Andarahy Atlético Club – Andaraí-RJ – Um pouco de história e estória …

“Andarahy, um pouco de história e estória …”

Fundado no subúrbio carioca do mesmo nome, no dia 9 de novembro de 1909, o ANDARAHY ATLÉTICO CLUB foi um dos clubes que deixou marcada sua presença nos tempos heroicos do futebol carioca.

De suas fileiras suburbanas saíram alguns jogadores de valor para o futebol do Rio antigo.

E, entre outras coisas, se conta a história de um sapo enterrado no campo do Vasco, por uma figura “folclórica” do clube Arubinha. Esse sapo foi vingança da gente do Andarahy, depois de um revés em 1937,  no 2º Turno, para o Vasco, por 12 a 0.

Nessa temporada o Andarahy foi o último colocado no Campeonato da Liga de Futebol do Rio de Janeiro, ano da pacificação nacional.

Seria também o último campeonato em que o velho Andarahy tomaria parte na Divisão Maior do futebol carioca.

Curioso que de um modo geral, na era das cisões, o Andarahy esteve sempre junto com o Vasco, na mesma Liga.

Mas, o fato é que depois dessa “praga”, o Vasco somente seria campeão carioca depois de um longo jejum, em 1945.

O Andarahy iniciou sua participação em Campeonatos da cidade do Rio de Janeiro, em 1916 na então Liga Metropolitana de Sports Athléticos. Nessa temporada o América foi campeão carioca e o clube do subúrbio ficou colocado em penúltimo lugar, com 10 pontos ganhos e 14 pontos perdidos.

Mas, conseguiu a façanha de derrotar o campeão por 1 a 0, no returno, assim como venceu o Botafogo por 3 a 2, e o Fluminense por 2 a 1.

O Andarahy jamais conseguiu derrotar o Vasco da Gama na sua passagem pelo futebol carioca em campeonatos oficiais.

 

Fonte: texto extraído do jornal Popular da Tarde, dos anos setenta. Obs: O texto não traz o nome do autor.

Andarahy Athletico Club – Andaraí (RJ): escudo e uniforme de 1921

Encontrei uma foto muito bacana da Revista Sport Ilustrado, destacando o jogador Caroti do Andarahy Athletico Club, em 20 de agosto de 1921. Além da foto o que chama a atenção é um escudo diferente da equipe alviverde do Andaraí.

Agremiação foi Fundada no dia 09 de novembro de 1909. Seu campo estava localizado na Rua Prefeito Serzedello Correa (atual Rua Barão de São Francisco), que em 1960 foi vendido ao América e nos anos 90 foi trocado para a construção do Estádio Giulitte Coutinho, no Distrito de Edson Passos, em Mesquita. Atualmente, o campo do Andarahy é um shopping, no bairro do Andaraí, na Zona Norte da cidade.

Foi um clube carioca de grandes campanhas, ganhou o Torneio Início do Campeonato Carioca de 1924 e foi vice-campeão carioca em 1921 e 1934, e 3º colocado no Campeonato Carioca em 1924, e 1933. Com a união da FCF e da FMD em 1937, o clube deixa o Campeonato Carioca para sempre.

 

Fonte: Arquivo pessoal – Revista Sport Ilustrado

Esporte Clube Cultural de Cuité (PB): Disputou o Torneio Mistão-70

Após o sucesso, o município de Cuité (PB), recebeu outro presente. Três meses depois, outra equipe cuiteense ganharia destaque. O Esporte Clube Cultural de Cuité foi convidado para participar do Torneio “Mistão-70”, organizado pela Liga Campinense de Futebol, em protesto a FPF (Federação Paraibana de Futebol), pelos preços e organização do certame paraibano daquele ano, Campinense e Treze desistiriam de disputar o campeonato, assim criaram o torneio que contou com presença de equipes amadoras do Agreste Paraibano.

O primeiro confronto válido pelo torneio entre as equipes do Esporte Clube Cultural de Cuité ante o Campinense Clube seria no dia 20 de junho de 1970, no Estádio Pedro Viana. Outra vez uma grande festa foi organizada para receber o esquadrão rubro-negro campinense que estava formando um “embrião” para uma futura conquista do Pentacampeonato Paraibano de 1971 a 1975.

A equipe cartola era conhecida popularmente no meio esportivo como equipe do “Zé Pinheiro”, já que a maioria do elenco era formada por jogadores das categorias de base do clube localizados no Estádio Municipal Plínio Lemos, no Bairro de José Pinheiro, em Campina Grande. A partida terminaria com o placar de 1 x 0 para o Campinense, em um jogo mais duro em relação ao amistoso contra o Expressinho em março.

As duas equipes voltariam a se encontrar em 25 de julho, no Estádio Plínio Lemos em Campina Grande, no segundo turno do torneio. Este com o placar mais elástico a favor da “Raposa”, 5 x 2. Os gols do Esporte Clube Cultural foram anotados por Toinho aos 34 do 1º tempo e Orlando aos 27 do 2º tempo.

O terceiro encontro entre as duas equipes foi no dia 23 de agosto válido pelo 3º turno do torneio.

A partida foi realizada no Estádio Pedro Viana, esta com maior expectativa do público, já que o Esporte Clube Cultural vinha de bons resultados dentro e fora de seus domínios, aguardada com ansiedade pela torcida, afim de lograr um grande resultado diante do Campinense Clube, já que este mesma equipe conseguiu um resultado heroico diante do Treze Futebol Clube, no Estádio Presidente Vargas em Campina Grande de 1 x 1 no dia 5 de julho com gol de Ari.

Mas para a frustração do grande público presente, a partida terminou com o placar de 3 x 0 para a Raposa, com gols anotados por Erasmo (dois) e Bidoreco. No fim do Torneio Mistão-70 o Campinense Clube sagrou-se campeão.

Este com certeza foi um dos maiores anos do futebol cuiteense em toda sua história, grandes partidas com equipes de todo o Estado, levando o nome de Cuité para todo o estado da Paraíba e o Nordeste.

Campeonato Paraibano Misto

1970

Taça Dagoberto Pimentel

Período: de 17 de maio a 27 de setembro de 1970

 

Participantes

América Futebol Clube (Esperança)

Atlético Futebol Clube (Campina Grande)

Atlético Clube Tabajara (Alagoa Grande)

Campinense Clube

Esporte Clube Cultural de Cuité

Treze Futebol Clube

TURNO

 

 

17/mai

Cuité 1 – 3 Treze

Atlético 3 – 2 Tabajara

Campinense 4 – 0 América

 

24/mai

Tabajara 1 – 1 Cuité

América 0 – 0 Treze

Campinense 2 – 1 Atlético

 

31/mai

Cuité 0 – 1 Campinense

 

02/jun

Treze 5 – 1 Tabajara

 

07/jun

Cuité 1 – 0 América

Tabajara 0 – 0 Campinense

 

09/jun

Treze 1 – 1 Atlético

 

13/jun

Campinense 2 – 1 Treze

 

14/jun

América 1 -1 Tabajara

Atlético 6 – 1 Cuité

 

12/jul

América 0 – 0 Atlético

 

Pontos

 

Campinense   7

Treze           6

Atlético        5

América        3

Cuité            3

Tabajara       2

 

RETURNO

 

 

05/jul

Treze 1 – 1 Cuité

Tabajara 3 – 0 Atlético

América 1 – 5 Campinense

 

08/jul

Treze 1 – 1 América

Campinense 2 – 0 Atlético

 

12/jul

Cuité 2 – 0 Tabajara

 

13/jul

Atlético 1 – 0 América

Tabajara 0 – 1 Treze

 

18/jul

Atlético 1- 1 Cuité

América wo Tabajara

 

22/jul

Treze 4 – 1 Atlético

Campinense wo Tabajara

 

25/jul

Campinense 5 – 2 Cuité

 

28/jul

Treze 4 – 3 Campinense

Cuité 0 – 0 América

 

 

Pontos

Treze           8

Campinense   8

América        4

Cuité            4

Atlético        3

Tabajara       2

 

III TURNO

 

 

09/ago

Treze 2 – 0 Cuité

América 0 – 1 Campinense

Tabajara 1 – 0 Atlético

 

19/ago

Campinense 4 – 0 Atlético

América 0 – 0 Treze

Tabajara 1 – 0 Cuité

 

23/ago

Cuité 0 – 3 Campinense

Tabajara 1 – 1 Treze

Atlético 1 – 2 América

 

26/ago

Campinense 5 – 0 Tabajara

Atlético 1 – 6 Treze

América 2 -1 Cuité

 

30/ago

Campinense 0 – 2 Treze*

América 1 – 1 Tabajara

Cuité 2 – 2 Atlético

(Pela regra do torneio cada clube somente podia escalar 5 atletas profissionais. O Treze escalou um número não permitido e por causa disto perdeu os pontos da partida e a chance de vencer o turno.)

 

Pontos

 


Campinense   8

Treze           8

América        6

Tabajara       6

Cuité            1

Atlético        1

 

FINAIS

16/set
Treze 2 – 1 Campinense

 

20/set

Campinense 2 – 0 Treze

 

27/set

Campinense 1 – 0 Treze

 

 

Classificação Geral

 

Campinense   27

Treze           24

América        13

Tabajara       10

Atlético        09

Cuité            08

 

Fotos e Fontes: Pesquisador Júlio Cesar Gomes de Oliveira – Blog História de Cuité – Rsssf Brasil

Primeira partida profissional em Cuité (PB): Expressinho x Campinense

O pequeno município paraibano de Cuité, localizado a 235 km da capital João Pessoa, viveu um momento inesquecível no dia 29 de março de 1970. Pela primeira vez uma equipe profissional se apresentava naquele município com pouco mais de 19 mil habitantes.

O Campinense Clube, que teve uma temporada bem corrida, com participações no Mistão-70, Copa Nordeste, torneios e amistosos com equipes amadoras e profissionais em várias partes do Estado e do Nordeste, enfrentou o Expressinho Esporte Clube Recreativo (Fundado em dezembro de 1968).

Campinense Clube

A realização da partida aconteceu por intermédio do funcionário do BB, Antônio Silva Gusmão também presidente e fundador do Expressinho E.C.R. Outras forças se uniram como a colaboração inusitada dos comerciantes da cidade, assim como fazendeiros.

A Prefeita Neusa Venâncio, contribuiu com recursos financeiros e até materiais, de sorte que pudesse a delegação do Campinense ser bem recebida. O Sr. Gusmão também era atleta (O terceiro da primeira foto acima, em pé, da esquerda para a direita).

A partida aconteceu no antigo e saudoso Estádio Municipal Pedro Viana, que na época era cercado por avelóz. No final, o Campinense se impôs goleando pelo placar de 5 a 0. Apesar do marcador, foi um evento inesquecível para a população cuiteense, uma grande festa foi organizada, e um grande público compareceu para prestigiar a peleja.

FOTOS e FONTES: Felipe Feitosa – Blog História de Cuité – Antônio Silva Gusmão

São Bento Esporte Clube – Bayeux (PB)

O São Bento Esporte Clube é uma agremiação da cidade de Bayeux (PB). A sua Sede fica localizada na Avenida da Liberdade, 1.564 – Centro, enquanto o seu campo fica no Bairro de São Bento, em Bayeux. O clube alvirrubro se aventurou no futebol profissional no começo dos anos 90.

Em 1992, 1993 e 1994 o São Bento disputou o Campeonato Paraibano da Segunda Divisão, mas sem êxito. Devido a precariedade do seu campo, a equipe alvirrubra mandou os seus jogos no Estádio Municipal Lourival Caetano.

 

Fontes: Bayeux News – PB – Rsssf Brasil – Felipe Feitosa

Manáos Atletic Club – Manaus (AM): Bicampeão Amazonense de 1914-15

O Manáos Atletic Club foi uma agremiação da cidade de Manaus (AM). Fundado no dia 23 de junho de 1908 por comerciantes, bancários e engenheiros de firmas inglesas espalhadas pela cidade. Suas cores eram azul marinho e branco.

Além do futebol, o clube também se dedicava a outros esportes apreciados pela comunidade britânica como tênis e o críquete. Mas foi através do esporte bretão que o tornou conhecido e respeitado, pois o Athletic foi o melhor time de futebol que ouve no Amazonas no inicio do século XX.

A primeira notícia estampada na imprensa local de um jogo da equipe inglesa foi o confronto que o Manáos Athletic realizou, no dia 4 de março de 1909, contra a tripulação do cruzador britânico “Pelorus” que se encontrava atracado no porto de Manaus. A partida realizou-se na Praça Antonio Bittencourt e terminou com uma goleada de 7×0 do “Pelorus” sobre os anglo-manauaras.

O seu campo oficial era o Bosque Municipal, localizado na atual Avenida Constantino Nery. O Athletic era praticamente imbatível, mas vez ou outra um time de manauenses conseguia o feito de derrotar os Ingleses dentro de seu campo o que merecia grande destaque na imprensa local.

Durante sua trajetória, o clube revelou grandes talentos para o futebol amazonense. Entre eles se destacaram os atacantes Bolívar Purcell, Cunningham, Gorvin, Burns e Barton.

No dia 6 de janeiro de 1914 era fundada, na sede social do Manáos Athletic, a Liga Amazonense de Football que logo organizou o 1º campeonato local cujo titulo foi conquistado pelo Athletic, que repetiu o feito no ano seguinte (1915), tornando-se bicampeão amazonense de futebol.Logo depois o clube extinguia seu time de futebol passando a se dedicar a outros esportes como tênis e beisebol. Ainda em 1923 se tem noticias da existência do clube.

Mas, devido à derrocada da borracha, e a crise econômica que isto gerou, muitos ingleses voltaram ao seu lugar de origem, entregando assim todo o patrimônio do antigo Manáos Athletic para as mãos dos amazonenses que assumiram o controle do clube, reformulando e batizando ele com uma nova determinação: Bosque Clube

O Bosque Clube existe até os dias de hoje, com sua sede no mesmo local onde existiu o antigo campo dos ingleses, sendo hoje o último remanescente do tradicional clube britânico.

 

Rivalidades

Durante os anos de atividade do time de futebol do Manáos Athletic (1908 a 1915), os ingleses tiveram três grandes rivais em campo: as equipes do Racing, Brasil e Nacional.

 

Um dos primeiros rivais do Athletic foi o Racing, clube pioneiro do futebol amazonense que foi fundado em 1906 pelo maranhense José Conduru Pacheco. Essa rivalidade teve origem no ano de 1910, quando os times realizaram memoráveis duelos, com destaque na imprensa e a grande presença de público.

Em um dos confrontos realizados no dia 22 de maio do mesmo ano, ocorridos no campo do time manauense (a Praça Floriano Peixoto), os ingleses não se intimidaram e golearam os donos da casa por 7 a 1, sendo que o principal destaque da partida foi o atacante Bolívar Purcell, que marcou cinco gols contra o time do Racing.

Outro importante rival foi a equipe do Brasil, clube fundado em 1909 pelo jovem Ulysses Reimar. Os dois times vinham se enfrentando desde 1909, mas foi o período de 1912 a 1913, que os confrontos ganharam contornos de uma rivalidade ferrenha.

 

Um dos principais jogos foi realizado no dia 15 de novembro de 1912, quando o Athletic goleou o Brasil por 6 a 2. Mas, logo depois, no dia 8 de dezembro, os brasileiros davam o troco, goleando os ingleses por 5 a 1. O último jogo entre ambos, aconteceu no dia 29 de junho de 1913, quando o Athletic novamente ganhou com facilidade do Brasil por 5 a 0.

Já seu outro e último rival foi o Nacional, fundado em janeiro de 1913 pelo jovem Manoel Fernandes da Silva e pelo professor Coriolano Durand. Os duelos entre os dois times eram bem equilibrados, pois os nacionalinos possuíam bons atletas como Cazuza, Paulo Mello e Cícero Costa, embora os Ingleses possuíssem também seus talentos como a dupla de atacantes Barton e Burns.

O ápice desse clássico ocorreu durante o campeonato Amazonense de 1914, quando os dois clubes decidiram o titulo no Bosque Municipal (atual Bosque Clube), saindo vitorioso o Manáos Athletic.

 

Ainda em 1913 os dirigentes dos principais clubes resolveram formar um selecionado local, composto pelos melhores jogadores manauaras, para enfrentar, numa série de jogos, o Manáos Athletic. Esse selecionado ficou conhecido como “Scratch Brasileiro”.

Em uma disputa em que se procurava avaliar qual era o melhor futebol jogado no norte do Brasil, se o ingles ou Brasileiro, a série de confrontos terminou empatada, pois nos cinco jogos realizados Bosque, o Athletic ganhou dois, empatou um e perdeu outros dois jogos.

 

Títulos

O Manáos Athletic foi o primeiro campeão da história do futebol Amazonense, levantando o titulo por dois anos consecutivos, 1914 e 1915. No campeonato de 1914, o clube inglês realizou a partida de abertura, no dia 1º de fevereiro, contra o Nacional, na qual acabaram derrotados pelos manauenses por 2 x 1. Mas, os ingleses acabaram reagindo e, meses depois, disputavam com o próprio Nacional a disputa pelo titulo. O jogo terminou com a vitória do Athletic por 3 x 2 e a conquista da Taça Gordon.

No dia 13 de dezembro de 1914 era realizada, no Bosque Municipal a grande festa de entrega do troféu e medalha aos campeões. Infelizmente, alguns dos jogadores do Athletic não puderam estar presentes devido ao fato dos mesmos terem sido convocados pelo exército britânico para defender, nas trincheiras da Europa, a Inglaterra contra a Alemanha

No campeonato de 1915, o Manáos Athletic voltou com o mesmo time do certame anterior. Mas, para alegria dos ingleses, o seu principal rival na corrida ao titulo, o Nacional, abandonou a competição na metade em protesto contra uma decisão da liga. Dessa maneira, o caminho ficou aberto para os britânicos que, na partida decisiva, derrotaram o Luso por 2×1, superando em número de pontos o Manáos Sporting, que ficou com o vice-campeonato.

Após a conquista do bicampeonato, a diretoria do clube inglês, devido a uma desavença com os dirigentes da liga, resolvem extinguir seu time de futebol. O ponto negativo da disputa deste titulo, foi o falecimento no meio do torneio, do jogador inglês Burnett,o que causou grande comoção entre seus companheiros de equipe. Devido a esse acontecimento, o campeonato foi paralisado por uma semana em sinal de luto.

 A tentativa do retorno

Mas, vez ou outra, os dirigentes do Manáos Athletic voltaram a organizar e colocar em campo (embora poucas vezes) o seu tradicional time. Isto aconteceu em 1917, quando o clube organizou um jogo beneficente entre o Athletic e o Rio Negro, cujo renda seria em beneficio dos soldados ingleses feridos em combate durante o conflito mundial. O jogo terminou comum a goleada dos Rio-Negrinos por 8×1, mostrando que o Manáos Athletic já não era mais o mesmo, pois a maioria de seus melhores craques já tinham partido para a Inglaterra.

Quatro anos depois, em 1921, novamente o Athletic organizava seu time em campo. Realizou alguns amistosos, entre eles um que perdeu por 5×1 para o Nacional, afirmando assim que seus anos de glória já haviam ficado muito para atrás, e que tentar revitalizá-lo seria uma tarefa inútil. Depois disso, nunca mais seus dirigentes se arriscaram em tentar novamente criar uma equipe competitiva.

 

Fontes: Wikipédia –  Jornal Correio do Norte 

Santos Futebol Clube – Manaus (AL): Campeão Amazonense de 1958

O jornalista Carlos Zamith, que nos deixou em 2013, dedicou boa parte de sua vida à pesquisa sobre o futebol do Amazonas. O acervo, agora, é responsabilidade do analista de sistemas Carlyle Zamith, um dos três filhos de Carlos.

E em meio a textos e fotos do rico material dos Zamith há um Santos Futebol Clube. Não o de Pelé. O “xará” manauara do Alvinegro – que, na verdade, é azul e branco – foi extinto há 52 anos. Foram apenas 10 anos de atividade. Durante esse período participou de 08 (oito) Campeonatos Amazonenses: 1955, 1956, 1957, 1958, 1959, 1960, 1961 e 1962. Tempo suficiente para deixar o nome na história do futebol local com o título Amazonense de 1958.

Detalhe é que, mesmo com essa conquista, o Santos de Manaus é pouco conhecido na cidade, até por quem mora em Cachoeirinha, bairro da zona sul onde foi fundado, em 1952 – curiosamente, época em que o Peixe não tinha, nem de longe, a tradição de hoje.

A história do Santos foi contada por Carlos Zamith na coluna “Baú Velho” (que dá nome ao site com o acervo do jornalista), publicada no jornal “A Crítica”, de Manaus, em 14 de março de 1999. Fundado em 1º de maio de 1952 por “jovens desportistas” – e, dentre eles, torcedores do Alvinegro Praiano – o clube chegou à elite estadual em quatro anos.

Em 1958, após campanhas inexpressivas, o time azul e branco surpreendeu. Superou a concorrência dos tradicionais Fast, Nacional e São Raimundo, chegou à decisão e, com a vitória por 3 a 1 sobre o Guanabara, com gols de Pretinho, Silvino e Tucupi, o Santos se sagrou campeão pela primeira e única vez.

Dali em diante, a fonte secou. Segundo o historiador Francisco Carlos Bittencourt, o Santos vendeu seu principal jogador, o atacante Fabio Andrade, para quitar dívidas. Além disso, perdeu o técnico José Carlos Maranuá, que teria viajado ao Mato Grosso alegando que sua mãe estava doente para conversar com outros times – o presidente santista, Eugenio Ribeiro, descobriu que a mãe de Maranuá estava morta há tempos. Após seguidas campanhas ruins, a equipe acabou fechando as portas, em 1962.

Apesar do pouco tempo (em atividade) e das dificuldades, a grande força de vontade dos fundadores ajudou o Santos a chegar aonde chegou. Apesar das semelhanças, nosso Santos tinha o azul na camisa. Era um charme especial também fora de campo. Sabia que não seria fácil, mas o Santos quis deixar o nome marcado na história do futebol do Amazonas. E conseguiu. Infelizmente, poucas pessoas têm interesse na manutenção desse legado. Memória é importante, sim“, revelou Bittencourt.

 

 Fontes e Fotos: Baú Velho – Carlos Zamith – Carlyle Zamith

 

Velódromo Paulistano – O primeiro estádio de futebol da cidade de São Paulo – SP

     VELÓDROMO PAULISTANO

Se situava na Rua da Consolação, entre as Ruas Martinho Prado e Olinda, na altura de onde hoje é a Rua Nestor Pestana, o Teatro Cultura Artística e a Praça Roosevelt.

O terreno pertencia à família Almeida Prado e teve origem numa pista para corridas de bicicletas, mandado construir no final do século 19, por Dona Veridiana da Silva Prado, membro da elite paulistana, em sua propriedade que ficava próxima à Igreja da Consolação. Com projeto do arquiteto Tommaso Bezzi, o velódromo foi inaugurado em 1892.

Sem o ar cosmopolita de grande metrópole que ostenta hoje, a São Paulo daquela época era ainda bastante provinciana e suas áreas de lazer eram vinculadas à aristocracia. O Veloce Clube Olimpic Paulista, ou velódromo, passou a ser o local onde a elite se encontrava para acompanhar as corridas de bicicletas, que eram moda na época

Foi a primeira sede do aristocrático Club Athletico Paulistano, que passou a usar o espaço como sede esportiva. Pouco tempo depois, no centro da pista de ciclismo, foi construído um campo de futebol e também uma arquibancada capaz de abrigar duas mil pessoas (ampliada depois para cinco mil). Foi desta maneira que o velódromo se tornou o primeiro estádio de futebol e palco das principais partidas realizadas na cidade de São Paulo.

Oficialmente inaugurado na data de 19 de outubro de 1901, o primeiro estádio da cidade abrigou a partida envolvendo Paulistas e Cariocas, com resultado final de 0 a 0.

Ali aconteceu a primeira partida do Campeonato Paulista do ano de 1902. O jogo se deu no dia 8 de maio de 1902, e o São Paulo Athletic Club derrotou o Club Athletico Paulistano pelo placar de 4 a 0.

Abaixo a ficha técnica do jogo:

São Paulo Athletic Club: Andrews, A.Kenworthy e G.Kenworthy. Heyecock, Wucherer e Biddell. H.S.Boyes, Brough, Charles Miller, Montandon e W.Jeffery.

Club Athletico Paulistano: Jorge de Miranda Filho, Thiers e Rubião. E.Barros, Olavo e Renato Miranda. B.Cerqueira, J.Marques, Álvaro Rocha, Ibanez Salles e O.Marques.

Árbitro: Antonio Casimiro da Costa

Os gols: Boyes (2) Jeffery e Charles Miller.

                                           Jornal o Estado de S. Paulo de 9 de maio de 1902

O São Paulo Athletic Club se sagrou campeão paulista daquele ano.

 

O Velódromo em 1905, por ocasião de uma partida entre C.A. Paulistano e São Paulo A.C.

 

                  MAPA DA REGIÃO ONDE SE SITUAVA O VELÓDROMO NO ANO DE 1905

OBS: No estádio havia uma placa em que se lia “proibido vaiar

 

Fontes:

Preservasp

Agência USP de Notícias

Wikipedia

Acervo Estadão

Ranking & Futebol