Arquivo da categoria: Bahia

FLUMINENSE DE FEIRA “O TOURO DO SERTÃO” DEU OLÉ NOS ANOS DE 1963 E 1969 NO FUTEBOL DA BAHIA.

O Fluminense de Feira de Santana, segunda maior cidade do Estado da Bahia, foi o primeiro clube do interior baiano a disputar o campeonato de futebol profissional no ano de 1954. Fundado em 01 de janeiro de 1941 como clube amador o “Touro do Sertão” assim como é chamado aqui na Bahia viveu as suas primeiras glorias no amadorismo local nos anos de 1947 e 1949 quando venceu o campeonato feirense de futebol amador.

No ano de 1954 o clube foi convidado para disputar o campeonato baiano de profissionais, sendo o primeiro clube fora da capital baiana a participar do torneio, logo na estréia um empate em 1 a 1 com o Vitória campeão de 1953 em plena Fonte Nova. No ano de 1956 o time surpreendeu logo na primeira partida vencendo o Bahia por 1 a 0 em plena Fonte Nova, depois de um bom inicio a equipe caiu de rendimento e terminou o turno na quarta colocação, já no segundo turno a equipe veio com a corda toda e venceu o returno o que levou a fazer a final com o Bahia numa melhor de quatro pontos a equipe perdeu o titulo para o tricolor da capital por 2 a 0, mais mostrou seus cacos e os chifres afiados, a boa equipe daquele ano era formada por Periperi, Eduardo e Valdir; Maneca, Bueiro e Amorim; Raimundinho, Valter Vieira, Elías, Fontoura e Gilberto.

Nos anos seguintes apesar de manter um time base as campanhas foram razoáveis no ano de 1963 a equipe preparou um time forte com bons jogadores do campeonato intermunicipal e alguns jogadores remanescentes do time de 56, a base era com: Mundinho; Misael, Zé Oto, Onça e Nico; Veraldo e Neves; Mario, Chinesinho, Renato e Macalé com um começo arrasador com seis vitórias nas primeiras 6 partidas a equipe levou o primeiro turno de forma invicta, o segundo turno a equipe teve uma queda de rendimento devido a uma excursão a Sergipe quando a equipe venceu as equipes do Sergipe por 3 a 2, o Cotinguiba por 5 a 0 e o Confiança por 4 a 1 o que atrapalhou a equipe mais como o campeonato só veio a ser decidido em 1964 quando o Fluminense enfrentou o Bahia, assim como na final de 56 a revanche desta vez teve um desfecho favorável ao Touro do Sertão, numa melhor de três após dois empates 0 a 0 em Salvador, 1 a 1 em Feira a equipe mostrou o seu valor e derrotou o Bahia em plena Fonte Nova por 2 a 1 com dois gols de Renato o herói da tarde com mais de 21.000 pagantes.

Foram 19 jogos com 10 vitórias, 05 empates e 04 derrotas, o ataque marcou 23 gols e a defesa sofreu 19, Renato com 8 gols foi o goleador da equipe.

Depois de campanhas regulares nos anos de 64, 65, 66 e 67 a equipe voltou a mostrar um bom futebol na temporada de 1968, quando trouxe do Flamengo alguns jogadores como Sapatão, Merrinho e Mario Braga a equipe chegou a final com o Galicia após um empate em 0 a 0 o time feirense ficou com o vice-campeonato. No ano seguinte com mais alguns reforços vindos do Flamengo e com Freitas no comando do ataque um verdadeiro timaço que encantou os baianos por onde se apresentava, o Estádio Jóia da Princesa sempre com casa cheia com medias de 9.000 pessoas por jogo a capacidade era de 10.000 nesta época: Ubirajara; Ubaldo, Sapatão, Mario Braga e Nico; Merrinho, Delorme e Robertinho; João Daniel, Freitas e Marco Chinês a equipe sobrou neste ano, só o ataque marcou 61 gols, foram 20 vitórias em 32 jogos e apenas 03 derrotas, o título veio de forma antecipada com uma vitória sobre o Vitória por 1 a 0 com gol de Freitas aos 27º do segundo tempo o Touro do Sertão levantou a taça de campeão baiano de 1969 o vice ficou com o Galicia no troco do tricolor da Princesa do Sertão, aquela tarde de 05/10/1969 entrou para a história do futebol baiano, pois além de ser a única equipe do interior a vencer a competição até então, fato somente quebrado pelo Colo-Colo de Ilhéus que foi a segunda equipe do interior a ser campeão e de quebra interrompeu uma seqüência da dupla Ba-Vi que vinha ganhando todos os campeonatos desde 1970, portando o Fluminense de Feira era a única equipe sem ser Bahia ou Vitória a ganhar o torneio principal do futebol da Bahia, do elenco Ubirajara, Sapatão, Merrinho, João Daniel e Mario Braga vieram do Flamengo, Freitas que fora revelado pelo rival da cidade o Bahia de Feira foi o artilheiro da equipe e da competição com 22 gols ao lado de Tanajura do Jequié.

Particularmente eu tive o prazer de conhecer Ubaldo lateral direito campeão em 69 que teve uma passagem pelo Flamengo, Bahia e Sport, onde inclusive marcou um dos gols mais rápido dos campeonatos brasileiros, Mundinho goleiro campeão em 63 e reserva em 69 e Merrinho que hoje é radicado na Bahia e treinador de várias equipes do nosso futebol local, além de Sapatão com quem tive o prazer de trabalhar fazendo peneiras para o Sport Camaçariense segundo eles aquele tive era muito técnico era difícil encarar o Touro Bravo do Sertão em qualquer local o time era afinado regido por João Daniel e Delorme no meio campo, na frente Freitas e Marco Chinês faziam tremer qualquer defesa o Ideal de Santo Amaro sofreu 12 gols em duas partidas em dois massacres 7 a 0 e 5 a 1, encarar o nosso time de maneira de igual para igual era suicida deu gosto jogar num time assim me disse Merrinho, já o finado Ubaldo falava-me da capacidade de reação do time principalmente contra a dupla Ba-Vi e as arbitragens tendenciosas que existiam aos extremos na época “não adiantava o homem de preto querer melar, jogávamos o fino da bola e muitas vezes a torcida de Bahia e Vitória nos aplaudiam ai não tinha como meter a mão.” “Tanto que depois do campeonato alguns jogadores do nosso time foram para o Bahia como João Daniel, Delorme e Mario Braga, eu fui para o Santa Cruz e vim para o Bahia em 1972.

Depois de 1969 o Flu de Feira voltou a chegar nas finais do Baianão nos anos de 1990 e 1991 quando terminou em segundo lugar perdendo respectivamente para Vitória em 90 num jogo conturbado que teve falta de energia no intervalo depois de uma forte chuva, o Vitória não voltou para o segundo tempo e mesmo assim ficou com a taça e em 91 perdeu o jogo final para o Bahia por 3 a 0.

O Fluminense de Feira é um patrimônio do futebol da Bahia, seus feitos neste texto mostram o quanto a sua tradição e grandeza não só do clube mais da cidade que é a segunda maior do estado que pode-se com organização força de vontade de termos novamente um Fluminense forte que volte a disputar títulos e empolgar a cidade “O Touro do Sertão” é a maior força da cidade e se a nova diretoria se modernizar e administrar o futebol como um negócio certamente a povo feirense poderá a viver os tempos de glórias no futebol baiano.

Fontes: Texto Galdino Silva
Pesquisas: Site do Fluminense de Feira
Site Granadeiros Azulinos

BOTAFOGO vs YPIRANGA A PRIMEIRA GRANDE RIVALIDADE DO FUTEBOL DA BAHIA.

Enganam-se muitos que pensam que o tradicional clássico BA-VI é o mais antigo do futebol da Bahia, afinal é um dos maiores do nosso futebol onde sempre temos casa cheia, jogos terminados em confusões, brigas entre jogadores e dirigentes onde até mesmo um desses jogos foi terminar numa delegacia de policia. Pois bem o BA-VI só passou a ter a rivalidade levada aos extremos no inicio dos anos 50 quando o Vitória voltou a se dedicar mais ao futebol e a ganhar títulos e a ser um ferrenho adversário do Bahia, clube fundado em 1931 e que passou a dominar o futebol baiano daí por diante, antes mesmo do Bahia ter o Vitória como maior rival o mesmo teve no Botafogo de Salvador e no Ypiranga seus maiores rivais até 1937 quando surge o Galicia passando a dividir com o tricolor a pose do nosso futebol, durante o final da década de 30 e inicio da de 40 o jogo entre Bahia e Galicia era comparado ao Fla-Flu no Rio de Janeiro. Porém no inicio do nosso futebol aqui trazido por Zuza Ferreira até meados de década de 10 não tínhamos lá grandes rivalidades esta se passou a se acirrar a partir do ano de 1917 quando Ypiranga o auri-negro o mais querido e o Botafogo o alvirrubro o glorioso, passaram a dominar o futebol em nosso estado com suas conquistas alternadas de 1917 a 1930 apenas duas agremiações fora Botafogo e Ypiranga venceram o campeonato baiano a Associação Atlética da Bahia e o Clube Bahiano de Tênis os outros títulos ou eram do Botafogo ou do Ypiranga.

A rivalidade que começou no Ground do Rio Vermelho logo se transferiu para o então inaugurado Campo da Graça que tinha uma capacidade para 7.000 pessoas entre arquibanca e geral e 100 para automóveis, isso mesmo no Campo da Graça tinha entradas para automóveis como nos drive-in. No inicio dos anos 20 a rivalidade tomava conta da cidade de Salvador quando se antecedia a partida entre os clubes mais populares o Ypiranga tinha em seu quadro o maior jogador da Bahia: Apolinário Santana o (Popó) ídolo no estado tinha até uma musica “Popó chuta chuta, chuta por favor, mela, mela, mela e lá vai é gol” (melar na época era driblar o adversário), com uma linha média formada por Mica, Nebulosa e Hercílio e uma linha de ataque formada por Lago, Popó, Dois Lados, Matices e Cabloco o Ypiranga assombrava com goleadas de quatro, cinco, seis e até mesmo de dez gols, em 1923 no dia 15 de abril em uma tarde de gala Popó marca os cinco gols do Ypiranga sobre o Fluminense/RJ no Campo da Graça em jogo vencido pelo auri-negro por 5 a 4.

Já no Botafogo que também tinha uma linha media espetacular como assim me contava Chico Bezerra, a quem eu tive o prazer de conhecer em 1987 quando trabalhava em um escritório de advocacia, ele que fora jogador do Vitória e depois do Botafogo, a linha formada por Serafim, Tenente e Chico Bezerra, tinha no ataque um arsenal vigoroso formado por Tatuí, Macedo, Manteiga, Seixas e Pelego, sendo Manteiga o seu astro principal ele também foi o grande nome na vitória sobre o Fluminense/RJ no dia 12 de abril de 1923 marcando os dois gols do alvi-rubro.

Com estes grandes quadros compostos de bons jogadores se tem a idéia do que era este jogo, campeão em 1917/1918, viu o sonho do tri se acabar em duas derrotas por 1 a 0 e 2 a 1 para o rival e nem chegar a final e ver o Botafogo levantar a taça, em 1920 volta a erguer a taça numa final memorável contra a Associação Atlética por 1 a 0 com um gol de Dois Lados, que após o jogo teve o pé que marcou o gol banhado por champagne, e com uma goleada de 4 a 1 sobre o rival. Em 1921 um Ypiranga arrasador vence facilmente o campeonato com onze vitórias nos onze jogos e claro bate o rival por 2 a 1 no dia 08/05/1921.

Na temporada seguinte o glorioso reacende a rivalidade ao impedir um novo tri do Ypiranga e vencer as duas partidas entre eles uma por 2 a 0 em 14/07/22 e uma goleada pra fechar com chave de ouro a campanha por 7 a 0 no dia da padroeira de Salvador Nsª Srª da Conceição dia 08/12/22 com esta goleada o auri-negro ficou apenas na quarta colocação, Manteiga e Seixas brindaram o torcedor e em especial Pedro Capenga que comandava a animação no lado da torcida alvirrubra. No ano seguinte mais alegrias para os botafoguenses com a conquista de um inédito bicampeonato em uma final extra contra a Associação Atlética da Bahia por 1 a 0 gol de Pelego nos confrontos houve uma vitória para cada Ypiranga 2 a 0 e uma do Botafogo 3 a 1.

Em 1924 a Associação Atlética da Bahia vence o campeonato, nos jogos entre os rivais mais uma vez uma vitória para cada Botafogo 2 a 0 e Ypiranga 3 a 0, porém neste ano houve um quadrangular final e ambos foram eliminados nas semifinais, já em 1925 tivemos a retomada da hegemonia da dupla com o Ypiranga campeão neste ano e duas vitórias esmagadoras por 3 a 0 e 5 a 1, no ano seguinte o Botafogo leva a melhor nos turnos uma vitória para cada 4 a 2 para o Botafogo e 1 a 0 Ypiranga que tirou o título neste jogo e levando a decisão para uma extra já em 1927 no dia 09 de janeiro festa alvirrubra com uma acachapante vitória por 7 a 2 neste jogo um jovem Rubinho comandou a goleada marcando três gols, mais tarde jogou também no Bahia. Em 1927 o campeão é o Clube Bahiano de Tênis mais nos clássicos só deu Ypiranga que venceu por 3 a 2 e 4 a 1.

Em 1928 e 1929 o Ypiranga vem com a corda toda pra ter posse da hegemonia da terra e com uma novidade na linha de frente Pelágio um atacante rápido, habilidoso que passou a ser o terror das defesas adversárias, no dia 19/08/28 um jogão com um empate em 5 a 5 segundo Chico Bezerra neste jogo ele se contundiu após um choque com Delano do Ypiranga e nunca mais voltou a jogar, no segundo turno o Ypiranga venceu por 7 a 4 e venceu o campeonato com outra goleada diante o Bahiano de Tênis por 7 a 3 neste ano o auri-negro marcou 47 gols e 10 jogos media fabulosa de 4,7 gols por jogo. No ano de 1929 os dois travaram uma disputa bem acirrada até a rodada final, no turno a Ypiranga venceu por 2 a 0 com gols de Pelágio, no segundo houve um empate em 4 a 4 o time canário somente se sagrou campeão por ter a Associação Atlética da Bahia segurado um empate contra o Botafogo em 4 a 4 na ultima rodada e deu ao Ypiranga mais um bicampeonato, fato que levou um diretor do mais querido a se dirigir para a Associação Atlética à noite e pagar uma rodada de gasosa de limão aos atletas a agremiação como agradecimento ao título Brás Moscoso que era famoso por ter dado a chance de muita gente começar no futebol no amadorismo, pois os atletas às vezes se atrasavam para o jogo por irem de bonde ou a pé e ele pegava jovens na arquibanca ou geral e botava o cara pra jogar mesmo fato feito com Rubinho, Gegê, Nelson e Serra.

No ano de 1930 o Botafogo mais uma vez estragou a tentativa de um tricampeonato do Ypiranga que apesar do ataque arrasador com 44 gols em 8 jogos não foram o suficiente para levar o time à conquista, nos jogos entre eles Botafogo 3 a 1 no turno e Ypiranga 3 a 0 no returno, neste ano o Ypiranga aplicou uma sonora goleada diante o Democrata FC por 16 a 0 com Pelágio marcando 6 vezes e Popó 4 vezes.

Em 1931 surge à nova e maior força do futebol da Bahia, o Esporte Clube Bahia e logo de inicio começa a demolir a hegemonia da dupla que elevava o nome do futebol na Bahia, o Ypiranga ainda venceu os campeonatos de 1932, 1939 e 1951, enquanto o Botafogo venceu o campeonato de 1935 e o primeiro de 1938 já que neste ano se realizou dois torneios o outro vencido pelo Bahia, em 1933 surge o Galicia que levou a taça em 1937 e 1941, 1942 e 1943 e passou a rivalizar com o Bahia no jogo mais quente do estado. Em 1932 o Ypiranga levantou a taça com Baiano na zaga que depois se transferiu para o Andaraí do Rio, Nova no gol, Popó e Lago ainda dando muito trabalho na frente e Pelágio que no ano seguinte se transferiu para o Bahia, nos jogos contra o Botafogo foram dois empates em 1 a 1 e 2 a 2, em 1935 o Botafogo levou a melhor venceu uma por 4 a 2 e perdeu a outra por 2 a 1, neste ano o Botafogo apresentou para o futebol baiano o atacante Henrique que era apelidado de Teleco mais não o que foi ídolo no Corinthians eles se pareciam segundo a crônica da época fato relatado por Jorge San Martin a minha pessoal em 2006.

Em 1938 o Botafogo vence o seu ultimo campeonato e em três confrontos com o rival todos empatados por 2 a 2 o primeiro e os dois últimos em 3 a 3 e com este empate no ultimo clássico o alvirrubro ergueu a sua ultima taça. Em 1939 o Ypiranga leva a taça para casa com uma novidade são três turnos, com um empate em 3 a 3 no terceiro turno e uma vitória por 3 a 2 no primeiro e 7 a 2 no segundo para o mais querido, o fato interessante é que apesar da rivalidade entre ambos na época o Ypiranga só levou o troféu porque na ultima rodada o Botafogo derrotou o Galicia por 3 a 2 resultado que deu o titulo ao clube da Vila Canária.

Em 1951 é a vez do ultimo titulo do Ypiranga, o primeiro campeão de um campeonato na Fonte Nova recém inaugurada, com um time que para muito que viram jogar foi um dos maiores quadros do futebol da Bahia: Ferrari; Pequeno e Valder; Walter, Zizo e Raimundo; Chaves, Antonio Mario, Novinha, Israel e Raimundinho era quase que imbatível só tenho registro de uma partida vencida pelo Ypiranga por 4 a 1 com gols de Antonio Mario (2) e Israel (2).

Em 1965 tivemos um dos últimos ou talvez o ultimo grande capitulo da historia do clássico quando houve a decisão do 1º turno que ficou conhecido como o super turno quando ao lado do Fluminense de Feira tivemos um triangular sensacional em ida e volta com o Ypiranga vencendo o jogo da ida por 2 a 1 e no final do returno o Botafogo venceu de forma magistral por 4 a 1 Nilson (2), Machado e Dario ©; Zé Oto marcou o gol do auri-negro com este resultado o Botafogo venceu o primeiro turno naquele ano.

Conheci muitas pessoas além de meu finado pai que me falavam deste jogo, gente como Chico Bezerra e Valder que jogaram partidas eletrizantes entre eles mesmo em épocas diferentes Chico jogou nos anos dourados do clássico e Valder em tempos que o clássico maior era Bahia e Galicia ou Bahia e Ypiranga, mais me falava que quando o jogo era contra o Botafogo a chama da rivalidade se ascendia como em 1950 numa goleada de 6 a 1 do Ypiranga com Antonio Mario só faltando chover no Campo da Graça com dois golaços e passes e jogadas de categoria, já em 1956 foi à vez de Zague levar Valder e seus companheiros a loucura na vitória de 4 a 1 do alvirrubro diante o rival mais no segundo turno houve o troco com vitória auri-negra por 4 a 2 com Vadu marcando dois e Antonio Mario e Amor completando o massacre, são histórias fantásticas relatadas por gente que este mais que lá, esteve dentro do gramado correndo, suando, brigando tentado levar o seu clube a vitória em um jogo que mexia com os nervos da população nos primórdio do nosso futebol.

Em 1976 eu tive o prazer de acompanhar pela primeira vez um clássico entre Ypiranga e Botafogo numa preliminar de Bahia e Galicia, ao ver a entrada dos clubes em campo o Botafogo com suas camisas vermelhas, calções brancos e meias vermelhas e o Ypiranga com suas camisas amarelas com listras finas negras, calções amarelos e meias amarelas e negras fiquei a imaginar como não seriam no passado glorioso aquelas duas equipes jogando no Campo da Graça lotado, deveria se muita emoção.

No dia 03 de Junho de 1987 foi realizado o ultimo embate entre os dois rivais pelo segundo turno do campeonato baiano de 1987 na Fonte Nova numa rodada dupla que teve na preliminar o Galicia perdendo para o Fluminense de Feira por 1 a 0, naquela tarde de chuva na Fonte Nova estive presente como passei a fazer desde de 1976 para ver aquele jogo que me atraia pelos padrões dos times, aquele foi o ultimo confronto entre ambos um empate em 1 a 1 com Carlinhos Mocotó marcando para o Botafogo e Rubem para o Ypiranga e para a minha tristeza de ser o ultimo o Botafogo jogou de branco e o Ypiranga todo de amarelo.

Texto: Galdino Silva
Fontes: RSSSF Brasil
Blog granadeiros azulinos
Jornal A Tarde

DEPOIMENTOS SOBRE A PRIMEIRA GRANDE CONQUISTA DO BAHIA! A TAÇA BRASIL DE 1959.

Comentários após a vitória tricolor no primeiro jogo na Vila Belmiro por 3 a 2.

Poucos adversários do Santos em toda sua vida esportiva foram iguais ao Bahia hoje na Vila Belmiro, pela sua técnica, pela sua fibra e a vontade férrea de vencer. Impressionou-me favoravelmente a exibição magnífica dos comandados por Geninho, com um padrão de jogo clássico 4-2-4, recuando os ponteiros Marito e Biriba. Surpreendeu-me seu futebol de meia-cancha, com seus atletas procurando colocar a bola de pé para pé, sem desperdícios de energias, mesmo com o gramado molhado, jogando simples e sem firulas, o Santos valorizou muita a vitórias dos baianos, com Bombeiro sendo para mim o melhor do jogo, pois marcou bem a Jair da Rosa e ainda saiu para o jogo passando a bola para um dos gols do Bahia.

(Leônidas da Silva – Na época comentarista da Radio Pan Americana).

O Santos jogou bem, o Bahia melhor ainda, marcou bem e venceu de pouco poderia ter sido mais.

(Mario Moraes – Radio bandeirantes)

Não tive chances no jogo, fui bem marcado por Vicente que não abusou das faltas, mais podem estar certos que na Bahia terei melhor sorte e venceremos o jogo.

(Pelé- o atleta do século)

O futebol nordestino evoluiu muito, não deve nada ao praticado no Rio e São Paulo, o Bahia tem um time leve, sua defesa é dura mais joga na bola e seus atacantes verdadeiras adagas traiçoeiras.

(Lula – técnico do Santos)

O Bahia hoje mereceu nos vencer sem duvidas, Bombeiro como diz o nome apagou minha armação e Mario e Biriba são verdadeiros heróis.

(Jair da Rosa – meia do Santos)

BAHIA sensacional na Vila, 3 x 2 – Santos em casa não faz milagre.

(Jornal A Tarde de Salvador)

Comentários sobre a vitória do Santos por 2 a 0 no segundo jogo em Salvador.

Hoje tivemos melhor sorte, ou melhor mais que sorte pois o Bahia depois de colocar os nervos no lugar teve duas chances de marcar no final do primeiro tempo, mais Pelé resolveu o jogo a nosso favor.

(Dorval – meia do Santos)

Nem tudo está perdido, a Bahia acredita no Bahia!

(Jornal A Tarde de Salvador)

O Santos mostrou por que é um time temido, saiu com tudo para cima de nós, tivemos sorte nos primeiros minutos, tive de fazer duas defesas difíceis, mais Coutinho e Pelé desequilibraram a nossa defesa.

(Nadinho – goleiro do Bahia)

Pelé foi fenomenal a nosso favor na noite de hoje, fez jus ao ingresso pago pelo torcedor, passes, fintas, jogadas deslumbrantes e gols, um craque perfeito, e sobretudo um atleta que joga com amor a camisa, disciplinado e com vontade de vencer, maior que ele nesta noite só mesmo o calor de Salvador.

(Lula – técnico do Santos)

Teremos o terceiro jogo, ah esse terceiro jogo, a história será diferente com as graças do Senhor do Bonfim.

(Bacamarte – zagueiro reserva do Bahia)

Comentários sobre o jogo decisivo Bahia 3 x 1 Santos, no Maracanã.

O Santos não foi um digno oponente e caiu! Bahia 3 a 1.

(Diário de Noticias)

Não foi a Taça Brasil que descobriu a Bahia, há 460 anos Pedro Álvares Cabral fazia isso e o nosso confrade pero Vaz de Caminha foi o autor do feito furo de 22 de abril de 1500, todos os mestres na arte de calcular o futebol podem rasgar seus apontamentos, pois o primeiro campeão do Brasil é o Esporte Clube Bahia e não será sem motivos pois venceu a melhor equipe do país e um das melhores do mundo.

(Ricardo Serran – O Globo/RJ)

Bahia, primeiro campeão do Brasil de todos os tempos, um titulo único e inédito de uma importância sem igual. Uma odisséia fantástica do Esporte Clube Bahia, quase desacreditado depois da derrota em Salvador, vitorioso e inconstante no Rio de Janeiro, no templo do futebol o Maracanã, contra o maior time do mundo.

(Ricardo Serran – O Globo/RJ)

Faltavam poucos minutos e eu já estava em pé nervoso no banco esperando apito final, os cariocas torceram para nós, faziam a festa o Santos apenas observava o nosso time tocar a bola.

(Bacamarte – zagueiro reserva do Bahia)

A essa altura dos acontecimentos, não há mais duvidas, o que mais ninguém pode negar, é a força técnica do Bahia. É um quadro que joga pra frente mais sabe se portar na defesa, objetivo sabe a hora certa de ferir o seu adversário na hora certa do golpe. O Bahia é uma força positiva soube dar brilho ao futebol do norte e com orgulho para o resto da vida “O titulo de primeiro campeão do Brasil”

(Luiz Bayer – Jornal dos Sports)

Salvador hoje completa 411 anos de fundação e o melhor presente foi a grande conquista do Esporte Clube Bahia.

(Heitor Dias – Prefeito de Salvador em 1960)

Tivemos de lutar muito, estivemos sempre, em todas as batalhas com o coração na mão, mais tudo deu certo e conquistamos o maior título do Brasil.

(Geninho – Técnico do Bahia e ex-praçinha da FAB na segunda guerra)

Um dos momentos mais inesqueciveis da historia do futebol brasileiro, foi arrepiante.

(Vicente Arenari – zagueiro do Bahia)

BAHIA, CAMPEÃO DO BRASIL

(Jornal A Tarde de Salvador)

Jogamos um futebol vigoroso, vistoso, pratico e bem definido taticamente, o adversário jogou bem, mais soubemos ter calma para sair de um placar adverso e com o apoio da massa a nosso favor aos poucos fomos dominando o jogo e os gols saíram em momentos certos da partida.

(Léo Briglia – meia do Bahia)

Jogamos contra o Vasco e contra o Santos seis partidas e vencemos quatro delas, são as duas maiores equipes do país, com jogadores campeões mundiais pela seleção, muita gente não acreditava mais o nosso time também não deve nada aos deles.

(Marito – atacante do Bahia)

Não colocamos somente a Bahia no mapa do futebol do Brasil, colocamos o nordeste.

(Biriba – atacante do Bahia)

Fontes: Esporte Clube da Felicidade 70 anos do EC Bahia de Nestor Mendes Junior.

Esporte Clube Bahia, uma história de lutas e glórias de Normando Reis e Carlos Casaes.

ELES DANÇARAM TANGO NO FUTEBOL DA BAHIA

Alguns jogadores argentinos passaram pelo nosso futebol e brilharam com jogadas, gols e títulos e aqui na Bahia não foi diferente hermanos que até hoje são lembrados pelos feitos memoráveis na terra do axé.

Tarrios médio nascido também na Espanha e naturalizado argentino foi um dos primeiros portenhos a desembarcar na Bahia primeiro para defender o Galicia de 1936 a 1938, quando se transferiu para o Bahia, famoso por só querer jogar grandes clássicos, marcou época no Galicia nos jogos contra o Bahia que tinha Kuko seu compatriota, suas apostas antes dos jogos causavam verdadeiros frenesis nas torcidas dos dois clubes, no dia 10 de outubro de 1937 segundo Carapicu na vitória do Galicia diante o Bahia por 2 a 0, Tarrios fez uma atuação de gala no Campo da Graça e saiu aplaudido de pé por todos no estádio, em 1939 ele voltou a Argentina e no inicio dos anos 40 voltou para defender o Bahia mais já sem o mesmo brilho.

De Vinche (A muralha) outro argentino que jogou no Galicia, nascido na Espanha mais naturalizado argentino, foi um dos maiores goleiros que já passaram pela Bahia, era quase que impossível transpor a meta galega devido a sua plástica e elasticidade, em um clássico contra o Bahia defendeu dois pênaltis cobrados por Pedro Amorim, jogou pelo clube de 1937 a 1939 quando voltou a Argentina para a tristeza da torcida do Galicia.

Bermudes, meia argentino clássico, segundo Carapicu companheiro de conquistas e tio de um grande amigo, ele não jogava bailava pelo Campo da Graça com estilo, passes perfeitos, estilistas na arte de fazer belos gols, fazia sucesso com as moças e gostava muito da noite e de um bom vinho e charutos importados, muitas vezes fazia corpo mole para não jogar, mais quando vestia a camisa azul do Galicia se transformava ele foi um dos grandes nomes da conquista do título de 1937.

Kuko primeiro argentino a jogar no Bahia, chegou do Vasco em 1938 já em final de carreira mais com raça e um vigor físico fora do comum foi apenas uma temporada muitos gols e algumas confusões com seus compatriotas Tarrios e Gorriz que atuavam no Galicia, famoso por fazer gols no clássico contra o Vitória Kuko marcou 14 gols com a camisa do Bahia em 21 jogos, foi o suficiente para abrir a porta do tricolor para novos jogadores argentinos.

Mario Giuseppe Avalle, ítalo-argentino era um médio esquerdo que encantou por dois anos no futebol da Bahia, ao lado de Hector Papetti e Dante Bianchi formaram a maior linha média da história do Bahia, Papetti ainda jogou pelo Botafogo/RJ, depois voltou em 1943, de 1940 a 1942 eles deram um toque de tango ao nosso futebol, Bianchi jogou até 1949 no clube e Avalle até 1946 quando num jogo amistoso contra o Flamengo leva uma cotovelada nos rins e veio a falecer sete meses depois.

José Francisco Sanfilippo, El Nene nascido em Buenos Aires em 04/05/1935 chegou ao Bahia vindo do Bangu em 1968, jogou até 1971 ele que já havia demonstrado suas habilidades e qualidades de artilheiro em 1960 quando o San Lorenzo eliminou o Bahia da Taça Libertadores, marcando três gols em dois jogos, veio pagar sua divida com a torcida tricolor com muitos gols foram 42 e dois títulos em 1970 quando marcou três na goleada de 6 a 0 sobre o Itabuna e em 1971. Sanfilippo para muitos foi um dos maiores jogadores que vestiu a camisa do Bahia, meu falecido pai Antonio Galdino exaltava sempre as suas qualidades, categoria e raça que atuava sangue, suor e irreverência fizeram ele cair rapidinho nas graças da torcida tricolor.

Carlos Adolfo Buttice, nascido em Buenos Aires em 17/12/1943, chegou ao Bahia em 1972 procedente do América/RJ, com passagens por Huracan, San Lorenzo, espalhafatoso mas espetacular, mantinha a tradição da escola Argentina de bons goleiros, não perdia uma bola alta, suas saídas de gol eram espetaculares, muitas vezes bailava dentro de campo driblando os atacantes adversários, em 1974 transferiu-se para o Corinthians mais ficou marcado para sempre com um dos grandes goleiros da história do clube.

Rodolfo Fischer, nascido em 02/04/1944 em Oberá Argentina, veio do Botafogo/RJ para o Vitória em 1976, alto e veloz, suas cabeçadas eram mortais foi apenas uma temporada de 76/77 mais foi o suficiente para marcar seu nome no coração da galera rubro-negra de Salvador, era o terror verdadeiro dos zagueiros nas bolas altas que o diga o zagueiro Sapatão do Bahia que disse que tinha pesadelos nas vespéras de enfratar o tanque argentino.

Edgardo Norberto Andrada, nascido em 21/01/1939 na Argentina ficou notabilizado por ter tomado o milésimo gol de Pelé em 1969 quando defendia o Vasco, em 1976 chega ao Vitória com fama, ágil e elástico logo caiu no gosto da torcida, o único problema dele foi o mesmo de Fischer não ter conseguido dar um título ao clube que já estava na fila fazia quatro anos, em 1976 o Vitória teve o título nas mãos e deixou escapar para o Bahia nos jogos finais de segundo turno quando vencia o jogo por 1 a 0, o empate dava o título e o time depois de perder um pênalti permitiu a virada do tricolor e nos jogos finais perdeu o caneco, mais nem por isso Andrada é esquecido pelo torcida do Vitória.

Fontes: Arquivos do Futebol da Bahia, Granazeiros Azulinos, Esporte Clube da Felicidade 70 anos do E.C. Bahia de Nestor Mendes Jr.

Texto: Galdino Silva

CAMPEONATO INTERMUNICIPAL DA BAHIA ! O MAIOR CAMPEONATO DE FUTEBOL AMADOR DO MUNDO

Disputado desde os meados da década de 40 e apartir de 1975 a Federação Baiana de Futebol resolveu transformar o antigo campeonato das cidades do interior, em uma competição patrocinada e organizada por ela e com um incentivo de revelar novos valores para o nosso futebol. Assim com um maior numero de cidades com suas ligas se filiando a federação, e passando a ter a cada ano um campeonato de nível muito bom e revelando jogadores para nossos clubes e clubes de todo o Brasil, é a maior competição de futebol amador do mundo com 64 municípios participando. Atletas como Jorge Campos atacante revelado por Ipíau em 1972 ainda nos moldes antigos da competição veio defender o Bahia, depois o Atlético/MG, Vitória/BA, Ponte Preta e Sport, Washington atacante revelado na cidade de Valença no torneio de 1979, veio para o Galicia e explodiu no Atlético/PR e depois no Fluminense/RJ, Bobô revelado em 1981 por Senhor do Bonfim e Charles atacante do Bahia revelado ainda com 16 anos na cidade de Itapetinga, Sandro campeão brasileiro pelo Bahia, Aldair campeão do mundo pela seleção jogou por Ilhéus daí seguiu para o Flamengo, Toninho ex-lateral direito do Flamengo, Fluminense e Seleção Brasileira, Liedson hoje no Sporting de Portugal estes os nomes mais conhecidos, todos os anos os clubes do interior se abastecem para a próxima temporada com jogadores que se destacam, Bahia e Vitória também mantém seus olheiros nas cidades observando, visando revelar um maior números de atletas a FBF resolveu desde 2004 promover a competição na categoria Sub-17 e já tivemos bons valores revelados nestes três anos de disputa como Deon hoje nos juniores do Bahia mais já profissionalizado e Souza artilheiro do campeonato baiano deste ano pelo Fluminense de Feira e Rafael do Vitória da Conquista hoje no Vitória.

Em 1946 o futebol já era uma febre por todo o Brasil e na Bahia não era diferente, mais o campeonato baiano era somente disputado por equipes da Capital, sendo assim as cidades do sul da Bahia, Ilhéus e Itabuna resolveram criar uma competição entre elas, no ano seguinte Santo Amaro e Cachoeira aderiram ao torneio e assim Feira de Santana, Ipiáu e Jequié também as disputadas eram acirradas pelas rivalidades locais na década de 50 na cidade de São Felix vizinha a Cachoeira às margens do Rio Paraguaçu o clima esquentou por que o melhor time da cidade o Ferroviário não cedeu seus jogadores a seleção de Cachoeira e tão pouco a da própria cidade pois seu time liderados por Romualdo um craque que tive o prazer de conhecer pessoalmente e me contará das grandes vitórias do Ferroviário sobre o Ypiranga por 4 a 1, Vitória por 3 a 1, Bahia por 4 a 3 e Botafogo/Ba por 3 a 1 em 1956, os diretores apesar de amadores queriam que o Ferroviário representasse a cidade ou com duas equipes, o time era tão bom segundo Romualdo que o time aspirante do Vasco apelou para empatar em 2 a 2 num amistoso em 1955 com Vavá o peito de aço no time, devido a esta bagunça não houve a realização do campeonato em 1956, de 1958 ate 1965 só deu a seleção da cidade de Itabuna conquistando o inédito octacampeonato, no fina lda década de 60 e inicio da década de 70 Cachoeira levou quatro taças para sua casa, neste período foram revelados para o futebol baiano Iberê goleiro que defendeu o Vitória e Leônico, Gajé e Zé Reis campeões por Itabuna em 1964/1965 deram ao Leônico o campeonato baiano de 1966, em 69 a campeã Jequié revelou Dilermando e Tanajura este foi artilheiro do baianão de 1970 pela ADJ da cidade de Jequié, em 72 Ipiáu revelou Jorge Campos, mais a coisa começou a deslanchar mesmo foi quando a FBF resolveu investir, e as radio ate da capital passaram a transmitirem os jogos quando não há jogos dos principais clubes do estado, é uma festa completa por todo interior da Bahia este ano a competição se inicia no dia 27/07 e vai até o dia 21/12. o Sub-17 já estamos nas finais entre São Francisco do Conde e Senhor do Bonfim curiosamente as cidades da dupla do Bahia campeão em 1988, Osmar de São Francisco do Conde e Bobô de Senhor do Bonfim, na primeira partida deu São Francisco 2 a 0, a segunda partida é domingo em Senhor do Bonfim.

LISTA DOS CAMPEÕES

1946 – Ilhéus
1947 – Santo Amaro
1948 a 1955 – não houve
1956 – Não houve por causa do Ferroviário de São Felix
1957 – Santo Amaro
1958 a 1965 – Itabuna
1966 – Ilhéus
1967 a 1968 – Cachoeira
1969 – Jequié
1970 a 1971 – Cachoeira
1972 – Ipiáu
1973 – Feira de Santana
1974 – Mudanças a FBF resolveu organizar a competição
1975 – Cachoeira
1976 – Feira de Santana
1977 – Ipiáu
1978- Feira de Santana
1979 – Vitória da Conquista
1980 – Ilhéus
1981 – Ibicarai
1982 –Serrinha
1983 – Jequié
1984 – Vitória da Conquista
1985 – Paulo Afonso
1986 – Ilhéus
1987 – Itajuipe
1988 – Serrinha
1989 – São Sebastião do Passe
1990 – Maracás
1991 a 1992 – Santo Amaro
1993 – Cachoeira
1994 – Alagoinhas
1995 a 1996 – Itapetinga
1997 – Vera Cruz
1998 – Ipiáu
1999 – Cachoeira
2000 – Madre de Deus
2001 – Coaraci
2002 – Itamaraju
2003 – São Felix
2004 – Itamaraju
2005 a 2007 – Conceição do Coité

PRINCIPAIS REVELAÇÕES

Tanajura/Jequié – clubes: Vitória/BA e Adj Jequié

Toninho Baiano/Itaparica clubes: São Cristóvão/BA, Galicia, Fluminense e Flamengo

Gajé e Zé Reis/Itabuna clubes: Leônico, Bahia, Galicia, Botafogo/PB

Mérica/Santo Amaro clubes: Flamengo, Bahia, América/RJ, Sport

Jorge Campos/Ipiáu clubes: Bahia, Atlético/MG, Vitória, Ponte Preta, Sport

Bobô/Senhor do Bonfim clubes: Catuense, Bahia, São Paulo, Flamengo, Fluminense

Sandro/Valente clubes: Catuense, Bahia, São Caetano

Charles/Itapetinga clubes: Bahia, Flamengo, Málaga/Esp, Boca Juniors

Tarantini/Itarantim clubes: Serrano, Fluminense/Ba, Bahia

Liedson/Valença clubes: Poções, Coritiba, Flamengo, Corinthians e Sporting/Por

Washington/Valença clubes: Galicia, Corinthians, Inter/RS, Atlético/PR e Fluminense/RJ

Aldair/Ilhéus clubes: Flamengo, Benfica, Roma

Dão/Sento Sé clubes: Jacuipense, Vitória, Avai

Fontes: Texto Galdino Silva
Federação Baiana de Futebol

I Campeonato Baiano de Futebol Feminino de 1982

Por: Galdino Silva

Em 1982, tivemos aqui na Bahia a realização de um campeonato de futebol feminino, não organizado pela federação baiana de futebol, que também abraçou a causa e forneceu os estádios, as arbitragens e hospedagens, este evento foi idealizado pela família Santarém que tinha um time de futebol feminino o Vasco da Gama, a TV Itapoan que na época era afiliada do SBT e Sudesb.

O campeonato teve a participação de oito equipes de Salvador e do interior do estado:

CLUBE BAHIANO DE TENIS DE SALVADOR;

ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA DA BAHIA DE SALVADOR;

CATUENSE DE ALAGOINHAS;

FLAMENGO DE FEIRA DE SANTANA;

CLUBE CAJUEIRO DE FEIRA DE SANTANA;

TEODORO SAMPAIO DA CIDADE DE TEODORO SAMPAIO;

CLUBE ITAPAGIPE DE SALVADOR;

VASCO DA GAMA DE SALVADOR.

Com dois turnos com todos jogando entre si, no primeiro turno tivemos os jogos de ida com o Clube Bahiano de Tênis sendo o campeão, no segundo com jogos com mando invertido tivemos o Flamengo de Feira o campeão.

As finais foram realizadas no Estádio Alberto Oliveira em Feira de Santana, o popular ‘Joia da Princesa’ e tivemos um empate em 1 a 1, no segundo jogo na Fonte Nova numa noite de luar, mesmo com a transmissão da TV Itapoan.

O jogo teve portões abertos e mais de dez mil pessoas foram ver aquela final. Tivemos um bom nível técnico nesta competição, claro que tivemos goleadas assombrosas de 15 a 1 e 12 a 3, mais fora uma grata surpresa já que a praticamente há 26 anos o futebol feminino era totalmente desconhecido.

O Clube Bahiano de Tênis tinha a craque do campeonato e do futebol feminino na época: Maria Helena, que era comparada ao Dr. Sócrates por se alta, magra e usar bastante o toque de calcanhar.

No Flamengo de Feira tinha a Sissi ela mesma jovem na época ela veio se tornar depois uma das nossas melhores jogadoras e defendendo o Brasil em mundiais e jogos olímpicos, na Catuense tínhamos a Flor de Liz que ficou na vice artilharia da competição e depois foi jogar no futebol feminino de São Paulo, a artilheira e mais bela jogadora do campeonato foi a Tânia do Clube Bahiano de Tênis, ela que decidiu o campeonato marcando o gol do título, aliás o extinto Clube Bahiano de Tênis da Bahia, que tinha no seu quadro de sócios Antonio Carlos Magalhães.

Havia vencido nos primórdios do futebol o campeonato baiano de futebol em 1927 e da sua fusão com a Associação Atlética da Bahia nasceu o Esporte Clube Bahia em 1931 e neste campeonato tive a participação dos dois clubes e a volta daquela rivalidade, como na noite da semifinal do primeiro turno na Fonte Nova quando o Bahiano de Tênis venceu por 4 a 2.

Bons tempos aquele pena que a ideia não vingou e nos dias de hoje apesar das conquistas do futebol feminino brasileiro os pensamentos ainda estão longe ou ainda sofrem barreiras, aqui na Bahia a Federação tem um campeonato curto mais tem, já disputado a cinco temporadas com o São Francisco do Conde sendo o campeão todo o ano, este ano o time ficou em 3º lugar na Copa do Brasil de Futebol Feminino organizada pela CBF.

Só lamento não ter mais os dados deste campeonato o que esta escrito acima é o que tenho na lembrança em nossas noites de sábados era ir a Fonte Nova ver Maria Helena Nova, Flor de Liz, Sissi e Tânia encantarem os nosso olhos com um bom futebol.

DEU PIOLHO NA JUBA DO LEÃO NA FINAL DO CAMPEONATO BAIANO DE 1974

No dia 18 de Dezembro de 1974 no Estádio da Fonte Nova, quase 60.000 pagantes foram prestigiar mais um Ba-Vi decisivo, de um lado o Bahia que lutava pelo bicampeonato e do outro o Vitória tentando retomar á hegemônia do futebol da Bahia, além de ter um time mais forte tecnicamente que vinha de uma excelente participação no campeonato brasileiro quando ficou na oitava colocação e ter uma linha de ataque que fazia qualquer defesa tremer de medo, com Osni, André Catimba e Mario Sérgio, no meio campo Denilson, Gibira e Washington davam o toque refinado nas jogadas concluidas pelo trio de ataque, na defesa o rubro-negro da boa terra, tinha no gol Joel Mendes, Vavá e Valter na zaga não afinavam diante dos atacantes rivais e Jorge Valença na lateral esquerda jogava duro e ainda subia ao ataque, do lado tricolor Zé Luis era um arqueiro de que quando estava no dia não passava nada nem vento, e que foi o caso neste dia 18 de dezembro de 1974, a defesa tinha Sapatão e Altivo e o polivalente e xodó da torcida Baiaco davam tranquilidade, no meio Fito e Douglas jogavam e armavam o ataque que era um dos grandes problemas do Bahia naquela ano, formado por Thirson Chiquitita, Piolho e Marquinhos que se revezava com Jorge Campos e um jovem e promissor talento o jogador Alberto Leguelé que defendeu o Seleção Brasileira no Pré-Olimpico de 1976 e jogou no Flamengo, o Bahia entrou em campo naquela tarde sabendo que o jogo seria dificil e que o Vitória era o favorito mais como em classíco não reza esta cartilha de favoritismo o jogo começa quente, logo aos 2 minutos numa arrancada de Jorge Valença o Vitória, quase abre o placar com André cabeçeando para defesa espetacular de Zé Luis, Sapatão zagueiro tricolor cai no campo e é atendido, na cobrança de escanteio a bola sobra para Gibira que mando para a meta e Zé Luis novamente espalma para escanteio, a pressão é grande a torcida do Vitória grita o nome do time, são 5 minutos, Gibira vai para a cobrança do corner, a zaga tira e a bola sobra para Fito que se livra de Washington e lança Thirson que parte para cima de Jorge Valença que fica atortoado com os dribles, Denilson chega para ajudar e é driblado também, Valter sai no desespero Thirson já está na grande aréa e dribla o zagueiro, Vavá sai ao seu encontro e Joel Mendes fecha o ângulo, mais Thirson rola para Piolho que ainda domina a bola que se ergue com o toque do atacante antes dela quicar no gramado ele imenda para as redes é o gol do Bahia, Piolho aos 6 minutos do primeiro tempo, festa nas arquibancadas, ANTONIO JESUINO DA SILVA nome de batismo de PIOLHO, revelado pelo Conquista Esporte Clube, no final da decáda de 60, foi contratado pelo Cruzeiro e retornou á Bahia em 1973, para defender o Bahia clube pelo qual jogou até 1975, com este gol histórico ele entrou para a galeria de herois do Bahia, e ao lado de Zé Luis foram os grandes nomes da partida, já que a pressão do Vitória aumentou e no final do primeiro tempo o ponta esquerda Marquinhos fora expulso, no segundo tempo o Vitória veio para cima do Bahia como uma tsunami, o Bahia só na defesa e quando dava explorava os contra-ataques com Thirson e Piolho que saiu para dar lugar a Alberto Leguelé que quase aumentou o placar numa roubada de bola mais Joel Mendes se atirou aos seus pés para evitar o gol do Bahia, ao quese viu até o apito do arbitro foi varias tentativas de gols do rubro-negro com Osni e André Catimba mais de nada adiantou o torcedor do Vitória coçava a cabeça desesperadamente se irritava com as chances de gols paradas nas mãos de Zé Luis, fim de jogo Bahia é bicampeão a massa invade o gramado e o Leão da Barra como é chamado o Vitória saiu com a cabeleira coçando, e coçando muito por que deu Piolho na juba do leão, foi um só mais vez um estrago muito grande na cabeça do torcedor e no time do Vitória.

Fonte: Texto Galdino Silva
Detalhes do Jogo por Jorge Sanmartin grande icone do radio esportivo da Bahia.