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Corinthians em Marcha – programa de rádio desde os anos 40

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Grande referência de informação para a torcida corintiana, o programa radiofônico ‘Corinthians em Marcha’ foi apresentado durante muitos anos na rádio Panamericana, hoje Jovem Pan, pelo saudoso Otávio Munis. Ficou célebre a forma como o jornalista anunciava o início da atração: ‘Torcida corintiana, cordialmente boa noite! São 18 horas e 30 minutos em São Paulo. Estamos iniciando pela Rádio Panamericana de São Paulo, a emissora dos esportes, o programa Corinthians em Marcha. Otávio passava à Fiel informações sobre o clube que tanto idolatrou, além de analisar os fatos relevantes relacionados ao clube.

Trinta anos após sair do ar, no início da década do ano 2000, o ‘Corinthians em Marcha’ renasceu na rádio Atual AM sendo apresentado por seu filho Otávio Munis Filho, o Tatá Munis. Em seu novo formato, o programa, que infelizmente deixou a grade de programação da emissora tempos depois, contava com quadros de humor e personagens que expressavam o amor pelas cores alvinegras.

Fonte: Marcelo Rozenberg

Reinventando uma fórmula já consagrada por Otávio Munis – o pai, nas décadas de 40, 50, 60 e 70, a equipe de esportes da Rádio Atual-Am1230kHz ,está com um programa diário com todas as informações do clube de Pq. São Jorge (2a. a 6a. das 20 as 21 horas) e passou também a transmitir todas as partidas do Corinthians e só do Corinthians, com muita irreverência e com o diferencial de “aqui não tem gol do adversário”, slogan utilizado nas jornadas esportivas.
As inovações não pararam por aí, afinal de contas, todo corintiano é antes de tudo brasileiro, motivo pelo qual passamos a transmitir, também, todas as partidas da Seleção Brasileira de Futebol, paixão maior do nosso povo.

Um clássico e a história de um torcedor

Em 08 de dezembro de 1983 Corinthians X Palmeiras disputaram uma das semifinais do Paulistão de 1983. No primeiro jogo, a marcação individual de Marcio sobre Sócrates deu certo, garantindo o empate de 1 x 1. Mas na segunda partida, bastou uma jogada individual do Doutor para dar a vitória ao Corinthians. O jogo terminou 1 x 0 para o Corinthians.
Mas vou relatar a epopéia que vivi neste jogo. Eu tinha acabado de vender meu carro e estava esperando o Nelinho, dono da agência , arrumar um bom ” usado ” . Enquanto aguardava ele me emprestou um Dodge Polara, uma verdadeira bicheira para ir ao jogo. E mandou eu ter cuidado com o podrão. Fomos eu e dois amigos pro jogo. Pegamos um trânsito terrível, o Dodginho começou a rajar o motor, pensei que não iria conseguir chegar no Morumbi. Para quem não é de São Paulo, ir ao Morumbi no começo da noite de um dia de semana é problemático.
Chegando no estádio, compramos numeradas superiores. Aí um dos amigos resolveu pular o muro e ir para as cativas. E me chamou……vêm que tá mole. Quando eu estava em cima do muro, literalmente, um tenente da PM estava passando e gritou: Desce! Do lado de dentro meu amigo falou: Pula! Que dúvida cruel. O tenente falou: se você pular para dentro vou te buscar. Desci , vai fazer o que. O tenente dobrou meu braço como se eu fosse um marginal e me botou pra fora do estádio, pelas rampas do setor 5 das numeradas. Mas o pior é que eu chamava ele de “ seu guarda “ .
E tem mais: a minha jaqueta com a chave do podrão estava com o meu “ mui amigo “ que estava rolando no chão de rir.
E não tinha mais ingresso….comecei a ficar desesperado. Aí eu vi um guarda que presenciou tudo e falei para ele: Chamei-o de Tenente e disse: – o senhor viu o que fizeram comigo, minha chave tá lá dentro, minha jaqueta, eu tenho que entrar, por favor.
O guarda olhou pra mim e viu que eu não era marginal e me deixou entrar.
Foi um sufoco.
Mas passado tudo isso, depois do jogo, peguei o carro pra voltar e o motor parecia uma britadeira. Quando fui devolver, o dono da agência falou que eu tinha estourado o motor dele. Pode? Mas eu acho que tive um pouco de culpa, porque acendeu a luz verde do motor. Acho que era falta de óleo ou a cebolinha não estava funcionando . A luz verde acendeu na avenida Cidade Jardim totalmente parada pelo trânsito. Se eu fosse deixar aquela bicheira ali naquela hora, iam me prender. Ninguém iria chegar no estádio.
Esta é mais uma das situações que creio todos vivemos um pouco no futebol.
Gilberto Maluf
ET: Se o carro não fosse uma bicheira, certamente pararia quando acendeu a luz verde.
ET: O “ mui amigo “ era um palmeirense . O outro, um amigo corintiano, que também riu do episódio.

Prenúncio de um acaso no Pacaembu

A título de curiosidade entre as torcidas de futebol, narro este fato que virou motivo de intensa provocação futebolística no Metrô de São Paulo. Venho relatar o ocorrido na tarde de 13/10/85 no estádio do Pacaembu. Jogaram Palmeiras x Corinthians, e a turma de Parque Antártica já estava 9 anos na fila. Na época a torcida do Corinthians se alegrava de ficar nas cordas que separavam as torcidas para a famosa contagem 1,2,3…..e 9! E cantava o Parabéns pra Você.

Eu estava perto das cordas, claro! Mas sempre comedido, não levantava com a torcida, apenas apreciava os enfurecidos torcedores do Palmeiras. Dava para ver o vermelho de raiva que brotava dos rostos.
Mas o jogo começou e estava por vir uma coincidência que iria deixar-me mais vermelho que a torcida do Palmeiras.

– 10 minutos do primeiro tempo, Barbosa, Palmeiras 1 x 0.

– 30 minutos do primeiro tempo, Mendonça, Palmeiras 2 x 0.

– 20 minutos do segundo tempo, Barbosa, Palmeiras 3 x 0.

Entre os 21.434 pagantes estava um indefectível amigo palmeirense, do lado de lá da corda, que trabalhava também no Metrô. Aí a torcida do Palmeiras, logo ao lado da corda, começou a tripudiar pra cima da torcida do Corinthians. E levantavam lá e cá. E eu, sentado. Ainda impassível. Mas, numa atitude impensada e única em toda a minha vida, levantei-me quando as torcidas sentaram. E fiz um gesto obceno pra torcida do Palmeiras. Mas o pior é que de forma concomitante levantou-se daquele lado apenas um palmeirense. Quem? O meu amigo que trabalhava comigo. Como pode ?

Não tenho palavras ainda hoje para tentar descrever esta sinistra coincidência. Fui execrado, o exagero fez que eu fosse achincalhado como um mal-educado para senhoras e crianças palmeirenses.

Será que estava escrito que iria acontecer este acaso? Será que o Barbosa era jogador de futebol? Como pode eu ter levantado sozinho e do outro lado somente o meu amigo? Foi meio vergonhoso.

Foto de um jogo Guarani x Santos em Campinas nos anos 60

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Nos anos 60, durante um Santos e Guarani, Pelé faz mais uma de suas jogadas geniais. Caravetti (só com o rosto aparecendo), Milton e o goleiro Dimas tentam abafar o Rei no desespero. O santista Toninho Guerreiro (encoberto pelos defensores) espera a conclusão da jogada enquanto Tarciso (ex-Palmeiras – em frente à trave) e o lateral Diogo observam o lance. Foto histórica e característica do maior jogador da história do futebol.
Por Marcelo Rosemberg em MN.

Os três tiros de João Saldanha

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Na noite de 17 de dezembro de 1967, a Resenha Facit – a mais esperada e de maior audiência na época – havia se transferido de armas e bagagens da TV Rio, no velho Cassino Atlântico, em Copacabana, para a TV Globo, nos estúdios do Jardim Botânico. Os personagens, porém, eram os de sempre: Luiz Mendes, João Saldanha (foto), Armando Nogueira, José Maria Scassa, Nélson Rodrigues, Vitorino Vieira, Alain Fontain e Hans Henningsen – que Nélson Rodrigues apelidou de “O Marinheiro Sueco”.

O assunto só poderia ser um: a vitória do Botafogo por 2 a 1, à tarde, no Maracanã (gols de Roberto e Gérson), conquistando o título carioca (o Bangu tentava o bi). Lá pelas tantas, João Saldanha, com sua habitual franqueza, disse que o goleiro Manga tivera uma atuação suspeita, frase que Luiz Mendes, outro dia, me confirmou pelo telefone.

Minutos depois, Castor de Andrade, que morava ali perto – e garantem era tricolor – invadiu os estúdios da TV Globo portando um revólver de ouro maciço e ameaçando João Saldanha, que não se intimidou: jogou um pesado cinzeiro sobre Castor e, logo em seguida, um copo d´água. O clima ficou pesado. Pesadíssimo, por sinal. Formado o tumulto – sem tiros, por sorte – a resenha saiu do ar, Castor foi retirado do estúdio e tudo, aparentemente voltou ao normal, para espanto de Nélson Rodrigues, principalmente, que não entendeu rigorosamente nada do que acontecera. A Resenha Facit prosseguiu e terminou sem maiores conseqüências – felizmente para todos, integrantes e fiéis telespectadores.

Na quarta, dia 20, à noite, na sede do Mourisco Pasteur, houve um jantar de confraternização, presidido por Althemar Dutra de Castilho que acabara de derrotar Ney Cidade Palmeiro nas eleições do clube. Quando a festa já começara, João Saldanha, chegou acompanhado de Luiz Mendes e Bebeto de Freitas – atual presidente do Botafogo e parente de Saldanha. Nesse exato instante, Manga levantou-se da mesa e caminhou decidido em direção a Saldanha. João, que sempre andava armado, sacou seu revólver e deu dois tiros em Manga, que só não acertaram o alvo porque Bebeto e Mendes seguraram seu braço de maneira mais do que providencial. Um terceiro tiro ainda foi disparado a esmo.

Manga, dotado de um porte físico extraordinário, fugiu em disparada e pulou, de uma só vez, o muro que cercava o Mourisco e desapareceu na noite. Sandro Moreyra, sempre galhofeiro, garantiu que Manga, naquela noite, batera o recorde mundial do salto em altura, pois que os muros do Mourisco mediam cerca de três metros.

Mas toda essa história tem uma razão de ser. A 19 de setembro daquele ano, a então CBD teve a infeliz idéia de nomear Castor para chefiar uma delegação brasileira que foi enfrentar o Chile no Estádio Nacional. O Brasil, dirigido por Zagallo, venceu o Chile por 1 a 0, gol de Roberto, contando em seu time com vários jogadores do Botafogo, como Manga, Moreira, Zé Carlos, Leônidas, Gérson e Roberto, o autor do gol. Daí surgiram os boatos de que Castor teria aliciado Manga caso Botafogo e Bangu fossem para a final do campeonato, como tudo indicava.

O fato é que Manga teve, como Saldanha disse, uma atuação suspeita. Num determinado lance, ao saltar com Del Vecchio, do Bangu, o goleiro alvinegro socou a bola contra as próprias redes, quando o placar (que seria o final) já era de 2 a 1 para o Botafogo. O árbitro deu falta de Del Vecchio mas a partir desse momento, Gérson passou a jogar de líbero, entre Zé Carlos e Leônidas. Aí não passou mais nada. Gérson mandou Carlos Roberto jogar no meio-campo e ficou ali como uma espécie de cão de guarda de Manga.

Até hoje Gérson silencia sobre o assunto. Mas Manga foi embora do Botafogo em 1969 – dez anos depois de chegar de Pernambuco. Hoje, 40 anos depois, o mistério permanece. Manga estava ou não vendido a Castor de Andrade?

Roberto Porto

PS.: Eu estava na redação do Jornal do Brasil acompanhando pelo rádio os acontecimentos do Mourisco. A arma de João Saldanha foi estrategicamente parar, escondida, no bolso do paletó de Althemar Dutra de Castilho. E Saldanha deixou o Mourisco no Kharman Guia de Luiz Mendes.

O histórico gol de placa de Pelé

O histórico gol de placa de Pelé, em Castilho do Flu, no dia 5 de março de 1961 no Maracanã, pelo Torneio Rio-São Paulo. O número 6 do Tricolor é Clóvis, ex-Guarani, e veja nas fotos acima Pelé cercado por até 6 (seis) jogadores do Flu e vence a todos. Acompanham também o genial lance Pinheiro, Dorval e Coutinho. Tinha mesmo que ter nascido ali o “gol de placa”, criação do então jornalista esportivo Joelmir Beting. As fotos são do livro “Eu sou Pelé”, de Benedito Ruy Barbosa, editado em 1961, sendo a primeira obra específica em livro sobre o Rei do Futebol.
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Os grandes marcadores do Rei Pelé

Na opinião de grande parte da crônica e daqueles que viveram aqueles memoráveis tempos, ficaram em evidência, como grandes marcadores de Pelé, os seguintes jogadores : VICENTE do Belenenses de Portugal, TRAPATTONI do Milan da Itália e ALDEMAR da Sociedade Esportiva Palmeiras do Brasil. Também não podemos nos esquecer de VITOR do São Paulo Futebol Clube e PITER, chuteira de ouro do Comercial de Ribeirão Preto. Outros, se lembrados, devem ser inseridos.

VICENTE – Nascido em 24 de Setembro de 1935, é talvez a maior lenda viva do Belenenses. Além da grande carreira que teve, e da ininterrupta ligação ao Belenenses, desde 1954 até hoje, é irmão do grande Matateu. No Belenenses conquistou (e viu escapar), aliás, os mesmos títulos que o seu irmão. Foi ele, como capitão da equipe, que recebeu e ergueu a Taça de Portugal de 1960.
Chegou a Portugal no início da época de 54/55, graças à intervenção de grandes belenenses radicados em Moçambique, como o Capitão Francisco Soares da Cunha. Estreou-se na festa de despedida de Feliciano (um dos campeões de 1946 ainda vivos, juntamente com Artur Quaresma, Andrade e Sério), marcando logo um gol ao F.C.Porto. De resto, em Moçambique jogava a avançado; mas, em Portugal e no Belenenses, fixou-se como médio e, depois, como defesa.
Jogador fino e elegante, sempre correto, era, porém, de eficácia tremenda na marcação a jogadores adversários de pendor atacante. Ficou lendário por ter sido de todos os jogadores do mundo, o que melhor marcava o maior futebolista de todos os tempos, o brasileiro Pelé – fato reconhecido por este, que lhe tributava a maior admiração, expressa várias vezes (por exemplo, em entrevista ao jornal “Record” em 1963). Isso mesmo aconteceu no Mundial de 1966, onde, juntamente com José Perreira, foi um dos jogadores azuis ao serviço da Selecção de Portugal. Na altura, o jornal Inglês Daily Mail elegeu-o o defesa mais elegante do mundo. Envergou a camisola das quinas por 20 vezes.
Em pleno apogeu da sua carreira individual, logo após o Mundial de 1966, sofreu um acidente de aviação que lhe afetou gravemente um dos olhos, obrigando-o a por prematuramente termo à sua carreira.
Desde então para cá, permaneceu sempre ligado ao Belenenses, por vezes como Treinador Adjunto e também como técnico das escolas de jogadores com o seu nome.
Fonte: Wikipédia e Marcos Galves pela lembrança do nome do Belenenses

TRAPATTONI – Trapattoni, ex-jogador do Milan durante muitos anos entre os anos 50 e 70 e atualmente treinador, nasceu no dia 17 de março de 1939. Ganhou fama como zagueiro. Em 1963, esteve no Maracanã defendendo o Milan contra o Santos, na decisão do Mundial Interclubes. Após três partidas, viu seu time perder a taça, com o triunfo do time alvinegro por 1 a 0 no Maracanã com um gol de pênalti de Dalmo. No entanto, conquistou inúmeros títulos e fez história no clube rubro-negro a ponto de ter iniciado sua carreira vitoriosa de treinador no próprio clube, em 1974. Trapattoni proferiu uma célebre frase afirmando que para alguém como ele, que ama o futebol e que nunca foi traído por ele, seria muito bonito morrer no banco de reservas. Conseguiu notoriedade ao anular Pelé em alguns jogos na Itália contra o Santos F.C. deve-se considerar que em 15.05.1963, a Italia venceu o Brasil de 3 x 0 em Milão .
Fonte: Milton Neves

ALDEMAR
Aldemar, o Aldemar Santos, ex-quarto-zagueiro do Palmeiras no Supercampeonato Paulista de 1959, morreu no Rio de Janeiro, no dia 21 de janeiro de 1977.
Aldemar teve um irmão chamado Ismar Santos, de chute muito forte que, como ponta-esquerda, fez muitos gols em Gylmar dos Santos Neves, jogando por Guarani e Ponte Preta.
Nascido no Rio de Janeiro, no bairro de Engenho de Dentro, no dia 7 de novembro de 1932, Aldemar foi tão bom de bola que é considerado até hoje um dos melhores marcadores que Pelé teve em sua brilhante carreira.
Aldemar foi, realmente, um dos melhores marcadores de Pelé. Hábil e inteligente, o zagueiro começou a se destacar no Vasco e brilhou também no Santa Cruz, nos anos 50, onde conseguiu o título de supercampeão pernambucano, em 1957. O internauta Geraldo da Nóbrega, de Bertioga lembra de parte daquele time: “Se não me falha a memória, nesse time jogavam Lanzoninho, Amauri, Edinho, Jorginho (ponta esquerda) e Paraíba (centroavante)”. Depois de defender o Tricolor Pernambucano por seis anos (de 1952 a 1958), Aldemar foi jogar no Palmeiras.
Com a camisa do Verdão, Aldemar fez 277 jogos (188 vitórias, 44 empates e 45 derrotas) e marcou dois gols (fonte: Almanaque do Palmeiras – Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti). A exibição mais lembrada do zagueiro foi na final do Supercampeonato Paulista de 59, quando marcou Pelé. O Rei não conseguiu muito espaço e o Palmeiras ficou com o título. Foram três jogos: 1 a 1, 2 a 2 e 2 a 1 para o Palmeiras.
O excelente ex-zagueiro defendeu também o América de Belo Horizonte e o Guarani de Campinas. No Bugre, encerrou sua carreira em 1966. Aldemar, que deixou três filhos (Carlos Antonio, Sergio e Ricardo), teria hoje três netos.
Ele morreu na casa de seus pais em Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, quando, no dia 20 de agosto de 1977, dona Alice, sua mãe, foi acordá-lo pela manhã e ele já estava morto.
Desde que foi cortado da Seleção Brasileira, em 1962, Aldemar ficou muito triste e começou a beber muito. Tempos depois, após sua saída do Palmeiras, foi contratado pelo Guarani, mas a bebida o dominou e ele não conseguiu deixá-la jamais.
Em 1966, foi contratado pelo Santa Cruz para ser técnico. Foi a Recife mas não se apresentou ao clube pois já estava sofrendo de “Amnésia Recente”. Ficou em Recife sozinho, sumido, até que um ex-jogador amigo o encontrou na rua e o levou para sua casa. Logo em seguida, ligou para seus irmãos, no Rio de Janeiro, e eles foram buscá-lo em Pernambuco.
Aldemar fez tratamento para amnésia, mas não tomava os remédios direito e a doença foi se agravando. Assim, Aldemar continuou muito triste e acabou por falecer.
Em seu sepultamento, nenhum clube onde jogou mandou sequer um telegrama de condolências.
Os principais títulos conquistados por Aldemar na carreira foram: Campeonato Pernambucano (1957) pelo Santa Cruz, Campeão Paulista (1959 e 63) e Taça Brasil (1960) pelo Palmeiras, Campeão da Taça do Atlântico (1960) e Campeão da Copa Rocca (1960) pela Seleção Brasileira.
Fonte: Milton Neves
Vou tentar homenagear as típicas roubadas de bola de Aldemar jogando pelo Palmeiras contra o Santos em irradiação da época:
-Gilmar coloca a bola no bico da área pequena. Vai bater o tiro de meta Calvet. Correu e bateu….balão subindo…balão descendo…., recebe Zito e mata no peito e pôe no terreno e toca na direita para Dorval, recebe Dorval e passa por Geraldo Scotto mas pára na cobertura de Waldemar Carabina. Retrocede e toca para Mengálvio , Mengálvio vê Pelé e enfia em profundidade….ANTECIPA ALDEMAR.
Alí Aldemar conseguia neutralizar o Negão. Certo que não era sempre, mas foi um grande marcador.

A decisão do campeonato carioca de 1963

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Grandes Decisões do Futebol
Flamengo 0 x Fluminense 0

O lance mostra uma defesa do goleiro do Flamengo Marcial,diante do atacante do Fluminense Manoel.

Quando o goleiro Marcial saltou para defender, o juiz Cláudio Magalhães deu o último apito da decisão do campeonato carioca de 1963. O empate de zero a zero deu ao Flamengo o titulo de campeão.

Antes de conquistar o titulo, o Flamengo viveu momentos difíceis, inclusive tendo que afastar craques consagrados como Gerson. Jordan e Dida. Em determinado período do primeiro turno, o clube parecia fora da luta pelo titulo de campeão, mas reagiu no segundo turno, e a partir do jogo contra o América, teve uma seqüência de vitórias até a final contra o Fluminense.

A decisão não chegou a ser um primor de técnica. Foi um jogo cheio de nervosismo pela característica decisiva de que, com qualquer resultado, sairia um campeão. Os dois times disputaram os lances com muito cuidado em todo seu primeiro tempo, com o Flamengo mais preocupado em se defender e o Fluminense querendo o gol, mas sem coragem de se lançar todo a frente, com o natural receio de ser colhido por um contra ataque do adversário.

No segundo tempo Fluminense decidiu procurar a vitória com uma tática ofensiva mais declarada, passando a predominar no ataque, enquanto o Flamengo, instintivamente, procurou se manter na defesa. Os últimos dez minutos foram verdadeiramente dramáticos com os tricolores forçando a defesa do rubro negro que se defendia de qualquer maneira, mas com muita valentia. O jogo estava tão indefinido que a torcida do Flamengo somente começou a comemorar depois do apito final do juiz.

A renda somou CR$ 57.993,50 – recorde na época.
O publico de 177.020 pagantes – também recorde.
O Juiz foi Cláudio Magalhães.
O Flamengo foi campeão com Marcial. Murilo. Ananias. Luis Carlos e Paulo Henrique. Nelsinho e Carlinhos. Espanhol. Airton. Geraldo e Osvaldo.
O Fluminense vice campeão com Castilho. Carlos Alberto Torres. Procópio. Dari e Altair. Oldair e Joaquinzinho. Edinho. Manoel. Evaldo e Escurinho.
Fonte: O Globo e Museu dos Esportes