Arquivo da categoria: 08. Gilberto Maluf

Rio, 16 de julho de 1950 – A noite triste de um campeão

…… Na noite de 16 de julho de 50, o velho capitão não quis comemorar com o resto do time. Convidou o massagista da Celeste Olímpica a sair com ele. Os dois deixaram o hotel sem destino certo. O Rio era um vasto cemitério. Nem alma do outro mundo se via pelas ruas da cidade.

Obdulio e o massagista entram num bar da Avenida Copacabana. O dono do bar é um velho conhecido de outras passagens da seleção uruguaia pelo Brasil. Obdulio, que já saíra do hotel um tanto calibrado, quer tomar chope. Está sem um tostão no bolso. Pergunta se tem crédito. O próprio dono traz duas canecas, espumando. Obdulio, ainda em pé, bebe de um só fôlego a primeira caneca.
Já sentado, Obdulio vê entrar no salão um rapaz. Um rapaz que é a própria máscara da desolação. Nas raras mesas ocupadas, as pessoas ouvem, desconsoladas as lamúrias do moço. Ressoa pela sala a tristeza cósmica do povo brasileiro.
– O Obdulio derrotou o Brasil – dizia, em prantos, o torcedor.
O desabafo bateu de mal jeito no coração de Obdulio Varela. De repente, ele se sente o carrasco de um povo. O próprio Obdulio narra, na primeira pessoa, o drama que passaria a viver naquela noite sombria do futebol brasileiro.
“Eu olhava aquele rapaz sofrido. Foi me dando um mal-estar. O povo desse país tinha preparado o maior carnaval do mundo e nós arruinamos tudo. De repente, eu estava tão amargurado quanto ele. Teria sido bonito ver uma noite de carnaval dos brasileiros. Teria sido emocionante ver a multidão delirando com uma coisa tão simples, tão singela. Nós tínhamos estragado a festa e, a bem da verdade, não tínhamos ganhado nada. Conquistamos um título, muito bem. Mas, que seria isso comparado com a tristeza imensa de uma gente tão simpática? Pensei no Uruguai. Certamente, o povo lá estaria muito feliz. Mas, eu, Obdulio, eu estava no Rio, no meio de uma profunda decepção nacional. Me lembrei da raiva que tive quando os brasileiros nos fizeram o gol. E, no entanto, a bronca que dei no campo iria doer em mim também”.
O dono do bar foi à mesa do campeão, levando pelo braço o rapaz, ainda choroso.
– Sabe quem é este? Este é o Obdulio Varela. – E apresentou um ao outro.
– Tive a súbita sensação de que aquele rapaz podia me matar – confessa Obdulio – e, se me matasse, talvez merecesse absolvição.
– Por favor, Obdulio – disse, reverente, o rapaz -, você quer tomar um chope comigo?
Obdulio aceitou. Mudou de mesa. “Se tiver de morrer aqui, não pode existir noite mais apropriada”, pensou.
À noite do triunfo, Obdulio Varela passou-a, inteirinha, esvaziando canecas e consolando aquela alma penada que acabara de conhecer. Um pobre coração destroçado. E a quem, lá pelas tantas da madrugada, talvez tivesse confessado, como confessaria, mais tarde, ao escritor Oswaldo Soriano:
– Se tivesse de jogar, de novo, aquela final do Maracanã, não se assombre com o que eu vou lhe dizer: eu faria um gol contra. Um gol contra, sim senhor!…
(Nogueira, Armando – A triste noite de um campeão)

“Eu tenho dois olhos, não 20 câmeras.” Pierluigi Collina, árbitro italiano

A TV evita que assaltos a apito armado sejam cometidos em campo, como se fazia nas Libertadores da América dos anos 60 e início dos anos 70. A transmissão de futebol pela TV democratiza. Fiscaliza. É cidadã no esporte, como deveria ser em outros aspectos de nossa vida. Mas a imagem da televisão não pode ter o controle remoto do futebol. Os botinudos têm de ser punidos pelos safanões e sacanagens que cometem em campo, como bem fez o STJD em 2003, como mal se tocou no ano que passou. A imagem da TV pegou e mostrou o que o árbitro não viu no campo? O tribunal pega o vídeo e pune.

Como poderia ter pego Pelé, na Copa de 70. Sua majestade deu uma cotovelada criminosa no uruguaio Fuentes. O árbitro não viu a ação de Pelé e só marcou a falta. Mas o uruguaio já deveria ter sido expulso pelo conjunto da obra, e pela ficha corrida de infrações na partida, válida pela semifinal do Mundial no México).

A Fifa só foi dar um pau nos que baixam a paulada na Copa de 94, quando meteu um gancho no lateral italiano Tassotti, que deixou um cotovelo no rosto do atacante espanhol Luis Enrique. Pênalti que o juiz não viu, mas o planeta enxergou.

Passados dez anos, apenas no ano retrasado o nosso STJD velho de guerra hasteou a bandeira branca e deixou as punições brandas no passado. Nossa justiça tardou, mas não falhou. Não é mais cega ao que a televisão mostra de violência em campo e na arquibancada.

“MUDERNOS” – Só não podem os analistas fashion invadirem o campo botando a televisão em campo como se fosse uma instalação artística, um videowall. Todas as questões do jogo não podem ser decididas pela televisão e pelo videocassete. A imagem não pode marcar pênalti – que é interpretativo, logo, subjetivo, individual. O computador não pode contar os centímetros de um impedimento. O dedo do homem não pode se meter como se fosse a mão de Deus. Como Diego, na Copa de 86, no México. Ele meteu a mão na Inglaterra, e o árbitro não viu o que o planeta inteiro observou pelo replay.

Um lance claro, cristalino. Mas para quem está na poltrona, no bem-bom, na frente da TV.

INTERPRETAÇÃO – A regra é assim. Cada um tem a sua opinião. Muitas vezes, nenhuma conclusão, depois de minutos de discussão, e de observação de um mesmo lance várias vezes, por vários ângulos.

O famoso terceiro gol da Inglaterra, na Copa-66, na decisão contra a Alemanha, em Wembley. Eu ainda não havia nascido e até hoje se discute se a bola entrou. Vendo e revendo, é difícil ter a convicção que o assistente Tofik Bahrmarov teve no lance – gol. “Gol” que não foi, diga-se, vendo muitas vezes o lance.

Imagine se a regra permitisse o uso do vídeo? E aí: meia-hora ou 40 anos discutindo o lance? Você gostaria de esperar o árbitro apertando o rewind do vídeo na lateral do campo?

Se a arbitragem errou, azar. O goleiro da Seleção franga. O artilheiro perde gol feito. Por que não pode o árbitro errar? Só ele não tem esse direito. Por mais que possa ser desumano um erro de apito, o juiz ainda é humano. Ele erra, e muito. Como eu. Como você. Como a sua televisão.

Que, convenhamos, tem errado mais do que deveria.

Mauro Beting

Campeões de Futebol nas Olimpíadas

1900 – Grã-Bretanha
1904 – Canadá
1908 – Grã-Bretanha
1912 – Grã-Bretanha
1920 – Bélgica
1924 – Uruguai
1928 – Uruguai
1936 – Itália
1948 – Suécia
1952 – Hungria
1956 – União Soviética
1960 – Iugoslávia
1964 – Hungria
1968 – Hungria
1972 – Polônia
1976 – Alemanha Oriental
1980 – Techecoslováquia
1984 – França
1988 – União Soviética
1992 – Espanha
1996 – Nigéria
2000 – Camarões
2004 – Argentina

América – O primeiro campeão do Estado da Guanabara .

Em 1960, o América de muitos cobras, conquistou o primeiro titulo de campeão do Estado da Guanabara. – Ary. Jorge. Djalma Dias. Amaro. Wilson Santos. Ivã. Calazans. Antoninho. Quarentinha. João Carlos e Nilo, foram os campeões que derrotaram o Fluminense por 2×1.

A Revista Placar do dia 20 dezembro de 1974 relembra em reportagem de José Trajano um pouco da história daquele jogo e que faziam naquele ano de 1974, 14 anos depois, os campeões do América.

Naquele dia 18 de dezembro de 1960, o movimento começou cedo no casarão da rua Gonçalves Crespo, ali pertinho da sede de Campos Sales. Os jogadores, um a um, vão acordando e seguindo para a cozinha. Bolos de goiaba e banana acompanham o café da manhã, enquanto o zagueiro Ivã é cumprimentado pelo seu 23º aniversário. Na porta da casa, uma multidão tenta acompanhar, na ponta dos pés, o movimento dos jogadores lá dentro.

Mais ou menos às dez horas, cinco caixas de champanha vão para a sala, carregadas por Pompéia e Ari. Enquanto o almoço não é servido, o médico Luciano de Oliveira toma a pressão de todos os jogadores e faz recomendações a Antoninho, contundido no tornozelo direito. Mais tarde, depois de almoçarem canja, purê de batata, arroz, bife e goiabada, os jogadores ficaram fazendo hora e, em grupos, vão até a esquina de voltam. Os cinco táxis, encomendados de véspera, emcostam em frente á casa rosa, os jogadores entram e seguem para o maracanã, onde exatamente ás 16 horas e 44 minutos começavam a disputa da final do primeiro campeonato do Estado da Guanabara.

O Fluminense ganha o toss, escolhe o lado e Quarentinha dá a saída para o América. Aos 25 minutos, Wilson Santos põe a mão na bola dentro da área. Pinheiro bate o pênalti, Ari rebate e, na volta, Pinheiro faz Fluminense 1×0. Como o empata dava o titulo ao tricolor, o América parte para cima no segundo tempo. Logo aos três minutos, Nilo empata. E aos 31 minutos Castilho rebate uma bola chutada pelo zagueiro Jorge, que mesmo sob o protesto de todos os companheiros, por ter avançado, emenda e dá a vitória ao América. E quando o juiz Wilson Lopes de Souza encerra a partida, Ari. Jorge. Djalma Dias. Wilson Santos. Amaro. Ivã. Calazans. Atoninho. Quarentinha. João Carlos. Nilo e mais os reservas Pompéia. Décio. Leônidas. Valença. Fontoura. Sérgio Babá e Enilson eram os primeiros campeões do novo Estado da Guanabara. A comemoração foi geral.

Mas toda festa acaba. E depois dela, a dura realidade. Amaro foi vendido para o futebol italiano. Djalma Dias se transferiu para o Palmeiras. Ivã saiu para o Botafogo. Calazans e Quarentinha para o Fluminense e acabou o time campeão de 1960. A carreira que terminou mais cedo foi a de Ivã, que chegou a ser convocado para a seleção brasileira de 1962 e foi cortado de última hora: morreu afogado aos 25 anos. Ari e Pompéia se revezavam no gol. Depois de passar pelo Flamengo, encerrou sua carreira no interior de Minas. Não deu certo como técnico e terminou como funcionário da Secretaria de Segurança. Pompéia chegou a fazer nome na Venezuela, onde voltou as manchetes dos jornais por seu estilo acrobático. Mas, num jogo contra o Real Madri, Di Stéfano foi chutar a bola e acertou seu olho. Operado, Pompéia ficou com uma vista só. Voltou ao Brasil, chegou a ser treinador de goleiros no Bonsucesso sem muito sucesso. Já faleceu. Jorge também convocado para a seleção brasileira de 1962 e também cortado, teve um fim melancólico. Jogando em outra seleção brasileira, a que foi disputar o sul-americano, ganho pela Bolívia, fraturou a perna e nunca mais foi o mesmo. De reserva do Fluminense passou por times pequenos até parar por conta de um emprego de fiscal do IBC no cais do porto. Djalma Dias foi o último a parar. Jogou até 1973 com 35 anos. Depois do Palmeiras jogou no Botafogo. Estava bem de vida e tinha vários apartamentos. Wilson Santos é o técnico dos juvenis do América e já passou algumas vezes pelo time de cima. Também é responsável pelo lançamento de Edu, irmão de Zico, em 1965. Amaro sempre foi a grande alegria do América. Foi convocado para a seleção de 1962, negociado com o futebol italiano. Com o dinheiro do seu passe (60 milhões antigos), o América comprou o Estádio do Andaraí. Em 1974, Amaro é professor de Educação Física e tem duas lojas de material esportivo no subúrbio do Rio.

João Carlos era o mais velho na campanha de 1960, tinha 30 anos. Encerrou sua carreira na Colômbia, em 1965, e hoje (1974) quem quiser encontrá-lo tem que ir ao Guarda-Móveis Pinto, na rua General Polidoro, em Botafogo, perto do Cemitério São João Batista. Calazans, quando chegou ao América, levava um grande cartaz, pois tinha jogado numa linha de cobras do Bangu e ao lado de Zizinho. Quando saiu para o Fluminense tinha uma mágoa do América – “Nem faixa de campeão de deram. A única que tenho é uma azul e branco dada pela Radio Guanabara”. Hoje, aos 40 anos, trabalha na Secretaria de Segurança e joga no time da repartição dirigida pelo ex-goleiro Ari. Antoninho era América desde dos juvenis, mas sempre morou em Niterói. Foi o artilheiro em 1960 e, por isso, não se conformou quando foi substituído na final e saiu chorando. Trabalha na Companhia de Navegação de Niterói. Quarentinha foi contratado em 1960 e foi aí que começou a fazer seu grande nome. Hoje é responsável pela sauna do Monte Líbano, clube os melhores da Zona Sul. Nilo, que fez o gol do empate na decisão de 1960 continua solteiro e jamais dispensa um papo regado à cerveja. Trabalha de madrugada no Jornal do Brasil, na distribuição de jornais. Dos reservas, Décio é o que se encontra com o pessoal e, às vezes, organiza festas em sua casa. Fontoura está bem na Bahia. Valença ainda joga nos times de Niterói. Sergio Babá aparece de vez em quando no barzinho onde costumam se reunir. Leônidas é técnico. Jailton é supervisor de um time em Goiás e de Enilson ninguém soube mais nada.

Transmisão primitiva de São Paulo x Palmeiras de 1951

Mário Lopomo, marcante rádio-escuta de Plantão Esportivo nos tempos anteriores ao satélite e à internet, foi o autor desta narração. Dava respaldo aos locutores Alexandre Santos, João Zanforlim, e Tony Lourenço e depois ao Paulo Edson.

Narração:
Senhores ouvintes da rádio Pan Americana, boa tarde. Estamos aqui no Pacaembu, neste domingo 28 de janeiro de 1951, para transmitir o jogo que vai apontar quem será o campeão paulista de 1950.
O próprio da municipalidade paulistana, apesar da chuva forte que assolou a cidade de São Paulo, está lotado, imaginamos que estejam 65.000 espectadores, espremidos por todas as dependências das sociais e populares, para assistir o choque rei do futebol paulista, Palmeiras x São Paulo.
Mesmo com a intempérie mandando chuva a “cântaros”, na cidade de Piratininga, torcedores, tricolores e esmeraldinos vieram em peso ao estádio.
O gramado assaz escorregadio, deverá ser um pesadelo para o Golkiper que não tiver muita atenção para o detalhe da bola escorregadia.
Mesmo porque onde eles atuam, não tem grama e tem poças d’água, formando um lamaçal.
– Alô, Mário Franquera Junior, a chuva pára ou continua?
– Olha Pedro, o instituto de metereologia diz que a chuva vai parar.
– Obrigado Franquera… esperemos que sim.

Neste momento os alto falantes do Pacaembu anuncia as escalações das equipes.

O posto de serviços Esso, de Francisco Zambrana Informa: Escalações das equipes.

São Paulo:
Mario, Saverio e Mauro: Bauer Ruy e Noronha. Dido, Friaça, Leopoldo, Remo e Teixeirinha.
Palmeiras:
Oberdã, Turcão e Palante. Valdemar Fiume, Luiz Villa e Sarno:
Lima, Canhotinho, Aquiles, Jair e Rodrigues.

O árbitro da partida será o inglês Mister Bradley. Que já está entrando em campo sob os apupos e xingamentos da torcida que superlota o estádio.

– Alô Pedro…
– Fala Ansaldo…
– Daqui de trás do gol da concha acústica, diviso um torcedor sentado nos ombros da estatua de Davi. E muitos outros em cima da concha acústica.
– É verdade Ansaldo, daqui também eu vejo…
A sorte fica com spiker, que tem o privilégio de estar dentro de uma cabine indevassável, protegido da chuva, que cai em menor intensidade agora.
Neste momento os litigantes desta pugna esportiva, adentram o gramado, com alguns mascotes à frente, para o início de uma partida que poderá ser muito significativa para o esporte bretão.
O lyslemam da partida e os capitães estão no centro do gramado para tirar o toss, e ver quem dará o pontapé inicial desta contenda.
O Golkiper Oberdã time de parque antártica, defenderá o arco dos portões monumentais e o kiper Mário, do tricolor do canindé, ficará no arco da concha acústica.
São 16 horas. Hora do Rio de Janeiro.

O balão de couro está no círculo central.

E quem vai dar o ponta pé inicial, é o center fours do tricolor Leopoldo.
Este rola para Friaça que atrasa para o center half Bauer, este deriva para o aza média esquerda Noronha. Quando este vislumbra uma brecha da defesa esmeraldina, vê o couro ser interceptado pelo beque central Palante da esquadra de parque antártica. Este por sua vez da linha fronteiriça da grande área chuta para frente sem destino, sendo que o center half Rui de cabeça mandar para a ponta esquerda à Teixeirinha, que entra livre a frente do golkiper Oberdã, mas o bandeirinha aciona seu instrumento, indicando off-sider, invalidando um tento que seria do São Paulo.
O cronômetro marca 45 minutos de jogo da primeira etapa e o Lylesman Bradley apita o fim do tempo inicial.
Esta é a rádio pan americana, a emissora dos esportes, em sua jornada esportiva dominical, sob os auspícios de Lonas Locomotiva.
Lavrador, para maior segurança de sua carga. Use lonas, locomotiva, um produto Alpargatas, produtora do brim Coringa. Que vai de, sol a sol, que fabrica as famosas calças rancheiro.

– Alô São Paulo.
– Fala Rio!
– Pedro, começa no maior do mundo o Flá – Flú.
– Obrigado. Narciso.
E agora vamos para os comentários de Mário Moraes.
Senhores ouvintes da pan. Tivemos neste primeiro tempo um jogo morno, com as duas esquadras com medo uma da outra, fazendo uma peleja retrancada e sem motivação. Se por um lado o antrener esmeraldino colocava seu time mais na retaguarda, mesmo porque o empate o beneficia.
O treinador São Paulo fazia o mesmo, deixando por muitas vezes o círculo central sem jogadores. Por isso tivemos um primeiro tempo sem a marcação de tentos.
O único lance que despertou maior emoção foi um córner, chutado pelo ponteiro Rodrigues, que quase entrou direto no arco sampaulino, defendido pelo guarda valas Mário. Saindo a pelota pela linha de fundo, a tiro de meta.
– Como é que você viu esse lance, Raul Tabajara.
– Com muita preocupação, Mário.
Quase que a redonda entra, onde a coruja faz o ninho.
– Os litigantes dessa porfia, voltam depois do descanso regulamentar, e volta com vocês, Pedro Luiz.
– vai começar a Segunda etapa.
Tudo pronto para o reinício da peleja, o placar é de zero a zero.
O center fours Aquiles do palmeiras movimenta do círculo central, para o ataque e a bola chega às mãos do guarda valas tricolor.
Mário lança a pelota para a ponta esquerda e Teixeirinha recebe toca para Remo que devolve a Teixeira que entra na área e chuta para gooool.
Aberta a contagem no Pacaembu. Numa tabela fantástica entre Teixeirinha e Remo que culminou com chute final do ponteiro para as redes defendidas pelo guarda valas Oberdã.

– Vai ser dada a nova saída Nelson Spinelli.

– Pedro, foi uma jogada fulminante, do ataque tricolor, a tabela Remo e Teixeirinha foi sensacional culminando com a bola indo as redes de Oberdã.
Um tento a zero, para o tricolor do canindé.
Já foi dada a nova saída, quem recebe é Jair, domina a redonda, mas quando Jajá da barra mansa tenta lançar é desarmado por Mauro. Mas a bola retorna ao ataque esmeraldino e Jair lança Aquiles que invade a área, chuta pra gooool …. Empatada a contenda em Pacaembu.
Um tento a um.

Depois de dada a nova saída Savério atinge o ponteiro Rodrigues com violência, Spinelli.

Sem dúvida Pedro, a contusão é seria tendo o craque esmeraldino que está sendo levado a um mozocômio mais próximo do estádio.
O São Paulo tenta de todas formas empatar a partida e vai todo para o ataque. Dido na direita vê Friaça, mas este é interceptado por Luiz Villa que entrega a Valdemar Fiume, que foge de Dido, e atrasa pra Turcão. Este entrega a Jair da Rosa Pinto, quando o craque de Barra mansa domina o couro ganhando tempo o árbitro inglês, mister Bradley, finaliza a peleja.

Com o placar de 1 x 1, dando ao Palmeiras o título de campeão paulista de 1950. Que pela segunda vez tira o tri campeonato do tricolor do Canindé.
– Pedro…
– Fala Otavio Munis. Os jogadores do Palmeiras nesse momento dão a volta olímpica pela pista de atletismo de Pacaembu. Oberdã visivelmente emocionado não conseguiu, dizer uma só palavra.

Texto de Mário Lopomo
GLOSSARIO Denominações usadas pêlos locutores esportivos da época.

Arco…Trave
Aza media esquerda…aquele que joga na lateral esquerda.
Balão, pelota, redonda e couro…A bola.
Córner…Escanteio
Chove a cântaros…Muita chuva
Center half…centro médio
Center fours…centro avante
Cotejo, contenda, pugna e peleja…o jogo em si.
Esquadra…time de futebol
Antrener…Treinador
Golkiper ou kiper…goleiro
Guarda valas…goleiro
Litigantes…jogadores
Tento…gol
Spiker…locutor
Off Sider…impedimento
Onde a coruja faz o ninho…Ângulos da trave.
Lylesmam…árbitro da partida.
Vislumbra…Vê
Tricolor do canindé…porque naquela época o campo do São Paulo ficava no bairro do Canindé Maior do mundo…estádio do maracanã Mozocomio…hospital Esporte bretão…denominação inglesa do futebol

A vida solitária e os deveres dos técnicos de futebol

A vida solitária do técnico começa quando ele tem que escolher os 11 jogadores que entrarão em campo. Por mais que ele tenha auxiliares, vai chegar um momento na semana em que ele vai ter que ficar só para escolher o time que vai jogar. Ele tem de pensar nos que vão jogar, nas alternativas que estarão no banco e finalmente em como terá de encarar os outros atletas que não foram relacionados. Nessa situação, o técnico tem de ser solitário mesmo, pois precisa escapar de todos os palpites que ouve durante a semana.

No jogo, a solidão só aumenta. Durante os 90 minutos, a decisão de fazer uma alteração, que pode fazer com que sua equipe perca ou ganhe, fica em suas mãos. Ou melhor, nas suas idéias.

Outro momento de profunda solidão para os treinadores está no final das partidas, principalmente após as derrotas. Caem nas costas dos treinadores todas as explicações de um possível fracasso. Se o time vence, o treinador também é esquecido. Nesse caso, a vitória será dos jogadores.

Além disso, se para os jogadores uma partida acaba após o apito do juiz, para um técnico a partida continua por um bom tempo. Solitariamente, ele passa um grande tempo pensando na partida, nas decisões que tomou durante o jogo e o que deverá ser mudado para as próximas partidas.

Por se isolarem, muitos técnicos se tornam pessoas prepotentes. Como vivem solitários, pensam que só existe uma maneira de enxergar o futebol. Tornam-se “donos da verdade”. Talvez seja por isso que todo técnico seja considerado teimoso. Por mais que os fatos indiquem que sua posição esteja errada, ele mantém seu pensamento, na esperança de que se o resultado aparecer ele poderá comemorar sua vitória –mesmo que seja de uma maneira solitária.

Todo treinador de futebol é uma pessoa solitária, pois sabe que não pode nem contar com o apoio dos seus “amigos” de profissão. Todo técnico sabe que a qualquer momento pode ser substituído por um “colega”. Os técnicos são tão desconfiados e acostumados a trabalharem sós que quase todas as tentativas de se formar uma comissão técnica com dois ou mais técnicos acabam não dando certo.

No futebol, ninguém vive tão cercado de pessoas, mas ao mesmo tempo ninguém vive tanto na solidão como os treinadores.

DEVERES DO TREINADOR TÉCNICO DE FUTEBOL

1) Preparar a equipe, dirigindo técnica e taticamente os que estiverem a seu cargo;

2) Traçar a orientação e a planificação a serem obedecidas pela equipe nos jogos, submetendo-se à aprovação do supervisor;

3) Cumprir os horários que forem determinados para o treinamento e jogos;

4) Submeter a relação dos jogadores que deverão ser concentrados para os jogos, e com eles concentrar-se;

5) Responsabilizar-se pela concentração nos dias de jogos, não permitindo a presença de pessoas estranhas ao departamento de futebol, salvo com autorização expressa do vice-presidente;

6) Apresentar, com 48 horas de antecedência, a relação dos jogadores a escalar, com efetivos ou reservas, para os jogos, bem como informar, posteriormente, quais os que disputaram e qual a eficiência que demonstraram;

7) Manter a equipe em perfeita disciplina e dentro das tradições do clube;

8) Convocar os jogadores para os jogos e treinos, fixando horários e demais condições que devam ser observadas;

9) Sugerir, ao supervisar, as penalidades que devam ser aplicadas aos jogadores por não-cumprimento de suas determinações;

10) Comunicar ao supervisor, por escrito, o trabalho que, não sendo de rotina, executar junto aos jogadores;

11) Comunicar ao departamento médico os acidentes que se verificarem com os jogadores nos treinos e jogos;

12) Respeitar a prescrição médica que for determinada para os jogadores;

13) Não permitir que jogadores vinculados a outros clubes participem do treinamento, salvo se tiverem autorização do clube de origem;

14) Quando solicitado, apresentar por escrito sua opinião sobre aquisição ou dispensa de jogadores;

15) Comparecer às reuniões para as quais for convocado;

16) Providenciar para que as equipes do clube se apresentem em campo nas horas determinadas para o inicio e reinício dos jogos, responsabilizando-se por qualquer atraso;

17) Não emitir opinião a respeito das declarações feita por dirigentes.

O BOM TREINADOR

1) É seguro de sua capacidade;

2) Sabe como obter o melhor dos jogadores: psicologia, motivação, maneira, aparência;

3) Explica claramente tanto por palavras como visualmente o que é requerido;

4) Planeja e adapta a tática de acordo com o seu time e com o adversário;

5) Decide suas prioridades, deve ser persistente, paciente, e determinado;

6) Tem boa técnica de treinamento: posiciona-se adequadamente no campo e tem voz de comando;

7) Treina de acordo com as regras de jogo, fairplay, e é honesto;

8) É consistente;

9) Cuida dos jogadores;

10) É sempre entusiasta;

11) É criativo e mantém-se informado sobre modernas tendências em futebol;

12) Procura sempre ser um vencedor e positivo.

Milton de Paula Carvalho
Humberto Peron

47.707 pagantes desafiaram o frio e foram ao Pacaembu.

Lembro como se fosse hoje. Em 26 de junho de 1988 jogaram Corinthians x São Paulo no Pacaembu pelo campeonato paulista, campeonato este que seria vencido pelo próprio Corinthians em final com o Guarani de Campinas, que teve como peculiaridades o gol de bicicleta de Neto e o primeiro gol do Viola.
Mas voltando ao clássico Corinthians x São Paulo, lembro que o mês de junho costuma fazer um frio lascado em São Paulo. Estava me preparando para ir ao jogo quando comecei a ouvir da minha esposa: Você está resfriado e quer ir ao jogo ….você vai piorar da gripe, é melhor não ir, e também o Corinthians vai perder…olha, é melhor ficar quietinho em casa. Fiquei em casa!
Começa o jogo e eu debaixo das cobertas escutando Fiori Giglioti pela Bandeirantes. Eram 19 minutos do primeiro tempo e Miller faz 1 x 0 para o São Paulo. E a bola não pára e aos 35 do primeiro tempo Raí faz 2 x 0. Olhei para minha mulher e falei: Puxa, ainda bem que você não deixou eu ir . Como você foi legal!
E a bola continua a rolar e o tempo de jogo era inexorável, como dizia Fiori, era implacável.
Esta derrota complicaria a vida dos alvinegros e Fiori ia relembrando tal fato quando, aos 35 do segundo tempo Everton diminui, 2 x 1. Sabem como é, esperar o empate nos últimos 10 minutos é difícil. E o tempo de jogo marcava 46 do segundo tempo, eu já desanimado, quando escuto um barulho de torcida no rádio, só o barulho por longos 10 segundos, não sabia o que estava acontecendo e aí ouço Fiori falando…não é possível……Everton de novo! 2 x 2!
Olhei para milha mulher e não deu outra: Peguei o travesseiro e comecei a dar travesseiradas nela falando, tá vendo, você me tirou dessa, nunca mais vou ver igual …e coisa e tal. As vezes me lembro disso.
No dia seguinte um torcedor do São Paulo ainda se saiu bem falando do que adiantaria eu ir , pois com 2 x 0 no lombo, aos 35 do segundo tempo já estaria longe do estádio…..
Resumindo, 47.707 pagantes desafiaram o frio e foram ao Pacaembu.
Jogos e coisas deste tipo julguei interessante escrever.
Gilberto Maluf

Panamericano de 1956

Obs: Realmente o Panamericano foi em 1956, conforme correto comentário do Julio Diogo. Pesquisando mais a fundo vi fotos e chamadas deste campeonato e encaminho.

Bodinho fez parte da delegação Brasileira, formada por um combinado de jogadores gaúchos, que conquistou o título do campeonato panamericano de 1956, disputado no México. Aquele time revelou craques para o futebol “tupiniquim”, como o goleiro Valdir Joaquim de Moraes, o zagueiro Oreco (campeão do Mundo em 1958), o meio-campista Ênio Andrade e o atacante Chinesinho entre outros.

A equipe verde-e-amarela teve como principal adversária na competição, a Argentina do técnico Guilhermo Stábile. Stábile, que como jogador fez muito sucesso, pois foi vice-campeão do mundo na Copa do Mundo de 1930, além de ter sido o artilheiro da competição. Como técnico, fez valer sua competência, pois dirigiu o selecionado portenho em oito campeonatos sul-americanos, tendo conquistado seis títulos. O grande destaque dos “hermanos” na competição foi o atacante Sivori, revelado pelo River Plate, que posteriormente foi para a Juventus de Turim e quase virou um “mito”.

A Taça da conquista do campeonato Panamericano de 1956 não faz mais parte do acervo da Confederação Brasileira de Futebol. O troféu foi roubado junto com a taça Jules Rimet, segundo inquérito aberto pela polícia carioca, as “relíquias” foram derretidas.

Abaixo veja a campanha do Brasil no Campeonato Panamericano de futebol de 1956 :

24/1/1956
Brasil 1×4 Chile
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Sul-Americano
Local: Estádio Centenário
Cidade: Montevidéu (Uruguai)
Árbitro: C. de Nicola (Paraguai)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Gilmar, Djalma Santos, Mauro Oliveira e Alfredo Ramos; Zito e Julião; Maurinho (Nestor), Del Vecchio (Baltazar), Álvaro, Jair da Rosa Pinto e Canhoteiro.
Gol: Maurinho.

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29/1/1956
Brasil 0x0 Paraguai
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Sul-Americano
Local: Estádio Centenário
Cidade: Montevidéu (Uruguai)
Árbitro: S. Bustamante (Chile)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi e Alfredo Ramos; Formiga e Roberto Belangero; Nestor, Álvaro, Del Vecchio (Baltazar), Jair da Rosa Pinto (Luizinho) e Maurinho.

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1/2/1956
Brasil 2×1 Peru
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Sul-Americano
Local: Estádio Centenário
Cidade: Montevidéu (Uruguai)
Árbitro: W. Rodriguez (Uruguai)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi e Alfredo Ramos; Formiga e Roberto Belangero; Nestor (Maurinho), Álvaro (Zezinho), Baltazar, Luizinho e Canhoteiro.
Gols: Álvaro e Zezinho.

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5/2/1956
Brasil 1×0 Argentina
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Sul-Americano
Local: Estádio Centenário
Cidade: Montevidéu (Uruguai)
Árbitro: W. Rodriguez (Uruguai)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi e Alfredo Ramos; Formiga e Roberto Belangero; Maurinho, Luizinho, Del Vecchio (Álvaro), Zezinho e Canhoteiro.
Gol: Luizinho.

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10/2/1956
Brasil 0x0 Uruguai
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Sul-Americano
Local: Estádio Centenário
Cidade: Montevidéu (Uruguai)
Árbitro: J. Brozzi (Argentina)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi e Alfredo Ramos; Formiga e Roberto Belangero; Maurinho, Del Vecchio (Baltazar), Zezinho, Luizinho e Canhoteiro.

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1/3/1956
Brasil 2×1 Chile
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Pan-Americano
Local: Estádio Olímpico
Cidade: Cidade do México (México)
Árbitro: A. Rossi (Argentina)
Técnico: Teté
Brasil: Sérgio, Florindo e Duarte; Odorico, Oreco e Ênio Rodrigues; Luizinho RS, Bodinho, Larry (Juarez), Ênio Andrade e Raul.
Gols: Luizinho RS e Raul.

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6/3/1956
Brasil 1×0 Peru
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Pan-Americano
Local: Estádio Olímpico
Cidade: Cidade do México (México)
Árbitro: A. Rossi (Argentina)
Técnico: Teté
Brasil: Sérgio, Florindo e Duarte; Odorico, Oreco e Ênio Rodrigues (Figueiró); Luizinho RS, Bodinho, Larry, Ênio Andrade e Raul.
Gol: Larry.

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8/3/1956
Brasil 2×1 México
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Pan-Americano
Local: Estádio Olímpico
Cidade: Cidade do México (México)
Árbitro: C. Vicuña (Chile)
Técnico: Teté
Brasil: Sérgio, Florindo e Duarte; Odorico, Oreco e Figueiró; Luizinho RS, Bodinho, Larry (Juarez), Ênio Andrade e Raul (Chinesinho).
Gols: Bodinho e Bravo (contra).

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13/3/1956
Brasil 7×1 Costa Rica
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Pan-Americano
Local: Estádio Olímpico
Cidade: Cidade do México (México)
Árbitro: C. Vicuña (Chile)
Técnico: Teté
Brasil: Valdir, Florindo e Duarte; Odorico, Oreco e Ênio Rodrigues (Figueiró); Luizinho RS, Bodinho, Larry, Ênio Andrade e Chinesinho.
Gols: Bodinho, Chinesinho (3) e Larry (3).

Brasil 2 x 2 Argentina
Data: 18 de março de 1956
Campeonato Pan-Americano
Local: Estádio Universitário da Cidade do México
Público: 50.000 pagantes
Árbitro: Claudio Vicuña Larrain (Chile)
Gols: Chinesinho 25′, José Yudica 36′, Ênio Andrade 58′ e Enrique Sivori

Brasil: Valdir (Renner); Florindo (Internacional), Figueró (Grêmio)- DUarte (Internacional),Odorico (Internacional) e Oreco (Internacional);Ênio Rodrigues (Grêmio), Ênio Andrade (Renner-RS);Luizinho (Internacional), Bodinho (Internacional), Larry (Internacional) e Chinesinho (Internacional)
Técnico: José Francisco Duarte Júnior, o “Teté”.

Argentina: Antônio Dominguez; Luis Cardoso, Juan Filgueiras; Nicolas Daponte, Héctor Guidi, Natalio Sivo; Luis Pentrelli, Francisco Loiácono (Oscar Di Stéfano), Benito Cejas, Enrique Sivori e José Yudica. Técnico: Guilhermo Stábile.

Fonte: Milton Neves