e no final do jogo voltei para casa de ônibus elétrico, lembrou.

“Slalom à Masopust”
Considerado um verdadeiro nº10 pela sua capacidade de passe, Masopust era igualmente um marcador de grandes gols. Apesar de não ser um velocista, conseguia sempre driblar os adversários e rematar com perigo à baliza. “Podia fintar para a direita e depois para a esquerda porque conseguia controlar a bola com os dois pés”, conta o ex-internacional. “Slalom à Masopust” foi um termo que ficou célebre na altura e que servia para definir a típica jogada com que o checo deliciava as assistências.
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Glória como treinador
Quando foi finalmente jogar para o estrangeiro, em 1968, ajudou o Molenbeek a subir à primeira divisão belga, como jogador-treinador. A sua carreira como técnico continuou, ao serviço do inevitável Dukla, mas a grande conquista a partir do banco deu-se ao serviço do Zbrojovka Brno, em 1978, quando venceu o campeonato nacional. Mais tarde, nos anos 80, conduziu a seleção nacional da Checoslováquia, antes de ir trabalhar para a Indonésia.

“Nada resta”
Masopust nasceu em Strimice, uma aldeia do Norte da Bohemia que foi posteriormente demolida para dar lugar a uma mina de carvão. O Dukla Praga teve semelhante destino, passando a chamar-se FC Príbram no início dos anos 90 e deixando de jogar no famoso Estádio Juliska, até porque a Checoslováquia deixou de existir enquanto país desde 1993. “Nada resta dos meus dias”, concluiu Masopust. Nada, com a exceção da Bola de Ouro que está exposta numa das prateleiras do seu modesto apartamento em Praga.

O Palestra Itália inaugurou o estádio do Pacaembu

Manchete do sisudo jornal o Estado de São Paulo= Inaugurado o Estádio Municipal do Pacaembu, O Estado de São Paulo, 28/04/1940, p.7. Assim era descrito o evento:

Um acontecimento sem precedentes na historia dos esportes do Paiz marcou, hontem, a inauguração official do majestoso Estadio Municipal do Pacaembú, o mais moderno e completo de todo o continente sul-americano. Dizemos que um acontecimento sem precedentes na historia dos nossos esportes marcou aquella inauguração, pois de facto nunca houve uma festa esportiva que tivesse tido um cunho official de tamanha projecção, interessando tão de perto o que de mais representativo possue o Estado de S. Paulo.
O mundo official estava representado pelas mais altas autoridades civis e militares. Na tribuna de honra, via-se o sr. Getulio Vargas, presidente da Republica, dr. Adhemar de Barros, Benedicto Valladares, Amaral Peixoto, interventores federaes em S. Paulo, Minas Geraes e Estado do Rio, respectivamente; general Mauricio Cardoso, commandante da 2a Região Militar; D. José Gaspar de Affonseca e Silva, arcebispo metropolitano; Prestes Maia e Hernrique Dodsworth, prefeitos municipaes de S. Paulo e do Districto Federal: exmas. Sras. D. Leonor Mendes de Barros e Alzira Vargas do Amaral Peixoto além de outros vultos de destaque da administração do paiz.
As acomodações destinadas ao publico encheram-se completamente, podendo-se calcular a assistencia em mais de 50.000 pessoas.
DESFILE DE INAUGURAÇÃO
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Terminava a cerimônia e começaria, no dia seguinte, as disputas esportivas, ainda como parte da longa programação dos festejos de inauguração do Estádio do Pacaembu. No campo de futebol do estádio, até a pouco utilizada para os atletas que haviam desfilado, foi palco de duas partidas de futebol: Palestra Itália — vice-campeão do campeonato de São Paulo de 1940 — contra o Coritiba F. C., este, campeão do Paraná.
INGRESSO DA CERIMÔNIA DE ABERTURA
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Essa partida apenas tinha a função de complemento para a festa realizada. Porém, o Estádio do Pacaembu, efetivamente, vai ser referência por causa do futebol. Ao mesmo tempo, para esse esporte, o novo estádio representou um importante marco. O futebol, já um esporte muito popular, crescerá em prestígio e em atenção dos torcedores. O futebol em São Paulo passou a viver um momento muito especial da sua trajetória. E isso graças não apenas ao novo estádio, mas também pelos reflexos da Copa de 38 e, um pouco mais tarde, pela chegada a São Paulo do jogador carioca Leônidas da Silva, considerado o grande jogador do selecionado brasileiro de futebol na Copa disputada na França e o melhor atleta desse esporte naquele momento. Para o futebol, sem dúvida, o surgimento do Estádio do Pacaembu significou um importante divisor de águas. É possível falar do futebol em São Paulo antes do Pacaembu e com ele.
Foi no dia 20 de setembro de 1942, em um jogo contra o São Paulo valendo o titulo paulista, que surgiu a Sociedade Esportiva Palmeiras. A estréia com o novo nome – o Palestra Itália foi obrigado a desaparecer porque a Itália estava em guerra contra os aliados – aconteceu no Pacaembu. O Palmeiras venceu por 3×1.

http://www.efdeportes.com/efd10/estad2.htm