Arquivo da categoria: História dos Clubes Nacionais

Associação Athletica São Bento – São Paulo – SP

O Colégio de São Bento foi fundado em 1903 com o nome de Gymnasio de São Bento pelo insigne abade alemão Dom Miguel Kruse, então prior do Mosteiro de São Bento de São Paulo.

Desde o início, a prática de esportes estava na grade curricular do colégio beneditino paulistano. Os alunos do Gymnasio São Bento, desde que existe o futebol, praticavam esse esporte, quando foram formados os campeonatos infantis, aos quais concorreu o primeiro time do colégio.

O São Bento venceu vários campeonatos, tendo apenas como rival sério o time da Escola Americana Mackenzie. Já com 10 anos de fundação do colégio o futebol estava bem adaptado e desenvolvido entre os alunos do São Bento.

Mas o clube de futebol só se organizou em fins de 1913, quando o padre John Katon, professor do Ginásio, entre os anos de 1910 a 1913, conversando com dois ex-alunos, lamentou que estes se separassem na vida esportiva, defendendo cores de clubes diferentes nas grandes campanhas promovidas. E lembrou da convivência, de todos se congregarem, formando poderosas ‘equipes’, que disputassem os principais campeonatos que surgiam e se organizavam.

Com a ajuda material decisiva do famoso abade do mosteiro, Dom Miguel Kruse, OSB e do reitor do então Gymnasio de São Bento, o monge Dom Pedro Eggerath, OSB, a associação foi formada e imediatamente filiou-se à APEA – Associação Paulista de Esportes Athleticos.

A Associação Athletica São Bento teve início formal a 1° de Janeiro de 1914 e seu uniforme era formado pelas cores azul e branco, sendo a camisa listrada com tais cores.

O ano de 1914 foi um ano chave para o futebol no Brasil. Neste mesmo ano foram criados diversos clubes tanto na capital de São Paulo quanto no interior como o Palestra Italia, que anos mais tarde modificaria seu nome para Sociedade Esportiva Palmeiras. A Seleção Brasileira foi criada também nesse mesmo ano.

Logo em seu primeiro ano de fundação, a Associação Athletica São Bento disputou o Campeonato Paulista de Futebol, superando os grandes da época e sagrando-se campeã. Algo que não era surpresa, uma vez que o clube foi criado a partir dos melhores jogadores da época.

Em 1925, a proeza se repetiu e a equipe conquistou o bicampeonato. A agremiação continuou até 1933, quando abandonou o futebol com o advento do profissionalismo imposto pelo governo de Getúlio Vargas.

Dom João Baptista Barbosa Neto

A famosa disputa com o Flamengo

O clube beneditino também teve participação importante na história do Flamengo. Na data histórica de 04 de junho de 1916, enfrentou o clube carioca na inauguração do antigo estádio deste no Rio de Janeiro, na Rua Paysandu. Neste dia, por sinal, o Flamengo passou a usar a camisa com doze listras largas em vermelho e preto, modelo que se mantém até hoje apesar das variações. No final, o São Bento perdeu a partida amistosa por 3 a 1. Coube a Burgos marcar o gol de honra do time paulistano.

 

Feitiço, o craque beneditino

Um dos principais jogadores do clube foi Feitiço, Luís Macedo Matoso (1901-1985), que após deixar o time da capital brilhou com a camisa do Santos. Foi artilheiro do Campeonato Paulista vestindo o manto beneditino em 1923 (18 gols), 1924 (14 gols) e 1925 (10 gols).

Há uma lenda que diz que Feitiço a princípio se arrependeu de ter ido ao clube do São Bento, mas o pai de um aluno, que era delegado o ameaçou com a prisão, fazendo com que o jogador permanecesse e jogasse pelo clube.

 

Sylvio Lagreca, o primeiro técnico da Seleção Brasileira de Futebol

Um dos mais importantes e primeiros jogadores da Associação Athletica São Bento foi Sylvio Lagreca (1895-1966), que foi capitão do time. Foi um exímio jogador de futebol e também um dos fundadores da Seleção Brasileira de Futebol em 1914. Pela seleção brasileira foi capitão e em seguida treinador e técnico, sendo o primeiro a exercer tais funções. Já no ano de 1914 a Seleção Brasileira de Futebol jogou um amistoso no campo do Fluminense contra os profissionais do Exeter City da Inglaterra vencendo por 2 a 0. Nesse mesmo ano foi classificado como o craque brasileiro da seleção.

Lagreca jogou na Associação Athletica São Bento até 1921 e na Seleção Brasileira foi técnico até 1922. Ao aposentar-se como jogador de futebol passou a atuar como árbitro de futebol.

Faleceu em 29 de abril de 1966 aos 71 anos.

 

Equipe da Associação Athletica São Bento no ano de 1919, quando de um duelo travado contra a equipe do Club Athletico Paulistano. A equipe jogou com Colombo, Apprá e Barthô. Silva, Lagreca e Dias. Fernandes, Alencar, Zecchi, Tito e Mac Lean.

O segundo agachado, da esquerda para a direita, é o grande Lagreca.

O fim

Como bem vimos, a Associação Athletica São Bento foi extinta na década de 30 e tentou uma fusão com o São Paulo Futebol Clube, tentativa que acabou não se confirmando, sendo a mesma absorvida pelo Clube de Regatas Tietê, – união assinada por seu último dirigente Lauro Gomes de Almeida, que se tornaria mais tarde prefeito de São Bernardo do Campo – no bairro da Ponte Grande próximo a Santana, onde os monges beneditinos eram proprietários de terras e que na época chamava-se bairro da Floresta.

No entanto, a memória da Associação Athletica São Bento foi perpetuada pelo batismo de uma canoa a oito remos do Clube de Regatas Tietê, que recebeu o nome de A. A. São Bento. Trata-se de uma embarcação importada que venceu muitas provas clássicas a partir do ano de 1940.

O antigo estádio da Associação Atlética São Bento, no bairro da Ponte Grande, foi utilizado anteriormente pelo Corinthians até este se mudar para o Parque São Jorge em 1927. Hoje, no mesmo local, existem instalações esportivas como as quadras de tênis do Clube de Regatas Tietê, um local privilegiado onde aprendeu a jogar Maria Esther Bueno, a grande campeã de Wimbledon.

Campeonatos

O clube teve 20 participações em estaduais da Primeira Divisão (1914, 1915, 1916, 1917, 1918, 1919, 1920, 1921, 1922, 1923, 1924, 1925, 1926, 1927, 1928, 1929, 1930, 1931, 1932 e 1933).

Títulos

• 1914 e 1925 – Campeão Paulista;
• 1915 – Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo;
• 1916 – vice – campeão Paulista. O Club Athletico Paulistano foi o campeão;
• 1933 – 11° lugar na Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo.

 

Fontes:

História narrada pelo monge beneditino Dom João Baptista Barbosa Neto, OSB

blog de Edison Silva no jornal “Estadão”

foto de Dom João Baptista Barbosa Neto – Werther Santana – “Estadão”

revista “A Cigarra”

vetorização do escudo e do uniforme: Sérgio Mello

Santos de Tereré, um abnegado participante do Campeonato Paraibano

O Santos Futebol Clube, de João Pessoa, foi fundado em 9/11/1949 e em 1954 disputou pela primeira vez o Campeonato Paraibano, na época chamado de “Misto”, por ter times profissionais e semiprofissionais. Ao longo de cinco décadas, o clube estabeleceu um recorde: participou ininterruptamente de 39 edições do Campeonato Paraibano, aproveitando-se de crises políticas e financeiras que acometeram os quatro grandes campeões do Estado ainda na ativa – Botafogo, Campinense, Treze e Auto Esporte -, que deixaram de jogar um ou outro campeonato.

O recorde do Santos de Tereré só foi batido por um desses quatro em 2013, quando o Botafogo alcançou a marca de 40 edições consecutivas jogando o campeonato.

Ao longo dos tempos, o Santos quase sempre foi figurante no campeonato, fazendo-se presente na parte de baixo da tabela, na companhia de times como Nacional de Cabedelo e Santa Cruz de Santa Rita. Contudo, ano sim ano também o Santos estava lá.

A partir dos anos 2000, o clube preferiu manter apenas categorias de base e abandonou o futebol profissional. O campo que o clube possui hoje situa-se no bairro Ernesto Geisel, em João Pessoa, podendo ser visto aqui, no Google Street View.

Recentemente, o clube foi lembrado em uma crônica no site Esporte São José do Sabugi pelo colunista Francisco Serpa, cuja reprodução autorizada segue abaixo:

Crônicas do Serpa: O Santos de Tereré

O mundo possuía o Santos de Pelé e companhia, um time que ganhava todos os campeonatos que disputava, aqui e em alhures; João Pessoa desfrutava do Santos de Tereré, um time que não ganhava campeonatos mas jogava com bastante raça e formava e ainda forma jovens para a vida.

Três desportistas sonhadores, Jonatas Figueiredo de Souza, Renato Queiroz Fernandes e José Walter Marinho Marsicano, no dia nove de setembro de 1949, sentados em uma Praça localizada na Rua Odon Bezerra, Tambiá, em frente ao atual prédio da Federação Paraibana de Futebol fundaram o Santos Futebol Clube de João Pessoa. Não resta dúvida que a escolha do nome foi uma singela homenagem ao time paulista.

Por muitos anos o Santos Futebol Clube disputou a primeira divisão do campeonato paraibano de futebol com equipes modestas, utilizando jogadores jovens e prata da casa. Era um misto de juvenil com amador com garra e vontade competindo com os profissionais. Onde faltava recursos e meios, sobrava improvisação e disposição.

O seu eterno presidente José Walter Marsicano, que era conhecido por Tereré, dedicou-se tanto ao clube que o seu apelido foi incorporado pelo time, quando passou a ser carinhosamente denominado pelo torcedor e pela imprensa como o “Santos de Tereré”. Ele presidiu a agremiação por mais de trinta anos e nutriu no seio de sua família o amor pela agremiação, deixando o seu filho Leonardo Menezes Marsicano e o neto Leonardo Filho comandando a agremiação e não deixando o sonho acabar.

Vários jovens foram revelados nos quadros da base do Santos Futebol Clube e que posteriormente vestiram a camisa de times considerados grandes no estado e em centros maiores. Quem não se lembra do atacante “Zito Camburão”, do ponta esquerda “Vandinho”, do goleiro “Ademar”, do centroavante “Ary”, de “Marcos do Boi “ e tantos outros que a memória não recorda?

Em 1998 a agremiação resolveu suspender as suas atividades do departamento de futebol profissional, e dedicar-se exclusivamente as categorias de base que funcionam no seu centro de treinamento localizado no Bairro do Geisel, disputando anualmente todas as competições oficiais: desde fraudinha aos juniores.

Entre os títulos conquistados no futebol pelo Santos Futebol Clube, dois são bastante lembrados por seus dirigentes, o primeiro foi o título invicto do campeonato amador, quando seu treinador era o comentarista esportivo Ivan Bezerra Cavalcante, o segundo foi a conquista da segunda divisão do campeonato paraibano.

Como não poderia deixar de ser o Santos enfrentou várias crises durante a sua existência, em uma delas o time foi derrotado por 10 x 0 pelo Treze Futebol Clube, em Campina Grande. Nesse dia ninguém se entendeu, nem dentro nem fora de campo, e a discussão foi tão grande que no retorno esqueceram de trazer o material de jogo, que ficou na Rainha da Borborema.

Mesmo reconhecendo as dificuldades e a falta de políticas públicas destinadas aos clubes de futebol, em particular, aos pequenos, o sonho dos herdeiros de Walter Marinho Marsicano, o “Tereré”, é reativar o departamento de futebol profissional do Santos e voltar a disputar a primeira divisão, como nos bons e saudosos tempos.

Francisco Di Lorenzo Serpa
Membro da API, UBE e APP
falserpa@oi.com.br

O post original pode ser acessado aqui. Vale a pena visitar as outras colunas do Serpa, com várias histórias do futebol da Paraíba.

Assim como o caso do Floresta de Rio Branco/AC, o Santos de Tereré é mais um caso de clube que se confundiu com seu quase eterno mantenedor, e certamente há milhares de casos parecidos Brasil afora.

Bosch Esporte Clube – Lapa (PR) – Verdadeiro Escudo

Olá amigos, trago a todos mais uma novidade do futebol paranaense. Depois de muita pesquisa, de várias ligações, mensagens, recados, meses de labuta, finalmente consegui todas as informações dessa equipe. Aproveitem e saboreiem. Lembrem-se, caso forem reproduzir parte das informações aqui disponibilizadas, citem a fonte e autor.

O Bosch Esporte Clube é uma agremiação do município da Lapa/PR. A equipe foi fundada em 15 de Agosto de 1984. A equipe tem sua sede na Rua Marechal Floriano Peixoto, nº 979, no centro da cidade.

Tradicional equipe amadora do município, campeão por várias vezes em todas as categorias amadoras, participante de algumas Taças Paraná tentou o profissionalismo em 2001 no Campeonato Paranaense da Quarta Divisão, organizado pela FPF (Federação Paranaense de Futebol). Após este campeonato semiprofissional a equipe voltou a suas atividades amadoras.

O Bosch Esporte Clube foi formado pela família Bosch como um grêmio recreativo da Metalúrgica Bosch, empresa pertencente a família. O interessante notar que nos primeiros anos o uniforme da equipe não utilizou escudo em suas camisas, mas sim apenas a logomarca da empresa.

Algumas imagens da equipe:

Uma das primeiras formações. Esta é de 1985.

 

Bosch esporte clube – Campeão da liga Municipal da Lapa

 

Equipe campeã amadora da Lapa em 2008

Time vice-campeão de veteranos em 2012

Esclarecimento: O escudo abaixo circula como sendo do Bosch Esporte Clube, contudo em nenhum momento o mesmo foi citado ou apareceu nas fotos. O Sr. Tadeu o desconhece, informando que certamente seja falso.Escudo provavelmente falso que circula na internet

 

FONTE: Arquivos de Tadeu Bosch

 

E.C. Biguaçu, Canoinhas A.C. ou EC Operário de Mafra?

O itinerário do Esporte Clube Biguaçu não para. Fundado em 16 de junho de 2011, o clube, no mesmo ano conquistou o Campeonato Catarinense da Segunda Divisão. Em 2012, já na Segunda Divisão, o clube realiza uma campanha mediana ficando em 6º lugar.

Em 2013, alegando falta de investimento da região, o clube muda-se para a cidade de Canoinhas, reativando o nome fantasia do extinto Clube Atlético Canoinhas. Na disputa da Segundona o Canoinhas acaba ficando na 9º colocação entre 10 clubes.

Ainda na Segundona, em 2014, o Clube Atlético Canoinhas realiza novamente uma péssima campanha, ficando em 9º lugar, ficando apenas a frente da Caçadorense, que perdeu 3 pontos na competição.

Utilizando o mesmo CNPJ do ano de fundação (08.766.329/0001-70), o Canoinhas muda muda para a cidade de Mafra, agora com uma nova razão social Esporte Clube Operário de Mafra, herdando assim a torcida do Clube Atlético Operário. Com essa dominação o clube irá disputar a Segunda Divisão do Catarinense (Série B).

FONTES: Wooki – Infoplex – receita.fazenda.gov.br –  rsssf Brasil – Páginas no Facebook (https://www.facebook.com/groups/SerieBCatarinense / fcf.com.br / https://www.facebook.com/pages/EC-Operário-Mafra / https://www.facebook.com/pages/Canoinhas-Atletico-Clube / https://www.facebook.com/ECBiguacu)

História do Clube Náutico Almirante Barroso

A fundação do Clube Náutico Almirante Barroso, originou-se de um descontentamento de cerca de 40 membros da diretoria do Clube Náutico Marcílio Dias, que não concordaram com a eleição da madrinha dos dois primeiros barcos (Yoles) adquiridos pelo Marcílio Dias.
Este grupo de descontentes se reuniu em um dos salões do então Grande Hotel, e acabaram fundando o Clube Náutico Almirante Barroso. Esta reunião aconteceu às 18 horas do dia 11 de maio de 1919. Neste mesmo dia foi homologada sua primeira diretoria oficial com o Presidente de Honra o Comandante Carlos N. Abreu.

Remo
Desde a fundação do clube até 1940, a atividade principal da entidade era o remo, que teve uma trajetória brilhante, obtendo expressivas conquistas, dentre elas destaca-se os campeonatos estaduais de 1920, 1921,1927 e 1928.

Futebol
O futebol entrou na historia do clube por volta de 1940, em 1949 foi feita uma fusão com o time do Lauro Müller (que havia sido campeão estadual em 1931). Neste mesmo ano o Clube Náutico Almirante Barroso conquistou o titulo de campeão Itajaiense. Esta fusão foi desfeita alguns anos depois. (O futebol encerrou suas atividades profissionais em 1971).

Estádio
Em 1956, na administração do presidente Camilo Mussi foi inaugurado o Estádio no terreno adquirido no período da gestão do Dr. Camilo. (Hoje denominado Estádio Dr. Camilo Mussi), onde foi construída a sede social.

Fonte: http://itajaifc.blogspot.com.br

120 anos de futebol no Brasil

Charles Miller sempre é lembrado como o introdutor do futebol do Brasil. Ainda que ele não tenha sido o pioneiro a bater a sua bolinha por aqui, ele merece todas as considerações. Afinal, ao trazer a bola e as regras da Inglaterra, o paulistano ajudou a institucionalizar o esporte. Porém, chamar o homem de longos bigodes “apenas” de pai do futebol brasileiro é desconsiderar toda a sua caminhada. Miller era muito, mas muito mais do que isso. Ele também se consagrou como o primeiro craque e o primeiro artilheiro do Brasil, assim como também foi decisivo para criar o primeiro time e o primeiro campeonato.

Nos parágrafos abaixo mostram pontos históricos para o desenvolvimento do futebol brasileiro. Além de locais de jogo, também estão destacados os primeiros clubes que fizeram a história do futebol no país.

SÃO PAULO
Associação Atlética Ponte Preta (Campinas-SP)
O segundo clube mais antigo ainda em atividade e o primeiro de maneira ininterrupta, a Ponte Preta surgiu em 1900. Também foi um dos primeiros times brasileiros a escalar jogadores negros.

Colégio São Luís (Itú-SP)
No prédio onde hoje funciona um quartel do exército, existia o Colégio São Luís. O local é considerado um dos primeiros a trazer o futebol para o Brasil, ainda na década de 1880. O esporte ganhou os seus principais traços no local em 1887.

Parque Antarctica (São Paulo-SP)
O atual terreno do Allianz Parque recebeu a primeira partida oficial da história do futebol brasileiro. Mandante no campo da Companhia Antarctica Paulista, o Germânia foi derrotado pelo Mackenzie, na rodada inicial do Paulistão de 1902.

Associação Atlética das Palmeiras (São Paulo-SP)
O Estádio da Floresta era um dos principais no início do futebol paulista. Era a casa inicial da A. A. das Palmeiras, que daria origem ao São Paulo da Floresta. Atualmente, o antigo estádio pertence ao Clube de Regatas Tietê.

Chácara Dulley (São Paulo-SP)
Antes do início do Campeonato Paulista, o campo era o principal palco de jogos de futebol no país. No local eram realizados os treinamentos do São Paulo Athletic Club, sob a batuta de Charles Miller. Atualmente, no terreno funciona a Fatec da Avenida Tiradentes, no bairro do Bom Retiro.

Sport Club Internacional (São Paulo-SP)
Formado em 1899 por dissidentes do Germânia, que não concordavam com as referências alemãs diante da presença de outros imigrantes no clube. Disputou a primeira edição do Paulista, ao lado de SPAC, Germânia, Mackenzie e Paulistano.

Várzea do Carmo (São Paulo-SP)
O local da primeira partida da história do futebol brasileiro, em 14 de abril de 1895. Atualmente, o local às margens do rio Tamanduateí é ocupado por prédios comerciais do bairro do Brás.

Associação Atlética Mackenzie College (São Paulo-SP)
Os universitários do Mackenzie fundaram o primeiro clube brasileiro para a prática do futebol, em 1898. Entre os pioneiros estava Belfort Duarte, jogador histórico e também líder do America-RJ. A equipe encerrou suas atividades em 1923.

Estádio do Velódromo (São Paulo-SP)
Onde hoje passa a rua Nestor Pestana ficava o Estádio do Velódromo, considerado o primeiro do Brasil. Inaugurado em 1892 para o ciclismo, foi adaptado ao futebol em 1901 e tinha capacidade para 5 mil espectadores.

São Paulo Athletic Club (São Paulo-SP)
O primeiro clube a jogar futebol no Brasil. Fundado em 1888, principalmente para a prática de críquete, era a equipe de Charles Miller e venceu as três primeiras edições do Campeonato Paulista. Seus treinos e primeiros amistosos eram realizados na Chácara Dulley, no Bom Retiro. Atualmente, segue em atividades amadoras poliesportivas.

Club Athletico Paulistano (São Paulo-SP)
Fundado em 1900, tornou-se o maior campeão paulista durante o amadorismo, superado pelo Corinthians apenas em 1939. Com a camisa da equipe que Friedenreich viveu os seus melhores momentos.

Sport Club Germânia (São Paulo-SP)
O atual Esporte Clube Pinheiros  surgiu em 1899 e é o segundo clube fundado para a prática de futebol, a partir dos esforços de Hans Nobling – que atuava em um clube homônimo na Alemanha. Naquele mesmo ano, desafiou o Mackenzie para a primeira partida entre clubes da história do país, um empate por 0 a 0.

Campo da Vila de Paranapiacaba (Ribeirão Pires-SP)
No caminho da estrada de ferro que ligava São Paulo ao porto de Santos, o campo é considerado o mais antigo do Brasil, surgido em 1894.

Americano Sport Club (Santos-SP)
Fundado em 1903, se tornou um dos primeiros times de fora da capital a disputar o Paulista, em 1907, ao lado do conterrâneo Internacional. O clube de Santos acabaria se mudando a São Paulo na década seguinte. Foi o primeiro brasileiro a vencer um time estrangeiro, em 1911, e o primeiro a excursionar pelo exterior, em 1913.

RIO DE JANEIRO
Fábrica Bangu (Bangu-RJ)
Local onde o escocês Thomas Donohoe bateu bola com os funcionários da Fábrica Bangu em 1894. A empresa também deu origem ao Bangu Atlético Clube, em 1904, sétimo clube mais antigo do país ainda em atividade e um dos primeiros clubes brasileiros a aceitar negros.

Rio Cricket Associação Atlética (Niterói-RJ)
A filial de Niterói do Rio Cricket carioca se tornou uma dissidência da matriz e, em 1901, disputou em sua sede aquela que é considerada a primeira partida da história do futebol carioca. Também contou com a participação de Oscar Cox.

Marina da Glória (Rio de Janeiro-RJ)
No terreno onde hoje funciona o Hotel Glória, aconteceu aquele que é considerado um dos primeiros bate-bolas relatados no Brasil, em 1874. Marinheiros ingleses realizaram a pelada no local, mas levaram a bola consigo.

Rua Paissandu (Rua Paissandu)
Em frente à residência real de Princesa Isabel, os tripulantes do navio Crimeia realizaram uma pelada em 1874. O mesmo endereço abrigou o primeiro estádio do Flamengo, a partir de 1915.

Fluminense Football Club (Rio de Janeiro-RJ)
Em 1902, Oscar Cox também ajudou a fundar o Fluminense, primeiro “clube de futebol” do Brasil a registrar suas atividades no nome. Também o primeiro dos 12 grandes a praticar a modalidade (Flamengo e Vasco já existiam, mas apenas como clubes de regatas). O Estádio das Laranjeiras abrigou o primeiro jogo da Seleção.

Botafogo de Futebol e Regatas (Rio de Janeiro-RJ)
O Botafogo é o oitavo clube de futebol mais antigo do país ainda em atividade, iniciando o seu time de futebol em 1904. Logo criou o clássico mais antigo em disputa, contra o Fluminense. O Estádio de General Severiano abrigou jogos dos combinados que originariam a seleção brasileira.

Paissandú Atlético Clube (Rio de Janeiro)
Fundado em 1872, o antigo Rio Cricket foi o primeiro clube a praticar o futebol no Rio de Janeiro. O principal pioneiro do esporte na capital foi Oscar Cox, filho de ingleses que estudou na Suíça e introduziu efetivamente as regras. Antes de sua chegada, alguns amistosos entre imigrantes já eram realizados no clube.

PARANÁ
Foot-ball Club Ponta-Grossense (Ponta Grossa-PR)
No campo próximo ao cemitério municipal de Ponta Grossa se disputou o primeiro jogo do futebol paranaense, em 1909 – desde o início da década, há registros de “bate-bolas” em Curitiba. O clube local recebeu o embrião Coritiba e venceu por 1 a 0, gol de Charles Wright, considerado o introdutor do futebol no estado.

Coritiba Foot-ball Club (Curitiba-PR)
Após o amistoso em Ponta Grossa, os curitibanos que participaram da partida resolveram criar o paranaense mais antigo ainda em atividade e o primeiro da capital. Em outubro de 1909, um grupo de descendentes de alemães fundou o Coritiba.

SANTA CATARINA
Gymnasio Santa Catharina (Florianópolis-SC)
A introdução do futebol em Santa Catarina se deu a partir do colégio, em 1906. O local permaneceu como único centro que praticava a modalidade no estado até 1911.

Brazilian Foot-Ball Club (Florianópolis-SC)
Em junho de 1911, o primeiro clube de futebol catarinense além do ginásio: o Brazilian. Nos meses seguintes, também nasceram o Barriga Verde Foot Ball Club e o Clube Sportivo Florianópolis, na capital, além do Itajahyense Football Clube, em Itajaí. Time mais antigo do estado na ativa, o Hercilio Luz foi criado em 1918.

RIO GRANDE DO SUL
Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense (Porto Alegre-RS)
Após uma série de amistosos do Rio Grande em Porto Alegre, em 1903, surgiu o clube mais antigo de Porto Alegre ainda em atividade. No mesmo dia, também foi fundado o Fussball Club Porto Alegre, já extinto. O Tricolor é o sexto time mais antigo do país que segue na ativa.

Sport Club Rio Grande (Rio Grande-RS)
O clube mais antigo do Brasil em atividade (mas não de maneira contínua) surgiu em 19 de julho de 1900, na cidade de Rio Grande. Reuniu brasileiros, alemães e ingleses, sob a liderança de Johannes Minnemann.

Esporte Clube 14 de Julho (Santana do Livramento-RS)
A influência uruguaia permitiu que o 14 de Julho se tornasse o segundo clube gaúcho (e quarto no Brasil) ainda em atividade a disputar a sua primeira partida de futebol, em 1902.

Uruguaiana (Uruguaiana-RS)
A cidade fronteiriça, assim como Santana do Livramento, possui indícios de partidas de futebol desde o início da década de 1890. Os eventos ocorreram sob influência de uruguaios e argentinos, já iniciados no esporte.

MINAS GERAIS
Sport Club Foot-Ball (Belo Horizonte-MG)
O primeiro clube de futebol de Minas Gerais surgiu em 1904, fundado por Victor Serpa. Os estudantes que formavam a equipe também ajudaram a realizar a primeira edição do Campeonato de Belo Horizonte. Foi o primeiro adversário do Atlético Mineiro, em 1908.

Clube Atlético Mineiro (Belo Horizonte-MG)
Fundado por um grupo de estudantes e de proletários, o Atlético é o clube mineiro mais antigo em atividade. Surgiu em 1908, mas só entrou em campo pela primeira vez no ano seguinte.

Villa Nova Atlético Clube (Nova Lima-MG)
Segundo clube mais antigo de Minas Gerais ainda em atividade, logo depois do Atlético Mineiro, compensou sendo o primeiro a entrar em campo, em 1908. Teve sua origem entre mineradores e operários ingleses.

ESPÍRITO SANTO
Vitória Futebol Clube (Vitória-ES)
Inspirados pelo Fluminense, um grupo de estudantes capixabas que voltou de férias à Vitória criou o primeiro time de futebol do Espírito Santo. O clube, no entanto, não tinha sede e se constituía a partir da iniciativa de seus membros.

BAHIA
Sport Club Bahiano (Salvador-BA)
No antigo Campo da Pólvora, aconteceu o primeiro jogo da história do futebol baiano, organizado por Zuza Ferreira. Já em 1903, funcionários do comércio fundaram o Sport Club Bahiano, participante da primeira edição do estadual, dois anos depois.

Sport Club Victória (Salvador-BA)
O Vitória surgiu como um clube de críquete em 1899, iniciando suas atividades no futebol apenas dois anos depois. Assim, segue como o time de futebol mais antigo do Nordeste e o terceiro do Brasil que mantém-se atuante.

SERGIPE
Sport Club Lux (Aracajú-SE)
Os primeiros relatos de jogos de futebol em Aracaju datam de 1907. Dois anos depois, um grupo de estudantes criou o Sport Club Lux, depois renomeado para Club de Football Sergipano, equipe pioneira no estado.

ALAGOAS
Sport Club Penedense (Penedo-AL)
O futebol já tinha surgido de maneira esporádica em Maceió, mas o primeiro clube perene de Alagoas é o Penedense. A equipe surgiu em 1909, um ano depois do extinto Alagoano Football Club, da capital.

PERNAMBUCO
Sport Club do Recife (Recife-PE)
O Sport segue como o clube mais antigo de Pernambuco ainda em atividade, disputando o seu primeiro jogo em 1905. Os primeiros relatos do esporte no estado vêm de 1903, em peladas realizadas por imigrantes ingleses que viviam em Recife. Embora tenha sido fundado em 1901, o Náutico só iniciou o futebol oito anos depois.

PARAÍBA
Club de Foot Ball Parahyba (João Pessoa-PB)
Os primeiros registros do futebol na Paraíba vêm de 1908, quando estudantes trouxeram a bola e as regras do Rio de Janeiro. A iniciativa impulsionou a criação do Parahyba, presente na primeira partida do estado.

RIO GRANDE DO NORTE
Sport Club Natalense (Natal-RN)
A primeira bola de futebol chegou em Natal pelas mãos de dois irmãos que estudavam na Inglaterra. A partir disso, o Natalense surgiu em 1904. A maior organização do futebol portiguar, contudo, se deu em 1915, ano de fundação do ABC, do Alecrim e do América.

CEARÁ
Football Club (Fortaleza-CE)
Há divergências sobre as origens do futebol cearense, entre a passagem de um clube inglês em 1903 e a chegada da primeira bola, com José Silveira, no ano seguinte. No primeiro dia de 1904, no entanto, apareceu o primeiro time de futebol do Ceará, o Football Club.

PIAUÍ
Parnahyba Sport Club (Parnaíba-PI)
Clube mais antigo do Piauí que segue em atividade, o Parnahyba foi criado em 1913. Inspirado nos estádios ingleses, o Estádio Petrônio Portela foi inaugurado em 1920 e era conhecido como Casa Inglesa.

MARANHÃO
Fabril Athletic Club (São Luis-MA)
Nhozinho Santos, que hoje dá nome um dos principais estádios do Maranhão, levou o futebol ao estado em 1905. Após estudar na Inglaterra, trouxe a novidade aos funcionários da fábrica têxtil onde trabalhava. Assim, criou-se o Fabril, que disputou o primeiro jogo em 1907.

PARÁ
Largo de Nazaré (Belém-PA)
O local no centro de Belém tem seus relatos de bate-bolas em 1890, antes mesmo da chegada de Charles Miller. Os rachões eram organizados por imigrantes ingleses que viviam na capital paraense.

AMAZONAS

Na ilustração: Disputa entre Brazil e Racing Club

Racing Club (Manaus-AM)
Fundado em 1906, o Racing foi idealizado por José Conduru Pacheco, maranhense que teve contato com o futebol em Manaus. Meses depois surgiu o Manáos Sport Club, criado por ingleses e principal rival do Racing.

ACRE
Xapury Sport Club (Xarupi-AC)
Os primeiros registros de futebol no Acre vêm de 1912, na cidade de Xapuri. Por lá, surgiram os dois primeiros clubes, o Xapury Sport Club e o Commercial Football Club, em 1915. Quatro anos depois, a capital Rio Branco teria as suas equipes pioneiras – o Acreano e o Rio Branco.

MATO GROSSO
Cuiabá Futebol Clube (Cuiabá-MT)
O futebol se iniciou no antigo estado de Mato Grosso em 1905. Entre 1911 e 1915, surgiram as equipes pioneiras da região: Americano, Paulistano, Royal, Internacional e Cuiabá Futebol Clube. O primeiro jogo, no terreno que hoje abriga a Câmara Municipal de Cuiabá, em 1913, com vitória do Cuiabá sobre o Internacional.

GOIÁS
Goyaz Football Club (Goiânia-GO)
As primeiras notícias do futebol em Goiás surgem em 1907, a partir da iniciativa de estudantes. Dois anos depois, fundou-se a primeira equipe da história do estado: o Goyaz Football Club. Além disso, o esporte também se desenvolvia em colégios de cidades do interior, como Catalão.

FONTE: O nascimento do futebol brasileiro em Itu (SP)
Futebol Nacional
Endereços desconhecidos em São Paulo guardam a história do futebol brasileiro
ESTADUAIS 2014 – SÃO PAULO – TODOS OS CAMPEÕES
Um passeio pelas origens do futebol brasileiro no aniversário de São Paulo
Documentário – Estádios Extintos
(SPAC) O CLUBE DOS INGLESES “120 anos de tradição”
Craque, artilheiro, técnico, cartola: Charles Miller não foi só o “pai do futebol no Brasil”
Serra do Mar: Paranapiacaba e Estrada Velha de Santos – Perguntas e Respostas
Fotos antigas do Rio de Janeiro
Parque Municipal: Berço do futebol mineiro
CAMPO DO COLÉGIO CATARINENSE – 100 ANOS

Grande Londrina F.C. – Londrina (PR)

 

Em 2006 a Associação Portuguesa Londrinense na tentativa de conseguir maior apoio de patrocinadores e torcedores resolveu mudar de nome. Assim em  20 de abril de 2006 era fundado o Grande Londrina Futebol Clube que deveria substituir a Lusinha no campeonato paranaense da 2ª divisão daquele ano. 

Contudo a notícia não foi bem recebida pela outra equipe da cidade, o Londrina Esporte Clube. O LEC entrou na justiça contra a mudança de nome da Portuguesa, sendo apoiado por Federação Paranaense e CBF. Mesmo com a proibição nas primeiras rodadas a camisa que a Portuguesa usou era do Grande Londrina, nas demais rodadas foram usados os dois escudos.

Apesar de toda polemica inicial a Portuguesa conquistou o título da segunda divisão e garantiu vaga na elite paranaense de 2007.

Fontes:

Arquivos pessoais

http://www.flogao.com.br/tubaraomania/58594296
http://www.flogao.com.br/tubaraomania/62615946
http://www.parana-online.com.br/editoria/esportes/news/176427/
http://www.parana-online.com.br/editoria/esportes/news/199445/?noticia=IGUACU+E+PORTUGUESA+LONDRINENSE+PROMETEM+INCOMODAR
http://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Paranaense_de_Futebol_de_2006_-_Segunda_Divis%C3%A3o

Associação Atlética Portuguesa (João Pessoa-PB) completa 60 anos

Reproduzo abaixo notícia do site da Federação Paraibana de Futebol:

Na última sexta-feira, em sua sede social, a Associação Atlética Portuguesa completou 60 anos de fundação, ocasião em que a diretoria, comandada pelo presidente Antonio Carlos de Andrade Medeiros realizou um encontro com fundadores e historiadores lusos como Benedito Honório – primeiro presidente -, Doutor, Temistocles (China), Marizio Coutinho, Ivaldo, Maninho, Mário Dornelas, Paulo Foba, além da presença de outros ilustres como Ivan Bezerra, José Araújo, Mineiro e Martinho Braço de guarda-chuva.

Um coquetel foi servido aos presentes à solenidade. O clube foi fundado em 27 de fevereiro de 1955 e já conquistou 15 títulos, inclusive o inédito de 2008, o I Campeonato Paraibano de Futebol Feminino, sendo o primeiro clube a representar a Paraíba na Copa do Brasil de Futebol Feminino. Entre os destaques da equipe, a jogadora Gleide, tendo como técnico Jorge Cláudio.

A Portuguesa já foi campeã infantil, juvenil, juniores e amador desde a sua fundação. As competições foram promovidas pela Federação Paraibana de Futebol. A Lusa também participou da Segunda Divisão de Profissionais de 1966.

Corrigindo o site da FPF: a Portuguesa participou da Segunda Divisão Mista (terceira divisão) do Paraibano em 1962 e da Primeira Divisão Mista (segunda divisão) em 1964-1965-1966-1967 e 1969.

O escudo da Portuguesa de Cruz das Armas é idêntico ao da Portuguesa carioca. Aqui pode ser vista sua sede, na Av. Cruz das Armas, em João Pessoa. No mesmo bairro localiza-se o Estádio da Graça.