Arquivo da categoria: Fotos Históricas

Entre 1937-41, foi Tricolor: Botafogo F.C. – João Pessoa (PB)

Botafogo Futebol Clube (Botafogo da Paraíba) é uma agremiação da cidade de João Pessoa (PB). A sua Sede está localizada na Rua Antonio Teotônio, nº 688, no bairro Cristo Redentor, em João Pessoa.

O Estado da Paraíba ainda respirava o ar da Revolução de 1930. A capital acabava de trocar de nome, já se chamava João Pessoa. Afetados ou não pelos trágicos acontecimentos políticos, um valoroso grupo de estudantes paraibanos tinha como passatempo predileto participar das peladas nas dezenas de terrenos baldios, ainda existentes, nos arredores de suas residências.

Foi exatamente em torno desse grupo de talentosos atletas adolescentes que foi amadurecendo a ideia de se fundar um novo clube. Assim, depois de uma “Assembleia” de muitos palpites, o “Belo” foi Fundado na segunda-feira, do dia 28 de Setembro de 1931, vários garotos, que nem imaginavam que estavam dando vida a um dos times mais tradicionais do estado da Paraíba.

Eles decidiram por este nome e montaram, então, a sua 1ª diretoria:

Presidente: Beraldo de Oliveira

Vice-Presidente: Manoel Feitosa (Nezinho)

1º Secretário: Livonete Pessoa

2º Secretário: José de Melo

Tesoureiro: Edson de Moura Machado

Orador: Enock Lins.

O palco do tão importante acontecimento foi uma modesta casa, a de nº 45, da rua Borges da Fonseca, hoje Av. D.Pedro II, bem próxima à esquina da Rua 13 de maio.

O nome “Botafogo”

Belo, traz em sua história uma grande curiosidade na escolha do nome. O jornalista André Resende escreveu um livro (ainda inédito) em que fala sobre o clássico Botauto. E, segundo suas pesquisas, registros históricos retirados de jornais da época mostram que o nome saiu em meio a um contexto de greve em João Pessoa, no início da década de 1930.

– Nos primeiros registros que se teve acesso, o nome do clube aparece escrito separado: Bota-Fogo, por conta de alguns funcionários do jornal A União, que participaram da fundação do clube. Eles estavam passando por uma greve na época. E queriam usar o time recém-fundado como forma de protesto.

Durante os três meses após a sua fundação, a equipe do Botafogo conseguiu bons resultados e foi, a partir daí, conquistando a simpatia dos pessoenses. O primeiro amistoso que o Botafogo realizou foi contra o Triunfo, tendo vencido por 1 x 0 em jogo realizado no Campo do América, onde hoje está instalada uma caixa d’àgua da Cagepa, na rua Diogo Velho.

Entre 1937 a 1941, o Belo virou Tricolor

Desde a sua fundação em 1931, o clube se manteve Alvinegro até abril de 1937 quando a LDP (Liga Desportiva Paraibana) exigiu que o Belo jogasse o Campeonato com outra camisa para não confundir com o Palmeiras, que já usava uma camisa listrada alvinegra, era mais antigo na LDP, e era o maior Campeão da Paraíba, naquela década, já rivalizando com o Botafogo.

Nessa época o Botafogo já tinha conquistado o seu primeiro título de Campeão Paraibano e já crescia além das possibilidades de Beraldo de Oliveira e de seus humildes amigos, fundadores do Clube.

O Botafogo, então, despertou o interesse do empresário Antonio Tourinho Paes Barreto que já tinha fundado, em 1930, o Santa Cruz de João Pessoa, que jogava com uniforme alvirrubro, mas a equipe não prosperou.

Tudo começou em junho de 1936 quando o Botafogo enfrentou o Palmeiras, um dos grandes campeões do Campeonato Paraibano, e empatava em 1 a 1, num clássico local, já com muita rivalidade. Nesse jogo o Palmeiras não aceitava que o Botafogo jogasse com camisas listradas alvinegras que já era o uniforme tradicional do Palmeiras.

Vice-presidente do Botafogo, Tourinho costurou de acordo com LDP e Palmeiras, e cumpriu a exigência dos Palmeirenses, fazendo o Botafogo jogar com uniforme branco. Isso indignado e revoltado de Beraldo que renunciar à autoridade do Clube.

Em 1937 Tourinho assume a Presidência do Botafogo e envia ofício à LDP comunicando que o Clube passaria a jogar no campeonato, com camisas tricolores. E trazia do comércio de Recife, aproveitando a exigência da LDP, duas camisas.

Uma camisa listrada em preto, branco e vermelho, em listras horizontais, que nem a do Santa Cruz de Recife. Outra metade em metade, metade branca, que combinado com short preto vermelho tornava o uniforme tricolor.

Beraldo, com desgosto, abandonou o Clube para nunca mais voltar. E linotipo da competição ao esporte A UNIÃO – onde disputar o Jornal do Esporte e o Clube União o Campeonato Paraibano disputar como o Campeonato Paraibano.

Por tudo isso, um cronista campinense de nome Humberto de Campos apelidava o Botafogo de Camaleão do Contorno. Segue foto com uma das formações do Botafogo com camisas corais.

Texto, desenho do escudo e uniformes: Sérgio Mello

FOTO: Acervo de Raimundo Nóbrega

FONTES: Site do clube – Federação Paraibana de Futebol – o livro “A História do Futebol Paraibano”, de  Walfredo Marques – livro “Memória do Botafogo Paraibano – Vols. 1 e 2”, de  Raimundo Nóbrega – Matheus Emmanuel

Sport Club Rio Branco – Petrópolis (RJ): escudo diferente, no amistoso diante do Flamengo, em 1937

O Sport Club Rio Branco foi uma agremiação da cidade de Petrópolis (RJ). O Alvinegro foi Fundado na quinta-feira, do dia 23 de Abril de 1925, na residência particular do distinto sportman Manoel José Gonçalves.

Sem especificar os cargos, a 1ª Diretoria foi constituída pelos seguintes membros: Manoel José Gonçalves, José Ansero Fecher, João Ernesto Schussler e Mario Ficher.

A sua elegante Sede está situada na Rua Montecaseros, s/n, no Centro de Petrópolis. Já a sua Praça de Esportes ficava no Bairro do Bingers. Além do futebol, o clube também contava com uma bem cuidada seção de ginástica.

Ainda em 1925, o Rio Branco se filiou a Associação Petropolitana de Sports (APS) e, logo, na sua primeira temporada, após 12 jogos, terminou com o vice-campeonato Petropolitano.

Em 1926, com apenas uma derrota e um empate, levantou a taça de campeão do Campeonato Petropolitano, tanto no Primeiro quanto no Segundos Quadros.

Em 1927, outra bela campanha, ao terminar o Campeonato Citadino na 3ª colocação, obtendo no “Torneio de Caridade” o título de campeão. Em 1928, se manteve entre os primeiros. Fechou o Campeonato Citadino e o “Torneio de Caridade“, ambos na 2ª colocação.

Em 1929, o Sport Club Rio Branco se ausentou do Campeonato Petropolitano, por motivos de ordem interna. Em 1932, foi vice-campeão do Torneio Início de Petrópolis.

Rio Branco foi goleado pelo rubro-negro carioca

Um amistoso estadual, entre o Sport Club Rio Branco, de Petrópolis e o Clube de Regatas Flamengo, foi realizado na tarde de domingo, às 16 horas, do dia 25 de abril de 1937, na região serrana do estado do Rio de Janeiro. A delegação partiu no dia do jogo, às 13 e 30 minutos.

No final, o rubro-negro goleou o Rio Branco pelo placar de 7 a 1. O destaque da partida foi Leônidas da Silva, o “Diamante Negro” autor de cinco gols. Jarbas marcou os outros dois gols do rubro-negro carioca.

No primeiro tempo, terminou três a um. Todos os tentos de Leônidas da Silva para o Flamengo, enquanto Ferreira fez o gol do Rio Branco. Na etapa final, Leônidas da Silva e Jarbas assinalaram dois tentos cada, dando números finais a peleja.

O presidente do Flamengo, Sr. Bastos Padilha (que dá nome hoje, do Estádio da Gávea), esteve presente na peleja. O árbitro da partida foi o Sr. Roberto Porto, que atuou com imparcialidade.

Rio Branco: Waldemar; Jaldino e Rodolpho; Miguel, Orlando (Zezinho) e Eduardo; Tampinha, Vital (Djalma), Leonel, Mano (Optal) e Ferreira.

Flamengo: Talladas; Natal e Cesar Machado (Barbosa); Caldeira (Luiz Orlando depois Mario Ramos), Engel e Barbosa; Sá, Luiz Orlando (Caldeira), Leônidas da Silva, Carlinhos e Jarbas.   

FONTES: A Noite (RJ) – Jornal dos Sports – Diário de Notícias (RJ)

América Pontagrossense F.C. – Ponta Grossa (PR): escudo e cores diferentes da década de 40

O América Pontagrossense Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Ponta Grossa (PR). A sua Sede e o Estádio Coronel Miró de Freitas, estão situados na Rua Cel. Miro Freitas, nº 290, no bairro de Nova Russia, em Ponta Grossa (PR).

Fundado na segunda-feira, do dia 27 de Junho de 1938, no bairro de Nova Rússia, por esportistas amigos que reunidos num movimentado jogo de truco, discutiam futebol. O clube teve ainda a ajuda do saudoso Senador Flávio Carvalho Guimarães.

Entre eles, observando à certa distância estavam João Fernandes de Castro e seu filho Walter Fernandes, que comentavam a respeito. Na mesma época alguns freqüentadores da barbearia do saudoso João Fernandes de Castro, onde só se falava de futebol, numa dessas surgiu a conjectura de criar um clube.

Da idéia surgiu a concretização final. Muitos nomes foram ventilados para a nova agremiação, entretanto, o apresentado por Walter Fernandes, que era ardoroso fã do America Football Club do Rio de Janeiro foi aprovado. Foram fundadores do querido clube de Ponta Grossa:

Orlando Henneberg, João Fernandes Castro, Walter Fernandes, Washington Fernandes, Eduardo Selski, Waldomiro Hart, José Zambriski, Arthur Starke, Paulo Raitz, Honório Vargas, Mário Ribas, Felinto Schifer, Ovídio Pontes e Osvaldo Jansen, que concretizaram a brilhante iniciativa da família Fernandes.

Estes em sua 1ª reunião deliberaram escolher o nome de Eduardo Selski como seu 1º presidente, por ter o mesmo longa experiência no futebol, com considerável bagagem no esporte bretão.

Final da década de 30

Somente quando o América ganhou personalidade jurídica, contendo os seus próprios estatutos é que assumiu a 1ª Diretoria composta pelos seguintes membros:

Presidente – João Fernandes de Castro;

Vice-presidente – João Pedro Maier;

1º Secretário – Ervino Schade;

2º Secretário – Lauro Fernandes;

Orador – Antônio Rossetto;

Conselho Fiscal – Otto Hart, Onofre Borazo, Alfredo Jansen;

Conselho de Futebol – Alfredo Henneberg, Valentin Schwab e João (Tamanduá) de Oliveira.

1º campo

Os primeiros treinos do América foram realizados no “Campo do Calipiá”, como era denominado, em virtude de ser circundado de eucaliptos, situado nas proximidades onde hoje está a Metalúrgica Schiffer.

A escolha do nome

Embora os treinos se sucedessem, a nova agremiação recém fundada não tinha um nome. Foi feito uma reunião para tal e na mesma, marcada para 12 de fevereiro de 1938, foi escolhido o nome do clube.

Muitas sugestões surgiram entre as quais: Madureira Esporte Clube, Brasa Verde Futebol Clube, e até mesmo à guisa de brincadeiras, Arranca Toco Esporte Clube, todavia, por idéia do jovem entusiasta Walter Fernandes, que indicou o nome de América Futebol Clube, nome este bem recebido entre os presentes.

Por unanimidade o nome foi escolhido e oficialmente aceito para a nova agremiação. Desde então, partiram os americanos para sua filiação junto à Liga Atlética Municipal (LAM), que na ocasião congregava onze equipes varzeanas.

Foto de 1949

Fusão deu origem ao América Pontagrossense Futebol Clube

No intuito de fortalecer a equipe para as disputas oficiais da Liga, os dirigentes do América Futebol Clube acharam de bom alvitre fazer uma fusão com a equipe da Pontagrossense Futebol Clube, no início da década de 40.

As duas forças unidas deram uma unidade maior na estrutura do clube, possibilitando um futuro de glórias. Em virtude da exigência da Liga, os clubes filiados a ela tiveram que providenciar seus estatutos e o América Pontagrossense Futebol Clube não poderia fugir à regra.

Em fase disso, a data de fundação da agremiação criada ficou sendo em 27 de junho de 1938, ficando ao mesmo tempo oficializada a sua 1ª diretoria, que ficou assim constituída:

Presidente – Paulo Roberto dos Santos;

Vice-presidente – Lucinei Festa Freitas.

O clube era rubro-anil

O que poucos sabem é que o América Pontagrossense Futebol Clube até o final da década de 40, tinha nas suas cores o vermelho e azul. Somente em meados dos anos 50, que o clube passou a adotar a “Jaqueta Encarnada“. De lá pra cá,  o “Diabo Rubro” segue com as suas cores inalteradas até os dias atuais.

Na cidade mais de trinta títulos

No Campeonato Citadino de Ponta Grossa, o  América Pontagrossense se sagrou campeão 26 vezes: 1961, 1963, 1966, 1967, 1968, 1969, 1974, 1976, 1979, 1984, 1985, 1986, 1987, 1988, 1990, 1991, 1992, 1993, 1997, 1998, 2000, 2004, 2007, 2012, 2015 e 2018. Enquanto pela Taça da Cidade de Ponta Grossa, o time foi campeão em sete oportunidades: 1963, 1965, 1967, 1968, 1993, 1994 e 1995.

Colaborou: Rodrigo S. Oliveira

FOTOS: Acervo de Lenilton Cardoso

FONTES: Google Maps – Página do clube no Facebook – Site do Clube – Livro “Futebol Pontagrossense – Recordes da História”, de José Cação Ribeiro Júnior – O Dia (PR) – Paraná Esportivo (PR)

Inédito!! Paysandu Foot-Ball Club – Rio de Janeiro (RJ): Fundado em 1915

O Paysandu Foot-Ball Club foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Fundado no domingo, do dia 30 de Maio de 1915, por um grupo de rapazes desportistas. A escolha do nome foi uma homenagem ao time homônimo campeão Carioca em 1912.

Após fundar o novo clube, foi definido a composição da 1ª Diretoria, constituída da seguinte forma:

Presidente – Dr. Henrique de Vasconcellos;

Vice-Presidente – Henrique Nunes Pereira;

1º Secretário – Adolpho Rodrigues;

2º Secretário – Luiz do Rego Pontes;

Tesoureiro – Luiz Bandeira de Mello;

Fiscal de Campo e Comitê – Fernando Carneiro.

A sua Sede provisória ficava na Ladeira do Leme, nº 27. Posteriormente se transferiu para Rua D. Polyxena, nº 66, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio (RJ). O seu Ground de treinos ficava na Rua Alpha (entre os números 5 e 6, no Cais do Porto), s/n, no bairro de Santo Cristo, na Zona Central do Rio. Já a sua Praça de Esportes estava situado no belo e bem tratado Velódromo, na Praia Vermelha, no bairro da Urca

O Paysandu disputou o Campeonato da Liga Sportiva Carioca (LSC), de 1918, que contou com a participação de oito equipes:

Foto de 1921

Aymoré Football Club (Sede: bairro das Laranjeiras/Catete, fundado em 03-07-1914, por funcionários da Western Telegraph);

Benjamin Constant Football Club (Sede: bairro da Glória);

Combinado Humaytá (Sede: bairro do Humaitá);

Sport Club Curupaity (Sede: bairro do Catete, fundado em 13-06-1914);

Sport Club Emulação (Sede: bairro do Flamengo-Catete);

Leme Athletico Club (Sede: bairro do Leme, fundado em 1905);

Pedro Ivo Football Club (Sede: Bairro de São Cristóvão).

A competição seria disputada com as equipes do 1º, 2º e 3º Quadros. No entanto, o Humaytá e o Aymoré foram a base da Liga, que infelizmente deixou de existir, devido a politicagem, acabou obrigando que os clubes a abandonarem, o que, no final, gerou a falência da mesma.

Time-base de 1915: Oscar; Castro e Waldemar; Manuel, Máximo e Curió; Seraphim, Octavio, Bahiano, Macau e Joaquim.

Time-base de 1918: Toledo; Alvim e Annibal; Macedo (Cap.), Drummond e Abaeté; Vallim, Rubens, Carlos, Menezes e Gastão. Reservas: Mattos, Level, Mauro e Sete.

FONTES: RSSSF Brasil – Gazeta de Notícias (RJ) – O Tico-Tico (RJ) – O Imparcial (RJ)

America Foot-Ball Club (rubro-negro) – João Pessoa (PB): Bicampeão Paraibano em 1923 e 1925

O America Foot-Ball Club (rubro-negro) foi uma agremiação da cidade de João Pessoa (PB). Na terça-feira, do dia 06 de Fevereiro de 1923, o jornal informou que um outro America Foot-Ball Club foi fundado, nas cores em vermelho e preto. O local onde ocorreu a reunião, foi na Sede da sociedade “União dos Retalhistas“.

A 1ª Diretoria da agremiação rubro-negra foi constituída da seguinte forma:

Presidente – Nelson Lustosa;

Vice-Presidente – Gilberto Leite;

1º Secretário – Milton Rodrigues de Carvalho;

2º Secretário – Orris Barbosa;

Tesoureiro – José Felix Cahino;

Vice-Tesoureiro – José Gomes;

Diretor de Esportes – José de Albuquerque;

Orador – José Rodrigues de Carvalho Júnior.

A sua Sede ficava localizado na Avenida General Osório, s/n. Em 1925, se transferiu para Rua Duque de Caxias, nº 413, ambos no Centro de João Pessoa.

O Campeonato Paraibano da 1ª Divisão de 1923, em tese, deveria ser organizado pela Liga Desportiva Parahybana (LDP, existiu entre 1919 a 1940). No entanto a entidade ficou sem promover um jogo por quase dois anos (1922 e 23).

Graças ao esforço do America e do Cabo Branco, a LDP foi reorganizada, em reunião realizada na sexta-feira, do dia 15 de Junho de 1923, na Sede do próprio America.

Vinte três dias depois, aconteceu o Torneio Início, no domingo, do dia 08 de Julho de 1923. A competição contou com a participação de seis equipes: America, Cabo Branco, Brazil, Palmeiras, Pytaguares e Sanhauá. Na final, o Palmeiras, após duas prorrogações, bateu o Cabo Branco por um escanteio a zero, se sagrando campeão

America conquista o título Estadual de 1923

Pelo Campeonato Paraibano da 1ª Divisão de 1923, o America estreou na sexta-feira, do dia 27 de Julho, com um empate em 1 a 1 com o Pytaguares. O gol americano foi assinalado por Togo, que mais adiante passou a ser o goleiro titular da equipe. Já pelo Pytaguares o tento foi marcado por Aurélio, grande revelação da competição.

Na grande final, America e Cabo Branco decidiram o título da temporada, no domingo, às 15 horas, do dia 11 de Novembro de 1923. A luta foi titânica pela rivalidade. O Cabo Branco, obrigava que o goleiro do americano Simeão Leal a praticar defesas difíceis.

No final do primeiro tempo, Simeão fez grande defesa, caindo sobre o mesmo. Nesse instante o atacante Brandão acabou acertando um chute no arqueiro. A partir daí, resultou numa séria confusão, com direito a troca de murros, invasão de campo e a intervenção da polícia para conter os mais exaltados.

A essa altura o Cabo Branco vencia por 1 a 0, porém pelos lamentáveis incidentes, o jogo foi interrompido pelo árbitro William Robson, com uma atuação ruim. 

Os jornais muito reclamavam o marasmo em que se encontrava a Liga e disto resultou numa reunião da entidade para uma solução. Após muito debate, a Liga Desportiva Parahybana decidiu jogar o tempo restante da partida.

O jogo foi realizado, no domingo, do dia 18 de Novembro de 1923, com os portões abertos, e assim, um grande público compareceu. No final, o America bateu o Cabo Br

O jogo foi realizado, no domingo, às 15h45min., do dia 18 de Novembro de 1923, com os portões abertos, e assim, um grande público compareceu. O time americano jogou desfalcado de Jair e Chaguinha, enquanto o Alviceleste não pode contar com Fritz e Brandãozinho.

O jogo recomeçou com o Cabo Branco vencendo por 1 a 0. O America começou melhor e chegou ao empate. No 1º tempo, Sylvestre cobrou escanteio. A bola chegou na medida para Pimenta que testou de forma inapelável, sem chances para o goleiro Mirocem.     

Na etapa final, apesar do Cabo Branco ter sido melhor e criando as principais chances, a partida terminou empatada em 1 a 1. Assim, o árbitro Arnaldo Costa e Silva, o ‘Poty’ (do Brazil F.B.C. e da Comissão de jogos da Liga Desportiva Parahybana), informou as duas equipes que a prorrogação seria de 20 minutos.

Na saída de bola, com menos de um minuto de jogos, os americanos partiram pra cima, e numa bela combinação Sylvestre acertou um forte chute, sem chances para Mirocem.

O jogo foi acirrado, com as duas equipes se revezando em criar chances de gols. No final, o America bateu o Cabo Branco pelo placar de 2 a 1, se sagrando o grande campeão do Estadual de 1923.

America: Simeão Leal; João Augusto e João de Albuquerque; Rabelo, Tonico e Togo; Sylvestre, Meireles Edgard, Pimenta e Queiroz.

Cabo Branco: Mirocem; Antonino e Solon; Ferreira, Vinagre e Everaldo; Amaral, Reis, Bahia e Trajano.

A torcida americana deixou o estádio aclamando os novos campeões, chegando mesmo a acompanhá-los até a Sede situado na Rua Duque de Caxias, nº 413, no Centro de João Pessoa, que esteve em festas, durante as primeiras horas da noite. 

Bicampeão Paraibano em 1925

Na estreia, no domingo, do dia 16 de Agosto, o America venceu o Pytaguares, por 1 a 0. O gol da vitória saiu aos 15 minutos do segundo tempo, após excelente passe de Chaguinha para Pitota colocar a bola no fundo das redes.

No final, o America faturou o bicampeonato paraibano (1923 e 1925). O jogador Togo Albuquerque, que antes era atacante, nessa temporada atuou como titular na meta americana. Além dessa curiosidade, Togo também chamou a atenção por atuar no gol utilizando óculos.

Era comum os torcedores atrás do gol fazendo gozações, mas o arqueiro permanecia concentrado no jogo. Porém, num certo jogo, Togo perdeu os óculos e por alguns instantes ficou sem saber o destino da pelota, que passou rente ao travessão.

Vale ressaltar que o goleiro Togo chegou a defender a meta da Seleção Paraibana de futebol, na Bahia, diante do selecionado local.    

Time base de 1923: Simeão Leal; João Augusto (Chaguinha) e João de Albuquerque; Jair (Freipa), Luiz (José Ramalho) e Osmânio (Rabelo); Sylvestre (Brandão), Meireles Edgard (Togo), Pimenta (Orris), Aluizio e Queiroz (Edgard de Holanda).

Time base de 1925: Togo (Simeão Leal); João Augusto (Chaguinha) e João de Albuquerque; Jair, Marinho e Neco (Estácio); Ernesto (Meireles Edgard), Birica (Sylvestre), Queiroz (Edgard de Holanda), Pimenta e Pitota.

FONTES: O Norte (PB) – O Jornal (PB) – livro “A História do Futebol Paraibano”, de Walfredo Marques