Tendo abandonado em 1945 os campeonatos da Federação Paulista de Futebol, mas seguindo com os amistosos e jogando os campeonatos varzeanos de Santa Bárbara, mandatários da Usina Açucareira Furlan resolvem construir um novo estádio e fazer retornar oficialmente o seu clube na “Cidade Doçura“, como em certo período foi chamada Santa Bárbara d’Oeste (atual “Pérola Açucareira”).
Em 21 de fevereiro de 1960, a família Furlan, todos palestrinos, fundou definitivamente a Sociedade Esportiva Palmeiras, da Usina Furlan. Era, portanto, um segundo período de futebol oficial daquela localidade barbarense.
Conforme afirma o sr. Batista Furlan, o novo estádio recebeu denominação de “João Batista Furlan”, em homenagem ao vovô, o patriarca da família. O novo clube, alvi-verde como o Palmeiras, da capital, teve como presidente inicial Batista Furlan, ele que foi escolhido pela imprensa como o “Esportista do Ano” em 1960.
Os demais diretores eram: Ademar, Eduardo, Florizo, Sebastião, Hermes e Dante (todos Furlan) e também Bento Aparecido Barbosa e Antonio Rosa. Sem o Cillos F.C., a S.E. Palmeiras-Usina Furlan passou a ser o “caçula” barbarense. Veio para figurar como 5.º clube na ordem cronológica dos registros junto à Federação Paulista de Futebol, como União Agrícola fundado em 1914; o C.A. Usina Santa Bárbara em 1936; a A.E. Internacional em 1947; o E.C. Paulista em 1956; e o Palmeiras em 1960, todos eles, ainda, como clubes amadores.
Em 27 de março de 1960 o Palmeiras inaugurou seu estádio recebendo festivamente a equipe dos Cadetes do Palmeiras, de São Paulo, que venceu por 4×3. O quadro da Usina Furlan em seu reaparecimento foi este: João Furlan, Nicola e Romeu Mutti; Didão Furlan (depois Izael Pavan), Rubinho e Mica; Saulo Fornazin (depois Bêni Gálter), Miúdo, Aleoni, Nelsinho Furlan e Nêne Juliato. Também integraram o elenco: Negota, Percides, Pedrinho Mutti e Aparecido.
No ano de 1960 a Liga Barbarense de Futebol não promoveu a edição da “Taça Cidade“, que estava na sede do bi-campeão 58-59, o C.A.U.S.B. Desta forma, os 5 representantes de Santa Bárbara d’Oeste – União, C.A.U.S.B., Internacional, Paulista e Palmeiras – foram a campo nas disputas do Campeonato Amador do Interior, sempre regionalizado, com o patrocínio da F.P.F. (a Usina Ester foi a campeã).
E o Palmeiras, da Usina Furlan, começou assustando a todos, sendo o vice-campeão do Setor. No finalzinho de seu primeiro ano de atividades, o “verdão” usineiro confirmou suas boas qualidades, ao ganhar a taça do triangular denominado “Cidade Doçura”, enfrentando a Internacional e o E.C. Paulista.
Devido a transferência de praticamente todos os atletas do Paulista para o Palmeiras – eram amadores – pensou-se na época que o tricolor da cidade seria extinguido, porém, sua diretoria, liderada por Neco Wiezel, Nivaldo Batagin e Virgínio Matarazzo, conseguiu armar um novo time. Uma de suas novas formações era esta em 1960: Milton, Tupi I e Zinhão; Jair, Nivaldo e Tupi II; Leôncio Amaral, Zeca latarolla, Tito, Perdigão e Osmair Sachetto.
Era simples trocar-se de clube. Sendo assim, alguns jogadores chegaram a vestir as camisas de praticamente todas as agremiações locais. O E.C. Paulista ainda contou para a mesma temporada de 60 com os atletas Tébo, Cunha, Cido, Zú, Ivajar e Colé. Nas demais equipes barbarenses, seus respectivos elencos eram os seguintes em 1960 – C.A.U.S.B.: Gilberto Muniz, Arze, Galo Claus, Pote, Natal Prando, Vetão, Nélson Carboni, Neguinho, Mosquito, Lau Mathias, Chiquito de Lima, Lelé, Toinho, Pedro Lima, Zail Cardoso, Chama Bellani, Dilermando e Fornaia. União: Gilberto Ometto, Diamante, Wanderley, Nivaldo Surge, Roberto Silva, Zé Maria Araújo, Aníbal, Rubens Giacomelli, Válter Forti, Ditinho Guedes, Nílson Furlan, Juca, João Caetano, Petrini-Peixinho, Barba Azul, Algodão e Fio. Inter: Casteleti, Nego, Cascão, Cabrito, Osório Ganéo, Tuta, Ovaguir Martorini, Leite, João Barbosa, Quibao, Ataliba Penachione, Póla, Tatu, Sidney, Alcindo Bagarollo, Claudinho Bignotto e Gazeta.
FONTES: Livro “A Memória do Futebol Barbarense… Até os dias de Hoje”, de autoria de J.J. Bellani – Waldomiro Junho