Centro Recreativo Espanhol Tricampeão do Campeonato Citadino Niteroiense de 1971-72-73


Fúria deu o Tricampeonato Niteroiense ao Espanhol

 O Espanhol conquistou pela terceira vez consecutiva (1971, 1972 e 1973) o título máximo do futebol Niteroiense, ao vencer o Tiradentes por 1 a 0, em 30/09/1973, gol de Renato, aos sete minutos da segunda fase. O Comando-Geral da Polícia Militar viu o jogo que o Major Durval Lobato, da CND, iniciou.

Foram 90 minutos de excelente futebol, com os dois quadros se empenhando a fundo pela vitória. Heraldo Prevot teve atuação magnífica e se todo mundo que foi ao Assad Abdala tivesse pago ingresso a renda ultrapassaria os 15 mil cruzeiros.

O Tiradentes caiu de pé, mas saiu traumatizado com a derrota, produto de uma infelicidade de Camundongo, seguida de uma outra de Paulão. Os dois quadros, além de bom futebol, mostraram excelente preparo físico. Após o jogo os espanhóis comemoraram a vitória no centro do gramado onde receberam homenagem da torcida do Tira. Depois os campeões foram a Itaipu e lá permaneceram até de madrugada.

Completando com felicidade um trabalho primoroso de César, Renato deu ao Espanhol o tão cobiçado título de tricampeão niteroiense, ao marcar aos sete minutos da fase final, o gol que liquidou o Tiradentes. Foi mais movimentado jogo da Copa-400, promoção jornal O Fluminense e Departamento Niteroiense de Futebol (DNF).

O Tiradentes teve uma atuação irrepreensível, o mesmo acontecendo com o Espanhol. O Major Durval Lobato, do CND, deu o pontapé inicial e Heraldo Prevot mereceu nota dez pela magnífica arbitragem. Um público recorde de Cr$ 3.318,00 superlotou o Assad Abdala, ressuscitando o futebol da cidade, agora em grande fase.

O Flamenguinho conseguiu um honroso lugar de vice-campeão, ao lado do Tiradentes, ao vencer o Fluminense por 3 a 2. Os tricolores jogaram com suas peças fora do lugar e por isso, de nada valeu o sacrifício de uma equipe que nunca parou de lutar. Cantareira, Marcelo, César foram as grandes figuras espanholas; enquanto Paulão, Evandro e Micinho foram os grandes destaques dos alvinegros.

O Espanhol viveu dez minutos de pânico após a entrada de Marrom e Popeye. A torcida organizada do Tira, com o cabo Maurício à frente, teve uma conduta muito elegante ao entrar em campo para homenagear os campeões.

 

Primeiro tempo

Vinte e dois jogadores com os nervos à flor da pele iniciaram o jogo, tocando a bola de pé em pé, proporcionando os lances mais emocionantes. O Espanhol estava melhor situado, mas aos poucos o Tiradentes crescia e não demorou muito já havia equilíbrio. Mesmo assim, coube ao ataque espanhol oferecer mais perigo. Renato e César estiveram por marcar, mas Paulão mais uma vez provou que é goleiro.

Cessados estes momentos, o jogo ganhou nova feição e as duas equipes exploravam os contra-ataques. A cada investida um perigo eminente de gol. Foi assim até o fim. Nessa fase, três lances chamaram atenção: aos 15 minutos, Renato quase marcou, após um cruzamento de Cláudio. Belo esteve para inaugurar o marcador aos 21 minutos e Marcelo foi severamente advertido por Heveraldo Prevot aos 40 minutos. O zero a zero foi justo e o nível técnico não poderia ter sido melhor.

Segundo tempo

Tudo como no primeiro tempo, dois quadros nervosos e o Espanhol mais desembaraçado. Houve lances primorosos no meio de campo e num de seus contra-ataques o Espanhol avançou pela esquerda, com César correndo pela lateral. Recebeu lançamento de Marcelo e correu pela ponta-esquerda para cruzar. Foi batido por Aílton, ambos caíram, mas o ponteiro foi mais rápido e levantou-se e jogou a bola na porta do gol. Camundongo saiu mal, Paulão quis socorrê-lo e abandonou a meta. Renato estava no lance e meio inclinado mandou para as redes. César e Renato receberam os cumprimentos dos companheiros: Espanhol 1 a 0.

Tira não esfriou

Quando se pensava que o Tiradentes esfriaria com aquele gol, eis que seus jogadores dobraram seus esforços. Agora, não para marcar um gol e sim dois. O time cresceu e com isso quem pagou caro foi a defesa do Espanhol. Só Cantareira tirou uma dez bolas super perigosas de seu arco, Paulo César, Artur e Tainha se multiplicaram. Não fosse o grande auxilio de Marcelo, Gutinho e Marquinhos e o resultado teria sido outro.

Um pouco tarde

O pior veio depois, Nilson Lamparina, precisando dar maior agressividade ao ataque, colocou Popeye no lugar de Domingos, deslocando Belo (aquela altura mal) para a ponta-direita, passando Evandro para a esquerda e momentos depois pôs Marrom no lugar de Melo. Essas modificações aumentaram o poderio ofensivo do Tiradentes, tanto que houve pânico de dez minutos na defesa amarela. Se o time não sofreu gol de empate, agradeça a Cantareira em primeiro lugar.

Depois aos demais elementos da zaga e ainda ao meio de campo que passou a tirar bola de dentro do gol. Tivesse Nilson Lamparina procedido as alterações aos 20 minutos e não aos 35 minutos, talvez domingo tivesse outro jogo, na pior das hipóteses. Juarez usou a cabeça; pôs Benedito no lugar de Cláudio, no momento “H”.

Todo mundo bem

Vinte e cinco jogadores tiveram grande atuação. Apenas o trabalho de alguns estiveram em maior evidência como Marcelo, Gutinho, César, Cantareira (o melhor de todos), pelo Espanhol e Paulão, que depois se redimiu, Micinho, Evandro e Souza pelo Tiradentes.

Espanhol e Tiradentes dificilmente repetirão a excelente atuação de domingo. O Espanhol ganhou o Tri e o título de campeão do IV Centenário, graças ao oportunismo de Renato, e o Tiradentes perdeu o título por causa de infelicidade de Camundongo e Paulão.

 

Classificação Final

1º Espanhol 1 ponto perdido (pp);

2º Tiradentes 3 pp;

2º Flamenguinho 3 pp;

4º Fluminense 5 pp.

ESPANHOL (RJ)

1

X

0

TIRADENTES (RJ)

LOCAL:

Estádio Assad Abdala, na Rua Dr. March, no Barreto, em Niterói/RJ

CARÁTER:

Final do Campeonato Citadino de Niterói de 1973

DATA:

Domingo, dia 30 de Setembro de 1973

RENDA:

Cr$ 3.318,00 (Recorde)

ÁRBITRO:

Heraldo Prevot (DNF)

AUXILIARES:

Sílvio Silva (DNF) e Aílson Oliveira (DNF)

ESPANHOL:

Carlos; Artur, Paulo César, Cantareira e Tainha; Marcelo, Gutinho e Marquinhos; Cláudio (Benedito), Renato e César. Técnico: Juarez

TIRADENTES:

Paulão; Aílton, Camundongo, Conrado e Pelé; Micinho, Melo (Marrom) e Evandro; Domingos (Popeye), Belo e Souza. Técnico: Nilson Lamparina

GOL:

Renato aos sete minutos (Espanhol), do 2º Tempo.

 FONTE: Jornal O Fluminense


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