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Protegido: Os melhores jogadores africanos dos últimos 50 anos!!!

A CAF, Confederação Africana fez uma votação ano passado para que os visitantes escolhessem os maiores jogadores dos útlimos 50 anos no continente, eis o resultado:

1- Roger Milla (CMR)………………2246 votos
2- Mahmoud El-Khatib (EGY)…………2165.
3- Hossam Hassan (EGY) ……………2011.
4- Samuel Eto’o (CMR) …………….1840.
5- Abedi PELE (GHA) ………………1783.
6- Georges Weah (LBR) …………….1604.
7- Didier Drogba (CIV) ……………1467.
8- Nwankwo Kanu (NGR) …………….1209.
9- Rabeh Madjer (ALG) …………….1176.
10- Kalusha Bwalya (ZAM)…………..1073.
11- Michael Essien (GHA) ………….996.
12- Austin Okocha (NGR) …………..921.
13- Saleh Selim (EGY) …………….850.
14- Lahcène Lalmas (ALG)…………..791.
15- Bennedict Mc Carthey (RSA) …… 782.
16- El Hadj Diouf (SEN) …………..711.
17- Noureddine Naybet (MAR) ……… 692.
18- Rashidi Yakini (NGR) ………….649.
19- Hany Ramzy (EGY) ……………..608.
20- Hassan Shehata (EGY) ………….605.
21- Lucas Radebe (RSA)…………….557.
22- Tarek Diab (TUN)………………541.
23- Mohamed Timoumi (MAR)………… 539.
24- Anthony Yeboah (GHA)…………..511.
25- Salif Keita (MLI)……………..476.
26- Karim Abdel Razak (GHA)………. 430.
27- Samel Osei Kuffour (GHA)……… 368.
28- Lakhdar Beloumi (ALG)………… 305.
29- Rigobert Song (CMR)………….. 283.
30- Nasr Eldeen (Jaksa) Abbas (SUD).. 202.

O INDIO NO FUTEBOL BRASILEIRO

Hoje é comemorado aqui no Brasil o Dia Nacional do Indio em homenagem aos nosso primeiros habitantes nas terras brasilis, como diz uma música nossa terra era habitada por quase 3 milhões de indígenas quando Cabral aqui chegou, o indio faz parte da nossa cultura e muitos fizeram parte do nosso futebol sendo indígena nato ou descendentes segue uma relação desde bravos guerreiros no nosso futebol.

ALCINDO atacante do Grêmio e Seleção na Copa de 66
ALIPIO lateral esquerdo defendeu o Bahia em 1981
APODI lateral direito do Cruzeiro
BUGRE atacante do Comercial/MS e Operário/MS decadas de 70 e 80
GARRINCHA atacante do Botafogo e Seleção Copas de 58/62/66
GUARACI zagueiro Bahia, Catuense e Redenção decadas de 70 e 80
INDIO atacante do Coritiba campeão brasileiro em 1985
INDIO lateral direito jogou no Santos e Palmeiras decáda de 80 e 90
INDIO zagueiro central jogou no Flamengo, Palmeiras, Juventudes
INDIO atacante jogou no Flamengo e Seleção decada de 50
INDIO atacante do Vitória emprestado ao futebol da Coréia do Sul
INDIO lateral direito do Corinthians em 2000 e hoje na Grécia
JONAS meia da Desportiva/Es em 1984
PAULO JURUNA atacante do Galicia/BA decada de 80 e 90
VERMELHO meia do Galicia/BA decada de 80
WANDICK atacante Catuense, Bahia e Paysandu decada de 80,90 e 00

CLUBES COM NOMES INDÍGENAS:

Aquidauana/MS
Aracati/CE
Aracaju FC/SE
Barueri/SP
Colo-Colo/BA
Goiás/GO
Goiatuba/BA
Goitacaz/RJ
Guarani existem vários pelo Brasil
Guaratinguetá/SP
Ipanema/AL
Itabaiana/CE
Itabuna/BA
Itacuruba/PE
Itapipoca/CE
Macaé/RJ
Mogi Mirim/SP
Murici/AL
Paraná/PR
Paranavai/PR
Piaui/PI
Potiguar/RN lá existem três
Taubaté/SP
Tupi/MG

Bouderbala, o Maestro de Marrocos em 1986!!!

Aziz Bouderbala é provavelmente o mais talentoso jogador que já teve o futebol marroquino em todos os tempos, com a categoria de bater oponentes com habilidade, agilidade e uma grande velocidade, ele cortava completamente as defesas mais fechadas como uma faca quente através da manteiga, criando possibilidades para seus companheiros de clubes ou de seleção.

Bouderbala era extremamente confiante em sua própria habilidade, e não tinha medo para tentar absolutamente qualquer coisa dentro dos gramados, era brilhante quando estava com a posse da bola, ele pode ser descrito como imaginativo, criativo e um embaixador do verdadeiro jogo de futebol.
Esteve sempre ansioso para ter a bola em seus pés, se perdesse a posse dela, trabalhava duramente para tentar recuperá-la.

Nasceu em 1960 em Casablanca, e foi no clube WAC que começou sua carreira nas categorias de base em 1979,tornou-se profissional em 1984, se transferiu para o Sion da Suiça , depois foi para o Racing Matra de Paris, mas não obteve o mesmo sucesso, por ter um físico frágil, encerrou sua carreira no Lyon também da França.

Bouderbala foi incluído na seleção da Copa do Mundo de 1986 no México quando aos 26 anos impressionou o mundo por seus muitos dribles, habilidade e dedicação em campo. Nesta Copa, Marrocos alcançou a segunda fase antes de ser batido pela Alemanha Ocidental, muito graças a Aziz Bourderbala o maestro dos Leões do Atlas e que nunca mais saiu das mentes de quem gostava de ver o futebol clássico e habilidoso.

Recentemente na Suiça, Bourdebala obteve o diploma de treinador A, antes disso em 2005 foi assistente da seleção marroquina e em 2006 assumiu o cargo de treinador do WAC Casablanca, onde não obteve muito sucesso.Atualmente o craque marroquino vive em Cincinnati nos Estados Unidos com sua esposa e três filhos.

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No tempo em que eram raras as bandeiras de clubes nos estádios de São Paulo

Lembro-me de ver as arquibancadas do Maracanã nos anos 60 com milhares de bandeiras dos clubes. Na final de 1962, Botafogo 3 x 0 Flamengo, ouvi no rádio foram distribuídas bandeirolas para todos os torcedores, cerca de 130 mil pagantes. Eram 90.000 bandeirolas do Flamengo e 40.000 do Botafogo. Foi o anunciado no rádio. Este jogo foi televisionado e meu vizinho não me convidou para ver. Foi o último grande jogo de Garrincha. Até hoje não esqueci que não pude ver este jogo. Mas voltando as bandeiras, uma das poucas pessoas que levavam bandeiras em São Paulo era a torcedora símbolo, a Elisa. Quando ela desfraldava sua bandeira, a arquibancada aplaudia. Isso nos anos 60. Quem quiser ver a Elisa e sua bandeira, assista Mazzaropi, o Corintiano.
E no Rio, era o que mais tinha. Comecei a pensar que um dia eu faria uma bandeira.
Em 1970, eu e um amigo do colégio Bilac em São Paulo, resolvemos fazer cada um uma bandeira. Neste ano já se viam algumas bandeiras nos estádio, as organizadas estavam no início. Fomos a uma loja de tecido e compramos o pano. Minha bandeira foi feita do pano Failete e do meu amigo Alpaca. Como mastro, um tubo de PVC de 2,50m. A medida do pano, 2,5m x 1,25 , preto e branco simbolizando as cores do Corinthians. A do meu amigo de medidas aproximadas, não me lembro.
O interessante foi a ida ao estádio para a estréia das bandeiras, em 19/07/1970 em jogo contra o São Paulo no Morumbi, que ficou no 1 x 1, gols de Toninho Guerreiro e Lima. Pegamos um táxi DKW da Vemag, um Belcar para quem lembra e fomos no banco de trás. Com o carro em movimento e as bandeiras ao vento, o pessoal olhava com surpresa e achava inusitado. Pode-se dizer que era uma coisa rara em São Paulo na época.
Na segunda-feira no colégio, comentando o fato, um aluno que sempre vinha ao Rio de Janeiro comentou que nunca se esqueceu de ter visto na avenida Atlântica um Mustang com uma bandeira do Fluminense.
Bem, nós fomos bem mais humildes, com um táxi DKW Vemag.

E a França esperou 68 anos para sua redenção!!!

Uma espera de 68 anos por uma Copa foi certamente uma injustiça cometida pelo destino com os franceses. Afinal, em 21 de maio de 1904, quando a FIFA foi fundada, já existia a idéia de um torneio de futebol que unisse os países praticantes.
E dois franceses, Robert Guerin , que se tomou o primeiro presidente da entidade e Jules Rimet estavam na linha de frente na batalha pela difusão do esporte ao ponto de ser o mais popular do planeta, como hoje. Mas curiosamente ninguém se inscreveu para o evento e ele foi cancelado.
Em 1928, porém, foi graças ao francês Jules Rimet, que propôs a criação do torneio, que foi agendada a Copa do Mundo no Uruguai. A França estreou no torneio com uma vitória de 4 a 2 sobre o México, mas acabou caindo perante a Argentina e Chile. Coube então ao Uruguai, seleção campeã olímpica em 1924 e 1928, o privilégio de ser a primeira a levantar a Copa.

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Em 1938 os franceses organizaram sua primeira Copa, mas acabaram caindo nas quartas-de-final defronte a um poderoso time italiano que partia firme para o bicampeonato.
Na Copa seguinte, em 1950, no Brasil, os franceses desistiram em cima da hora, indispostos para a longa viagem e com as altas temperaturas brasileiras.
Na Copa seguinte, na Suíça, na temperatura que os franceses julgariam ideal, os franceses não passaram de um nono lugar, saindo na primeira fase.
Em 1958, foram à Copa da Suécia com pretensões ao título e ainda tiveram o artilheiro mas acabaram sendo massacrados por Pelé.Somente em 1958 a França foi à Copa com um time com pretensões de vencedor, a começar pelo artilheiro Just Fontaine, até hoje o jogador a fazer mais gols em uma só edição da Copa. Na Suécia Fontaine balançou as redes 13 vezes. Mas nas semifinais acabaram massacrados pelo Brasil por 5 a2.

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Dali em diante, foram só decepções (não classificados em 1962, 1970 e 1974, eliminados na primeira etapa em 1966 e 1978), até surgir a geração de Michel Platini. Em 1982, ele e mais Giresse, Amoros, Trésor e Tigana levaram os Bleus a uma emocionante semifinal com a Alemanha que acabou nos pênaltis depois de uma vibrante prorrogação. Ali a decepção francesa.
Nos mesmos pênaltis, porém, quatro anos depois, em 1986 no México, eles eliminaram o Brasil em um jogo emocionante, que ficou marcado pela penalidade máxima durante o tempo normal, cobrada por Zico e defendida pelo goleiro Bats. No entanto, nas semifinais os franceses pela segunda vez cairiam diante da Alemanha.

Foram longos anos, a partir dali. A geracão campeã da Eurocopa-84 estava se despedindo e a França entrou em um processo de renovacão e investimento, mas ficando fora das Copas de 1990 e 1994. Na primeira em 1990, não se classificou por causa de uma derrota para Israel.Mas os frutos acabaram sendo colhidos em 1998, quando se vingaram em definitivo da derrota de 1958 quando mais uma vez jogando em casa derrotaram o Brasil por 3×0.

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Fonte:Guia da Copa 2002

O DIA 19 DE ABRIL NO FUTEBOL

19/04/1925 – Nasce em Santiago do Chile o CLUB SOCIAL Y DEPORTIVO COLO-COLO, grande clube do futebol chileno o nome foi um homenagem ao Cacique Colo-Colo heroi indígena da tribo Mapuche na luta contra os espanhóis no século XVI, o clube venceu a liga chilena 27 vezes e a Copa do Chile por 14 vezes, 1 Libertadores em 1991, a Recopa Sul-Americana em 1992 e 1 Copa Interamericana em 1992.

19/04/1961 – SANTOS 1 – 5 FLAMENGO, No Pacaembu o Flamengo sapecou uma surra no peixe com atuação mágica de Gerson que marcou 3 gols, Dida completou com 2 gols o baile rubro-negro que deu passo decisivo para a conquista do Torneiro Rio-São Paulo daquele ano.

19/04/1981 – BOTAFOGO 3 – 1 FLAMENGO, Maracanã lotado esperando um show de Zico e realmente ele abriu o placar mais quem deu baile e ofuscou o galinho foi Mendonça com uma atuação nota 10 o meia marcou 2 gols um dele antológico dando um drible desconcertante em Junior e finalizando com maestria na meta de Raul e fechando o caixão do mengo, Jerson completou o placar para alegria do Edu Cacella que deve ter ido ao delirio.

19/04/1994 – Morre no Rio de Janeiro vitima de um acidente de carro o jogador Denner que defendia o Vasco da Gama.

ANIVERSARIANTES:

19/04/1953 – JORGE VALENÇA, ex-lateral esquerdo do Vitória e Galo
19/04/1972 – UESLEI meia ex-Bahia, Guarani, Flamengo, Vitória
19/04/1972 – RIVALDO meia ex-Mogi Mirim, Palmeiras, hoje na Grécia
19/04/1978 – HEINZE zagueiro argentino da seleção e Manchester
19/04/1979 – LEANDRO lateral esquerdo do Palmeiras

Zizinho

Há quem diga que Zizinho foi tão bom quanto Pelé. O próprio Pelé diz que o seu grande futebol foi inspirado em Zizinho. As novas gerações de torcedores certamente não viram o grande meia-direita em ação. Pouquíssimas são as imagens que registram lances de que o admirável craque participou. Mas eu tenho gravadas na retina dos meus olhos e fixadas na memória jogadas inesquecíveis do extraordinário jogador. Sempre digo que o meia-direita da Seleção de 1934 (Copa do Mundo da Itália), Waldemar de Brito, prestou dois imensos serviços ao futebol do Brasil: quando ele jogava no Flamengo, saiu do rubro-negro e foi para o San Lorenzo de Almagro, da Argentina. Aí, abriu espaço para a entrada de Zizinho no time da Gávea, ganhando o Brasil o maior jogador daquele tempo. Bem mais tarde, quando nem jogava mais, Waldemar de Brito descobriu em Bauru, interior de São Paulo, um menino de 14 anos e o levou para Santos. Era nada mais nada menos que Pelé.

O estupendo Zizinho entrou na equipe do Flamengo em 1939 e ficou lá até 50, quando se transferiu para o Bangu permanecendo em Moça Bonita até 1957. Já com 35 anos, foi para o São Paulo e atuou no clube em 1957 e 1958, sendo campeão paulista de 57. Encerrou a carreira aos 40 anos no Audax Italiano, do Chile, pelo qual atuou entre 58 e 62. Os jogadores outorgaram a Zizinho a homenagem de chamá-lo de “Mestre Ziza”.

Pois com Zizinho aconteceu uma das mais interessantes histórias da bola. Jogavam Bangu e Vasco no Maracanã. O árbitro era Eunápio de Queiroz. Ao terminar o primeiro tempo, o repórter de rádio Luiz Fernando levou seu microfone até Zizinho para algumas declarações sobre a primeira etapa. O Bangu estava perdendo.

– Que tal o jogo, Zizinho? – perguntou Luiz Fernando.

– Está difícil porque esse juiz não é Eunápio de Queiroz, é Larápio de Queiroz – acusou Zizinho.

Deduraram as declarações do craque ao árbitro. Quando os times voltaram a campo, Eunápio perguntou a Zizinho:

– É verdade que o senhor disse que eu deveria me chamar Larápio de Queiroz?

– Foi, eu disse – respondeu.

– Então pode voltar para o vestiário, o senhor está expulso de campo -sentenciou Eunápio.

E foi assim que Zizinho, um dos monstros sagrados do futebol brasileiro transformou-se , talvez, no único jogador da história expulso no intervalo.

Texto: Luiz Mendes.
Estava lendo Biografias Net sobre o Zizinho e vi um texto interessante: O jornalista italiano Giordano Fatori que cobria a copa para o jornal “Gazzetta dello Sport” escreveu “O futebol de Zizinho me faz recordar Da Vinci pintando alguma coisa rara” comparando o futebol do jogador com um dos maiores mestres da pintura de todos os tempos.

Bangu Atlético Clube – 40° à Sombra

Este clube, quase desconhecido da geração mais nova, já cedeu à seleção brasileira jogadores do porte de: Zizinho, Zózimo (bi-campeão do mundo), Ademir da Guia ( foi no Bangu que despontou o Divino, como ficou conhecido), Fidélis, Paulo Borges e Marinho. Estes nomes são os que me recordo. Outros jogadores excelentes, dignos de integrar a seleção brasileira, caso a época não fosse excepcional. Cito alguns: Ladislau da Guia, que não vi jogar, e outros que tive o privilégio de testemunhar jogadas memoráveis e inesquecíveis: Moacir Bueno, Djalma, Rafanelli, Menezes, Décio Esteves, Nívio, Parada, Bianchini, Fidélis, Arthurzinho e muitos outros. Desta seleta constelação, Zizinho foi a estrela maior. Pelé declarou que foi o jogador que mais o impressionou pela refinada técnica e Zizinho já estava em final de carreira.

Em 1960, o Bangu foi, na verdade, o primeiro campeão mundial de clubes. Na época esta versão denominou-se Torneio de Nova York. A atuação de Ademir da Guia, ainda muito jovem, chamou a atenção dos grandes clubes e lá se foi Ademir para o Palmeiras.
Campeão estadual duas vezes, o Bangu tem inúmeros vice-campeonatos em jogos finais de arbitragens discutíveis. Em 1951, Mendonça teve a perna fraturada e o Bangu jogou o primeiro jogo da série melhor de três contra o Fluminenese, com 10 jogadores porque não havia substituição. Em 1964, novamente numa série melhor de três, contra o mesmo Fluminenese, um penalti duvidoso de Mário Tito em Amoroso permitiu a vitória do Fluminense na primeira partida por 1×0. Em 1984, o mais discutido de todos os lances. Num erro histórico da arbitragem, não foi marcado o penalti do zagueiro Vica do Fluminense em Cláudio Adão, aos quarenta e cinco minutos do segundo
tempo. O jogo estava 2×1 e o empate favorecia ao Bangu.

O Bangu é um clube originário de uma fábrica de tecidos. Deveria contar com numerosa torcida, mas como tudo no Brasil é muito estranho, são os clubes oriundos da elite social que detêm as maiores torcidas. Exceção ao Vasco da Gama que pertence à Zona Norte. Concordo que o início da decadência do futebol do Rio coincide com o começo da decadência do América e do Bangu.. Que benefícios maiores trouxeram ao futebol do Rio os novos clubes guindados à primeira divisão? Aqui a prevalência do dito de Camões ” Fraco rei faz fraca forte gente”.
A grande verdade é que a imprensa ao divulgar somente os quatro grandes, outrora seis, colaborou também para o ostracismo em que vivem Bangu e América.
Texto de Jairo L Salles, fiel torcedor do Bangu
O ÚLTIMO TÍTULO DO BANGU E O ÚLTIMO GESTO DE PAZ DE ALMIR PERNAMBUQUINHO
Na tarde daquele 18 de dezembro de 1966, com arbitragem de Aírton Vieira de Morais, o Sansão, o Flamengo pisou o gramado do Maracanã com Valdomiro, Murilo, Itamar, Jaime Valente e Paulo Henrique; Carlinhos e Nelsinho; Carlos Alberto, Almir, Silva e Osvaldo Ponte Aérea. O Bangu de Castor de Andrade colocou em campo Ubirajara, Fidélis, Mário Tito, Luís Alberto e Ari Clemente; Jaime e Ocimar; Paulo Borges, Ladeira, Cabralzinho e Aladim. Numa época em que as substituições não eram permitidas, o Flamengo foi logo prejudicado quando perdeu, ainda no primeiro tempo, o ponteiro Carlos Alberto, após uma entrada desleal de Ari Clemente. Uma das revelações do Campeonato Carioca de 1966, Carlos Alberto submeteu-se a operações no joelho atingido, voltou aos treinos mas jamais se recuperou totalmente, sendo obrigado a abandonar o futebol.

Estranhamente, aquele Flamengo vibrante, que jogava de maneira vistosa, dono de um meio-de-campo clássico – com Carlinhos e Nelsinho – pareceu totalmente desfigurado a partir da saída de Carlos Alberto. Já o Bangu, percebendo a timidez do adversário, lançou-se ao ataque e marcou dois gols praticamente seguidos ainda na primeira etapa: Ocimar, aos 23 anos, e Aladim, aos 26 minutos. No segundo tempo, Paulo Borges, numa jogada inspirada, marcou o terceiro gol logo aos três minutos. Com 3 a 0 no placar, o sonho da conquista do bicampeonato carioca parecia quase impossível, ou totalmente impossível, para uma equipe desfalcada de um de seus principais atacantes. Foi então que, aos 26 minutos, Almir decidiu acabar com o jogo, provocando uma briga generalizada, que terminou com a expulsão de nove jogadores antecipando o final da partida.

Temperamental, Almir Pernambuquinho, que morreu assassinado em Copacabana, aos 35 anos, poucos meses depois de ter abandonado a carreira, entrou para a história do futebol carioca. Logo no início da carreira, no Vasco, quebrou a perna de Hélio, do América, inutilizando o companheiro de profissão. Depois, na Seleção Brasileira, foi o estopim de um conflito total num Brasil x Uruguai pelo Campeonato Sul-Americano de 1959, na Argentina. E ainda, quando atuava pelo Santos, aplicou uma covarde cabeçada no rosto de Amarildo na decisão de 1963 do Mundial Interclubes com o Milan, no Maracanã. Sua reação naquele Flamengo x Bangu, portanto não pode ser classificada de acidental. No vestiário, com a desvantagem de 2 a 0, Almir teria dito ao dirigente rubro-negro Flávio Soares de Moura que aquele jogo não acabaria e que o Bangu não daria a volta olímpica porque ele não permitiria.

Hoje, passados vários anos, muitos comparam o temperamento de Almir com o de Heleno de Freitas (1920-1959), centroavante do Botafogo, do Vasco e do América na década de 40 e início da de 50. Heleno, porém, de acordo com o laudo do hospital onde morreu, em Barbacena, era comprovadamente um caso patológico. Mesmo levando-se em conta que contraiu sífilis no auge da carreira, não resta dúvida de que Heleno sofria de esquizofrenia desde muito jovem. Quanto a Almir, nunca se pôde chegar a uma conclusão.

Que seu comportamento não era normal, não resta dúvida. Possivelmente era, igualmente, um caso de esquizofrenia (distúrbio mental e fragmentação da personalidade). Por ironia do destino, entretanto, na noite em que morreu, com um tiro na cabeça, numa briga de bar da Galeria Alaska, Almir Pernambuquinho entrara justamente para evitar o conflito que havia começado.

Pela primeira e última vez, Almir Pernambuquinho esboçou um gesto de paz.

Texto: Roberto Porto