Na opinião de grande parte da crônica e daqueles que viveram aqueles memoráveis tempos, ficaram em evidência, como grandes marcadores de Pelé, os seguintes jogadores : VICENTE do Belenenses de Portugal, TRAPATTONI do Milan da Itália e ALDEMAR da Sociedade Esportiva Palmeiras do Brasil. Também não podemos nos esquecer de VITOR do São Paulo Futebol Clube e PITER, chuteira de ouro do Comercial de Ribeirão Preto. Outros, se lembrados, devem ser inseridos.
VICENTE – Nascido em 24 de Setembro de 1935, é talvez a maior lenda viva do Belenenses. Além da grande carreira que teve, e da ininterrupta ligação ao Belenenses, desde 1954 até hoje, é irmão do grande Matateu. No Belenenses conquistou (e viu escapar), aliás, os mesmos títulos que o seu irmão. Foi ele, como capitão da equipe, que recebeu e ergueu a Taça de Portugal de 1960.
Chegou a Portugal no início da época de 54/55, graças à intervenção de grandes belenenses radicados em Moçambique, como o Capitão Francisco Soares da Cunha. Estreou-se na festa de despedida de Feliciano (um dos campeões de 1946 ainda vivos, juntamente com Artur Quaresma, Andrade e Sério), marcando logo um gol ao F.C.Porto. De resto, em Moçambique jogava a avançado; mas, em Portugal e no Belenenses, fixou-se como médio e, depois, como defesa.
Jogador fino e elegante, sempre correto, era, porém, de eficácia tremenda na marcação a jogadores adversários de pendor atacante. Ficou lendário por ter sido de todos os jogadores do mundo, o que melhor marcava o maior futebolista de todos os tempos, o brasileiro Pelé – fato reconhecido por este, que lhe tributava a maior admiração, expressa várias vezes (por exemplo, em entrevista ao jornal “Record” em 1963). Isso mesmo aconteceu no Mundial de 1966, onde, juntamente com José Perreira, foi um dos jogadores azuis ao serviço da Selecção de Portugal. Na altura, o jornal Inglês Daily Mail elegeu-o o defesa mais elegante do mundo. Envergou a camisola das quinas por 20 vezes.
Em pleno apogeu da sua carreira individual, logo após o Mundial de 1966, sofreu um acidente de aviação que lhe afetou gravemente um dos olhos, obrigando-o a por prematuramente termo à sua carreira.
Desde então para cá, permaneceu sempre ligado ao Belenenses, por vezes como Treinador Adjunto e também como técnico das escolas de jogadores com o seu nome.
Fonte: Wikipédia e Marcos Galves pela lembrança do nome do Belenenses
TRAPATTONI – Trapattoni, ex-jogador do Milan durante muitos anos entre os anos 50 e 70 e atualmente treinador, nasceu no dia 17 de março de 1939. Ganhou fama como zagueiro. Em 1963, esteve no Maracanã defendendo o Milan contra o Santos, na decisão do Mundial Interclubes. Após três partidas, viu seu time perder a taça, com o triunfo do time alvinegro por 1 a 0 no Maracanã com um gol de pênalti de Dalmo. No entanto, conquistou inúmeros títulos e fez história no clube rubro-negro a ponto de ter iniciado sua carreira vitoriosa de treinador no próprio clube, em 1974. Trapattoni proferiu uma célebre frase afirmando que para alguém como ele, que ama o futebol e que nunca foi traído por ele, seria muito bonito morrer no banco de reservas. Conseguiu notoriedade ao anular Pelé em alguns jogos na Itália contra o Santos F.C. deve-se considerar que em 15.05.1963, a Italia venceu o Brasil de 3 x 0 em Milão .
Fonte: Milton Neves
ALDEMAR
Aldemar, o Aldemar Santos, ex-quarto-zagueiro do Palmeiras no Supercampeonato Paulista de 1959, morreu no Rio de Janeiro, no dia 21 de janeiro de 1977.
Aldemar teve um irmão chamado Ismar Santos, de chute muito forte que, como ponta-esquerda, fez muitos gols em Gylmar dos Santos Neves, jogando por Guarani e Ponte Preta.
Nascido no Rio de Janeiro, no bairro de Engenho de Dentro, no dia 7 de novembro de 1932, Aldemar foi tão bom de bola que é considerado até hoje um dos melhores marcadores que Pelé teve em sua brilhante carreira.
Aldemar foi, realmente, um dos melhores marcadores de Pelé. Hábil e inteligente, o zagueiro começou a se destacar no Vasco e brilhou também no Santa Cruz, nos anos 50, onde conseguiu o título de supercampeão pernambucano, em 1957. O internauta Geraldo da Nóbrega, de Bertioga lembra de parte daquele time: “Se não me falha a memória, nesse time jogavam Lanzoninho, Amauri, Edinho, Jorginho (ponta esquerda) e Paraíba (centroavante)”. Depois de defender o Tricolor Pernambucano por seis anos (de 1952 a 1958), Aldemar foi jogar no Palmeiras.
Com a camisa do Verdão, Aldemar fez 277 jogos (188 vitórias, 44 empates e 45 derrotas) e marcou dois gols (fonte: Almanaque do Palmeiras – Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti). A exibição mais lembrada do zagueiro foi na final do Supercampeonato Paulista de 59, quando marcou Pelé. O Rei não conseguiu muito espaço e o Palmeiras ficou com o título. Foram três jogos: 1 a 1, 2 a 2 e 2 a 1 para o Palmeiras.
O excelente ex-zagueiro defendeu também o América de Belo Horizonte e o Guarani de Campinas. No Bugre, encerrou sua carreira em 1966. Aldemar, que deixou três filhos (Carlos Antonio, Sergio e Ricardo), teria hoje três netos.
Ele morreu na casa de seus pais em Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, quando, no dia 20 de agosto de 1977, dona Alice, sua mãe, foi acordá-lo pela manhã e ele já estava morto.
Desde que foi cortado da Seleção Brasileira, em 1962, Aldemar ficou muito triste e começou a beber muito. Tempos depois, após sua saída do Palmeiras, foi contratado pelo Guarani, mas a bebida o dominou e ele não conseguiu deixá-la jamais.
Em 1966, foi contratado pelo Santa Cruz para ser técnico. Foi a Recife mas não se apresentou ao clube pois já estava sofrendo de “Amnésia Recente”. Ficou em Recife sozinho, sumido, até que um ex-jogador amigo o encontrou na rua e o levou para sua casa. Logo em seguida, ligou para seus irmãos, no Rio de Janeiro, e eles foram buscá-lo em Pernambuco.
Aldemar fez tratamento para amnésia, mas não tomava os remédios direito e a doença foi se agravando. Assim, Aldemar continuou muito triste e acabou por falecer.
Em seu sepultamento, nenhum clube onde jogou mandou sequer um telegrama de condolências.
Os principais títulos conquistados por Aldemar na carreira foram: Campeonato Pernambucano (1957) pelo Santa Cruz, Campeão Paulista (1959 e 63) e Taça Brasil (1960) pelo Palmeiras, Campeão da Taça do Atlântico (1960) e Campeão da Copa Rocca (1960) pela Seleção Brasileira.
Fonte: Milton Neves
Vou tentar homenagear as típicas roubadas de bola de Aldemar jogando pelo Palmeiras contra o Santos em irradiação da época:
-Gilmar coloca a bola no bico da área pequena. Vai bater o tiro de meta Calvet. Correu e bateu….balão subindo…balão descendo…., recebe Zito e mata no peito e pôe no terreno e toca na direita para Dorval, recebe Dorval e passa por Geraldo Scotto mas pára na cobertura de Waldemar Carabina. Retrocede e toca para Mengálvio , Mengálvio vê Pelé e enfia em profundidade….ANTECIPA ALDEMAR.
Alí Aldemar conseguia neutralizar o Negão. Certo que não era sempre, mas foi um grande marcador.
Galdino, o Vicente merece estar nesta lista. Não coloquei porque parece-me que jogou pouco tempo no Palmeiras.
Bem lembrado.
Maluf uma certa vez aqui numa Ilha da baia de Todos os Santos de um pessoal da Ferrari o Rei me disse que Vicente Arenari quando defendia o Bahia e depois o Palmeiras foi um dos seus marcadores mais leais.