É fogo! É gol!

Em 25 de outubro de 1992 jogaram Corinthians x Santos no Morumbi. Paulo Sérgio fez 1 x 0 para o Corinthians aos 30 do primeiro tempo. Guga empatou aos 32 do primeiro tempo e virou no primeiro minuto do segundo tempo. O jogo terminaria 3 x 1 para o Santos, com mais um gol de Guga.
Segue a narração do terceiro gol, com a fórmula inesquecível do saudoso Fiori Gigliotti da Rádio Bandeirantes:

” Corre então Almir, recupera para o time da Vila, dá para Índio, Índio
arrumou, vai levantar, balão subindo, descendo, bola ficou para Guga,
fechou, deixou para Cilinho, cruzou pra boca do gol, bola bateu, correu,
ficou pra Guga ( ouve-se no fundo o início da comemoração da torcida ), de
semibicicleta, é fogo! É gol!
Goooooooooooooool Guga! Outra vez Guga! De novo o Santos! Faz uma festa
incrível, delirante, a torcida da Vila, numa confusão criada pela troca de
bolas, num ataque alucinante do Alvinegro da Vila, com Cilinho e Guga
infernizando o miolo da defesa corintiana. A bola foi defendida
parcialmente, mas de repente o Guga, quase que caído no terreno, numa meia
bicicleta, castiga Ronaldo que vinha, acerta um pouco a bola, acerta o
poste direito também, fica caído mas estremece o lado de lá do Morumbi com
a festa da torcida da Vila! O teeeempo paaaassa: 19 minutos do segundo
tempo de jogo, torcida brasileira! Entre os dois alvinegros, ganha o da
Vila: Santos, 3 , Corinthians, 1 , Pinheiro!
Pinheiro Neto, repórter de campo, descreve de novo a jogada, acrescentando
que a bola bateu no jogador Henrique do Corinthians, antes de sobrar para
Guga.

BIOGRAFIA
Fiori Gigliotti (Barra Bonita, 27 de setembro de 1928 — São Paulo, 8 de junho de 2006) foi um radialista e locutor esportivo brasileiro.

Em sua longa carreira, Fiori Gigliotti narrou partidas de dez Copas do Mundo de futebol, mas sempre dizia que o maior jogo a qual assistiu foi o disputado entre Santos e Benfica, na final da Copa Intercontinetal de 1962. Em declaração recente, contou um entrevero que teve com o técnico Telê Santana na Copa do Mundo de 1982. Fiori teria cobrado o treinador pelo fato dele estar fazendo muitas concessões aos jogadores, com muitas saídas com a família e pouco treino. Telê teria respondido que o locutor já estava velho.

Celebrizou frases como “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”, “E o tempo passa…” (quando uma equipe precisava fazer um gol), “Agüenta coração!”, “Crepúsculo de jogo” e “Torcida brasileira”.

Recebeu mais de duzentos títulos de cidadão honorário, principalmente pelo interior de São Paulo. Trabalhou como locutor desde 1947 nas rádios: Rádio Clube de Lins (SP), Rádio Bandeirantes, Rádio Panamericana, Rádio Tupi e Rádio Record. Atualmente estava trabalhando como comentarista na Rádio Capital, de São Paulo.

No fim de 2005 recebeu a “Medalha da Ordem Nacional do Mérito Futebolístico” da Federação Paulista de Futebol, ocasião em que disse: “Eu confesso que hoje vivo um momento de muita emoção. É daqueles momentos de rara felicidade que nos fazem ter alegria de viver”.

Fiori escolheu a véspera de uma Copa do Mundo para dizer adeus ao futebol, ao rádio e aos milhares de torcedores que se acostumaram a ouvir suas transmissões sempre carregadas de emoção.

Na partida de estréia da Copa do Mundo de 2006, em homenagem ao “mestre Fiori”, um dia após sua morte, Galvão Bueno iniciou a transmissão, pela TV Globo, com a inesquecível frase do grande Fiori, “abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”.

A narração foi extraída do livro A Bola no Ar com início do texto de
Gilberto Maluf
Biografia de Wikipedia

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