No tempo em que eram raras as bandeiras de clubes nos estádios de São Paulo

Lembro-me de ver as arquibancadas do Maracanã nos anos 60 com milhares de bandeiras dos clubes. Na final de 1962, Botafogo 3 x 0 Flamengo, ouvi no rádio foram distribuídas bandeirolas para todos os torcedores, cerca de 130 mil pagantes. Eram 90.000 bandeirolas do Flamengo e 40.000 do Botafogo. Foi o anunciado no rádio. Este jogo foi televisionado e meu vizinho não me convidou para ver. Foi o último grande jogo de Garrincha. Até hoje não esqueci que não pude ver este jogo. Mas voltando as bandeiras, uma das poucas pessoas que levavam bandeiras em São Paulo era a torcedora símbolo, a Elisa. Quando ela desfraldava sua bandeira, a arquibancada aplaudia. Isso nos anos 60. Quem quiser ver a Elisa e sua bandeira, assista Mazzaropi, o Corintiano.
E no Rio, era o que mais tinha. Comecei a pensar que um dia eu faria uma bandeira.
Em 1970, eu e um amigo do colégio Bilac em São Paulo, resolvemos fazer cada um uma bandeira. Neste ano já se viam algumas bandeiras nos estádio, as organizadas estavam no início. Fomos a uma loja de tecido e compramos o pano. Minha bandeira foi feita do pano Failete e do meu amigo Alpaca. Como mastro, um tubo de PVC de 2,50m. A medida do pano, 2,5m x 1,25 , preto e branco simbolizando as cores do Corinthians. A do meu amigo de medidas aproximadas, não me lembro.
O interessante foi a ida ao estádio para a estréia das bandeiras, em 19/07/1970 em jogo contra o São Paulo no Morumbi, que ficou no 1 x 1, gols de Toninho Guerreiro e Lima. Pegamos um táxi DKW da Vemag, um Belcar para quem lembra e fomos no banco de trás. Com o carro em movimento e as bandeiras ao vento, o pessoal olhava com surpresa e achava inusitado. Pode-se dizer que era uma coisa rara em São Paulo na época.
Na segunda-feira no colégio, comentando o fato, um aluno que sempre vinha ao Rio de Janeiro comentou que nunca se esqueceu de ter visto na avenida Atlântica um Mustang com uma bandeira do Fluminense.
Bem, nós fomos bem mais humildes, com um táxi DKW Vemag.

2 pensou em “No tempo em que eram raras as bandeiras de clubes nos estádios de São Paulo

  1. Gilberto Maluf

    Eu sei que as bandeiras grandes foram proibidas em SP. Aqui no Rio nunca notei falta de bandeiras. Eu acho que as bandeiras foram proibidas em SP num Corinthias x Palmeiras, quando brigaram com os mastros das bandeiras. Parecia guerra da idade média.

  2. Edu Cacella

    Gilberto, antes da violência imperar e ocorrer a proibição de bandeiras, hj está novamente liberado, me lembro que nos anos 80 e 90 eu ia ao Maracanã e chegava-se mais cedo para ver as bandeiras, uma maior que a outra, dezenas delas que entravam no parte central, onde não havia as divisórias, era um espetáculo a parte.Parece que agora está voltando ao menos aqui no RJ.

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