FONTE: Revista Sport Ilustrado
Arquivo da categoria: Paraíba
Inédito! Treze Futebol Clube – Campina Grande (PB): Década de 50
O Treze Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Campina Grande (PB). Fundado no dia 07 de Setembro de 1925, tem a sua Sede e o Estádio Presidente Vargas, localizados na Rua Teixeira de Freitas, s/n, no Bairro São José, em Campina Grande.
HISTÓRIA
Início do Futebol em Campina Grande – O futebol foi introduzido em Campina Grande no ano de 1913, quando Antônio Fernandes Bioca trouxe a primeira bola de futebol e, juntamente com alguns amigos, organizou um grupo que começou a praticar o novo esporte. Esse grupo começou a treinar em junho deste mesmo ano num campo que ficava onde hoje é a rua João Pessoa. Bioca também foi o responsável por organizar o primeiro clube de Campina, o “High Life”. Nesse período surgiram vários outros times e foram disputadas diversas partidas.

FUNDAÇÂO
No dia 7 de setembro de 1925, Bioca se reuniu com mais doze desportistas em sua residência e fundaram um novo clube de futebol. Nessa mesma reunião foi aclamado Presidente interino do clube Antônio Fernandes Bioca, Orador o Dr. Luiz Gomes da Silva e o Secretário Sr. Alberto Santos. Ficou também determinado que seria marcada uma outra reunião em uma próxima data.
O PORQUÊ DO NOME ‘TREZE’
Foi nessa segunda reunião, acontecida no dia 20 de outubro de 1925 também na residência de Bioca, onde foi colocada em discussão qual seria o nome para este clube. E a proposta aceita foi a do Sr. José Casado que disse: “que o clube deveria tomar o nome de Treze Futebol Clube, em virtude de ter sido este número coincidido os fundadores que são Treze pessoas”.
TÍTULOS
Campeonato Paraibano (16 títulos)
1940 / 1941 / 1950 / 1966 (Invicto) / 1975 / 1981 / 1982 / 1983 / 1985 / 1989 / 2000 / 2001 / 2005 / 2006 / 2010 / 2011
Campeão módulo amarelo Torneio Paralelo CBF
(equivalente à Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro)
1986
Torneio Pernambuco Paraíba
1961
Torneio Paraíba – Rio Grande do Norte
1980
FONTES: Filatélica Zeppelin – Museu Virtual do Esporte de Campina Grande – Site do clube
Fotos Raras, de 1928: Seleções da Bahia, Paraíba e Sergipe
FONTE: O Malho
Foto Histórica – Auto Esporte Clube (PB) – 1960
Foto Histórica – Paulistano Esporte Clube (PB) – 1960
Santos de Tereré, um abnegado participante do Campeonato Paraibano
O Santos Futebol Clube, de João Pessoa, foi fundado em 9/11/1949 e em 1954 disputou pela primeira vez o Campeonato Paraibano, na época chamado de “Misto”, por ter times profissionais e semiprofissionais. Ao longo de cinco décadas, o clube estabeleceu um recorde: participou ininterruptamente de 39 edições do Campeonato Paraibano, aproveitando-se de crises políticas e financeiras que acometeram os quatro grandes campeões do Estado ainda na ativa – Botafogo, Campinense, Treze e Auto Esporte -, que deixaram de jogar um ou outro campeonato.
O recorde do Santos de Tereré só foi batido por um desses quatro em 2013, quando o Botafogo alcançou a marca de 40 edições consecutivas jogando o campeonato.
Ao longo dos tempos, o Santos quase sempre foi figurante no campeonato, fazendo-se presente na parte de baixo da tabela, na companhia de times como Nacional de Cabedelo e Santa Cruz de Santa Rita. Contudo, ano sim ano também o Santos estava lá.
A partir dos anos 2000, o clube preferiu manter apenas categorias de base e abandonou o futebol profissional. O campo que o clube possui hoje situa-se no bairro Ernesto Geisel, em João Pessoa, podendo ser visto aqui, no Google Street View.
Recentemente, o clube foi lembrado em uma crônica no site Esporte São José do Sabugi pelo colunista Francisco Serpa, cuja reprodução autorizada segue abaixo:
Crônicas do Serpa: O Santos de Tereré
O mundo possuía o Santos de Pelé e companhia, um time que ganhava todos os campeonatos que disputava, aqui e em alhures; João Pessoa desfrutava do Santos de Tereré, um time que não ganhava campeonatos mas jogava com bastante raça e formava e ainda forma jovens para a vida.
Três desportistas sonhadores, Jonatas Figueiredo de Souza, Renato Queiroz Fernandes e José Walter Marinho Marsicano, no dia nove de setembro de 1949, sentados em uma Praça localizada na Rua Odon Bezerra, Tambiá, em frente ao atual prédio da Federação Paraibana de Futebol fundaram o Santos Futebol Clube de João Pessoa. Não resta dúvida que a escolha do nome foi uma singela homenagem ao time paulista.
Por muitos anos o Santos Futebol Clube disputou a primeira divisão do campeonato paraibano de futebol com equipes modestas, utilizando jogadores jovens e prata da casa. Era um misto de juvenil com amador com garra e vontade competindo com os profissionais. Onde faltava recursos e meios, sobrava improvisação e disposição.
O seu eterno presidente José Walter Marsicano, que era conhecido por Tereré, dedicou-se tanto ao clube que o seu apelido foi incorporado pelo time, quando passou a ser carinhosamente denominado pelo torcedor e pela imprensa como o “Santos de Tereré”. Ele presidiu a agremiação por mais de trinta anos e nutriu no seio de sua família o amor pela agremiação, deixando o seu filho Leonardo Menezes Marsicano e o neto Leonardo Filho comandando a agremiação e não deixando o sonho acabar.
Vários jovens foram revelados nos quadros da base do Santos Futebol Clube e que posteriormente vestiram a camisa de times considerados grandes no estado e em centros maiores. Quem não se lembra do atacante “Zito Camburão”, do ponta esquerda “Vandinho”, do goleiro “Ademar”, do centroavante “Ary”, de “Marcos do Boi “ e tantos outros que a memória não recorda?
Em 1998 a agremiação resolveu suspender as suas atividades do departamento de futebol profissional, e dedicar-se exclusivamente as categorias de base que funcionam no seu centro de treinamento localizado no Bairro do Geisel, disputando anualmente todas as competições oficiais: desde fraudinha aos juniores.
Entre os títulos conquistados no futebol pelo Santos Futebol Clube, dois são bastante lembrados por seus dirigentes, o primeiro foi o título invicto do campeonato amador, quando seu treinador era o comentarista esportivo Ivan Bezerra Cavalcante, o segundo foi a conquista da segunda divisão do campeonato paraibano.
Como não poderia deixar de ser o Santos enfrentou várias crises durante a sua existência, em uma delas o time foi derrotado por 10 x 0 pelo Treze Futebol Clube, em Campina Grande. Nesse dia ninguém se entendeu, nem dentro nem fora de campo, e a discussão foi tão grande que no retorno esqueceram de trazer o material de jogo, que ficou na Rainha da Borborema.
Mesmo reconhecendo as dificuldades e a falta de políticas públicas destinadas aos clubes de futebol, em particular, aos pequenos, o sonho dos herdeiros de Walter Marinho Marsicano, o “Tereré”, é reativar o departamento de futebol profissional do Santos e voltar a disputar a primeira divisão, como nos bons e saudosos tempos.
Francisco Di Lorenzo Serpa
Membro da API, UBE e APP
falserpa@oi.com.br
O post original pode ser acessado aqui. Vale a pena visitar as outras colunas do Serpa, com várias histórias do futebol da Paraíba.
Assim como o caso do Floresta de Rio Branco/AC, o Santos de Tereré é mais um caso de clube que se confundiu com seu quase eterno mantenedor, e certamente há milhares de casos parecidos Brasil afora.
Jogos Históricos: Treze 4×4 Campinense
Em 1984, o tradicional clássico dos Maiorais, entre Campinense e Treze, válido pelo campeonato paraibano, foi atracão de um bingo no estádio Amigão.
A imprensa local afirma que nunca o estádio recebeu tanto público e como o ingresso foi a cartela não foi computado renda e pública.
Além disso, o classico foi marcado por um show de gols no maior clássico do futebol de Campina Grande na Paraíba.
O jogo:
Treze 4 x 4 Campinense
Campeonato Paraibano – 2º turno
Data: 23/set/1984
Estádio: Ernani Satyro – Amigão
Cidade: Campina Grande
Árbitro: José Marinho
Auxiliares: José Clizaldo e Erinaldo Olinto
Publico e renda: não divulgados
Gols: Santos (Cam) 2, 36 e 43/1ºT; 21/2ºT. Jangada (Tre) 3/2ºT, Almir (Tre) 23/2ºT e Odilon (Tre) 33/2ºT e aos 40/2ºT
Treze: Hélio Show, João Alfredo (Neinha), Aloisio, Dudé, Marcos Antônio, Edmar, Odilon, Edmo, Jangada, Almir e Aragão (Menon) Técnico: Sandoval Guedes
Campinense: Adilson, Santana (Luis Alberto), Marcos Silva, Dão, Marcos Antônio, Adauto, Galeguinho, Rinaldo, Carlão, Santos (Paulinho) e Rildo. Técnico: José Santos
f: cg em retalhos
Botafogo Futebol Clube – Município de Patos (PB): Deu origem ao E.C. de Patos
O Botafogo Futebol Clube (ou simplesmente, Botafogo de Inocêncio Oliveira), foi uma agremiação do Município de Patos (PB). O Alvinegro foi Fundado em 1946, por Inocêncio Oliveira, que seis anos depois foi um dos fundadores do Esporte Clube de Patos.
INVENCIBILIDADE QUE DUROU 6 ANOS
O mais curioso da história do futebol de Patos está relacionado ao fato de que nenhum dos times profissionais chegou a proporcionar tantas alegrias quanto o amador Botafogo de Inocêncio Oliveira. A equipe Alvinegra conseguiu permanecer invicto durante mais de seis anos, escrevendo uma das páginas mais bonitas da cidade sertaneja. Diferentemente de hoje, havia uma enorme dedicação, amor às cores da bandeira e insistente vontade de vencer.
INOCÊNCIO DE OLIVEIRA: O PATRONO
A chegada daquele que mais tarde seria considerado o patrono do nosso futebol, data de 1921. Inocêncio Oliveira, que nascera em Taperoá, no dia 26 de outubro de 1895, vinha tentar a sorte em solo das Espinharas, desenvolvendo a sua atividade profissional de pedreiro.
Contudo assumiu funções distintas: músico da Banda do professor Anésia Leão, fiscal da Prefeitura e, juntamente com Adauto Procópio, Pedro Alma, Antônio Macaco, Severino Grosso e Manoel Chibara, desenvolveu incursões em busca de minérios, o que lhe rendeu um considerável patrimônio.
Com relação ao seu ingresso no futebol, vale ressaltar que tudo teve início a partir de uma visita dos amigos Souto Maior e Zé Balbino, o convidando para uma reunião no sobradinho onde funcionou o Açougue Público, na Praça da Babilônia.
Lá chegando, encontrou ainda, Caetano Marinho, Adauto Santos, Severino Lustosa, Luiz Marinho, entre outros, que praticamente o impuseram a condição de presidente da equipe ora em formação. De pronto foi feita uma coleta de quase três contos de réis.
No dia seguinte Inocêncio mandou cercar o Campo do Estrela e transformou sua casa em hotel para os jogadores procedentes de outras cidades, onde os mesmos tinham café, almoço, janta e ceia, além de dinheiro para algumas farras.
Dada a experiência, captada a partir da época em que jogou futebol em sua terra natal, não aceitou de início disputar partidas com os seus principais rivais, a exemplo do Brasil e o Cica. Somente quando chegou a seleção desejada, composta de Zezé, Urái, Biu Porto, Totinha, Zé Bom, Adelson, Mané de Ferro, Josias, Araújo, Ruivo e Zuca, é que decidiu encarar os adversários, obtendo os melhores resultados.
TREZE E FERROVIÁRIO-CE FORAM BATIDOS
O primeiro grande jogo diante do Treze de Campina Grande foi o maior termômetro de que a façanha estava apenas por começar. Ao final o Botafogo havia vencido por 6 a 5. A Seleção de Coremas, uma das melhores equipes da região, também veio a Patos e acabou amargando uma derrota por 4 a 0.
Pediu revanche e após um bom período de preparação voltou para vingar-se e novamente foi derrotada, desta feita por 4 a 2. Irritado com a equipe perdedora, o seu técnico França rumou para Fortaleza prometendo que voltaria para acabar com a imbatível agremiação de Patos. Tempos depois ele enviou o Ferroviário do Ceará que havia conseguido um empate com o forte Fluminense do Rio. Aqui chegando foi derrotado por 3 a 2.
Durante a existência do Botafogo de seu Inocêncio, o povo de Patos viveu um permanente carnaval. No entanto, já abatido financeiramente e registrando problemas de saúde, o dirigente que não conheceu a derrota teve que se transferir para a Bahia.
Ao regressar fora convidado para outra reunião e desta feita uma decisão prévia já havia sido tomada: a transformação do Botafogo em Esporte Clube de Patos. Mesmo não concordando, ele ofereceu toda a documentação, a bandeira, os troféus e, inclusive, o recibo do pagamento mensal feito à Federação.
FONTE & FOTOS: Site Pato em Revista