Alguns jogadores argentinos passaram pelo nosso futebol e brilharam com jogadas, gols e títulos e aqui na Bahia não foi diferente hermanos que até hoje são lembrados pelos feitos memoráveis na terra do axé.
Tarrios médio nascido também na Espanha e naturalizado argentino foi um dos primeiros portenhos a desembarcar na Bahia primeiro para defender o Galicia de 1936 a 1938, quando se transferiu para o Bahia, famoso por só querer jogar grandes clássicos, marcou época no Galicia nos jogos contra o Bahia que tinha Kuko seu compatriota, suas apostas antes dos jogos causavam verdadeiros frenesis nas torcidas dos dois clubes, no dia 10 de outubro de 1937 segundo Carapicu na vitória do Galicia diante o Bahia por 2 a 0, Tarrios fez uma atuação de gala no Campo da Graça e saiu aplaudido de pé por todos no estádio, em 1939 ele voltou a Argentina e no inicio dos anos 40 voltou para defender o Bahia mais já sem o mesmo brilho.
De Vinche (A muralha) outro argentino que jogou no Galicia, nascido na Espanha mais naturalizado argentino, foi um dos maiores goleiros que já passaram pela Bahia, era quase que impossível transpor a meta galega devido a sua plástica e elasticidade, em um clássico contra o Bahia defendeu dois pênaltis cobrados por Pedro Amorim, jogou pelo clube de 1937 a 1939 quando voltou a Argentina para a tristeza da torcida do Galicia.
Bermudes, meia argentino clássico, segundo Carapicu companheiro de conquistas e tio de um grande amigo, ele não jogava bailava pelo Campo da Graça com estilo, passes perfeitos, estilistas na arte de fazer belos gols, fazia sucesso com as moças e gostava muito da noite e de um bom vinho e charutos importados, muitas vezes fazia corpo mole para não jogar, mais quando vestia a camisa azul do Galicia se transformava ele foi um dos grandes nomes da conquista do título de 1937.
Kuko primeiro argentino a jogar no Bahia, chegou do Vasco em 1938 já em final de carreira mais com raça e um vigor físico fora do comum foi apenas uma temporada muitos gols e algumas confusões com seus compatriotas Tarrios e Gorriz que atuavam no Galicia, famoso por fazer gols no clássico contra o Vitória Kuko marcou 14 gols com a camisa do Bahia em 21 jogos, foi o suficiente para abrir a porta do tricolor para novos jogadores argentinos.
Mario Giuseppe Avalle, ítalo-argentino era um médio esquerdo que encantou por dois anos no futebol da Bahia, ao lado de Hector Papetti e Dante Bianchi formaram a maior linha média da história do Bahia, Papetti ainda jogou pelo Botafogo/RJ, depois voltou em 1943, de 1940 a 1942 eles deram um toque de tango ao nosso futebol, Bianchi jogou até 1949 no clube e Avalle até 1946 quando num jogo amistoso contra o Flamengo leva uma cotovelada nos rins e veio a falecer sete meses depois.
José Francisco Sanfilippo, El Nene nascido em Buenos Aires em 04/05/1935 chegou ao Bahia vindo do Bangu em 1968, jogou até 1971 ele que já havia demonstrado suas habilidades e qualidades de artilheiro em 1960 quando o San Lorenzo eliminou o Bahia da Taça Libertadores, marcando três gols em dois jogos, veio pagar sua divida com a torcida tricolor com muitos gols foram 42 e dois títulos em 1970 quando marcou três na goleada de 6 a 0 sobre o Itabuna e em 1971. Sanfilippo para muitos foi um dos maiores jogadores que vestiu a camisa do Bahia, meu falecido pai Antonio Galdino exaltava sempre as suas qualidades, categoria e raça que atuava sangue, suor e irreverência fizeram ele cair rapidinho nas graças da torcida tricolor.
Carlos Adolfo Buttice, nascido em Buenos Aires em 17/12/1943, chegou ao Bahia em 1972 procedente do América/RJ, com passagens por Huracan, San Lorenzo, espalhafatoso mas espetacular, mantinha a tradição da escola Argentina de bons goleiros, não perdia uma bola alta, suas saídas de gol eram espetaculares, muitas vezes bailava dentro de campo driblando os atacantes adversários, em 1974 transferiu-se para o Corinthians mais ficou marcado para sempre com um dos grandes goleiros da história do clube.
Rodolfo Fischer, nascido em 02/04/1944 em Oberá Argentina, veio do Botafogo/RJ para o Vitória em 1976, alto e veloz, suas cabeçadas eram mortais foi apenas uma temporada de 76/77 mais foi o suficiente para marcar seu nome no coração da galera rubro-negra de Salvador, era o terror verdadeiro dos zagueiros nas bolas altas que o diga o zagueiro Sapatão do Bahia que disse que tinha pesadelos nas vespéras de enfratar o tanque argentino.
Edgardo Norberto Andrada, nascido em 21/01/1939 na Argentina ficou notabilizado por ter tomado o milésimo gol de Pelé em 1969 quando defendia o Vasco, em 1976 chega ao Vitória com fama, ágil e elástico logo caiu no gosto da torcida, o único problema dele foi o mesmo de Fischer não ter conseguido dar um título ao clube que já estava na fila fazia quatro anos, em 1976 o Vitória teve o título nas mãos e deixou escapar para o Bahia nos jogos finais de segundo turno quando vencia o jogo por 1 a 0, o empate dava o título e o time depois de perder um pênalti permitiu a virada do tricolor e nos jogos finais perdeu o caneco, mais nem por isso Andrada é esquecido pelo torcida do Vitória.
Fontes: Arquivos do Futebol da Bahia, Granazeiros Azulinos, Esporte Clube da Felicidade 70 anos do E.C. Bahia de Nestor Mendes Jr.
Texto: Galdino Silva