Arquivo da categoria: 03. Toninho Sereno

Campeonato Brasileiro de Seleções – 1922 – São Paulo 13 x 0 Minas Gerais

No ano de 1922, durante as comemorações do Centenário da Independência do Brasil, foi realizado o 1º Campeonato Brasileiro de Seleções.

 

FICHA TÉCNICA

São Paulo 13 x 0 Minas Gerais

Partida realizada na data de 23 de julho de 1922, na Chácara da Floresta.

Gols: Neco (6) Rodrigo (3) Friedenreich (3) e Formiga (SP)

Árbitro: Paulo Canongia

São Paulo: Primo; Bianco e Barthô; Bertolino, Fagarassi e Gelindo; Formiga, Heitor, Friedenreich, Neco e Rodrigues.

Minas Gerais: Bomback; Tonico e Chiquinho; Pirata, Lucas e Eurico; Lauro, Gelinho, Zico, Ivo e J. Maia.

 

Fontes:

revista “A Cigarra” e

Blog do Marcão

São Cristóvão Athletico Club – Rio de Janeiro (RJ): Escudo de 1942

O São Cristóvão Athletico Club (Atual São Cristóvão de Futebol e Regatas) é uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ).  A sua Sede social e o Estádio Figueira de Melo, ficam localizados na Rua Figueira de Mello, 200, no Bairro de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio. A sua maior conquista foi o título do Campeonato Carioca da 1ª Divisão de 1926.

História do São Cristóvão

Clubes de origem e fusãoFoi fundado no bairro de São Cristóvão em 12 de outubro de 1898 o Club de Regatas São Christóvão, dedicado ao remo. Em 5 de julho de 1909, surgiu oSão Christóvão Athletic Club, que se restringia ao futebol, e disputava o campeonato metropolitano – sua primeira partida foi disputada em 1 de agosto de 1909, vencendo o Piedade F.C.por 5 x 1. A união de ambos deu origem ao atualSão Cristóvão de Futebol e Regatas em 13 de fevereiro de 1943 – um novo clube, que herdou do clube de futebol a fama conseguida nos campos, já campeão carioca e com bom desempenho nos gramados.

Campeão Carioca de 1926

Em 1918, 23 e 24, o São Cristóvão terminara o Campeonato Carioca em terceiro lugar, já mostrando sua força. Mas, ainda assim, no início do Carioca de 1926, os favoritos eram Vasco, Flamengo e Fluminense. Na estréia, o São Cristóvão mostrou força e venceu o Botafogo por 6 x 3. No entanto, o time da Figueira de Melo perdeu de 6 x 2 do Fluminense na rodada seguinte e reforçou sua condição de azarão.

Aos poucos, porém, a estratégia do técnico Luís Vinhaes começou a se fazer notar. O treinador era discípulo do uruguaio Ramón Platero, campeão com o Vasco em 1923 e 24. Ambos tinham por princípio impor treinamento intenso aos jogadores, com enfoque no preparo físico e na força para os padrões ao amadorismo da época. No caso de Vinhaes, ainda deve-se acrescentar o discurso motivacional apurado.
Mesmo sem resultados brilhantes, o São Cristóvão foi colhendo pontos. Venceu Vila Isabel (3 x 2) e Vasco (2 x 1) apertado antes de deslanchar com um acachapante 5 x 0 sobre o Flamengo. O time seguiu com sua campanha consistente e discreta, com vitórias sobre Syrio e Libanez (3 x 1), Brasil (8 x 2), América (3 x 1) e Botafogo (4 x 3) e empate com Bangu (2 x 2).No início do segundo turno, o São Cristóvão venceu o Fluminense por 4 x 2 e se colocava como candidato ao título. Uma derrota para o Vasco (2 x 3) complicou a situação, pois os cruzmaltinos já se colocavam como principal concorrente na competição. Ainda assim, com vitórias consecutivas sobre Vila Isabel, Brasil, Syrio e Libanez e Bangu colocaram o clube da Figueira de Melo em situação confortável. A equipe tinha 27 pontos ao lado do Fluminense. O Vasco estava com 29, mas tinha duas partidas a mais e já encerrara sua participação.

Em 19 de setembro de 1926, o São Cristóvão empatou em 4 x 4 com o América e se beneficiou da derrota do Fluminense para o Flamengo por 2 x 0. Com isso, bastaria ao Alvinegro vencer o desinteressado Rubro-negro na partida decisiva. Os dois times já haviam se enfrentado no returno com vitória flamenguista por 3 x 1. No entanto, o jogo foi interrompido e cancelado, dando essa nova chance ao São Cri-Cri.
No jogo decisivo, realizado em 21 de novembro de 1926 no estádio da Rua Paysandu, o São Cristóvão sobrou em campo. Com o artilheiro Vicente em jornada inspirada, o time da Figueira de Melo fez 5 x 1 e conquistou, pela primeira e única vez, o Campeonato Carioca. Com os três gols na decisão, Vicente passou o vascaíno Russinho e ficou com a artilharia do torneio.Depois do título carioca, o técnico Luís Vinhaes ganhou espaço. Em 1934, foi o treinador da seleção brasileira na Copa da Itália. Em 1933, levou o Bangu a seu primeiro título carioca.

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Ficha técnica do jogo do título: Flamengo 1 x 5 São Cristóvão
Data: 21 de novembro de 1926
Local: estádio da Rua Paysandu (Rio de Janeiro)
Árbitro: Carlos Martins da Rocha
Flamengo: Amado; Pennaforte e Hélcio; Favorino, Flávio (Alfredo) e Japonês; Allemand, Aché, Nonô, Fragoso (Vadinho) e Moderato.
São Cristóvão: Paulino; Póvoa e Zé Luiz; Julinho, Henrique e Alberto Corrêa; Oswaldo, Octávio, Vicente, Arthur e Teófilo.
Gols: Allemand, Octávio (2) e Vicente (3)
Outros grandes momentos no futebolAlém do Carioca de 1926, o São Cristóvão também conquistou o Torneio Início em 1918, 28, 35 e 37 e foi ainda vice-campeão em outras seis ocasiões: 1920, 1925, 1927, 1938, 1940 e 1964, num total de dez decisões disputadas neste tradicional torneio.Também ficou com o vice-campeonato estadual em 1934.

O São Cristóvão teve ainda os artilheiros dos campeonatos cariocas de 1919 (Braz de Oliveira, 24 gols), de 1926 (Vicente, 26 gols), de 1928 (Vicente, 20 gols) e de 1943 (João Pinto, 26 gols). Em 2 de julho de 1919, o São Cristóvão goleou o Mangueira por 11 a 1, com o seu jogador, Bras de Oliveira, marcando nove gols, recorde no Campeonato Carioca até os dias de hoje, compartilhado com Gilberto Hime, do Botafogo.
Um título marcante foi o do Torneio Municipal de 1943. A competição era forte e o São Cristóvão teve de superar, em pontos corridos de um turno, América, Bangu, Bonsucesso, Botafogo, Canto do Rio, Flamengo, Fluminense, Madureira e Vasco.

Em 1937, quando disputava o Campeonato Carioca pela antiga Federação Metropolitana de Desportos (FMD), ao lado do Vasco, Botafogo e Bangu, entre outros, houve a pacificação do futebol do Rio de Janeiro, dividido em ligas, e os clubes da FMD se juntaram aos outros para a disputa do Campeonato Carioca já pacificado. O São Cristóvão liderava disparado o campeonato da FMD, sem poder ser alcançado por nenhum outro clube, mas esta liga foi dissolvida abruptamente sem declarar o São Cristóvão campeão, o que foi uma grande injustiça, por não ter refletido oficialmente a superioridade do time do São Cristóvão sobre os outros concorrentes.

Em 1953, o São Cristóvão sagrou-se campeão do Torneio Quadrangular Cidade de Campinas, disputado contra Guarani, Ponte Preta e o America Football Club, do Rio de Janeiro.

A maior atuação do São Cristóvão no Maracanã foi em 29 de março de 1975, quando enfrentando o Clube de Regatas Flamengo, de Zico, quando começou perdendo por 2 a 0 e numa reação sensacional venceu o partida por 3 a 2, inclusive com 2 gols anotados pelo ex jogador flamenguista Fio Maravilha.

São Cristóvão na Copa do Mundo

O São Cristóvão já mandou cinco jogadores para defender o Brasil em Copas do Mundo. Em 1930, foram Zé Luiz, Doca e Teófilo. Em 1938, Afonsinho e Roberto. Este último marcou um dos gols da vitória brasileira por 2×1 sobre a Tchecoslováquia, tornando-se o único jogador cadete a marcar em uma Copa.

O São Cristóvão possui um cartel que inclui 124 partidas internacionais, tendo a sua primeira partida internacional ocorrida contra marinheiros do cruzador inglês Orotawa, com vitória dos alvos por 4 a 1, em 17 de julho de 1917. No mesmo ano, em 19 de novembro, nova vitória, agora contra marinheiros do couraçado uruguaio Uruguay, por 6 a 1, tendo a sua primeira excursão ao exterior ocorrido em 1937 e as mais vitoriosas, à Europa e África, ocorridas na década de 1950.

Grandes nomes do futebol que passaram pelo São Cristóvão

Ao entrar na sede de futebol, na Rua Figueira de Melo, é possível ler – pintado em letras garrafais –, a frase:  “aqui nasceu o fenômeno”. O “fenômeno” em questão é o centro-avante Ronaldo, campeão de duas Copas do Mundo pela Seleção, um dos maiores jogadores de todos os tempos – que foi revelado nas divisões de base do São Cristóvão. Para as gerações mais novas, o jogador tem sido o mito que alimenta os brios do time.

Mas outros nomes marcantes começaram por ali: o meia Djalminha, ex-Palmeiras; Carlos Alberto Parreira, ex-técnico da seleção (Parreira, aliás, começou como preparador físico do time e estreou como treinador no São Cristóvão, logo depois de formado em Educação Física e um pouco antes de ser convidado para ser técnico de Gana); e Sebastião Lazaroni, técnico da Seleção na Copa de 1990. Não custa lembrar que o craque Leônidas da Silva, o Diamante Negro, também já vestiu a camisa dos cadetes.

 

FONTES: Revista O Tico-Tico  – Site do clube

Edson Arantes do Nascimento – Pelé

Nesta data, Edson Arantes do Nascimento está completando 75 anos de idade. Desta forma, achei de grande valia publicar o texto de Silvestre Gorgulho, que conta fatos pitorescos ligados a ele e, sobretudo, a origem do apelido PELÉ.

 

PELÉ: A HISTÓRIA QUE FALTOU

Silvestre Gorgulho (outubro de 2004)

 

Uma foto importante e histórica, pois mostra o time do Vasco da Gama de São Lourenço no seu campo de futebol, tendo ao fundo o tradicional Hotel Brasil, em frente ao Parque das Águas.

Na foto, dá para identificar, de terno, os médicos e apoiadores do Vasco, Rafael Reis e Emílio Abdon Povoa. Ainda, Gradim (cabisbaixo) ao lado de Dondinho (pai de Pelé) e Cotti. Agachados: o treinador Egídio, Pessoa, Perrucha e Maximiliano. No centro, sentado e de camisa branca, Bilé, o goleiro celebridade.

Entre inusitado e único, Pelé virou apelido, nome, sobrenome, substantivo e adjetivo.

Se o apelido de família de Edson Arantes do Nascimento era Dico, de onde veio o apelido Pelé?

É essa história que sempre ouvi de meu pai, Miguel Archanjo Gorgulho, 87 anos, e que até hoje mora na minha terra natal, em São Lourenço, no Sul de Minas.

“No final de 1942,  um grupo de empresários aqui de São Lourenço criou um clube de futebol chamado Vasco da Gama. Logo no início de 43 começou a contração de jogadores para formação do time.

O Vasco nasceu grande. O J. Pimenta, um português dono do Hotel Miranda, o Ari Lage, do Hotel Brasil, o Dr. Eurípedes Prazeres, o Dr. Emílio Póvoa, o Dr. Rafael Reis, muita gente apoiava o novo time de São Lourenço para contrapor com o Esporte Clube de São Lourenço, que era o bicho-papão da cidade.

O pessoal dos cassinos ajudou muito. Fomos atrás de um campo para treinar e acabamos conseguindo uma área ao lado do Hotel Brasil, onde está hoje o Parque das Águas II. Campo pronto, time formado, o Vasco começou a ganhar e a fazer um sucesso tremendo!

Tudo começou nesta data: 4 de julho de 43. Nesse dia, o Vasco de São Lourenço foi a Três Corações jogar com o Atlético de Três Corações. Jogo duro: 1 a 1. Nós tínhamos um goleiro muito bom, o Bilé. E o ATC tinha um atacante muito bom, o Dondinho.

Acabou o jogo e fomos conversar com o Dondinho para trazê-lo para o Vasco. Conseguimos. No meio de julho o Dondinho [João Ramos do Nascimento] veio com a família. Era dona Celeste, o Jair [Zoca] e o Edson Arantes do Nascimento [Dico]. Veio também um irmão da dona Celeste, o Jorge Arantes. A irmã caçula de Pelé, Maria Lúcia, nasceu aqui em São Lourenço.

Com o Dondinho, veio também o Fuad e o Gradim. O time base do Vasco era: Bilé, Nhozinho, Cotti, Maximiano e Antônio Moreira. Zé da Bola, Gradim ou Carlito, Dondinho (pai do Pelé), Fuad, Didi, Geraldão ou Macuco.

O primeiro jogo do Dondinho pelo Vasco de São Lourenço foi contra o Cruzeiro, lá em Cruzeiro (SP). Ganhamos e não me lembro de quanto. O segundo jogo, eu me lembro, foi dia 4 de setembro contra Lambari. Ganhamos de 8 a 0. O Dondinho fez 4 gols.

O Vasco tinha um time muito bom. Ganhamos do Smart e do Yuracan, de Itajubá, do Atlético de Três Corações e até da Seleção de Três Corações, agora com Dondinho jogando por São Lourenço. O Dondinho resolvia lá na frente e o nosso goleiro segurava tudo lá atrás. Era o Bilé.

O Vasco tinha um quarteto – melhor, um sexteto – que desequilibrava qualquer partida. Bilé, Dondinho, Pessoa, Gradim, Coti e Zé da Bola.

O garotinho Dico ficava na beira do campo e sempre dizia que era o Bilé. Mas, como grande parte das crianças na sua idade, o filho do Dondinho trocava o B pelo P. Então ele dizia: chuta aí para o Plé. E a criançada pegava no pé dele. Fazia questão de chamá-lo de Plé. Ele não gostava. Ele queria ser chamado era de Bilé.

E o negócio de chamar o garotinho de Plé foi ficando sério. Quanto mais o menino achava ruim com o novo apelido, mais a criançada pegava no pé. Começou no campo do Vasco, depois era na rua, depois era no trem…

O Vasco  durou mais alguns anos e acabou. Acabou porque os times de fora vieram buscar os melhores jogadores. O Rio de Janeiro levou uns dois, o Bauru veio aqui e levou, em agosto de 1945, três de uma vez: o Pessoa, o Dondinho e mais um que não me lembro. O Dondinho, além de jogar bola, era pintor. Eu sei que prometeram para ele um contrato com o Bauru Futebol Clube e um emprego na Prefeitura de lá.

No final de 45, tentamos ainda reerguer o Vasco de São Lourenço. Mas não teve jeito. O Bilé passou a jogar  no Esporte de São Lourenço e depois foi para São Paulo. Dizem que foi para a Portuguesa, não sei.

Com o Dondinho, acabamos por perder totalmente o contato. Naquela época comunicação era difícil. Tanto com ele como com a família. Só depois, em 1957 e 58 é que voltamos a ouvir falar no filho do Dondinho. Não mais como Plé,  mas como o consagrado Pelé”.

Mas aí já é uma outra história…

 

Campeonato Paulista de 1922 – Palestra Italia 2 x 2 Sport Club Corinthians Paulista

 

FICHA TÉCNICA

Palestra Italia 2 x 2 Sport Club Corinthians Paulista

Partida realizada na data de 23 de abril de 1922, no Parque da Antárctica Paulista.

Gols: Ministro e Imparato (PI) e Neco (2 C).

Árbitro: Sylvio Lagreca

Palestra: Primo, Nigro e Gasparini. Bertolini, Picagli e Ítalo. Forte, Ministro, Heitor, Imparato e Martinelli.

Corinthians: Mario, Nando e Gano. Raphael, Amílcar e Gelindo. Peres, Tatu, Gambarotta, Neco e Rodrigues.

 

Fontes: revista “A Cigarra” e o livro “O Caminho da Bola” de Rubens Ribeiro.

Amistoso em 1922 – Club Athletico Paulistano 6 x 2 Paulista Foot-Ball Club de Jundiahy

 

Club Athletico Paulistano 6 x 2 Paulista F.C. de Jundiaí

Partida realizada na data de 21 de abril de 1922, na Chácara da Floresta.

Amistoso entre o C.A. Paulistano, campeão estadual e Paulista F.C., campeão do interior de São Paulo, ambos no ano de 1921.

Fonte: revista “A Cigarra

Amistoso em 1922 – Palestra Italia 6 x 2 Club Athletico Paulistano

 

Palestra Italia 6 x 2 Club Athletico Paulistano

Partida realizada na data de 15 de abril de 1922, no Parque da Antárctica Paulista.

Os gols do Palestra Italia foram anotados por Heitor (2), Imparato, Ministro, Matteo Forte e Pilla (PI)

Amistoso em benefício dos tuberculosos da guerra.

Fonte: revista “A Cigarra

Bangu Atlético Clube – Rio de Janeiro (RJ): Escudo diferente de 1957

Encontrei uma Flâmula interessante e um pouco diferente do Bangu Atlético Clube, Bicampeão Carioca de 1933 e 1966. A foto remete ao ano de 1957, quando os Mulatinhos Rosados foram ‘Campeão da Disciplina’, prêmio oferecido pelo Jornal dos Sports, ao time que menos expulsões tivesse durante todo o campeonato.

Na flâmula, além do escudo há o símbolo do proletariado da Fábrica Bangu, que originou a criação do clube e até aquele ano a relação entre os dois era forte e estreita. Vale esclarecer que nunca vi nenhuma foto (eu já vi centenas) do Bangu com esse escudo, mas fica aí uma curiosidade para quem gosta de uma boa história.

 

FONTES: Um Coração Suburbano – Jornal dos Sports – Bangu.Net – Jornal Luta Democrática