Arquivo da categoria: 01. Sérgio Mello

‘Dois lados’: o craque que teve o pé banhado com champagne, após marcar o gol do título!

O Campeonato Baiano de 1920, foi o primeiro torneio realizado pela LBDT (Liga Bahiana de Desportes Terrestres) disputado no Campo da Graça ou Stadium da Bahia que fora inaugurado naquele ano, para abrigar o crescimento do futebol na cidade de Salvador/BA.

Após uma disputada eletrizante que envolveu três equipes com a mesma pontuação ao final dos turnos: Fluminense de Salvador, Associação Atlética da Bahia e o Ypiranga, que era ao lado do Botafogo/BA as maiores forças do estado na epóca.

Como tinha ficado na terceira posição o time mais querido o Auri-Negro, viu no primeiro jogo do Triangular Final os seus rivais diretos empatarem em 1 a 1 no dia 05 de dezembro de 1920.

Após um sorteio o Ypiranga encarou o Fluminense no dia 12 dezembro  de 1920, e venceu por 2 a 1 com um jogador fazendo a diferença na equipe do Ypiranga, seu nome era Dois Lados como era conhecido por seu magro e quase esqueletico, ele batizado como João Manuel da Silva, era na epóca soldado do Esquadrão de Cavalaria da Policia Militar da Bahia.

Jogador de rara técnica segundo as crônicas locais daquele tempo e de dribles e jogadas eletrizantes, Dois Lados infernizava com sua velocidade e deslocamentos rápidos que deixavam seus marcadores alucinados, com muita destreza e estilista na arte de fazer gols era o idolo maior do futebol da Bahia.

O seu grande apice aconteceu no dia 19 de dezembro de 1920, quando o Ypiranga entrou em campo para buscar o título daquela temporada.

A Associação Atlética precisava vencer a partida, mesmo jogando pelo empate. O Ypiranga tomou a iniciativa do ataque e com seu quinteto ofensivo comandado pelo celebre Soldado da Cavalaria.

O jogo transcorria normalmente e a torcida do Ypiranga fazendo a festa cantando tirando choros e sambas nas arquibancadas, o empate parecia certo e o título também, mas o time bravo da Associação se lançou desesperadamente ao ataque e o pior poderia acontecer, mais eis que surge toda a destresa do “artista da bola” se fez presente, depois de tabelar com Coelho este lança para Fernando que devolve para Dois Lados este dribla Fiaes e Arruda e toca com maestria para o fundo da meta do goleiro Aragão, Santino ainda tenta tirar o bola mais Fernando empurra para o gol, a bola já tinha passado da linha e festa no Campo da Graça.

Ao final do toque da sirene, é isso mesmo o relógio girava marcando o tempo e quando chegava aos 45º minuto, soava e a peleja estava encerrada.

A partir daí, o Campo da Graça fora invandido pelos torcedores que carregaram seus heróis  nos braços, todos eles, J.Nova o goleiro por suas defesas, Coelho, Gregório, Fernando e Dois Lados.

Nas comemorações na sede do clube regada a muita gasosa de limão e quitudes variados, Dois Lados teve o pé que marcou o gol do título banhado com champagne francês para delírio dos presentes no Clube Comercial da Bahia, no Centro de Salvador.

Dois Lados jogou até 1925, pelo Ypiranga e depois caiu no esquecimento de todos, em 1931, saiu uma noticia publicada no Jornal A Tarde que o ídolo estava desempregado, cego e mendigando pelas ruas da cidade.

A partir daí se deu uma enorme campanha de solidariedade de todos os desportitas baianos, a campanha se encerrou em 1932.

O resultado foi um belo saldo o que deu para comprar para o jogador uma casa na Curva Grande do Garcia no centro da cidade mobiliada com uma mesa de jantar com seis cadeiras e um guarda comidas.

O craque do passado outrora esquecido com esta ajuda pode trazer alguns parentes do interior da cidade de Castro Alves, dentre eles o padrinho saudoso Astério Barbosa da Silva, no dia 1° de junho de 1954.

Dois Lados faleceu mais deixou registrado seu nome no início do futebol na Bahia.

Texto: Galdino Silva
Fontes: Jornal A Tarde – Livro Esporte Clube da Felicidade 70 anos do Bahia de Nestor Mendes Junior.

MAIS UMA VEZ UM LÉO CAI NAS GRAÇAS DA TORCIDA DO BAHIA!

A torcida do Bahia, esta em estado de graça com o jogador Léo Medeiros, desde da sua estréia no dia 25/01/2009 no estádio de Pituaçu que o jogador vem encantando a massa tricolor com um futebol de bom controle de bola, visão de jogo, marcação e chegada ao ataque onde já deixou sua marca tr6es vezes nas redes adversárias, contratado para ser o homem de referência no meio campo do Bahia, Léo Medeiros chegou a Salvador no dia 11/01/2009, logo nos primeiros treinos se viu que precisava de condicionamento físico, por isso ele vinha sempre entrando no segundo tempo das partidas, o grande ápice do jogador veio no dia 08/02/2009 no Barradão no clássico contra o Vitória; depois de tomar um sufoco no primeiro tempo e ter saído com um empate de zero a zero, o técnico Gallo sacou o meia Helton Luiz e colocou Léo Medeiros no time, a coisa surtiu efeito e o Bahia venceu por 2 a 0 com Léo Medeiros mandando no time e caído de vez nas graças da torcida, apartir daí ele não saiu mais do time que lidera o campeonato baiano com um jogo a menos e 92% de aproveitamento, ele é a esperança do Bahia em voltar a conquistar um título estadual o que não ocorre desde 2001, fato inédito na historia do clube assim com a volta a elite do futebol brasileiro a Serie A da qual o tricolor esta ausente desde de 2003, tendo passado por tenebrosas campanhas na Serie B de 2005 rebaixado para a Serie C da qual só conseguiu sair em 2007. Porém não é a primeira vez que um Léo consegue cair nas graças da massa tricolor, outros jogadores em épocas diferentes também brilharam no clube e se chamavam Léo, na final da década de 50, em 1959 chegou ao clube o Léo Briglia, baiano de Itabuna que teve uma boa passagem pelo Vitória de 54 á 55 quando se transferiu para o Fluminense do Rio, onde jogou até 1958 quando retornou a Salvador para comandar o Bahia na campanha vitoriosa da conquista da Taça Brasil de 1959, Briglia foi um dos grandes destaques do Bahia e o goleador da equipe com sete gols, não só no ano da brilhante campanha, mais sim no período em que defendeu o tricolor baiano marcando 77 gols e sendo até hoje lembrado pelo mais antigos torcedores como um dos maiores jogadores da equipe.

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O novo xodó da torcida tricolor.

Em 1981, desembarca no Bahia um outro Léo, só que agora chamado Roberto Oliveira, mais conhecido como Léo Oliveira, este revelado pelo Santos no final da década de 70, teve passagens pelo América/RJ, Vitória/BA, em 81 chegou ao Bahia para reerguer o time que no ano anterior viu sua seqüência de títulos baianos ser derrubada pelo seu maior rival, logo em seu primeiro ano, ele mostrou sua classe refinada de jogar futebol, sua maestria sua habilidade para fazer lançamentos e suas cobranças de faltas, foram três anos de alegrias e 45 gols e três títulos baianos, eu o vi em ação nestes clubes por onde passou e realmente foi um dos maiores camisa 8 do Bahia de todos os tempos.

Léo Medeiros tem um pouco dos outros dois Léos que por aqui passaram bate falta bem como Oliveira e chega bem ao ataque e faz passes precisos como Briglia e além de tudo caiu nas graças logo cedo da torcida tricolor.

Fontes: Texto Galdino Silva
Pesquisa: Livro Esporte Clube Bahia, uma história de lutas e glória de Mormando Reis e Carlos Casaes.
Revista Placar

O time do bairro em que nasci! Breve história do Cambuí Futebol Clube – Campinas (SP)

Cambuí F.C. de Campinas / SP

O Cambuí Futebol Clube foi fundado em Campinas na terça-feira, do dia 1º de Junho de 1937. Seu nome foi em homenagem ao bairro em que foi formado ( um dos mais charmosos de Campinas ) e as suas belíssimas árvores da família das mirtáceas que em seus galhos florescem miúdas flores brancas e perfumadas; seus frutos vermelhos quase roxos tornam uma festa para passarinhos e abelhas. Suas cores: verde e branco.

Fundadores:

Arthur Franz (1º Presidente)

Bonfiglio Garutti

Otto Kriegel

Antonio Luvizzari

Francisco Ortega

Fernando Moreira

Benedito Amaral

Anézio Lemes

Hermínio Gaiani

Entre seus inúmeros títulos no futebol destaca-se :

Vice – campeão em 1946
Campeão Campineiro da 2ª divisão em 1950
Vice – campeão em 1952 da 1ª Divisão

O Cambuí F.C. sagrou-se o grande campeão do Megamaster-2008 ao vencer o E.C. Bela Vista, no 1º jogo por 4 X 3 e na segunda partida realizada em 23/11/2008, obteve um empate em 2 X 2.

Atualmente, o Cambuí F.C. se destaca por suas famosas escolinhas de futebol em conjunto com o Cruzeiro E.C. de Belo Horizonte / MG e tem sua sede localizada na Av. Orosimbo Maia, nº 2.485 – Cambuí, Campinas (SP) CEP: 13035-630. Participa ativamente dos campeonatos de bocha na cidade e em nível estadual.

Cambuí Futebol Clube, da Liga Amadora de Campinas. Ano de 1988

Time que disputou a LCF DE 1965.

FOTO: Acervo de Emerson Alessandra

FONTE: Arquivo pessoal / Liga Campineira de Futebol (LCF)

O TOMA LÁ DÁ CÁ NO FUTEBOL! O DIA DA VINGANÇA

No futebol é comum o time vencer um outro num dia inspirado, numa final ou semi-final seja em qualquer competição, chega uma dia que seu time se venceu ou perdeu numa oportunidade terá a chance de vingar-se ou ser vingado por isso descrevi abaixo alguns destes acontecimentos! vamos curtir e relembrar alguns deles.

Na Copa de 1938 a França perderá para a Itália nas quartas de finais por 3 a 1 e foi eliminada, quarenta e oito anos depois na Copa de 1986 a França vence a Itália por 2 a 0 e elimina os campeões do mundo de 82 do mundial. Mais recente na Copa de 1998 a França elimina a Itália nos penaltis e elimina a Itália nas quartas de finais, oito anos mais tarde a Squadra Azzurra vence a França na final da Copa de 2006.

Na Copa de 1958 o Brasil vence a França por 5 a 2 na semifinal e tira o melhor ataque da copa da final, em 1998 a França massacra o Brasil por 3 a 0 e vence a copa diante da sua torcida! vejam a diferença de três gols a mesma de 58.

No dia 05/12/1976 no Maracanã debaixo de muita chuva o Corinthians empata com a máquina tricolor Fluminense e vence nos penaltis e tira o Flu da final, oito anos depois em 1984 é a vez do tricolor das laranjeiras e a forra e eliminar o timão numa mesma semifinal e ir a final e ainda melhor levar a taça. Ainda em 1976 tivemos na outra semifinal o Inter de Falcão que marcou um golaço tirar o Atlético/MG da finalissima, quatro anos depois em 1980 a mesma semifinal no mesmo estádio só que desta vez o Galo levou a melhor e com juros numa vitória sensasional por 3 a 0 com show de Reinaldo e Eder.

Em 1995 o Corintihians vence a Copa do Brasil em plena Porto Alegre ao bater o Grêmio por 1 a 0, seis anos depois em 2001 o Grêmio devolve a ficha e vence o Timão no Morumbi por 3 a 1 e conquista o caneco, o mesmo aconteceu em 1996 o Cruzeiro vence o Palmeiras em pleno Palestra Itália por 2 a 1 e leva a taça para BH, dois anos olha eles lá novamente em Sâo Paulo só que desta vez o Verdão bate por 2 a 0 e leva a taça.

Campeonato Carioca de 1978 o Flamengo vence o Vasco com um gol no final da partida marcado por Rondinelli e leva o título, dez anos depois o Vasco devolve o score e com um gol no apagar das luzes com gol de Cocada era o Vasco campeão carioca de 1988.

Em 1982 o Corinthians vence o São Paulo por 3 a 1 e conquista o título paulista o primeiro da democracia corinthiana, dezesseis anos depois o São Paulo devolve o mesmo placar e fica com o título no ano de 1998, detalhe o timão em 82 tinha Socrátes, o São Paulo em 98 tinha Rai irmão de Socrátes.

Em 1997 o Vitória vence o Campeonato do Nordeste diante do Bahia numa combinação de resultados, em 2002 foi a vez do Bahia levar a vantagem e levar o título no mesmo Barradão.

Campeonato Paulista de 1954 a final em 1955 o Corinthians empata em 1 a 1 com o Palmeiras e fica com o troféu, vinte anos depois era a chance do Timão conquistar um título paulista depois de vinte anos, mais foi a vez do Verdão dá o troco vencer por 1 a 0 e ampliar a fila do Corinthians.

Fonte: RSSSF
Textos: Galdino Silva

FLUMINENSE DE FEIRA “O TOURO DO SERTÃO” DEU OLÉ NOS ANOS DE 1963 E 1969 NO FUTEBOL DA BAHIA.

O Fluminense de Feira de Santana, segunda maior cidade do Estado da Bahia, foi o primeiro clube do interior baiano a disputar o campeonato de futebol profissional no ano de 1954. Fundado em 01 de janeiro de 1941 como clube amador o “Touro do Sertão” assim como é chamado aqui na Bahia viveu as suas primeiras glorias no amadorismo local nos anos de 1947 e 1949 quando venceu o campeonato feirense de futebol amador.

No ano de 1954 o clube foi convidado para disputar o campeonato baiano de profissionais, sendo o primeiro clube fora da capital baiana a participar do torneio, logo na estréia um empate em 1 a 1 com o Vitória campeão de 1953 em plena Fonte Nova. No ano de 1956 o time surpreendeu logo na primeira partida vencendo o Bahia por 1 a 0 em plena Fonte Nova, depois de um bom inicio a equipe caiu de rendimento e terminou o turno na quarta colocação, já no segundo turno a equipe veio com a corda toda e venceu o returno o que levou a fazer a final com o Bahia numa melhor de quatro pontos a equipe perdeu o titulo para o tricolor da capital por 2 a 0, mais mostrou seus cacos e os chifres afiados, a boa equipe daquele ano era formada por Periperi, Eduardo e Valdir; Maneca, Bueiro e Amorim; Raimundinho, Valter Vieira, Elías, Fontoura e Gilberto.

Nos anos seguintes apesar de manter um time base as campanhas foram razoáveis no ano de 1963 a equipe preparou um time forte com bons jogadores do campeonato intermunicipal e alguns jogadores remanescentes do time de 56, a base era com: Mundinho; Misael, Zé Oto, Onça e Nico; Veraldo e Neves; Mario, Chinesinho, Renato e Macalé com um começo arrasador com seis vitórias nas primeiras 6 partidas a equipe levou o primeiro turno de forma invicta, o segundo turno a equipe teve uma queda de rendimento devido a uma excursão a Sergipe quando a equipe venceu as equipes do Sergipe por 3 a 2, o Cotinguiba por 5 a 0 e o Confiança por 4 a 1 o que atrapalhou a equipe mais como o campeonato só veio a ser decidido em 1964 quando o Fluminense enfrentou o Bahia, assim como na final de 56 a revanche desta vez teve um desfecho favorável ao Touro do Sertão, numa melhor de três após dois empates 0 a 0 em Salvador, 1 a 1 em Feira a equipe mostrou o seu valor e derrotou o Bahia em plena Fonte Nova por 2 a 1 com dois gols de Renato o herói da tarde com mais de 21.000 pagantes.

Foram 19 jogos com 10 vitórias, 05 empates e 04 derrotas, o ataque marcou 23 gols e a defesa sofreu 19, Renato com 8 gols foi o goleador da equipe.

Depois de campanhas regulares nos anos de 64, 65, 66 e 67 a equipe voltou a mostrar um bom futebol na temporada de 1968, quando trouxe do Flamengo alguns jogadores como Sapatão, Merrinho e Mario Braga a equipe chegou a final com o Galicia após um empate em 0 a 0 o time feirense ficou com o vice-campeonato. No ano seguinte com mais alguns reforços vindos do Flamengo e com Freitas no comando do ataque um verdadeiro timaço que encantou os baianos por onde se apresentava, o Estádio Jóia da Princesa sempre com casa cheia com medias de 9.000 pessoas por jogo a capacidade era de 10.000 nesta época: Ubirajara; Ubaldo, Sapatão, Mario Braga e Nico; Merrinho, Delorme e Robertinho; João Daniel, Freitas e Marco Chinês a equipe sobrou neste ano, só o ataque marcou 61 gols, foram 20 vitórias em 32 jogos e apenas 03 derrotas, o título veio de forma antecipada com uma vitória sobre o Vitória por 1 a 0 com gol de Freitas aos 27º do segundo tempo o Touro do Sertão levantou a taça de campeão baiano de 1969 o vice ficou com o Galicia no troco do tricolor da Princesa do Sertão, aquela tarde de 05/10/1969 entrou para a história do futebol baiano, pois além de ser a única equipe do interior a vencer a competição até então, fato somente quebrado pelo Colo-Colo de Ilhéus que foi a segunda equipe do interior a ser campeão e de quebra interrompeu uma seqüência da dupla Ba-Vi que vinha ganhando todos os campeonatos desde 1970, portando o Fluminense de Feira era a única equipe sem ser Bahia ou Vitória a ganhar o torneio principal do futebol da Bahia, do elenco Ubirajara, Sapatão, Merrinho, João Daniel e Mario Braga vieram do Flamengo, Freitas que fora revelado pelo rival da cidade o Bahia de Feira foi o artilheiro da equipe e da competição com 22 gols ao lado de Tanajura do Jequié.

Particularmente eu tive o prazer de conhecer Ubaldo lateral direito campeão em 69 que teve uma passagem pelo Flamengo, Bahia e Sport, onde inclusive marcou um dos gols mais rápido dos campeonatos brasileiros, Mundinho goleiro campeão em 63 e reserva em 69 e Merrinho que hoje é radicado na Bahia e treinador de várias equipes do nosso futebol local, além de Sapatão com quem tive o prazer de trabalhar fazendo peneiras para o Sport Camaçariense segundo eles aquele tive era muito técnico era difícil encarar o Touro Bravo do Sertão em qualquer local o time era afinado regido por João Daniel e Delorme no meio campo, na frente Freitas e Marco Chinês faziam tremer qualquer defesa o Ideal de Santo Amaro sofreu 12 gols em duas partidas em dois massacres 7 a 0 e 5 a 1, encarar o nosso time de maneira de igual para igual era suicida deu gosto jogar num time assim me disse Merrinho, já o finado Ubaldo falava-me da capacidade de reação do time principalmente contra a dupla Ba-Vi e as arbitragens tendenciosas que existiam aos extremos na época “não adiantava o homem de preto querer melar, jogávamos o fino da bola e muitas vezes a torcida de Bahia e Vitória nos aplaudiam ai não tinha como meter a mão.” “Tanto que depois do campeonato alguns jogadores do nosso time foram para o Bahia como João Daniel, Delorme e Mario Braga, eu fui para o Santa Cruz e vim para o Bahia em 1972.

Depois de 1969 o Flu de Feira voltou a chegar nas finais do Baianão nos anos de 1990 e 1991 quando terminou em segundo lugar perdendo respectivamente para Vitória em 90 num jogo conturbado que teve falta de energia no intervalo depois de uma forte chuva, o Vitória não voltou para o segundo tempo e mesmo assim ficou com a taça e em 91 perdeu o jogo final para o Bahia por 3 a 0.

O Fluminense de Feira é um patrimônio do futebol da Bahia, seus feitos neste texto mostram o quanto a sua tradição e grandeza não só do clube mais da cidade que é a segunda maior do estado que pode-se com organização força de vontade de termos novamente um Fluminense forte que volte a disputar títulos e empolgar a cidade “O Touro do Sertão” é a maior força da cidade e se a nova diretoria se modernizar e administrar o futebol como um negócio certamente a povo feirense poderá a viver os tempos de glórias no futebol baiano.

Fontes: Texto Galdino Silva
Pesquisas: Site do Fluminense de Feira
Site Granadeiros Azulinos

OS MAIORES GOLEIROS ARTILHEIROS DO FUTEBOL MUNDIAL

Divulgada pela IFFHS que é um orgão especializados em estatisticas futebolisticas e nela consta uma relação dos maiores goleiros goleadores do futebol mundial segue abaixo a relação liderada pelo Rogério Ceni goleiro do São Paulo FC.

1. Rogério Ceni São Paulo FC do Brasil 83 GOLS

2. José Luis Félix Chilavert* CA Peñarol Montevideo Paraguai 62 GOLS

3. René Higuita ** CS Deportiva y C de Pereira da Colômbia 41 GOLS

4. Jorge Campos* Puebla FC do México 40 GOLS

5. Dimitar Ivankov Bursaspor K Bursa da Bulgária 35 GOLS

6. Johnny Martín Vegas Sport Ancash Huaraz do Perú 34 GOLS

7. Álvaro Misael Alfaro CD Atlético Balboa de El Salvador 31 GOLS

8. Hans-Jörg Butt Sport Lisboa e Benfica de Portugal Alemanha 28 GOLS

9. Marco Antonio Cornez* Deportes Iquique do Chile 24 GOLS

10. Dragan Pantelić* FK Radnicki Nis da Sérvia 22 GOLS

11. Žarko Lučić* FK Mladost Podgorica de Montenegro 21 GOLS

12. Nizami Sadigov* Turan Tovuz do Azerbaijão 21 GOLS

Fonte: IFFHS

BOTAFOGO vs YPIRANGA A PRIMEIRA GRANDE RIVALIDADE DO FUTEBOL DA BAHIA.

Enganam-se muitos que pensam que o tradicional clássico BA-VI é o mais antigo do futebol da Bahia, afinal é um dos maiores do nosso futebol onde sempre temos casa cheia, jogos terminados em confusões, brigas entre jogadores e dirigentes onde até mesmo um desses jogos foi terminar numa delegacia de policia. Pois bem o BA-VI só passou a ter a rivalidade levada aos extremos no inicio dos anos 50 quando o Vitória voltou a se dedicar mais ao futebol e a ganhar títulos e a ser um ferrenho adversário do Bahia, clube fundado em 1931 e que passou a dominar o futebol baiano daí por diante, antes mesmo do Bahia ter o Vitória como maior rival o mesmo teve no Botafogo de Salvador e no Ypiranga seus maiores rivais até 1937 quando surge o Galicia passando a dividir com o tricolor a pose do nosso futebol, durante o final da década de 30 e inicio da de 40 o jogo entre Bahia e Galicia era comparado ao Fla-Flu no Rio de Janeiro. Porém no inicio do nosso futebol aqui trazido por Zuza Ferreira até meados de década de 10 não tínhamos lá grandes rivalidades esta se passou a se acirrar a partir do ano de 1917 quando Ypiranga o auri-negro o mais querido e o Botafogo o alvirrubro o glorioso, passaram a dominar o futebol em nosso estado com suas conquistas alternadas de 1917 a 1930 apenas duas agremiações fora Botafogo e Ypiranga venceram o campeonato baiano a Associação Atlética da Bahia e o Clube Bahiano de Tênis os outros títulos ou eram do Botafogo ou do Ypiranga.

A rivalidade que começou no Ground do Rio Vermelho logo se transferiu para o então inaugurado Campo da Graça que tinha uma capacidade para 7.000 pessoas entre arquibanca e geral e 100 para automóveis, isso mesmo no Campo da Graça tinha entradas para automóveis como nos drive-in. No inicio dos anos 20 a rivalidade tomava conta da cidade de Salvador quando se antecedia a partida entre os clubes mais populares o Ypiranga tinha em seu quadro o maior jogador da Bahia: Apolinário Santana o (Popó) ídolo no estado tinha até uma musica “Popó chuta chuta, chuta por favor, mela, mela, mela e lá vai é gol” (melar na época era driblar o adversário), com uma linha média formada por Mica, Nebulosa e Hercílio e uma linha de ataque formada por Lago, Popó, Dois Lados, Matices e Cabloco o Ypiranga assombrava com goleadas de quatro, cinco, seis e até mesmo de dez gols, em 1923 no dia 15 de abril em uma tarde de gala Popó marca os cinco gols do Ypiranga sobre o Fluminense/RJ no Campo da Graça em jogo vencido pelo auri-negro por 5 a 4.

Já no Botafogo que também tinha uma linha media espetacular como assim me contava Chico Bezerra, a quem eu tive o prazer de conhecer em 1987 quando trabalhava em um escritório de advocacia, ele que fora jogador do Vitória e depois do Botafogo, a linha formada por Serafim, Tenente e Chico Bezerra, tinha no ataque um arsenal vigoroso formado por Tatuí, Macedo, Manteiga, Seixas e Pelego, sendo Manteiga o seu astro principal ele também foi o grande nome na vitória sobre o Fluminense/RJ no dia 12 de abril de 1923 marcando os dois gols do alvi-rubro.

Com estes grandes quadros compostos de bons jogadores se tem a idéia do que era este jogo, campeão em 1917/1918, viu o sonho do tri se acabar em duas derrotas por 1 a 0 e 2 a 1 para o rival e nem chegar a final e ver o Botafogo levantar a taça, em 1920 volta a erguer a taça numa final memorável contra a Associação Atlética por 1 a 0 com um gol de Dois Lados, que após o jogo teve o pé que marcou o gol banhado por champagne, e com uma goleada de 4 a 1 sobre o rival. Em 1921 um Ypiranga arrasador vence facilmente o campeonato com onze vitórias nos onze jogos e claro bate o rival por 2 a 1 no dia 08/05/1921.

Na temporada seguinte o glorioso reacende a rivalidade ao impedir um novo tri do Ypiranga e vencer as duas partidas entre eles uma por 2 a 0 em 14/07/22 e uma goleada pra fechar com chave de ouro a campanha por 7 a 0 no dia da padroeira de Salvador Nsª Srª da Conceição dia 08/12/22 com esta goleada o auri-negro ficou apenas na quarta colocação, Manteiga e Seixas brindaram o torcedor e em especial Pedro Capenga que comandava a animação no lado da torcida alvirrubra. No ano seguinte mais alegrias para os botafoguenses com a conquista de um inédito bicampeonato em uma final extra contra a Associação Atlética da Bahia por 1 a 0 gol de Pelego nos confrontos houve uma vitória para cada Ypiranga 2 a 0 e uma do Botafogo 3 a 1.

Em 1924 a Associação Atlética da Bahia vence o campeonato, nos jogos entre os rivais mais uma vez uma vitória para cada Botafogo 2 a 0 e Ypiranga 3 a 0, porém neste ano houve um quadrangular final e ambos foram eliminados nas semifinais, já em 1925 tivemos a retomada da hegemonia da dupla com o Ypiranga campeão neste ano e duas vitórias esmagadoras por 3 a 0 e 5 a 1, no ano seguinte o Botafogo leva a melhor nos turnos uma vitória para cada 4 a 2 para o Botafogo e 1 a 0 Ypiranga que tirou o título neste jogo e levando a decisão para uma extra já em 1927 no dia 09 de janeiro festa alvirrubra com uma acachapante vitória por 7 a 2 neste jogo um jovem Rubinho comandou a goleada marcando três gols, mais tarde jogou também no Bahia. Em 1927 o campeão é o Clube Bahiano de Tênis mais nos clássicos só deu Ypiranga que venceu por 3 a 2 e 4 a 1.

Em 1928 e 1929 o Ypiranga vem com a corda toda pra ter posse da hegemonia da terra e com uma novidade na linha de frente Pelágio um atacante rápido, habilidoso que passou a ser o terror das defesas adversárias, no dia 19/08/28 um jogão com um empate em 5 a 5 segundo Chico Bezerra neste jogo ele se contundiu após um choque com Delano do Ypiranga e nunca mais voltou a jogar, no segundo turno o Ypiranga venceu por 7 a 4 e venceu o campeonato com outra goleada diante o Bahiano de Tênis por 7 a 3 neste ano o auri-negro marcou 47 gols e 10 jogos media fabulosa de 4,7 gols por jogo. No ano de 1929 os dois travaram uma disputa bem acirrada até a rodada final, no turno a Ypiranga venceu por 2 a 0 com gols de Pelágio, no segundo houve um empate em 4 a 4 o time canário somente se sagrou campeão por ter a Associação Atlética da Bahia segurado um empate contra o Botafogo em 4 a 4 na ultima rodada e deu ao Ypiranga mais um bicampeonato, fato que levou um diretor do mais querido a se dirigir para a Associação Atlética à noite e pagar uma rodada de gasosa de limão aos atletas a agremiação como agradecimento ao título Brás Moscoso que era famoso por ter dado a chance de muita gente começar no futebol no amadorismo, pois os atletas às vezes se atrasavam para o jogo por irem de bonde ou a pé e ele pegava jovens na arquibanca ou geral e botava o cara pra jogar mesmo fato feito com Rubinho, Gegê, Nelson e Serra.

No ano de 1930 o Botafogo mais uma vez estragou a tentativa de um tricampeonato do Ypiranga que apesar do ataque arrasador com 44 gols em 8 jogos não foram o suficiente para levar o time à conquista, nos jogos entre eles Botafogo 3 a 1 no turno e Ypiranga 3 a 0 no returno, neste ano o Ypiranga aplicou uma sonora goleada diante o Democrata FC por 16 a 0 com Pelágio marcando 6 vezes e Popó 4 vezes.

Em 1931 surge à nova e maior força do futebol da Bahia, o Esporte Clube Bahia e logo de inicio começa a demolir a hegemonia da dupla que elevava o nome do futebol na Bahia, o Ypiranga ainda venceu os campeonatos de 1932, 1939 e 1951, enquanto o Botafogo venceu o campeonato de 1935 e o primeiro de 1938 já que neste ano se realizou dois torneios o outro vencido pelo Bahia, em 1933 surge o Galicia que levou a taça em 1937 e 1941, 1942 e 1943 e passou a rivalizar com o Bahia no jogo mais quente do estado. Em 1932 o Ypiranga levantou a taça com Baiano na zaga que depois se transferiu para o Andaraí do Rio, Nova no gol, Popó e Lago ainda dando muito trabalho na frente e Pelágio que no ano seguinte se transferiu para o Bahia, nos jogos contra o Botafogo foram dois empates em 1 a 1 e 2 a 2, em 1935 o Botafogo levou a melhor venceu uma por 4 a 2 e perdeu a outra por 2 a 1, neste ano o Botafogo apresentou para o futebol baiano o atacante Henrique que era apelidado de Teleco mais não o que foi ídolo no Corinthians eles se pareciam segundo a crônica da época fato relatado por Jorge San Martin a minha pessoal em 2006.

Em 1938 o Botafogo vence o seu ultimo campeonato e em três confrontos com o rival todos empatados por 2 a 2 o primeiro e os dois últimos em 3 a 3 e com este empate no ultimo clássico o alvirrubro ergueu a sua ultima taça. Em 1939 o Ypiranga leva a taça para casa com uma novidade são três turnos, com um empate em 3 a 3 no terceiro turno e uma vitória por 3 a 2 no primeiro e 7 a 2 no segundo para o mais querido, o fato interessante é que apesar da rivalidade entre ambos na época o Ypiranga só levou o troféu porque na ultima rodada o Botafogo derrotou o Galicia por 3 a 2 resultado que deu o titulo ao clube da Vila Canária.

Em 1951 é a vez do ultimo titulo do Ypiranga, o primeiro campeão de um campeonato na Fonte Nova recém inaugurada, com um time que para muito que viram jogar foi um dos maiores quadros do futebol da Bahia: Ferrari; Pequeno e Valder; Walter, Zizo e Raimundo; Chaves, Antonio Mario, Novinha, Israel e Raimundinho era quase que imbatível só tenho registro de uma partida vencida pelo Ypiranga por 4 a 1 com gols de Antonio Mario (2) e Israel (2).

Em 1965 tivemos um dos últimos ou talvez o ultimo grande capitulo da historia do clássico quando houve a decisão do 1º turno que ficou conhecido como o super turno quando ao lado do Fluminense de Feira tivemos um triangular sensacional em ida e volta com o Ypiranga vencendo o jogo da ida por 2 a 1 e no final do returno o Botafogo venceu de forma magistral por 4 a 1 Nilson (2), Machado e Dario ©; Zé Oto marcou o gol do auri-negro com este resultado o Botafogo venceu o primeiro turno naquele ano.

Conheci muitas pessoas além de meu finado pai que me falavam deste jogo, gente como Chico Bezerra e Valder que jogaram partidas eletrizantes entre eles mesmo em épocas diferentes Chico jogou nos anos dourados do clássico e Valder em tempos que o clássico maior era Bahia e Galicia ou Bahia e Ypiranga, mais me falava que quando o jogo era contra o Botafogo a chama da rivalidade se ascendia como em 1950 numa goleada de 6 a 1 do Ypiranga com Antonio Mario só faltando chover no Campo da Graça com dois golaços e passes e jogadas de categoria, já em 1956 foi à vez de Zague levar Valder e seus companheiros a loucura na vitória de 4 a 1 do alvirrubro diante o rival mais no segundo turno houve o troco com vitória auri-negra por 4 a 2 com Vadu marcando dois e Antonio Mario e Amor completando o massacre, são histórias fantásticas relatadas por gente que este mais que lá, esteve dentro do gramado correndo, suando, brigando tentado levar o seu clube a vitória em um jogo que mexia com os nervos da população nos primórdio do nosso futebol.

Em 1976 eu tive o prazer de acompanhar pela primeira vez um clássico entre Ypiranga e Botafogo numa preliminar de Bahia e Galicia, ao ver a entrada dos clubes em campo o Botafogo com suas camisas vermelhas, calções brancos e meias vermelhas e o Ypiranga com suas camisas amarelas com listras finas negras, calções amarelos e meias amarelas e negras fiquei a imaginar como não seriam no passado glorioso aquelas duas equipes jogando no Campo da Graça lotado, deveria se muita emoção.

No dia 03 de Junho de 1987 foi realizado o ultimo embate entre os dois rivais pelo segundo turno do campeonato baiano de 1987 na Fonte Nova numa rodada dupla que teve na preliminar o Galicia perdendo para o Fluminense de Feira por 1 a 0, naquela tarde de chuva na Fonte Nova estive presente como passei a fazer desde de 1976 para ver aquele jogo que me atraia pelos padrões dos times, aquele foi o ultimo confronto entre ambos um empate em 1 a 1 com Carlinhos Mocotó marcando para o Botafogo e Rubem para o Ypiranga e para a minha tristeza de ser o ultimo o Botafogo jogou de branco e o Ypiranga todo de amarelo.

Texto: Galdino Silva
Fontes: RSSSF Brasil
Blog granadeiros azulinos
Jornal A Tarde