A Seleção de futebol do Pará, na década de 50, era subordinada a Federação Paraense de Desportos (FPD). Fundada em 9 de maio de 1941, a FPD existiu por quase três décadas. A entidade foi substituída pela Federação Paraense de Futebol (FPF), em 1º de dezembro de 1969 e instalada oficialmente no dia 1º de julho de 1970.
Esse texto tem a intenção de citar que ao longo dos 28 anos da Federação Paraense de Desportos (FPD), encontrei cinco distintivos distintos, sendo três delas com fotos mostrando como era o uniforme do selecionado paraense.
Fonte e Foto: Álbum Craques do Robertão – Sport Ilustrado
Contando com o precioso trabalho do amigo e jornalista Felipe Feitosa... Foi encontrado uma foto raríssima de 1907, do Club Recreativo do Pará da cidade de Belém do Pará. Talvez, o registro mais antigo de um time de futebol na história do esporte bretão desse estado. O Club Recreativo era um dos seis membros da Pará Football Asociation League, a primeira instituição responsável por organizar um torneio de futebol no Pará, fundada em 1906, e cujo o campeonato terminou sem vencedor.
Portanto, essa Liga foi antecessora da Liga Paraense de Football, fundada em 1908. Ou seja: o Club Recreativo é um dos pioneiros da história do futebol paraense, antes mesmo de ser criado o primeiro torneio oficial.
Contando com a colaboração do amigo e jornalista Felipe Feitosa, contaremos um pouquinho da história do Ferroviário Atlético Clube, que é uma agremiação da cidade de Tucuruí (PA). Fundado no dia Primeiro de Setembro de 1951, a sua sede fica localizada na Rua Siqueira Campos, 195, no centro da cidade.
Acostumada a realizar amistosos com as grandes forças do estado: Remo e Paissandu, sempre foi um sonho do Ferroviário em disputar os certames profissionais. Contudo, quando o clube estava próximo de sacramentar esse objetivo, o deputado estadual Deley Santos adquiriu o Independente de Belém e, em seguida, se mudou para Tucuruí.
Com essa mudança, o sonho de se profissionalizar acabou sendo deixado de lado, mas a diretoria do Ferroviário garante que não desistiu de tornar esse sonho em realidade algum dia.
Politicagem tirou o acesso do Caxias em 2001, diz Loebeling
A Série B do Campeonato Brasileiro era um território recém-descoberto pelas torcidas dos grandes centros do País em 2001 quando Alfredo dos Santos Loebeling se aposentou como árbitro. Sua última partida profissional coincidiu com a última rodada daquele torneio, que ficou marcada pelas polêmicas da arbitragem e que foi fundamental em sua decisão de pendurar o apito.
Loebeling foi escalado para apitar Figueirense x Caxias no Estádio Orlando Scarpelli, pela sexta rodada do quadrangular final da Série B de 2001. Os dois times tinham seis pontos, assim como Paysandu e Avaí. Em Belém, o time paraense – que só precisava empatar – fez sua parte e conquistou o título do torneio ao vencer o rival catarinense no Estádio da Curuzu por inapeláveis 4 a 0. Mas em Florianópolis…
Na capital catarinense, o Figueirense também fazia sua parte e vencia o Caxias por 1 a 0 até os 46min do segundo tempo – Abimael, aos 16min da etapa final, marcou. Os cerca de 22 mil torcedores no estádio não conseguiam conter a ansiedade. Aí, cerca de 2 mil deles pularam os alambrados e invadiram o gramado. Os jogadores começaram a comemorar o final do jogo.
Estava estabelecida aí a confusão entre os dois times, que só iria se resolver no ano seguinte.
Quem explica o que aconteceu a partir daí é o próprio Alfredo Loebeling. Segundo ele, a súmula da partida relatava a invasão antes do final do jogo, o que custaria os pontos da vitória ao Figueirense e daria a vaga na Série A ao Caxias. No entanto, por orientação do então presidente da comissão de arbitragem da CBF, Armando Marques, o árbitro enviou à entidade um primeiro relatório, dizendo que a invasão só aconteceu após o apito final. Depois, enviou o relatório que, segundo foi explicado a Loebeling, valeria. No fim, a CBF levou em consideração o primeiro relatório, que atendeu a pedidos de Armando Marques, e promoveu o Figueirense.
“Eu tinha botado que a invasão foi antes de acabar o jogo, como de fato aconteceu. Estava nos acréscimos, faltava um minuto e pouco para o fim dos acréscimos. O Armando Marques falou que tinha que colocar no relatório que a invasão foi depois de terminar o jogo. Aquilo manteria o resultado”, contou Loebling. E por que Armando Marques fez pressão pela manutenção do resultado? Para o ex-árbitro, por um motivo: política.
“O Rio Grande do Sul já tinha três times (na Série A do Campeonato Brasileiro) – Grêmio, Inter e Juventude na época. O Caxias seria o quarto. Santa Catarina não tinha nenhum time. Obviamente, foi uma decisão mais política do que técnica”, assegurou Loebeling, que descartou qualquer pressão do Figueirense ou da Federação Catarinense de Futebol pela decisão em favor do clube alvinegro.
Hoje aposentado, Loebeling lamenta os desdobramentos daquela posição da CBF – em especial porque o árbitro abandonou o futebol profissional justamente quando aparecia em uma posição de destaque no quadro da entidade. O sonho de apitar uma Copa do Mundo ficou pelo caminho, enquanto o Caxias – atualmente na Série C – busca desde então a volta à Série A, de onde está fora desde 1979.
Confira a entrevista de Alfredo dos Santos Loebeling:
Última Divisão – Aquele Figueirense x Caxias no Estádio Orlando Scarpelli em 2001 foi seu último jogo, certo? Você se aposentou ali, né?
Loebeling – Foi o último jogo profissional que eu apitei. Figueirense x Caxias, última rodada da Série B de 2001.
Última Divisão – Você já estava decidido a se aposentar naquele jogo? Ou aquela confusão te influenciou?
Loebeling – Eu tinha mais quatro anos pela frente, e tinha a expectativa de apitar a Copa do Mundo. Mas depois do jogo, como as coisas aconteceram, eu tomei a decisão de encerrar a carreira.
Última Divisão – Naquele jogo, houve uma invasão no campo no final da partida, e a decisão do acesso de Figueirense ou Caxias foi adiado. Você se lembra do que colocou no relatório daquela partida a respeito da invasão?
Loebeling – Eu tinha botado que a invasão foi antes de acabar o jogo, como de fato aconteceu. Estava nos acréscimos, faltava um minuto e pouco para o fim dos acréscimos. O Armando Marques falou que tinha que colocar no relatório que a invasão foi depois de terminar o jogo. Aquilo manteria o resultado. Na época, pelo que dizia o CBDF (Código Brasileiro Disciplinar do Futebol), relatando a verdade, que a invasão aconteceu antes de acabar o jogo, o time cuja torcida que causa a invasão perderia os pontos. Subiria o Caxias e não o Figueirense.
Última Divisão – Você colocou então, de fato, que a invasão foi antes de acabar o jogo?
Loebeling – Faltava uns 50 segundos, houve uma invasão da torcida do Figueirense.
Última Divisão – Por que então o Caxias não subiu? Você lembra?
Loebeling – Quando o Armando Marques fez a pressão para eu colocar que a invasão foi antes de acabar o jogo, eu denunciei ao presidente (Eduardo José) Farah, da Federação Paulista (de Futebol). O Farah fez uma denuncia ao Tribunal (Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o STJD), com o Luiz Zveiter (então presidente do órgão). Foi para julgamento. Quando eu estava sendo pressionado para mandar ao Rio de Janeiro a súmula do jogo via fax, do jeito que o Armando queria, o Farah ligou para o Zveiter e perguntou: “o que ele faz?”. Ele falou: “manda um fax do jeito o que o Armando Marques quer e traz na minha mão o relatório do jogo”. Fizemos isso. Mandamos um fax do jeito que o Armando queria, que o Luiz Zveiter falou que não teria valor legal por ser um fax, e eu ia entregar na mão dele o relatório oficial do jogo. Eu levei ao Rio de Janeiro do jeito que foi feito, e o Zveiter me denunciou, como se eu tivesse entregado dois relatórios. Quando ele foi me julgar pelos dois relatórios, ao mesmo tempo, ele estava definindo qual dos dois valeria. Segundo o Zveiter, segundo o Armando Marques, segundo a CBF, como eu mandei primeiro o fax, valeu o fax.
Última Divisão – No fim, valeu o que o Armando Marques pediu para constar, que a invasão foi depois do jogo.
Loebeling – Sim, valeu. Se for analisar bem, tem uma explicação logica para isso. O Rio Grande do Sul já tinha três times – Grêmio, Inter e Juventude na época. O Caxias seria o quarto. Santa Catarina não tinha nenhum time. Obviamente, foi uma decisão mais politica do que técnica. A ideia era o quê? Ter mais um estado, que você movimenta milhões, que você… É um outro conceito. Por causa disso, acabou sendo uma decisão politica, e não técnica.
Última Divisão – Você sofreu alguma pressão – do Figueirense, do Caxias, do Delfim (Peixoto, presidente da Federação Catarinense de Futebol) – para formular o relatório?
Loebeling – Não. Em nenhum momento teve envolvimento de clube. O Figueirense não me pediu nada, ninguém me ligou da Federação (Catarinense). Fui pressionado pelo Armando, que me falou que, se eu não fizesse o que ele queria, ele me tirava da Fifa, como realmente tirou. Ele me falou o seguinte: “se você fizer o que eu estou mandando, sei que você é filho de alemão, a próxima Copa (do Mundo, 2006) é na Alemanha”… Entendeu? Insinuando que, se eu fizesse o que ele mandou, poderia apitar a Copa da Alemanha.
Última Divisão – Acabou pesando essa pressão para você se aposentar, eu imagino…
Loebeling – Futebol é um grande negócio. Infelizmente, as pessoas tem que entender isso. Naquele momento, interessava para a CBF, para o Armando, para o sistema, que subisse o Figueirense e não e o Caxias. Alguém tinha que pagar o pato. Fui denunciado, mas não me arrependo não.
Última Divisão – Ficou chateado de não ter sido indicado para apitar a Copa de 2006?
Loebeling – Fiquei chateado porque me dediquei 12 anos à arbitragem. Gostava muito. Encerrar a carreira dessa maneira porque as pessoas querem, porque não querem o que é justo, é complicado. E também pelo que acontece depois – depois que eles acabaram com o árbitro, precisaram acabar com o homem. De melhor árbitro do Brasil por dois anos seguidos, recebendo prêmio e dando curso, virei bandido, estelionatário. Eles precisavam fazer de um jeito que eu não voltasse.
Caros, este é o Curuçá Esporte Clube da cidade de Curuçá no nordeste paraense, mais conhecida como Região do Salgado Paraense. Este clube consta na lista passada pelo amigo Gerson Rodrigues, porém não consegui informações de que já tenha atuado profissionalmente.
A foto foi tirada nas férias do ano passado em frente a sede do clube. O Curuçá possui sede própria, quadra e campo. Nas pré-temporadas de Remo e Paysandu está sempre disputando amistosos com ambos.
Contando com a destreza e impetuosidade do amigo, pesquisador e jornalistaFelipe Feitosa desenterramos mais uma história para o deleite dos fãs.Talvez se pudesse escolher um título, seria:
“As três faces da Moeda”
Assim poderíamos descrever o que foi a vida intensa do Panther Foot-Ball Club que foi uma agremiação da cidade de Belém do Pará. Fundado na década de 10, como Panther FBC, mudou de nome para Nacional Club em 18 de Outubro de 1917. E, no primeiro semestre de 1921 alterou novamente para Panther Club, que disputou o Estadual até 1933. Acabou extinto, mas reapareceu quatro anos depois (em 1937) como Nacional Atlético Clube, onde disputou o Campeonato Paraense até 1941.
Nessa alternância das nomenclaturas, a equipe esteve presente em, praticamente, todos os estaduais entre 1910 a 1941. Como Panther FBC participou em 1910, 1911, 1912, 1913, 1914 e 1915. Já como Nacional Club disputou os Paraenses de 1917, 1918, 1919 e 1920. Já retornando ao Panther Club,esteve presente nas edições de 1921, 1922, 1923, 1924 até 1933. Por fim, o Nacional AC competiu entre 1937 a 1941.
Ao longo dessas três décadas, a melhor campanha aconteceu em 24 de abril de 1918, quando o Nacional Club faturou oTorneio Início de 1918, que contava ainda com as presenças doRemo, Paysandu,União Sportiva,Luso Brasileiroe Brazil Sport Foot-Ball Club. Já como Nacional Atlético terminou com o vice-campeonato de 1938, só atrás da campeã Tuna Luso Brasileira. Ao longo das pesquisas encontramos dois endereços, ambos no Bairro da Cidade Velha: Rua Siqueira Mendes, 38; e Rua Gurupá, 49.
Fontes e Fotos: Folha do Norte (microfilmagem dos anos 30) – O Liberal – Rsssf Brasil