Clube Atlético das Bandeiras (E.C. Sírio) – São Paulo (SP): Existiu entre 1942 a 1950

O Clube Atlético das Bandeiras foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). Fundado no sábado do dia 14 de Julho de 1917, por libaneses e sírios com o nome de Sport Club Sírio. As suas cores: vermelha e branca.

Aliás, essa matéria conta parte da história do Sírio que não é encontrada, sequer, no site do próprio clube. A vida do Sírio transcorreu com os seus altos e baixos até o início de 1942. No entanto, os reflexos da Segunda Guerra Mundial chegou no Brasil. O governo de Getúlio Vargas rompeu relações diplomáticas com os países do eixo, Itália, Alemanha e Japão, em janeiro de 1942.

Depois desse ato, 19 navios brasileiros foram torpedeados no Atlântico, o que causou a morte de mais de 700 pessoas e fez com que Vargas se juntasse aos aliados na Segunda Guerra Mundial para se integrar à Aliança contra os totalitários.

Oficialmente, a portaria homologada no dia 11 de março de 1942, sob decreto lei de nº 4.166, determinava que os bens pertencentes a italianos, alemães e japoneses, tanto pessoas físicas quanto jurídicas, poderiam ser confiscados e empregados pelo governo brasileiro para compensar os prejuízos resultantes de atos de agressão praticados pelos países em guerra contra o Brasil. A maioria dos clubes de origem alemã e italiana no país alteraram o nome para não sofrerem confiscos.

Um mês antes do decreto lei, o Sport Club Sírio se antecipou e na segunda-feira, do dia 09 de Fevereiro de 1942, alterou o nome para Clube Atlético das Bandeiras. No jornal Correio Paulistano fez um resumo da mudança:

Por determinação do Ministério Público, em face da nova legislação, o Sport Club Sírio, conforme deliberação do corpo de fundadores, reunido em assembléia geral extraordinária, mudou a sua denominação para Clube Atlético das Bandeiras. Obedecendo a determinação dos poderes públicos, o Sport Club Sírio, sendo uma sociedade esportiva essencialmente nacional, continuará, como até agora, incentivando o esporte, e sob a nova denominação de Clube Atlético das Bandeiras, permanecerá fiel ao ideal que sempre foi a razão da existência do Sport Club Sírio, que é a preparação da mocidade brasileira para a formação de um Brasil forte e glorioso“.

A sua Sede e a Praça de Esportes ficava na Rua Pedro Vicente, nº 421, no Bairro da Luz (na época: Ponte Pequena), na Zona Central de São Paulo (SP). Atualmente no local está instalado o Clube CMTC.

Com o novo nome, a sua 1ª aparição ocorreu no Torneio Início da Divisão Principal de 1942, organizado pelo Departamento Amador da Federação Paulista de Futebol.

Flâmula do Clube Atlético das Bandeiras

No domingo, do dia 26 de Abril de 1942, às 13h30, a competição transcorreu no campo da Associação Atlética Light & Power, na Avenida Presidente Wilson, s/n (com entrada também pela Avenida do Café, antiga Avenida do Estado), no Bairro da Mooca, em São Paulo.  O torneio contou com a participação de nove equipes:

Associação Atlética Guanabara,

Associação Atlética Light & Power,

Clube Atlético das Bandeiras,

Clube Atlético Indiano,

Clube Esportivo América,

Esporte Clube Araguaia,

Grêmio Atlético Álvares Penteado,

Lapeaninho Futebol Clube,

Santo Amaro Futebol Clube.

No Campeonato Divisão Principal de Amadores de 1942, o Bandeiras terminou na 4ª colocação. Em 1943, ficou em 7º lugar; em 1944 terminou na 5ª posição; em 1945 acabou desclassificado terminando em 11º e último lugar; não participando das edições seguintes.

Se dentro de campo, deu uma esfriada, fora das quatro linhas o clube estava efervescente. Em 1949, com o apoio de um grupo de sócios abnegados, a diretoria ousou. Primeiro ao vender a sede da Ponte Pequena, com 45 mil metros quadrados, e depois as aquisições de diversos lotes de terreno no “Caminho do Aeroporto” com espaço suficiente para atender ao crescente número de associados.

As obras do primeiro prédio no novo endereço: da Avenida Indianópolis. O primeiro Plano Diretor, elaborado pelo arquiteto Ícaro de Castro Mello, com a participação de Roberto Burle Marx traçou a forma atual do Clube, na época apelidado de “A joia do Aeroporto”.  Assim começou os primeiros dias de 1950. No meio das obras, o clube montou a sua Sede provisória na Avenida Washington Luís, nº 1.200 (no antigo Colônia), no Bairro de Santo Amaro, em São Paulo.

Para completar a metamorfose, a diretoria, em assembléia geral, na segunda-feira, do dia 30 de Janeiro de 1950, decidiu retomar a antiga nomenclatura, e a agremiação voltou a se chamar: Esporte Clube Sírio, que por sinal existe até os dias de hoje.

Dessa forma, por quase oito anos, foi colocado um ponto final no Clube Atlético das Bandeiras. O fato curioso e, no mínimo, estranho é que essa parte da história do Sírio sob o nome de Clube Atlético das Bandeiras não é mencionado na história disponibilizado no site do clube. Por quê? Só o clube para responder a esse mistério!

FONTES: Correio Paulistano – Esporte Clube Sírio – A Noite (RJ) – Jornal de Notícias (SP) – Mercado Livre

Íbis Futebol Clube (Íbis da Torre) – João Pessoa (PB): Fundado em 1952

O Íbis Futebol Clube (Íbis da Torre) é uma agremiação da cidade de João Pessoa (PB). A história do clube começou na segunda-feira, por volta das 20 horas de uma noite bastante significativa para os moradores do Bairro da Torre, no dia 05 de Maio de 1952, em uma modesta residência de nº 955, localizada na antiga Rua Adolfo Cirne, hoje, Beira Rio, nasceu o querido e aguerrido Íbis Futebol Clube, o “Pássaro Preto da Torrelândia“.

Primeira Diretoria

Os jovens, Osvaldo Canuto, proprietário da casa citada acima, fundador e 1º Presidente; João Gomes Damásio, 1º Secretário; José Bezerra Finizola, Tesoureiro; Afonso Alves, Diretor de Esportes; e os Conselheiros José Paulo, Evandro Chaves e Francisco de Assis Dourado;formaram a 1ª Diretoria que muito contribuiu com o nosso futebol.

Descrição do Uniforme e escudo

Com meias rubro-negras, calção branco ou preto, camisas nas cores vermelha e preta em faixas diagonais, aqueles fundadores puseram como escudo o desenho de um pássaro todo preto conhecido como Íbis, ave essa que foi objeto de veneração religiosa pelos povos do antigo Egito. Aliás,           na cidade do Recife (PE), existe um clube fundado antes do Íbis da Torre com o mesmo nome e escudo.

 

História no futebol paraibano

Essa agremiação que vem atravessando décadas ajudando na formação e disciplina de jovens garotos, estreou nos gramados goleando o esquadrão do Sá Andrade Esporte Clube, por 6 a 1, com gols marcados por Airton e Gogóia (ambos dois tentos), Curica e Afonso, um gol cada.

 

Vice-campeão Paraibano de 1958

Muita gente não sabe, mas o Íbis da Torre disputou por três anos seguidos o Campeonato Paraibano de profissionais, nos anos de 1958, 1959 e 1960, sendo vice-campeão em 1958, quando foi derrotado na final pelo Auto Esporte Clube. Na década de 60 o time priorizou as suas tradicionais categorias de base, que sempre formou grandes promessas para o nosso futebol, se afastando das competições profissionais, organizada pela Federação Paraibana de Futebol (FPF).

 

Títulos

Essas promessas, inclusive, conquistaram duas competições, invictos no ano de 1965, o campeonato amador e o denominado de misto, por permitir a inscrição de cinco jogadores profissionais reforçando o quadro de aspirantes. Ser titular no quadro do Íbis era sinônimo de ser ‘bom de bola’ e currículo para um dia vestir uma camisa de um time maior.

 

Craques revelados no Íbis da Torre

Quem não se lembra do famoso Zé do Figo, que jogou em grandes times do Estado. Do grande Miruca, que jogou no Treze de Campina Grande, no Clube Náutico Capibaribe, do Recife e no time do São Paulo Futebol Clube. Do meio campista Chocolate, que quando se profissionalizou foi para o Botafogo. E do cabeludo Odon, jogador que foi ídolo por muitos anos do Botafogo (PB) e pretendido pelos grandes do Sul Maravilha. Esses atletas citados começaram as suas respectivas carreiras defendendo as cores rubro-negras do “Pássaro Preto da Torrelândia“.

Clube vive uma realidade precária 

Infelizmente, hoje no tradicional bairro da Torre não existe mais campos de futebol, a própria Sede do clube foi desativada (na Rua Dep. Odon Bezerra, nº 580, Torre (atual: Tambiá), em João Pessoa), funcionando provisoriamente e precariamente em um cômodo de uma casa no Bairro de Mangabeira, graças a um ex-atleta que vestiu a sua camisa na década de 60 e, no início da década de 70 ingressou na diretoria sendo presidente por várias vezes e anos.

Seu nome, José Dimas Medeiros, um abnegado professor de matemática e eterno presidente que guarda com carinho e devoção o acervo do clube, comentando com saudosismo e tristeza os anos de glória do Íbis. Aos 74 anos de idade, ele fala com uma certa mágoa da falta de políticas públicas eficientes em prol dos clubes amadores. Mesmo com toda essa dificuldade ele ainda consegue fazer o clube disputar o Campeonato Paraibano, na categoria Sub-20 e sonha com a volta por cima da agremiação.

 

FONTE: “Causos & Lendas do nosso futebol”, escrito pelo jornalista Francisco Di Lorenzo Serpa, do Jornal A União (11/07/2015)

Onze Esporte Clube Recreativo – João Pessoa (PB): Uma edição na Segundona Estadual de 1969

O Onze Esporte Clube Recreativo é uma agremiação da cidade de João Pessoa (PB). O Alvirrubro foi Fundado no Sábado, do dia 06 de Julho de 1935. A sua Sede e o Estádio Agostinho Tomas de Oliveira, ficam localizados na Rua Dezenove de Março, nº 311, no Bairro do Roger, em João Pessoa.

Vista de cima do Estádio Agostinho Tomas de Oliveira

Na esfera profissional, o Onze Esporte Clube Recreativo teve uma participação no Campeonato Paraibano da Segunda Divisão de 1969, organizado pela Federação Paraibana de Futebol (PB). Após a experiência o clube retornou as disputas amadoras! Nos dias atuais, a sede e o campo ainda existe, porém sem relatos de que o clube ainda dispute competições municipais.

 

Onze ajudou a funda a Federação de Atletismo

A Federação Paraibana de Atletismo foi fundada no dia 30 de gosto de 1978, em reunião ocorrida na Federação Paraibana de Futebol, contando com a participação dos representantes dos clubes esportivos: Onze Esporte Clube Recreativo, Íbis Futebol Clube, Estrela do Mar Esporte Clube, Botafogo Futebol Clube, Esporte Clube Cabo Branco, Esporte Clube Cabo Branco, Guarani Esporte Clube Recreativo, Sociedade Esportiva Estudante, Associação Atlética Acadêmica e Campinense Clube.

FONTES: Google Maps – Empresas do Brasil – Rsss Brasil – Federação Paraibana de Atletismo 

A.B.E.L. – Rio de Janeiro (RJ): Existiu entre 1916 a 1932

A Associação Beneficente dos Empregados da Light – ABEL foi Fundado no dia 1º de Janeiro de 1916 com o objetivo de recolher contribuição de seus funcionários e implantar um serviço de atendimento médico-hospitalar e fundos de aposentadoria.

No relatório de 1928, foram registradas 8388 novas inscrições e 267 esposas e 374 filhos. A principal função da ABEL era o apoio hospitalar, incluindo equipamentos de análise laboratoriais e raios X, atendimento médico e farmacêutico aos associados.

A associação mantinha farmácias com estoques de remédios no Largo do Machado e em Vila Isabel e um hospital na Rua do Resende nº 154. Este hospital foi adquirido em 1928 da Companhia Lloyd Sul-Americana. A mesma associação também contava com atendimento farmacêutico e inscrição de parteiras credenciadas ao atendimento das famílias dos trabalhadores.

A ABEL praticava também o método da medicina preventiva através da prevenção contra doença via esportes: a princípio basquete, vôlei, boxe e natação. Dispunha de 15 médicos, além de auxílio financeiro aos sócios durante o período de doenças, auxílio tanto para despesas de viagem quanto para cura de doenças, despesas para enterro e luto dos associados e dependentes.

Também prestava fiança aos sócios presos em acidentes ocorridos quando do exercício em seus deveres e os auxiliava com advogados. Em seus planos, constava a ampliação do serviço hospitalar e assistência dentária. Por sua vez, a Revista Light incentivava a adesão a seguros pelos trabalhadores através da ABEL.

No dia 13 de junho de 1928, dia de Santo Antônio, no Teatro João Caetano na Praça Tiradentes do Rio de Janeiro, com a presença de artistas, foi lançada a marcha Hino da ABEL, música do “popular” Sinhô e versos de Cândido Castro.

Hino da ABEL

Santa luz que nos banha o coração

É atração Doce vibração

Da humana comunhão

Que as almas a bom porto nos conduz

 E divinal todos seduz.

Como um condão de força e luz.

Light! Valor real

Poder nobre e fiel

Nasceu em ti triunfal!

ABEL! ABEL!

 

No Editorial do primeiro aniversário de LIGHT (1929), a revista publica o discurso dos principais administradores de setores da empresa diretamente envolvidos com a promoção dos principais temas tratados pela revista: a vida social e os esportes.

Após o ano de 1930, o Brasil passa a ter pela primeira vez um Ministério da Saúde, da Educação e do Trabalho. Ao mesmo tempo, o final do século XIX e início do XX marcaram a emergência do valor do esporte e da inauguração de clubes como espaço de recreação da classe média que se formava.

Inúmeros clubes que hoje ascendem prioritariamente como de futebol nasceram, antes de tudo, como espaços de recreação de bairros ou fábricas nem sempre ligados ao futebol, mas, sobretudo, aos esportes náuticos. Tais clubes são parâmetros de uma nova sociabilidade em que o operariado e o trabalhador da nova classe média ligada ao comércio e ao serviço público são a demanda de um novo “modus vivendi” nas cidades. E é neste novo modelo de vida social que a Light passa a investir.

Os espaços destinados à ocorrência da vida social e esportiva como a ABEL (Associação Beneficente dos Empregados da Light localizada em São Cristovão), a Associação Atlética Light (Grajaú), The Rio de Janeiro Athletic Association (o atual Leme Tênis Clube) e o Gávea Golf Clube (São Conrado) irão acolher atividades e hospedar práticas esportivas que espelham ao mesmo tempo a divisão de classes entre dirigentes, empresários e trabalhadores e, nos locais onde acorrem eventos organizados para ou pelos empregados, a divisão técnica do trabalho.

Como se verá a frente, o caso dos campeonatos de futebol é exemplar. Por outro lado, a valorização da saúde do trabalhador e o incentivo aos esportes femininos contarão com discursos e atividades de promoção e a devida divulgação na Revista Light.

Em 22 de abril de 1928, na Rua Figueira de Melo, organizou-se uma festa com a seguinte programação: inauguração do campo e da bandeira e a realização de jogos de basquete e futebol. Nela estavam presentes diretores e funcionários do alto escalão da empresa.

No dia 23 de setembro de 1929, foi realizada uma festa em honra de Miller Lash, recém-empossado presidente da Brazilian Traction. A festa intitulada uma “Noite Brasileira” foi organizada pelo então radialista Renato Murse para festejar o presidente Lash e sua estadia.

Nesta festa houve apresentação de escoteiros, prova de ginástica pelo Tiro da Light, luta de boxe, assaltos de esgrima, além de apresentação de expressões do folclore brasileiro. A programação de Lash no Brasil contou com duas reuniões: no dia 6 de setembro com os funcionários e no dia 11 com os veteranos, isto é, quando foram convidados os mais antigos funcionários.

A revista Light registra que no dia 29 de setembro no Jockey Club da Gávea um “jantar íntimo” foi oferecido pela administração da Brazilian Traction Light and Power aos administradores da empresa no Rio de Janeiro. Porém, foi nos salões da ABEL a despedida de Mr. Elmer Barton substituído por Mr. A Wangler na administração da empresa.

Ao final do ano de 1928, a Light declara que a instrução militar está facultada a todos os empregados e associados da ABEL com a criação do Tiro da ABEL, porém, poucos anos depois, ela é extinta, em 1932. Com a extinção da ABEL, a alta cúpula da empresa torna-se mais presente e participativa nos eventos esportivos.

A Traction – setor das oficinas – passa a ser a substituta da ABEL e controla os espaços da Figueira de Melo e da José do Patrocínio com o incentivo a maior participação das mulheres, cônjuges de diretores e funcionários do alto-escalão, como promotoras e patronesses e a presença de um presidente de honra em qualquer evento esportivo.

FONTE: Revista Light

Inédito!! Club Athletico Mutondo – São Gonçalo (RJ): 1º Campeão Citadino Gonçalense de 1920

O Club Athletico Mutondo foi uma agremiação da cidade de São Gonçalo (RJ). Localizado na região metropolitana, fica a 25 km da capital,  São Gonçalo é o 2º mais populoso do Estado do Rio (só perdendo para a cidade do Rio), com 1.077.687 habitantes (segundo o IBGE/2016).

A história começou, na sexta-feira, do dia 6 de abril de 1918, nos salões da Liga Sportiva Fluminense (LSF), na Rua Visconde do Rio Branco, nº 453, no Centro de Niterói, quando foi eleita a nova diretoria do Club Athletico Cubango, que também era vermelho e branco.

Após cumprir o mandato de duas temporadas Ramiro dos Reis Nunes (assumiu em 12 de outubro de 1916), deixava o cargo e passava a atuar como 1º Secretário, enquanto o Dr. João Alberto Baptista Serrão (que era como o 2º Secretário), o substituiu na presidência.

Oito meses depois, ocorreu uma dissidência no clube niteroiense e parte desse grupo, liderados por Ramiro dos Reis Nunes (o idealizador), Dr. João Alberto Baptista Serrão, Nicola Marroco, Coronel Vicente de Lima Cleto, Galdino da Silveira Filho resolveram criar uma nova agremiação.

Então, o “Club Alvirrubro” foi Fundado no Sábado, do dia 21 de Dezembro de 1918. Após oficializar a fundação, foi definido a Diretoria, que teve como 1º Presidente Dr. João Alberto Baptista Serrão. As cores escolhidas: vermelho e branco.

Por razões profissionais, Ramiro dos Reis teve que deixar a presidência, sendo substituído pelo Dr. Luiz Palmier. No entanto, o mesmo problema que fez abandonar o cargo, também determinou a saída do segundo.

Desta forma, num curto espaço de tempo, entrou Vicente de Lima Cleto para ocupar o restante do mandato da presidência do Mutondo. Durante esse período, o tesoureiro Nicola Marroco ajudou no desenvolvimento da nova agremiação gonçalense.

A Praça de Esportes fica situado na Rua Dr. Alfredo Backer, nº 2, no Bairro de Alcântara (atual Mutondo), em São Gonçalo. No local atualmente, há um conjunto habitacional. Já a sua Sede Social ficava localizada na Rua Dr. Nilo Peçanha, nº 56, no Centro de São Gonçalo.

Mutondo ajudo a fundar a Liga Sportiva Gonçalense

Em março de 1919, solicitou filiação a Liga Sportiva Fluminense (LSF). No mesmo ano, o Mutondo ajudou a Fundar a 1ª liga de futebol em São Gonçalo, denominada Liga Sportiva Gonçalense, que o Sr. Raudolpho Matta como 1º presidente. A LSG por cinco temporadas até ter sido desfiliada pela Liga Sportiva Fluminense em 1924, por conta de uma grave crise na administração, acabando sendo extinta.

 

Preparação para disputar o Citadino de 1920

No domingo, do dia 1º de Fevereiro de 1920, o Club Athletico Mutondo enfrentou, amistosamente, o Sport Club Corinthians, na Praça de Esportes, na Rua Dr. Alfredo Backer, nº 2, em São Gonçalo. Duas observações: o resultado dessa partida não foi encontrado e por fim, não foi confirmado que essa agremiação era a paulista, pois no Rio existiam algumas equipes homônimas.

Foi noticiado no Jornal O Fluminense, que o Club Athletico Cubango, de Niterói entraria na secretária da Liga Sportiva Fluminense (LSF) o pedido de filiação, na quinta-feira, do dia 11 de março de 1920, onde apresentava como Campo oficial o stadium do Mutondo.

Em São Gonçalo, no domingo, do dia 10 de Abril de 1920, em partida amistosa, o Mutondo goleou o Ararigboia de Niterói, pelo placar de 6 a 1.  Na preliminar, o Canto do Rio venceu o Odeon por 3 a 1.

O Campeonato Gonçalense de 1920 contou com a participação de sete clubes:

Club Athletico Mutondo (presidente Vicente de Lima Cleto);

Sociedade Gonçalense de Desportos (presidente Manaucto Pereira dos Santos);

Parahyba Football Club (presidente José Corrêa e Mello) ;

Tamoyo Football Club (presidente Hugalino Pereira Lima Guimarães) ;

Carioca Football Club

Wisth Football Club

Coqueiro Football Club.

Bicampeão Gonçalense

No Campeonato Citadino de São Gonçalo, o Mutondo levantou a taça duas vezes: 1920 e 1922. O ano de 1920 não foi fácil. Vivendo uma forte crise social, o Mutondo superou as adversidades e faturou o título do Campeonato Municipal, organizado pela Liga Sportiva Gonçalense (LSG).

Em 1921, por motivos de indisciplina com a Liga  não disputou o certame. Retornou em 1922, onde os Mutondenses voltaram a conquistar o título, em dose dupla: campeão nos 1º e 3º Quadros. O Carioca Football Club ou Tamoyo ficou com o caneco do 2º Quadros.

 

No Domingo, no dia 29 de Maio de 1921, foi realizado o  Torneio Início de São Gonçalo, na Praça de Esportes do Mutondo.

1º jogo: Parahyba x Carioca (árbitro: Sylvio Fernandes)

2º jogo: Mutondo x Porto Novo (árbitro: Annibal Lemos)

3º jogo: Tamoyo x Gonçalense (árbitro: Osório Moreira)

5º jogo: vencedor do 2º x vencedor do 3º (árbitro: Francisco Ojeda)

6º jogo: vencedor do 4º x vencedor do 5º (árbitro: definido no local).

PS: Não encontrado os resultados.

 

Ainda em 1921, uma crise se instalou na LGF, e alguns clubes se desligaram da entidade: Wisth Football Club, Mutondo, Parahyba Football Club e Sociedade Gonçalense de Desportos. Apenas o Porto Novo, Carioca Football Club e Tamoyo Football Club, não se rebelaram.

 

Mutondo enfrentou o Vasco duas vezes

Pela 1ª vez em solo gonçalense, um clube carioca da Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT). Então, no domingo, do dia 13 de fevereiro de 1921, o 2º Quadros do Vasco da Gama enfrentou o Mutondo, às 16 horas, em São Gonçalo. A escalação do Vasco foi a seguinte: Cavallier; Ernani Van Erven e Alcino; Djalma, Dino (Cap.) e Borges; Godoy, Adão, Carlos Netto e Pederneiras. Reservas: Heitor, Carlinhos e Homero. Desse time apenas dois titulares: Adão e Ernani Van Erven.

Na quarta-feira, do dia 24 de agosto de 1921, no campo do Clube de Regatas Vasco da Gama, na Rua Barão de Itapagipe, no Bairro do Rio Comprido, no Rio, às 15 horas, foi realizado um treino contra o Mutondo. Infelizmente, não há registros dos resultados. Até nos site oficial do Vasco não há o resultado desses jogos.

 

Mutondo venceu o Canto do Rio

No domingo, do dia 19 de Abril de 1936, o Mutondo derrotou a forte equipe do Canto do Rio, de Niterói, pelo placar de 3 a 2. O amistoso, organizado pela Associação Gonçalense de Esportes Athleticos (AGEA), foi realizado no Estádio da Rua Alberto Torres, em São Gonçalo.

Os gols foram assinalados por Almir, Waldemar e Josino, enquanto Gury e Daniel marcaram para o Cantusca. A partida foi arbitrada por Jayme Portugal Affonso.

O time atuou com: Aristheu; Odilon e Cezar; Neguinho, Almir e Gama; Jorge (Josino), Castro, Campista, Waldemar e Esperidião.

O Canto do Rio: Amarilio (Nagib); Julio e Mirosco; Walter, Samuel e Hilo; Levy, Daniel, Gury, Djalma e Jayme.  

 

Time base de 1919: Odorico (Ary); Scaffa (Gastão ou Manna) e Homero (Alcindo); Dino (Tide), Tavares (Alcebíades) e Horacio (Delphim ou Laerte); Lydio (Japyr), Mazzarelli (Walter), Heitor (Seraphim ou Charutinho Moreira), Costa (Cecy ou Faria) e J. Alves (Queiroz ou Dario).

Time base de 1920: Ary; Jobel (Lydio) e Serra I (Neir); Villas (Miguel), Epaminondas (Segaldas) e Martins (Pino); Carlos, Queiroz, Lomelino (Braz), Serra II (Heitor) e Catita (Hugo).

Time base de 1921: Ary; Lopes (Sorrão) e Homero (Anysio); Bahica (Pareto), Epaminondas (Porfírio) e Moreira (Oswaldo); Tide (Bulhões), Cabral (Heitor), Meudo (Dutra), Leon (Euclydes) e João (Oscar).

Time base de 1922: Nelson Silva; Virgilio Pequeno e Luiz Battes Vieira; Gambiarra, Marques e Charutinho Moreira; Saraco Paré (Cap.), José Leiterinho, Alexandre Cabralzinho, Nestor Castringola e Manoel Mendonça (Manoel Meira-Garrafa).

Time base de 1936: Aristheu; Odilon e Cezar; Neguinho, Almir e Gávea; Jorge (Josino), Castro, Campista, Waldemar e Esperidião.  

FONTES: O Paiz – Ilustração Fluminense – O Fluminense – O Jornal – Correio da Manhã – A Noite – Gazeta de Notícias – O Imparcial – Jornal do Brasil – Luciano Campos Tardock