Cor ainda é vista como tabu pelos jogadores que atuam no Brasil, mas chuteira rosa faz sucesso entre os jogadores da Europa, que já aderiram à novidade
Antes considerado tabu entre os homens e totalmente ligado ao universo feminino, o rosa está cada vez mais presente nos campos de futebol da Europa. Camisas de clubes e chuteiras têm sido usadas por equipes e jogadores do continente, que já deixaram o antigo significado atribuído à cor para trás. No Brasil, no entanto, ainda predominam os tradicionalistas, que encaram a novidade como extravagante demais.
ROSA GANHA GRAMADOS EUROPEUS
Detalhe da chuteira de Franck Ribery; cor chama a atenção e é sucesso entre atletas
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O zagueiro Materazzi e o atacante Amauri aderiram à moda e são adeptos da chuteira
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A chuteira de Arshavin constrasta bastante com a preta e branca do ‘mascote’ italiano
A moda da chuteira rosa, lançada por uma gigante do ramo de material esportivo, já é comum nos gramados europeus. Os garotos-propaganda desfilam com a cor ‘excêntrica’ pelos estádios e chamam atenção, exatamente a intenção da empresa. Porém, a opção ainda parece estar longe da preferência dos jogadores que atuam no Brasil.
A escolha moderna não seduz o capitão do Flamengo, Fábio Luciano. O zagueiro ressalta não ter preconceito, mas revela que não usaria uma chuteira rosa. “É uma opção de cada um. O jogador utiliza a chuteira de sua preferência, porém eu não usaria. Também acredito que não há preconceito. Além disso, pode ser que esses jogadores utilizem a chuteira por conta de um contrato”, lembra.
Com cara de mau dentro de campo e adorado pela torcida do Internacional pelo seu estilo ‘brigador’, Guiñazu também descarta usar chuteira rosa. “Cada um tem que jogar com o que se sente melhor. É uma escolha muito pessoal e tem que ser respeitada. O ideal é que tenha as cores do clube e, graças a Deus, nunca usei uma chuteira cor de rosa”, comenta o argentino.
Entre os atletas do Palmeiras, a cor também não é das mais populares. Denílson cogitou usar, mas depois da derrota para o Flamengo por 5 a 2 pelo Campeonato Brasileiro, preferiu desistir da idéia. “Achei a chuteira muito bonita e pretendo usá-la dia 26 [jogo beneficiente contra o time do Narciso]. Agora não é o momento de usá-la”, justificou.
Questionado sobre o tema, o atacante Kléber confirmou que gosta de usar chuteiras que combinem com o uniforme. Entretanto, ele nega a possibilidade de mudar para uma cor de rosa.
Algumas iniciativas na Europa reforçam ainda mais o uso da cor. O Palermo usa o rosa em seu uniforme principal, o que já é tradição antiga no clube. O Bordeaux, da França, é outra equipe que leva a cor em sua camisa. Os brasileiros que atuam no Velho Continente também já aderiram à moda. O lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid, testou o modelo, assim como o atacante Amauri, da Juventus.
Exceção à regra no país, Guilherme, atacante do Cruzeiro, diz que não veria problemas em calçar uma chuteira rosa, caso recebesse os modelos. Patrocinado pela empresa que lançou a novidade, o jogador, que já usou calçados nas cores preta, branca, verde, azul, vermelha e amarela durante a temporada, confirma que encararia a chance sem preconceitos.
“Basta a Nike me mandar a chuteira que eu jogo. Não tenho certeza se todos sabem, mas sou patrocinado pela empresa. Não tenho diferencial com cor de chuteira, a que chegar eu estou jogando. Usaria sem problemas”, completa o atacante, de 20 anos.
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