MEMORIAL DIÁRIO: SEGUNDA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 1950

COPA DO MUNDO

A Confederação Brasileira de Desportos, através de seu Presidente em exercício, Mário Polo, divulgou a tabela dos jogos da Copa do Mundo que começará no dia 24 de junho, com o jogo Brasil x México.

Como ainda não houvesse chegado a resposta de Portugal, foi incluída na tabela a letra “X” que compreende esse País.

Caso essa resposta seja negativa, serão eliminados os jogos a ele correspondentes, disputando-se o campeonato com as 14 seleções restantes.

A vaga deixada pela desistência da Índia, na última hora, não será preenchida, conforme comunicação que a CBD recebeu da FIFA.

 

Em Belgrado foi divulgada a lista corrigida dos 18 jogadores da Iugoslávia que irão ao Brasil para disputar a Copa do Mundo.

 

BOTAFOGO EM CUBA

Depois de três fáceis vitórias em Havana, capital de Cuba, o Botafogo realizou a última partida neste País com uma difícil vitória sobre o selecionado de Havana, por 2 x 1. Zezinho marcou o primeiro gol aos dez minutos e Pirilo o segundo aos 30. No segundo tempo, aos dois minutos de jogo, o selecionado cubano diminuiu. O Botafogo terminou o jogo com 9 jogadores, depois da expulsão de Ávila e Braguinha.

BOLÃO DO CAMPEONATO BRASILEIRO 2010 4ª RODADA TURNO

REGRAS

– Acertando o resultado e o placar exato do jogo: 18 pontos
– Acertando o time vencedor e o número de gols de um dos times: 12 pontos
– Acertando apenas o resultado do jogo (não o placar): 9 pontos
– Acertando o número de gols de um dos times: 3 pontos

VOTOS VÁLIDOS ATÉ A HORA DO JOGO.

* Quarta-Feira, 26/05/2010
o 19h30 | Barradão
Vitória 4 x 3 Atlético-MG
o 19h30 | Maracanã
Fluminense 2 x 1 Flamengo
o 19h30 | Olímpico
Grêmio 3 x 0 Avaí
o 20h30 | Morumbi
São Paulo 1 x 0 Palmeiras
o 21h50 | Eduardo Farah
Grêmio Prudente 2 x 2 Corinthians
o 21h50 | Mineirão
Cruzeiro 1 x0 Botafogo
o 21h50 | Vila Belmiro
Santos 3 x 1 Guarani
* Quinta-Feira, 27/05/2010
o 21h | São Januário
Vasco 3 x 2 Internacional
o 21h | Serra Dourada
Goiás 0 x0 Ceará
o 21h | Arena da Baixada
Atlético-PR 2 x 1 Atlético-GO


CLASSIFICAÇÃO APÓS A 4°RODADA DO TURNO

1°Ricardo Amaral 183 PONTOS
2°Gilberto Maluf 180 PONTOS
3°Andre Martins 165 PONTOS
4°Galdino Ferreira 159 PONTOS
5°Alexandre Martins 147 PONTOS
– Walter Iris 147 PONTOS
7°Braz Leme 135 PONTOS
– Rodolfo Kussarev 135 PONTOS
9°Gerson Rodrigues 129 PONTOS
10°Adalberto Kluser 111 PONTOS
11°Jorge Farah 84 PONTOS
12°Edu Cacella 75 PONTOS
13°Ocimar Ziley Martins 69 PONTOS
14°Gilvanir Alves 66 PONTOS
15°Rodolfo Stella 63 PONTOS
16°Decio Vital 57 PONTOS

AMISTOSOS INTERNACIONAIS DO ABC-RN EM 2010.

AGOVV_ApeldoornABC 4×1 AGOVV Apeldoorn, da Holanda

estádio Frasqueirão – 23 de maio de 2010

Gols: Felipe Moreira (2), João Paulo e Edson para abc e  Bokila para os holandeses

 

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ABC 2×1 BOCA JUNIORES, da  Argentina

 estádio Frasqueirão – 27 de maio de 2010

Árbitro: Leandro Saraiva Dantas de Oliveira – RN

Gols: João Paulo, aos 3 e 44 minutos do primeiro tempo e Cañetes para os argentinos, aos 17 da etapa final.

Amistoso disputava o Troféu Mercosul Danilo Menezes.

 ABC: Welington, Ronaldo, Tiago Garça, Leonardo, Renatinho; Basílio, Ricardo Oliveira (Bileu), Claudemir (Everton Cesar) e Cascata (Gabriel Pimba); Zulu (Ederson) e João Paulo (Felipe Moreira). Técnico: Leandro Campos.

 Boca Juniors: Horst, Villafañe, Echeverria, Ruiz e Santagati (Alfonso); Flores (Mazzola), Fernandes, Cabrera (Cuzco) e Sanchez (Cañete); Felipe (Joel Acosta) e Mathias Saavedra. Técnico: Oscar Regenhardt.

próximo jogo: Abc X Nacional do uruguai- 16jun(dta a confirmar)

MEMORIAL DIÁRIO: DOMINGO, 28 DE MAIO DE 1950

COPA DO MUNDO

Em Lisboa, o Primeiro Ministro Oliveira Salazar ordenou que a Federação Portuguesa de Futebol reexaminasse sua decisão de não participar da Copa do Mundo a realizar-se no Brasil em junho próximo.

 

A Federação Irlandesa de Futebol decidiu não aceitar o convite da Confederação Brasileira de Desportos e da FUFA para participar da Copa do Mundo. A recusa foi motivada pela exigüidade do prazo e a Federação Irlandesa declarou que lamenta profundamente não poder aceitar o convite.

 

FLUMINENSE EMPATA COM SELEÇÃO DO URUGUAI

Realizando brilhante exibição na tarde de hoje no Estádio Centenário, a equipe do Fluminense, do Rio de Janeiro, empatou por um tento com a seleção do Uruguai que tomará parte da Copa do Mundo. O Fluminense formou com Veludo, Píndaro e Pinheiro; Valdir, Pé de Valsa e Mário; Santo Cristo, Carlyle, Silas, Didi e Tite. A seleção uruguaia entrou em campo com Maspoli, Matias Gonzalez e Tejera; J. C. Gonzalez, Duran e Victor Andrade; Ghiggia, Julio Perez, Miguez, Schiaffino e Moran.

Ambos os tentos foram marcados no primeiro tempo. O ponteiro-esquerdo carioca Tite marcou aos 32 minutos e Miguez empatou.

 

SANTOS VENCE EM JUIZ DE FORA

Em amistoso comemorativo ao centenário da cidade de Juiz de Fora, o Santos venceu a seleção local por 2 x 1. O quadro vencedor teve a seguinte formação: Robertinho, Hélvio e Expedito; Nenê, Telesca e Formiga; Alemãozinho, Antoninho, Paschoal, Odair (Nando) e Pinhegas.

 

AMÉRICA VENCE FLAMENGO

Em amistoso realizado no Estádio da Gávea, o América venceu o Flamengo por 3 x 1, com gols de Ranulfo, Carlinhos e Dimas. Válter marcou para o Flamengo. A arbitragem foi de Mário Vianna.

 

GUARANI E MADUREIRA EMPATAM EM CAMPINAS

No amistoso disputado em Campinas, aconteceu empate entre o clube local, o Guarani, e o Madureira, do Rio de Janeiro, em 1 x 1. Nenê, contra, marcou o gol do Madureira, e China empatou para o Guarani.

 

FUTEBOL PELOS ESTADOS

 

Belém – Tuna Luso 2 x 1 Paulista

Recife – Náutico 3 x 0 Íbis

Salvador – Vitória 5 x 2 São Cristóvão

Em Belo Horizonte teve início o primeiro turno do campeonato mineiro com os jogos Cruzeiro 2 x 1 Metalusina e América 1 x 0 Villa Nova.

Curitiba – Ferroviário 3 x 1 Jacarezinho

Natal – Santa Cruz 1 x 0 ABC

Em São Paulo, no Pacaembu, pelo Torneio Quadrangular Prefeito Lineu Prestes, o São Paulo goleou a Portuguesa de Desportos por 4 x 0, gols de Augusto, Ponce de Leon, Leopoldo e Bóvio.

ODISSEIA NA SÉRIE “D”.

ODISSEIA NA SÉRIE “D”.
Campeão teve que percorrer mais de 28 mil quilômetros por causa da competição.
Desistência de jogadores, falta de apoio financeiro, distancias quase continentais – no total, a delegação percorreu mais de 28 mil Km. Foi diante desses obstáculos todos que o São Raimundo, clube da cidade paraense de Santarém, teve que passar por cima para se sagrar o primeiro campeão da Série D do Campeonato Brasileiro.
Santarém fica a mais de 600 Km de Belém. Para chegar a capital, dois meios de transportes são os mais utilizados: a balsa, em uma viagem de três dias, e o avião, em um trajeto de pouco mais de uma hora. – Moramos numa região muito isolada, isto não temos como mudar. Mas começamos a Série com poucos apoios. Sabíamos desde o inicio a dificuldade que seria, até por se tratar de uma divisão recém-criada – disse o presidente do Pantera, Rosinaldo do Vale. O primeiro jogo fora de casa do São Raimundo já sinalizava o que seria o restante da campanha. Para chegar até Palmas, onde o time venceu o Tocantins por 4 a 1, a delegação do São Raimundo enfrentou uma viagem de um dia – sendo 23 horas passadas dentro de um ônibus.
Mesmo com a folha sobre controle e pagamento em dia, 11 jogadores desistiram do projeto.
– Eles não agüentaram as viagens em cima da hora, cansativas, e falta de estrutura, então pediram para sair. Os que ficaram foram guerreiros – afirmou o diretor de futebol do clube, Sandeclei Monte. Mais do que tudo, o São Raimundo mostrou que para ser campeão é preciso ser persistente e acreditar.
PARA CHEGAR A MACAPÁ QUASE FOI UM MOTIVO DE DESISTENCIA.
O São Raimundo teve motivos de sobra para desistir da Série D no meio do caminho. Uma das situações mais criticas que a delegação precisou enfrentar foi na terceira fase, quando chegou a Macapá apenas duas horas e meia antes da partida contra a equipe do Cristal (AP). – Tivemos vários tipos de dificuldades. Estivemos perto de desistir do campeonato. Lembro que tínhamos um jogo em Macapá no domingo e, sábado à tarde, não tínhamos as passagens. Quando todos já tinham desistido e já era noite de sábado nós conseguimos alugar duas aeronaves pequenas – disse o diretor de futebol, Sandeclei Monte.
Para quem pensa que a única dificuldade foi não ter o meio de transporte disponível com antecedência se engana. Além disso, a equipe precisou pousar na cidade próxima de Macapá – cerca de uma hora e meia de distancia de avião – que estava com o aeroporto fechado. – Às sete horas da manhã de domingo, quando chagamos a Macapá, resolveram fechar o aeroporto e não nos deixam pousar.
Tivemos que ir para Monte Dourado, uma cidade perto, onde ficamos até o meio dia, quando liberaram a pista de pouso em Macapá. Chegamos na capital por volta de 13h30.
Só deu tempo de almoçar, tomar banho e ir jogar – lembrou Sandeclei, contando que o time ainda foi derrotado por 3 a 1.
JOGOS DO SÃO RAIMUNDO FORA DE CASA.
Desde a estréia na Série D, dia 5 de julho, em casa, contra o Moto Club (MA), a caminhada do São Raimundo durou quase quatro meses.
Nesse período, o time paraense percorreu 28.056 Km (seis vezes do Oiapoque ao Chuí). Confira os jogos do campeão da 4º Divisão como visitante:
Tocantins 1×4 São Raimundo.
Total: 3.796 Km
Trajeto: avião Santarém/Belém (PA) (691 Km); ônibus Belém/Palmas (1.207 Km).
Volta: mesmo trajeto, só que inverso.
Cristal (AP) 0x1 São Raimundo.
Total: 1.396 Km.
Trajeto: avião: Santarém/Macapá (485 Km); Macapá/Monte Dourado (AP) (213 Km).
Monte Dourado/Macapá (213 Km); Macapá/Santarém (485).
Moto Club (MA) 3×0 São Raimundo.
Total: 2.290 Km.
Trajeto: Santarém/São Luis (MA) – 1.145 Km.
Vota de avião São Luis/ Santarém – 1.145 Km.
Gênus (RO) 1×1 São Raimundo.
Total: 8.876 Km.
Trajeto: todo de avião, Santarém/Manaus – 589 Km; Manaus/Brasília – 1.929 Km; Brasília/Porto Velho (RO) – 1.920 Km. Trajeto inverso na volta.
Cristal (AP) 3×1 São Raimundo.
Total: 970 Km.
Trajeto: avião Santarém/ Macapá – 485 Km: Volta Macapá/Santarém.
Cristal (AP) 1×1 São Raimundo.
Total: 970 Km.
Trajeto: avião Santarém/ Macapá – 485 Km: Volta Macapá/Santarém.
Alecrim (RN) 2×2 São Raimundo.
Total: 4.356 Km.
Trajeto: avião: Santarém/Natal – 2.178 Km. Volta: Natal/Santarém – 2.178 Km.
Macaé (RJ) 3×2 São Raimundo.
Total: 5.402 Km.
Trajeto: avião: Santarém/Rio de Janeiro – 2.584 Km, ônibus Rio de Janeiro/Volta Redonda – 117 Km; volta: mesmo trajeto, mas no sentido inverso.
Fonte: Jornal Lance.
Campeão teve que percorrer mais de 28 mil quilômetros por causa da competição.
Desistência de jogadores, falta de apoio financeiro, distancias quase continentais – no total, a delegação percorreu mais de 28 mil Km. Foi diante desses obstáculos todos que o São Raimundo, clube da cidade paraense de Santarém, teve que passar por cima para se sagrar o primeiro campeão da Série D do Campeonato Brasileiro.
Santarém fica a mais de 600 Km de Belém. Para chegar a capital, dois meios de transportes são os mais utilizados: a balsa, em uma viagem de três dias, e o avião, em um trajeto de pouco mais de uma hora. – Moramos numa região muito isolada, isto não temos como mudar. Mas começamos a Série com poucos apoios. Sabíamos desde o inicio a dificuldade que seria, até por se tratar de uma divisão recém-criada – disse o presidente do Pantera, Rosinaldo do Vale. O primeiro jogo fora de casa do São Raimundo já sinalizava o que seria o restante da campanha. Para chegar até Palmas, onde o time venceu o Tocantins por 4 a 1, a delegação do São Raimundo enfrentou uma viagem de um dia – sendo 23 horas passadas dentro de um ônibus.
Mesmo com a folha sobre controle e pagamento em dia, 11 jogadores desistiram do projeto.
– Eles não agüentaram as viagens em cima da hora, cansativas, e falta de estrutura, então pediram para sair. Os que ficaram foram guerreiros – afirmou o diretor de futebol do clube, Sandeclei Monte. Mais do que tudo, o São Raimundo mostrou que para ser campeão é preciso ser persistente e acreditar.
PARA CHEGAR A MACAPÁ QUASE FOI UM MOTIVO DE DESISTÊNCIA.
O São Raimundo teve motivos de sobra para desistir da Série D no meio do caminho. Uma das situações mais criticas que a delegação precisou enfrentar foi na terceira fase, quando chegou a Macapá apenas duas horas e meia antes da partida contra a equipe do Cristal (AP). – Tivemos vários tipos de dificuldades. Estivemos perto de desistir do campeonato. Lembro que tínhamos um jogo em Macapá no domingo e, sábado à tarde, não tínhamos as passagens. Quando todos já tinham desistido e já era noite de sábado nós conseguimos alugar duas aeronaves pequenas – disse o diretor de futebol, Sandeclei Monte.
Para quem pensa que a única dificuldade foi não ter o meio de transporte disponível com antecedência se engana. Além disso, a equipe precisou pousar na cidade próxima de Macapá – cerca de uma hora e meia de distancia de avião – que estava com o aeroporto fechado. – Às sete horas da manhã de domingo, quando chagamos a Macapá, resolveram fechar o aeroporto e não nos deixam pousar.
Tivemos que ir para Monte Dourado, uma cidade perto, onde ficamos até o meio dia, quando liberaram a pista de pouso em Macapá. Chegamos na capital por volta de 13h30.
Só deu tempo de almoçar, tomar banho e ir jogar – lembrou Sandeclei, contando que o time ainda foi derrotado por 3 a 1.
JOGOS DO SÃO RAIMUNDO FORA DE CASA.
Desde a estréia na Série D, dia 5 de julho, em casa, contra o Moto Club (MA), a caminhada do São Raimundo durou quase quatro meses.
Nesse período, o time paraense percorreu 28.056 Km (seis vezes do Oiapoque ao Chuí). Confira os jogos do campeão da 4º Divisão como visitante:
Tocantins 1×4 São Raimundo.
Total: 3.796 Km
Trajeto: avião Santarém/Belém (PA) (691 Km); ônibus Belém/Palmas (1.207 Km).
Volta: mesmo trajeto, só que inverso.
Cristal (AP) 0x1 São Raimundo.
Total: 1.396 Km.
Trajeto: avião: Santarém/Macapá (485 Km); Macapá/Monte Dourado (AP) (213 Km).
Monte Dourado/Macapá (213 Km); Macapá/Santarém (485).
Moto Club (MA) 3×0 São Raimundo.
Total: 2.290 Km.
Trajeto: Santarém/São Luis (MA) – 1.145 Km.
Vota de avião São Luis/ Santarém – 1.145 Km.
Gênus (RO) 1×1 São Raimundo.
Total: 8.876 Km.
Trajeto: todo de avião, Santarém/Manaus – 589 Km; Manaus/Brasília – 1.929 Km; Brasília/Porto Velho (RO) – 1.920 Km. Trajeto inverso na volta.
Cristal (AP) 3×1 São Raimundo.
Total: 970 Km.
Trajeto: avião Santarém/ Macapá – 485 Km: Volta Macapá/Santarém.
Cristal (AP) 1×1 São Raimundo.
Total: 970 Km.
Trajeto: avião Santarém/ Macapá – 485 Km: Volta Macapá/Santarém.
Alecrim (RN) 2×2 São Raimundo.
Total: 4.356 Km.
Trajeto: avião: Santarém/Natal – 2.178 Km. Volta: Natal/Santarém – 2.178 Km.
Macaé (RJ) 3×2 São Raimundo.
Total: 5.402 Km.
Trajeto: avião: Santarém/Rio de Janeiro – 2.584 Km, ônibus Rio de Janeiro/Volta Redonda – 117 Km; volta: mesmo trajeto, mas no sentido inverso.
Fonte: Jornal Lance.

Fatos curiosos do futebol!!!

O futebol brasileiro é recheado de histórias no mínimo intrigantes, muitas delas fazem parte do nosso folclore e tornam o futebol cada vez mais apaixonante ao torcedor.
Numa tarde chuvosa em São Paulo, quando entravam no gramado do Velódromo para restabelecer seu treino, interrompido pela chuva, os rapazes do Paulistano, despejaram-se das arquibancadas para o campo, aos berros de “allez-gohack”, palavras atiradas ao ar por Olavo de Barros e Renato, de jubilo pela estiagem que fizera. Repetido depois, a qualquer pretexto pela turma do Paulistano, aquele estrangeirismo que significava “para frente, avante” acabou abrasileirando-se no “alê-guá-guá-guá hurrah”, que se transformou no hino do Paulistano. Nascia ali, o primeiro hino futebolístico, e atrás dele, por espírito de imitação, vieram os outros, o do Mackenzie, por exemplo: – “back, tetéque: black, tetéque, éque, éque” etc.
A primeira partida de futebol artificialmente iluminada do mundo aconteceu aqui no Brasil, mais precisamente em São Paulo, numa festiva noite de São João, no ano de 1923. O jogo fora disputado entre uma equipe de funcionários da Light e a Associação Atlética República, sob a luz de 20 refletores e 10 projetores, num campo situado em um terreno da Companhia São Paulo Light, na rua do Glicério. O resultado da partida se perdeu nos anais da história. Por sorte o registro não se perdeu, pois no dia seguinte realizava-se uma partida noturna em Lynn, nos Estados Unidos.
No dia 31 de março de 1928, foi realizado em São Januário, o primeiro jogo oficial artificialmente iluminado. O Vasco da Gama venceu o Wanders (Uruguai), por 1 a 0.
Em 1925, o Club Athlético Paulistano (extinta equipe da capital paulista) realizou uma excursão à Europa, uma das primeiras realizadas por equipes brasileiras, sendo que seu saldo foi tão positivo que os jornais franceses denominaram os brasileiros, Os Reis do Futebol. Em aproximadamente um mês e meio, o Paulistano realizou dez partidas na França, Suíça e Portugal, obtendo um resultado de nove vitórias e apenas uma derrota. A façanha dos brasileiros merece destaque maior, pois enfrentaram verdadeiras seleções, árbitros contrários e, campos, se assim os podemos chamar, em péssimo estado, além de uma longa viagem de navio e estafantes viagens de trem.
No início dos anos 30, disputavam-se algumas partidas noturnas, e a bola utilizada era marrom. Pois bem, o São Paulo iria jogar contra o Vasco da Gama e o “seu” Joaquim – Joaquim Simão Gomes – perguntou ao diretor esportivo Mário Cunha Bueno se poderia pintar a bola de branco. Autorizado, ele comprou uma tinta chamada Duco Alemão e mandou ver. Estava criada a primeira bola branca do mundo. Foi um sucesso que se espalhou rapidamente. Só que “seu” Joaquim não patenteou o invento, aí…
Diamante Negro virou marca de chocolate em homenagem a um apelido de uma grande estrela do futebol brasileiro, Leônidas da Silva. Apelido este dado pêlos franceses durante a Copa do Mundo de 1938, na qual foi o artilheiro. Ele não era estreante, havia jogado a Copa de 1934, na Itália. Já amadurecido, o Diamante Negro, encantou os torcedores europeus.
… Na noite de 16 de julho de 50, o velho capitão não quis comemorar com o resto do time. Convidou o massagista da Celeste a sair com ele. Os dois deixaram o hotel sem destino certo. O Rio era um vasto cemitério. Nem alma do outro mundo se via pelas ruas da cidade.
Obdulio e o massagista entram num bar da Avenida Copacabana. O dono do bar é um velho conhecido de outras passagens da seleção uruguaia pelo Brasil. Obdulio, que já saíra do hotel um tanto calibrado, quer tomar chope. Está sem um tostão no bolso. Pergunta se tem crédito. O próprio dono traz duas canecas, espumando. Obdulio, ainda em pé, bebe de um só fôlego a primeira caneca.
Já sentado, Obdulio vê entrar no salão um rapaz. Um rapaz que é a própria máscara da desolação. Nas raras mesas ocupadas, as pessoas ouvem, desconsoladas as lamúrias do moço. Ressoa pela sala a tristeza cósmica do povo brasileiro.
– O Obdulio derrotou o Brasil – dizia, em prantos, o torcedor.
O desabafo bateu de mal jeito no coração de Obdulio Varela. De repente, ele se sente o carrasco de um povo. O próprio Obdulio narra, na primeira pessoa, o drama que passaria a viver naquela noite sombria do futebol brasileiro.
“Eu olhava aquele rapaz sofrido. Foi me dando um mal-estar. O povo desse país tinha preparado o maior carnaval do mundo e nós arruinamos tudo. De repente, eu estava tão amargurado quanto ele. Teria sido bonito ver uma noite de carnaval dos brasileiros. Teria sido emocionante ver a multidão delirando com uma coisa tão simples, tão singela. Nós tínhamos estragado a festa e, a bem da verdade, não tínhamos ganhado nada. Conquistamos um título, muito bem. Mas, que seria isso comparado com a tristeza imensa de uma gente tão simpática? Pensei no Uruguai. Certamente, o povo lá estaria muito feliz. Mas, eu, Obdulio, eu estava no Rio, no meio de uma profunda decepção nacional. Me lembrei da raiva que tive quando os brasileiros nos fizeram o gol. E, no entanto, a bronca que dei no campo iria doer em mim também”.
O dono do bar foi à mesa do campeão, levando pelo braço o rapaz, ainda choroso.
– Sabe quem é este? Este é o Obdulio Varela. – E apresentou um ao outro.
– Tive a súbita sensação de que aquele rapaz podia me matar – confessa Obdulio – e, se me matasse, talvez merecesse absolvição.
– Por favor, Obdulio – disse, reverente, o rapaz -, você quer tomar um chope comigo?
Obdulio aceitou. Mudou de mesa. “Se tiver de morrer aqui, não pode existir noite mais apropriada”, pensou.
À noite do triunfo, Obdulio Varela passou-a, inteirinha, esvaziando canecas e consolando aquela alma penada que acabara de conhecer. Um pobre coração destroçado. E a quem, lá pelas tantas da madrugada, talvez tivesse confessado, como confessaria, mais tarde, ao escritor Oswaldo Soriano:
– Se tivesse de jogar, de novo, aquela final do Maracanã, não se assombre com o que eu vou lhe dizer: eu faria um gol contra. Um gol contra, sim senhor!…
(Nogueira, Armando – A triste noite de um campeão)
Num célebre jogo no final dos anos 50, em que o São Paulo venceu o Santos por 6 a 2, Mestre Ziza pôde testar a habilidade de Canhoteiro – que já era chamado A Força Branca. Exausto por recente excursão à Europa, entregou a bola a Canhoteiro e recomendou: “Vê se ganha algum tempo para a gente”. Do campo do São Paulo, o ponta foi driblando até a área do Santos e voltou: “Toma a bola de volta, Mestre”.
Um grande artilheiro pode ser também um goleiro de primeira. Afinal, sempre existiu um fascínio entre o algoz e a vítima. Pelé, um dos maiores goleadores que o mundo já conheceu, jamais escondeu isso de ninguém. Aliás, sempre gostou de jogar no gol, mostrando um talento natural para a posição. Mas se Pelé não fosse a própria camisa 10, na certa teria sido goleiro. Nos recreativos do Santos, ele costumava brincar na posição e no Ébano, time de praia que reunia jogadores negros, era titular absoluto da camisa nº 1. Uma vez, o grande público teve oportunidade de apreciar suas outras habilidades. Foi no início dos anos 60, no Pacaembu, em São Paulo. O Santos jogava contra o Grêmio e o goleiro Laércio foi expulso. Pelé não pensou duas vezes, vestiu a camisa preta de mangas compridas e foi para debaixo dos “três paus”. Fechou o gol. Não deixou passar mais nada. O jogo terminou com a vitória do Santos por 4 a 3. A única apresentação oficial do autor dos mais belos gols na moldura de suas obras.
Na caótica Seleção Brasileira de 1966, muitos fatos foram realmente inusitados (como a formação de quatro equipes, por exemplo), mas um deles serve para demonstrar bem o que aconteceu naquele tempo: na lista de jogadores convocados saiu o nome de Ditão, do Flamengo, que se apresentou, é lógico. Só que o convocado pelo técnico Vicente Feola era na realidade Ditão do Corinthians. A CBD (Confederação Brasileira de Desportos) não quis assumir o erro cometido – dentre muitos – e por esses caprichos tão comuns ao nosso futebol, ficou o Ditão do Flamengo mesmo. Que, por fim, foi cortado.

No dia 22 de junho de 1996, o Estado de Roraima, que possui o campeonato estadual mais novo do país, presenciou um fato jamais ocorrido no futebol brasileiro. A partida pelo estadual, entre o Rio Negro e o Progresso, teve a incrível marca de um pagante, o autor de tal façanha, foi o motorista do Ministério de Agricultura de Boa Vista, Abraão Pereira de Souza. A renda da partida também atingiu a incrível marca de R$ 5,00 (cinco reais), sendo que cada clube ficou com a não menos incrível quantia de R$1,00 (um real). Um mês antes, em outra partida entre as mesmas equipes, o público pagante foi de quatro pessoas, com renda de R$ 20,00 (vinte reais).
Considerado o detentor do melhor futebol do mundo, o Brasil, teve por muitos anos, o pior time do mundo – o Íbis Sport Club. Fundado em 15 de novembro de 1938, o Íbis surgiu na iniciativa de Onildo Ramos, gerente da Tecelagem Seda e Algodão de Pernambuco, a T.S.A.P., em realizar o sonho dos operários da fábrica: ter um time de futebol para disputar o Campeonato Pernambucano de profissionais. A ave sagrada do Egito antigo, protetora da cultura da seda e presente na marcada da empresa, foi escolhida para o nome e distintivo.
Nos primeiros anos a equipe não era tão ruim, chegando até mesmo a ser campeã pernambucana em 1946. O Íbis começou a ser tachado de o pior time do mundo a partir da década de 80, quando ficou três anos seguidos sem ganhar um único jogo e sofreu uma série de goleadas históricas, entre elas, 11 a 0 para o Santa Cruz. No campeonato de 81, por exemplo, números impressionantes: 18 derrotas em 18 jogos, sofrendo 89 gols e marcando apenas quatro. No campeonato seguinte, disputou 11 partidas, perdeu dez e empatou uma. Fez seis gols e sofreu 46. Com esse curriculum, o Íbis, teve por muito tempo orgulho de ser taxado de o pior time do mundo. Mas a história começou a mudar, a partir do ano 2000, o time ascendeu a primeira divisão de Pernambuco e agora não quer mais o “honroso” título.

Autor:Fabio Aires da Cunha
Referências Bibliográficas:
DUARTE, M. O Guia dos Curiosos. São Paulo: Cia das Letras, 1996. p.164-178.
NOGUEIRA, A. A triste noite de um campeão. O Estado de São Paulo. São Paulo, 18 de agosto de 1996. Esportes, p.2.
PATUSCA, A. Os Reis do Futebol. São Paulo: Bentivegna, 1976.
REVISTA PLACAR. São Paulo: Abril.
SUPLEMENTO ESPECIAL DE ISTOÉ. Espanha 82 – O Brasil e as Copas do Mundo. São Paulo: Caminho Editorial, 1982.