A FRANÇA TEVE O SEU MARACANAZO EM 1993! E EM DOSE DUPLA.

O que pode ser pior para uma nação apaixonada pelo futebol! Perder uma final de Copa do Mundo em casa e jogando por um empate como o Brasil em 1950 contra o Uruguai! Ou ser eliminada do Mundial jogando em casa e tendo duas oportunidades e precisando apenas de uma vitória simples ou dois empates para se classificar para a Copa do Mundo. Pois é aconteceu com um de nossos mais ferrenhos rivais dos últimos anos! A França em 1993, isso mesmo Les Blues ficaram fora de duas Copas seguidas as de 1990 e 1994, depois de dois excelentes mundiais em 82 e 86 quando chegou em quarto e terceiro lugares e comandados por Michel Platini o bom time ainda tinha Tigana, Girese e Amoros, ter ganho uma Eurocopa e a medalha de ouro nas Olimpiadas de Los Angeles a França sentiu o peso da aposentadoria de Platini em 1987 e acabou eliminada da Copa de 1990 por Iuguslávia e Escócia.

Para as eliminatórias para o mundial de 1994 nos EUA a França tinha além de Papin remanescente de 86 e seu goleador, e mais Eric Cantona que fazia sucesso no Manchester United, David Ginola do New Castle, e Deschamps, Blanc, Desailly e Djorkaeff numa boa safra de novos e talentosos jogadores.

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Ginola e Papin

Outro motivo para o otimismo francês era a relativa facilidade do grupo, que, apesar de não contar com nenhum “saco de pancadas” notório, deixava a vaga acessível (lembrando que os dois primeiros iriam aos Estados Unidos). Suécia e Áustria tentavam se reconstruir após uma decepcionante campanha na Copa da Itália, em que ambas seleções entraram como forças de respeito e nem passaram da primeira fase. Os suecos até mostraram evolução na Eurocopa que sediaram em 1992, chegando às semifinais. Os austríacos estavam em clara decadência, chegando a perder na estréia internacional das Ilhas Faroe. Quem também poderia complicar a trajetória francesa era a Bulgária, que tinha uma nova geração de talento, liderada por Stoitchkov e Balakov. De resto, Finlândia e Israel, em tese, só dificultariam quando atuassem em casa.

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Cantona contra Israel

De fato logo no inicio uma goleada fora de casa sobre Israel por 4 a 0 aumentram a euforia dos franceses, mesmo com uma derrota em Sófia para a Bulgária por 2 a 0 a França liderava o grupo 6 ao lado da Suécia,
entre os quatro candidatos à classificação, o fato de jogar vinha sendo decisivo. Até que a França começou a se destacar ao vencer a Áustria em Viena (1 x 0). Os austríacos ainda caíram diante da Finlândia e ficavam virtualmente fora da briga. Em seguida, a Bulgária empatou em casa com Israel e também parecia ficar para trás. Em uma partida que seria importante na definição do primeiro colocado da chave, a França arrancou um bom empate com a Suécia em Estocolmo (1 x 1).

Tudo parecia sob controle. A duas rodadas do final, os franceses estavam com 13 pontos (na época, a vitória valia duas unidades) e teriam apenas partidas em casa. A Suécia estava com 12 e também não teria dificuldades em manter sua posição. A Bulgária, com 10, ainda tinha esperanças. Áustria (6), Finlândia (3) e Israel (2) estavam fora.

No dia 10/10/1993 a França entre em campo para jogar contra Israel no Estádio Parc des Princes diante de mais de 30.000 pessoas os Les Bleus favoritissimos jogaram com três atacantes escalos pelo técnico Gerard Houllier, Papin, Ginola e Cantona. Nem o susto provocado pelo gol de Ronen Harazi atrapalhou. Tanto que, no intervalo, Sauzée e Ginola já haviam colocado os franceses em vantagem. O resultado parecia controlado até que Berkovitch empatou em um chute despretensioso que enganou o goleiro Lama (grande frangueiro) e empatou o jogo, a igualdade não daria a vaga à França, que buscou recuperar a vantagem. Em um contra-ataque, aos 48 minutos do segundo tempo, a defesa dos anfitriões falhou e Israel virou surpreendentemente com um gol de Atar, a derrota abalou as estruturas os israelenses lanternas do grupo e goleados em Tel Aviv por 4 a 0 fizeram um estrago, bastava uma vitória e o passaporte estaria carimbado, neste mesmo dia a Bulgária vence a Austria por 4 a 1, mais mesmo assim a França só depende de um simples empate no mesmo Parc des Princes e a volta a Copa estava garantida, no dia 13/10/1993, a Suécia bate a Finlândia por 3 a 2 e garante vaga, são 21:00 hrs em Paris as equipes de França e Bulgária entram em campo, 48.402 franceses lotam o chamosos estádio da capital francesa, A derrota em casa de virada foi um duro golpe, mas a situação dos gauleses ainda era confortável. Bastava um empate no Parc des Princes com a Bulgária para ficar em segundo lugar. Franceses e búlgaros fizeram um jogo nervoso. Aos 32 minutos, Deschamps cruzou, Papin ajeitou de cabeça para o voleio certeiro de Cantona. No entanto o gol não chegou a dar a tranquilidade necessária para a França, o empate búlgaro veio apenas 5 minutos depois, com Kostadinov e mantendo a tensão.

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O carrasco dos francês Kostadinov

No segundo tempo a Bulgária tentava a virada, mas a França era eficiente no controle do adversário e até teve chances de fazer o segundo gol. Quando o jogo parecia decidido, Ginola fez um lançamento errado. A defesa búlgara recuperou a bola e, no desespero, chutou para o campo francês. A bola viajou e encontrou o atacante Kostadinov pela direita. Mesmo com ângulo reduzido, o atacante arrematou de primeira, surpreendendo o goleiro Lama. Eram 46 minutos do segundo tempo e os bleus não tinham mais como evitar a segunda eliminação consecutiva de Copa do Mundo ainda nas Eliminatórias. E, dessa vez, por causa de dois resultados inesperados em casa.

Os franceses estavam pasmos sem acreditar no que vinham, dois jogos em casa contra adversários nada tradicionais e o time sofreu dois vexames inacreditaveis, ao final do drama festa dos bulgáros e nas numeradas um torcedor exibe uma faixa ” France aussi excepté du mondial de 1998″ou seja França também fora do mundial de 1998 que já se sabia que seria realizado em território francês.

Fichas Técnicas:

França 2×3 Israel
Eliminatórias da Copa de 1994
Local: Estádio Parc des Princes (Paris-FRA)
Público: 30.000
Árbitro: Alan Snoody (Irlanda do Norte)
França: Lama; Desailly, Roche (Lizarazu) e Blanc; Petit, Deschamps, Le Guen e Sauzée; Papin, Cantona e Ginola (Djorkaeff). T: Gerard Houllier

Israel: Ginzburg; Halfon (Schwartz), Alon Harazi, Klinger e Glam; Hazan, Atar, Levy e Nimni (Berkovitch); Ronen Harazi e Rosenthal

Gols: Ronen Harazi (21/1º), Sauzée (29/1º), Ginola (39/1º), Berkovitch (38/2º) e Atar (48/2º)

França 1×2 Bulgária
Eliminatórias da Copa de 1994
Local: Estádio Parc des Princes (Paris-FRA)
Público: 48.402
Árbitro: Leslie Mottram (Escócia)
França: Lama; Desailly, Roche e Blanc; Petit, Deschamps, Le Guen, Sauzée (Guérin) e Pedros; Papin (Ginola) e Cantona. T: Gerard Houllier

Bulgária: Mikhailov; Kremenliev, Ivanov, Hubtchev e Tzvetanov (Aleksandrov); Letchkov (Borimirov), Yankov e Balakov; Kostadinov, Penev e Stoitchkov. T: Dimitar Penev

Gols: Cantona (32/1º) e Kostadinov (37/1º e 46/2º)

Como consolo para os franceses, Bulgária e Suécia aproveitaram muito bem a chance que tiveram de disputar a Copa de 94. Ambos chegaram até as semifinais e disputaram o terceiro lugar, com vantagem sueca (4×0). Os búlgaros se contentaram em vencer Argentina e Alemanha, além de fazer o artilheiro do torneio, Stoitchkov.

E como o Brasil que perdeu em 1950 e depois faturou a Copa por cinco vezes a França quatro anos depois em casa deu um presente a sua torcida com a conquista do título pela primeira vez na sua história já com Zidane no comando e com sete jogadores que participaram daquele vexame no seu grupo de campeões: Lama, Desailly, Blanc, Lizarazu, Petit, Deschamps e Djorkaeff e batendo o Brasil por 3 a 0, que comnincidência.

E ai vocês acham qual o pior vexame?

Fontes: Textos Galdino Silva
Pesquisa: Balipodo.com e LӃquipe
Fotos: LӃquipe

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