Arquivo do Autor: Gilberto Maluf

A origem da camisa do Atlético de Madri

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escudo do Atletico de Madri
O Atlético de Madrid estava fadado a ter uma camisa listrada vermelha e branca. Faz parte da origem do clube. Fundado por estudantes bascos que moravam em Madri, o clube de Manzanares surgiu com o objetivo de ser uma filial madrilena do Athletic Bilbao. Assim, camisa e nome eram iguais.

A relação com o clube bilbaíno nunca foi além da intenção dos fundadores, pois a tal filiação jamais teve efeito prático e o clube de Madri ganhou vida própria rapidamente. Ainda assim, sempre manteve as cores (a nacionalização do nome veio posteriormente). Tanto que os dois clubes têm em comum o apelido “rojiblancos”. No entanto, a alcunha mais conhecida do Atlético é outra. E também uma ligada à camisa do clube.

Na primeira metade do século passado, era comum os colchões mais populares na Europa terem revestimento listrado em preto e branco, azul e branco ou vermelho e branco. No caso desses últimos, a relação de cores e o desenho lembrava a camisa do Atlético de Madrid. Dada a origem operária da maior parte dos torcedores atléticos na época, não demorou para a semelhança virar apelido. Assim nasciam os “colchoneros”.

Em 2005, o clube ameaçou mudar a camisa, adotando uma dividida ao meio. Era feia e a torcida chiou pela quebra de tradição. A diretoria e a Nike seguraram por uma temporada, mas, no ano seguinte, o time realmente saiu do tradicional listrado. Uma extravagância até discreta perto de algumas camisas reservas que a equipa já teve, incluindo uma com desenho de aranha na barriga (o patrocinador do clube era a empresa responsável por distribuir o filme Homem-Aranha na Espanha).

Em geral, é raro o Atlético ter uma camisa bonita. Não pelo desenho, que é bonito (basta ver como é legal a camisa retro do clube). Mas os fabricantes que trabalham com o clube não acertaram a mão nos últimos anos. A exceção foi em 2004. De resto, são listras de espessura variável, presença de uma quarta cor (considerando que o azul do calção é aceito em detalhes) e outros elementos de gosto duvidoso.
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camisa tradicional do Atletico de Madri
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camisa atual do Atletico de Madri
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camisa que a torcida não gostou.
fonte: Ubiratan Leal

CRÔNICA DE UMA PAIXÃO BANGUENSE

E lá se vão 65 de idade! Neles, durante eles, algumas paixões, que sem paixão não há como se viver. Uma delas, não sei se a maior mas certamente a mais duradoura: o Bangu.

Era o ano de1951, logo após a Copa do Mundo (que não acompanhei, a não ser por rumores), quando tive minha atenção voltada para o futebol. Filho de portuguesa, talvez tivesse me tornado torcedor cruzmaltino, não fossem aquelas férias em Conservatória, aquele grupo de pessoas em torno do rádio do hotel, os comentários sobre uma decisão invulgar de campeonato: de um lado, o consagrado tricolor das Laranjeiras, de Didi, Castilho, Pinheiro, Tele, Carlyle e tantos outros; de outro, David contra Golias, um time que parecia não contar com muita torcida entre os presentes, mas de quem se falava com respeito, um time pequeno que se tornara grande pela força do magistral Zizinho, o maior craque da Copa de 50. Sem saber direito por que, meu sentimento tendeu para o mais fraco – como tenderiam todos os meus sentimentos a partir daí – e nasceu a paixão. O Bangu perdeu os dois jogos da melhor de três – dizem que, no primeiro jogo, pela brutal atitude de Didi ao quebrar a perna de Mendonça -, mas incorporou-se à minha vida de forma definitiva.

De lá pra cá, muita coisa aconteceu, comigo, com o país, com o futebol. Os mais fracos continuaram mais fracos, as covardias dos mais fortes mantiveram-se presentes, mas eu sempre via no Bangu e no sentimento que nutria por esse clube uma marca da minha própria visão do mundo.

Fui feliz. Pude presenciar o Bangu dos anos 60, um time de músicos orquestrados pelo inolvidável Tim, o time do Parada, do Bianchini, do Mateus, do Paulo Borges, que não chegou a ser campeão – novamente o Fluminense… -, mas que ditava cátedra nos campos de futebol carioca. O Bangu do Zózimo, estrela de ébano, a classe tornada zagueiro. Pude assistir a memoráveis jogos em que o time de Moça Bonita desfilava talento no Maracanã. Esse time não foi campeão, mas deixou preparado o caminho para 1966. Fui feliz, eu estava lá…com Cabralzinho, Paulo Borges, Aladim, Ocimar, Jaime, Mário Tito, Ubirajara, tantos outros…3 x 0 , o jogo que não acabou, porque, se acabasse, se teria transformado na maior das humilhações rubro-negras na história do Mário Filho.

Fui feliz pela presença do Castor, que acompanhei dividido, misto de torcedor admirador e cidadão não tanto, mas inevitavelmente deslumbrado por sua ousadia no meio dos grandes, única forma de fazer valer méritos que nem sempre o futebol concede a quem não tem poder.

Vi grandes equipes. A de 1985, esplendor e tragédia bangüense, com o divino Marinho e o injustamente estigmatizado Ado. Um time apoteótico, um Maracanã de simpatizantes. Estive lá. Ri, gritei, chorei, chorei demais… Mas a isso levam as verdadeiras paixões. Estive lá também no título conferido ao Fluminense (sempre o Fluminense…) pelo parcialíssimo Wright, o único que não viu o abraço no Cláudio Adão, talvez em troca de outros abraços tricolores que viriam…

Vi o ocaso do time. Acompanhei de longe suas derrotas sem glória, sua história desprezada por quantos não o souberam conduzir. E sofri, porque a tanto levam as paixões verdadeiras.

Um companheiro diário: o site Bangu.net, trazendo de volta tantos momentos vividos, mantendo acesas tênues luzes de esperança, fazendo e refazendo a história.

Voltei a Bangu no dia do jogo com o Olaria. Era véspera de uma cirurgia séria por que teria que passar. Senti que teria que estar lá. Não poderia estar na final. Levar meu filho comigo foi emoção indescritível. Rever o estadinho, conviver com pessoas irmanadas pelo mesmo amor naqueles 90 minutos, coisa sem preço. Fui feliz, muito.

Feita a cirurgia, afastados os fantasmas, ainda pude ouvir pelo rádio os dois a zero da volta à primeira divisão.

E agora aqui estou. Lá se vão 57 anos de paixão, mas, aqui, o mesmo entusiasmo, a mesma sensação de garoto, de rapaz, homem maduro que me foi acompanhando nos campos do futebol alvi-rubro.

Quem sabe que alegrias ainda me reservará o Bangu? Não importam as poucas perspectiva, as difíceis probabilidades. Estou feliz pela simples existência delas. Estou feliz porque o Bangu está de volta.

Texto: Rodolpho Motta Lima
www.bangu.net/

Crônica de uma rivalidade

Em 01/07/1990 jogaram Inglaterra x Camarões pela Copa do Mundo, e a Inglaterra venceu na prorrogação po 1 x 0 o time de Roger Milla. Placar final de 3 x 2, num sensacional jogo de futebol.
Mas neste dia, eu e mais 8.752 loucos fomos ver Corinthians 0 x Mogi-Mirim 0.
A única coisa boa deste jogo foi que o Corinthians levou a Taça dos Invictos, totalizando 24 jogos sem perder no campeonato paulista. Como o jogo foi ruim demais, no intervalo pensei: o que é que eu estou fazendo aqui, a Copa de Mundo está rolando solta….mas neste dia vi Laercio Rossi, corintiano fanático também no Morumbi com sua esposa. Existe uma passagem dele que ficou na história.

O sogro do Laercio era seu Sebastião, palmeirense fanático. Laercio trabalhava no Metrô de SP . Depois de uma vitória do Corinthians contra o Palmeiras, ele ligava toda hora para a empresa do seu Sebastião falando um monte, que o time ganhou e o dele perdeu, aquilo que a gente imagina. Tanto enchia que seu Sebastião não o atendia mais. Então ele pedia para a secretária do setor ligar falando que era outra pessoa e aí ele entrava na conversa e falava: Seu Sebastião, sou eu e ria, ria. E fazia assim também com seus cunhados, filhos do seu Sebastião.Mas……o mundo dá voltas.
E aconteceu uma derrota do Corinthians para o Palmeiras. O Laercio pegou sua esposa e falou: – Vamos sumir daqui e voltar só lá para meia-noite, e eles vão se ferrar, não vão achar a gente.Então, lá pela meia-noite, entraram com carro na rua, olharam para ver se tinha alguém em frente a casa, ninguém à vista, embicaram o carro para junto ao portão.

De repente, três carros acionaram os faróis em direção ao Laercio e seu carro, desceram todos dos três carros e começaram a gritar: PALMEIRAS! PALMEIRAS! PALMEIRAS!Imagino que até para quem está lendo a surpresa foi grande.Hoje Laercio não trabalha mais no Metrô, a última notícia que tive dele é que abrira um comercio de compra/venda de automóveis.

Texto de Gilberto Maluf

Maracanã 1976 – Os paulistas estão chegando

Em dezembro , completam-se 32 anos de um dos mais marcantes momentos da história do futebol brasileiro, a invasão corinthiana no estádio do Maracanã, em 1976, na partida semifinal entre Corinthians e Fluminense pelo Campeonato Brasileiro.

A equipe paulista amargava um jejum de 22 anos sem títulos e os paulistas resolveram apoiar a equipe em massa. Mais de 146 mil pagantes para acompanhar a partida que marcou época por um simples detalhe: mais de 70 mil deles eram corinthianos. O placar foi 1-1 e o Corinthians se classificou para a final nos pênaltis. Os gols, no tempo normal, foram de Carlos Alberto Pintinho, para o Fluminense e de Ruço, para o alvinegro. Nos pênaltis, Tobias defendeu as cobranças de Rodrigues Neto e Carlos Alberto Torres.

Sobre a memorável partida, Nelson Rodrigues, torcedor fanático do Tricolor das Laranjeiras, afirmou: “Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do Timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela. Ali, chegavam os corintianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta. A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado com tamanha euforia. Um turista que por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: – O Rio é uma cidade ocupada. Os corintianos passavam a toda hora e em toda parte”.

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Tratou-se de um imenso deslocamento de torcedores entre São Paulo e Rio de Janeiro. Setenta mil corinthianos assistiram, no estádio do Maracanã, a partida entre o Fluminense Futebol Clube e o Sport Club Corinthians Paulista, válida pelas semifinais do Campeonato Brasileiro de 1976 e à que atendeu um público de 146 mil pessoas. Nem na história do futebol brasileiro nem na do mundial, não se conhece outro evento esportivo com tamanho deslocamento humano.

O fascínio demonstrado pela imprensa paulista associava-se à perplexidade dos cariocas. O que seria a invasão? O que era a torcida do Corinthians? E paulista sabe fazer festa? Eram as preocupações dos veículos de comunicação cariocas em compreender o que estava acontecendo.

Apesar da Ponte Aérea, paulistanos e cariocas tinham, aparentemente, universos distantes. Ainda havia a forte idéia da descontração carioca por causa das praias e da cidade como um todo e São Paulo como um espaço essencialmente relacionado ao trabalho. Paulista trabalha, carioca desfruta dos prazeres da vida.

Quando as notícias sobre as movimentações da torcida do Corinthians começam a chegar ao Rio, as primeiras impressões foram delineadas. Tratava-se de uma dupla descoberta em que paulistas conheciam cariocas e vice-versa. A consciência de uma grande presença corinthiana no Rio apareceu rapidamente nas páginas dos jornais cariocas.

No entanto, o clima de euforia assumido pela imprensa foi quebrado por um artigo publicado pelo Jornal do Brasil, no qual o jornalista José Nêumanne Pinto apresenta e analisa o “fenômeno Corinthians”. A tese do jornalista é a de que a torcida do Corinthians estava ressentida por causa dos 22 anos sem títulos – fato que a tornou motivo de piada para os outros torcedores de São Paulo e, além disso, por conta de uma conjuntura favorável, a imprensa de São Paulo estava adotando o Corinthians como mais uma mercadoria e sucedendo nesse investimento. Rádio, jornal, revista e televisão entraram na onda corinthiana.

Se a presença da massa de torcedores corinthianos assustava parte dos cariocas, também as notícias que continuavam a chegar de São Paulo surpreendiam. Matérias com títulos sugestivos, como “Corinthiano só trabalha na terça-feira”, eram veiculadas o tempo todo na mídia.

Depois de uma semana de muita expectativa, veio o jogo. Parte das previsões se cumpriram. Provavelmente, se não fosse pela maciça presença da torcida corinthiana pelas terras cariocas, o evento não chamaria tanta atenção. Apesar de ser um jogo decisivo, a ocasião ficou, em grande parte, comprometida pela forte chuva. A decisão por pênaltis trouxe mais emoção à disputa, mas, de fato, não foi uma grande partida de futebol. Valeu, dessa maneira, mais pela presença dos torcedores.

Como não poderia deixar de ser, os jornais de segunda-feira foram invadidos: cada parte do jornal, fosse esporte ou não, falava do jogo e dos corinthianos. O Rio sentiu a invasão. Assim como já estava ocorrendo com os periódicos de São Paulo, o Corinthians e a sua torcida saíram das páginas esportivas e migraram para todas as outras seções.

Além disso, a participação da torcida e a concretização da “Invasão” só trouxeram dividendos para os que estavam no poder. A presença oportunista de dirigentes políticos da ditadura militar tentando tirar proveitos da euforia corinthiana não pode, porém, ser apresentada de forma absoluta. Os torcedores partiram para a ‘subversão da ordem’ – forma como gostavam de qualificar os generais de plantão – como, por exemplo, com o gasto de milhões de litros de combustíveis, enquanto o governo apresentava planos de racionamento.

No entanto, era mais do que isso: era também a subversão do prazer. A rigor, não havia nada de produtivo na invasão corinthiana. Muito pelo contrário, uma vez que muitos deixariam de trabalhar para acompanhar o Corinthians na capital fluminense. Um grande número de empresas de regiões industriais de São Paulo e do ABC paulista disponibilizaram transporte para os seus funcionários, em uma atitude de patronato que pode ser lida como mais um mecanismo de controle sobre os trabalhadores.

Em uma tentativa de contextualizar historicamente o acontecimento, é possível perguntar se não houve, a partir daquele momento de sociabilidade entre os torcedores a partir do futebol, uma maior possibilidade de organização para as lutas sindicais e trabalhistas. Ou seja, os mesmos trabalhadores que estiveram lado a lado para torcer e lutar por um sucesso corinthiano não poderiam estender esses laços para a luta pela democracia?

Pode-se notar que há também um ato de forte simbolismo presente nas manifestações de rua como o espaço público urbano voltando a ser ocupado. Ainda não era uma ocupação política – que pode ser compreendida como a luta pelo fim da ditadura militar –, mas mesmo que para torcer pelo Corinthians, saindo com seus carros buzinando pelas ruas da cidade, as ruas voltavam a ser ocupadas. Não eram mais as manifestações populares anteriores ao AI-5: era o povo que voltava a tomar de volta o ambiente que sempre fora seu.

É comum na história do Corinthians a convocação de especialistas no campo das humanidades para tentar desvendar pela ciência o que significa essa massa de apaixonados-torcedores. Por isso, vale destacar a conclusão apontada pelo sociólogo Sérgio Miceli, já que ainda era mais fácil tratar o futebol como um eficiente mecanismo de alienação popular. Na memória da intelectualidade ainda estava muito presente o uso político que a ditadura militar tinha feito – e continuava a fazer – do esporte mais popular do país.

“A esta altura, o Corinthians é menos um time do que uma militância, menos uma torcida desinteressante do que uma organização embrionária de anseios populares. Seria mesmo ocioso listar as inúmeras expressões com que os Gaviões se dispõem a “acordar a burguesia”. Sabem muito bem que estão embaixo, do lado do alambrado, nas gerais, têm consciência de que a segmentação da própria torcida corinthiana se inscreve num processo de luta interno e externo ao clube, envolvendo cartolas, técnicos, conselheiros”. (Sérgio Miceli, Os que sabem muito bem que estão embaixo, Jornal do Brasil, Caderno B, 13/12/1976, p. 1.)

Plínio Labriola Negreiros
Wander Luiz

É fogo! É gol!

Em 25 de outubro de 1992 jogaram Corinthians x Santos no Morumbi. Paulo Sérgio fez 1 x 0 para o Corinthians aos 30 do primeiro tempo. Guga empatou aos 32 do primeiro tempo e virou no primeiro minuto do segundo tempo. O jogo terminaria 3 x 1 para o Santos, com mais um gol de Guga.
Segue a narração do terceiro gol, com a fórmula inesquecível do saudoso Fiori Gigliotti da Rádio Bandeirantes:

” Corre então Almir, recupera para o time da Vila, dá para Índio, Índio
arrumou, vai levantar, balão subindo, descendo, bola ficou para Guga,
fechou, deixou para Cilinho, cruzou pra boca do gol, bola bateu, correu,
ficou pra Guga ( ouve-se no fundo o início da comemoração da torcida ), de
semibicicleta, é fogo! É gol!
Goooooooooooooool Guga! Outra vez Guga! De novo o Santos! Faz uma festa
incrível, delirante, a torcida da Vila, numa confusão criada pela troca de
bolas, num ataque alucinante do Alvinegro da Vila, com Cilinho e Guga
infernizando o miolo da defesa corintiana. A bola foi defendida
parcialmente, mas de repente o Guga, quase que caído no terreno, numa meia
bicicleta, castiga Ronaldo que vinha, acerta um pouco a bola, acerta o
poste direito também, fica caído mas estremece o lado de lá do Morumbi com
a festa da torcida da Vila! O teeeempo paaaassa: 19 minutos do segundo
tempo de jogo, torcida brasileira! Entre os dois alvinegros, ganha o da
Vila: Santos, 3 , Corinthians, 1 , Pinheiro!
Pinheiro Neto, repórter de campo, descreve de novo a jogada, acrescentando
que a bola bateu no jogador Henrique do Corinthians, antes de sobrar para
Guga.

BIOGRAFIA
Fiori Gigliotti (Barra Bonita, 27 de setembro de 1928 — São Paulo, 8 de junho de 2006) foi um radialista e locutor esportivo brasileiro.

Em sua longa carreira, Fiori Gigliotti narrou partidas de dez Copas do Mundo de futebol, mas sempre dizia que o maior jogo a qual assistiu foi o disputado entre Santos e Benfica, na final da Copa Intercontinetal de 1962. Em declaração recente, contou um entrevero que teve com o técnico Telê Santana na Copa do Mundo de 1982. Fiori teria cobrado o treinador pelo fato dele estar fazendo muitas concessões aos jogadores, com muitas saídas com a família e pouco treino. Telê teria respondido que o locutor já estava velho.

Celebrizou frases como “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”, “E o tempo passa…” (quando uma equipe precisava fazer um gol), “Agüenta coração!”, “Crepúsculo de jogo” e “Torcida brasileira”.

Recebeu mais de duzentos títulos de cidadão honorário, principalmente pelo interior de São Paulo. Trabalhou como locutor desde 1947 nas rádios: Rádio Clube de Lins (SP), Rádio Bandeirantes, Rádio Panamericana, Rádio Tupi e Rádio Record. Atualmente estava trabalhando como comentarista na Rádio Capital, de São Paulo.

No fim de 2005 recebeu a “Medalha da Ordem Nacional do Mérito Futebolístico” da Federação Paulista de Futebol, ocasião em que disse: “Eu confesso que hoje vivo um momento de muita emoção. É daqueles momentos de rara felicidade que nos fazem ter alegria de viver”.

Fiori escolheu a véspera de uma Copa do Mundo para dizer adeus ao futebol, ao rádio e aos milhares de torcedores que se acostumaram a ouvir suas transmissões sempre carregadas de emoção.

Na partida de estréia da Copa do Mundo de 2006, em homenagem ao “mestre Fiori”, um dia após sua morte, Galvão Bueno iniciou a transmissão, pela TV Globo, com a inesquecível frase do grande Fiori, “abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”.

A narração foi extraída do livro A Bola no Ar com início do texto de
Gilberto Maluf
Biografia de Wikipedia

Seleção da Rodada da década de 70

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Reprodução de página de jornal mostra a seleção de uma rodada de um Campeonato Paulista da década de 1970. Na foto vemos Geninho, Nelsinho, Klein, Araújo e Isidoro; agachados estão Marinho, Pedro Rocha, Antonio Carlos, Toninho, Serginho e Edu.
Destes, Geninho, Nelsinho Batista, Pedro Rocha e Serginho Chulapa viraram técnicos de futebol.

Toninho II (ex-ponta-esquerda do São Paulo)

TONINHO II

Toninho II, o Antonio Pedro de Jesus, ponta-esquerda do São Paulo entre 1968 e 72, mora hoje em Neves Paulista (SP), onde nasceu no dia 26 de julho de 1947.

Desde os juvenis no Tricolor do Morumbi, Toninho virou “Toninho II” quando o São Paulo contratou Toninho Guerreiro junto ao Santos FC, em 1969. À época, Toninho II foi emprestado ao Paulista de Jundiaí ao lado do saudoso Benê, já falecido.

Bicampeãopaulista pelo São Paulo FC em 1970 e 71, ele jogou 57 vezes no time titular do Tricolor, fazendo um gol em 26 vitórias, 17 empates e 14 derrotas. Em Neves Paulista hoje Toninho II é professor de Educação Física.
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Tricolor antes de partida no Morumbi. Em pé estão Jurandir, Sérgio, Arlindo, Gilberto, Édson Cegonha e Forlan; agachados vemos Terto, Teodoro, Toninho Guerreiro, Gérson e Toninho II.

Entre 1970/1972 época que Toninho II jogou no São Paulo, eu morava em frente a casa dele na avenida Jabaquara, em São Paulo, altura do número 1300. O pai do Toninho II era farmaceutico, seu comércio ficava na frente da casa dele.
Um dos momentos de maior glória do Toninho foi em jogo pela Libertadores de 1972, em jogo no Morumbi contra o Barcelona do Equador, com empate por 1 x 1, gol de Toninho II.
Lembro-me que seu pai, orgulhoso, mostrou a manchete da capa de A Gazeta Esportiva.

Neste ano, a título de curiosidade, quem ganhou a Libertadores foi o Independiente de Buenos Aires, cognominado rei de Copas.

Foto e quantidade de jogos,de Milton Neves
Texto de Gilberto Maluf

Chuteira rosa é moda na Europa, mas brasileiros resistem à novidade

Cor ainda é vista como tabu pelos jogadores que atuam no Brasil, mas chuteira rosa faz sucesso entre os jogadores da Europa, que já aderiram à novidade

Antes considerado tabu entre os homens e totalmente ligado ao universo feminino, o rosa está cada vez mais presente nos campos de futebol da Europa. Camisas de clubes e chuteiras têm sido usadas por equipes e jogadores do continente, que já deixaram o antigo significado atribuído à cor para trás. No Brasil, no entanto, ainda predominam os tradicionalistas, que encaram a novidade como extravagante demais.

ROSA GANHA GRAMADOS EUROPEUS

Detalhe da chuteira de Franck Ribery; cor chama a atenção e é sucesso entre atletas
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O zagueiro Materazzi e o atacante Amauri aderiram à moda e são adeptos da chuteira
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A chuteira de Arshavin constrasta bastante com a preta e branca do ‘mascote’ italiano
A moda da chuteira rosa, lançada por uma gigante do ramo de material esportivo, já é comum nos gramados europeus. Os garotos-propaganda desfilam com a cor ‘excêntrica’ pelos estádios e chamam atenção, exatamente a intenção da empresa. Porém, a opção ainda parece estar longe da preferência dos jogadores que atuam no Brasil.

A escolha moderna não seduz o capitão do Flamengo, Fábio Luciano. O zagueiro ressalta não ter preconceito, mas revela que não usaria uma chuteira rosa. “É uma opção de cada um. O jogador utiliza a chuteira de sua preferência, porém eu não usaria. Também acredito que não há preconceito. Além disso, pode ser que esses jogadores utilizem a chuteira por conta de um contrato”, lembra.

Com cara de mau dentro de campo e adorado pela torcida do Internacional pelo seu estilo ‘brigador’, Guiñazu também descarta usar chuteira rosa. “Cada um tem que jogar com o que se sente melhor. É uma escolha muito pessoal e tem que ser respeitada. O ideal é que tenha as cores do clube e, graças a Deus, nunca usei uma chuteira cor de rosa”, comenta o argentino.

Entre os atletas do Palmeiras, a cor também não é das mais populares. Denílson cogitou usar, mas depois da derrota para o Flamengo por 5 a 2 pelo Campeonato Brasileiro, preferiu desistir da idéia. “Achei a chuteira muito bonita e pretendo usá-la dia 26 [jogo beneficiente contra o time do Narciso]. Agora não é o momento de usá-la”, justificou.

Questionado sobre o tema, o atacante Kléber confirmou que gosta de usar chuteiras que combinem com o uniforme. Entretanto, ele nega a possibilidade de mudar para uma cor de rosa.

Algumas iniciativas na Europa reforçam ainda mais o uso da cor. O Palermo usa o rosa em seu uniforme principal, o que já é tradição antiga no clube. O Bordeaux, da França, é outra equipe que leva a cor em sua camisa. Os brasileiros que atuam no Velho Continente também já aderiram à moda. O lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid, testou o modelo, assim como o atacante Amauri, da Juventus.

Exceção à regra no país, Guilherme, atacante do Cruzeiro, diz que não veria problemas em calçar uma chuteira rosa, caso recebesse os modelos. Patrocinado pela empresa que lançou a novidade, o jogador, que já usou calçados nas cores preta, branca, verde, azul, vermelha e amarela durante a temporada, confirma que encararia a chance sem preconceitos.

“Basta a Nike me mandar a chuteira que eu jogo. Não tenho certeza se todos sabem, mas sou patrocinado pela empresa. Não tenho diferencial com cor de chuteira, a que chegar eu estou jogando. Usaria sem problemas”, completa o atacante, de 20 anos.

Pelé.Net