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O último jogo do “Furacão da Copa” pelo Botafogo foi na terra da scheelita

No segundo semestre do ano de 1981, Jairzinho voltou ao Botafogo/RJ, com 37 anos, após temporada na Bolívia onde foi campeão e artilheiro pelo Jorge Willsterman.  Sua reestreia ocorreu num insosso 0 x 0 com o América, pelo Campeonato Carioca.

O garoto que começara como gandula em General Severiano ainda em 1958, que fora tricampeão juvenil em 1961/62/63 e nesse ano ingressara no elenco profissional e lá permaneceu até 1974, quando foi vendido para o futebol francês, retornava a sua casa para encerrar a carreira como jogador profissional.

Já não tinha mais a mesma velocidade que caracterizaram suas arrancadas e os dribles rápidos, mas a maturidade do veterano que conhece os atalhos do campo, sem precisar correr mais do que a bola.

Eliminado do icônico Campeonato Carioca de 1981, decidido por Flamengo x Vasco, o Botafogo/RJ fez excursão pelo Rio Grande do Norte disputando 03 (três) jogos. No elenco, jovens jogadores que sempre eram lembrados nas convocações de Telê Santana para a seleção como o goleiro Paulo Sérgio, o lateral-direito Perivaldo e o meio-campo Rocha, além do craque Mendonça que, em 1993, abrilhantou o campeonato potiguar jogando pelo América. Porém, o nome mais expressivo era o de Jairzinho, “o Furacão da Copa”.

A série de jogos do “Glorioso” no RN começou com o Baraúnas, em Mossoró, partida que terminou empatada, sem gols, no dia 1º.12.1981 .

O segundo jogo foi no dia 03.12.1981, quando enfrentou o América que havia acabado de conquistar o tricampeonato Estadual. Essa partida representou o encerramento da temporada de jogos em Natal, servindo também para o Botafogo pôr a faixa de campeão no América e premiar os melhores da temporada. O gaúcho Norival (AME), foi o melhor jogador do Estadual/1981 e Sandoval (AME), o artilheiro com 14 gols. A partida terminou com a vitória alvirrubra por 1×0, gol do centroavante Miltão.

Com a desistência do Ceará/CE em realizar o amistoso antes acertado, o hoje deputado Luiz Antônio “Tomba” Farias, que à época era o diretor de futebol do Potyguar, assumiu a promoção e levou o amistoso para a terra da scheelita, sendo o “Fogão” a primeira e até hoje única equipe do RJ/SP a jogar na cidade, fazendo um jogo para ficar na história.  

Assim, no dia 06.12.1981, um domingo, dia destinado ao futebol, enquanto o Brasil inteiro aguardava a Rede Globo de Televisão transmitir a terceira e última partida da final do Campeonato Carioca, vencida pelo Flamengo por 2×1, no famoso jogo em que o ladrilheiro Roberto Passos Ferreira invadiu o gramado para esfriar uma possível reação cruzmaltina, a cidade de Currais Novos parou para receber o Botafogo de Futebol e Regatas jogar amistosamente contra o Potyguar.      

Como o Estádio Coronel José Bezerra ainda não tinha refletores, a partida foi iniciada às 15h para aproveitar a iluminação natural. Jogo de casa cheia, com grande torcida do alvinegro na região, tendo a organização do evento colocado cadeiras na lateral do campo e cobrado um valor mais alto para os que podiam pagar e estar mais próximos dos jogadores.

“Foi um jogo importante para a gente e jogamos com mais cuidado, mesmo sendo festa. E para mim em especial que estava diante do time que eu torço e do meu maior ídolo, que é Jairzinho”, lembra o goleiro Souza, revelando-se botafoguense. 

E em Currais Novos ocorreu a única vitória do Botafogo na breve excursão pelo Rio Grande do Norte. O Botafogo começou ganhando logo aos 33 segundos de jogo, com Mendonça aproveitando um cruzamento da esquerda e empurrando para o gol. A equipe da casa empatou aos 5 minutos, após grande jogada de Luciano driblando Perivaldo e o goleiro Paulo Sérgio, sobrando a bola para Dedé de Dora mandar para o gol, incendiando a torcida local. Porém, o “bigodudo” Jerson fez 2×1, aos 12 minutos, dando números finais ainda no primeiro tempo, embora o jogo tenha sido muito movimentado. 

Luciano, que naquele dia jogou de ponta-esquerda, foi escolhido o melhor em campo, recebendo um cheque e um moto-rádio.

“Eu fui escolhido pela imprensa como o melhor jogador da partida. Fiquei muito satisfeito com os presentes que ganhei. O pessoal daqui diz que eu dei uma canseira em Perivaldo”, diz sorrindo o jogador Luciano, que junto com Souza, Paulo, Jorge Calaça e Dedé de Dora eram os jogadores oriundos da Região Seridó. 

Porém, todos que estavam no estádio confirmam que uma falta cobrada pelo lateral-esquerdo Dato, tipo escanteio de mangas curtas, entrou, tendo Paulo Sérgio, à época convocado para a seleção brasileira, tirado a bola depois de ter passado da linha de gol. O árbitro Antonio Lira, por não ver a bola entrar, invalidou o gol.  

Ao longo de sua história o Potyguar recebeu outros clubes do futebol brasileiro em seus domínios, mas essa partida em especial tem todo um valor, seja porque foi o primeiro dos chamados grandes e tradicionais clubes brasileiros a jogar na cidade, seja porque terminou se transformando no jogo de despedida de Jairzinho, “o Furacão da Copa”, como jogador de futebol envergando a mística camisa alvinegra da estrela solitária. Pelo Botafogo foram 413 (quatrocentos e treze) partidas e 186 (cento e oitenta e seis) gols.   

Há quem diga que a história não joga, só está nos livros. Não está certo. A história tem um peso na definição dos momentos. E coube a cidade de Currais Novos, terra dos minérios, receber aquela que foi a derradeira partida de uma pedra preciosa cunhada em General Severiano e que se tornou uma verdadeira joia do futebol brasileiro e mundial.

Quase 03 (três) meses depois, já sem clube, Jairzinho fez a sua última partida pela seleção brasileira. Em 03.03.1982, contra a Tchecoslováquia, recebeu a justa homenagem pelo que fez pelo futebol brasileiro e despediu-se jogando 11 minutos, recebendo uma miniatura da taça Jules Rimet e saiu de campo aplaudido de pé, no Morumbi. Não disputava uma partida pela seleção desde 1976, no amistoso contra o Flamengo em homenagem ao atacante Geraldo, falecido poucos dias antes.

Na foto que ilustra a postagem, as duas equipes unidas posam antes do início da partida. Em pé: Paulo, Luiz Antonio “Tomba” Farias (diretor de futebol), Souza, Lima, Ednaldo, Ademir Lobo, Sonildo, Gaúcho, Dato, Gilmar, Jorge Calaça, Perivaldo, Humberto Gama (Pte da Liga Curraisnovense de Futebol) e Iremar Alves (radialista). Agachados: Mendonça, Dedé de Dora, Gilson Lopes, Jerson, Naldo, Rocha, Paulo Sérgio, Luciano, Edson, Almir, Jairzinho e Diá (massagista)  

FICHA TÉCNICA:

Jogo: Potyguar-CN 1 x 2 Botafogo/RJ

Data: 06.12.1981

Local: Estádio Coronel José Bezerra

Público: 2 mil pessoas

Renda: Cr$ 2.000.000,00 (dois milhões de cruzeiros) (aproximadamente 170 salários mínimos da época).

Juiz: Antônio Lira

Gols: Mendonça (33 seg), Dedé de Dora (5 min) e Jerson (12 min)

POTYGUAR: Souza; Paulo, Ednaldo, Sonildo e Dato; Calaça (Gilvan), Naldo (Ramos) e Dedé de Dora; Almir (Curió), Gilson Lopes e Luciano. Técnico: Petinha

BOTAFOGO: Paulo Sérgio; Perivaldo, Gaúcho, Lima e Gilmar; Rocha, Mendonça e Ademir Lobo; Edson, Jairzinho e Jerson. Técnico: Paulinho de Almeida

FONTE: Portal Grande Ponto – pesquisa: Kolberg Luna

Centenário Esporte Clube – Parelhas (RN): Três participações na 2ª Divisão Potiguar

O Centenário Esporte ClubeCentenário de Parelhas” é uma agremiação do município de Parelhas (RN). A sua Sede está localizada na Rua José Roque, s/n, no Centro, em Parelhas.

O clube manda os seus jogos no Estádio José Nazareno do Nascimento, o “Nazarenão“, com capacidade para 7 mil pessoas, localizado no município de Goianinha. O “Azulão do Seridó” foi Fundado na quinta-feira, do dia 19 de Janeiro de 1956. Porém, só deu início as atividades futebolistas oito anos depois da sua fundação, na quarta-feira, do dia 04 de março de 1964.

O clube surgiu no futebol amador e nele obteve destaque, na região seridó, ganhando a alcunha de “O Papão de títulos do interior” conquistando títulos importantes como o tricampeonato interiorano de futebol em 1988, 1989 e 1990, a maior competição amadora do estado na época.

O time Seridoense teve quatro títulos de campeão (1968, 1988, 1989 e 1990) e dois vice-campeonatos (1985 e 1987) do Matutão. A equipe comandada sempre pelo saudoso Hélcio Jacaré, comandou o futebol do interior na década de 80.

Mané Garrincha jogou pelo Potiguar

Um dos maiores jogadores de todos os tempos do futebol brasileiro e mundial Mané Garrincha vestiu a camisa do Potiguar nos anos 70, para disputar um amistoso contra o seu maior rival na época o tradicional Centenário de Parelhas.

Celeiro de craques

​O clube revelou grandes craques ao longo dos anos, muitos se tornaram profissionais e obtiveram sucesso em clubes da região e outros, chegaram até ser campeão Brasileiro por grandes clubes como Corinthians em 1998, como foi o caso do atacante Didi. Além dele, teve Canteiro, Didi Potiguar, Elian, Evilásio, Hermes, Júnior Potiguar, Luiz Eduardo, entre outros. 

Clube jogou a Segundona Potiguar

O Centenário de Parelhas foi filiado a FNF (Federação norte-rio-grandense de Futebol) entre  o 2010 e 2011. Após comprar o CNPJ do Vênus Esporte Clube se profissionalizou e disputou três Campeonatos  da Segunda Divisão estadual: 2010 (jogando como Vênus Esporte Clube), 2011 e 2019, contudo nunca chegou na elite. Sem apoio financeiro foi desfiliado da FNF.

Em 03 de agosto de 2016, o  Presidente do clube da gestão anterior, Sr. Francisco De Sales Valentim, iniciou tratativas para a cessão permanente do clube aos interessados em realizarem a refiliação e conseqüentemente a retomada das atividades.

Reestruturação

Fechada essas negociações e, no primeiro semestre de 2019, os Srs., Jean Lima Pinheiro e Alexandre de Souza, realizaram a refiliação – com recursos próprios –  junto  a Federação Norte-rio-grandense de Futebol, e anunciaram a sua volta  a Segunda Divisão/Sub-19  potiguar no 2º semestre de 2019.

​Porém no mesmo ano em questão, ocorreram algumas divergências no clube por parte de alguns diretores que criaram resistência em seguir os modelos de gestão  e modernização, implantadas pelo presidente e gestor Jean Pinheiro.

​Após reunião realizado em 10 de agosto de 2019, a qual foi convocada para definir os destinos da então comissão técnica, contratada aleatoriamente por  membros dessa diretoria sem contar com a anuência do Presidente do Clube.

Por este motivo o Presidente (Jean Pinheiro), encaminhou através de e-mail junto à Federação de Futebol Norte Rio-grandense, o comunicado de seu afastamento da presidência do clube, no  de 10 de agosto de 2019 à 31 de Janeiro de 2020.

Sendo assim, passou todas as responsabilidades para quem conduziu esses trabalhos, uma vez que não assinou nenhum tipo de contrato elaborado nessa gestão. Todas as responsabilidades (fiscais, tributarias e jurídicas)  do clube nesse perdido ficaram a cargo dos diretores nomeados para tal, Alexandre de Souza, Marcos Antônio do Nascimento e Francisco de Sales.

​Em 2020 com o retorno do presidente Jean Pinheiro, a suas atribuições, o clube iniciou  uma reformulação estrutural e administrativa, com ações a serem realizadas tanto a distância como “no Local” com parcerias, alianças e intercâmbios, dando oportunidades aos jovens a realizarem seu anseios no futebol ou em outros atividades.

Como é o caso de estudarem em países como Estados Unidos e Canadá. Tem como principal objetivo a construção de um modero centro de treinamento para que o time seja reconhecido como formador de jogadores.

Ou seja, formar atletas de alto nível para o futebol Nacional e Internacional, com descobrimento e desenvolvimento do talento do atleta e também  a sua formação como cidadão. As categorias de base do Centenário Esporte Clube são formadas por atletas entre ​14 e 20 anos.

No mesmo ano, a atual diretoria, composta pelo Presidente (Jean Pinheiro), Vice-presidente (Alexandre Souza) e (CEO) Diretor Executivo: Wallace Alcântara, já realizou o desenvolvimento da nova website do clube, através de recursos próprios para reformulação da logo antiga e a construção de uma nova logo como mascote. Também concretizou parcerias com clube na Rússia, centro de treinamento na África e no Brasil com a Investimentos Rio Soccer United.

Colaborou: Adeilton Alves

FONTES: Terradaxelita com informações do Diário de Natal – Marcos Trindade – Jaílson e atletas da época – Site do clube

Centro Sportivo Itajaense (CSI) – Itajá (RN): revelou Souza, ex-seleção brasileira e Sinha, ex-seleção mexicana

O Centro Sportivo Itajaense (CSI) é uma agremiação do Município Itajá, situado na microrregião do Vale do Açu no interior do estado do Rio Grande do Norte. A sua Sede está localizada na Avenida João Manoel Pessoa, nº 179, no bairro Iguaraçú, em Itajá (RN).

Foto da Sede em 2012

Foi Fundado às 19 horas, do domingo, no dia 15 de Março de 1959, no salão do grupo rural, que contou com a presença de 64 pessoas, no Centro Social de Itajá. A equipe manda os seus jogos no Estádio Manoel Argemiro Lopes, o “Argemirão”, com capacidade para 3 mil pessoas.

Na 3ª reunião, às 19 horas, do domingo, no dia 12 de abril de 1959, foi constituída a 1ª Diretoria, formada pelas seguintes pessoas:

Presidente – Manoel Argemiro Lopes;

Tesoureiro – Francisco Santiago Lopes;

Diretor de Esporte – Manoel Egídio Pessoa;

Secretária – Silvânia Pessoa;

A 1ª partida do CSI, aconteceu no domingo, do dia 03 de Maio de 1959, quando goleou pelo placar de 5 a 1, o Centro Ipanguassu. De lá pra cá o CSI como o clube é um dos clubes mais tradicionais do interior potiguar.

“O Papa títulos”

distintivo atual

No Campeonato Citadino, o Itajaense possui 15 títulos. Sendo o maior campeão de uma das maiores competições do futebol amador do estado, a tradicional Copa Oeste, organizada pela Liga Desportiva Mossoroense (LDM), e que reuni as principais equipes da região Oeste e Vale do Açu.

O CSI foi seis vezes campeão da Copa Oeste nos anos de 1990, 1991, 2001, 2003, 2004 e 2009. O Itajaense também foi vice-campeão do maior campeonato amador do Rio Grande do Norte, o famoso MATUTÃO, em 1989 perdendo a final para o tradicional Centenário Esporte Clube de Parelhas.

Celeiro de craques em nível nacional e internacional

Meia Souza

O CSI também se destaca muito no futebol potiguar, por revelar muitos jogadores para clubes profissionais do Rio Grande do Norte, Brasil e do Mundo. Destaque para José Ivanaldo de Souza, mais conhecido como Souza (Itajá6 de junho de 1975), que teve uma passagem vitoriosa pelo Corinthians (SP), São Paulo (SP), Athletico Paranaense (PR) e América de Natal (RN), sendo um dos maiores ídolos do clube natalense em todos os tempos. E atuou ainda pela Seleção Brasileira, Flamengo (RJ), Atlético Mineiro (MG), Rio Branco de Americana (SP) e Krylya Sovetov (Rússia).

Sinha, defendendo as cores do Deportivo Toluca (MEX)

Outro atleta de grande destaque é Antonio Naelson Matías, Sinha que jogou no futebol mexicano no Real Saltillo, Monterrey, Toluca e Querétaro. Inclusive no Querétaro chegou atuar ao lado do Ronaldinho Gaúcho. Também jogou a Copa do Mundo de 2006 pela Seleção Mexicana. Lembrando que Sinha e Souza tem parentesco, uma vez que são primos.

No Brasil, atuou na Desportiva Ipanguaçú (RN), Rio Branco, de Americana (SP); e América de Natal. Neto Matias, irmão de Sinha também é outra grande revelação do CSI. Foi o treinador da histórica campanha do Potyguar de Currais Novos no vice-campeonato Potiguar de 2009. Outras revelações do clube de destaque foram Bebeto, Gilson Lopes e muitos outros.

O técnico Neto Matias, irmão de Sinha

FOTOS: Tribuna do Norte – página do Facebook “Antonio Naelson Sinha”

FONTES: Adeilton Alves – blog História do Futebol Potiguar

Associação Esportiva Calouros do Ar – Mossoró (RN): Revelou o craque Nonato

A Associação Esportiva Calouros do Ar foi uma agremiação da cidade de Mossoró (RN). O Tricolor Mossoroense foi Fundado na terça-feira, do dia 29 de Setembro de 1981. As suas cores: vermelho, azul e branco.

A sua Sede ficava na Rua Jerônimo Rosado, nº 70, no Centro de Mossoró. Bicampeão do Campeonato Mossoroense em 1984 e 1988, organizado pela Liga Mossoroense de Desportos (LMD). Em 1985, o Calouros chegou a ficar 62 jogos de invencibilidade.

Foto de 1986: A.E. Calouros do Ar

Uma curiosidade é que o lateral-esquerdo Nonato foi revelado no Calouros do Ar. Raimundo Nonato da Silva se transferiu para o Baraúnas, em 1985. Três anos depois foi para o ABC de Natal. Teve uma passagem rápida no Pouso Alegre Futebol Clube (MG), em 1990.

No mesmo ano foi para o Cruzeiro, onde ficou por sete temporadas. Nesse período, chegou a Seleção Brasileira, em 1993. Nonato ainda teve passagens pelo Fluminense-RJ (1998-99); Etti Jundiaí-SP (1999); Vila Nova-GO (2000); Ipatinga-MG (2000) e América de Natal (2002).

Raimundo Nonato da Silva, Cruzeiro (Photo by Matthew Ashton/EMPICS via Getty Images)

Desenho do escudo, uniforme e texto: Sérgio Mello

Colaborou: Adeilton Alves

FOTO: Acervo de Jota Nobre

FONTES: Wikipédia – Diário de Natal (RN) – Jota Nobre

Centro Esportivo e Atlético – Ceará-Mirim (RN): Campeão invicto da Segundona Potiguar de 1947

O Centro Esportivo e Atlético é uma agremiação do município de Ceará-Mirim, que fica a 33 km da capital (Natal) do Rio Grande do Norte. A sua Sede fica localizada na Rua Manoel Varela, nº 398, no Centro da cidade. Fundado na terça-feira, do dia 02 de Janeiro de 1934, e, no começo de 1953, alterou o nome para Centro Esportivo Cultural.

Na esfera profissional, o Centro Esportivo e Atlético disputou o Campeonato Potiguar da Segunda Divisão de 1947, organizado pela Federação Norte-Rio-Grandense de Desportos (FND).

E, o Centro Esportivo e Atléticonão se fez de rogado“, e sagrou campeão de forma Invicta! A campanha somou 11 vitórias e um empate, nas 12 partidas realizadas. A competição contou com a participação de 12 clubes:

Centro Esportivo e Atlético (Ceará Mirim);
Cruzeiro Futebol Clube (Macaíba);

Mauá Futebol Clube (Natal);

Extremoz Esporte Clube (Extremoz);

Onze Futebol Clube (Natal);
Guarani Futebol Clube (Macaíba);
Potengi Recreativo Clube (Natal);
São Paulo Futebol Clube (Macaíba);
Íris Futebol Clube (Natal);
Tirol Futebol Clube (Natal);
Cruzeiro do Norte Futebol Clube (Natal);
Luzitânia Futebol Clube (Ceará Mirim).

Time base de 1938: Ezequiel; Joaquim e Chico; Fernandes, Paraíba e Matias; Cacité, Cláudio, Barbosa, Zito e Marinho.

Time base de 1939: Ezequiel; Álvaro e Murilo; Fernandes, Duó e Campos; Machado, Penha, Paulo, Laurindo e Siqueira.

Time base de 1948: Epitácio; Murilo e Mario; Paulo (Auzair), Medeiros e Jorge (Newton); Machado (Mendes), Domingos, Geraldo (Duó), Siqueira (Vicente) e Luís.

Time base de 1950: Ezequiel; Matias (Joaquim) e Romão (Zezé); Chicó (Paulo), Bi (Cláudio) e G. Ferreira (Preá);  Cacité, Cláudio, Abel, Petrônio (Juarez) e Marinho.

Desenho do escudo, uniforme e texto: Sérgio Mello

Colaborou: Adeilton Alves

FOTO: Acervo de Virgílio Netto Vital Rocha

FONTES: Diário de Natal (RN) – A Ordem (RN)

Potyguar Futebol Clube – Currais Novos (RN): Nove participações na elite do Estadual

O Potyguar Futebol Clube (atual: Associação Cultural e Desportiva Potyguar Seridoense) foi uma agremiação do município de Currais Novos, que fica na região do Seridó, a 182 km da capital  (Natal) do estado do Rio Grande do Norte. A localidade conta com uma população de 45.060 habitantes, segundo o Censo do IBGE/2015.

O “Leão do Seridó” foi Fundado na sexta-feira, do dia 15 de janeiro de 1960, com o nome de “Potiguar Futebol Clube“, nas cores em vermelho e branco. Já a sua Sede ficava na Avenida Coronel José Bezerra, s/n, no Centro da cidade.  Em 1976, a Sede passou a ser na Rua Bernadete Xavier, s/n, no bairro de Currais Novos, na cidade homônima, aonde ficava o Estádio Municipal Coronel José Bezerra.

Alguns títulos na esfera amadora

Em 1967, o clube se sagrou campeão do Campeonato de futebol Interiorano, o “Matutão“. Em 1973, foi campeão do Campeonato Seridosão de Futebol, considerado o mais importante torneio amador da região do Seridó.

Mané Garrincha jogou em Currais Novos

Um dos maiores jogadores de todos os tempos do futebol brasileiro e mundial Mané Garrincha jogou em 1973, vestindo a camisa da Liga Desportiva Curraisnovense, que era a seleção local, cujo a base era do Potyguar, para disputar um amistoso contra o seu maior rival na época o tradicional Centenário de Parelhas.

A “Seleção de Currais Novos” venceu por 2 a 1, com dois gols de Nabor Filho um dos maiores ídolos da história do clube. Nessa época o time era chamado de “seleção currais-novense“.

Dedé de Dora: um capítulo à parte

Início da década de 70

O maior ídolo da história do Potyguar foi José Gomes de Medeiros, o “Dedé de Dora” revelado pelo próprio clube e mais tarde se tornaria ídolo nos dois maiores clubes do estado o ABC e o América de Natal.

Convite para jogar na elite do futebol do estado fez o clube realizar mudanças

O clube permaneceu amador até 1976, quando recebeu o convite da Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol (FNF), para debutar no Campeonato Potiguar da 1ª Divisão daquele ano.  

Talvez uma das razões de receber o convite é que o presidente de honra do clube, na época, era o senador da república Agenor Nunes de Maria (entre 1975 a 1983); também o apoio do prefeito de Currais Novos, Bitamar Bezerra Barreto (ARENA, governou entre 1973 a 1977), o empresário Radir Pereira de Araújo, que era o patrono do clube e o presidente Benedito Targino.

Após aceitar o convite, foi realizado no cinema da cidade, um plebiscito, para definir qual seria o nome da equipe: Potyguar ou Seridó? E, evidentemente, o escolhido foi o primeiro nome. 

Como já existia o alvirrubro Potiguar de Mossoró, a diretoria para se diferenciar resolveu  agregar a letra ‘Y‘, passando a se chamar “ Potyguar Futebol Clube“.

A grafia do nome do time mereceu charges na imprensa natalense que passou a chamá-lo de “Potyguar com Ípsilon“. O comércio, das minerações de Currais Novos, e os próprios torcedores ajudavam financeiramente o clube.

Depois, viajaram até a cidade de Fortaleza (CE), e, compraram o novo material esportivo, similar ao Fortaleza Esporte Clube. Dessa forma o vermelho e branco, ganhou a companhia do azul, passando a ser Tricolor.

A prefeitura de Currais Novos realizou uma reforma completa no Estádio Municipal Cel. José Bezerra, com capacidade para cerca de 2 mil pessoas, num custo de mais de 200  mil cruzeiros. Dentre as melhorias destaque para as cabines de rádios, vestiários, o túnel de acesso ao campo e a instalação da drenagem para o gramado.   

Nove participações na elite do Estadual

A estreia aconteceu no domingo, do dia 07 de março de 1976. Diante da sua torcida, o Tricolor Curraisnovense venceu o Baraúnas por 2 a 1, no Estádio Coronel José Bezerra, em Currais Novos.

O atacante Pedrinho abriu o placar logo aos 5 minutos e ampliou aos 36, da primeira etapa. No segundo tempo, Robson, aos 38 minutos, fez o gol de honra dos visitantes. O Potyguar formou assim: Inácio; Gilvã, Ivo, Luisão e Carlos; Carlinhos, Chiquinho e Imagem; Carlinhos II, Pedrinho e Dinha. Técnico: Manuel Veiga.

A 1ª vitória da história em cima do América de Natal

No primeiro turno, em Currais Novos, o América goleou o Potyguar por 4 a 1 (gols de Aluísio, três vezes; e Alberí para o América; descontando Dinha, para o Potyguar). Dessa forma, a expectativa era que jogando nos seus domínios, o América venceria com tranquilidade.

Porém, no sábado, do dia 16 de julho de 1977, no estádio Castelão, em Lagoa Nova, em Natal, o Potyguar de Currais Novos surpreendeu o América de Natal, em jogo válido pela 2ª rodada do Returno.

Foi um jogo com mais oportunidades de gols para o América e com grandes defesas do goleiro Índio, do “Leão do Seridó“. Porém,  o antigo ditado “Quem não faz leva“, aconteceu aos 11 minutos da etapa final, em jogada de contra-ataque, o atacante Djalma ficou na cara do gol do goleiro Cícero, do América, e fez o tento da vitória.

América de Natal   0          X         1          POTYGUAR-CN

LOCALEstádio Castelão, no bairro de Lagoa Nova, em Natal (RN)
CARÁTER2ª rodada do Returno do Campeonato Potiguar de 1977
DATASábado, do dia 16 de julho de 1977
RENDACr$ 10.540,00 (dez mil e quinhentos e quarenta cruzeiros)
PÚBLICO586 pagantes
ÁRBITROCésar Virgílio (FNF)
AMÉRICACícero; Ivã, Argeu, Ivã Xavier e Olímpio; Zéca, Rogério (Garcia) e Ronaldo; Marinho (Santa Cruz), Aluísio e Soares.
POTYGUARÍndio; Gilvan, Guri, Luizão e Gonzaga; Naldo, Carlinhos e Valdeci Santana; Vandinho, Djalma (Vã) e Dinha.
GOLDjalma aos 11 minutos (Potyguar), no 2º tempo.

No Estadual de 1977, o Potyguar jogou 16 vezes, com  seis vitórias, cinco empates e cinco derrotas, marcando 11 gols e sofrendo 14. Os artilheiros da equipe foram: Vandinho com cinco gols; Djalma e Pereira, com dois tentos cada; e Gilvan e Dinha com um gol.

No Potyguar de Currais Novos, o atacante Djalma atuou como jogador amador e depois como profissional. Posteriormente, foi presidente e técnico do Potiguar time amador (jogava, dirigia e ainda batia os pênaltis).

Alem do Potyguar-CN, Djalma jogou nos clubes potiguares: ABC, América, Alecrim, Riachuelo; Treze, de Campina Grande (PB); Central, de Caruaru (PE) e Potiguar, de Mossoró (RN).

1º confronto diante de um clube carioca

Um fato importante na história do Potyguar foi o amistoso nacional, no domingo, do dia 06 de dezembro de 1981, diante do Botafogo (RJ), no estádio Coronel José Bezerra. Até hoje foi o único grande clube carioca que jogou em Currais Novos. No final, o Clube da Estrela Solitária venceu por 2 a 1, com gols de Mendonça e Jerson.

O clube também jogou na Elite do Futebol do Rio Grande do Norte em 1977, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1983 e 1984. Num total de nove participações. A partir daí, o clube se retirou em razão de muitas dívidas, que por pouco não causou a extinção da agremiação.

A estratégia para salvar o clube foi refundá-lo, na terça-feira, do dia 1° de agosto de 1989, com o nome de “Associação Cultural e Desportiva Potyguar Seridoense“. A partir daí, é uma outra história para um outro momento.  

Colaborou: Adeilton Alves

FONTES: João Cesário, do Blog Terra da Xalita – Blog do Futebol de Seridó – Luís Sátiro ‘Lulinha’ do Blog Escrete de Ouro – Walter Irís – Diário de Natal (RN) – Jornal O Poti (RN) – Revista de Currais Novos

Brejuí Esporte Clube – Currais Novos (RN): Fundado em 1949, por um dos homens mais ricos do país!

O Brejuí Esporte Clube foi uma agremiação do Município de Currais Novos (RN). Os “Gaviões de Brejuí” foi Fundado no Sábado, do dia 22 de Janeiro de 1949, pelo dono da empresa Mina Brejuí (iniciou as suas atividades em 1943, mas apenas em 1954, foi constituída empresa com o nome de Mineração Tomaz Salustino S/A), o desembargador Tomaz Salustino Gomes de Melo.

A diretoria era composta por grandes figuras da mineradora como Paulo Dutra, Mário Moacir Porto, Alfredo Luiz de Souza, entre outros. As suas cores: azul marinho, branco e vermelho. A equipe mandava os seus jogos no Estádio Tomaz Salustino (inaugurado no dia 06 de Setembro de 1949), em Currais Novos.

O embrião para a criação do clube surgiu dois meses antes

No domingo, do dia 14 de novembro de 1948, a Minas São Francisco, de propriedade do Sr. João Galdino de Alencar recebeu a Mina Brejuí, do Sr. Tomaz Salustino.

Os times formados por funcionários das empresas se enfrentaram e o São Francisco goleou por 5 a 0. Gols de Xavier, três vezes; Pedro Humberto e Expedito, um tento cada. Apesar do placar elástico, o Sr. Tomaz Salustino não desanimou e dois meses depois fundou o Brejuí Esporte Clube.

Brejuí ajudou a fundar a LCD, em 1949

Após fundar o clube, o Sr. Tomaz Salustino foi peça importante para organizar e ajudar a criar na quarta-feira, do dia 16 de Março de 1949, a Liga Curraisnovense de Desportos (LCD), que teve a presença de quatro clubes: Brejuí Esporte Clube, Seridó Esporte Clube, São Francisco Futebol Clube e Potiguar Esporte Clube.   

A diretoria de honra da LCD tinha: o desembargador Tomaz Salustino Gomes de Melo, Sr. João Galdino de Alencar e Coronel Aproniano Pereira. O 1º Presidente foi Wladimir Limeira.

Esta liga existiu até os anos 70, quando a entidade foi reorganizada e Fundada no dia 1º de Janeiro de 1974, com o nome de Liga Desportiva Curraisnovense (LDC), nas cores azul e branca.

O “Pequeno Gigante”

A história do Brejuí poderia ser resumida na seguinte frase: “O time amador mais profissional do Brasil“. Na época era o melhor futebol do interior do Rio Grande do Norte, pagando salário bem superior ao do time paraibano. É bom lembrar que naquele tempo jogador de futebol profissional, ganhava muito pouco, o Brejuí oferecia três vezes mais.

Desta forma o Brejuí Esporte Clube era uma potência no futebol do Rio Grande do Norte, seu presidente e patrocinador o saudoso Tomaz Salustino, fanático pelo futebol, dono da Mina Brejuí (Até hoje a maior Mina de Scheelita da América Latina), homem mais rico do estado e um dos mais ricos do Brasil, não media esforços.

Contratava quem ele quisesse. Mandava trazer das cidades vizinhas e até da Paraíba jogadores famosos para defender as cores do Brejuí. Uma boa história para ilustrar isso, aconteceu após a equipe ter perdido um jogo importante.

Então, o Dr. Tomaz Salustino não gostou e perguntou ao então treinador da equipe, “Seu Binoca”, o que estava acontecendo?

O treinador respondeu: “Está faltando um grande goleiro e um zagueiro”. Então Dr. Tomaz indagou: “Você sabe onde encontrá-los?”. Seu Binoca rebateu: “Sim, Didier e Kelé, do Treze de Campina Grande”. 

Era uma segunda-feira, Dr. Tomaz Salustino disse pra Seu Binoca: “Amanhã você vai acertar com os dois jogadores”. Na quarta-feira, Didier e Kelé estavam na Mina Brejuí.

Um detalhe: O zagueiro Kelé veio do Sport Clube Bahia e estava no Treze apenas um ano. No mesmo período o Brejuí contratou o fenomenal Piloto, seleção do Rio Grande do Norte e só não foi para o Flamengo/RJ porque não quis.

O atacante Dequinha tentou levá-lo para o time carioca várias vezes. Com Didier, Kelé e Piloto, o Brejuí conquistou quase todas as competições que disputou, inclusive o time era constantemente convidado para participar de importantes torneios em João Pessoa (PB), Campina Grande (PB), Patos (PB), Guarabira (PB) e Mossoró (RN).

1º amistoso nacional: Brejuí x Treze (PB)

Na quinta-feira, do dia 15 de Novembro de 1951, às 16 horas, o Brejuí enfrentou, em amistoso, o poderoso Treze, de Campina Grande (PB). Num jogo empolgante o “Galo da Borburema” venceu, de virada, por 2 a 1, no Estádio Tomaz Salustino, em Currais Novos.

O jogo começou a todo vapor, com os dois times buscando o gol. Aos 20 minutos, o Brejuí arranca num contra-ataque com Piloto. Este dá passe para Moisés que avança pela ponta direita e entrada da área e solta a bomba, sem chances para o goleiro Harri Carey, abrindo o placar.

Aos 28 minutos, o treinador do Treze sacou Araújo e colocou no seu lugar 58. A mudança surtiu resultado e aos 35 minutos, chegou ao empate. Zequinha centrou na área. O goleiro Gordo falhou e Rozendo aproveitou para empurrar a bola para o fundo das redes.

Aos 43 minutos, o Treze virou o marcador. A defesa bobeou e 58 invadiu a área e fuzilou o goleiro Gordo. Na etapa final, o Brejuí voltou disposto a empatar. Com amplo domínio, foi criando uma chance atrás da outra, mas aí surgiu o goleiro Harri Carey, praticando uma defesa mais difícil do que a outra.

Terminando a partida com 2 a 1 a favor do Treze.

Brejuí: Gordo; Binoca e Maçaroca; Chaguinha, Zé Carvalho e Doca; Moisés, Petit, Sida (Americano), Piloto e Luiz (Solon).    

Treze: Harri Carey; Kelé e Felix; Alagoano, Edinho e Zé Pequeno; Zequinha (Amauri), Mario, Araujo (58), Ruivo e Rozendo.

Melhor de três contra o Internacional de Natal

Foto de 1971

No domingo, do dia 08 de Junho de 1952, o Brejuí goleou o Sport Club Internacional, de Natal, pelo placar de 6 a 1, em Currais Novos. As duas equipes se enfrentariam numa melhor de três jogos para definir quem ficaria com o “Troféu Desembargador Tomaz Salustino“.

A equipe grená que disputava o Campeonato Potiguar da 2ª Divisão daquele ano, saiu de Natal, um dia antes (sábado), às 17 horas, chegando pouco depois de uma hora da madrugada, sendo recebido por membros da diretoria do Brejuí Esporte Clube. A delegação do Inter de Natal ficou hospedado no Grande Hotel, situado na grande cidade de Seridó.

Sob as ordens  do árbitro José Bezerra, a partida começou às 15h45min., com o Brejuí tomando a iniciativa do jogo. Aos poucos a equipe grená conseguiu equilibrar a peleja. Mas foi o time local que abriu o marcador. Piloto deu passe para Tico, que cruzou para a extrema direita, onde estava Toinho. Este acossado por Eliezer, levou vantagem e chutou de forma inapelável, sem chances para o goleiro Zé Silva, levando para o intervalo a vantagem para o Brejuí

Na etapa complementar, com um certo equilibro de parte a parte até que um pênalti de Dromé, a favor dos donos da casa, veio a influir decisivamente na produção do Inter de Natal. O atacante Tico cobrou com classe, ampliando o marcador para o Brejuí.  

A partir daí a equipe grená sentiu o golpe e se tornou presa fácil. Assim, o Brejuí marcou mais quatro tentos: Tico marcou mais dois gols (num total de três), Gena e 58 completaram o placar. Mota marcou o tento de honra para o Inter de Natal.

Brejuí: Didié; Zito e Kelé; Zé Carvalho, Doca e Maçaroca; Toinho, Gena, Tico, Piloto e Moisés (58). Técnico: Seu Binoca.

Inter de Natal: Zé Silva; Joca e Eliezer (Dromé, depois Ivan); Luzan, Amauri (Gilvandro, depois Luzan), Mota, Aurino, Béu (Barros Lima), Djalma e Paulomar (Ninil, depois Béu). Técnico: Chagas de Souza.

Inter de Natal goleia e deixa tudo igual

O 2º jogo, aconteceu na tarde de domingo, do dia 27 de Julho de 1952, em Currais Novos. O Brejuí precisava de um simples empate para ficar com a taça. No entanto, O Inter de Natal jogou com autoridade e goleou por 4 a 1, levando a disputa pela taça para o terceiro e último jogo.

Novamente sob a arbitragem do Dr. José Bezerra, deu início a peleja às 15h55min. Os “Gaviões de Brejuí” começaram a todo vapor e logo aos sete minutos, abriram o placar por intermédio de Toinho.

Ao contrário do último jogo, o gol não abalou o Inter de Natal, que cresceu na partida e chegou ao empate aos 14 minutos. Após passe de Béu na medida para Gilvandro, que driblou Zezinho e chutou forte, vencendo a meta de Didié.

A virada aconteceu aos 38 minutos, quando num ataque coordenado a bola chegou par Mota que finalizou com categoria, deixando os visitantes em vantagem.

No segundo tempo, o Inter de Natal seguiu se impondo até aos 14 minutos, aumentar o placar, por intermédio de Gilvandro. O golpe de misericórdia veio aos 31 minutos. O zagueiro Kelé entrou forte em Gilvan, dentro da área. Pênalti, que o próprio Gilvan cobrou com categoria, transformando a vitória em goleada. Aos 42 minutos, Maçarocaperdeu a cabeça” e tentou atingir Gilvan com um pontapé. O árbitro não titubeou e expulsou o meia do Brejuí, terminando a partida com um jogador a menos. 

 Brejuí: Didié; Zezinho e Kelé (Doca); Chaguinha, Zé Carvalho e Maçaroca; Helio, Toinho, Piloto, Moisés e Dinorah. Técnico: Seu Binoca.

Inter de Natal: Zé Silva; Dico e Cuica; Ney (Wallace), Djalma e Luzan; Mota, Aurino, Gilvan, Gilvandro e Béu. Técnico: Chagas de Souza.

Brejuí vence e fica com a taça

A 3ª e última peleja aconteceu, na tarde de domingo, do dia 14 de dezembro de 1952, o Brejuí Esporte Clube bateu o Sport Club Internacional de Natal, por 3 a 1, em Currais Novos, ficando em posse do “Troféu Desembargador Tomaz Salustino“. O árbitro da partida foi o Dr. José Bezerra.

O Brejuí abriu o placar aos 10 minutos, por intermédio de Gilvan. Aos 20 minutos, Gena ampliou para os donos da casa. Porém, aos 35 minutos, Mota diminuiu o placar, colocando mais emoção para a etapa complementar.

No segundo tempo, o jogo foi equilibrado, mas após uma jogada infeliz de Luzan, Gena arrancou em velocidade e fuzilou o arqueiro Edson, dando números finais a peleja!

Brejuí: Didié; Kelé e Cuica; Doca, Zé Carvalho e Dico; Moisés, Gena, Tico, Gilvan e Pernambuco (Toinho). Técnico: Seu Binoca.

Inter de Natal: Edson; Djalma e Joca; Valdetário, Josebias e Luzan; Mota, Bira, Abel, Dedé e Béu. Técnico: Chagas de Souza.

Em 1957, Inauguração do Estádio Municipal

A partida entre o ABC de Natal (RN) e o Sport Club do Recife (PE), marcou a inauguração do Estádio Municipal, em Currais Novos. A partida aconteceu, às 16 horas, no Domingo, do dia 06 de Janeiro de 1957.

Graças ao arrojo e boa vontade do Dr. Silvio Salustino foi construído o estádio. No final, numa partida de oito gols, o Sport do Recife venceu o ABC, pelo placar de 5 a 3, ficando com a Taça Mina Brejuí, ofertada pela Mineração Tomaz Salustino S.A. A partida gerou uma renda de 56.030 cruzeiros. Na preliminar, o Currais Novos Esporte Clube goleou por 5 a 0, o Caicó.  

O Brejuí Esporte Clube se sagrou Bicampeão do Campeonato Citadino de Currais Novos, em 1956 e 1957.

Declínio acontece na década de 60

Depois que Dr. Tomaz morreu, em 30 de Junho de 1963, aos 83 anos, o Brejuí começou a cair de produção, o time continuou forte, porém sem o brilho de antes. Didier e Kelé foram efetivados como funcionários da Mineração Tomaz Salustino S/A, detentora da Mina Brejuí.

Didier deixou o futebol no começo dos anos 70, foi motorista da empresa, montou um Bar lá mesmo na Mina Brejuí e deixou a Mineração na década de 80. Em Currais Novos, instalou um Mercadinho em sua residência e continuou como motorista, desta feita a serviço dos Postos Toscano, de Siderley Meneses até 2003.

No entanto, apesar de ter perdido a força, o Brejuí Esporte Clube seguiu nas décadas seguintes participando do Campeonato Citadino de Currais Novos, sempre entre os grandes favoritos ao título.

Brejuí venceu o América de Natal

Na segunda-feira, do dia 06 de Setembro de 1971, o Brejuí venceu, em amistoso, o América de Natal, por 1 a 0, em Currais Novos. A partida, que fez parte dos festejos pelo ‘dia do mineiro’, foi realizado na própria Mina Brejuí, uma promoção da Mineração Tomaz Salustino.

Quem foi o Sr. Tomaz Salustino?

O Sr. Tomaz Salustino Gomes de Melo, nasceu no sítio Alívio, no município de Acari (RN), no dia 06 de Setembro de 1880. Representou os municípios de Currais Novos e Florânia, em três legislaturas, além de ter sido deputado estadual na Constituinte de 1915, que reformou a Constituição Estadual do Rio Grande do Norte.

Primeiro Juiz de Direito designado para a comarca de Currais Novos, nomeado Desembargador do Tribunal de Justiça do RN em 1940. Exerceu o cargo de Vice-Governador do Rio Grande do Norte, em 1947.

Tomaz Salustino foi um dos maiores realizadores de sua época no Rio Grande do Norte e do Nordeste, um verdadeiro visionário. Foi o responsável pela construção nas comunicações Campo de Pouso em 1946, e um outro campo de pouso  em 1954.

Sem falar na Rádio Brejuí Ltda., Teatro Desembargador Tomaz Salustino, Tungstênio Hotel erguido em 1953, Agência Banco do Brasil S/A, Capela de Santa Tereza, Grupo Escolar Manoel Salustino, Posto de Puericultura, todos na década de 50. Faleceu, no dia 30 de junho de 1963, em Natal.

Algumas formações:

Time base de 1949: Moacir (Gegê); Nicolau e Tinteiro; Maçaroca (Carvalho), Doca (Zé Lindolfo) e Garimpeiro (Eugênio); Geraldo (Mel), Jaime (Cazuza), Gena (Manequim), Fantasma e Xixico.

Time base de 1950: Moacir; Binoca e Cenema; Carvalho, Doca e Maçaroca; Dedé, Toinho, Piloto, Chaguinha e Ranulfo.

Time base de 1951: Gordo (Caruá); Binoca e Maçaroca; Chaguinha, Zé Carvalho e Doca; Moisés, Petit (Toinho), Sida (Americano), Piloto e Luiz (Solon).

Time base de 1952: Didié (Etinha); Kelé (Binoca) e Maçaroca; Chico (Gazeta), Carvalho e Doca (Gena); Tavuga (Toinho), Chaguinha (Raimundo Cruz), 58 (Solon), Moisés (Baiano) e Bidorá (Tico).

Colaborou: Adeilton Alves

Desenho do escudo e uniforme: Sérgio Mello

FONTES: A Cigarra (SP) -Site Mina Brejuí -Ricardo Morais Zip.Net – Blog Escrete de Ouro (Currais Novos/RN) – Luiz Sátiro de Matos – Diário de Natal (RN) – A Ordem (RN)

Centro Esportivo Açuense – Município de Assu (RN): Fundado na década 40

O Centro Esportivo Açuense foi uma agremiação do Município de Assu (RN). O rubro-negro assuense ou CEA foi Fundado na década 40, pelo prefeito da época de Assu, Sr. Arcelino Costa Leitão (que depois foi presidente do Fortaleza-CE).

Durante a sua existência há registros de jogos contra grandes do futebol nordestino: ABC de Natal (três jogos), América de Natal (dois jogos), Fortaleza-CE, Caicó Esporte Clube e Cruzeiro de Macaíba (um encontro).

Inauguração do 1º Estádio de Assu, e goleada em cima do Caicó E.C.

O Estádio Senador João Câmara, no município de Assu, foi inaugurado na tarde de sábado, às 16 horas, do dia 19 de Novembro de 1949. A partida entre Centro Esportivo Açuense e Caicó Esporte Clube, da cidade de Caicó, marcou a estreia do campo.

Com uma Renda de 10 mil cruzeiros, o Açuense goleou o Caicó pelo placar de 5 a 0. Uma curiosidade sobre a peleja, é que a partida foi transmitida para Assu, pela rede de auto-falantes da amplificadora “Voz do Município“.

Açuense enfrentou o ABC, em Natal

Na tarde de domingo, do dia 13 de Agosto de 1950, o ABC bateu o Açuense por 4 a 2, no Estádio Juvenal Lamartine, na Avenida Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, em Natal.

Os ingressos foram vendidos a 15 cruzeiros (arquibancada) e 10 cruzeiros (populares) e três cruzeiros (Geral). O atacante Jorginho abriu o placar para o ABC aos 14 minutos. Lino empatou para os assuenses aos 24 minutos. Porém, Paulo Isidro voltou a colocar o alvinegro em vantagem aos 42 minutos do 1º tempo.

Na etapa final, Paulo Isidro ampliou logo aos 2 minutos e Albano transformou em goleada aos 15 minutos. O atacante Valdir diminuiu aos 30 minutos, dando números finais ao jogo.

ABC de Natal          4          x          2          AÇUENSE

LOCALEstádio Juvenal Lamartine, na Av. Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, em Natal
CARÁTERAmistoso estadual
DATADomingo, do dia 13 de Agosto de 1950
RENDA6.546 cruzeiros
ÁBITROJoão Bezerra Lira
AUXLIARESSilva e Argemiro Bertino
ABC Zome; Toré e Paulo; Romão, Gonzaga e Dico; Pageu (Caveirinha e depois Zé Domingos), Jorginho, Gonçalves, Albano e Paulo Isidro.
AÇUENSEManinho; Dedito e Regalado (Baiano); Carmelito, Edson e Melado; Lino (Mundoca), João de “Seu Né”, Cachorrinho (Neném), Mundoca (Cachorrinho) e Valdir.
GOLSJorginho aos 14 minutos (ABC); Lino aos 24 minutos (Açuense); Paulo Isidro aos 42 minutos (ABC); no 1º tempo. Paulo Isidro aos dois minutos (ABC); Albano aos 15 minutos (ABC); Valdir aos 30 minutos (Açuense), no 2º tempo.

Amistoso em Assu, diante do ABC de Natal

No domingo, do dia 14 de Janeiro de 1951, O Açuense foi derrotado pelo ABC de Natal por 2 a 0, no Estádio Senador João Câmara, em Assu. Os gols saíram no segundo tempo. Paraíba de pênalti, abriu o placar para os visitantes aos 32 minutos. Depois, novamente Paraíba aproveitando um cruzamento da direita marcou de cabeça, o último gol do jogo. Claudionor Pacheco, o Nono foi o árbitro.

Excursão à Natal para enfrentar América e ABC

Na noite de sábado, do dia 26 de Maio de 1951, o ABC recebeu e venceu o Açuense por 3 a 0, no Estádio Juvenal Lamartine, na Avenida Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, em Natal. Os gols foram de Jorginho aos 6 minutos no primeiro tempo; de novo, Jorginho aos 7 minutos e Tidão aos 27 minutos do segundo tempo.

ABC de Natal          3          x          0          AÇUENSE

LOCALEstádio Juvenal Lamartine, na Av. Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, em Natal
CARÁTERAmistoso estadual
DATASábado, do dia 26 de Maio de 1951
RENDANão divulgado
ÁBITROFrancisco Lamas
AUXLIARESEdval Cavalcanti e Geraldo Cabral
ABC Ribamar; Dico e Romão; Arlindo, Toré e Gonzaga; Albano (Cachorinho), Jorginho, Tidão (Gonçalves), Tico (Albano) e Paulo Isidro.
AÇUENSEJairo; Mimi e Saraiva; Zezinho, Edson (Piolho) e Zé de Zezinho (Edson); Mundoca (Lino), João de “Seu Né”, Juarez, Piolho (Zé de Zezinho) e Valdir.
GOLSJorginho aos seis minutos (ABC); no 1º tempo. Jorginho aos sete minutos (ABC); Tidão aos 27 minutos (ABC), no 2º tempo.

Na noite de segunda-feira, do dia 28 de Maio de 1951, o América venceu o Açuense por 3 a 1, no Estádio Juvenal Lamartine, na Avenida Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, em Natal.

No 1º tempo, Franklin, de cabeça, deixou o Mecão em vantagem aos 30 minutos. Na etapa final, Pernambuco ampliou aos 9 minutos. Dois minutos depois, Melado diminuiu para Açuense. Mas aos 15 minutos,  Franklin deu números finais a peleja.

América de Natal   3          x          1          AÇUENSE

LOCALEstádio Juvenal Lamartine, na Av. Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, em Natal
CARÁTERAmistoso estadual
DATASegunda-feira, do dia 28 de Maio de 1951
RENDANão divulgado
ÁBITROEugenio Silva
América Gerim; Artemio e Barbosa; Ozi, Pretinha e Ernani; Gilvan, Diebe, Franklin, Pernambuco (Tido) e Gilvandro.
AÇUENSEJairo; Mimi e Saraiva; Zé de Zezinho, Edson (Carlos) e Dedito; Bira (Mundoca e depois Lino), Melado (Seu Né), Juarez, Piolho e Valdir.
GOLSFranklin aos 30 minutos (América); no 1º tempo. Pernambuco aos 9 minutos (América); Melado aos 11 minutos (Açuense); Franklin aos 15 minutos (América), no 2º tempo.  

Após a excursão, o ABC de Natal acabou contratando o atacante Juarez, enquanto o Santa Cruz, também da capital potiguar contratou o goleiro Jairo, ambos do Açuense.

Açuense bate o América de Natal

Na tarde de domingo, do dia 09 de Setembro de 1951, o Açuense recebeu o América de Natal, e devolveu o placar, vencendo por 3 a 1, no Estádio Senador João Câmara, no município de Assu.

Em jogo de seis gols, Açuense e Fortaleza (CE) empatam

Uma das partidas mais sensacionais aconteceu no domingo, 16 de novembro de 1952, quando o Açuense empatou em 3 a 3 com o Fortaleza, o famoso tricolor da capital cearense. O embate ocorreu no Estádio Senador João Câmara, assim denominado em homenagem ao político norte norte-rio-grandense morto quatro anos antes.

Certamente o jogo do CEA com o Leão do Pici teve o endosso do paraibano radicado em Assu, Arcelino Costa Leitão, que, na época, chegou a presidente do clube da capital do Ceará, e, nos anos 60, prefeito no município açuense.

O jogo foi noticiado, sem mais detalhes (exceto placar, data e local) no jornal diário vespertino católico A Ordem, na página 3, edição da segunda-feira. Em meio ao informe do ‘Domingo esportivo – Os jogos disputados no Brasil’.

Inauguração do Estádio Dr. José Jorge Maciel, em Macaíba

O Açuense fez parte dos festejos da inauguração do Estádio do Cruzeiro Futebol Clube, da cidade de Macaíba (RN). Após ter sido derrotado duas vezes pelo rubro-negro assuense, a diretoria do Cruzeiro escolheu o adversário para inaugurar no domingo, do dia 6 de dezembro de 1953, às 15h30min.,e tentar uma revanche. Infelizmente, o resultado não foi noticiado.

Curiosidades: Décadas depois, o Estádio Senador João Câmara foi demolido para assentar a antiga CIBRAZEN, atual CONAB. No local, além de casas residências, foram erguidas lojas comerciais. Outro aspecto interessante é que o Estádio Senador João Câmara foi o 1º campo de futebol em Assu.

Colaborou: Adeilton Alves

FONTES: Blog Tatutom Sports – A Ordem (RN) – Diário de Natal (RN) – Blog Assu na Ponta da Língua – Jornal da Grande Natal