Arquivo do Autor: Gilberto Maluf

A Publicidade no futebol

A história da publicidade no Brasil começa no século 19, quando os anúncios em jornais se referiam, grosso modo, à comercialização de imóveis e de escravos.

Já no século 20, com o surgimento das revistas, as propagandas ganharam cores e ilustrações. Outra novidade foi a implementação do texto mais objetivo. A partir de 1920, com a chegada ao Brasil de grandes empresas multinacionais, o “boom” da propaganda instalou-se por aqui.

O rádio era o grande veículo de comunicação, a partir dos anos 30. Mas nos anos 50, o futebol passou a dar imagem aos anúncios, tornando as revistas e os jornais grandes meios de transmissão de comerciais. Por consequëncia, jogadores já famosos, como Garrincha, Pelé e Gylmar, passaram a virar garotos-propagandas de tudo quanto era tipo de anúncio. Pelé é, até hoje, um garoto-vovô-propaganda. Aliás, ele deveria ser chamado de o “rei do merchan”.

A partir da década de 70, as propagandas com jogadores de futebol e esportistas em geral foram para a TV colorida. Atualmente, os atletas “de grife” possuem contratos milionários com essa ou aquela empresa.
Por Sérgio Quintella.

As imagens a seguir eram um deleite para os jovens torcedores dos anos 50 e começo dos anos 60, antes da era da TV. Principalmente para quem é do tempo dos álbuns de figurinhas, das transmissões dos jogos de futebol nos antigos rádios à válvula e do futebol de botão de celulose ( tampa de relógio ) . Para mim que tenho a lembrança da transmissão da final da Copa de 1958 com transmissão de Edson Leite, vi despontar na revista O Cruzeiro o goleiro Gilmas despontando como manequim de moda.
Gilberto Maluf

A seguir vemos imagens das revistas “Manchete”, “A Gazeta Esportiva Ilustrada” e “Fatos & Fotos”, a partir dos anos 50. Material coletado no site Milton Neves.

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O craque Gérson em propaganda da Gillette.

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Mazzola, Zito e Gylmar, em anúncio das laminas Big Ben. É, jovens, antigamente a barba era feita com lâminas assim! E quando o sujeito tomava “umas a mais” e resolvia aparar o bigode? Não sobrava nada!

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E a Gillette sempre foi patrocinadora do radio-jornalismo esportivo brasileiro

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Veja o grande Oberdan Cattani em propaganda de creme de barbear.

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Luiz Mendes, o mais antigo jornalista esportivo em atividade, foi o garoto-propaganda da televisão Standard Eletric.

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A companhia Panair anunciou na revista manchete de 1958, congratulando a conquista da Seleção Brasileira.

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Gylmar, Mazzola e Belini em anúncio de camisa.

Um jogo e as consequências de marketing

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Em 1966, o Cruzeiro de Raul, Tostão e Dirceu Lopes também foi alvo da publicidade. Depois de vencer o Santos na decisão da Taça Brasil por 6 x 2 no Mineirão e de 3 a 2 no Pacaembu , uma inusitada propaganda invadiu as TVs, Revistas e Jornais. A chamada de marketing dizia que 14 jogadores do Cruzeiro fizeram a barba com a mesma Gillette Super Inoxidável, a intermináaaaaavel. Em pé na fileira de cima vemos Zé Carlos, Marco Antonio, Dirceu Lopes, Evaldo, Neco e Natal. Na fila de baixo estão
Wilson Almeida, Hilton Oliveira, Procópio, Raul, Piazza, Pedro Paulo e Willian.
Para quem não é da época, informo que em todos os veículos de comunicação esta propaganda estava presente.

O JOGO HISTÓRICO

Cruzeiro 6 x 2 Santos
quarta-feira, 30 de novembro, no Mineirão, Belo Horizonte, jogo de ida das finais da Taça Brasil 1966, em 30 de novembro de 1966

Juiz: Armando Marques (carioca)
Bandeiras: Joaquim Gonçalves e Euclides Borges (mineiros)

Expulsões: Procópio e Pelé

Renda: Cr$223.314.600

Público pagante: 77.325

Público presente: 90.000 (estimado)

Gols:
Zé Carlos (contra), Natal, Dirceu Lopes, Dirceu Lopes e Tostão, no 1º tempo; Toninho, Toninho e Dirceu Lopes, no 2º

Cruzeiro:
Raul, Pedro Paulo, William, Procópio e Neco; Wilson Piazza, Dirceu Lopes e Tostão; Natal, Evaldo e Hilton Oliveira. Tec: Airton Moreira

Santos:
Gilmar, Carlos Alberto Torres, Mauro Ramos de Oliveira, Oberdan e Zé Carlos; Zito e Lima: Dorval, Toninho Guerreiro, Pelé e Pepe. Tec: Lula.

A história do 1º tempo só pode ser contada por meio dos fantásticos – pela quantidade e qualidade – cinco gols do Cruzeiro. Tudo o mais que se disser, é dispensável. A 1 minuto, Evaldo recebeu passe de Tostão no meio de campo e percebeu Dirceu correndo em direção ao gol. O lançamento saiu preciso. Quando o meia se preparava para concluir, o lateral-esquerdo Zé Carlos, tentando desarmá-lo, marcou contra: 1 x 0. Aos 5, Dirceu recebeu de Evaldo e serviu a Natal. O ponteiro driblou Zé Carlos e chutou forte: 2 x 0. Aos 20, Oberdan saiu jogando, perdeu a bola para Dirceu, levou dois dribles e saiu de cena. Com a visão desimpedida, o Dez de Ouros chutou violentamente de fora da área: 3 x 0. Aos 39, a defesa do Santos sofreu intenso bombardeio. De dentro da área, Hilton chutou e Mauro salvou. No rebote, Evaldo disparou outra bomba, mas Oberdan impediu o gol. A terceira tentativa coube a Dirceu Lopes. Em vez de força, jeito: 4 x 0. Com a palavra o autor da obra prima: “Meu forte sempre foi o corte de fora da área. Como tinha muita velocidade e, naquela época, o futebol era mais solto, qualquer bola que eu apanhasse no meio de campo era um perigo para o adversário. Naquele lance, recebi a bola na entrada da área. Dei um corte no zagueiro, passei a bola do pé direito para o esquerdo e bati. Ela fez uma curva e enganou o Gilmar, que ficou agarrado na trave. Foi um golaço”. Aos 41, Dirceu driblou Mauro dentro da área e foi derrubado por Oberdan. Pênalti. Tostão fez inacreditáveis 5 x 0.

No final do 1º tempo, a caminho do vestiário, Pelé ouve o couro provocador da torcida mineira: “Cadê Pelé? Cadê Pelé?”. O Rei acenou para a torcida com a mão espalmada. Cinco gols? Não, cinco vezes campeão brasileiro, ele explicou. A verdade, contudo, é que, naquela noite, marcado individualmente por Piazza, Pelé não viu a cor da bola.

Cruzeiro voltou relaxado pensando em barganhar o jogo: tocaria a bola e o adversário se contentaria em evitar mais gols. Mas, ao invés de aceitar o fato consumado da derrota, o Santos foi à luta pensando em remontar o placar. Nos vestiários, seus jogadores ouviram poucas e boas do treinador Lula: “É preciso parar esta linha de qualquer forma, se não parar no grito tem que ser no tapa, na botina, não pode é continuar desta forma. Eles estão fazendo a nossa área de avenida”. Deu certo. Aos 6 e aos 10, Toninho Guerreiro marcou: 5 x 2. A torcida assustou-se. Pelé tinha fama de, quando provocado, superar-se e virar resultados tidos como definitivos. Mas Tostão, Dirceu e Piazza retomaram o controle do jogo. Tocando bola com rapidez, o Cruzeiro voltou a colocar o Santos na roda. E a pá de cal sobre o pentacampeão brasileiro foi atirada aos 27 minutos. Evaldo recebeu passe de Tostão, driblou Oberdan e chutou forte, Gilmar deu rebote. Dirceu apareceu do nada para tocar para as redes: 6 x 2. Estava de bom tamanho. Daí em diante, os times limitaram-se a exibir sua técnica refinada sob aplausos ininterruptos da torcida. Era preciso economizar energias para o jogo decisivo, uma semana depois, no Pacaembu.

Comentário do jogo: www.benny75.com/hotsite/taca66

Saudades de um bom meio de campo

Um time precisa ter padrão de jogo, conjunto e um esquema definido. Hoje , mais do que nunca no futebol profissional, vencer é mais do que um objetivo é uma necessidade para sobreviver. Para um técnico de futebol , definições táticas estão atreladas a um intenso preparo físico da equipe e a dimensão tática tem se refletido na colocação de 4 ou 5 jogadores no meio de campo, dando especial atenção àqueles de marcação, de contenção.
Este humilde preâmbulo vem de encontro à lembrança que tenho dos grandes jogadores de meio de campo dos diversos times do Brasil pelos anos 60 , 70 e alguns dos anos 80.
Sem querer esgotar a grande quantidade de craques que passaram por nossos campos, comecei a relacionar num pedaço de papel alguns jogadores que vi jogar a partir de 1962. Evidente que esquecerei de muitos e uma ou outra posição pode estar invertida.
Relacionei apenas duplas para o meio de campo, não entrei no mérito se o esquema era 4-3-3, 4-4-2 ou 4-2-4.
Para cada dupla um breve relato sobre um jogador

PALMEIRAS
1-Zequinha e Chinesinho.
Chinesinho foi decisivo na conquista do Supercampeonato Paulista pelo Palmeiras em 1959, quebrando um jejum de quase nove anos. O Palmeiras derrotou o Santos por 2 a 1, de virada, no Pacaembu. Os gols foram de Julinho e Romero. Do Palmeiras, Chinesinho foi para o Modena, da Itália. Com o dinheiro de sua venda a equipe verde reformou o Parque Antártica e construiu o atual Jardim Suspenso.
2-Dudu e Ademir da Guia
Ademir foi um dos mais geniais meios-campistas do futebol brasileiro em todos os tempos. Assim como o pai, ele começou a carreira no Bangu e foi contratado pelo Palmeiras em 1961. Herdou o apelido do pai, “Divino”, e brilhou no Parque Antártica até 1977, quando encerrou a carreira.
3-Cesar Sampaio e Rincon
Nascido em Buenaventura, Colômbia, em 14 de agosto de 1966, Freddy Eusébio Gustavo Rincón Valencia, conhecido como Rincón, foi um grande jogador de futebol. Volante e meia, começou a carreira no Atlético Buenaventura, passando depois por Independiente de Santa Fé, América de Cali, Palmeiras, Napoli, Real Madrid, Santos e Corinthians.

SANTOS
1-Zito e Mengálvio
Nascido no dia 17 de dezembro de 1939, em Laguna (SC), Mengálvio começou a carreira de jogador na equipe do Aimoré, da cidade de São Leopoldo (RS), no final dos anos 50. Jogando pela modesta equipe, o meio-campista foi vice-campeão estadual. Contratado pelo Santos, em 1960, ele formou uma das mais famosas linhas de ataque do futebol mundial: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Pelo Peixe, Mengálvio, que sabia atuar na meia e também como volante, conquistou vários títulos.
2-Ze Mario e Ailton Lira
Nascido no dia 19 de fevereiro de 1951, em Araras (SP), Lira fez parte do time santista campeão paulista em 1978, na época dos “Meninos da Vila”. Além do Peixe, Aílton Lira jogou na Ponte Preta, na Caldense (MG), no São Paulo, no Al Nassr (Arábia Saudita), Guarani, União São João (SP), Comercial (SP), Portuguesa Santista (SP), Itumbiara (GO) e Guará (DF).

SÃO PAULO
1-Edson e Gerson
Nascido no Rio de Janeiro no dia 20 de junho de 1943, Édson Cegonha começou no Bonsucesso (RJ). Chegou ao Corinthians em 1963 e ficou no Parque São Jorge até 1969. Atuou ao lado de jogadores como Rivellino, Tales, Flávio Minuano e Paulo Borges. O período era difícil. O Corinthians não conseguia superar o Santos de Pelé e também vivia um jejum de títulos que durava desde 1954.
Mesmo assim, Édson, que era volante e foi deslocado algumas vezes para a lateral-esquerda (chegou a estar na lista dos 40 jogadores para a Copa do Mundo de 1966), fez boas partidas com a camisa alvinegra. Ao todo foram 186 jogos (110 vitórias, 37 empates e 39 derrotas) e 17 gols (fonte: Almanaque do Corinthians – Celso Unzelte).
Deixou o Corinthians para jogar o São Paulo, clube pelo qual foi bicampeão paulista: 1970/71. Assim como no Corinthians, Édson Cegonha se destacou com a camisa tricolor, num time que contava ainda com Toninho Guerreiro, Terto, Gérson, Roberto Dias, entre outros. Jogou 205 vezes pelo São Paulo (106 vitórias, 51 empates e 48 derrotas) e marcou 16 gols (fonte: Almanaque do São Paulo – Alexandre da Costa).
Para fechar o trio de ferro, em 1973 o versátil jogador se transferiu para o Palmeiras. Fez parte de bons times alviverdes. Ficou no Palestra Itália até 1975. Foram 80 partidas (45 vitórias, 20 empates e 15 derrotas) e três gols

CORINTHIANS
1-Tião e Rivelino
Tião, que jogou também no Guarani e no Juventus, ficou marcado como fiel escudeiro de Rivelino ao defender o Timão de 1968 a 1975. O volante disputou 363 jogos e marcou 13 gols com a camisa alvinegra (fonte: Almanaque do Corinthians – Celso Unzelte).O jogo da vida de Tião foi Corinthians 4×3 Palmeiras, no Morumbi, em 71. Na ocasião, Tião marcou um dos gols da histórica virada corintiana sobre o arqui-rival. Os outros gols do Corinthians foram marcados por Mirandinha (2) e Adãozinho. César Maluco (2) e Leivinha fizeram para o Verdão.
O jogo foi no dia 25 de abril de 1971, numa tarde gelada de domingo de 8 graus no Morumbi. O técnico Francisco Sarno escalou: Ado, Zé Maria, Sadi, Luis Carlos Gálter, Pedrinho, Tião, Rivellino, Lindóia depois Natal, Samarone depois Adãozinho, Mirandinha e Peri. Apitou Armando Marques, que expulsou Leivinha e Rivellino.

2-Biro Biro e Sócrates
O pernambucano, nascido no dia 18 de maio de 1959, começou a carreira no Sport Recife e se transferiu para o Corinthians em 1978. Na época, o folclórico presidente corintiano Vicente Matheus o anunciou como Lero-Lero, o que provocou enorme gozação.
Dentro de campo, Biro-Biro não brincou em serviço e jogando um futebol muito sério conquistou os torcedores do Timão, que o elegeram como símbolo da equipe. Se Sócrates, Palhinha, Zenon, eram os talentos da equipe, Biro-Biro figurava como um jogador importante na marcação e muito disciplinado taticamente.
Graças aos fãs corintianos, elegeu-se vereador em São Paulo, em 1988. No ano seguinte, deixou o Parque São Jorge para jogar na Lusa, onde não brilhou. Também atuou no Guarani e Remo, antes de encerrar a carreira.

PORTUGUESA
1-Pampolini e Nair
Pampolini foi contemporâneo de Manga, Nilton Santos, Chicão, Cacá, Zé Maria, Paulistinha, Zé Carlos, Neivaldo, Édson, Airton Povil, Elton, Garrincha, Amarildo, Quarentinha, Zagalo, Paulo Valentim, e tanta gente boa que, brilhantemente, defendeu o Botafogo. Pampolini, 347 jogos e 27 gols (1955 a 1962).
Em 1962, deixou o Glorioso e foi defender a Portuguesa de Desportos, então dirigida pelo saudoso Aimoré Moreira. Na Lusa, Pampolini sagrou-se vice-campeão paulista de 1964 jogando ao lado de Félix, Orlando Gato Preto, Jair Marinho, Wilson Pereira, Henrique Pereira, Wilson Silva, Edilson, Ditão, Almir, Dida, Ivair, Henrique Frade, Sílvio Major, Nair e Édson, também ex-Botafogo.
Na Lusa, Pampolini jogou até 1968, quando encerrou sua carreira. Defendeu outras duas equipes por rápidos empréstimos, enquanto tinha o passe preso à Lusa do Canindé: em 1965, jogou pelo Atlético-MG, e em 1966, pelo Taubaté.

FERROVIÁRIA
1-Dudu e Bazani
Bazani é o maior símbolo da história da Associação Ferroviária de Esportes de Araraquara, equipe que ficou conhecida nos anos 60 como o “Santos do Interior”. Sonhava em rever a equipe grená na primeira divisão do Campeonato Paulista. Infelizmente, não conseguiu.
Cirurgião-dentista atuante até meses antes de falecer, Bazani jogou no Corinthians de 63 a 65, fazendo 87 jogos (41 vitórias, 18 empates, 30 derrotas) e marcando 15 gols, sendo um deles no Santos, de Pelé, no segundo turno do Campeonato Paulista de 1964 (fonte: Almanaque do Corinthians – Celso Unzelte). Só que o Santos, de virada, ganhou por 7 a 4.
Na Ferroviária, Bazani, por décadas, formou inesquecíveis alas-esquerdas, criadas por monumentais ataques Afeanos: Bazani e Boquita; Bazani e Beni; Bazani e Pio e Bazani e Nei.

FLAMENGO
1-Andrade
Andrade vestiu a camisa rubro-negra por 10 anos: 1977 até 1987. Segundo o “Almanaque do Flamengo”, de Roberto Assaf e Clóvis Martins, foram 566 jogos pelo rubro-negro (329 vitórias, 138 empates e 99 derrotas) e 28 gols. Transferiu-se para a Roma, da Itália, e retornou ao futebol carioca, em 90, para defender o Vasco da Gama. Jogou também no Linhares (ES).
Trata-se de um dos maiores vencedores de Brasileiros, já que venceu cinco (contanto a polêmica Copa União de 87). O último, em 89, vestindo a camisa do Vasco (era reserva de Zé do Carmo no time comandado por Nelsinho Rosa).
e Adílio

CRUZEIRO
1-Ze Carlos e Dirceu Lopes
Dirceu Lopes foi um jogador que empatou com Ademir da Guia em tudo: no talento, na humildade, na falta de ambição e vaidade, na má sorte e na injustiça. Ambos foram esquecidos pela seleção brasileira de forma lamentável. No interior mineiro, Divino, o algoz de Dirceu Lopes, é visto como um Márcio Nunes. Um (Márcio Nunes) acabou com o Galinho no Maracanã. E o outro (Divino) vitimou Dirceu Lopes

ATLETICO MINEIRO
1-Vanderlei e Humberto Ramos
Humberto Ramos passa por Mura, Carlos Roberto e Marco Aurélio. Chega na área e cruza para Dadá Maravilha. A cabeçada sai perfeita, longe do alcance de Wendell. O Atlético abre o placar contra o Botafogo e, minutos depois, começa a comemorar o título de campeão brasileiro de 1971. Este foi o momento mais importante da carreira de Humberto da Silva Ramos, ex-meia que chegou ao Galo em 1966, e defendeu também Grêmio, América (RN), Vila Nova (GO), Internacional de Limeira, Colorado (PR), Coritiba e Valério Doce de Itabira, onde parou em 1984.

BAHIA
1-Paulo Rodrigues e Bobo
Eleito um dos maiores ídolos do Tricolor Baiano em todos os tempos, Raimundo Nonato Tavares da Silva, o Bobô, foi peça essencial na equipe comandada por Evaristo de Macedo que conquistou o Campeonato Brasileiro de 1988. Ao lado do centroavante Charles, do meia Zé Carlos, do ponta Marquinhos, do volante Paulo Rodrigues, entre outros, fez do Bahia, o “azarão” do campeonato nacional de 1988, uma equipe muita temida.
Para ter Bobô, o Tricolor do Morumbi desembolsou mais de US$ 1 milhão, valor fora dos padrões dos clubes brasileiros na época, e ainda liberou para o Bahia os passes do centroavante Marcelo e do zagueiro Wágner Basílio.
No entanto, para infelicidade dos cartolas tricolores, Bobô não rendeu tudo o que podia no Tricolor Paulista, mas mesmo assim conquistou o título paulista de 1989.
No ano seguinte, em baixa no time paulista, Bobô foi defender por empréstimo o Flamengo e mais uma vez não vingou. Em 91, o São Paulo envolveu ele na troca com o Fluminense pelo ponta-esquerda Rinaldo, o mesmo que foi crucificado por não ter passado a bola para Pelé no jogo comemorativo do 50º aniversário do Rei.
No Tricolor das Laranjeiras, Bobô viveu um bom momento, fazendo dupla com o centroavante Ézio, que tinha sido contratado à Portuguesa.
Em 1993, o baiano deixou o Flu para jogar no Corinthians, clube que ele disse ter sido marcante na sua carreira apesar do pouco tempo que ficou no Parque São Jorge.
Depois do Timão, Bobô atuou pelo Internacional e depois ainda retornou para o Bahia, antes de encerrar a carreira e tornar-se comentarista esportivo.

VASCO
1-Felipe e Juninho
Por várias vezes, Juninho foi considerado o 12º jogador do time são-paulino. Era um reserva que entrava e incendiava a partida. Foi assim, inclusive, na final do Mundial de Clubes de 1993, quando Juninho participou da vitória do São Paulo sobre o Milan, 3 a 2.
Juninho defendeu o time do Morumbi entre 1993 e 1995. Uma proposta milionária do até então pouco conhecido Middlesbrough fez o meia-armador trocar de país. Juninho foi para a equipe inglesa. Jogou lá, e bem, até 1997, quando teve seu passe negociado com o Atlético de Madrid.
Juninho permaneceu no clube espanhol até 1999. Chegou a vestir ainda, mais uma vez, a camisa do Middlesbrough. Em 2000, ele retornou ao futebol brasileiro. Quem o contratou foi o Vasco da Gama, que já tinha um grande time.
E foi em São Januário, por causa de outro Juninho (o Juninho Pernambucano), que Juninho ganhou também o apelido de Juninho Paulista. E os dois, como armadores da equipe cruz-maltina, foram importantes para a conquista da Copa João Havelange de 2000. E no ataque, o Vasco tinha ainda o baixinho Romário.
Depois do Vasco, Juninho defendeu ainda o Flamengo (2001 até 2002), outra vez o Middlesbrough (entre 2002 e 2004), Celtic (2004 até 2005), Palmeiras (2005 até 2006), Flamengo mais uma vez (2006 até 2007) e Sidney (2007

BOTAFOGO
1-Carlos Roberto e Gerson
Carlos Roberto fez parte daquele time demolidor de 67 e 68 que tinha: Cao, Moreira, Moisés, Sebastião Leônidas e Valtencir. Nei Conceição, Carlos Roberto e Gérson; Jairzinho Furacão, Roberto Miranda e Paulo César Caju.
Carlos Roberto tem ótima lembrança também do Santos Futebol Clube, onde formou bom meio de campo na Vila, em 1976, ao lado de Clodoaldo e Aílton Lira.

BANGU
1- Lorico e Ocimar
Ocimar jogou no inesquecível time do Bangu Campeão Carioca de 1966. Ele participou daquela final dramática que não teve volta olímpica do Bangu – que foi campeão ao golear o Fla, de Valdomiro, por 3 a 0 -, mas que teve muita polêmica.
O goleiro Valdomiro (do Fla) foi acusado de corpo mole (nunca provado) e Almir, vendo que o título já estava perdido, agrediu jogadores do Bangu, principalmente Ladeira (hoje o técnico de juniores, Adaílton Ladeira).
O pau quebrou de forma generalizada no Maracanã e o jogo foi encerrado antes de seu tempo normal. Itamar, zagueiro-central do Flamengo, também brigou muito, mas igualmente foi um dos derrotados ao lado de Valdomiro, Murilo, Paulo Henrique, Carlinhos, Carlos Alberto, Silva, Almir, Nelsinho Rosa, dentre outros.
E o Bangu A.C. entrou para a história jogando com Ubirajara, Fidélis, Mário Tito (já falecido), Luís Alberto e Ari Clemente; Jaime e Ocimar; Paulo Borges, Ladeira, Cabralzinho e Aladim. O técnico era Alfredo Gonzalez.

Porque sumiu a numeração de 1 a 11

[img:Porque_sumiu_a_numera____o_de_1_a_11.jpg,thumb,vazio]

-[img:numera____o_das_camisas.jpg,thumb,vazio]
repare nas numerações das camisas do Santos em 1970. Foto de Placar.

– Antes não era mais bonito?

– Todo time entrava em campo com os jogadores numerados de 1 a 11.

– O goleiro camisa 1 sempre usava preto.

– Lev Yashin era o “Aranha Negra”.

– Aliás, um goleiro comum que exageros sem provas transformaram em inexpugnável.

– Gylmar, o que aboliu as cotoveleiras e as joelheiras, só usava preto.

– De Orlando, da Lusa, só se viam os dentes e os olhos.

– Os reservas usavam de 12 a 17.

– Mas nos anos 60 só tinha um reserva: o goleiro.

– Jogador de linha que se machucava “ia fazer número na ponta-esquerda”.

– E o goleiro reserva também usava a 1, como o titular.

– Depois, ele virou o 12.

– E os emergentes reservas ganharam camisas de números 13 a 17.

– E hoje?

– Tem camisa 99, 77, 28, 33, 79, 21, 44 e etc.

– Só não tem 24, 171 e 69!

– Do 66 “do diabo”, então, os Atletas de Cristo correm mais do que atrás de dinheiro!

– Por quê?

– Mas Luís Fabiano, na Ponte (durante Copa SP de Juniores), era o 24!

– E daí?

– Antes, os times não só usavam os números de 1 a 11.

– Também exigiam que seus jogadores posassem para fotos no gramado, antes dos jogos, na mesma ordem da escalação que era divulgada pelo rádio.

– Podem conferir aos milhares em “Que Fim Levou?”, de www.miltonneves.com.br

– O Vasco, de pé, mantinha fixos: Barbosa, Paulinho, Bellini, Écio, Orlando e Coronel.

– Qualquer reserva que entrasse jogando ocupava o mesmíssimo lugar do titular machucado ou suspenso.

– E você já viu o Pepe sem ser o último agachado?

– Ou o Garrincha não sendo o primeiro dos agachados?

– O Tostão jamais ficou de pé.

– O Pelé não está sempre na meia-esquerda?

– O Canhoteiro também sempre foi o último, assim como – Abel, Rodrigues Tatu, Zagallo e Chico.

– Não é saudosismo exagerado, não, gente!

– Mas, também nisso, ontem era melhor do que hoje.

– O Rogério Ceni, por exemplo, usa o….01! Ou seria OI?

– Alô, cartolas, que volte a numeração de 1 a 11!

– Doze para cima é número de jogador reserva.

– É o que falavam Fiori, Pedro, Cury e Valdir Amaral: “gol de fulano com camisa de reserva”.

Oportuno comentário de Milton Neves.

Taça Competência

Estava procurando notícias de alguns times do interior, e entre eles estava o Elvira de Jacareí.
Com informações de Marcio Trevisan no site www.pontoverde.com.br segue um pouco da história do Elvira de Jacareí.

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Do final dos anos 10 até o final dos anos 20 existia no futebol paulista a chamada “Taça Competência”. Geralmente em uma única partida mas, também, algumas vezes disputada em dois jogos, marcava o encontro do campeão da divisão de elite, torneio organizado pela APEA – Associação Paulista de Esportes Atléticos – contra o vencedor do torneio do Interior, que assim teoricamente disputavam não só o troféu como, também, o status de melhor time de São Paulo. Daí seu vencedor ser considerado o “campeão do Estado”.
Campeão paulista em 1920, o Palestra Itália acabou surpreendido no início do ano seguinte, quando em pleno Parque Antarctica foi derrotado pelo Corinthians de Jundiaí/SP por 2 a 1, perdendo desta forma a chance de obter sua primeira “Taça Competência”. Por isso, quando novamente teve a chance de disputá-la, o Palmeiras não poupou esforços para obtê-la.

O jogo em questão foi contra o Elvira, de Jacareí/SP, que para os padrões da época até que tinha um time razoável, embora fosse viver seu apogeu entre 1956 e 1962, quando disputou a Terceira e a Segunda Divisões paulistas. Novamente atuando em seu campo, o Palestra encarou com tanta seriedade aquela partida, disputada apenas em agosto de 1927, que não deu tempo nem para que o time interiorano respirasse – logo no primeiro minuto, Melle abriu o placar.

A partir de então, foi um verdadeiro bombardeio alviverde, com a etapa inicial terminando com o placar de 4 a 0 e, ao fim do jogo, o placar apontando pra lá de elásticos 10 a 0!

Com uma atuação de gala, o Palmeiras mostrou que tinha “competência” de sobra para ficar com o troféu.

Confira a ficha técnica do jogo que garantiu a conquista do título:

Taça Competência/1926

Jogo: Palestra Itália 10 x 0 Elvira/SP
Data: 07/08/1927 – Horário: 15h55
Local: Estádio do Parque Antarctica, em São Paulo/SP
Árbitro: Alzemiro Ballio
Gols: Melle a 1, Heitor aos 6 e aos 18 e Carrone aos 34 minutos do primeiro tmepo. Lara aos 15, Carrone aos 23, Serafini aos 28, Tedescoaos 33, Carrone aos 39 e Lara aos 43 da etapa final

Equipes

Palestra Itália – Nanni; Bianco e Pepe; Xingo, Amílcar e Serafini; Tedesco, Carrone, Heitor, Lara e Melle. Técnico: Ramón Platero.

Elvira/SP – Roberto; Lauro e Gradim; Moreira, Nenê e João; Spadone, Giby, Cancio, Marelli e Apparecida

Saudades do XV de Piracicaba

No site gazetaesportiva.com.br encontrei um interessante grito de guerra da torcida do XV de Piracicaba, onde o velho sotaque caipira, com “R” arrastado, cantando, etc… pode bem ser imaginado. Estou longe do interior há anos, mas ainda hoje, as vezes, arrasto também o “R”. O canto de guerra da torcida foi encaminhado por Paulo Roberto da cidade de Curitiba-PR.

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Aos Amigos de Piracicaba, torcedores do XV…
Carxara de forfe
Carcanha de grilo
Asara de barata
Suvaco de cobra
Oreia de besoro
Paster de carne
Garrafão de pinga
Minduim torrado
Já que tá que fique
Treis veis cinco é …
XV XV XV
Vitória !!!!
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ARTIGO DA SEMANA N°2/2009 Homenagem do Santos Futebol Clube a todos os clubes cariocas

Foto histórica , clicada pelo inesquecível fotógrafo Sarkis, e comentada peloWalter Roberto Peres . E sobre ela, o Walter escreveu o seguinte: “O Santos sempre foi um time respeitável e respeitador. Foi o campeão primordialmente da técnica e da disciplina, título obtido no passado pelos idos de 1927, o que deve ser preservado em qualquer esporte. Veja esta foto do Santos, em 1964, com os jogadores envergando camisas dos times cariocas, homenageando os clubes do então estado da Guanabara, como retribuição recebida aos torcedores dos vários clubes daquele estado pelo apoio durante as exibições no Maracanã, que culminaram com a conquista do Mundial Interclubes, em 1962”. Em pé: Lima (camisa do Campo Grande), Ismael (camisa do Madureira), Joel Camargo (Flamengo), Olavo (Vasco da Gama), Mengálvio (América), e Gylmar (o único com a camisa do Santos). Agachados: Peixinho (Bangu), Rossi (São Cristóvão), Toninho Guerreiro (Portuguesa), Pelé (Olaria) e Pepe (Fluminense).

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Três paraguaios que emocionaram o Maracanã

Reyes
Francisco Santiago Reyes Villalba, nascido em 1941
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O paraguaio pura simpatia, campeão carioca de 1972, Francisco Santiago Reyes Villalba, nasceu em Assunção, e jogou no Fla de 67 à 73. Reyes era a encarnação da raça paraguaia. Tinha excelente domínio de bola, sabia sair jogando muito bem, já que havia começado como meio-campista, e conquistou os torcedores pela raça, e pela simpatia com que tratava os torcedores. Fez 194 partidas pelo rubro-negro, e chegou a fazer um gol contra em uma derrota decisiva para o Fluminense, o que não manchou sua grande carreira. Era um zagueiro de raça aliada à sutileza, como costuma acontecer com os virtuoses da posição. Embora fosse um meio campista quando chegou ao clube carioca, Reyes nunca esmoreceu em sua nova tarefa, anulando os ataques rivais com seu jogo de antecipação e desarmes certeiros.

Romerito
Julio César Romero, nascido em 1960;
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Passariam alguns anos até que surgisse um novo talento paraguaio em campos cariocas. O Fluminense já vinha fazendo uma bela campanha no Campeonato Brasileiro de 84 quando chegou Romerito, oriundo do Cosmos de Nova Iorque. Romerito era um velho conhecido do torcedor brasileiro. Durante a Copa América de 79, ele havia deixado a sua marca em uma partida decisiva no Maracanã, ajudando o Paraguai a eliminar a nossa seleção. Agora, com a camisa do Flu, ele seria uma peça importante para a conquista do título nacional. O tricolor tinha em suas fileiras jovens valores, como o zagueiro Ricardo Gomes e o lateral Branco, além da famosa dupla Washington e Assis, apelidada de “Casal 20”. Na série final contra o Vasco, Romerito marcou o gol do título, provando ser um predestinado em sua passagem pelo clube das Laranjeiras.

Romerito estava havia seis meses sem disputar uma partida oficial quando vestiu a camisa do Fluminense na por 1 x 0 sobre o Santo André (SP), no maracanã. O meia, revelado pelo Sportivo Luqueño, do Paraguai (sua terra natal), fora contratado ao Cosmos (EUA), onde jogara com Carlos Alberto Torres e Beckenbauer. Mas o tricolor não demorou para assumir uma posição de destaque. Seu jogo, de técnica, eficiência e espírito de luta, contagiou os torcedores.

Jogou menos da metade do Campeonato Brasileiro de 1984, ainda sim o suficiente para assegurar uma das Bolas de Prata – troféu oferecido por PLACAR aos melhores da competição – com média 7,70. O gol que marcou na primeira partida decisiva contra o Vasco foi suficiente para garantir a taça. Sete meses depois, seria o artilheiro da equipe (11 gols) no título estadual de 1984. Em 1985, no auge da forma, classificaria o Paraguai para a Copa do Mundo do ano seguinte, no México, marcando o gol no empate contra o Brasil. Na final do Estadual daquele ano, marcaria o gol de empate, que iniciaria a reação contra o Bangu. O Flu venceu (2×1), conquistando o tricampeonato estadual, e o bi de Romerito.

Gamarra
Carlos Alberto Gamarra, nascido em 1971.
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Alguns anos mais tarde , precisamente no ano de 95, apareceu no Internacional gaúcho o futebol inigualável de Carlos Alberto Gamarra. Os aficionados colorados não tardaram em classificar o zagueiro como o sucessor de Figueroa. Desempenhando seu ofício com classe estarrecedora, Gamarra ficou famoso durante a Copa da França de 98, quando, atuando pela seleção de seu país, não cometeu nenhuma falta. Na ocasião, o escrete guarani foi eliminado nas oitavas de final pelos donos da casa, graças ao chamado “gol de ouro”. No Inter, esse verdadeiro puro sangue dos gramados escreveu seu nome com letras maiúsculas, mostrando que a têmpera paraguaia tem um valor inestimável também na prática esportiva.

Gamarra foi um dos maiores zagueiros que o futebol já viu. Com muita raça, porém com poucas faltas, o paraguaio encantou a todo o mundo, principalmente representando sua Seleção, na Copa de 1998, na França. No Flamengo, foram apenas 30 partidas. Pouco, mas o suficiente para deixar com saudade os torcedores rubro-negros.

Em 2000, o Clube da Gávea não teve um bom ano, mas no ano seguinte, Gamarra comandou a zaga do Fla ao lado de Juan e com o olhar atento de Zagallo no banco de reservas treinando a equipe.

Foi um dos destaques das conquistas do tricampeonato estadual e da Copa dos Campeões. Antes, já havia feito história no Internacional e no Corinthians, conquistando o Campeonato Gaúcho de 1997, o Paulista de 1998 e o Brasileiro de 1999, que precedeu uma frustrada experiência no Atlético de Madrid.