Arquivo do Autor: Gilberto Maluf

Dupla perfeita

Sempre que pensamos em duplas no futebol, lembramos de Pelé e Coutinho, do ataque fabuloso do Santos no anos 60. Eles foram responsáveis pelas maiores pinturas daquela época. Faziam tabelas sensacionais, que eram totalmente alheias a qualquer tipo de marcação.

SOBRE PELÉ E COUTINHO
Coutinho….ele era fulminante dentro da área, dizem até mais que o negão dentro da área. Por volta de 1964/1965, , num sábado à noite, o Coutinho voltou a jogar bola, tinha emagrecido um pouco, justamente contra o Corinthians. O Santos subiu as escadas dos vestiários do gol de entrada do Pacaembu e parou, esperando para entrar junto com o Corinthians para não levar vaia, se é que precisava disso. O Corinthians subiu e parou também. Até que como não dava para ficar alí travado, o Corinthians entrou e o Santos também.
Tudo isso para falar que foi 3 x 0 para o Santos e os 3 gols do Coutinho.

Coutinho era gênio. Quase tão habilidoso quanto o Pelé. Toques sutis. Fintava com o olhar. Deixava Pelé na cara do gol e não reclamava.

Lembrei-me de um drible típico do Coutinho:
com a bola parada ele gingava para a esquerda flexionando seu joelho esquerdo ( obviamente o marcador já foi para a esquerda também ) e a perna direita ficava esticada à direita com a bola debaixo da sola do pé.
Gozado, faz quase 40 anos que isso se passou e a imagem volta à mente.
Lembrei-me de outra passagem: Em 1963 o Corinthians contratou do Internacional o quarto zagueiro Claudio, pesado que só o uruguaio Taborda e o argentino Sebá.
Ele ficou no meio de uma tabela de cabeça enntre o Pelé e o Couto. Foi de envergonhar. Foi neste mesmo jogo, 3 x 1 para o Santos, que atrás do gol dos portões monumentais o Pepe mandou uma bola na trave do Heitor. A bola fez uma curva incrível e devido ao silêncio ( medo ) escutei o barulho dela no travessão.
Estas coisas a gente não esquece. E o folclore só aumentou. Eu tinha 12 anos de idade.
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A publicação CBF NEWS, Histórias do Futebol, fala do encontro de um antigo zagueiro do Flamengo, o Bolero, com a dupla Pelé e Coutinho.

Bolero foi um zagueiro do Flamengo nos anos 50/60. Jogava com mais freqüência nos aspirantes, entrava às vezes no time titular, era reserva. Em 1984, carreira já encerrada, Bolero trabalhou como motorista do jornal O Dia.

Reservado, caladão, Bolero tinha no entanto muitas histórias para contar, que quando resolvia ia recordando levado pela saudade do tempo de jogador. Histórias que nem sempre eram de “mocinho”, como aquela em que enfrentou o Santos de Pelé, Coutinho & Cia. no Torneio Rio-São Paulo de 1961. Era um tempo em que os zagueiros ficavam, de véspera, apavorados ao saber que teriam de marcar Pelé.
O jogo entre Flamengo e Santos, no Maracanã, aconteceu no dia 11 de março de 1961. Bolero não estava relacionado para a partida. Como o zagueiro titular havia se contundido, e fora vetado, Bolero foi convocado às pressas para se concentrar e escalado para jogar.

Bolero entrou em campo preocupado. Não era para menos, afinal teria pela frente Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, o famoso ataque santista. Só não podia imaginar que naquela noite viveria o pior dos seus pesadelos, como ele começou a recordar de maneira bem-humorada.

– Eu ainda não tinha botado o pé na bola e o Santos já estava vencendo por 2 a 0 – contou.

Bolero não perdia por esperar. Pelé estava em noite inspirada, driblando a quem lhe aparecia pela frente.
– Teve um gol em que eu caí sentado com o drible que ele me deu. Quando eu virei, a bola já estava na rede.

O time do Flamengo (e a defesa) quase não pegava na bola. Pelé e Coutinho iam fazendo das suas, através de tabelinhas que deixavam tontos os zagueiros rubro-negros. Em um desses lances, outra vez Bolero tentou entrar em ação. Não conseguiu, de novo, achar Pelé. Ou Coutinho.

– Eles entraram tabelando e saiu outro gol. O time do Santos não parava de atacar. No final, não sabia mais quem era Pelé, quem era Coutinho, na velocidade eles se pareciam. Tinha também o Dorval, que ajudava a confundir ainda mais. Só sei que eles não paravam de fazer gol.

Pelé fez quatro, Pepe fez dois e Dorval completou. O Santos goleou o Flamengo por 7 a 1, diante da sua torcida, no Maracanã.

Desafio Placar

Jogadores
Analise a imagem abaixo e descubra quem são os 50 jogadores que estão representandos graficamente na ilustração.
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Caso não se aguente de ansiedade, confira abaixo o resultado:

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Times
Veja a imagem e descubra os 50 times que estão representados graficamente na ilustração.
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Caso não se aguente de ansiedade, confira abaixo o resultado:

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Uniforme mais bonito

O jornal Daily Mail elegeu o uniforme da Seleção Brasileira o mais bonito da história do futebol. Segundo a publicação, a lista foi desenvolvida depois de consultas a especialistas de moda da Inglaterra.

“Quando você vence muitas Copas do Mundo como o Brasil – cinco – você está vestido de ouro. O calção azul e as meias brancas não são uma combinação palatável, mas você está acostumado a ver este conjunto que é quase uma utopia para os olhos. Um vencedor merecido”, diz o texto.

A segunda colocação ficou com o Real Madrid e seu uniforme todo branco. A combinação de branco e vermelho deu ao holandês Ajax o terceiro lugar.

Confira a lista dos dez uniformes mais bonitos de acordo com o Daily Mail:

1 – Seleção Brasiliera
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2 – Real Madrid
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3 – Ajax
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4 – Leeds United (1973)
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5 – Hull City (1994)
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6 – Barcelona
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7 – Inglaterra
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8 – Arsenal (1992)
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9 – Crystal Palace (1980)
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10 – Coventry City (1978)
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Certamente devemos dar um desconto porque o jornal é britânico e a preferência foi dada quase que com unanimidade para os clubes locais. Mas o fato de terem escolhido a camisa da seleção de 70 me fez ver realmente o quanto ela era linda para os padrões da época. (G.Maluf)

O Daily Mail é um jornal Britânico, atualmente um tablóide, publicado inicialmente em 1896. É o jornal britânico mais popular depois do The Sun e indiscutivelmente o mais de direita. O seu jornal co-irmão, o The Mail on Sunday foi lançado em 1982, e uma versão Irlandesa do jornal foi lançada em 6 de Fevereiro de 2006. A inclinação editorial dos jornais é o conservadorismo social e político. O Daily Mail foi o primeiro jornal diário Britânico direcionado para o que hoje é considerada a classe média e o primeiro a vender um milhão de cópias por dia.

Algumas Obras Primas, Lances Históricos e 4 Histórias de Pelé

AS OBRAS-PRIMAS

Gol da Afirmação

19 de julho de 1958, Estádio Nya Ullevi, Gotemburgo, Suécia,
Brasil 1 x 0 País de Gales. A bola vem da direita, Didi ajeita de
cabeça para Pelé que mata a bola no peito, dá um semilençol no
adversário e toca para o canto direito do arco. Foi seu primeiro
gol em Copa do Mundo. É considerado pelo próprio Pelé o gol mais
importante da sua carreira, o gol da confiança, da afirmação
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Gol Mais Bonito

11 de Novembro de 1959, estádio do Juventus, na Rua Javari,
Santos 5 x 1 Juventus. Pelé recebe a pelota de Coutinho na entrada
da grande área. Sem deixar cair no chão, dá três chapéus em três
defensores. Dá ainda um quarto chapéu no goleiro Mão-de-Onça e, ainda
sem deixar a bola tocar o solo, mergulha de cabeça para completar
uma grande obra-prima
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Gol de Placa

5 de março de 1961, estádio do Maracanã, Santos 3 x 1 Fluminense.
Pelé pegou a bola fora da área do Santos e partiu para o gol adversário.
Passou entre Valdo e Edmilson, enganou Clóvis, saiu de Altair, fintou.
Pinheiro, driblou Jair Marinho, tocou na saída de Castilho. Pelé venceu.
sete jogadores do Fluminense e marcou o gol que lhe deu direito a placa de
bronze no hall de entrada do Maracanã. Daí nasceu a expressão “gol de placa”.
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Gol de Tabela

11 de outubro de 1962, Estádio da Luz, Lisboa, Portugal, Benfica 2 x 5
Santos. Zito toca para Pelé. O Rei chuta a bola nas pernas do zagueiro Coluna.
A bola volta e Pelé passa para Coutinho. Continho devolve para Pelé, para
Coutinho, para Pelé, para Coutinho, para Pelé que passa pelo zagueiro Cavém e
chuta na saída do goleiro. Gol da descisão em que o Santos se tornou o Campeão
Mundial Interclubes e que ilustra a famosa tabelinha com o parceiro Coutinho.
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Gol do Meio do Campo

19 de junho de 1977, Estádio Rutherford, New Jersey, Estados Unidos, Cosmos
3 x 0 Tampa Bay. Pelé percebe o goleiro adiantado e chuta do meio do campo. O
Rei marca o gol que tentara na Copa de 70, para delírio dos torcedores norte-
americanos

LANCES HISTÓRICOS

Chute do meio de campo

Pelé percebeu o Goleiro Viktor, da Tchecoslováquia,
adiantado e deu um chute de 70 metros, direto do meio do campo.
Viktor voltou desesperado mas a bola raspou a trave.

Maior Defesa

Cruzamento na área e Pelé acerta uma cabeçada
certeira. A bola toca no chão e vai entrando quando
o goleiro Banks, da Inglaterra, se estica todo e espalma
A bola sobe e sai por cima do gol. A defesa passou a ser
considerada a maior de todos os tempos

Tiro de Primeira

O goleiro uruguio Mazurkiewicz bate o tiro de meta errado
e Pelé, da intermediária, emenda de primeira para o gol. O goleiro
ainda tem tempo de se recuperar e encaixar a bola.

Drible de Corpo

A jogada mais plástica da Copa de 70. Tostão lança Pelé
e o goleiro Mazurkiewicz sai para dividir. Pelé passa pela
bola que também passa pelo uruguaio. O Rei dá a volta no
goleiro e chuta. A bola trisca a trave e vai para fora.
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FONTE: gramadoscjr.vilabol.uol.com.br

TRÊS HISTÓRIAS FORA DO CAMPO
por Celso Unzelte

O primeiro deles diz respeito, ainda, a um Pelé menino. Recém-chegado de Bauru para o Santos, com menos de 16 anos e ainda sem chances no time titular que seria bicampeão paulista em 1955/56, Pelé – até então conhecido como “Gasolina” – acabou escalado para reforçar um time de amadores e reservas, na decisão do campeonato da cidade de Santos, contra o Jabaquara.

Naquele dia, o Santos perdeu o jogo (1 a 0) e a taça, e Pelé desperdiçou um pênalti, defendido pelo goleiro Fininho. “Aquilo me arrebentou”, confessou Pelé, 43 anos mais tarde, em entrevista a esse colunista. “Fui vaiado depois do jogo e só pensava em voltar para Bauru.”

E Pelé só não voltou porque na hora em que ia fugindo dos alojamentos do clube, com mala e tudo, perto das 6 horas da manhã, foi surpreendido por Sabuzinho, um humilde funcionário do Santos, filho da cozinheira do clube, que àquela hora se preparava para ir à feira.
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Foto: GazetaPress

“Cadê a autorização para sair? Sem autorização você não sai daqui”, intimou Sabuzinho, que, assim, acabou salvando a carreira de Pelé. Anos depois, Sabuzinho morreria na frente do próprio Rei do Futebol e do goleiro santista Cláudio, ao escorregar do alto de uma pedra em que os três estavam pescando na Praia Grande, litoral paulista.

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Em uma de suas muitas viagens, Pelé chegava aos Estados Unidos para uma feira de esportes, acompanhado por seu então sócio, Hélio Viana. Na hora de passar pela alfândega, ele viu Hélio, que ia mais à frente, ser barrado e, depois, imediatamente liberado.

A mesma sorte não deu o Rei do Futebol. Como o funcionário não o reconheceu, Pelé teve de gastar mais tempo, explicando quem era e o que iria fazer naquele país.

Finalmente liberado, Pelé perguntou a Hélio Viana:

– Pô, o que você disse para o cara te liberar tão rapidamente?

– Eu? – respondeu o acompanhante. – Ah, foi só eu dizer que estava acompanhando o Pelé, e aí ele me liberou na hora…

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Pelé deixava sua residência em Santos quando o portão automático emperrou e o motorista teve de sair do carro para resolver a situação. Tempo suficiente para aparecer uma fã, desesperada, batendo no vidro da Mercedes-Benz.

– Por favor, o senhor poderia me dar um autógrafo? Seria muito importante para mim!

Fiel à sua política de jamais negar atenção aos fãs, Pelé autografou ali mesmo a roupa da moça, que, agradecida, não parou de repetir enquanto se afastava:

– Puxa, obrigada! Muito obrigada, mesmo! Obrigada, seu MÍLTON NASCIMENTO…
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Eduardo Scabbia, que comemora ser da “geração Pelé”, viu seu primeiro jogo de futebol em 1960. “Foi um Santos e Palmeiras na TV Record (com Raul Tabajara , Flavio Iazetti e Paulo Planet Buarque). A transmissão era em branco e preto, claro”, lembra. Desde então, se tornou santista graças àqueles “Anjos Negros vestidos de branco (nada de patrocínio, marca de material esportivo ou nome de jogador na camisa, só o escudo sagrado e o número às costas). A bola rolava de pé em pé com toques finos e precisos. O adversário parecia indefeso e incapaz de fazer algo parecido. Fiquei maravilhado. Era como um balé mágico interpretado pelos “Anjos Negros” vestidos de branco”, diz o santista, maravilhado.

Uma das histórias contados por Eduardo é de um gol em uma partida Santos x São Paulo a que assistiu no Morumbi. Ele mesmo conta: “o Pelé mata a bola na entrada da grande área, pela meia esquerda. A bola fica parada ao seus pés e o Jurandir, beque do São Paulo, bi-campeão mundial pelo Brasil em 62, se posiciona à sua frente pronto para o bote. Pobre Jurandir… Se soubesse o que estava para lhe acontecer, teria pedido para não jogar aquele jogo. Sem a bola, o Pelé dá dois passos rápidos para a direita e o Jura vai junto. O Pelé volta para a bola e lá vem o Jura com ele. Aí, o Pelé dá um passo sem a bola para a esquerda e dá-lhe Jurandir para a esquerda. O Pelé volta para a bola e, desta vez, o Jurandir volta também, mas já meio desequilibrado. Pela terceira vez, o Pelé repete o movimento sem bola, de novo para a direita e, quando o Pelé retorna para a bola, que nunca foi tocada esse tempo todo, o pobre Jurandir se esborracha no chão à frente de Sua Majestade. O Pelé então rola a bola fora do alcance do desnorteado Jurandir, que está contorcido no gramado e de direita manda um foguete no canto. É gol. Resultado: Santos 3 x 0 .

História de algumas fotos de Domício Pinheiro

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A foto é de DOMÍCIO PINHEIRO, um dos maiores que o país já teve.

Djalma Santos, Djalma Dias e Procópio, com a camisa do Palmeiras, no Parque Antarctica, em 1965, tempos da maravilhosa Academia.
Os três como se estivessem fazendo uma coreografia, cabeça, tronco e membros num mesmo movimento.
Para o que olhavam? Para a bola é que não era. Teria o árbitro apitado alguma coisa?
Conversando com Djalma Santos, na ESPN, lembrei-me dessa foto maravilhosa e faço, agora, questão de compartilhá-la.

Retirado do Blog do Juca Kfouri

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Famosa imagem de Pelé feita décadas atrás pelo fotógrafo Domício Pinheiro, falecido há alguns anos. Em uma noite de jogo, Domício fez com que a bola e o uniforme branco do Santos contrastassem com a escuridão do ambiente, o número 10 preto da camisa e a pele negra do jogador. É uma obra de arte – e uma das fotos mais conhecidas de Pelé.

Blog Pandini

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No Brasil, a foto mais famosa de perna quebrada é do lendário Domício Pinheiro, fotógrafo do Estadão.
Essa foto de Domício Pinheiro ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo de 1975 e rodou o mundo inteiro.
Em São José do Rio Preto (SP), o América local vencia o São Paulo F. C. por 1 a 0. Mirandinha, procurando empatar o jogo, foi na bola disputada com Baldini e fraturou a perna. O atacante passou à época por sete cirurgias e só voltou a jogar dois anos depois.

Domício Pinheiro firmou-se como fotógrafo esportivo e, apaixonado pelo futebol, era conhecido como o fotógrafo de Pelé por ter registrado magistralmente a carreira do jogador. Suas fotos buscam com precisão o instante memorável, onde se concentra ao máximo de significado, e constituiram uma referência importante para toda uma geração de fotojornalistas.

Nenhuma fotografia exibiu com tanta dramaticidade a tragédia da perna quebrada como o flagrante do centroavante Mirandinha, do São Paulo, que fraturou a tíbia e o perônio diante das lentes de Domício Pinheiro.

Rivalidade de torcedor – Fato corriqueiro

No Metrô de São Paulo sempre tivemos fatos pitorescos protagonizados por nós, torcedores, no dia seguinte aos jogos.

Entre 1992 e 1993 estava insuportável aguentar a torcida do São Paulo, e, para piorar, tentariam o tricampeonato da Libertadores na partida final contra o Velez Sarsfield.
Em 1993 fui tentar ser diplomático e dar os parabéns no bicampeonato a um são paulino, o Amaury e fui obrigado a escutar poucas e boas, que eu tinha mais é que me ferrar por ser corintiano, etc and etc.
Mas a vingança veio contra o Velez, quando Palhinha perdeu o pênalti e o Velez foi campeão. As rádios foram entrevistar o goleiro Chilavert e ouvi ele aos berros falar: pase-me la copa, hijos de p_ _ a.
Como o Amaury foi ao jogo e chegou ás 2h50min da matina em casa e logo ás 06h teve que acordar para trabalhar, chegou ao serviço destruído.
E eu fui implacável e joguei a pá de cal em cima dele. Sabem como? Entrava de 30 em 30 minutos na sala e imitava Chilavert: Pase-me la copa, hijos de p _ _ a.

Mas futebol sempre tem vingança e……..quando Marcelinho Carioca perdeu o pênalti na semi-final da Libertadores contra o Palmeiras, esqueci-me de desligar o telefone e acabrunhado liguei o rádio somente para ouvir músicas até a hora do sono chegar. Passava já da meia-noite.
Um são-paulino, o Amaury, ligou para minha casa quase à 01h da manhã. Quem atendeu foi meu filho e como não tinha jeito de dar desculpas do tipo , está dormindo, ele não está , me chamou e tive que escutar o indefectível…..chuuuupáááá.
Doeu!

Estes fatos seguem de exemplos para narrar o que ocorreu hoje por e-mail entre eu e o Amaury. Como não se tem sossego, a gente sempre tem que devolver na oportunidade que se apresenta. Quando o Corinthians caiu para a segunda divisão, recebi uns 80 e-mails. Tive que aceitar na boa.
Então, hoje saiu um e-mail na coluna Voz da Arquibancada do site da Gazeta Esportiva, de um palmeirense , espinafrando os são-paulinos e mandei para o Amaury. Aí vai:

Bambis, não adianta contestar a história.

História de várias falências, vários pedidos de peniquinho para os rivais, e de duas filas nas costas, dois jejuns: de 1931 a 1943 e de 1957 a 1970; 25 anos sem ganhar nada nem o Paulistinha como vocês mesmos dizem. Em doze decisões de título, entre Brasileiro, Paulista, Rio-SP, e até Supercopa de Juniores, envolvendo Palmeiras e São Bâmbi, o Palmeiras venceu 10 (1933/33, 42, 44, 47, 50, 65, 72/73 e 95); São Bâmbi (71 e 92). Nos anos de 1940, que vocês falam que eram o tal do Rolo Compressor, vocês perderam todas as decisões disputadas com o Palmeiras.

Todas! Duas delas, bem famosas a de 1942, que vocês correram de campo para não serem goleados, e a de 1950, o célebre Jogo da Lama. Vocês nunca foram tricampeões paulistas naquela época, porque o Palmeiras nunca deixou. Vocês nunca venceram os Brasileiros dos anos de 1960. Nem Copa do Brasil. Nem Rio-São Paulo. Nem a Fita Azul da CBF vocês têm. Vocês nunca vestiram a camisa da Seleção. Vocês nunca colocaram meia dúzia de jogadores de uma só vez na Seleção. Vocês nunca foram campeões invictos de nada. Vocês nunca montaram um ataque que fizesse mais de 100 gols num único campeonato.

Não são titulozinhos de um joguinho só, e que vocês passam o tempo todo na retranca, tipo juventinhus da rua Javari, só ganhando na bola parada ou no gol sem querer, né seu Müller, que vão fazer de vocês o clube mais glorioso do País. Outra coisa: vocês já ganharam algum título no Palestra Itália? Nunca! Eu já cansei de comemorar títulos em vossa casa e em cima de vocês ? nesse estádio aí, que a minha Torcida ajudou a construir, isso mesmo, demos esmolas a vocês muitas vezes, e o mantivemos com nossas rendas ?, sem contar as várias eliminações de Brasileiros e Paulistas, e os shows de nossos craques, como Ademir da Guia, Jorge Mendonça, Evair, César Sampaio e Alex10, o Chapeleiro de Bâmbis, entre outros. Agora, façam o que vocês mais gostam de fazer: Chupem!

Giacomo Leone

Então, mandei o e-mail com a seguinte provocação:
Amaury, ele deve ser da Mooca, no mesmo bairro onde sua família se estabeleceu .
Quando morava lá você tinha que respeitar os palestrinos.
Ou não?

E a resposta do Amaury foi:
Você sabe que não!
Eu já contei pra você, mas vale a pena bisar, para os demais conhecerem.

Eu morei 30 anos na Moóca, reduto de italianos e palmeirenses.
Eles eram nojentos!
Tinha, por exemplo, Seu José e Da. Maria, 2 casas pra baixo da minha.
Em 1977, no dia da final do Brasileiro, contra o timaço do Atlético Mineiro, depois do almoço, eu e meu pai encontramos com o Seu José, que disse:

– Hoje vcs. vão levar uma surra daquelas lá no Mineirão, hein?
Eu e meu pai demos uma de humildes, concordamos que o Galo era mais time, etc.
Quando acabou o jogo e fomos campeões brasileiros pela primeira vez, eu e meu pai abraçados pulávamos e gritávamos sonoros “chupa!” por cima do muro que dava para o quintal deles!

Eles tinham um filho, o Carlinhos, casado, pai de um casal de filhos, que gostava de ir para o bar do Valter, na rua de baixo, onde puxava assunto de futebol e sempre terminava ofendendo algum torcedor de outro time pra sair na porrada.

E o meu episódio preferido: na semifinal do Paulista de 1978, jogamos com o porco, e o empate era deles.
Eu estava ouvindo pelo rádio, sentado num banco de pedra que ficava na porta do Otávio, palmeirense que morava na casa abaixo da minha.
No último minuto da prorrogação, 0 x 0, o porcão estava aos berros comemorando na sala da casa dele, cuja janela dava para a rua, e consequentemente para onde eu estava sentado, puto da vida.

Aí o Getúlio, Gêgê da cara grande, desceu pela lateral direita, cruzou pra área.
O Serginho Chulapa cabeceou, a bola viajou e……entrou no ângulo!
Não deu nem tempo pra raciocinar: levantei e dei um sonoró chute no portão de ferro da casa do Otávio e gritei:

-Chuuuuuuuuuuuuuuuupaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaá!!!!

Esse era o respeito que eu tinha pelos palestrinos da Rua Serra de Jairé, na Moóca da minha infância, adolescência e juventude!

Mostrei exemplos do pessoal que convivi. Alguns com mais picardia, outros mais popularescos, etc.
Gilberto Maluf

REGRAS DO FUTEBOL DE RUA

1. A BOLA
A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do irmão menor.

2. O GOL
O gol pode ser feito com o que estiver à mão: tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, chinelos, os livros da escola e até o seu irmão menor.

3. O CAMPO
O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e, nos clássicos, o quarteirão inteiro.

4. DURAÇÃO DO JOGO
O jogo normalmente vira 3 e acaba 6, pode durar até a mãe do dono da bola chamar ou escurecer. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.

5. FORMAÇÃO DOS TIMES
Varia de 3 a 20 jogadores de cada lado. Ruim vai para o gol. Perneta joga na ponta, esquerda ou a direita, dependendo da perna que faltar. De óculos é meia-armador, para evitar os choques. Gordo é beque.

6. O JUIZ
Não tem juiz.

7. AS INTERRUPÇÕES
No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada em 3 eventualidades:

a) Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isso não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação.
b) Quando passar na rua qualquer garota gostosa.
c) Quando passarem veículos pesados. De ônibus para cima. Bicicletas e Fusquinhas podem ser chutados junto com a bola e, se entrar, é Gol.

8. AS SUBSTITUIÇÕES
São permitidas substituições no caso de um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer lição ou em caso de atropelamento.

9. AS PENALIDADES
A única falta prevista nas regras do futebol de rua é atirar o adversário dentro do bueiro.

10. A JUSTIÇA ESPORTIVA
Os casos de litígio serão resolvidos na porrada, prevalecem os mais fortes e quem pegar uma pedra antes.
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(autor não identificado)

Havia uma brincadeira que nenhum de nós prescindia, o jogo da bola.

A bola era em princípio feita com uma meia cheia de trapos, e quando aparecia uma bola de borracha fazia a delícia de todos nós. As balizas eram feitas com pedras. As regras eram feitas por nós. E os jogos quase sempre mudavam aos cinco e acabam aos dez, o que muitas vezes levava a lutas renhidas para a conclusão do jogo. Normalmente os mais pequenos, como era o meu caso, tinham de ir para a baliza. Como éramos quase todos pobres, andávamos descalços pelo que regra geral os que tinham sapatos ou botas tinham que as descalçar para poder jogar. Não eram poucas as vezes que chegávamos em casa com os dedos todos esfolados. Quero com isso dizer que não havia interferência de adultos senão muitas vezes à assistir às nossas grandes contendas, incentivando e comentando, entre eles que um ou outro de nós seríamos mais tarde jogadores para o Clube da terra.

Não havia a presunção sequer de se falar em jogar em clube algum . Não tínhamos kits caros de equipamentos com , mas não deixávamos de durante os nossos jogos de identificar-nos com elementos de cada equipe. Este é, em meu entender, o verdadeiro futebol de jovens. Não havia obesidade, porque muitos de nós também não tínhamos muito que comer, mas passávamos grande parte do tempo na rua r e não como agora os jovens passam o tempo agarrados a computadores e outras tecnologias .

Conclusões:

– O fato de jogarmos em espaços com irregularidades, como pedras, buracos, desenvolvia, em nós, uma maior capacidade técnica, pois não bastava ultrapassar os adversários , mas tínhamos sempre de contar com aquele ressalto inesperado que aparecia.

– O jogar com bolas de diferentes tamanhos, pesos e materiais, permitia-nos desenvolver uma maior sensibilidade no pé, associado ao fato de jogarmos descalços. De fato a relação pé e bola era a mais natural possível, pois não era mediada por chuteiras ou meias.

– A ausência de adultos, de sistemas táticos rígidos, permitia-nos desenvolver a criatividade, dar espaço ao “detalhe” individual, ao virtuosismo particular que cada um possuía. Dava-nos, ainda, a possibilidade de nós a organizarmos o espaço de jogo, a introduzirmos a regras em função do espaço disponível, e no fundo desempenhavamos ao mesmo tempo a dupla função de Atletas – treinadores.

– Para finalizar, este artigo não pretende ser uma crítica à criação de escolas de futebol, pois estas se bem orientadas, poderão ter um excelente papel no desenvolvimento de atletas. Pretende-se, apenas, alertar para os grandes benefícios que a prática do Futebol de Rua, pode trazer a todas aquelas que ocupam os seus tempos de lazer, correndo atrás de uma bola, pelo simples prazer de jogar.
Texto de António da Costa Pinheiro – Treinador de Futebol Nível II Pró UEFA.

Impressionante como veio à lembrança o fato que nós nos adaptávamos ao terreno irregular. Tínhamos que entender como seria o pique da bola.
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Fluminense, o grande precursor

Eu vou contar uma história
De um grande clube brasileiro.
O Pó de Arroz, tricolor carioca
Que no Brasil, foi o primeiro.
Com muita garra e coragem,
O Fluminense, plantou a semente
Do esporte Olímpico Brasileiro
Que o tricolor, trouxe p’ra gente

O sonho, demorou mais chegou.
Foram quase cem anos de luta
Em mil novecentos e vinte e dois
Ele patrocinou essa grande disputa,
Os jogos Olímpicos Latino-Americanos
Dos cem anos do Brasil Independente.
Um feito até os dias de hoje, lembrado.
Um legado, para o mundo, para a gente.

Em mil novecentos e quarenta e nove.
Foi a sede das Laranjeiras, que abrigou
Os primeiros anos da Seleção Brasileira
Seu nome, a história de glorias, marcou
No nosso futebol e no esporte amador.
O nome FLUMINENSE, sempre aparece.
Desde a Taça Olímpica de quarenta e nove.
Até hoje, o torcedor brasileiro, agradece.

Em dois mil e oito a grande emoção
Na final da Libertadores da América
Nos estádios do Brasil, jamais se viu.
Uma festa para o Futebol, como esta.
São vinte e quatro anos sem perder
Nas competições da COMMEBOL
Um marco histórico do fluminense.
Que enche de orgulho o nosso futebol

É esta historia tão cheia de beleza
Que hoje, este poeta, lhes narrou.
Das olimpíadas, do Rio de Janeiro
Foi o Fluminense, o grande precursor.
Que hoje, para dois mil e dezesseis
O Rio de Janeiro e o Brasil, ganhou
Hoje, homenageio os cem anos de luta
Que o Fluminense carioca, conquistou.

http://www.campeoesdofutebol.com.br/poesia_fluminense_olimpiadas_2016.html
Poeta Cypriano Maribondo
Alexandre Magno Barreto Berwanger