O Grêmio Manhumirense de Desportos é uma agremiação do Município de Manhumirim (MG). Em 1932 foi realizada uma reunião por desportistas da cidade, que Fundaram o ASA (Associação Sportiva Atlhético). A ideia do nome foi de Oswaldo Frossard. No começo, o ASA começou com três modalidades: vôlei, basquete e futebol.
No entanto, 18 anos depois (1950), o clube teve seu nome alterado para Grêmio Manhumiriense de Desportos e já não existia a modalidade de vôlei e basquete, então o clube pode focar toda sua atenção para o futebol, talvez seja por isso que este time fez tanto sucesso em toda região.
O seu Estádio é o Emílio Miguel Khede, onde o Grêmio Manhumirense debutou no futebol profissional, em 2000, quando participou do Campeonato Mineiro Segunda Divisão (equivale a Terceirona) e também da Taça Belo Horizonte Sub-20. Abaixo, a história do clube extraída do site do clube, contando em detalhes o percurso da equipe nessas oito década de existência.
O FUTEBOL DO GRÊMIO NO PERÍODO DE 1957 A 1961, QUE CULMINOU COM A CONQUISTA DO CAMPEONATO INTERESTADUAL ORGANIZADO PELA LIGA INTERMUNICIPAL DE DESPORTOS, COM SEDE EM CARANGOLA (MG).
Depoimento prestado por Vórcio Maurício da Silva.
COMENTÁRIOS INICIAIS
I) A ideia de prestar um depoimento sobre o período existe há mais de 20 anos – por isso que serão citadas fontes que há muito nos deixaram e ganhou corpo com a digitalização do Correio da Manhã e a criação do site do Grêmio, que abriu espaço para a apresentação do trabalho.
II) Com a impossibilidade de informar o placar de alguns jogos e os sobrenomes de uns poucos companheiros, utilizei o ponto de interrogação (?) onde ocorridas as omissões. Já o sinal mais (+) foi usado logo após o nome dos falecidos citados nos itens FONTES e TRAJETÓRIAS DE VIDA.
III) Como a maioria dos mineiros, tenho o hábito de pronunciar as palavras engolindo algumas sílabas. Por conta disto, a grafia dos diminutivos segue a fórmula imortalizada em seus cartuns pelo HENFIL (Henrique de Sousa Filho – 05.02.l944 – 04.01.1988) e muito usada nas conversas dos manhumirienses: Celim, Marquim, Paulin, etc.
IV) Os nomes ou apelidos pelos eram conhecidos os relacionados no item TRAJETÓRIAS DE VIDA foram grafados em letras maiúsculas.
O PERÍODO ANTES DE 1957
Durante os anos de 1954 e 1955, o Grêmio ficou praticamente sem campo para treinar, pois o campo do Bairro do Isidoro – ali onde foi erguida a Escola Municipal Narciso Rabelo – foi deixado de lado já que a prioridade do Grêmio era a construção do seu novo estádio, em terreno doado pelo Sr. Roque Porcaro.
Sob o comando dos grandes gremistas, Sr. Oswaldo Frossard e Dr. Emílio Khede, já no início de 1956 o estádio estava pronto.
Organizou-se, então, um campeonato da cidade com o intuito de observar os atletas que poderiam completar a nova equipe do Grêmio, junto com os já consagrados Abdala, Celim Almeida, Índio, Lêla, Milton Belletti, Nazinho, Percy Melo e a eterna lenda gremista, Ismael.
Assim foram aproveitados Carmindo, Cri, Eliezer, Janjola, João Bosco, Manuel Donato, Mário Nolasco, Orcione, Paulim Silva, Paulim Vasconcelos, Samuel, Vicente, Vórcio e Waltim Reis.
1957/58: A FORMAÇÃO DA EQUIPE
Sob o comando do Públio Nolasco, 1957 foi um período de observação e muito treinamento, sendo realizados apenas 3 amistosos no ano, todos em casa e todos vencidos pelo Grêmio; 3×2 no União de Lajinha (MG), 1×0 no time de Santa Margarida (MG) e 11×0 na equipe de São João do Manhuaçu (MG).
Grêmio em 1957
Em pé: Lêla, Percy Melo, Carmindo, Nazinho, Vórcio, João Bosco e Vicente.
Agachados: Waltim Reis, Ismael, Orcione, Milton Belletti, Paulim Silva, Paulim Vasconcelos e Cri.
Time-base: Carmindo; Lêla, João Bosco e Vórcio; Milton Belleti, Nazinho e Ismael; Paulim Silva, Abdala, Vicente e Paulim Vasconcelos.
Grêmio em 1958
Em pé; Humberto Maroni, Eliezer, Abdala, Manoel Donato, Índio, Milton Belletti, Vórcio e Cláudio Borchio.
Agachados: Waltim Reis, Orcione, Paulim Silva, Vicente, Samuel e Paulim Vasconcelos.
Humberto Maroni assumiu a direção técnica do GMD em 1958, aumentou o número de amistosos e deu início às excursões: 0x3 para Comercial em Carangola (MG), 2×1 sobre o União em Lajinha (MG), 2 jogos contra o Capixaba, dando empate de 2×2 em Guaçuí (ES) e Grêmio 2×1 em Manhumirim, 1×0 em casa sobre um time de Manhuaçu (gol de Celim Almeida), 2 jogos com o Santa Luzia: Grêmio 2×1 em Espera Feliz e 2×2 em Manhumirim e 1×0 também em casa sobre o Pastoril de Governador Valadares (MG), gol marcado por Mário Nolasco. Era o time ganhando uma cara nova.
Time-base: Carmindo; Janjola, João Bosco e Vórcio; Vicente, Nazinho e Ismael; Orcione, Paulim Silva, Samuel e Paulim Vasconcelos.
1959: OS PRIMEIROS FRUTOS
Logo no início do ano, a Liga Intermunicipal de Desportos (LID), recém formada em Carangola (MG), enviou circular a diversos clubes da região do Pico da Bandeira nos Estados do Espírito Santo e de Minas Gerais, convidando-os a participar do primeiro campeonato interestadual que seria organizado por ela.
A classificação dos campeonatos promovidos pela LID seria por pontos perdidos, tal como ocorria em todo o mundo futebolístico da época, ou seja, 1 ponto perdido por empate e 2 pontos perdidos por derrota.
Aceitaram o convite as seguintes equipes:
De Carangola (MG): Comercial e Ypiranga;
De Divino (MG): Divino;
De Espera Feliz (MG): Estrela e Santa Luzia;
De Guaçuí (ES): Capixaba e Olímpico;
De Manhumirim (MG): Grêmio;
De Tombos (MG): Tombense;
Antes de confirmar a participação do Grêmio, Dr. Emílio Khede e Humberto Maroni convococaram uma reunião com os jogadores para informar sobre o torneio e sobre reforços para o time. Explicou que pretendia trazer de Alto Jequitibá (MG) 3 atletas também amadores: Daniel Sathler, Rubens Gripp e Sacola e, se houvesse concordância, um que seria o único profissional do time: queria o retorno do Roquim, que se profissionalizara ao sair do Grêmio para o Ypiranga de Carangola. Tudo o que Dr. Emílio e Humberto Maroni pretendiam foi referendado pelos atletas.
O primeiro jogo do Grêmio deveria ocorrer numa tarde de domingo em Carangola, tendo o Ypiranga como adversário. Um acordo entre os 2 clubes transferiu a partida para Manhumirim, mas a LID não concordou e tivemos que jogar naquela cidade na quarta-feira seguinte. Foi o primeiro jogo noturno para a maioria do pessoal do Grêmio e estranhamos bastante. Perdemos por 1×0, num gol originado de um chute rasteiro lá do meio do campo. A situação estava tão sob controle que o Carmindo gritou para que João Bosco deixasse para ele. Quando Carmindo se abaixou para pegar a bola, esta estava molhada pelo sereno e escorregou-lhe por entre os braços, no maior frango que ele tomou na vida.
Veio a semana do jogo em Tombos. Semana chuvosa, as estradas de terra ficaram intransitáveis para ônibus ou automóveis, perigando o Grêmio perder os pontos pelo não comparecimento, tanto que se cogitava de pedir o adiamento da partida, até que surgiu a solução: o Dr. Emílio Khede tinha um irmão, Roberto, que era engenheiro da Estrada de Ferro Leopoldina e responsável pelo trânsito do ramal de Manhuaçu. A estrada de ferro alugou um trem com 5 vagões para a viagem do Grêmio e sua torcida no domingo, com saída marcada para as 08 horas e retorno após o jogo. Só assim os gremistas puderam invadir a pequenina cidade de Tombos e vibrar com o nosso time.
A estratégia extracampo do Grêmio foi deixar que o Tombense entrasse primeiro e soltasse os seus foguetes. Chegou a nossa vez de entrar em campo e o espetáculo proporcionado pela nossa torcida enfumaçou a tarde tombense e fez ensurdecer os espectadores, tal a quantidade de fogos soltados
O árbitro do jogo, o carangolense Waldir Faria, esteve muito rigoroso com o Grêmio durante todo o jogo, marcando 2 pênaltis e 2 lances indiretos dentro da área em favor do Tombense. Os pênaltis foram convertidos em gols e os lances indiretos deram em nada.
Apesar de tudo, o Grêmio abriu 2×0, o tombense diminuiu, o Grêmio fez 3×1, o Tombense tornou a diminuir, o Grêmio fez 4×2 e o Tombense só conseguiu mais um gol, terminando o jogo com a vitória gremista por 4×3, numa partida quase que perfeita da nossa equipe. Roquim e Sacola, com 2 gols cada, foram nossos goleadores.
Terminado o jogo, bares lotados de gremistas, foi muito difícil conseguir colocar todos de volta no trem para o retorno, mas não ficou ninguém para trás e, com os bagageiros situados logo acima dos assentos, amplos e sem divisórias, completamente cheios de torcedores bêbados dormindo e roncando enquanto voltávamos para casa na maior algazarra, comemorando a inesquecível vitória.
Grêmio em 1959
Em pé: Ismael, Carmindo, Janjola, Rubens Gripp, Vórcio e Vicente;
Agachados: Orcione, Paulim Silva, Sacola, Celim Almeida e Roquim.
Este campeonato nos propiciou a oportunidade de enfrentar grandes jogadores e aprender com eles. Obtivemos resultados expressivos como as 2 vitórias por 4×3 e 1×0 sobre o Tombense, a vitória sobre o Ypiranga por 2×0 em Manhumirim e a grande atuação do time na partida em casa contra o Capixaba, partida essa suspensa ao fim do primeiro tempo quando o placar estava em 3×0 (2 gols de Sacola e 1 de Samuel) e o árbitro já havia anulado mais 3 gols legítimos que marcáramos. Mesmo assim, Sarará, o centroavante do Capixaba agrediu o juiz e houve invasão do campo, do que se aproveitaram o agressor e agredido para desaparecerem do estádio.
Jogadores que se destacaram no campeonato:
- Pelo Capixaba: o goleiro Rolando e o meia direita Bilota;
- Pelo Divino: o zagueiro Oliveira (profissional em Muriaé);
- Pelo Grêmio: Celim Almeida, Ismael, Nazinho, Roquim, Rubens Gripp, Sacola e Vicente;
- Pelo Olímpico: o meia direita Paulo, que foi para o Atlético Mineiro ao fim do campeonato;
- Pelo Tombense: o goleiro porciunculense Fábio (logo contratado pelo Cruzeiro de Belo Horizonte) e o meio de campo Telmo, que veio do América carioca e que foi para o Grêmio em 1960, além de Milton Bororó, que tinha vindo do Flamengo.
- Pelo Ypiranga: praticamente todo o time, já que era formado por jogadores profis- sionais há muitos anos, mas merecem citação o goleiro Pedroca, o meio de campo Laércio (convocado pelo técnico Gradim para a seleção brasileira que disputou o Campeonato Sulamericano em Caracas, na Venezuela) e o ponteiro esquerdo Daniel.
O Ypiranga sagrou-se campeão com 1 ponto perdido a menos que o Grêmio, que assim conseguiu o vicecampeonato com um time formado por amadores, com exceção de Roquim, que era profissional.
Outra formação do Grêmio em 1959
Em pé: Ismael, Carmindo, Janjola, Rubens Gripp, Vórcio e Vicente:
Agachados: Samuel, Paulim Silva, Celim Almeida, Sacola e Roquim.
Os vice-campeões de 1959 foram:
- Goleiros: Carmindo e Eliezer;
- Defensores: Janjola, João Bosco, Vicente e Vórcio;
- Meio campistas: Ismael, Nazinho, Paulim Silva e Rubens Gripp
- Atacantes: Celim Almeida, Daniel Sathler, Orcione, Sacola, Samuel e Roquim.
O time-base: Carmindo; Janjola, João Bosco e Vórcio; Rubens Gripp, Nazinho e Ismael; Paulim Silva (ou Samuel), Sacola, Celim Almeida e Roquim (Vicente também era titular, mas era costumeiramente escalado para ocupar o lugar de alguém impedido de jogar e que não tivesse substituto em boas condições técnicas, razão pela qual julgamos que seria injusto colocar seu nome em apenas uma posição, injusto tanto para o Vicente, dada a sua versatilidade, quanto para os companheiros que mais atuaram em cada setor do campo).
A relação acima se baseou somente na memória do depoente e em retratos da época, podendo ocorrer a omissão de algum nome.
Dos relacionados, 11 seriam campeões em 1961: Carmindo, Celim Almeida, Ismael, Janjola, João Bosco, Orcione, Paulim Silva, Sacola, Roquim, Vicente e Vórcio.
Outra formação defensiva em 1959
Em pé: Vicente, Eliezer e João Bosco: Agachados: Nazinho, Ismael e Vórcio, tendo ao lado o filho do Gerente do Banco da Lavoura de Minas Gerais.
1960: O ANO EM QUE NADA DEU CERTO PARA O GRÊMIO
No início, até que as perspectivas de êxito eram muito boas, pois chegaram 4 reforços de peso; O Telmo, que havia desfilado toda a sua categoria no campeonato anterior jogando pelo Tombense, foi procurado em Tombos por 2 representantes do Grêmio, Drs. Emílio Khede e Sebastião Tostes, que lhe ofereceram a garantia de emprego duradouro em Manhumirim em troca do compromisso de defender o rubronegro.
Os outros 2 grandes reforços foram o Careca e o Felix Valois, ambos provenientes de Palma (MG) e indicados pelo Dr. Roberto Khede, irmão do nosso presidente (Felix disputou o campeonato do ano seguinte pela Malharia e formou na seleção da LID ao final do campeonato).
Algumas semanas depois do início do campeonato chegou o grande goleiro Zé da Ilha, procedente do Goytacaz, de Campos dos Goytacazes (RJ), indicado pelo Telmo. Como o campeonato da LID era amador, Zé da Ilha participava ao mesmo tempo do campeonato profissional em Campos, cujos jogos eram realizados às quartas-feiras à noite, não havendo, desse modo, coincidência de datas entre as competições: ele chegava em Manhumirim na quinta-feira e voltava na segunda, sempre na companhia do Dr. Sebastião Tostes, que fazia estas viagens em seu carro sem cobrar nada ao Grêmio (em 1961 eles tiveram também Báu e Sardinha como companheiros de viagem).
Os participantes:
- De Alegre (ES): Comercial e Rio Branco:
- De Carangola (MG): Comercial e Ypiranga;
- De Divino (MG): Divino;
- De Espera Feliz (MG): Estrela e Santa Luzia;
- De Guaçuí (ES): Capixaba e Olímpico;
- De Manhumirim (MG): Grêmio;
- De Tombos (MG): Tombense.
Logo numa das primeiras rodadas, já com Zé da Ilha no gol, o Grêmio foi a Guaçuí enfrentar o Capixaba, jogo que terminou em 0x0. Até aí tudo bem, mas assim que soou o apito final, o centroavante Sarará agrediu Gelerson, um dos nossos jogadores, e começou a confusão. Houve invasão do campo e só escapamos sem ferimentos graves graças à intervenção do Deúde, ex-atleta do Capixaba e na época Delegado de Polícia de Guaçuí, que começou a disparar tiros para o alto e assim conteve aqueles que queriam se vingar do ocorrido no campeonato do ano anterior, quando os torcedores gremistas agrediram os jogadores capixabas.
O Grêmio ainda foi a Alegre jogar contra um tme de lá, não me lembro qual. Lembro-me sim das as agressões sofridas pelos jogadores durante e depois do jogo, tanto que o Grêmio recorreu ao órgão disciplinar da LID, informando que não voltaria a Alegre para o jogo contra o outro time se sérias medidas não fossem tomadas para coibir o abuso. Como outros times já haviam jogado em Alegre sem maiores problemas, não houve o consenso pretendido, mas o Grêmio também não voltou atrás em sua decisão, como exigiam a maioria dos clubes. O resultado foi a perda dos pontos já obtidos e a eliminação do campeonato, ficando o Grêmio com a última colocação, com 40 pontos perdidos.
Grêmio em 1960
Em pé: Vórcio, Vicente, Ranieri, Ismael, Careca e Carmindo;
Agachados: Paulim Silva, Telmo, Sacola, Celim Almeida e Zózimo.
Participaram da triste campanha:
Goleiros: Carmindo e Zé da Ilha;
Laterais: Careca, Gelerson, Janjola, Vicente e Vórcio;
Zagueiro de área: Félix, João Bosco e Renieri;
Meio Campistas: Ismael, Nazinho, Paulim Silva e Telmo;
Atacantes: Celim Almeida, Roquim, Sacola, Samuel e Zózimo;
O time base: Carmindo, até a chegada de Zé da Ilha; Vicente; Félix, Raniere e Careca; Telmo, Ismael e Paulim Silva; Celim Almeida, Sacola e Roquim.
O grande craque Abdala, ladeado por Carmindo e Vórcio
O campeão foi o Olímpico, que foi tambéma equipe mais disciplinada entre todos os competidores, tendo como vice-campeão o Tombense.
1961: A VOLTA POR CIMA
Nota: A cobertura jornalística realizada pelo Correio da Manhã do Rio de Janeiro – patrocinador do evento – tornou possível a reconstituição de boa parte da história do campeonato de 1961 que, creio eu, foi o primeiro de âmbito interestadual vencido pelo Grêmio. Infelizmente, muitas das inserções sobre a matéria se apresentavam ilegíveis ou omitiam informações importantes sobre os jogos realizados, além de dar a impressão de que elas não foram publicadas na ordem em que foram realizadas as rodadas.
Primeira parte: Os participantes
Confirmaram a presença os seguintes times:
- De Carangola (MG): Comercial e Ypiranga;
- De Espera Feliz (MG): Santa Luzia;
- De Guaçuí (ES): Olímpico;
- De Manhuaçu (MG): Manhuaçu;
- De Manhumirim (MG): Grêmio e Malharia;
- De Tombos (MG): Tombense.
Obs. – Pouco antes da realização do Torneio Início, os seguintes times desistiram da disputa:
- De Alegre (ES): Comercial e Rio Branco;
- De Espera Feliz (MG): Estrela;
- De Guaçuí (ES): Capixaba;
- De Muriaé (MG): Nacional e Paulistano;
- De Presidente Soares, hoje Alto Jequitibá (MG): Independente.
Segunda parte: O Torneio Início
Correio da Manhã, edição 20888, de 29.04.1961 ( TORNEIO INÍCIO LID FICOU PARA O GRÊMIO)
Realizado em Carangola (MG), no dia 23.04.1961, o torneio não contou com a participação da equipe de Manhuaçu que, por ter confirmado a sua participação num último momento, ainda se achava em formação.
Todas as partidas foram disputadas em 2 tempos de 15 minutos cada, com exceção da final, que teve a duração de uma hora.
Se qualquer partida terminasse empatada, inclusive a final, cada técnico designava um jogador para efetuar a cobrança de 3 pênaltis seguidos, definida por sorteio a ordem dos cobradores. Persistindo o empate, seriam feitas cobranças alternadas até que se conhecesse o vencedor.
Os jogos:
I) Olímpico 0x0 Tombense (nos pênaltis, Tombense 3×2);
ii) Comercial 0x0 Ypiranga (nos pênaltis, Ypiranga 3×1);
III) Grêmio 2×0 Santa Luzia, no tempo normal;
IV) Malharia 2×1 Tombense, np tempo normal;
V) Grêmio 1×0 Ypiranga, no tempo normal;
VI) Grêmio 0x0 Malharia (nos pênaltis Grêmio 3×2; Primeiro a cobrar, Vicente converteu as 3 cobranças para o Grêmio; As cobranças para a Malharia foram feitas por Samuel que converteu as 2 primeiras, tendo Carmindo efetuado belíssima defesa na última cobrança).
As equipes que fizeram a final:
Grêmio, treinado por Humberto Maroni: Carmindo; Vórcio (João Bosco), Vicente e Careca; Gute, Telmo e Paulim Silva; Orcione, Báu, Sacola (Roquim) e Celim Almeida (diferentemente do que informa o Correio da Manhã, Vicente não saiu para a entrada de João Bosco. Quem deixou o campo foi Vórcio, com Vicente passando para a lateral direita e permanecendo até o final do jogo, tanto que foi indicado por Humberto Maroni para efetuar as cobranças dos pênaltis pelo Grêmio).
Malharia, treinada por Milton Belletti: Lúcio; Sebastião, Felix e Walter; Marinho, Ronaldo e Laércio; Luíz, Samuel, Curtido e Rodon.
Terceira parte: O primeiro turno
Realizado no período de 30.04.1961 a 11.06.1961, foram obtidos os resultados de apenas 5 rodadas: primeira, três intermediárias e a última (destes não consta o empate com o Santa Luzia em Espera Feliz por 1×1, ocasião em que o Grêmio perdeu o único ponto do turno):
Primeira rodada, em 30.04.1961: Ypiranga 7×0 Olímpico; Tombense 1×0 Santa Luzia; Malharia 3×1 Comercial; Manhuaçu 1×5 Grêmio.
Segunda rodada, em 07.05.1961: Olímpico 1×5 Santa Luzia; Ypiranga 1×2 Grêmio; Tombense 3×1 Comercial; Malharia 6×1 Manhuaçu.
Terceira rodada, realizada em 14.05.1961; Grêmio 6×2 Olímpico; Malharia 1×1 Santa Luzia; Ypiranga 3×1 Comercial; Tombense ?x? Manhuaçu.
Rodada intermediária indeterminada: Tombense 2×0 Ypiranga, Manhuaçu 0x3 Olímpico; Comercial 0x1 Santa Luzia; Grêmio 1×0 Malharia (gol de Sacola).
Última rodada, em 11.06.1961: Ypiranga ?x? Malharia; Santa Luzia 3×2 Manhuaçu; Grêmio ?x? Comercial; Tombense ?x? Olímpico.
Colocação ao final do primeiro turno:
I) Grêmio, com 1 ponto perdido;
II) Malharia e Ypiranga, com 4 pontos perdidos cada;
IV) Santa Luzia e Tombense, com 6 pontos perdidos cada;
VI) Olímpico, com 9 pontos perdidos;
VII) Comercial, com 12 pontos perdidos;
VIII) Manhuaçu, com 13 pontos perdidos;
Grêmio em 1961
Em pé; Vórcio, Ranieri, Zé da Ilha, Délio Dias, Ismael e Careca.
Agachados: Paulim Silva, Telmo, Sacola, Celim Almeida e Báu.
Quarta parte; O segundo turno
Realizado no período de 02.07.1961 a 20.08.1961,foram obtidos pouquíssimos resultados dos jogos e tem-se a impressão de que não foi obedecida a mesma ordem dos jogos do primeiro turno.
Primeira rodada: Grêmio 7×0 Manhuaçu; Santa Luzia 1×2 Tombense; Olímpico 2×1 Ypiranga; Comercial 0x4 Malharia.
De uma rodada intermediária, a única informação legível era que o Tombense, em casa, havia derrotado o Grêmio, o último invicto do campeonato (C. da Manhã edição 20952, de 14.07.61.
Outra rodada intermediária: Grêmio 0x0 Ypiranga; Manhuaçu 2×2 Malharia; Santa Luzia 2×0 Olímpico; Tombense 2×2 Comercial.
Demais rodadas intermediárias: sem informação (numa dessas rodadas aconteceu o esperado jogo entre Grêmio 2×2 Malharia. Foi um jogo eletrizante, com a Malharia abrindo 2×0 com 2 gol de Samuel e o Grêmio chegando ao empate com 2 gol de Sacola).
Outra formação do Grêmio em 1961
Em pé: Ranieri, Telmo, Gute, Careca, Carmindo e Vórcio.
Agachados: Roquim, Paulim Silva, Sacola, Báu e Ismael.
Quinta parte: A última rodada
O único resultado conhecido da última rodada foi o empate por 2×2 no jogo Comercial e Grêmio, realizado em Carangola. Ao Grêmio bastou a igualdade no marcador para se sagrar campeão interestadual de 1961.
O Correio da Manhã, informou que o Comercial de Carangola era o campeão de 1961 e depois se perdeu em notícias contraditórias – ora o vencedor era o Comercial, ora era o Grêmio – até a véspera da festa de recebimento do troféu e a entrega das faixas aos participantes da vitoriosa campanha da equipe manhumiriense.
As equipes formaram assim: Comercial: Eduardo; João I, Jorge, Nilson e Oudinot; João II e Edson; Adilson, Aires, Flávio e Luiz Carlos.
O Grêmio: Zé da Ilha; Vórcio, Ranieri, Délio Dias e Careca; Sardinha, Telmo e Ismael; Báu, Sacola e Celim Almeida.
Os gols foram feitos por Báu e Flávio no primeiro tempo e Telmo (numa sensacional cobrança de falta, com a bola rasteira contornando a barreira e entrando junto à trave) e novamente Flávio no tempo final.
O “aquecimento” para o jogo
Momento de descontração antes do jogo contra o Comercial, quando o Grêmio conquistou o título: Vórcio (ainda segurando a ficha de inscrição), Telmo, Vicente (não jogou pois cumpria suspensão) e Zé da Ilha.
O descanso no intervalo do jogo
No intervalo do jogo: sentados na grama: em primeiro plano: Vórcio; ao fundo: Flavim, Gute, João Bosco, Janjola, Ranieri, Celim Almeida, Délio Dias, Ismael e Sacola; sentados no banco: Vicente, Roquim e Telmo; em pé: Abdala e Zé da Ilha; encostados na cerca estão os torcedores Hoberlim Santilan Lima Verde e Percy Melo.
O empate deixou o Grêmio com 6 pontos perdidos (4 nos empates com Santa Luzia, Ypiranga, Malharia e Comercial e 2 na derrota para o Tombense). O vicecampeão foi o Ypiranga (com 7 pontos perdidos), e em terceiro lugar Malharia.
Sexta parte: A festa, no estádio do Grêmio
Na edição 20993, de 31.08.1961, o Correio da Manhã publicou a reportagem sobre a grande festa cívico-esportiva do domingo anterior, 27 de agosto.
De discurso, apenas os proferidos pelo representante do patrocinador, Sebastião do Rosário, ao entregar a Taça Correio da Manhã, e pelo presidente do Grêmio, Dr Emílio Khede, ao recebê-la.
A seguir, houve uma volta olímpica muito organizada, com os atletas em duas filas seguindo as porta-bandeiras Maria do Carmo Silva e Maria José Roberto de Oliveira e rodeados pelos torcedores.
A volta olímpica
As porta-bandeiras
Maria José Roberto de Oliveira, Célio Barreto, uma pequena torcedora, Paulim Silva, Maria do Carmo Silva, Telmo e Vicente.
Concluída a volta olímpica, procedeu-se a entrega das faixas de campeão aos jogadores, aos componentes da comissão técnica e aos colaboradores do Grêmio, após o que todos posaram com suas faixas no peito, orgulhosos da campanha vitoriosa que concluíam naquela hora.
Pose histórica de atletas, comissão técnica e colaboradores
Hudson Tatu (recebeu a faixa em nome do irmão Orcione), Tatá, Telmo, Ranieri, Careca, Carmindo, Gute, Celim Almeida, Sacola (meio encoberto), Vicente, João Bosco, Vórcio, Sardinha (meio encoberto), Flavim, Paulim Silva, Zé da Ilha, Roquim e Ismael. Aparecem ainda, entre outros, George Bracks, Dr. Emílio Khede, Dr. Sebastião Tostes, Humberto Maroni, Célio Barreto, Dr. Genésio Bernardino de Sousa e Nazinho.
Os jogadores Campeões
Em pé: Zé da Ilha, Vórcio, Sardinha, Ranieri, Careca, Ismael, João Bosco, Carmindo e Vicente.
Agachados: Roquim, Paulim Silva, Gute, Sacola, Celim Almeida, Flavim e Telmo.
Ausentes: Báu, Délio Dias, Janjola, Maurîcio do IBC e Orcione.
Telmo e Vórcio: amigos, companheiros de time e colegas de trabalho no Banco de Crédito Real de Minas Gerais, agência de Manhumirim.
Vórcio recebe os cumprimentos do amigo Yussiffe Soares Duar, companheiro das divisões de base do Grêmio e também colega do Banco de Crédito Real.
Para finalizar a festa, realizou-se uma partida de congraçamento entre as equipes do Grêmio e da seleção da LID, sendo o pontapé inicial dado pelo Prefeito de Manhumirim, Exmo. Sr. Vicente Estevão Teixeira.
As equipes: Grêmio: Carmindo; Vórcio, João Bosco, Ranieri e Careca; Telmo, Ismael e Paulim Silva; Roquim, Celim Almeida e Flavim (Sacola), notando-se que o Correio da Manhã escalou erroneamente um inexistente Gordinho como centroavante e omitiu o nome do depoente. Técnico: Humberto Maroni
Sétima parte: os créditos
Presidente do Grêmio: Dr. Emílio Khede.
Técnico: Humberto Maroni.
Massagista: Tatá.
Goleiros: Carmindo e Zé da Ilha.
Laterais: Careca, Janjola, Maurício do IBC, Vicente e Vórcio.
Zagueiros de área: Délio Dias, João Bosco e Ranieri.
Meio-campistas: Gute, Ismael, Sardinha e Telmo.
Ponteiros: Flavim, Orcione, Paulim Silva e Roquim.
Atacantes de área: Báu, Celim Almeida e Sacola.
Time-base: Zé da Ilha; Vicente, Ranieri, Délio Dias e Careca; Sardinha, Telmo e Ismael; Báu, Sacola e Celim Almeida.
Merecem menção os técnicos Públio Nolasco e Abdala Duar, que foram os responsáveis pela formação de todos os campeões de 1961 nascidos em Manhumirim, incluído o depoente, que nasceu na roça mas se mudou para a cidade ainda menino.
TRAJETÓRIAS DE VIDA
Em ordem alfabética, estão listados todos os que participaram do vice-campeonato de 1959 e do campeonato de 1961, assim como os técnicos das divisões de base do Grêmio nos anos de 1952 a 1955, citados no item anterior, além do Sr. Oswaldo Frossard, o maior dirigente que o Grêmio já teve, na opinião do depoente.
ABDALA Duar (+), natural de Manhumirim; Meia direita formado no Grêmio, foi titular do time principal por mais de por mais 10 anos. Jogou até 1958, tendo acumulado o cargo de técnico dos infantis nos anos de 1951/52. Era sapateiro e comerciante de artigos esportivos até a aposentadoria.
Alcyr Soares de Sousa (SACOLA) (+), natural de Irupi (ES); Centroavante, começou no Grêmio em 1959, vindo do Colégio Evangélico de Alto Jequitibá (MG). Foi o artilheiro do Grêmio nas citadas campanhas. Trabalhou no Banco do Estado de Minas Gerais em Manhumirim e em Belo Horizonte (MG), onde chegou ao cargo de Auditor.
Ângelo Ranieri (+), natural de São Paulo (SP); Zagueiro de área, jogou pelo Juventus da capital paulista, pelo Corinthians de Presidente Prudente (SP) e pelo Clube Atlético Mineiro de Belo Horizonte (MG) antes de chegar em Manhumirim. Em 1960 veio como encarregado da construção do armazém do Instituto Brasileiro do Café (IBC) e, desde então, passou a defender o Grêmio, onde sempre foi titular. Permaneceu na cidade após o término da obra, tornando-se industrial no ramo de torrefação de café até o seu retorno a Belo Horizonte, na segunda metade da década de 60.
Carlos Augusto Sardenberg (GUTE), natural de Marapé, à época distrito de Cachoeiro de Itapemirim (ES). Meio-campista, jogou no Colégio Pio XI de Manhumirim em 1956 e pelo Grêmio nos anos de 1957 a 1961. Foi professor secundário em Manhumirim e, atualmente, é empresário do ramo de hotelaria em Cachoeiro de Itapemirim (ES), cidade onde reside.
CARMINDO Nunes de Almeida (+), natural de Manhumirim; Goleiro formado nas divisões de base do Grêmio, dividiu com Eliezer a titularidade do gol desde 1957 e ficou na reserva de Zé da Ilha em 1961. Funcionário público federal, aposentou-se como chefe do armazém do IBC em Manhumirim.
Célio de Almeida Guimarães (CELIM ALMEIDA), natural de Tombos (MG), onde começou a carreira no Tombense. Era sempre convidado a reforçar vários times da região, inclusive do estado do Rio de Janeiro, como o Porciunculense, da cidade de Porciúncula, cidade vizinha de Tombos (MG). Meia-esquerda, foi titular absoluto do Grêmio por mais de 10 anos, inclusive nas campanhas de 1959 e 1961. Comerciante de café em grão, atualmente está aposentado e reside em Manhumirim.
DANIEL SATHLER, natural de Alto Jequitibá (MG), onde começou como Centrovante do Colégio Evangélico Reverendo Cícero Siqueira, estabelecimento do qual, mais tarde, foi Diretor por 8 anos. Participou do vice-campeonato de 1959. Advogado, foi também Juiz Classista em sua cidade natal, onde reside.
DÉLIO da Silveira DIAS, natural de Alto Jequitibá (MG); Formado nas divisões de base do Colégio Evangélico da sua terra natal, foi campeão pelo Grêmio em 1961, além de ter jogado profissionalmente no América de Belo Horizonte, Tupi e Tupinambás, ambos de Juiz de Fora (MG), Olimpic de Barbacena (MG) e Seleção Mineira de futebol em 1960. Escritor e professor universitário, reside em Juiz de Fora (MG).
ELIEZER Andrade (+), natural de Manhumirim (MG); Goleiro formado nas divisões de base do Grêmio, revezou com Carmindo como titular em 1959. Funcionário aposentado do IBC, ultimamente era advogado em Manhuaçu (MG).
EMÍLIO Miguel KHEDE (+), nascido em Manhumirim; Ponta direita gremista na década de 1940, foi presidente do Grêmio por mais de 10 anos, continuou a obra de soerguimento do Grêmio, iniciada por Oswaldo Frossard (+), que conseguiu a doação do terreno e construir o estádio do rubro-negro. Comandante do clube nos campeonatos interestaduais de 1959 a 1961, na vida particular era advogado, exercendo o cargo de Promotor Público em Manhumirim por mais de 10 anos.
Flávio Fraga França (FLAVIM) (+), natural de Eugenópolis (MG); Ponta esquerda, participou do campeonato de 1961. Foi Subgerente do Banco da Lavoura de Minas Gerais em Manhumirim.
HUMBERTO MARONI (+), natural de Manhumirim; Centroavante do Grêmio no final dos anos 40 e início da década seguinte. Em 1967, assumiu a direção técnica do clube e o levou ao vice-campeonato de 1959 e ao título de 1961. Foi comerciante de calçados e artigos esportivos e, depois, funcionário público federal, tendo sido chefe do IBC em Manhumirim.
ISMAEL de Sousa (+), nascido em Durandé (MG); No início da década de 40, jogou no meio de campo pelo Grêmio e pelo Colégio Evangélico de Alto Jequitibá (MG) até 1945. Já como lateral esquerdo, em 1946 foi para o Fluminense do Rio, jogando depois no Peñarol de Montevidéu (URUGUAI) e Tupã, da cidade paulista do mesmo nome. Retornou ao Grêmio no início dos anos 50 para comandar o time dentro de campo, inclusive nas ótimas campanha de 1959 e 1961. Funcionário público estadual, trabalhou na Coletoria Estadual de Manhumirim, transferindo-se depois para Belo Horizonte (MG).
JOÃO BOSCO Costa, natural de Ipanema (MG); Zagueiro central, jogou pelo Colétio Pio XI em 1956, indo para o Grêmio no ano seguinte. Foi titular até 1959 e colaborou na campanha de 1961. Trabalhou no Banco do Estado de Minas Gerais em Manhumirim e Belo Horizonte (MG), onde reside atualmente.
João Pereira Filho (JANJOLA), nascido em Durandé (MG); Lateral direito, foi titular de 1957 a 1959 e colaborou no campeonato de 1961. Funcionário da Caixa Econômica Federal em Manhumirim, Itajubá, Nova Lima e Belo Horizonte, todas em Minas Gerais. Exerceu o cargo de Superintendente Regional em Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS) onde se aposentou. Voltou a residir em Cuiabá.
José Furlani Gonçalves (CARECA), natural do distrito de Silveira Carvalho, município de Barão de Monte Alto (MG). Depois de passagens pela divisão de base do Tupi de Juiz de Fora (MG) e pela equipe de Palma (MG), veio para o Grêmio em 1960, time pelo qual jogou até 1968. Trabalhou no Banco da Lavoura de Minas Gerais em Manhumirim, Muriaé (MG) e nas cidades paraenses de Belém, Marabá e Soure, esta situada na Ilha de Marajó. Há quase 2 anos passou a residir em Belo Horizonte (MG).
Juvenal de Almeida Guimarães (NAZINHO) (+), natural de Tombos (MG); No Grêmio, jogou em diversas posições ao longo de uma carreira que durou mais de 10 anos, encerrada em 1960. Em 1959 foi titular do meio de campo. Era comerciante de café em grão (em sociedade com seu irmão Célio) e admirado líder político em Manhumirim.
Manoel Amaro ? (BÁU), nascido em Campos dos Goytacazes (RJ); Centroavante, foi jogador profissional em diversos clubes de sua cidade natal e defendeu o Grêmio em 1961 como titular. Infelizmente, não tenho notícias de seu paradeiro.
MAURÍCIO ? DO IBC, procedente do Rio de Janeiro (RJ), onde trabalhava na autarquia que lhe rendeu o apelido, ficou pouco tempo em Manhumirim, trabalhando no armazém local do IBC e foi reserva na lateral direita do Grêmio. Outro de quem não tive mais notícias.
ORCIONE Donato de Oliveira, natural de Manhumirim; Jogava de ponta direita e centroavante e no período de 1957 e 1961. Foi mecânico na revendedora dos caminhões INTERNATIONAL e, depois, funcionário do Banco de Crédito Real de Minas Gerais, ambos os empregos em Manhumirim. Aposentado, reside no Rio de Janeiro (RJ).
OSWALDO FROSSARD (+), natural de Carangola (MG). Merece especialíssima menção, apesar de já se encontrar afastado de qualquer atividade relacionada ao Grêmio no período que ora abordamos. Foi técnico de grande prestígio na nossa região e presidente do Grêmio quando da obtenção do terreno e da construção do Estádio Dr. Emílio Miguel Khede. Junto com o Dr. Emílio Khede, são considerados os grandes presidentes do clube pelos mais antigos.
Paulo ? (SARDINHA) (+), natural de Campos dos Goytacazes (RJ); Meio de campo campeão pelo Grêmio em 1961, ano em que também se sagrou campeão profissional do Campeonato Campista de Futebol pelo Clube Esportivo Rio Branco. Por este clube foi bicampeão em 1962. Anteriormente, conquistara o tricampeonato campista pelo Goytacaz Futebol Clube, nos anos de 1955, 56 e 57. Era comerciante e funcionário da Prefeitura de Campos.
Paulo Silva (PAULIM SILVA) (+), nascido em Manhumirim. Pelo Grêmio jogou de 1957 a 1961 nas posições de ponta ou meia – sempre pelo lado direito – , dividindo a titularidade com Samuel em 1959 e ficando na reserva em 1961. Funcionário do Banco do Brasil em Manhumirim e no Rio de Janeiro (RJ), retornou para a cidade natal ao se aposentar.
PÚBLIO NOLASCO (+), nascido em Manhumirim. Centroavante do Grêmio, os problemas cardíacos o fizeram abandonar a prática do futebol em 1951, passando a técnico do infantil em 1953. Comandou o time principal do Grêmio entre 1954 e 1957. Era contador e sócio principal da firma GUATECO LTDA. que loteou a região onde hoje se localiza a cidade de Meaípe (ES) e, lá, ele está homenageado com uma praça que leva o seu nome.
Rodoval Monteiro Filho (ZÉ DA ILHA) (+), natural de Campos dos Goytacazes (RJ); Goleiro campeão pelo Grêmio em 1961 (já havia sido titular em 1960), foi também campeão campista de profissionais pelo Goytacaz Futebol Clube nos anos de 1957, 1959, 1960, 1965 e 1966. Após deixar o futebol profissional foi para a construção civil, exercendo a função de mestre-de-obras.
Roque Antônio da Silva (ROQUIM) (+), natural de Manhumirim. Ponta esquerda titular em 1959, colaborou na campanha de 1961, jogando também em outras posições do ataque. Começou nas divisões de base do Grêmio e profissionalizou-se em 1956, ao ser contratado pelo Ypiranga de Carangola (MG), de onde retornou para o Grêmio em 1959. Atuou até o início da década de 70, quando passou a cuidar do Estádio Dr. Emílio Miguel Khede
RUBENS GRIPP (+), natural de Alto Jequitibá (MG), por cujos times jogou por anos e anos. Foi titular do Grêmio em 1959 e logo a seguir encerrou a carreira, Era ruralista em sua cidade natal.
SAMUEL Martins (+), natural de Manhumirim; Jogou nas divisões de base do Colégio Evangélico de Alto Jequitibá e do Grêmio, onde dividiu a titularidade da ponta direita com Paulim Silva em 1959. No ano anterior estava fazendo testes nos cariocas Flamengo e Portuguesa quando foi chamado para admissão ao Banco do Brasil. Jogou pela Malharia em 1961. Como bancário exerceu o cargo de Fiscal da Carteira Agrícola nas agências do Banco do Brasil em Manhumirim, Coronel Fabriciano e São Domingos do Prata, todas em Minas Gerais.
TATÁ ? (+), natural de Chalé (MG); Foi massagista do Grêmio por vários anos e era muito admirado por sua cortesia e alegria de viver. Exercia a profissão de lanterneiro na revendedora de caminhões CHEVROLET em Manhumirim. Lamento não ter obtido maiores informações sobre a sua trajetória de vida.
TELMO Pereira Leite (+), natural de Campos dos Goytacazes (RJ). Começou a carreira no Americano Futebol Clube de Campos, passando ainda pelo América carioca e pelo Tombense antes de chegar ao Grêmio em 1960, sendo titular absoluto do meio de campo gremista por mais de 5 anos, transferindo-se em seguida para o Pontenovense, da cidade de Ponte Nova (MG). Foram dele as indicações dos seus conterrâneos Zé da Ilha, Sardinha e Báu como reforços para o Grêmio. Trabalhou no Banco de Crédito Real de Minas Gerais em Manhumirim e em Ponte Nova, tornando-se representante comercial na região sul da Bahia ao deixar o futebol.
VICENTE de Paula Faria (+), natural de Manhumirim. Formado nas categorias de base do Grêmio, foi titular da equipe de 1957 a 1960, jogando em diversas posições, sendo efetivado como titular da lateral direita em 1961. Foi funcionário do IBC, onde exerceu o cargo de chefe do armazém de Manhumirim.
VÓRCIO Maurício da Silva, nascido no Córrego do Canadá, hoje pertencente ao município de Martins Soares (MG); Cria do Grêmio, jogou pelo Colégio Pio XI em 1956. Retornou ao Grêmio em 1957, onde foi titular da lateral esquerda até 1959 e reserva das duas laterais em 1960 e 1961. Em Manhumirim, trabalhou no Escritório Contábil de Ruy Vieira Brant, no Banco de Crédito Real de Minas Gerais e no Banco do Brasil. Ainda no Banco do Brasil exerceu os seguintes cargos: Subgerente em Natividade (RJ), Gerente em Piraí (RJ) e Chefe do Centro de Processamento de Serviços e Comunicações (CESEC) em Campos dos Goytacazes (RJ).
FONTES
Atletas do Grêmio: carmindo Nunes de Almeida (+), Célio de Almeida Guimarães, José Furlani Gonçalves, Paulo Silva (+), Telmo Pereira Leite (+) e Vicente de Paula Faria (+).
Jornal: Correio da Manhã do Rio de Janeiro (RJ), digitalizado pela Biblioteca Nacional sediada naquela capital (www.hmerotecadigital.bn.br).
Livro: “Coisas, cousas e causos no futebol”, do companheiro Délio da Silveira Dias, na parte relativa à trajetória de vida do autor.
Parentes de atleta: Jornalista Suzy Monteiro, filha do goleiro Zé da Ilha e responsável pelo blog NACURVADORIO do jornal Folha da Manhã, de Campos dos Goytacazes (RJ). Cristina Renata Gauzzi Ranieri Mendes e Alexandre Ranieri, filhos do zagueiro Ranieri, ambos residentes em Belo Horizonte (MG), ele Administrador de Empresas e ela Professora da rede pública estadual.
Torcedora do Grêmio: Támen Assad Rachid, a nossa queridíssima Tamema, com informações preciosas sobre o paradeiro da família de Ângelo Ranieri.
Torcedor e grande benemérito do Grêmio: Damacil Ferreira da Rocha, também amigo e colega do Banco de Crédito Real de Minas Gerais na agência em Manhumirim e no Rio de Janeiro (RJ).
Sem qualquer vínculo com o Grêmio: Jorge Francisco de Sousa e Leonardo Silva Sousa, ambos secretários da Liga Campista de Desportos.
COLABORAÇÃO
Ítalo Biagio Di Flora, dentista manhumiriense radicado em Belo Horizonte e sobrinho do depoente, colaborou na análise do texto e na apresentação de propostas que alteraram a abordagem de vários itens do depoimento ou ensejaram a inclusão de outros tantos. TRAJETÓRIAS DE VIDA, por exemplo, uma ideia sua, tem como objetivo oferecer, de forma bem simples, uma minibiografia de pessoas que contribuíram para o engrandecimento do Grêmio nas campanhas do vice-campeonato de 1959 e da conquista maior em 1961.
O BALANÇO ATUAL
Em 15.10.2014 ocorreu o falecimento do companheiro Célio de Almeida Guimarães (CELIM ALMEIDA). Celim residia em Manhumirim (MG), onde o corpo foi velado e depois trasladado para Tombos (MG) – sua cidade natal – onde foi sepultado. Dos relacionados no item TRAJETÓRIAS DE VIDA, 22 já faleceram e agora apenas 8 permanecem vivos: Careca, Daniel Sathler, Délio Dias, Gute, Janjola, João Bosco, Orcione e Vórcio. Em 15.12.2014.
De 2 não foi possível obter qualquer informação sobre seus paradeiros: Báu e Maurício do IBC.
COMENTÁRIOS FINAIS
O Correio da Manhã patrocinou os campeonatos de 1959, 1960 e 1961, mas efetuou a cobertura jornalística apenas em 1961, que foi justamente o ano em que o Grêmio se sagrou campeão.
Essa cobertura ocorreu no período de 18/04 a 10/09/61, do qual foram consultadas as seguintes edições: 20878, 20882, 20888, 20901,20907, 20914, 20915, 20923, 20926, 20929, 20935, 20941, 20943, 20954, 20955, 20957, 20962, 20963, 20968, 20975, 20979, 20985, 20987, 20988, 20989, 20990, 20991, 20993, 20994 e 21001, sendo as notícias publicadas sempre no Segundo Caderno, entre as páginas 4 e 8, exceção feita à edição 20987, que estampava a foto do Grêmio campeão da LID na página 16, a página nobre do noticiário esportivo daquele jornal (infelizmente a foto está muito escura e não se conseguiu reproduzi-la).
Tratar de fatos ocorridos há mais de 50 anos – mesmo com a preciosa ajuda das fontes citadas e das fotografias da época – deixa margem para incorreções e omissões, o que me faz agradecer, de antemão, quaisquer esclarecimentos que possam saná-las, tendo a certeza que o site do Grêmio estará å disposição para acolhê-los, site este cujo criador e responsável é George Bracks Júnior (Jorgim Bracks), que foi atleta do Grêmio na década de 1970 e presidente do clube nos anos 1998/2000
FONTES & FOTOS: Site do clube – Wikipédia – Rsssf Brasil