Arquivo da categoria: 08. Gilberto Maluf

A decisão do campeonato carioca de 1957

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GRANDES DECISÕES DO FUTEBOL
Botafogo 6 x Fluminense 2

Na foto, mais um golaço de Paulinho, o artilheiro do jogo. O atacante do Botafogo entra no gol de Castilho com bola e tudo.

Não foi, positivamente, uma decisão de campeonato como todas as circunstâncias faziam esperar. A verdade é que não houve aquela movimentação equilibrada, aquela disputa renhida com a vitória pendendo para um lado ou para o outro. O que se viu, desde dos primeiros minutos, foi um Botafogo se apresentando em tarde de gala, pegando firme na defesa e com um ataque arrasador. No outro lado, um Fluminense desbotado, com uma defesa cometendo falhas desastrosas e um ataque não recebendo o apoio do meio campo.

O maracanã recebeu um publico de 87.100 pagantes. Todos aguardavam muita luta, muita movimentação, muita dificuldade na vitória de um ou de outro. Entretanto, o campeão começou a se desenhar logo nos primeiros minutos através de um gol do artilheiro Paulinho Valentim. Naquela tarde, Garrincha, Didi, Nilton Santos e Paulinho fizeram a diferença. O centro avante foi o artilheiro da partida com cinco gols. Os campeões do mundo ajudaram seu clube a jogar os noventa minutos sem falhas. Com isso, a vitória e o titulo foram absolutamente justos. Competente na defesa, eficiente no meio campo e um ataque goleador, o Botafogo não teve dificuldades para conquistar o titulo de campeão carioca de 1957.

Foi um verdadeiro show de bola. Nem mesmo o grande goleiro Carlos Castilho conseguiu evitar a goleada. O gramado do maracanã se transformou num grande palco onde o baile do Botafogo foi assistido passivamente pelos jogadores do Fluminense.

O jogo foi realizado no dia 22 de dezembro de 1957 com uma arrecadação de 3.247.639,00. Paulinho fez 1×0. Paulinho marcou 2×0. Paulinho assinalou 3×0. Escurinho diminuiu para 3×1. Novamente Paulinho fez 4×1. Garrincha 5×1. Paulinho 6×1 e Valdo marcou o segundo gol do Fluminense. O juiz foi Alberto da Gama Malcher. O Botafogo foi campeão jogando com Adalberto. Beto. Tomé. Servilho e Nilton Santos. Panpolini e Didi. Garrincha. Edson. Paulinho Valentim e Quarentinha. O Fluminense perdeu com Castilho. Cácá. Pinheiro. Clóvis e Altair. Jair Santana e Jair Francisco. Tele Santana. Valdo. Robson e Escurinho.
Fonte: Museu dos Esportes

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Dirceu Lopes Mendes é mineiro de Pedro Leopoldo onde nasceu no dia 9 de março de 1946. Foi um craque que não teve muita sorte com a seleção brasileira. A grande decepção de sua vida esportiva aconteceu em 1970. Dirceu participou da seleção brasileira nas eliminatórias com o treinador João Saldanha. Quando Zagalo assumiu esqueceu seu nome e ele ficou fora do mundial no México. Foram momentos difíceis para Dirceu Lopes que estava no melhor de sua forma. Somente esqueceu a injustiça com o passar dos anos. Dirceu acredita que não teve maiores oportunidades na seleção porque viveu uma época em que o Brasil estava muito bem servido por jogadores de meio campo.

Jogando no meio campo, ele tinha a habilidade dos grandes craques. Era mais ofensivo e possuía uma incrível velocidade na execução das jogadas. Participou de uma das melhores fases da história do Cruzeiro de Minas Gerais. Formava um quadrado no meio campo no clube estrelado com Wilson Piazza, Tostão e Zé Carlos.

Dirceu Lopes começou sua carreira no juvenil do Cruzeiro em 1963 quando tinha 17 anos de idade e fez sua estreia no time principal no mesmo ano. Durante 13 anos defendeu o Cruzeiro. É um dos mais laureados jogadores do clube. Foi campeão mineiro nos anos de 1965/66/67/68/69 e 1972/73/74/75. Foram nove títulos de campeão. Também foi campeão da Taça Brasil em 1966 quando derrotou, na final, a equipe do Santos. O Cruzeiro venceu o primeiro jogo em Minas por 6×2, e o segundo em São Paulo por 3×2.

Depois longos anos vestindo a camisa do Cruzeiro, Dirceu Lopes teve uma ligeira passagem pelo Fluminense em 1977. Dois anos depois, voltou ao futebol mineiro para jogar pelo Uberlândia. Ainda jogou pelo Democrata de Governador Valadares e Democrata de Sete Lagoas, no interior de Minas. Na seleção brasileira, Dirceu jogou 19 partidas e marcou 4 gols.

Clássico entre Cruzeiro e Atlético Mineiro no Mineirão lotado. A massa celeste comemora um gol na partida. Em primeiro plano Dirceu Lopes e o goleiro Renato, do Galo. O zagueiro alvinegro inconsolável é Humberto Monteiro. No fundo da foto, Natal parece não acreditar que a bola está no fundo da rede tamanha sua alegria

Foto do dia 14 de janeiro de 1968 tirada durante o clássico entre Atlético e Cruzeiro no Mineirão, que teve a presença de mais de 86 mil pagantes. A partida valeu pela primeira decisão do Campeonato Mineiro de 1967 e foi vencida pelo time azul por 3 a 1. Na segunda partida, o Cruzeiro garantiu a taça ao fazer 3 a 0 sobre o Galo. Nesta imagem, vemos Natal chegando atrasado no lance. Ao fundo, Pedro Paulo (lateral do Cruzeiro), Dirceu Lopes (meia do Cruzeiro) e Grapete (zagueiro do Galo)

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Pesquisa de Torcidas em São Paulo – de 1967 a 2007

1) Pesquisa do jornal O Estado de São Paulo (publicada em 1967)

1º) Corinthians 35 %
2º) Palmeiras 27 %
3º) São Paulo 23 %
4º) Santos 10 %
outros 5 %

2) Pesquisa do jornal O Estado de São Paulo (publicada em 1969)

1º) Corinthians 43 %
2º) Palmeiras 26 %
3º) São Paulo 18 %
4º) Santos 10 %
outros 3 %

3) Pesquisa do jornal O Estado de São Paulo (publicada em 1971)

1º) Corinthians 40 %
2º) Palmeiras 24 %
3º) São Paulo 21 %
4º) Santos 12 %
outros 3 %

4) Pesquisa Placar/Gallup (publicada em 31/12/1971)

1º) Corinthians 40,28 %
2º) Palmeiras 23,61 %
3º) São Paulo 20,83 %
4º) Santos 12,50 %
5º) Portuguesa 2,78 %
nenhum 28 %

5) Pesquisa do jornal O Estado de São Paulo (publicada em 1973)

1º) Corinthians 37 %
2º) Palmeiras 25 %
3º) São Paulo 19 %
4º) Santos 16 %
outros 2 %

6) Pesquisa do jornal O Estado de São Paulo (publicada em 1976)

1º) Corinthians 45 %
2º) Palmeiras 22 %
3º) São Paulo 19 %
4º) Santos 10 %
outros 4 %

7) Pesquisa do jornal O Estado de São Paulo (publicada em 1978)

1º) Corinthians 44 %
2º) São Paulo 22 %
2º) Palmeiras 22 %
4º) Santos 10 %
outros 2 %

8) Pesquisa do jornal O Estado de São Paulo (publicada em 1980)

1º) Corinthians 46 %
2º) Palmeiras 23 %
3º) São Paulo 15 %
4º) Santos 12 %
outros 4 %

9) Pesquisa Placar/Gallup (publicada em 01/07/1983)

1º) Corinthians 36 %
2º) Palmeiras 24 %
3º) São Paulo 18 %
4º) Santos 12 %
5º) Guarani 2 %
6º) Ponte Preta 1 %
6º) Botafogo-RP 1 %
outros 6 %

10) Pesquisa do jornal O Estado de São Paulo (publicada em 1984)

1º) Corinthians 42 %
2º) Palmeiras 22 %
3º) São Paulo 14 %
4º) Santos 13 %
outros 9 %

11) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada em out/1991)

1º) Corinthians 46,99 %
2º) São Paulo 21,69 %
3º) Palmeiras 18,07 %
4º) Santos 10,84 %
nenhum 17 %

12) Pesquisa O Estado de São Paulo/Gallup (publicada em 05/11/1992)

1º) Corinthians 41 %
2º) São Paulo 22 %
3º) Palmeiras 17 %
4º) Santos 11 %
5º) Portuguesa 0,55 %
outros 8,45 %

13) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada em 14/06/1993)

1º) Corinthians 36,36 %
2º) São Paulo 35,23 %
3º) Palmeiras 17,05 %
4º) Santos 7,95 %
nenhum 12 %

14) Pesquisa Placar/Ibope (publicada em out/1993)

1º) Corinthians 36,4 %
2º) São Paulo 17,6 %
3º) Palmeiras 11,1 %
4º) Santos 8,2 %
5º) Flamengo (RJ) 2,8 %
6º) Bahia (BA) 2,2 %
7º) Vitória (BA) 1,3 %
8º) Atlético (MG) 0,4 %
8º) Botafogo (RJ) 0,4 %
11º) Ponte Preta 0,3 %
nenhum 12,5 %

15) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada em 26/12/1994)

1º) Corinthians 36,78 %
2º) São Paulo 29,89 %
3º) Palmeiras 19,54 %
4º) Santos 8,05 %
5º) Portuguesa 1,15 %
outros 2,3 %
nenhum 13 %

16) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada em 09/06/1995)

1º) Corinthians 40,24 %
2º) São Paulo 25,61 %
3º) Palmeiras 20,73 %
4º) Santos 7,32 %
5º) Portuguesa 1,22 %
outros 4,88 %
nenhum 18 %

17) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada em 05/06/1997)

1º) Corinthians 41,18 %
2º) São Paulo 24,71 %
3º) Palmeiras 20 %
4º) Santos 8,24 %
5º) Portuguesa 1,18 %
outros 5,88 %
nenhum 15 %

18) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada em 28/01/1998)

1º) Corinthians 45,24 %
2º) São Paulo 21,43 %
3º) Palmeiras 19,05 %
4º) Santos 7,14 %
outros 8,33 %
nenhum 16 %

19) Pesquisa Lance!/IBOPE (publicada em 05/11/1999)

1º) Corinthians 41,4 %
2º) São Paulo 22,9 %
3º) Palmeiras 20,0 %
4º) Santos 12,9 %
5º) Portuguesa 0,14 %
outros 2,6 %
nenhum 27 %

20) Pesquisa Placar/DataFolha (publicada em 14/01/2000)

1º) Corinthians 43,75 %
2º) São Paulo 23,75 %
3º) Palmeiras 20,00 %
4º) Santos 6,25 %
5º) Portuguesa 1,25 %
outros 5 %
nenhum 20 %

21) Pesquisa Lance!/IBOPE (publicada em 05/04/2001)

1º) Corinthians 43,17 %
2º) São Paulo 23,58 %
3º) Palmeiras 19,72 %
4º) Santos 6,83 %
5º) São Caetano 0,90 %
6º) Portuguesa 0,77 %
outros 5,67 %
nenhum 22,4 %

22) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada em 28/6/2001)

1º) Corinthians 40,51 %
2º) São Paulo 24,05 %
3º) Palmeiras 18,99 %
4º) Santos 6,33 %
outros 10,13 %
nenhum 21 %

23) Pesquisa Placar/DataFolha (publicada em nov/2002)

1º) Corinthians 42 %
2º) São Paulo 23 %
3º) Palmeiras 18 %
4º) Santos 10 %

24) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada em 09/11/2003)

1º) Corinthians 46,84 %
2º) São Paulo 24,05 %
3º) Palmeiras 16,46 %
4º) Santos 7,59 %
outros 5,06 %
nenhum 21 %

25) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada em 25/01/2004)

1º) Corinthians 41,25 %
2º) São Paulo 25,00 %
3º) Palmeiras 18,75 %
4º) Santos 8,75 %
nenhum 20 %

26) Pesquisa Lance!/IBOPE (publicada em 04/10/2004)

1º) Corinthians 42,39 %
2º) São Paulo 24,11 %
3º) Palmeiras 16,88 %
4º) Santos 10,53 %
nenhum 21,2 %

27) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada em 20/10/2005)

1º) Corinthians 44,87 %
2º) São Paulo 26,92 %
3º) Palmeiras 15,38 %
4º) Santos 7,69 %
outros 2,56 %
nenhum 22 %

28) Pesquisa Placar/TNS Sports (publicada em out/2007)

1º) Corinthians 32,9 %
2º) São Paulo 25,6 %
3º) Palmeiras 15,3 %
4º) Santos 14,5 %
outros 12,8 %

Obs: Observa-se que quando o Corinthians vai bem a diferença para o segundo colocado dobra, em qualquer período da amostragem.

Pesquisa Placar – O que dizem os árbitros

ELES ABREM O BICO

Em uma pesquisa exclusiva, Placar ouviu 18 dos 20 árbitros e assistentes brasileiros do quadro da Fifa. Ninguém melhor que eles para analisar o comportamento de jogadores e treinadores em campo – de cada dez jogos do último brasileirão, seis foram apitados por ao menos um deles. Veja para quem eles dão um cartão vermelho.

O CAI-CAI

O rótulo de “cai-cai” é certamente um dos menos desejados do futebol. Para a torcida, significa que o jogador prefere cavar faltas a partir rumo ao gol. E, para os árbitros, é sinal de que ele induzi-los ao erro. Para cinco dos entrevistados, o dono desse indesejado é o atacante Dagoberto, do São Paulo. “Ele dobra com uma facilidade incrível. Em vez de usar a habilidade que tem a seu favor, prefere cavar a falta”, diz um dos assistentes que o elegeram.

1 Dagoberto – SPO

2 Valdívia – PAL

3 Leandro – SPO

O Reclamão

Não é de hoje que Rogério Ceni provoca calafrios nos adversários quando atravessa o gramado para cobrar faltas e pênaltis. A novidade é que os juízes e bandeirinhas também temem que o capitão do São Paulo corra em sua direção. “O Rogério às vezes deixa o gol sozinho só para discutir com o árbitro do outro lado do campo”, diz um dos árbitros.

1 Rogério Ceni – SPO

2 Leandro – SPO

3 Fábio Luciano – FLA

O Encrenqueiro

Que jogador já parou para ler as regras do futebol? Quase nenhum, dizem os árbitros, e poucos são aqueles que se ocupam em segui-las. Talvez por isso a eleição de jogador mais indisciplinado tenha sido tão apertada. Mas o campeão foi o atacante Leandro, que acaba de deixar o São Paulo para jogar no Verdy Tokyo, no Japão. “O Leandro só começa a funcionar depois do primeiro cartão amarelo”, diz um dos juízes.

1 Leandro – SPO

2 Fábio Luciano – FLA

3 Túlio – BOT

O SANTO

Quando o primeiro árbitro respondeu à pergunta, parecia engano ou brincadeira. Romário, o mais disciplinado? Depois do terceiro voto para o Baixinho, poderia parecer um complô. Mas a verdade é que Romário revelou-se uma referência de disciplina para os árbitros. “Um jogo com 22 Romários poderia ser apitado por um árbitro de vôlei, de cima da cadeira”, diz Renato Marsiglia.

1 Romário – VAS

2 Rogério Ceni – SPO

3 Fernandão – INT

O XAROPE

Em 2005, Émerson Leão foi eleito o técnico mais odiado do Brasil, em uma enquete feita por Placar entre 100 jogadores. Agora, foi a vez de os árbitros manifestarem seu descontentamento com as atitudes do treinador à beira do gramado. “Não existe outro igual ao Leão, no mau sentido. Tudo que o árbitro fala, ele vai contra”, diz um dos juízes entrevistados. Em 18 possíveis votos, Leão arrematou 13.

1 Leão – SAN

2 Abel Braga – INT

3 Mano Menezes – COR

O LORDE

Com cinco votos cada, Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho foram eleitos os treinadores que mais bem se comportam em campo. “O Luxemburgo é hors-concours, como técnico e como pessoa”, diz um dos árbitros. Mas, na opinião de Arnaldo César Coelho, comentarista de arbitragem, nenhum dos eleitos merecia o título. “Os dois são chatos pra burro. Na verdade, não existe técnico disciplinado”, diz.

1 Luxemburgo – PAL

2 Muricy Ramalho – SPO

3 Caio Júnior – GOI

O Alçapão

Esta talvez tenha sido a mais delicada das perguntas. Para um juiz, admitir que se sente pressionado em determinados estádios pode ser o passaporte para a fama de juiz “caseiro”. Entretanto, dos 12 que responderam à pergunta, seis elegeram a Vila Belmiro como estádio onde as condições são as piores para a arbitragem. “É ruim de entrar na Vila Belmiro. E, como o campo é mais acanhado, a gente sente mais a pressão do público”, diz um dos árbitros.

1 Vila Belmiro – SAN

2 São Januário – VAS

3 Pq. Antártica – PAL

VERSÃO DOS ÁRBITROS

“Se eu vou apitar um jogo do São Paulo, já fico mais atento ao comportamento do Dagoberto, para que ele não venha a me causar problemas.”

“O Rogério Ceni não xinga o árbitro, mas é muito irônico. Ele sempre vem com um comentário sarcástico para discutir com o juiz.”

“O Leandro só começa a funcionar depois do primeiro cartão amarelo.”

“O Romário não discute com o árbitro. O máximo que ele faz é olhar feio. Se tivesse 22 jogadores como ele, o futebol teria menos polêmica.”

“Não existe outro igual ao Leão. Tudo que o árbitro fala, ele vai contra. Justamente ele, que deveria servir de exemplo para os jogadores.”

“O Luxemburgo é hors-concours, como técnico e como pessoa. Sempre educado e respeitoso.”

“É ruim de entrar na Vila Belmiro. E, como o campo é mais acanhado, a gente sente mais a pressão.”

Sicupira – um gol chorado no Pacaembu

Sicupira foi, sem dúvida, um dos maiores ídolos da história do Clube Atlético Paranaense. O ex-camisa 8 rubro-negro foi um dos principais destaques da equipe na conquista do estadual em 1970 (havia 12 anos que o Furacão estava na fila). Pelo Atlético Paranaense, Sicupira fez 154 gols.

Em 1972, Sicupira foi emprestado ao Corinthians. Ele jogou poucas partidas pelo alvinegro, mas elas foram suficientes para que ele ganhasse a simpatia da Fiel torcida.

Sicupira foi autor de um gol histórico do Corinthians. O time empatava por zero a zero com o Ceará, no lotado Pacaembu (68.695 torcedores estavam presentes), no dia 14 de dezembro de 1972. Só a vitória interessava ao Corinthians para que ele ficasse vivo no Brasileirão. Aos 45 minutos, após cruzamento de Nélson Lopes, Sicupira concluiu de primeira, o goleiro Hélio Show -até então destaque da partida- atrapalhou-se com a bola e ela entrou. Hélio Show ficou desesperado e começou a dar socos no gramado. Só estando lá para ver o sofrimento, a bola entrou pingando, de leve, nem chegou a tocar no fundo das redes. E isto aos 45 do segundo tempo. Foi uma festa inigualável.

Vocês conhecem um gol de angústia? Este foi um deles. Até hoje, quando lembro, fico nervoso.

Depois disto, faltou pouco para o Corinthians decidir o título do Brasileiro com o Palmeiras. Bastava um empate no Rio com o Botafogo. Neste jogo o Corinthians perdeu de 2 x 1.

Abaixo, as escalações das equipes de Corinthians e Ceará naquele histórico duelo em 1972:

CORINTHIANS – Ado; Zé Maria, Baldochi, Luís Carlos Gálter e Pedrinho; Tião e Rivellino; Paulo Borges (Vaguinho), Nélson Lopes (Mirandinha), Sicupira e Marco Antônio. Técnico: Duque.

CEARÁ – Hélio Show; Paulo Távares, Odélio, Mauro Calixto e Dimas; Edmar e Joãozinho; Nadio (Erandi), Samuel, Jorge Costa e Da Costa. Técnico: Ivonísio Mosca.

Sicupira começou no Ferroviário, atual Paraná Clube, e depois defendeu o Botafogo, o Botafogo de Ribeirão Preto, o Atlético Paranaense, o Corinthians (em 72) e de novo o Atlético Paranaense em 1976, quando encerrou a carreira.
Fontes: M.Neves
Almanaque Celso Unzelte
Presença no estádio no dia do gol chorado

Para todos que ouviram um jogo de futebol pelo rádio

Os Anos Dourados do Rádio Esportivo Brasileiro

Tive o privilégio que muitos não tiveram e talvez não venham a ter. Orgulho-me de ter atuado em São Paulo, na fase áurea do rádio esportivo. No período – 1973-1992 – os maiores narradores, comentaristas e repórteres de que se tem notícia estavam em atividade.

Por Edemar Annuseck
Entre eles Pedro Luis, Darcy Reis, Osmar Santos, Fiori Giglioti, Willy Gonser, Joseval Peixoto, José Silvério, Wilson Fittipaldi, Marco Antonio Mattos, Flávio Araújo, Ênnio Rodrigues, Borghi Junior, José Paulo de Andrade, Nei Costa, Alfredo Orlando, Haroldo Fernandes, Wilson de Freitas, Antonio Rangel, Dirceu Maravilha, Luciano do Valle, Luis César, Mário Garcia, Milton Peruzzi, José Italiano, José Roberto Papacidero, Paulo Soares, Luis Roberto De Múcio, Éder Luis, Oswaldo Maciel, José Carlos Guedes, Wanderlei Ribeiro, Jota Junior, Nilson César, como narradores; Mário Moraes, Mauro Pinheiro, Randal Juliano, Orlando Duarte, Claudio Carsughi, Barbosa Filho, Leônidas da Silva, Otávio Muniz, Carlos Aymar, Milton Camargo, Ávila Machado, José Goes, Luis Augusto Maltoni, Loureiro Junior, Wilson Brasil, Gerson o canhotinha de ouro, Vital Bataglia, Mauro Nóbrega como comentaristas, e, Fausto Silva, Cândido Garcia, Juarez Soares, Lucas Neto, Octávio Pimentel, Marco Antonio, Vitor Moran, Oswaldo Mesquita, Silvio Ruiz, Flávio Adauto, Wanderlei Nogueira, Luis Carlos Quartarolo, José Eduardo Savóia, Azevedo Marques, Ângelo Ananias, Romeu César, Roberto Carmona, Roberto Monteiro,Geraldo Blota, João Bosco Tureta, Henrique Guilherme, João Zanforlin, Roberto Silva, Jota Hávila, Oswaldo dos Santos, Luis Carlos Ribeiro, Reinaldo Simi Jr., Israel Gimpel, Geraldo Pedrosa, Renato Otranto, Oliveira Andrade, Flávio Roberto Alves, José Roberto Ercolin, como repórteres.

Quem fazia futebol !

Naqueles anos faziam a cobertura esportiva em São Paulo : Jovem Pan, Excelsior, Bandeirantes, Gazeta, Record, Tupi, Capital, Marconi, Piratininga e América.
Hoje estão na ativa Jovem Pan, Eldorado/ESPN, CBN, Bandeirantes, Record, Capital, Globo e Terra no AM, e, Bandeirantes, Transamérica, CBN, 105 em FM.

Grandes comunicadores em outros estados!

No Rio de Janeiro no mesmo período os grandes nomes da comunicação esportiva eram Waldir Amaral (tem peixe na rede do…) Jorge Curi (placar no PE do Maraca), José Carlos Araújo, Antonio Porto, Luiz Penido e Edson Mauro na Globo; Doalcei Camargo, Oswaldo Moreira (respeitável público), José Cabral (o homem da maricota), Airton Rebelo na Tupi, Clóvis Filho na Continental, Orlando Baptista na Mauá, e os comentaristas João Saldanha, Rui Porto, Luis Mendes, Alberto Rodrigues, Carlos Marcondes; os repórteres Washington Rodrigues, Denis Menezes, Kleber Leite, Ronaldo Castro, Luis Fernando, Eraldo Leite, Danilo Bahia, Sérgio Morais.

O rádio gaúcho cortava o país – pelas ondas curtas – com os narradores Pedro Carneiro Pereira, Armindo Antonio Ranzolin, Milton Ferreti Jung, Mendes Ribeiro, Antonio Carlos Resende, Samuel Souza, Élio Fagundes, Haroldo de Souza, José Aldo Pinheiro; os comentaristas Ruy Carlos Ostermann, Lauro Quadros, Paulo Sérgio Pinto, Edegar Paschoal Schmidt, Wianey Carlet, Paulo San´tana, Ênio Mello, Oswaldo Rola (Foguinho); e os repórteres João Carlos Belmonte, Lasier Martins, Lupi Martins, Valtair Santos, Laerte de Francheschi, Luis Carlos Reche, Antonio Carlos Macedo, Waldomiro Morais, dos que me recordo.

Os homens do Plantão Esportivo

E não podemos esquecer os profissionais do Plantão Esportivo ou QG de Esportes como Narciso Vernizzi (que criou o Plantão Esportivo Permanente na Jovem Pan; ele ficava o dia inteiro na rádio, informando a Previsão do Tempo e o esporte), Alexandre Santos e Paulo Edson (Bandeirantes), Silvio Filho (Nacional/Globo), Rui de Moura e Toni José (Gazeta), Manoel Ramos, José Ribeiro e José Roberto Ramos (Tupi), Antonio Augusto (Guaíba) e Oldemar Kramer (Clube Paranaense – vai completar 50 anos de plantão em 2008). E tem o Milton Neves, que começou no Plantão Esportivo da Jovem Pan e a partir de 1982, na final do Mundial (Itália 3 x 1 Alemanha), passou a apresentar o Terceiro Tempo, que transformou em sua agência, e, depois levou para a TV. Aliás, o Terceiro Tempo era um informativo que a Jovem Pan colocava depois do SHOW de RÁDIO, sempre após as Jornadas Esportivas.

Homenagem

Minha homenagem aos profissionais em atividade ou fora dela atualmente, e, in memoriam a Pedro Luis, Edson Leite, Darcy Reis, Fiori Giglioti, Marco Antonio Matos, Milton Peruzzi, Mário Garcia, José Italiano, Randal Juliano, Barbosa Filho, Leônidas da Silva, Mauro Pinheiro, Mário Moraes, Carlos Aymar, Ávila Machado, José Goes, Antonio Rangel, Manoel Ramos, Luis Augusto Maltoni, Wilson Brasil, Antonio Sola, Cândido Garcia, Azevedo Marques, Roberto Silva, Oswaldo dos Santos, Rui de Moura, Waldir Amaral, Jorge Curi, Antonio Porto, Oswaldo Moreira, João Saldanha, Mário Vianna, Rui Porto, Alberto Rodrigues (comentarista), Danilo Bahia, Pedro Carneiro Pereira (Rádio Guaíba), Oswaldo Faria (Rádio Itatiaia), J.Junior (Inconfidência-BH), Vilibaldo Alves (Itatiaia/Capital-BH), Olavo Leite Bastos-Kafunga-(Itatiaia), Carlos César Franco Gomes –Pingüim- (Itatiaia), Ivan Lima(Clube/Jornal-PE), Jaime Cisneros (Clube-PE), que fizeram parte dos Anos Dourados do Rádio Esportivo Brasileiro.

Como se grita Gol pelo mundo e distância que um jogador percorre numa partida

O nosso famoso grito de GOL é gritado da mesma maneira que nós brasileiros na Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Espanha, Honduras, Hungria, Itália, Iugoslávia, México, Panamá, Peru, Romênia, Uruguai e Venezuela. Em Portugal diz-se GOLO. GOAL, é gritado na Austrália, Bangladesh, Bélgica, Bulgária, Camarðes, Canadá, Chipre, Coréia do Sul, Eire, Egito, Estados Unidos, Finlândia, Gana, Gró-Bretanha, Grécia, Holanda, Iró, Islândia, Israel, Líbia, Luxemburgo, Nova Zelândia, Polônia, Senegal, Suíça, Tchecoslováquia, Turquia e União Soviética. BUT, é na Argélia, França, Gabão, Mali, Mônaco e Tunísia, e pronuncia-se BI. Na Alemanha e na Áustria diz-se TOR, na Noruega e na Suécia é MAL, e, finalmente, na Dinamarca GOL é MALL, sendo pronunciado MOL.

Fazendo um trocadilho, o time do coração tomar um gol na Suécia é MAL mesmo.

ESTATÍSTICAS

A distância percorrida por cada jogador, em cada posição:

· Defesas: 10.1 Km

· Médios: 11.4 Km

· Avançados: 10.5 Km

Futebolnarede.com.br

Quem viu pode se considerar um privilegiado

Nome completo: Edson Arantes do Nascimento

Nascimento: Três Corações (MG), 23/10/1940

Clubes onde jogou
Santos

Cosmos (EUA)

Títulos
Campeão Paulista (1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964 e 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973)

Campeão da Taça Brasil (1961, 1962, 1963, 1964 e 1965)

Campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1968)

Campeão do Torneio Rio-São Paulo (1959, 1962, 1964 e 1966)

Campeão da Taça Brasil (1961, 1962, 1963, 1964 e 1965)

Campeão do Torneio Tereza Herrera (1959)

Campeão da Taça Libertadores da América (1962 e 1963)

Campeão Mundial Interclubes (1962 e 1963)

Campeão Norte-Americano (1977) pelo Cosmos

Campeão Sul-Americano (1959) pela Seleção do Exército

Campeão Brasileiro de Seleções (1959) pela Seleção Paulista

Campeão da Taça Roca (1957 e 1963)

Campeão Mundial (1958, 1962 e 1970) pela seleção brasileira

Jogos pela seleção brasileira: 104

Gols pela seleção brasileira: 95

Pelé é considerado quase por unanimidade o maior gênio que o futebol já produziu em todo o mundo. Nunca um esporte e um país se identificaram tanto com um único homem. Pelé foi perfeito em todos os fundamentos. Chutava com os dois pés, tinha um preparo físico invejável e impulsionava-se para cabecear como ninguém. Foi eleito várias vezes o Atleta do Século 20, sendo uma delas pelo Comitê Olímpico Internacional, apesar de nunca ter disputado uma Olimpíada.

Ao longo da carreira, foi o único jogador a conquistar três Copas do Mundo pelo Brasil (1958, 1962 e 1970). Também conquistou dois títulos mundiais pelo Santos (1962 e 1963). Além disso, foi o primeiro atleta a superar a marca dos mil gols na carreira. No total, foram 1.282 gols (muitos deles comemorados com o tradicional soco no ar) em 1.375 partidas, sendo 1.091 delas pelo Santos, onde se tornou o maior artilheiro do clube de todos os tempos. Pela seleção brasileira, foram 95 (em 104 jogos).

Pelé nasceu em Três Corações, filho de João Ramos do Nascimento -o Dondinho- e Dona Celeste. Humilde, recebeu dos pais boa educação e estrutura familiar, além da paixão pelo futebol (o pai abandonou a carreira por causa de um problema no joelho). Começou a trabalhar cedo para ajudar a família, como engraxate, entregador de pastel e ajudante de sapateiro. Mas o destino do menino pobre que virou Rei já estava traçado. Depois de passar pelas categorias de base do BAC de Bauru, cidade para onde se mudou com quase cinco anos de idade, Pelé chegou ao Santos, em 1956, com apenas 15 anos, levado por Waldemar de Brito, craque que disputou a Copa de 1934.

Aos 16 anos, vestiu a camisa da seleção brasileira pela primeira vez, durante a Copa Roca de 1957, disputada no Maracanã, contra a Argentina. Na ocasião, o futuro craque substituiu Del Vecchio no segundo tempo, fez um gol, mas não evitou a derrota brasileira por 2 a 1. No ano seguinte, aos 17 anos, foi convocado para a Copa do Mundo da Suécia, ganhando a posição de titular na terceira partida, na vitória do Brasil sobre a União Soviética por 2 a 0. E nunca mais saiu.

Foram quatro Copas do Mundo (1958, 1962, 1966 e 1970) e três títulos (1958, 1962 e 1970). Também foi beneficiado por jogar ao lado de grandes mitos como Didi, Garrincha, Nilton Santos, Djalma Santos, Gérson e Rivelino. Em 1962, sagrou-se bicampeão, apesar de ter jogado apenas o primeiro jogo, contra o México, devido a uma contusão. Em 1966, amargou a eliminação do Brasil frente a Portugal ainda na primeira fase. Em 1970, aos 29 anos, ganhou seu último título mundial.

Além dos vários títulos pelo Santos (11 artilharias do Campeonato Paulista, sendo nove delas consecutivas) e pela seleção, Pelé, que recebeu este apelido, ainda criança, por pronunciar incorretamente o apelido de Bile, goleiro do Vasco e amigo de seu pai, também primou pela individualidade.

Foi por causa dele que os treinadores inventaram a posição do cabeça de área, só para marcá-lo. Ele foi o inventor da paradinha na cobrança de pênalti e da tabelinha com a perna do adversário. Em 1969, foi responsável por um cessar-fogo durante a guerra civil de Biafra. As duas partes decidiram dar uma trégua na batalha para ver Pelé atuar pelo Santos, no empate por 2 a 2, contra a seleção na Nigéria. O craque também foi um exímio goleiro. Jogou na posição em três oportunidades e não sofreu nenhum gol.

Em 1975, aos 35 anos, transferiu-se para o Cosmos, dos Estados Unidos, onde ajudou a difundir o esporte no país, e conquistou o título de campeão norte-americano de 1977, quando encerrou a carreira. Depois disso, fez diversas partidas de despedida. Pelé ainda teve participações em algumas novelas da Rede Globo e em dez filmes e compôs algumas músicas. Empresário de sucesso, ocupou o cargo de Ministro dos Esportes entre os anos de 1995 e 1998, período em que inspirou a criação da Lei Pelé.

Fonte: futebol.bol.com.br

Pelé
Jogador de futebol brasileiro nascido em Três Corações, Minas Gerais, maior craque da história do futebol nacional, personalidade mundial do esporte, chamado o rei do futebol e eleito o atleta do século, eleito pelo jornal francês L’Equipe (1981). Filho de Dona Celeste e de João Ramos do Nascimento, jogador de futebol afamado no sul de Minas Gerais, conhecido como Dondinho, que lhe deu o nome para fazer uma homenagem ao o inventor estadunidense Thomas Edison.

Ainda criancinha mudou-se com a família para Bauru, interior de São Paulo (1945) e começou a jogar aos dez anos, em Bauru. Depois de ser rejeitado em um teste no Corinthians paulista, aos 16 já era titular do Santos Futebol Clube.

Aos 17 foi convocado para a seleção brasileira, e conquistou sua primeira Copa do Mundo, na Suécia (1958). Foi bi-campeão da Libertadores da América e mundial de clubes pelo Santos (1962/1963) e disputou mais três copas do mundo de seleções e ganhou no Chile (1962) e no México (1970).

Despediu-se da seleção brasileira (1971) e do Santos (1972) e ainda jogou no New York Cosmos (1974), a fim de promover o futebol nos Estados Unidos, onde encerrou sua carreira profissional de jogador em clubes de futebol.

Marcou 1282 gols em 1364 partidas oficiais.

O fim definitivo de sua carreira foi celebrado em um jogo entre a seleção brasileira e uma seleção dos melhores do mundo (1981).

Foi ministro extraordinário de Esportes (1995-1998) no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Fonte: www.dec.ufcg.edu.br

Pelé
Quem gosta de futebol e teve a sorte de ver Pelé em campo, pode se considerar um ser humano privilegiado.

Jogos em Copas

15/06/58 2 x 0 URSS

19/06/58 1 x 0(1) País de Gales

24/06/58 5 x 2(3) França

29/06/58 5 x 2(2) Suécia

30/05/62 2 x 0(1) México

02/06/62 0 x 0 Tchecoslováquia

12/07/66 2 x 0(1) Bulgária

19/07/66 1 x 3 Portugal

03/06/70 4 x 1(1) Tchecoslováquia

07/06/70 1 x 0 Inglaterra

10/06/70 3 x 2(2) Romênia

14/06/70 4 x 2 Peru

17/06/70 3 x 1 Uruguai

21/06/70 4 x 1(1) Itália

A história do maior craque de todos os tempos começa com uma derrota. A derrota de um jovem chamado Dondinho em driblar a pobreza usando o futebol como instrumento. Tudo aconteceu no final dos anos 30. Depois de passar por um sem-número de pequenos times no interior de Minas Gerais, Dondinho havia finalmente conseguido uma chance no poderoso Atlético Mineiro. “Naquele tempo, os jogadores de frente jogavam plantados. Dondinho fazia diferente. Ele vinha de trás, com a bola dominada e, por isso, chamava a atenção”, recorda o jornalista mineiro Gérson Sabino.

Dondinho treinou e aprovou no Galo. Foi até morar com a mulher, Celeste, num quartinho localizado embaixo da arquibancada do estádio do Atlético. Sua estréia aconteceu no dia 9 de março de 1940, num amistoso contra o São Cristovão, do Rio de Janeiro. Mas num lance com o duro zagueiro Augusto, mas tarde capitão do Vasco e da Seleção Brasileira, Dondinho se machucou feio. “Água no joelho”, sentenciou o massagista – naquele tempo, o mundo do futebol ainda desconhecia os meniscos. O canditado a jogador nunca mais foi o mesmo. O problema o obrigou a voltar para o minguado futebol do interior. O pior era que Celeste carregava na barriga seu primeiro filho.

HOMENAGENS

“O maior jogador de futebol do mundo
foi Di Stefano. Eu me recuso a classificar Pelé
como jogador. Ele está acima de tudo”
(PUSKAS, craque do escrete húngaro
que dominou o futebol no início dos anos 50)

“Se Pelé não tivesse nascido homem
teria nascido bola”
(ARMANDO NOGUEIRA, jornalista)

“Pensei: ele é de carne e osso como eu. Me enganei”
(TARCISIO BURGNICH, defensor italiano na Copa de 70)

“Pelé é o único que ultrapassa os limites da lógica”
(CRUIJFF, comandante do Carrossel Holandês
na Copa de 74)

“Senti medo, um terrível medo quando vi
aqueles olhos. Pareciam olhos de um animal
selvagem, olhos que soltavam fogo”
(OVERATH, jogador alemão nas Copas de 66 a 74)

“Pelé desequilibrou o mundo”
(GILMAR, goleiro do Santos e da Seleção)

O futebol de Dondinho morreu naquele ano de 1940. Todo esse drama pessoal de mais um obscuro jogador brasileiro passaria ao anonimato não tivesse seu filho se tornado o mais reverenciado craque de todos os tempos. Édson Arantes do Nascimento, Pelé, nasceu no dia 23 de outubro daquele mesmo ano com o destino de vingar as derrotas de seu pai e, num sentido mais amplo, as derrotas de todos os brasileiros.

O DESCOBRIDOR
A honra de descobrir Pelé cabe a Waldemar de Brito, considerado um grande atacante (do São Paulo) entre 1935 e 1945. Waldemar chegou à cidade de Bauru, em 1953, para organizar o time infanto-juvenil do Bauru Atlético Clube, o Baquinho. Na primeira peneira, o novo técnico já ficou deslumbrado com aquele negrinho magrela que entortava os demais garotos e marcava gols aos montes. Em 1956, quando Waldemar deixou a cidade, prometeu voltar para buscar o menino. “Cuida bem desse garoto, que ele é uma dádiva de Deus”, recomendou a dona Celeste que, até então, era contra a entrada do filho no futebol. Meses depois, Waldemar voltou e levou Pelé para o Santos.

HERÓIS DE ÁLBUM
Números em Copas

Pontos: 37

Jogos: 14

Vitórias: 12

Empate: 1

Derrota: 1

Gols: 12

Média de Gols: 0,8

Pelé chegou a santos no dia 8 de agosto de 1956, com apenas 15 anos. Waldemar de Brito entregou o garoto ao treinador Lula e ao craque Jair da Rosa Pinto, que encerrava sua carreira no time da Vila Belmiro. Os demais jogadores se espantaram com a pretensão daquele moleque em treinar no clube. O debochado Zito até combinou de fazer o menino de bobinho no primeiro coletivo. Mas, à noite, quando entrou no quarto de Pelé, Zito viu um álbum de figurinhas sobre a cama. Nele estava escrito com letra de menino: “Deus é tão bom para mim que vai me fazer jogar tanto quanto Zito, chutar tanto quanto Pepe, driblar tanto quanto Pagão”. Zito desistiu da brincadeira. No dia seguinte, Pelé treinou e já fez um gol. Era realmente um fenômeno.

OS NÚMEROS DO REI

1.279 gols. Só perde para Friendenreich
com 1.329 gols reconhecidos pela FIFA,
apesar de não documentados

11 vezes artilheiro do Campeonato Paulista
(de 1957 a 1965, 1969 a 1973). Quem mais se
aproximou foi Friendenreich, com 9 artilharias
no tempo do futebol amador

58 gols em um único campeonato, o Paulista
de 1958. Abaixo só aparece ele próprio, com 49
gols em 1945

1.091 gols por um único clube, o Santos

95 gols pela Seleção Brasileira. O segundo
lugar cabe a Zico, com 67 gols

49 gols marcados em um único clube,
o Corinthiansm entre 1957 e 1974

65 gols entre 1975 e 1977, nas 111 partidas
que disputou pelo Cosmos de Nova York

32 títulos de campeão, uma média de 1,5 por ano

23 outros títulos de campeão em torneios
não-oficiais, o que sobe a média total para 2,6 por ano

Um mês depois, marcou seu primeiro gol oficial, metendo a bola no meio das pernas do goleiro Zaluar, do Corinthians de Santo André. Em menos de um ano, mais precisamente no dia 7 de julho de 1957, estreava na Seleção Brasileira e (adivinhem!) marcava um gol. O Brasil acabou perdendo para a Argentina (2 a 1, no Maracanã), mas a história ia mudar a partir dali.

A REALEZA DE PELÉ
Um dos primeiros a perceber a realeza de Pelé foi o escritor Nelson Rodrigues. “Dir-se-ia um rei (…) sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor”, escreveu Nélson, numa crônica profética publicada na revista Manchete Esportiva, em 8 de março de 1958. A coroação internacional foi questão de meses. Na Copa da Suécia, Pelé deslumbrou o mundo com apenas 17 anos e passou a ser chamado de o Rei do Futebol.

Com ele, o Brasil deixou de ser apenas mais um país do Terceiro Mundo, conseguindo sentir orgulho por ser conhecido e respeitado – pelo menos no futebol. A Era Pelé se traduziu em um tricampeonato mundial de futebol e na posse definitiva da Taça Jules Rimet. O Rei jogou 114 partidas e marcou 95 gols com a camisa amarela. Nas quatro Copas do Mundo que disputou, nas inúmeras excursões do Santos e na sua temporada pelo Cosmos, de Nova York, Pelé granjeou um número incontável de admiradores. De gente simples e anônima a artistas como Robert Redford e William Hurt, chefes-de-estado com Mikhail Gorbatchóv e Bill Clinton, papas, reis e rainhas. Todos eles prestaram suas homenagens ao Rei Pe

Um mês depois, marcou seu primeiro gol oficial, metendo a bola no meio das pernas do goleiro Zaluar, do Corinthians de Santo André. Em menos de um ano, mais precisamente no dia 7 de julho de 1957, estreava na Seleção Brasileira e (adivinhem!) marcava um gol. O Brasil acabou perdendo para a Argentina (2 a 1, no Maracanã), mas a história ia mudar a partir dali.

A REALEZA DE PELÉ Um dos primeiros a perceber a realeza de Pelé foi o escritor Nelson Rodrigues. “Dir-se-ia um rei (…) sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor”, escreveu Nélson, numa crônica profética publicada na revista Manchete Esportiva, em 8 de março de 1958. A coroação internacional foi questão de meses. Na Copa da Suécia, Pelé deslumbrou o mundo com apenas 17 anos e passou a ser chamado de o Rei do Futebol.

Com ele, o Brasil deixou de ser apenas mais um país do Terceiro Mundo, conseguindo sentir orgulho por ser conhecido e respeitado – pelo menos no futebol. A Era Pelé se traduziu em um tricampeonato mundial de futebol e na posse definitiva da Taça Jules Rimet. O Rei jogou 114 partidas e marcou 95 gols com a camisa amarela. Nas quatro Copas do Mundo que disputou, nas inúmeras excursões do Santos e na sua temporada pelo Cosmos, de Nova York, Pelé granjeou um número incontável de admiradores. De gente simples e anônima a artistas como Robert Redford e William Hurt, chefes-de-estado com Mikhail Gorbatchóv e Bill Clinton, papas, reis e rainhas. Todos eles prestaram suas homenagens ao Rei Pelé.

AS OBRAS-PRIMAS

Gol da Afirmação

19 de julho de 1958, Estádio Nya Ullevi, Gotemburgo, Suécia,
Brasil 1 x 0 País de Gales. A bola vem da direita, Didi ajeita de
cabeça para Pelé que mata a bola no peito, dá um semilençol no
adversário e toca para o canto direito do arco. Foi seu primeiro
gol em Copa do Mundo. É considerado pelo próprio Pelé o gol mais
importante da sua carreira, o gol da confiança, da afirmação

Gol Mais Bonito

11 de Novembro de 1959, estádio do Juventus, na Rua Javari,
Santos 5 x 1 Juventus. Pelé recebe a pelota de Coutinho na entrada
da grande área. Sem deixar cair no chão, dá três chapéus em três
defensores. Dá ainda um quarto chapéu no goleiro Mão-de-Onça e, ainda
sem deixar a bola tocar o solo, mergulha de cabeça para completar
uma grande obra-prima

Gol de Placa

5 de março de 1961, estádio do Maracanã, Santos 3 x 1 Fluminense.
Pelé pegou a bola fora da área do Santos e partiu para o gol adversário.
Passou entre Valdo e Edmilson, enganou Clóvia, saiu de Altair, fintou.
Pinheiro, driblou Jair Marinho, tocou na saída de Castilho. Pelé venceu.
sete jogadores do Fluminense e marcou o gol que lhe deu direito a placa de
bronze no hall de entrada do Maracanã. Daí nasceu a expressão “gol de placa”.

Gol de Tabela

11 de outubro de 1962, Estádio da Luz, Lisboa, Portugal, Benfica 2 x 5
Santos. Zito toca para Pelé. O Rei chuta a bola nas pernas do zagueiro Coluna.
A bola volta e Pelé passa para Coutinho. Continho devolve para Pelé, para
Coutinho, para Pelé, para Coutinho, para Pelé que passa pelo zagueiro Cavém e
chuta na saída do goleiro. Gol da descisão em que o Santos se tornou o Campeão
Mundial Interclubes e que ilustra a famosa tabelinha com o parceiro Coutinho.

Gol do Meio do Campo

19 de junho de 1977, Estádio Rutherford, New Jersey, Estados Unidos, Cosmos
3 x 0 Tampa Bay. Pelé percebe o goleiro adiantado e chuta do meio do campo. O
Rei marca o gol que tentara na Copa de 70, para delírio dos torcedores norte-
americanos

Quando parou definitivamente em 1977, já havia se transformado numa lenda. Primeiro, com o gol mil em 1969. Depois com a Copa de 70. Entretanto, o reconhecimento absoluto viria em 1981, quando foi escolhido o Atleta do Século numa eleição patrocinada pelo jornal francês L’Equipe em conjunto com outros 19 periódicos do mundo inteiro.

Hoje, Pelé é o cidadão mais conhecido do planeta. Seu nome é uma marca mais conhecida do que Aspirina ou Coca-Cola e sua imagem movimenta o equivalente a 200 milhões de dólares por ano. Com um patrimônio pessoal na casa dos 25 milhões de dólares, Pelé vive pelo mundo levando o futebol e o nome do Brasil para todos os campos. Atualmente, é Ministro Extraordinário dos Esportes, no Brasil.

DE GÊNIO
Zigue-zague em meio à defesa adversário, chapéu rente à cabeça dos zagueiros, cortes precisos com as duas pernas. Pelé foi sem dúvida o craque com maior repertório de jogadores que já existiu. Dele, dizem ainda que era craque em todas as posições. Mas também foi um inventor. É de sua lavra a paradinha na hora do pênalti bem como a tabelinha na perna dos beques.

Na paradinha, Pelé colocava a bola na marca para bater o pênalti e corria para chutar. Só que na hora exata, travava a corrida. Era o suficiente para o goleiro já pular para um canto. Assim, o Rei simplesmente rolava a pelota para o lado oposto. Bola de um lado, goleiro do outro.

Já a tabela com os adversários foi uma invenção que aconteceu por acaso. Certa feita, Pelé errou um passe, ma a bola bateu na canela do beque e sobrou de volta em posição excelente. Outro jogador qualquer, agradeceria a sorte e simplesmente chutaria para gol. Pelé não. Seu gênio vislumbrou naquele lance fortuito uma jogada da qual poderia se valer nas ocasiões mais difíceis. Assim nasceu a tabelinha na perna dos adversários.

A REALEZA DE PELÉ
Depois do jogo América x Santos, seria um crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana. Grande figura, que o meu confrade Albert Laurence chama de “O Domingos da Guia do ataque”. Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: – dezessete anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis. Uma delas é a de Pelé. Eu, com mais de quarenta, custo a crer que alguém que possa ter dezessete anos, jamais. Pois bem: – verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo com uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se imperador Jones, se etíope. Racialmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: – ponham-no em qualquer rancho e a sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor.

O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: – a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como que enxota, que escorraça um plebeu ignaro e polhento. E o meu personagem tem uma tal sensação de superioridade que não faz cerimônias. Já lhe perguntaram: – “Quem é o maior meia do mundo?”. Ele respondeu, com a ênfase das certezas eternas: – “Eu”. Insistiram: – “Qual é o maior ponta do mundo?”. E Pelé: – “Eu”. Em outro qualquer, esse desplante faria rir ou sorrir. Mas o fabuloso craque põe no que diz uma tal carga de convicção, que ninguém reage e todos passam a admitir que ele seja, realmente, o maior de todas as posições. Nas pontas, nas meios e no centro, há de ser o mesm, isto é, o incomparável Pelé.

OS LANCES HISTÓRICOS

CHUTE DO MEIO DO CAMPO

Pelé percebeu o Goleiro Viktor, da Tchecoslováquia,
adiantado e deu um chute de 70 metros, direto do meio do campo.
Viktor voltou desesperado mas a bola raspou a trave.

MAIOR DEFESA

Cruzamento na área e Pelé acerta uma cabeçada
certeira. A bola toca no chão e vai entrando quando
o goleiro Banks, da Inglaterra, se estica todo e espalma
A bola sobe e sai por cima do gol. A defesa passou a ser
considerada a maior de todos os tempos

TIRO DE PRIMEIRA

O goleiro uruguio Mazurkiewicz bate o tiro de meta errado
e Pelé, da intermediária, emenda de primeira para o gol. O goleiro
ainda tem tempo de se recuperar e encaixar a bola.

DRIBLE DE CORPO

A jogada mais plástica da Copa de 70. Tostão lança Pelé
e o goleiro Mazurkiewicz sai para dividir. Pelé passa pela
bola que também passa pelo uruguaio. O Rei dá a volta no
goleiro e chuta. A bola trisca a trave e vai para fora.

Vejam o que ele fez, outro dia, no já referido América x Santos. Enfiou, e quase sempre pelo esforço pessoal, quatro gols em Pompéia. Sozinho, liquidou a partida, liquidou o América, monopolizou o placar. Ao meu lado, um americano doente estrebuchava: – “Vá jogar bem assim no diabo que o carregue!”. De certa feita, foi até desmoralizante. Ainda no primeiro tempo, ele recebe o couro no meio do campo. Outro qualquer teria despachado. Pelé, não. Olha para a frente e o caminho até o gol está entupido de adversários. Mas o homem resolve fazer tudo sozinho. Dribla o primeiro e o segundo. Vem-lhe ao encalço, ferozmente, o terceiro, que Pelé corta sensacionalmente. Numa palavra: sem passar a ninguém e sem ajuda de ninguém, ele promoveu a destruição minuciosa e sádica da defesa rubra. Até que chegou um momento em que não havia mais ninguém para driblar. Não existia uma defesa. Ou por outra: – a defesa estava indefesa. E, então, livre na área inimiga, Pelé achou que era demais driblar Pompéia e encaçapou de maneira genial e inapelável.

Ora, para fazer um gol assm não basta apenas o simples e puro futebol. É preciso algo mais, ou seja, essa plenitude de confiança, de certeza e otimismo, que faz de Pelé o craque imbátivel. Quero crer que a sua maior virtude é, justamente, a imodéstia absoluta. Põe-se por cima de tudo e de todos. E acaba intimidando a própria bola, que vem aos seus pés com uma lambida docilidade de cadelinha. Hoje, até uma cambixirra sabe que Pelé é imprescindível na formação de qualquer escrete. Na Suécia, ele não tremerá de ninguém. Há de olhar os húngaros, os ingleses, os russos de alto a baixo. Não se inferiorizará diante de ninguém. E é dessa atitude viril e mesmo insolente que precisamos. Sim, amigos: – aposto minha cabeça como Pelé vai achar todos os nossos adversários uns pernas-de-pau.

Por que perdemos, na Suíça, para a Hungria? Examinem a fotografia de um e outro time entrando em campo. Enquanto os húngaros erguem o rosto, olham duro, empinam o peito, nós baixamos a cabeça e quase babamos de humildade. Esse flagrante, por si só, antecipa e elucida a derrota. Com Pelé no time, e outros como ele, ninguém irá para a Suécia com a alma dos vira-latas. Os outros é que tremerão diante de nós.

Fonte: www.geocities.com

Pelé

Edison Arantes do Nascimento KBE (Três Corações, 23 de outubro de 1940), conhecido como Pelé, é, trinta anos após sua retirada dos campos, o mais famoso futebolista brasileiro e mundial. É considerado por muitos como o maior jogador da história do futebol. Recebeu o título de Atleta do Século de todos os esportes em 15 de maio de 1981, eleito pelo jornal francês L’Equipe. No final de 1999, o COI, através de uma votação internacional entre todos os Comitês Olímpicos Nacionais associados, também elegeu Pelé o “Atleta do Século”.

Biografia
Filho de Dona Celeste e de João Ramos do Nascimento, conhecido futebolista no sul de Minas Gerais, alcunhado Dondinho, em 1945, mudou-se com a família para Bauru (São Paulo). O nome “Edison” foi escolhido pelo pai para fazer uma homenagem ao inventor Thomas Edison.

Ainda criança manifestou a vontade de ser jogador de futebol. Ironicamente a alcunha “Pelé” que serviu para identificar o jogador considerado o maior goleador de todos os tempos teve origem num goleiro. Em 1943 o pai de Pelé jogava no time mineiro do São Lourenço. Pelé, que então tinha três anos, ficava bastante impressionado com as defesas do goleiro da equipe do pai e gritava: “Defende Bilé”. As pessoas próximas começaram a chamá-lo de “Bilé”. Muitas crianças colegas do garoto Edison tinham dificuldade em pronunciar “Bilé” e com o tempo o apelido virou “Pelé”.

Com dez anos já jogava em um time infanto-juvenil, o Canto do Rio, cuja idade mínima para participar era de 13 anos. O pai então o estimulou a montar o seu próprio time: chamou-o Sete de Setembro. Para adquirir material, como bolas e uniformes, os garotos do time chegaram a pegar, sem autorização, produtos nos vagões estacionados da Estrada de Ferro Sorocabana para vender em entrada de cinema e praças.

Um fato que destacou a importância de Pelé no exterior foi quando de sua visita a África em 1969. No transcorrer da guerra civil na África, para que Pelé e o time do Santos FC transitassem em segurança entre Kinshasa e Brazzaville, as forças rivais declararam a interrupção das agressividades, chegando a ocorrer, numa região de fronteira, a transferência da delegação sob tutela de um exército para o outro.

Este fato fez lembrar o sonho do Barão Pierre de Coubertin ao fazer renascer os Jogos Olímpicos no século XX. Pois era costume na Grécia Antiga a decretação de um armistício quando da realização dos jogos olímpicos da época.

Pelé começou sua carreira no Santos FC, em 1956 e disputou sua primeira partida internacional com a seleção brasileira dez meses depois.

Professor de Educação Física, formado em 1974, pela Faculdade de Educação Física de Santos (Universidade Metropolitana de Santos)

Na década de 1980, namorou a então aspirante a modelo Xuxa, sendo considerado o principal responsável pela projeção inicial da mesma na midia. O mesmo período em que foram lançadas filmagens de Xuxa em um filme erótico chamado Amor, Estranho Amor. O filme com cenas polêmicas de Xuxa teve a exibição embargada na Justiça Brasileira anos depois, por iniciativa da própria atriz, que se tornara famosa e rica na TV e brasileira atuando como apresentadora infantil, e não por Pelé.

Foi ministro dos Esportes do Brasil de 1995 a 1998.Nessa época aprovou mudanças na Lei Zico, que passou a ser conhecida como Lei Pelé. A legislação, muito criticada pelos dirigentes de clubes brasileiros, na verdade segue em linhas gerais as diretrizes internacionais da FIFA para contratação de jogadores.

Em 2000, na conturbada eleiçao de Melhor Jogador do Século da FIFA, Pelé foi aclamado como o melhor de todos os tempos, a frente do craque argentino Diego Maradona.

Em 3 de março de 2004, revelou uma lista contendo os cem melhores jogadores de futebol vivos. Lista esta que gerou polêmica, e críticas de vários seguimentos da mídia, de jogadores, e intelectuais do futebol mundial.

Em maio de 2005, Pelé ganhou espaço no noticiário por conta da prisão de seu filho Edson Cholbi Nascimento, o Edinho, autuado sob suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas.

Camisa 10
Depois de Pelé, a camisa 10 passou a ser vestida pelo melhor jogador do time, tanto no Brasil quanto no exterior. No time do Santos, ele utilizava esse número por ser o meia-esquerda e na seleção, por sorteio.

Seleção Brasileira
Estréia: derrota de 1 a 2 pela Argentina em 1957, pela Copa Roca. Gol dele.

Copa de 1958: convocado depois de uma brilhante partida no Maracanã, na qual atuou em um combinado do Santos e Vasco da Gama. Se machucou na véspera da competição, mas Paulo Machado de Carvalho resolveu levá-lo assim mesmo. Estreiou no terceiro e decisivo jogo do Brasil, juntamente com Zito e Garrincha. Ele não marcou, mas o Brasil venceu por 2×0 a URSS. Nessa copa Pelé foi chamado pelos franceses de “Rei do Futebol”, dando início a uma verdadeira lenda internacional, tornando-se uma das personalidades mais conhecida do mundo durante o século XX.

Copa de 1962: Pelé se machucou na virilha, no segundo jogo do Brasil. No primeiro ele havia feito um gol. Não jogou mais aquela competição.

Copa de 1966: Pelé foi caçado em campo pelos adversários, que usavam do chamado “Futebol Força” para surpreender o Brasil. Jogou apenas duas, das três partidas que o Brasil disputou naquela Copa. Fez sua última partida com Garrincha, na vitória de 2×0 sobre a Bulgária. Juntos, os dois astros nunca perderam uma partida de futebol pela seleção.

Copa de 1970: Ameaçado de ficar no banco de reservas, quando Zagallo assumiu a seleção, Pelé jogou tudo que sabia e comandou o Brasil na sua mais impressionante campanha em Copas, ganhando definitivamente a Taça Jules Rimet.

Despedida: Maracanã, dia 18 de julho de 1971, com público de 138.575 pagantes. Brasil 2 a 2 Iugoslávia.

Clubes
Santos Futebol Clube
1956 a 1974

Estréia: Santos 7 – 1 Corinthians de Santo André, em 7 de Julho de 1956. (primeiro gol de Pelé ,sexto do Santos na partida).

Última partida: Santos 2 – 0 Ponte Preta, 2 de Outubro de 1974.

New York Cosmos
1975 a 1977

Última partida: New York Cosmos 2 – 1 Santos, no Giants Stadium (Nova Iorque), em 1 de Outubro de 1977. Pelé atuou um tempo por cada equipe e marcou o primeiro gol da equipe norte-americana cobrando falta.

As despedidas
Além da Seleção Brasileira, Pelé se despediu como jogador do Santos em 1974 (vitória por 2 a 0 sobre a Ponte Preta) e do New York Cosmos (1977, jogando um tempo em cada equipe, marcando um gol pelo time estadunidense que venceu o Santos por 2 – 1). Na festa americana, com direito a participação de Mohamed Ali, Pelé daria seu grito repetido por milhares de pessoas: “Love! Love!”.

Seria a estrela de partidas de despedida de outros astros, como Garrincha em 1973 (fez um gol pela Seleção Brasileira, driblando toda a defesa adversária formada por estrangeiros que atuavam no Brasil); e da de Beckenbauer em 1982, quando fez seu último gol. Carlos Alberto Torres reclamou que Pelé não participou da sua despedida. Tanto Beckenbauer como Carlos Alberto, foram seus companheiros no Cosmos.

Polêmicas

Pelé sempre foi muito criticado por diversas de suas declarações.

Durante o regime militar, deu declaração polêmica dizendo que “o povo brasileiro não sabe votar”, o que provocou a reação de políticos na época.

Em 2005, falou que Romário deveria se aposentar, ao que o mesmo replicou que Pelé “com a boca fechada é um poeta”, completando que ele deveria “colocar um sapato na boca para deixar de falar besteiras”. Também criticou Ronaldo por estar acima do peso em 2006.

Em 2006, disse antes do jogo pela Copa do Mundo entre Brasil e França que tinha um mau pressentimento quanto ao jogo. O Brasil realmente acabou perdendo o jogo por 1 a 0.

Muitos jogadores declararam que em campo ele era um “jogador sujo”, e também costumava revidar as agressões dos adversários:

Quebrou a perna do alemão Kiesman em um amistoso em que o Brasil venceu a Alemanha Ocidental em 1965 no Maracanã por 2 a 0.

Também causou a fratura da perna do cruzeirense Procópio em 1968 numa partida entre Cruzeiro e Santos.

Um dos lances que ficou famoso também foi a cotovelada desleal que Pelé desferiu contra o uruguaio Dagoberto Fontes, na semi-final da Copa de 70. No início do jogo, esse zagueiro havia pisado na mão de Pelé quando ele estava caído, irritando o Rei. Mas o lance da cotovelada foi tão bem feito, que o juiz deu falta do zagueiro e não de Pelé.
Há de se considerar, no entanto, que suas incursões surpreendentes entre os zagueiros em jogadas espetaculares que freqüentemente resultavam em gols, o que o tornava objeto de caça dos zagueiros dos times adversários. Pelé era constantemente atingido e agredido pelos marcadores, o que pode ter resultado em que algumas vezes seu comportamento, em revés, tenha sido uma resposta a essas constantes agressões. Depois da Copa de 1966, principalmente, quando Pelé mal pode jogar devido as “entradas” desleais que sofreu e que o machucaram, muitos o aconselharam a jogar com mais “dureza”, intimidando sempre que possível seus implacáveis marcadores.

Quando era Ministro do Esporte, criou a Lei Pelé, que tinha como objetivo modernizar o futebol brasileiro ao transformar os clubes em empresas. A lei até hoje é polêmica: Pelé acusa os grandes clubes de terem deturpado o projeto original, enquanto os mesmos dizem que a lei teria facilitado a saída dos jogadores de seus clubes, favorecendo as transferências para o exterior.

Seu filho Edinho (Edson Cholbi Nascimento) que jogou como goleiro pelo Santos, foi preso em junho de 2005 por envolvimento com o tráfico de drogas.

Tem sete filhos reconhecidos: três com a primeira mulher, Rosemeri Cholbi, dois com a segunda, Assíria Lemos, e mais duas filhas extraconjugalmente, uma das quais Pelé foi obrigado a reconhecer a paternidade judicialmente, Sandra Regina Machado, vereadora de Santos, vitimada por um câncer em 17 de outubro de 2006.

Estatísticas
Partidas: 1375
Gols: 1284
Recorde de gols em uma partida: seis gols, em 21 de novembro de 1964, na partida Santos 11 a 0 Botafogo de Ribeirão Preto
Partidas pela seleção brasileira: 115 (92 oficiais)
Gols pela seleção brasileira: 95
Mais jovem artilheiro Campeonato Paulista: 1957 – Santos (fez 17 anos durante a competição)
Mais jovem Campeão Mundial: 1958 – Brasil (17 anos)
Mais jovem Bicampeão Mundial: 1962 – Brasil (21 anos)
Maior artilheiro em uma temporada do Campeonato Paulista: 1958 – 58 gols
Maior número de temporadas como artilheiro do Campeonato Paulista: 11
Maior artilheiro em uma temporada: 1959 – 127 gols
Maior artilheiro da história da Seleção Brasileira: 95 gols
Maior artilheiro do futebol profissional: 1284 gols
Bola de Ouro Especial da revista Placar: 1987
Placa de bronze afixada no Maracanã: 1961 – Em virtude de um lindo gol marcado contra o Fluminense, no dia 12 de junho de 1961.

Origem do termo “Gol de placa”, cunhado por Joelmir Beting.

Artilharia
Campeonato Paulista
1957 – Santos (17 gols)
1958 – Santos (58 gols) – Recorde da Competição
1959 – Santos (45 gols)
1960 – Santos (33 gols)
1961 – Santos (47 gols)
1962 – Santos (37 gols)
1963 – Santos (22 gols)
1964 – Santos (34 gols)
1965 – Santos (49 gols)
1968 – Santos (26 gols)
1973 – Santos (11 gols)

Copa América
1959 – Brasil (8 gols)

Campeonato Brasileiro das Forças Armadas
1959 – Seleção da 6ª Grupo de Artilharia de Costa Motorizado (6º GACosM)(11 gols)

Campeonato Sul Americano das Forças Armadas
1959 – Seleção Brasileira das Forças Armadas (11 gols)

Taça Brasil
1961 – Santos (9 gols)
1963 – Santos (12 gols)

Torneio Rio-São Paulo
1961 – Santos (7 gols)
1963 – Santos (15 gols)
1964 – Santos (3 gols)
1965 – Santos (8 gols)

Mundial Interclubes
1962 – Santos (3 gols)

Taça Libertadores da América
1963 – Santos (11 gols)

Gol 500
Marcado em 2 de setembro de 1962, na partida Santos 3 a 3 São Paulo. Pelé marcou dois gols, sendo o segundo o 500º gol.

Milésimo gol

Um fã coloca seus pés na marca de Pelé na calçada da fama do Maracanã, local do gol 1000.

Marcado em 19 de novembro de 1969, às 23h11, Vasco 1 – Santos 2, com 65.157 pagantes.

A partida era válida pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o campeonato brasileiro da época. Aos 33 minutos do segundo tempo o zagueiro do Vasco Renê cometeu pênalti. Pelé cobrou com pé direito no canto esquerdo do goleiro Andrada, que se esforçou, mas não conseguiu defender o pênalti. Andrada não queria sofrer gol de Pelé pois achava que deixaria de ser conhecido como bom goleiro e passaria a ser lembrado somente como o goleiro do milésimo gol.

Ao ser cercado pelos repórteres, Pelé disse: “Pensem no Natal. Pensem nas criancinhas”. Pelé vestiu uma camisa do Vasco de número 1000 e deu a volta olímpica no Maracanã. A bola do milésimo gol era da marca Drible.

Fonte: pt.wikipedia.org