O Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba é uma agremiação da cidade de Piracicaba, no Interior do estado de São Paulo. O “Nhô Quim” foi Fundado no sábado, do dia 15 de Novembro de 1913. A sua Sede está localizada na Rua Silva Jardim, nº 849, no Bairro Alto, em Piracicaba (SP). A equipe manda os seus jogos no Estádio Barão da Serra Negra, com Capacidade para 18 mil pessoas.
No sábado, do dia 11 de Outubro de 1913, a Gazeta e o Jornal de Piracicaba publicaram a nota: “Será inaugurado hoje, nesta cidade, mais um clube de foot-ball, intitulado 15 de Novembro”. Nascia o time que viraria a paixão dos piracicabanos e que viria a ter a maior torcida do interior do estado de São Paulo. A data oficial de fundação é 15 de novembro de 1913.
A história do esporte em Piracicaba começa em 1903, com a fundação do Club Sportivo Piracicaba, onde os associados realizavam corridas na antiga Raia do Salto e praticavam futebol com material vindo da Inglaterra.
Alguns anos depois, na década de 10, funcionários de uma marcenaria aproveitavam o horário de almoço para se divertirem, jogando futebol com uma bola feita de meia. Eles jogavam no quintal, no mesmo espaço onde as mulheres costumam pendurar as roupas no varal.
Só que, muitas vezes, a bola batia no tecido e acabava sujando a roupa outra vez, causando um desconforto com as mulheres. Com isso, os empregados, que deram à equipe o nome de 12 de Outubro, passaram a realizar as partidas na Rua Regente Feijó. O que antes era um pasto, eles transformaram em um campo, que se tornaria o primeiro do XV de Piracicaba.
Nessa mesma época, havia outro grupo de apaixonados por futebol na cidade: o Esporte Clube Vergueirense, pertencente à família Pousa. Os dois times realizavam partidas entre si. Mas a amizade entre ambos e a paixão pelo esporte falaram mais alto. Da união entre 12 de Outubro, da família Guerrini, e Vergueirense, nascia o Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba.
Representantes dos Guerrini e dos Pousa convidaram, então, o capitão Carlos Wingeter, cirurgião dentista, integrante da Guarda Nacional, para se tornar presidente do clube que acabara de surgir. Wingeter aceitou prontamente, impondo apenas uma condição: o time deveria ser intitulado XV de Novembro, em homenagem à data da Proclamação da República do Brasil.
O capitão era filho de Jacó Filipe Wingeter e Madalene Soares de Carvalho. Ele foi casado com Margarida Buller Wingeter Abrahão e morreu no dia 7 de Janeiro de 1931, aos 62 anos de idade.
Na época, Piracicaba tinha cerca de 40 mil habitantes. A economia local baseava-se na agricultura canavieira para produção de açúcar e aguardente, e do café, o que lhe rendia o apelido de “Pérola Paulista”. O reconhecimento dos piracicabanos ao time de futebol aconteceu de imediato, até mesmo pelo envolvimento de famílias tradicionais na agremiação, o que rendeu ao XV afinidade ímpar pela identificação que o município tinha com seus integrantes. Mais de 100 anos se passaram e hoje os irmãos Pousa e Guerrini são responsáveis por existir uma torcida apaixonada pelo clube de sua cidade.
Primeiros passos:
No primeiro ano de vida, o Alvinegro sofreu duas derrotas. A primeira delas foi em 16 de outubro de 1913, no campo do Sport Recreio Normalista, situado na chácara Diogo, no bairro dos Alemães, por 2 a 0.
A segunda aconteceu em 23 de novembro, uma semana após o primeiro revés. O time enfrentou um scratch e perdeu novamente por 2 a 0. O jogo foi realizado no campo da Rua Piracicaba.
Em 18 de outubro de 1914, o XV conquista sua primeira vitória, sobre a Associação Piracicabana de Esportes Atléticos, por 3 a 2, levando assim o título de Campeão da Cidade. Pereira foi quem fez os três gols da partida. A Associação sempre vencia os adversários, então os torcedores quinzistas festejaram muito a conquista.
No dia 20 de março de 1918, o time se filiou à APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos), passando a enfrentar equipes da capital e a tomar parte nos campeonatos do interior.
1ª Diretoria do Esporte Clube de Novembro de Piracicaba
Em 4 de dezembro de 1913 foi publicada na imprensa piracicabana a seguinte relação:
Presidente – Capitão Carlos Wingeter;
Vice-presidente – Tibúrcio de Oliveira;
1º Secretário – Erothides de Campos;
2º Secretário – Francisco Rigato;
1º Fiscal – Jerônimo Huffenbaecher;
2º Fiscal – Luciano Servija;
Capitão – Francisco Pelegrino (Paco);
Vice-Capitão – Francisco Pousa;
Tesoureiro – Américo Guerrini;
Procurador – Alberto César de Oliveira.
FONTES: Site do clube – Livro oficial do XV de Piracicaba (100 anos – Destemido e Valente) e Centro Cultural Martha Watts – Mariana Neves – Rosemary Bars – A Gazeta Esportiva (Ilustrada)
O Esporte Clube Ypiranga é uma agremiação da Cidade de Salvador (BA). O Aurinegro, clube do coração de Jorge Amado(um dos maiores escritores do país), é o 3º clube com mais títulos baianos, depois do Bahia e do Vitória, com 10 conquistas.
E também um dos mais tradicionais clubes baianos. No início do século XX, jovens excluídos da sociedade por vários motivos, principalmente por fatores étnicos, sociais e econômicos e por conta disso, impedidos de participaram de clubes de futebol no Brasil.
Com isso, decidiram fundar um clube que unisse o povo pobre da cidade em detrimento dos privilégios das elites, surgiu o Sport Club Sete de Setembro, em 17 de abril de 1904, mas que em07 de Setembro de1906, surge uma nova equipe, agora chamada de Sport Club Ypiranga, nome escolhido de forma emblemática, fruto do momento conjuntural de construção da identidade nacional.
O Esporte Clube Ypiranga é a síntese da união dos excluídos da cidade, que querem se integrar construindo um tempo novo, rompendo com privilégios das elites arraigadas pelo escravismo do antigo regime imperial.
A partir daí então o Esporte Clube Ypiranga figurou como destaque no cenário baiano, ganhando10 títulos estaduais(sete de forma invicta), nos anos de 1917, 1918, 1920, 1921, 1925, 1928,1929, 1932, 1939 e 1951.
Assim como também 10 vezes ficou com o vice-campeonato. O time também conquistou o Campeonato do Norte-Nordeste em 1951, e, o Torneio Início em oito oportunidades: 1919, 1922, 1929, 1933, 1947, 1956, 1959 e 1963.
Em 1962, o clube muda o nome e as cores
Poucas pessoas sabem, mas o Esporte Clube Ypiranga, de Salvador (BA), alterou o seu tome e também as cores. Em 1962, a diretoria mudou para “Clube de Futebol Ypiranga” e trocou o amareloe preto para o verdee branco.
No início do mês de setembro de 1963, o CND (Conselho Nacional de Desportos), que na época era a última instância no esporte brasileiro, autorizou a mudança do nome e das cores. Vale lembrar que as federações não tinham autonomia para dar a última palavra em questões jurídicas sem o aval do CND.
O órgão foi responsável pela regulação e regulamentação de todos os esportes e suas respectivas federações e confederações no Brasil. Após sua extinção, em 1993, nenhum órgão assumiu suas funções.
A estreia aconteceu na tarde de domingo, do dia 30 de Setembro de 1962, no clássico baiano, diante do rival Vitória, no estádio da Fonte Nova. O descontentamento, em relação às cores, pode ser visto até na imprensa local, como foi o caso do Jornal A Tarde, que destacou na sua manchete: “Canários camuflados de periquitos pegaram os leões pelo pé, na Fonte Nova“.
A torcida também não aceitou a mudança das cores, tempos depois o clube voltou atrás, retornando ao aurinegro. O que não se sabe é o tempo que durou o alviverde. Já o nome durou cerca de uma década, quando a diretoria voltou ao nome anterior: Esporte Clube Ypiranga.
Grave crise financeira gerou o declínio
Nos anos que se seguiram o Ypiranga enfrentou forte crise financeira, estrutural e administrativa e deixou de figurar entre os clubes vencedores do futebol baiano e nordestino.
Porém, é inegável nos dias de hoje o reconhecimento da tradição que o clube preserva entre os amantes do futebol. Por todos esses motivos, profissionais competentes, visionários, amantes do futebol e da história desse centenário e glorioso clube, que faz parte da cultura, da sociedade e do esporte baiano, vêm tomando a frente da administração do clube, a fim de torná-lo grande novamente.
Já no Campeonato Baiano da 2ª Divisão, o clube detém 2 títulos, um conquistado em 1983 e outro em 1990 (de forma invicta). A categoria Juvenil do Ypiranga também conquistou diversos títulos ao longo dos anos.
ATUALIDADE
A administração de Emerson Ferretti (ex-jogador) e Valdemar Filho tem trabalhado para recuperar os tempos de glórias e vitorias, o time profissional disputou o Campeonato da Segunda Divisão de 2010 depois de 3 anos ausente, em 2011 quase subiu para a primeira ficando em terceiro. Na Segunda Divisão de 2012, o Ypiranga conseguiu chegar às semifinais.
Contudo, foi eliminado pela Jacuipense, que mais tarde seria derrotada na final pelo Botafogo. O time juvenil já disputou a Copa 2 de Julho duas vezes, competição internacional realizada na Bahia, e também disputou, junto com o time infantil, o Campeonato Baiano da categoria.
Em março de 2012, assinou contrato com a fornecedora de material esportivo italiana Lotto. Porém, em fevereiro de 2013, o clube fechou um novo contrato com a brasileira Super Bolla.
No fim de 2013, focando na competição de 2014, o clube se reformulou administrativamente contratando novos diretores para as áreas jurídica, de futebol e de marketing. No jurídico assumiu como diretor o advogado Ricardo Maracajá, especialista em direito tributário e administrativo, com ele veio o novo gerente jurídico Fernando Santos, advogado especialista em direito civil.
Com o lançamento do plano de sócio-contribuinte, será iniciada a reestruturação do CT da Vila Canária e, assim, poder disponibilizar seu parque aquático aos seus associados e também modernizar a estrutura do futebol.
FONTES: Jornal da Tarde (BA) – Jornal dos Sports – Site do clube – pesquisador Ubiratan Brito
No começo dos anos 70, o Olaria Atlético Clube era a agremiação mais ambiciosa e promissor do subúrbio do Rio de Janeiro. Tomando o lugar do Bangu como o time que mais incomodava os grandes, o clube da região da Leopoldina partiu para a melhor campanha de sua história no Campeonato Carioca em 1971, quando chegou a brigar pelo título e terminou numa excelente 3ª colocação. O time, dirigido pelo velho craque Jair Rosa Pinto, contava com uma defesa firme, que revelou o zagueiro Miguel, e uma dupla de alto nível no meio-campo formada pelos talentosos Afonsinho e Roberto Pinto. E por trás de tudo isso, havia a paixão ardorosa (e o dinheiro farto) do presidente e patrono Álvaro da Costa Melo. A curta, porém intensa, Era de Ouro do Alvianil da Rua Bariri.
O contexto da ascensão
Campeão carioca em 1966 e vice em 1964, 1965 e 1967, além de terceiro colocado em 1963, o Bangu experimentou um declínio acentuado a partir de 1968. No fim daquele ano, o lendário presidente Euzébio de Andrade, pai do então diretor de futebol Castor de Andrade, abriu mão de disputar novas eleições e, junto com o filho, deixou o clube. Os alvirrubros assistiriam então ao início de uma crise que se agravaria profundamente ao longo da década de 1970. No vácuo desse período de baixa dos banguenses, outros clubes apareceram para se candidatar ao posto de “terror dos subúrbios”, agora vago.
O primeiro deles foi o Bonsucesso, que em 1968 e principalmente em 1969 fez boas campanhas e colheu alguns resultados históricos, jogando um futebol baseado num ferrolho quase intransponível, com cinco defensores, onde o experiente zagueiro Paulo Lumumba comandava o miolo do setor ao lado de duas jovens revelações que em breve virariam nomes famosos no futebol carioca: Moisés e Renê. Ganhou o apelido de “fantasma”, por freqüentemente tirar pontos dos grandes, chegando a sustentar uma respeitável invencibilidade diante deles. Mas não teve condições de brigar por títulos.
O segundo foi o Olaria, rival do Bonsuça na região da Leopoldina (zona norte do Rio), e cujo crescimento teve um marco inicial exato: 5 de janeiro de 1970, data da posse do comerciante Álvaro da Costa Melo na presidência do clube. Seu Melo, como era conhecido no bairro, era um imigrante português que chegou ao Brasil na década de 1920. Tempos depois, deixou o emprego de motorneiro de bonde para abrir uma padaria. Prosperou e enriqueceu fabulosamente, tornou-se incorporador, estendeu suas propriedades e negócios até pelos bairros vizinhos. Como quase todo lusitano, era torcedor (e sócio) do Vasco até uma certa tarde de sábado de 1933, quando um amigo o levou a um jogo do Olaria, ali perto de sua casa.
Foi amor à primeira vista. Poucos anos depois, já era tesoureiro do clube. Em 1937, quando o Olaria foi excluído do Campeonato Carioca após a pacificação das ligas, Melo se aborreceu e deixou a diretoria para cuidar de seus negócios. Foi levado de volta, contra sua vontade, em 1946 para ocupar outro cargo: a presidência. Na época, o clube tinha apenas seis sócios, que colaboravam com uma ninharia. Especulava-se uma fusão com o Bonsucesso. O novo mandatário não só conseguiu evitar o desaparecimento do time como o colocou de volta no Carioca. A exigência era a construção de um estádio. Seu Melo levantou contribuições aqui e ali, e dentro de dois meses o campo da Rua Bariri estava pronto.
No início dos anos 50, Álvaro da Costa Melo deixou novamente o clube, retornando no fim da década seguinte. O Olaria vivia momento político bastante conturbado, e o velho comerciante reapareceu para colocar as coisas em seus lugares. Antes mesmo de assumir outra vez a presidência, contratou o técnico Paulinho de Almeida e, junto com ele, começou a reforçar o elenco, que mal contava com um time completo de profissionais quando de sua chegada. Reformou também o estádio, para o qual pretendia uma expansão ambiciosa de capacidade para até 40 mil torcedores. Além disso, havia a promessa de gordas gratificações (ou “bichos”) aos jogadores, especialmente em caso de vitória sobre os grandes.
1970: Ensaio para a campanha histórica
Querendo fazer um grande papel na Taça Guanabara e no Campeonato Carioca em 1970, o Olaria formou um bom time. Para se unir à prata da casa, em meio à qual despontavam nomes como os zagueiros Miguel e Altivo e o lateral-esquerdo Alfinete (que retornava de um empréstimo à Portuguesa paulista), foram trazidos vários jogadores também por empréstimo, principalmente do Vasco (o goleiro Pedro Paulo, o zagueiro Fernando, o meia uruguaio Danilo Meneses, o ponta-direita Nado e o atacante Acelino) e do Botafogo (o lateral-direito Mura, o centroavante Humberto, o ponta-esquerda Torino e o maior deles, o meia-armador Afonsinho). Outros reforços foram buscados na capital paulista, como o meia Gessê (São Paulo) e o ponta Dario (Palmeiras).
Na Taça Guanabara, naquele ano ainda organizada como um torneio à parte do Estadual e disputada entre março e maio em várias fases, o clube até fez boa campanha, mas acabou eliminado antes do turno final, que reunia as seis melhores equipes. No Carioca, porém, o desempenho chamaria mais a atenção: terminaria o turno na sexta colocação, bem mais próximo da pontuação dos grandes do que dos pequenos. Seria ainda o único a derrotar o Fluminense, que virou a fase na liderança. Simbolicamente, Bangu e Bonsucesso, forças de anos anteriores, sequer conseguiram ficar entre as oito melhores equipes, que avançariam para a etapa seguinte.
Ao fim do campeonato, o clube mostrava que seu novo patamar não era fogo de palha. Terminou na sexta colocação, mas bem mais perto do Flamengo – quinto colocado, dois pontos acima – do que do Madureira – sétimo, oito pontos abaixo. No entanto, a partir de meados de setembro o clube precisaria excursionar para manter sua folha de pagamentos, já que não disputaria o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, ou então ceder alguns de seus jogadores por empréstimo até o fim do ano – caso de Alfinete, que defenderia o Botafogo no campeonato interestadual. Mas o saldo do primeiro ano de ‘revolução’ era muito positivo.
Brigando entre os grandes
Apesar disso, a equipe passaria por mudanças. O bom trabalho na Rua Bariri levou Paulinho de Almeida ao Botafogo, sendo substituído pelo velho craque Jair Rosa Pinto, que havia comandado o Madureira no Carioca. Num elenco formado basicamente por jogadores emprestados, a maioria retornou a seus clubes de origem ao fim de 1970, mas outros felizmente tiveram seus vínculos prorrogados ou foram mesmo contratados em definitivo, caso de Afonsinho – que em março encerrava com vitória uma longa disputa judicial com o Botafogo por seu passe – e do goleiro Pedro Paulo, cedido sem custos pelo Vasco.
Para as demais posições, novos e bons nomes chegaram. Aproveitando sua boa relação com os dirigentes santistas, já que havia defendido o clube nos anos 50, Jair Rosa Pinto conseguiu trazer da Vila Belmiro o lateral-direito Haroldo, o ponta-de-lança Luís Carlos Feijão e o baixinho atacante Osni. Do Palmeiras, onde também havia sido ídolo como jogador, o técnico trouxe o ponta-direita Marco Antônio (famoso por jogar com uma fita amarrada na cabeça para prender os cabelos). Do America, veio o veloz atacante Salvador. E já com o Carioca em andamento, chegariam o ponteiro Antoninho, vindo do Juventus, e, mais tarde, o experiente meia Jaime, campeão pelo Bangu em 1966 e que andava pelo Parque Antártica.
Mas o principal reforço tinha relação ainda mais próxima com o treinador. Era seu sobrinho, o experiente meia Roberto Pinto, jogador de técnica refinada que havia feito ótima temporada pela Ponte Preta no ano anterior, levando a equipe campineira a um surpreendente vice-campeonato paulista. Aos 33 anos, o jogador que acumulava passagens pelo Vasco, Bangu e Fluminense, voltava ao Rio consagrado e pronto para a nova empreitada. Se o time contava com uma defesa firme, que jogava duro e sério, formada por Haroldo, Miguel, Altivo e Alfinete, era no meio-campo que o talento despontava. Ele e Afonsinho faziam uma dupla de luxo no meio-campo do Olaria, de fazer inveja à de muito clube grande do país.
Afonso Celso Garcia Reis, 23 anos, paulista de Marília, era estudante de Medicina, idealista, meia-armador revelado pelo XV de Jaú e que na época se destacava no Botafogo. Apontado como o sucessor de Gerson quando este se transferiu para o São Paulo, teve papel importante na conquista da Taça Brasil de 1968. No entanto, por se negar a aparar a barba que deixara crescer, entrou em atrito com a diretoria do clube e foi tachado de “indisciplinado”. Acabou afastado do elenco e proibido até de treinar. Paradoxalmente, viu ao mesmo tempo os cartolas recusarem todas as propostas de clubes grandes por seu passe. Levou então o caso à Justiça. Até aparecer o Olaria. Lá, jogaria com o visual que bem entendesse.
Roberto Pinto, por sua vez, deixara o Rio em 1967 com o cartaz de jogador indiscutivelmente talentoso, que dera ao Vasco um título histórico (o de “supersupercampeão” carioca, em 1958) e brilhara num Bangu que sempre flertava com a taça. Mas era considerado também um tanto mascarado, manhoso. No interior paulista, primeiro em Ribeirão Preto e depois em Campinas, renasceria como líder, além de preservar a velha habilidade para organizar todos os setores de uma equipe e fazê-la jogar ao seu redor. Não ficou mais tempo por lá por uma questão de adaptação de sua família. Mas agora, de volta à capital carioca, estava de novo em casa.
Mas as mudanças no Olaria para temporada de 1971 não se limitaram ao time. O clube passou a adotar até mesmo uma nova camisa. Deixou de lado o tradicional modelo branco com uma faixa horizontal azul (com as cores invertidas no uniforme reserva) para vestir um modelo listrado em azul e branco na vertical. A estreia da nova combinação aconteceu no segundo tempo do primeiro jogo da equipe no Carioca, um empate em 0 a 0 diante do favorito America, treinado por Zezé Moreira e que contava com jogadores como Edu Antunes Coimbra e Tadeu Ricci.
O regulamento do campeonato previa uma fase de classificação com os times divididos em dois grupos de seis que se enfrentavam em turno único. Os quatro melhores de cada avançavam para a fase final, um octogonal em turno e returno, carregando a pontuação da etapa anterior. Já na fase classificatória o Olaria fez campanha brilhante. Jogando de igual para igual – às vezes até dominando os adversários –, arrancou empates em 0 a 0 com os favoritos Flamengo e Vasco no Maracanã, além do já citado America.
Também nesta fase o Olaria venceu o clássico da Leopoldina contra o Bonsucesso por 2 a 1, de virada (Jair Pereira abriu o placar para os rubro-anis, antes de Roberto Pinto e Haroldo, de falta, reverterem a contagem), e ainda conseguiu dois bons triunfos contra o Campo Grande (4 a 1, com o zagueiro Altivo furando a rede numa bomba em cobrança de falta) e a Portuguesa (2 a 0, com direito a gol olímpico do ponteiro Marco Antônio).
O Olaria encerrou a fase de classificação com a segunda melhor campanha tanto em seu grupo quanto no geral, atrás apenas do Botafogo, num bom desempenho que fazia crescer a confiança de Jair Rosa Pinto: “Não temos medo de ninguém. Mesmo que o próximo adversário seja difícil, saberemos enfrentá-lo com a maior seriedade”. A boa campanha era alimentada por gordos “bichos” por vitória (ou até por empate contra os grandes) pagos em parte pela diretoria e complementados por contribuições dos endinheirados sócios, e que superavam os estipulados por todos os outros clubes.
Na fase final, a equipe estreou diante do Fluminense e outra vez empatou sem gols – pela quarta vez contra os grandes – mesmo desfalcado de Haroldo e Miguel. A primeira vitória viria logo em seguida diante do Bangu: 2 a 0, com gols de Roberto Pinto e do recém-contratado ponta Robertinho, ex-São Cristóvão. E na terceira rodada chegaria a vez de enfrentar o Botafogo, líder isolado em invicto, tido como o time a ser batido. E mais uma vez o Olaria arrancou um 0 a 0, embora pudesse ter vencido: teve a melhor chance do jogo quando Antoninho driblou o goleiro, tocou para o gol, mas Paulo Henrique salvou em cima da linha.
A invencibilidade dos bariris no campeonato chegaria a dez partidas na rodada seguinte, quando a equipe voltou a arrancar um empate com um grande, no caso o Flamengo, num 2 a 2 repleto de reviravoltas. O Olaria abriu o placar com Luís Carlos, viu os rubro-negros virarem com gols de Milton (que logo depois seria expulso junto com Altivo) e Fio, mas reagiria e novamente empataria, com outro tento de Luís Carlos. O saldo da batalha, no entanto, deixou preocupações: sem Altivo, suspenso, e Alfinete e Roberto Pinto, lesionados, os alvianis teriam pela frente o Vasco, que fazia campanha de recuperação.
Os desfalques foram bastante sentidos naquela noite de 4 de maio, quando o Vasco venceu por 1 a 0 num gol chorado de Dé, depois de a bola rebotear duas vezes na defesa. O lance provocou muita reclamação do técnico Jair Rosa Pinto: “A jogada do gol foi uma vergonha. Todo mundo viu que o Dé, antes de fazer o gol, segurou o Pedro Paulo. Só o juiz não viu”. Pilhado, o time fez um jogo violento contra o America e empatou em 1 a 1, com uma expulsão para cada lado.
A recuperação veio com dois grandes resultados. Já com os nervos em ordem, uma semana depois, o Olaria obteve uma vitória categórica sobre o rival Bonsucesso por 3 a 0, com gols de Antoninho, Salvador e Osni. E em seguida, na abertura do returno, venceu o America pelo mesmo placar. Afonsinho e Roberto Pinto formavam de novo a dupla de meio-campo após três jogos sem poder contar com um ou outro, e o Alvianil passou por cima. Roberto Pinto fez um de falta e outro de pênalti, e Salvador completou de cabeça um cruzamento de Haroldo para fechar a contagem.
Veio então um eletrizante empate com o Fluminense. Logo aos três minutos, Luís Carlos abriu o placar com um golaço: matou no peito, deu um chapéu em Galhardo e bateu de primeira, vencendo Félix. Mas os tricolores viraram com dois gols de Ivair. Aos 36 minutos, o time suburbano empatava novamente em bola de Antoninho que desviou no zagueiro Assis antes de entrar. E três minutos depois passaria novamente à frente com gol de pênalti de Altivo. Na etapa final, o lateral Toninho voltaria a igualar o marcador, depois de o Flu ter ficado com um a menos, após a expulsão do ponteiro Lula.
O jogo seguinte, em 5 de maio, seria o da desforra contra o Vasco. Numa grande exibição, na qual mostrou excepcional coesão e senso de cobertura defensiva, além de muita classe no toque de bola envolvente, o Olaria abriu o placar logo aos 11 minutos de jogo com Antoninho. No segundo tempo, pouco depois de Marco Antônio acertar o travessão de Andrada, houve uma cobrança de falta rolada de Roberto Pinto para Altivo. O chute forte desviou em Eberval e enganou o arqueiro vascaíno, selando a justa vitória olariense.
Aquela sequência de atuações representou talvez o auge da equipe na competição. Mesmo o ataque, setor tido como o menos brilhante e eficiente do time, apareceu muito bem – apesar da ausência sentida de um goleador nato. O ponta-direita Marco Antônio recuava e ajudava a preencher o meio-campo. Luís Carlos, o ponta de lança, era um jogador impetuoso, inteligente, o mais habilidoso do setor e um tormento constante para as defesas adversárias. Salvador usava sua velocidade impressionante para puxar os contragolpes, pelo meio ou pelas pontas. Por fim, na esquerda, Antoninho (o último a chegar e a se firmar como titular) contribuía com experiência, controle de bola e a boa articulação com os meias e os companheiros de frente.
O confronto decisivo para as pretensões olarienses naquele campeonato viria na partida seguinte: dividindo a vice-liderança com o Fluminense, o time Alvianil encarava o líder invicto Botafogo. Numa noite inspirada do atacante Paraguaio, substituto de Jairzinho, os alvinegros abriram 2 a 0, mas o Olaria foi buscar a igualdade na raça, com gols de Salvador e Haroldo. Na etapa final, quando a pressão do time da Rua Bariri era enorme, e o arqueiro alvinegro Ubirajara fazia intervenções cruciais, Zequinha desceu pela direita, passou por Alfinete e cruzou. Nilson Dias ajeitou de cabeça e outra vez Paraguaio testou para marcar seu terceiro gol e dar a vitória aos botafoguenses, que agora se colocavam praticamente inalcançáveis, seis pontos à frente.
Com o título muito distante, restou ao Olaria manter a grande campanha para seguir de cabeça erguida. E o time responderia vencendo os dois compromissos seguintes. Primeiro contra o Bangu, num Maracanã semideserto. O time abriu o placar logo aos 16 minutos quando Afonsinho fez jogada de ponteiro pela esquerda, chutou e o goleiro Nei espalmou nos pés de Salvador, que pegou de sem-pulo, estufando as redes. Na etapa final, Afonsinho tabelou com Salvador e foi derrubado bem perto da área. Altivo cobrou a falta com seu habitual chute forte, acertando o canto esquerdo de Nei e fechando a contagem.
Na penúltima rodada, em General Severiano, o time bateu o Bonsucesso por 1 a 0 e confirmou o histórico terceiro lugar. O gol, marcado logo aos nove minutos de um jogo muito mais tranquilo do que o placar indica, foi fruto de uma jogada coletiva, trabalhada. Roberto Pinto entregou a Antoninho, que lançou Salvador em velocidade. O atacante foi à linha de fundo, driblou o zagueiro rubro-anil e cruzou para trás. Afonsinho, que vinha na corrida, chutou de perna esquerda no canto do goleiro. O título daquele ano acabou nas mãos do Fluminense, que arrancou no fim, enquanto o Botafogo tropeçou seguidamente, culminando na vitória tricolor no confronto direto da última rodada, por 1 a 0.
A polêmica das rendas
Enquanto o time fazia bonito em campo, uma grande discussão tomou conta dos bastidores durante a fase final do campeonato. Diferentemente de hoje, quando só é mencionado como indicador da saúde financeira dos clubes, o somatório das rendas era um importante critério para definir os participantes de um torneio – acima até mesmo do índice técnico. Para a disputa do campeonato nacional, por exemplo, ficou estipulado que os cinco participantes cariocas seriam o campeão estadual mais os quatro melhores colocados em rendas. O critério também seria usado para indicar os times que jogariam a Taça Guanabara no meio do ano e ainda os pré-classificados para o Campeonato Carioca do ano seguinte (no que a Federação acabaria voltando atrás pouco depois).
Durante a fase final, ficou claro que – ainda que tivesse chance até mesmo de ser campeão carioca – o Olaria teria de brigar palmo a palmo com America e Bangu no ranking de rendas pela quinta vaga da Guanabara no Brasileirão. Atento aos movimentos da Federação, que divulgava a tabela dirigida aos poucos, quase rodada a rodada, o clube começou a protestar por ser quase sempre indicado para jogar nas piores datas (por exemplo, nos meios de semana à tarde), enquanto os dois concorrentes muitas vezes engordavam suas arrecadações atuando em preliminares de clássicos no Maracanã (a renda era contada igualmente para todos os quatro clubes envolvidos em rodadas duplas).
Em 7 de junho, quando a Federação anunciou a tabela para as rodadas finais, foi a gota d’água: mais uma vez alegando terem sido prejudicados, os dirigentes olarienses anunciaram que o clube estava abandonando o campeonato. “Fizemos um sacrifício enorme este ano. Provamos a todos que poderíamos armar um time para disputar um campeonato condignamente. Com muito sacrifício, apresentamos uma equipe que enaltecesse o futebol carioca, não pensando somente em enaltecer nosso quadro social, mas também em consideração e respeito ao público carioca. O que conseguimos com isto? Nada. Não recebemos da Federação nem ao menos o reconhecimento pelo nosso trabalho”, lamentou Álvaro da Costa Melo, que também anunciava ali sua renúncia à presidência do clube.
A situação acabou contornada num encontro com o governador Chagas Freitas e tudo voltou aos seus lugares. Mas o clube conseguira atrair considerável atenção para sua causa e agora partiria para o contra-ataque. A rede de lojas de departamentos Ponto Frio publicou nos jornais um anúncio grande em apoio ao clube. E na noite de sexta-feira, 25 de junho, véspera da partida contra o Flamengo pela última rodada, o diretor comercial da empresa compareceu à Adeg (órgão que administrava o Maracanã) e entregou um cheque de Cr$ 800 mil, referente à compra de mais de 115 mil ingressos de todos os setores.
O destino das entradas, cuja compra alavancaria consideravelmente o Olaria no ranking das rendas, também já estava definido: seria distribuído gratuitamente nas lojas do Ponto Frio, em portas de escolas, orfanatos, asilos e também nas imediações do Maracanã, em Kombis da empresa. Em campo, o Alvianil perdeu por 1 a 0 para o Flamengo, gol de Fio, mas mesmo assim terminou na terceira colocação por pontos – à frente dos próprios rubro-negros (em quarto) e de America (quinto), Vasco (sexto) e Bangu (sétimo). Ficou também à frente do America nas rendas: embora pouco mais de 50 mil torcedores tivessem de fato passado pelas roletas do Maracanã (ainda assim um bom público), o número oficial anunciado foi de 118. 314 pagantes, gerando uma arrecadação que superava a soma dos rubros em mais de Cr$ 200 mil.
Irritado, o America anunciou que não entraria em campo para enfrentar o Bangu no domingo de manhã em São Januário, no que contou também com a adesão do adversário, provocando um W.O duplo em protesto contra o que os dois clubes consideravam uma atitude antidesportiva dos alvianis – embora o presidente do Olaria reiterasse que toda a ideia e a execução do processo de compra da renda haviam sido feitas exclusivamente pelo Ponto Frio.
A questão foi parar nos tribunais, e o time rubro recorreu ao presidente da CBD, João Havelange, para que se pronunciasse em sua causa. A entidade, através de seu diretor técnico Antônio do Passo (ex-presidente da Federação Carioca), decidiu com isso alterar os critérios de classificação para o Brasileiro, passando a adotar o convite puro e simples. E deu a quinta vaga da Guanabara ao America. “Eu não poderia ter outra atitude. Afinal de contas, eu sou responsável pela introdução do mesmo critério no campeonato nacional. Admitir a compra de renda, agora, seria contribuir para desmoralizar o próprio campeonato nacional”, justificou o dirigente.
Ironicamente, durante o Brasileiro a situação voltaria a se repetir envolvendo agora o Vasco, time do qual Antônio do Passo havia sido dirigente: ao fim da primeira fase, o critério de renda dava vaga a alguns clubes na etapa seguinte, e os chamados “cardeais” vascaínos (grupo de alto poder aquisitivo que integrava o conselho do clube) compraram dezenas de milhares de ingressos excedentes para um jogo contra o Palmeiras, no Maracanã, no intuito de garantir a classificação da equipe, que andava mal, por meio deste critério. Com mais este caso, a CBD viu-se obrigada a reformular o regulamento do torneio, criando um novo turno classificatório, e excluindo por ora o critério de renda (que voltaria em anos posteriores).
A vida após a grande campanha
Para o Olaria, porém, já era tarde. O clube acabou sem vaga no Brasileiro e desistiu de participar da Taça Guanabara, disputada em julho, logo após o Carioca. Novamente dirigido por Paulinho de Almeida, depois que Jair Rosa Pinto não renovou o contrato, o Alvianil preferiu embarcar para uma excursão pelo Norte e Nordeste levando todos os seus titulares, muitos deles cobiçados por outros clubes de dentro e fora do Rio (o São Paulo tentou a contratação de Miguel, convocado para a Seleção Brasileira, e o Cruzeiro sondou Alfinete). Retornou invicto, com sete vitórias e três empates.
Os principais nomes do time, no entanto, foram parar quase todos no Vasco, por empréstimo, no segundo semestre: Haroldo, Miguel, Alfinete e Afonsinho seguiram para São Januário, onde disputariam o Brasileiro. Além deles, o atacante Salvador era cedido ao Atlético Mineiro até o fim do ano (do qual retornaria com o título nacional). Luís Carlos e Osni, por sua vez, foram devolvidos ao Santos – e o ponteiro seguiria para o Vitória, onde começaria a se consagrar no ano seguinte.
Para 1972, o Olaria faria uma aposta arriscada, mas sem dúvida de muito impacto, para a disputa do Campeonato Carioca: a contratação de Garrincha, já com 39 anos de idade, levou o clube novamente às capas de revistas e jornais, mas rendeu pouco em campo. O ponta jogou apenas sete partidas, sendo substituído na maioria delas. Junto com ele também chegaram outros veteranos, figuras conhecidas do futebol carioca, como lateral Fidélis (emprestado pelo Vasco) e o zagueiro Mário Tito (vindo do Cruzeiro), ambos campeões com o Bangu em 1966.
Se não chegou a repetir a sensação do ano anterior, o time da Leopoldina fez campanha digna, em especial no primeiro e terceiro turnos. Curiosamente, a equipe foi treinada durante a maior parte do torneio pelo meia Roberto Pinto, que acumulava as funções de jogador e treinador. O Olaria terminou na sexta colocação, novamente como o melhor entre os pequenos. Mas mais uma vez o convite da CBD para disputar o Brasileiro não viria, provocando novas baixas no elenco (o zagueiro Altivo seguiria para o Santos e o lateral-esquerdo Mineiro defenderia o Flamengo, entre outros).
Em 1973, o clube contaria rapidamente com a volta de Afonsinho, que defendera o Santos na temporada anterior e retornava para o Carioca. Ironicamente, embora a campanha desta vez fosse um pouco mais fraca que a do ano anterior (terminaria em sétimo, um ponto atrás do rival Bonsucesso), o clube finalmente receberia o aguardado convite da CBD para disputar o Brasileiro, que de um ano para o outro teria o número de participantes aumentado de 26 para 40 clubes.
No Brasileirão, rodando pelo país
Dez anos depois de disputar pela única vez o Torneio Rio-São Paulo, o Olaria voltaria a cruzar as divisas da Guanabara. Mas já de saída o clube sabia que não teria muita chance de realizar uma grande campanha. Além de não contar por um bom tempo com o meia Roberto Pinto, o grande maestro da equipe, ausente por lesão, a tabela divulgada pela CBD não era favorável. Das 19 partidas do primeiro turno, o Alvianil só jogaria duas no Rio, justamente contra Flamengo e Vasco no Maracanã. O torneio era para o clube como uma grande excursão contando pontos, jogando a cada três ou quatro dias numa capital diferente.
Assim, naturalmente, o começo da campanha foi muito ruim, com apenas quatro pontos somados nos primeiros 11 jogos, sem nenhuma vitória. A reação começou exatamente com o retorno de Roberto Pinto, na partida contra o Atlético-PR no Couto Pereira (na época, chamado de Belfort Duarte): jogando sem dar espaços na defesa e arrancando em perigosos contra-ataques a partir de lançamentos do meia, o time bariri venceu por 2 a 0, gols do armador Gessê.
A partir de então, o time enfileirou uma série de grandes resultados que o transformaram de saco de pancadas a candidato à classificação. Bateu o Santos na Vila Belmiro (com um golaço de bicicleta de Jair Pereira), o Vasco em São Januário, o Remo em Belém, o América potiguar em Natal, o Fluminense e o America carioca no Maracanã e ainda arrancou empates preciosos diante do Botafogo, do Vasco, do Náutico no Recife, do Atlético no Mineirão, do Rio Negro em Manaus e do Figueirense em Florianópolis.
No fim, não foi o bastante para garantir a vaga entre os 20 que passariam para a etapa seguinte, mas o clube conseguiu justificar sua presença naquele torneio, especialmente por ter jogado quase sempre fora de casa, atuando no Rio apenas contra os rivais cariocas. Mas a boa última impressão contribuiu para que o Olaria fosse mantido no Brasileiro de 1974, disputado logo em seguida, a partir de março. Desta vez o clube fez campanha bem mais discreta, destacando-se apenas contra os rivais locais (venceu o Flu e empatou com Fla, Vasco e Bota). E o fim da fase de ouro viria definitivamente no segundo semestre com a campanha decepcionante no Estadual: penúltimo na Taça Guanabara, o Olaria sequer se classificou para os dois turnos seguintes.
Álvaro da Costa Melo, que após um breve afastamento havia retornado ao clube como patrono, decidiu novamente dar adeus em dezembro daquele ano para cuidar da família, da saúde e de seus interesses, como justificou. “Sou Olaria. Continuarei sendo. Mas agora em termos mais distantes. A minha missão está concluída, e bem concluída, modéstia à parte”, afirmou. Seu Melo, porém, voltaria diversas vezes ao clube posteriormente, como patrono ou mesmo na presidência, até falecer em maio de 1993, aos 87 anos.
Outro adeus simbólico foi o de Roberto Pinto, que após muito pensar, decidiria pendurar as chuteiras em janeiro de 1975. Afonsinho, que havia voltado mais uma vez por essa época, seguiria para o América mineiro antes de se dedicar mais à Medicina do que à bola. Terminava um ciclo histórico para o pequeno clube da Rua Bariri, que dali em diante viveria entre a primeira e a segunda divisões cariocas, às vezes fazendo boas campanhas, às vezes apenas figuração. Em 1981, o Alvianil conquistaria a Taça de Bronze, equivalente ao Brasileiro da Série C, mas no mesmo ano acabaria rebaixado no Estadual. E nunca mais brigaria tão de igual para igual com os gigantes. E nunca mais seria tão rico e tão cheio de classe em campo como naquele início dos anos 70.
Desenho do escudo e uniforme: Sérgio Mello
Colaborou: José Leôncio Carvalho
FONTES: Emmanuel do Valle, do site Trivela – Jornal dos Sports (JS) – Jornal do Brasil (JB) –Revista Placar
O Centro Esportivo e Atlético é uma agremiação do município de Ceará-Mirim, que fica a 33 km da capital (Natal) do Rio Grande do Norte. A sua Sede fica localizada na Rua Manoel Varela, nº 398, no Centro da cidade. Fundado na terça-feira, do dia 02 de Janeiro de 1934, e, no começo de 1953, alterou o nome para Centro Esportivo Cultural.
Na esfera profissional, o Centro Esportivo e Atlético disputou o Campeonato Potiguar da Segunda Divisão de 1947, organizado pela Federação Norte-Rio-Grandense de Desportos (FND).
E, o Centro Esportivo e Atlético “não se fez de rogado“, e sagrou campeão de forma Invicta! A campanha somou 11 vitórias e um empate, nas 12 partidas realizadas. A competição contou com a participação de 12 clubes:
Centro Esportivo e Atlético (Ceará Mirim); Cruzeiro Futebol Clube (Macaíba);
Mauá Futebol Clube (Natal);
Extremoz Esporte Clube (Extremoz);
Onze Futebol Clube (Natal); Guarani Futebol Clube (Macaíba); Potengi Recreativo Clube (Natal); São Paulo Futebol Clube (Macaíba); Íris Futebol Clube (Natal); Tirol Futebol Clube (Natal); Cruzeiro do Norte Futebol Clube (Natal); Luzitânia Futebol Clube (Ceará Mirim).
Time base de 1938: Ezequiel; Joaquim e Chico; Fernandes, Paraíba e Matias; Cacité, Cláudio, Barbosa, Zito e Marinho.
Time base de 1939: Ezequiel; Álvaro e Murilo; Fernandes, Duó e Campos; Machado, Penha, Paulo, Laurindo e Siqueira.
Time base de 1948: Epitácio; Murilo e Mario; Paulo (Auzair), Medeiros e Jorge (Newton); Machado (Mendes), Domingos, Geraldo (Duó), Siqueira (Vicente) e Luís.
Time base de 1950: Ezequiel; Matias (Joaquim) e Romão (Zezé); Chicó (Paulo), Bi (Cláudio) e G. Ferreira (Preá); Cacité, Cláudio, Abel, Petrônio (Juarez) e Marinho.
O Esporte Clube São Bento foi uma agremiação da cidade de Angra dos Reis (RJ). A sua Sede social ficava localizado na Rua Arcebispo Santos, nº 94, no Centro da cidade. Foi Fundado em 1950.
Há poucas informações do São Bento. O que foi apurado é que o time foi Hendecacampeão (11 vezes) de Angra dos Reis em 1951, 1952,1953, 1954, 1955,1956, 1957,1958, 1959,1960, e 1961. Cinco anos depois disputou o III Campeonato Fluminense de Clubes Campeões Municipais de 1962. Na estreia, nem precisou jogar, uma vez que o seu adversário (Guarani Esporte Clube, de Volta Redonda), desistiu de participar. Assim, avançou para a segunda fase.
Posteriormente, participou do Torneio de Campeões do Estado do Rio de 1964, organizado pela Federação Fluminense de Desportos (FFD). Tupi (Paracambi); São Pedro (São João de Meriti); Mauá e Metalúrgico (São Gonçalo); Tanguá (Rio Bonito); PIauí (FNM); Flamengo (Macaé); Mangueira (Paraíba do Sul); Cantagalo (Cantagalo).
Time base de 1957: Zezito; China e Pindaro; Santos, Benê e João Cidade (Assaid); Artur, Mair, Edson e Ézio.
FONTES: Jornal dos Sports – O Fluminense (RJ) – A Noite (RJ) – Última Hora (RJ)– Mercado Livre
O Coruputuba Futebol Clube foi uma agremiação do município de Pindamonhangaba (SP). A sua Sede ficava localizada na Fazenda de Coruputuba, em Pindamonhangaba.
Fundado em 1920, foi a 1ª equipe de futebol da fazenda, juntamente com a indústria do papel que iniciava suas atividades na cidade e que nos anos subseqüentes se tornaria uma potência na região do Vale do Paraíba, no estado de São Paulo, Brasil e América do Sul.
As cores definidas para a equipe eram o preto e branco, que fizeram parte do uniforme em vários modelos de camisas, como por exemplo, camisas listradas dentre outros modelos.
Alguns nomes que defenderam a equipe durante esse período: Bimbim, Alemão, Chico Preto, Marcílio, Barbeirinho, Lobo, Nino, Nico Giovanéli, Mineiro, Fusco, João Leal, João Ribeiro, Nininho, Rubens Café, Zé Marine, dentre outros.
Sabe-se que o Coruputuba Futebol Clube existiu até a década de 50, quando acabou extinto, dando lugar a uma nova equipe que se chamava Associação Esportiva Industrial. Entre os anos 40 e 50, disputou algumas edições do Campeonato Paulista do Interior.
Desenho do escudo, uniforme e texto: Sérgio Mello
Colaborou: Rodrigo S. Oliveira
FONTES: Beatriz Cristina de Oliveira – Luiz Gustavo Souza Silva – A Gazeta Esportiva (SP)
O Auto Esporte Clube é uma agremiação da cidade de João Pessoa (PB). O “Clube do Povo” foi Fundado no dia 07 de Setembro de 1936, por um grupo de taxistas que se concentravam na Praça do Relógio, hoje conhecido como Ponto de Cém Reis, no centro da cidade de João Pessoa.
No entanto, por motivos até então desconhecidos, seu aniversário é comemorado no dia 7 de setembro. É conhecido como o Clube do Povo e o seu mascote é o macaco. É o quarto maior vencedor do Campeonato Paraibano de Futebol.
Nos primeiros anos, o Auto treinava nos campos localizados no centro da capital, o que foi lhe dando popularidade, devido a isso, arrastou multidões aos estádios, e pouco a pouco, criando a sua originalidade que até hoje é conhecido como o Clube do Povo.
Dando início a sua galeria de troféus, o Clube do Povo em 1939conquistou o seu 1º campeonato paraibano e de maneira invicta. Em 1959 foi o primeiro clube paraibano a disputar uma competição nacional, a Taça Brasil (hoje reconhecida como Campeonato Brasileiro pela CBF).
Conquistou esse direito depois de ter sido campeão paraibano do ano anterior. Já no ano de 1993 foi o primeiro paraibano a vencer na Copa do Brasil ao derrotar o Paysandu por 2a1 no Estádio Almeidão, em João Pessoa.
PRIMEIRO JOGO INTERNACIONAL
No ano de 1951 o Auto Esporte Clube realizou sua primeira partida internacional, contra a tripulação do barco argentino Punta Del Loyola, que estava ancorado no porto de Cabedelo, e venceu por 5 a 1.
CAMPEÃO INVICTO DE 1939
Em 1939, o Auto Esportesagrou-se Campeão Paraibano invicto, pelo campeonato organizado pela LDP (Liga Desportiva Paraibana). No primeiro compromisso, o Auto Esporte venceu ao Treze por 3 a 2; em seguida derrotou o Esporte Clube União por 2 a 1; Palmeiras-PB por 2 a 1, para, 8 dias depois, empatar em 1 a 1 com o Botafogo-PB e, finalmente, encerrar a temporada, aplicando a goleada de 7 a 1 ao Felipeia.
Quadro campeão, com os jogadores que revezaram durante a temporada: Terceiro (Lins), Biu (Lucena), Zé Novo, Henrique, Gerson, Aluízio, Neco de Cabedelo e Formiga (Pé de Aço); Pitôta, Pedrinho e Misael. 1958: AUTO CONQUISTA O ESTADUAL DUAS VEZES
O Campeonato Estadual de 1956, conquistado pelo Auto Esporte, só foi decidido dois anos depois, numa série em “melhor de três”, entre Auto e Botafogo-PB.
O alvirrubro venceu o primeiro jogo pelo escore de 2 a 1, no Estádio Olímpico. O placar foi inaugurado aos 21 minutos do primeiro tempo, por intermédio de China, marcando para o Auto Esporte. Pedro Negrinho empatou aos 36 ainda na fase inicial. No segundo tempo coube a Delgado marcar a tento que deu a primeira vitória ao quadro automobilista.
Na semana seguinte, foi decidido o campeonato com o Auto vencendo mais uma vez por 2 a 1, escore que lhe deu o título de Campeão Paraibano de 1956, com a seguinte equipe: Freire, Calado e Lucas; Xavier, Américo e Croinha; Pitada, China, Delgado, Massangana e Alfredinho.
No dia 21 de dezembro de 1958, no Estádio Leonardo da Silveira, Auto Esporte e Íbis se empenharam na luta pelo título estadual, que acabou sendo conquistado pelo quadro automobilista pelo placar de 3 a 1, marcando para os vencedores Piau (2) e Alfredinho, cabendo a Moacir descontar para o Íbis. O time campeão atuou com: Agostinho; Wilson e Américo; Élcio, Joca e Croinha; Tito, China, Macau, Alfredinho e Piau.
TÍTULO DE 1987 ACABA COM JEJUM DE QUASE TRÊS DÉCADAS
Em 2 de novembro de 1987, perante um público de 15 mil espectadores, o Auto Esporte conseguiu, ao empatar com o Botafogo-PB, quebrar um tabu que já vinha durando 29 anos sem conquistas do Campeonato Paraibano.
O árbitro deste jogo foi José de Assis Aragão, que pertencia à Federação Paulista de Futebol e deixou de validar um gol do Botafogo-PB, marcado pelo lateral-direito Santana Filho, quando o jogo estava 0 a 0. Os assistentes foram José do Egito e Marcos Nunes Teobaldo, ambos da Paraíba.
Para desespero da torcida motorizada, o Botafogo partiu na frente. Mas o Auto Esporte teve forças para empatar com Bona, aos 44 minutos da etapa final. A equipe esteve formada assim: Adaílton; Walter, Neurilene, Marconi e Carlito; Farias, Dagoberto (Dentinho) e Tola; Zé Carlos, Isaías e Anchieta (Bona). O Auto Esporte na ocasião era treinado por Víctor Hugo e presidido por João Máximo Malheiros. CAMPEÃO ESTADUAL DE 1990 E 1992
Durante o Campeonato Paraibano de 1990, era inegável que, mesmo antes de terminar o campeonato, o Auto tinha o melhor time. A confiança excessiva da torcida e da diretoria, acabou provocando um clima de guerra para o jogo contra o seu principal rival. O Botafogo-PB bem que tentou dificultar os passos do quadro volante.
Porém, isso nada valeu, pois Neto Surubim recebeu uma bola cruzada e bateu forte para o gol, sem chances de defesa para o goleiro Marola, do Botafogo-PB. O placar de 1 a 0 garantiu o título ao Auto Esporte, sob comando do treinador Mineiro, com a seguinte escalação: Jorge Pinheiro; Santana, Carlinhos Paraíba, Gilvan e Mano; Farias Álvaro e Neto Surubim (Adriano); Cao (Gilmar), Isaías e Betinho.
No Estadual de 1992, os alvirrubros fizeram a festa do título em pleno Estádio Amigão, diante dos torcedores trezeanos, que eram a maioria. Após a derrota no tempo normal de jogo, o Auto esteve impecável taticamente na prorrogação.
Mais ativo na partida, indo para o tudo ou nada, haja vista que o empate interessava unicamente ao Treze, o Auto fez o gol da vitória na prorrogação, aos 5 minutos, com Cristiano marcando o tento alvirrubro.
O Auto Esporte jogou com: Zenóbio; Gilmar (Cao), Salerno, Carlinhos Paraíba e Adriano; Deoclécio, Nilo e Betinho; Walber (Everton), Isaías e Cristiano. Técnico: Carlos (Carlão). Ainda neste mesmo ano, o Auto Esporte terminou na 3ª colocação do Campeonato Brasileiro da Série C.
O Auto Esporte é o único clube paraibano a fazer excursão à Europa, em 1999. Em 2004, o Auto Esporte foi rebaixado para a Segunda Divisão paraibana, retornando, no ano de 2006 à elite do futebol paraibano. No dia 29 de maio de 2011 o Auto Esporte é campeão da Taça Brasil de Futsal Sub-17– 2ª Divisão, levando o futsal paraibano para a 1ª Divisão do campeonato. O destaque do time foi o ala Netinho, camisa 10 da equipe.
O Auto Esporte sagrou-se, no dia 29 de outubro de 2011, campeão da Copa Paraíba 2011 em cima do Treze, vencendo por 3 a 1. Em 2012 o Auto Esporte foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil pelo Bahia, ao perder por 3 a 0, no Estádio Almeidão. Ficou em oitavo lugar no Campeonato Paraibano de Futebol de 2012.
E a partir daí, o Auto Esporte começou a ter um desempenho muito ruim. E até hoje tem lutado para recuperar a época das grandes conquistas.
Desenho do escudo, uniforme e texto: Sérgio Mello
FOTO:Matheus Emmanuel
FONTES: Wikipédia – http://automaniacos1939.blogspot.com.br/ – Jornal O Norte de (04/11/54)
O Botafogo Futebol Clube (Botafogo da Paraíba) é uma agremiação da cidade de João Pessoa (PB). A sua Sede está localizada na Rua Antonio Teotônio, nº 688, no bairro Cristo Redentor, em João Pessoa.
O Estado da Paraíba ainda respirava o ar da Revolução de 1930. A capital acabava de trocar de nome, já se chamava João Pessoa. Afetados ou não pelos trágicos acontecimentos políticos, um valoroso grupo de estudantes paraibanos tinha como passatempo predileto participar das peladas nas dezenas de terrenos baldios, ainda existentes, nos arredores de suas residências.
Foi exatamente em torno desse grupo de talentosos atletas adolescentes que foi amadurecendo a ideia de se fundar um novo clube. Assim, depois de uma “Assembleia” de muitos palpites, o “Belo” foi Fundado na segunda-feira, do dia 28 de Setembro de 1931, vários garotos, que nem imaginavam que estavam dando vida a um dos times mais tradicionais do estado da Paraíba.
Eles decidiram por este nome e montaram, então, a sua 1ª diretoria:
Presidente: Beraldo de Oliveira
Vice-Presidente: Manoel Feitosa (Nezinho)
1º Secretário: Livonete Pessoa
2º Secretário: José de Melo
Tesoureiro: Edson de Moura Machado
Orador: Enock Lins.
O palco do tão importante acontecimento foi uma modesta casa, a de nº 45, da rua Borges da Fonseca, hoje Av. D.Pedro II, bem próxima à esquina da Rua 13 de maio.
O nome “Botafogo”
O Belo, traz em sua história uma grande curiosidade na escolha do nome. O jornalista André Resende escreveu um livro (ainda inédito) em que fala sobre o clássico Botauto. E, segundo suas pesquisas, registros históricos retirados de jornais da época mostram que o nome saiu em meio a um contexto de greve em João Pessoa, no início da década de 1930.
– Nos primeiros registros que se teve acesso, o nome do clube aparece escrito separado: Bota-Fogo, por conta de alguns funcionários do jornal A União, que participaram da fundação do clube. Eles estavam passando por uma greve na época. E queriam usar o time recém-fundado como forma de protesto.
Durante os três meses após a sua fundação, a equipe do Botafogo conseguiu bons resultados e foi, a partir daí, conquistando a simpatia dos pessoenses. O primeiro amistoso que o Botafogo realizou foi contra o Triunfo, tendo vencido por 1 x 0 em jogo realizado no Campo do América, onde hoje está instalada uma caixa d’àgua da Cagepa, na rua Diogo Velho.
Na época, o Botafogo jogava com a seguinte formação: Beraldo, Louro e Nilton; Henrique, Pires e Mario; Bilica, Paulo, Ponzinho, Galego e Luca.
No ano seguinte à sua fundação, o Botafogo participou do Campeonato de Juvenis disputado na Escola de Aprendizes de Marinheiro, local onde, atualmente, encontra-se a Maternidade da Legião Brasileira de Assistência (L. B. A.), oportunidade em que conquistou o seu 1º título com o seguinte time base: Beraldo, Louro e Quidão; Aluysio, Vicente e Marinho; Bilica, Souzinha, Mario, Viegas e Zé Henrique. Reservas: Wamberto e Huerta.
Animado com os resultados, em 1933 vinculou-se à Liga de Barreira, hoje Bayeux, conhecida como Liga Suburbana, ou “Liga do São Bento”, que fazia uma relativa concorrência à LDP (Liga Desportiva Paraibana) que funcionava em caráter oficial.
A animação era tão grande que muita gente boa procurava a referida entidade. O Botafogo, pois, concorreu ao campeonato daquela liga, conquistando o título máximo em renhida porfia com o “São Bento”, que em decisão do certame foi abatido por 3×1. Nesse ano de 1933, o Botafogo apresentou-se assim constituído: Pagé, Genival e Rossini; Paulo, Teixeira e Nilo; Zé Henrique, Duílio, Windsor, Bilica e Von Shosten.
O resultado deu mais ânimo ao clube e meses depois, já em 1934, pedia filiação à Liga Desportiva Paraibana. Depois da filiação, o Botafogo passou a pensar na formação de uma boa equipe e reforçou-se com jogadores dos principais clubes filiados à LDP.
O Botafogo formou um timaço e tornou-se uma agremiação respeitada, principalmente porque passou a ser uma equipe mais prestigiada por seus torcedores em razão da qualidade de cada jogador.
Os resultados logo apareceram. Em 1935 sagrou-se Vice-Campeão Paraibano. Mas o seu 1º título de Campeão Paraibano surgiu em 1936. E daí logo se tornou tricampeão Paraibano ao conquistar também os campeonatos de 1937 e 1938.
Da sua fundação até hoje o Botafogo construiu uma bela história na Paraíba. Já são 31 títulos conquistados como Campeão Paraibano, e grandes vitórias a nível nacional e internacional. E se o Botafogo cresceu, se ele representa tantas tradições, deve-se muito à sua torcida.
E representando essa torcida, deve-se fazer referência a uma colaboradora anônima: a senhora Sebastiana de Oliveira, mãe de um dos fundadores e primeiro presidente do clube, Beraldo de Oliveira, que, com amor e carinho, cuidava do filho, do clube e de seus amigos, chegando a utilizar suas poucas economias para ajudar os meninos na compra de material esportivo e com outras despesas.
Mas se o Botafogo perdia, dona Sebastiana de Oliveira sentia mais que os garotos. Foi ela, portanto, a primeira grande torcedora, primeira grande sacrificada pelo clube. Seu exemplo foi seguido, ao longo dos anos, sabendo-se que muitos outros sacrifícios jamais deixarão apagar a chama ateada por Beraldo de Oliveira e amigos.
Texto, desenho do escudo e uniformes: Sérgio Mello
FOTO: Acervo de Raimundo Nóbrega
FONTES: Site do clube – Federação Paraíbana de Futebol – o livro “A História do Futebol Paraibano”, de Walfredo Marques – livro “Memória do Botafogo Paraibano – Vols. 1 e 2”, de Raimundo Nóbrega – Matheus Emmanuel