Arquivo da categoria: 06. Rodrigo Oliveira

Palmeira F.C. – Curitiba-PR – Bi-Campeão Suburbano 1940/42

O Palmeira Futebol Clube foi uma agremiação esportiva fundada em 07 de setembro de 1917, com o nome de Brasil Sport Club. Em 1933 trocou de nome para Palmeira FC. Sua sede ficava na rua Barão de Campos Gerais, no bairro do Juvevê. Como Brasil S.C. foi campeão suburbano em 1919 e jogou a 1ª divisão do campeonato paranaense em 1930. Como Palmeira F.C. a equipe foi Bi-Campeão suburbana em 1940/1942. Após trocar de nome só retornou a jogar os campeonatos a partir de 1937. Segue resumo de suas participações:

1937 – Liga Suburbana de Futebol (LSF)
1938 – Liga Curitibana de Futebol (LCF)
1939 – Liga Curitibana de Futebol (LCF)
1940 – Liga Curitibana de Futebol (LCF) – Campeão
1941 – Liga Curitibana de Futebol (LCF) – Vice
1942 – Liga Suburbana de Curitiba (LSC) – Campeão

Campanhas dos títulos:

1940 – Liga Curitibana de Futebol (LCF)Campeão Invicto – 8J – 5V – 3E – 0D – 19GP – 6GC – 13PG

05 Participantes: Palmeira FC; Clube dos Espartanos; C.A. Comercial; Madureira EC; Guarani AC.

Espartanos – 3-1 e 3-0
Comercial – 1-1 e 3-1
Madureira 2-2 e 0-0
Guarani – 2-0 e 5-1
 
Time Campeão: Jorge, Grané,Sandoval, Ricardo, Rui, Hercídio, Chepa, Dado, Maupa, valdi e Moque.
Reservas: Gandula, Molecão, Hermanito, Vile e Bigode.

1942 – Liga Suburbana de Curitiba (LSC)Campeão – 13J – 10V – 1D – 2E – 46GP – 16GC – 22PG

23 participantes: Palmeira FC; Botafogo FC; CA Comercial; Flamengo FC; BE Morgenau; Paraná SC; CA Primavera; Fluminense FC; Madureira EC; União Ahu FC; BE União Portão; Tupan FC; Ipiranga FC; Rio Branco SC; Vasco da Gama FC; CE Belmonte; GE 5 de Maio; Clube dos Espartanos; América FC; Operário SC do Ahu; Palestra Assungui SC; Vera Cruz FC; SOBE Iguaçu.

1ª Fase
Tupan 3-0
Flamengo 1-1
Comercial 2-1
Botafogo 2-3
B. Morgenau 2-1
Primavera 3-3
Paraná 7-0
Fluminense 4-1
Madureira 8-2
União Portão 5-1
União Ahú 4-1
 
Finais
Ipiranga 2-1 e 3-1
Artilheiro do campeonato – Butsi (Palmeira FC) – 14 gols.

Time Base: Jorge (Quadrado), Grané, Nenê, Sebastião, Davi (Hermanito), Alfredo (Hercídio), Cláudio, Chepa, Jorginho, Butsi e Canhoto.

Em 1943 a equipe foi extinta, após não comparecer ao Torneio Início da Liga Suburbana. Na mesma data enfrentou o Coritiba em um amisto. Alegou que não recebeu ofício da liga sobre o torneio.

Agradecimento especial ao Sr Levi Mulford Chrestenzen com seu depoimento para redesenho do escudo e cores do uniforme. Agradecimento especial ao jornalista e pesquisador Sergio Melho pelo redesenho dos mesmos.

Fontes:

Arquivos de Levi Mulford Chrestenzen
Recortes do jornal Tribuna do Paraná
Livro “Futebol do Paraná – 100 anos de história” (2005) – Heriberto ivan machado e Levi Mulford Chrestenzen

Brasil Sport Club – Curitiba (PR): Uma participação na Elite Paranaense

O Brasil Sport Club foi uma agremiação esportiva da cidade Curitiba (PR). Fundada em 07 de setembro de 1917. Sua sede ficava no bairro do Juvevê. Disputou os campeonatos suburbanos da capital paranaense por muitos anos. Já no seu primeiro campeonato em 1919 a equipe sagrou-se campeã suburbana da recém reorganizada Liga Sportiva Municipal (LSM). O campeonato contou com 10 participantes: Brasil SC; Elite FC; Aimoré SC; Ipiranga FC; Pinheiro SC; Torino FC; Belo Horizonte; Paraná SC; Tiradentes FC e Americano.

Após o título a equipe só retornaria a jogar a suburbana em 1922 – Liga Sportiva Curitibana (LSC); 1923 – Liga Sportiva Municipal (LSM). Após um hiato de 4 anos a equipe retorna em 1928 – Liga Curitibana de Desportos (LCD).

Em 1929 a equipe se inscreve para jogar o campeonato Estadual organizado pela Federação Paranaense de Desportos (FPD). O Brasil S.C. iria pela primeira vez enfrentar os grandes da cidade. Em um campeonato que reuniu 8 equipes a equipe Auriverde terminou em um honroso 5º lugar, atrás apenas dos 4 grandes (Atlético, Palestra Itália, Britânia e Coritiba).

Campanha do Brasil SC em 1929:

Turno

28/04 – Brasil 1-4 Palestra Itália
13/05 – Bangu 2-1 Brasil
16/06 – Coritiba 4-1 Brasil
07/07 – Atlético 4-1 Brasil
28/07 – Brasil 4-1 Paranaense
11/08 – Britânia 2-2 Brasil
25/08 – Brasil 6-0 Aquidaban

Returno

24/11 – Palestra Itália 3-0 Brasil
15/12 – Brasil 1-5 Coritiba
29/12 – Brasil 3-4 Britânia
19/01/1930 – Brasil 2-2 Atlético
26/01/1930 – Brasil 3-1 Bangu

3V – 2E – 7D – 25 GP – 32GC – 8PG – 16PP

A equipe consegui empates importantes frete ao Atlético e ao Britânia.

Após se aventurar entre os grandes a equipe retornou aos campeonatos suburbanos em 1932 – Liga Suburbana Independente (LSI) e 1933 – Liga Independente Suburbana de Curitiba (LISC). No fim de 1933 a equipe muda seu nome e passa a denominar-se Palmeira FC e voltaria a vencer os campeonatos suburbanos em 1940 e 1942. Mas essa História merece um capítulo à parte…

Fontes:

– Arquivos de Levi Mulford Chrestenzen
– Recortes do jorna Tribuna do Paraná 07/09/1959
– Livro Futebol do Paraná – 100 anos de História (2005) – Heriberto Ivan Machado e Levi Mulford Chrestenzen
Agradecimento especial ao depoimento do Sr Levi com informações do escudo e do uniforme e ao Jornalista e Pesquisador Sergio Mello pelo redesenho dos mesmos.

Campeonato Paranaense – Formas de disputas (1915-2018)

O futebol Paranaense possui um campeonato organizado desde 1915. Porém nesses mais de 100 anos as fórmulas de disputas foram as mais variadas possíveis. Abaixo faço um resumo, dividido em cinco fases, para um melhor entendimento de cada época:

1ª fase (1915-1928) – A primeira liga foi fundada e abrigou as equipes curitibanas e as equipes do Litoral (Antonina, Paranaguá, Morretes) e dos Campos Gerais (Ponta Grossa) que tivessem a possibilidade de deslocamento por trem. Assim se inscreveram para este primeiro campeonato 18 equipes. Ficou definido que a 1ª Divisão seria composta por 6 equipes e a 2ª divisão por 12, divididas em duas séries de 6 equipes cada. Na verdade era o campeonato curitibano com a participações de algumas equipes de outras cidades. Neste período houve 2ª divisão em 1915-1917; 1921-1922; 1924. Em 1917 houve o primeiro campeonato Suburbano organizado pela Liga Sportiva Municipal; em 1918 não houve este campeonato, retornando em 1919, ocorrendo até hoje.

OBS:  A partir de 1922 passou-se a ser jogado uma “final não-oficial” entre as equipes do interior (Ponta Grossa) contra o campeão da capital. Equipes da capital venceram todas as disputas.

2ª fase (1929-1941) – O campeonato Estadual é finalmente oficializado. A partir de 1929 o campeão da capital enfrentaria o campeão do interior. Foram criadas ligas regionais (Irati, Antonina, Paranaguá e Ponta Grossa. Depois União da Vitória, Jacarezinho/Jaguariaíva) e os campeões das ligas disputavam o Estadual no início do ano seguinte. Cada Liga tinha seu regulamento próprio. Algumas possuíam 2ª divisão (Exemplo Ponta Grossa). A capital venceu todas as finais.

3ª fase (1942-1956) – Neste período mais uma vez é jogado somente o campeonato de Curitiba, com as participações esporádicas de equipamentos do interior (Monte Alegre, Jacarezinho, Cambaraense, e as equipes de Ponta Grossa e Litoral). O destaque deste período foi a equipe do Clube Atlético Monte Alegre de Telêmaco Borba que em 1955 tornou-se a primeira equipe do interior Campeã Paranaense.

OBS: Desde o início da década de 1940 até metade da década de 1950 já havia a disputa de um campeonato norte paranaense. Nacional de Rolândia, Esportiva de Jacarezinho, Cambaraense foram campeões. No início era amador. A federação chegou a nomeá-lo como Campeonato da segunda divisão.

Em 1957, graças a fundação do Londrina FC, é criado o Campeonato Norte Paranaense de Profissionais. Em 1957, ainda era extra oficial, recebeu o nome de Torneio da Amizade, e o Londrina F.C. foi o campeão. Em 1958, já oficialmente reconhecido, o E.C Comercial de Cornélio Procópio foi campeão. Em 1957 e 1958 não houve finais estaduais.

4ª fase (1959-1965) – Com a criação dos campeonatos paranaenses por região (sul e Norte. Depois o Norte foi dividido em Norte Novo e Norte Velho), os campeões de cada região faziam as finais. O Interior foi campeão nos anos de 1961 (Comercial de Cornélio Procópio), 1962 (Londrina), 1963 e 1964 (Grêmio Maringá).

5ª fase (1966-2018) – É criada a lei de acesso e o campeonato passa a ser jogado por divisões, salvo em alguns anos que só teve a 1ª divisão. Não ocorreu divisões de acesso em 1971-1975 e 1980.

OBS: Já na década de 1950 a federação tentou amenizar as coisas criando um torneio do interior nos moldes de campeões de ligas; foram jogados dois torneios (1953 e 1954).  Na década de 1960 (1960 e 1962) foi jogado o Campeonato amador do Estado. E em 1964 era criada a Taça Paraná de amadores disputada até hoje.

FONTES:

Livros:

– Futebol do Paraná – 100 anos de História (2005) – Heriberto Ivan Machado e Levi Mulford Chrestenzen

– O Bugre Princesino – Guarani o clube que conta sua História (2007) – José Cação Ribeiro Junior

– O Fantasma da Vila (2002) – José Cação Ribeiro Junior

– Futebol Ponta-grossense – recortes da História (2004) – José Cação Ribeiro Junior

Jornais A Republica, Correio do Paraná, O Estado, Correio da Noite (Todos consultados na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional).

Ubiratã Esporte Clube – Ubiratã (PR): Campeão Paranaense 3ª Divisão de 1991

O Ubiratã Esporte Clube foi uma agremiação esportiva fundada em 04 de Dezembro de 1962. Tinha sua sede na Avenida Nilza de Oliveira Pepino nº 1850. Mandava seus jogos no Estádio Municipal Valdeci Claudino da Silva (Claudinão).

Participou dos campeonatos paranaenses da 2ª divisão em 1989 e 1990; Em 1991 jogou a 3ª divisão e sagrou-se campeão; em 1992 jogou a Intermediária (Espécie de 2ª divisão). Após 10 anos fora do profissionalismo retornou na 3ª divisão de 2002. Em 2003 fez sua última aparição no cenário futebolístico profissional na 2ª divisão.

Ubiratã E.C – Campeão da 2ª Divisão (equivalente a 3ª divisão) de 1991. (fonte: facebook de Valdir Salsicha).

FONTES: Revista Placar – Livro Futebol do Paraná – 100 anos de História – Desenho do escudo Sergio Mello

Associação Athletica Ramenzoni – São Paulo (SP): Duas edições na Segundona Paulista

A Associação Athletica Ramenzoni foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). O clube Rubro-anil foi Fundado no domingo, do dia 15 de Setembro de 1929, por um grande número de funcionários da Fábrica de Chapéus Ramenzoni, da firma Dante Ramenzoni e Cia. Ltda. O local foi no escritório da referida firma, gentilmente cedido pelos diretores.

A sua Praça de Esportes ficava localizado na Avenida dos Estados, nº 8, no Bairro do Canindé, em São Paulo. Em pouco tempo, o clube contava com 300 sócios. Em 1942, alcançou o número de 450 sócios. 

A 1ª Diretoria foi constituída da seguinte maneira:

Presidente Honorário – Lamberto Ramenzoni;

Vice-Presidente Honorário – Carlos Rusca;

Sócio Honorário – Ibsen Ramenzoni;

1º Presidente – Ziro Ramenzoni;

2º Presidente – Cesar Biondetti;

1º Tesoureiro – Orlando Pacini;

2º Tesoureiro – Firmino Calza;

Secretário Geral – Ivo Buoncristiani;

1º Secretário – João Cosentino;

2º Secretário – Igor Bittencourt;

Conselheiros – Bruno Lebblo, Gino Moro, Ítalo Vettorazzo e Menotti Coppini;

Revisores de conta – Achilles Camerini e Tullio Tito Lencioni;

Diretoria Esportiva:

Diretor Técnico – Floriano Guarany;

Diretor Esportivo – José Cortez, João Bertolucci e Carlos Avezzani;

Comissão Esportiva – José Leamare, Venancio Cristofari, Raphael Festa;

Sócios Beneméritos – Dante Ramenzoni (chefe da Casa Dante Ramenzoni Cia. Ltda.) e Leopoldo Sant’Anna (uma das figuras de maior destaque no esporte bretão).

Participou do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, em 1932 e 1934; e o Campeonato Paulista da Terceira Divisão, em 1933. Todos organizados pela APEA (Associação Paulista de Esportes Athleticos).

 Time de 1932: Nicola; Belleri (Antonio) e Sigimundo; Carlete, Luiz e Manzzioni; Picinin (Mosca), Dias, Antonelli, Morrone e Guarizo.

 Time de 1933: Nicola; Nelusco e Bileri; Luiz, Zanota e Pepi; Victorio (Mosca), Manolo, Pizzone, Moroni e Ary.

 

FONTES: A Gazeta – Correio de São Paulo

Dante Alighieri Foot-Ball Club – São Paulo (SP): Participou da Terceirona de 1932

A Sociedade dos Ex-Alunos do Instituto Médio Dante Alighieri Foot-Ball Club ou simplesmente Dante Alighieri foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). O clube foi Fundado na quarta-feira, do dia 06 de agosto de 1930. Uma de suas primeiras sedes ficava na Rua do Carmo nº 39, 2º andar. Em 1932 sua sede provisória ficava na Rua 15 de Novembro nº 18. A equipe “Azzurra” disputou o Campeonato Paulista da Terceira Divisão em 1932 organizado pela APEA (Associação Paulista de Esportes Athleticos).

HISTÓRIA

Foi um grupo de idealistas, representados por ex-alunos e professores do Colégio Dante Alighieri que realizou o sonho acalentado durante já há algum tempo: fundar uma Associação dos Ex-Alunos do Dante. Reuniram-se nos idos de 06 de agosto de 1930, no Salão Nobre do Circolo Italiano, cerca de 80 participantes (fls1, do Livro de Registro de Assembleias). Eles foram promotores dessa que passou a chamar-se 1ª Assembleia Preparatória dos Ex-Alunos do Instituto Médio “Dante Alighieri”.

Os trabalhos foram abertos pelo Prof. Dante Izoldi, lente de matemática do Instituto que, após expor em linhas gerais a razão da reunião, ou seja a fundação de uma específica associação, indicou o Dr. João Manzoli, sob aplauso dos presentes, para presidir a reunião promovendo a eleição, por escrutínio secreto, de um comitê provisório, formado por nove membros que ficou assim constituído: Dr. João Manzoli, Aldo Travaglia, Carlos Lodi, Américo Fontana, Miguel Reale, Gerardo Romeo, DimesBenatti, Attilio Perrone e João Beretta.

Na 1ª Reunião do Conselho Provisório, em 11 de agosto de 1930, procedeu-se à escolha dos cargos, tendo sido eleitos João Manzoli-Presidente, Aldo Travaglia-Vice Presidente, Attilio Perrone-Secretário e Miguel Reale-2° Secretário.

Na 2ª Reunião do Conselho Provisório, em 15 de agosto de 1930, foi aceita a denominação “Sociedade dos Ex-Alunos do Instituto Médio Dante Alighieri”, estabelecendo-se a sigla “I.M.D.A.”

Na 3ª Reunião do Conselho Provisório, de 19 de agosto de 1930, ficou decidido que a novel instituição teria 9 Diretores com cargo e 2 Conselheiros.

Na 4ª Reunião do Conselho Provisório, de 22 de agosto de 1930, foram instituídos os Revisores de Contas e na 5ª Reunião, realizada em 24 de agosto de 1930, o projeto do estatuto foi aprovado para ser levado à Assembleia Geral.

Os trabalhos do Conselho Provisório foram encerrados dando por finda e cumprida sua missão. Em 25 de agosto de 1930 ocorreu a 1ª Assembleia Geral dos Ex-Alunos do IMDA.

O Presidente do Conselho Provisório, João Manzoli abriu a seção e indicou o Prof. Arthur Magnocavallo para presidir os trabalhos, sob aclamação dos presentes.

Foram aprovados os estatutos, foi realizada a eleição de 15 conselheiros e 3 Revisores de contas. Foi fixada para 3 de setembro de 1930 uma reunião dos conselheiros eleitos e revisores de contas, para a distribuição dos cargos na Diretoria.

No dia 14 de outubro de 1931 o Presidente, João Manzoli, abriu a seção e pediu aos presentes a indicação de um Presidente da mesa para proceder aos relativos trabalhos, inclusive para tratar da questão da sede da Associação.

Os objetivos da Associação permaneceram praticamente semelhantes desde a data de sua fundação até os dias de hoje, ou seja, como consta nos atuais Estatutos:

A AEDA tem como finalidade manter acesos os princípios e tradições do Colégio Dante Alighieri, na extensão pós-escolar, congregando ex-alunos, professores e simpatizantes, incentivando, através de suas manifestações sociais, esportivas e culturais, a par do aprimoramento do idioma pátrio e difusão da língua e cultura italianas, o relacionamento entre seus associados.”

Os primeiros estatutos foram publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo, na edição n° 284, de 11 de dezembro de 1931. Após a Assembléia Ordinária de 15 de janeiro de 1932, realizou-se, em 13 de janeiro de 1933 uma Assembleia Ordinária na qual os conselheiros eleitos e revisores de contas foram convocados para uma reunião da Diretoria, a ser realizada no dia 20 de janeiro de 1933 a fim de se proceder à necessária distribuição dos cargos e respectivas posses.

A partir de 20 de janeiro de 1933 o Conde Raul Crespi passou a exercer a Presidência da IMDA, cujas atividades foram desenvolvidas com verdadeiro entusiasmo e dedicação. Os resultados foram brilhantes, mas com o advento da segunda guerra mundial a Associação suspendeu suas atividades por decisão tomada em 01 de dezembro de 1941, ocasião em que contava com apenas 19 sócios. Naquela época a Sede da Associação estava localizada no Prédio Martinelli.

Em 23 de novembro de 1959 a IMDA retomava suas atividades, desta feita sob o nome de AEDA-Associação dos Ex-Alunos do Colégio Dante Alighieri em memorável Assembleia Geral Extraordinária que aprovava novo Estatuto, sempre sob a Presidência do Conde Raul Crespi.

FONTES & FOTOS: Jornal A Gazeta (SP) – Jornal Il Pasquino (SP) – Site da AEDA – aeda.com.br – Acervo do Colégio Dante Alighieri (anos 30)

Fotos Raras, dos anos 10 e 20: União Lapa Foot Ball Club – São Paulo (SP)

Por Leonor Macedo 

Em um passado não muito distante, a Pompéia, a Lapa e a Vila Anglo-Brasileira eram cheias de campinhos de futebol e times amadores. Lá pelo início de 1900, depois de Charles Miller voltar da Inglaterra para o Brasil com uma bola e um par de chuteiras, o futebol se tornou popular entre os operários, que se organizavam para partidas depois do trabalho e aos fins de semana.

Daí para fundarem equipes com nome, uniforme, sede e organizarem torneios foi um pulo. Os bairros ganharam o Santa Marina, o Lapeaninho, o Alfa, o Guaicurus, o Roma FC, o Fluminense, o Faísca de Ouro, o União Paulista, o Peñarol, o Corinthians Pompeiano, entre tantos outros.

Uma das mais fortes e tradicionais equipes era o União Lapa Foot Ball Club, que nasceu na mesma data que o Corinthians: 1º de setembro de 1910. Não por acaso, os fundadores dos dois times de operários resolveram marcar sua estreia nos campos um contra o outro, dez dias depois. E quem venceu aquela partida foi a equipe da Lapa, por 1 a 0.

De lá para cá, a história mudou de figura. O Corinthians cresceu, saiu da mão dos operários e se tornou um dos times mais importantes, ricos e competitivos do Brasil, enquanto o União Lapa acabou. Sua história é lembrada em algumas páginas de jornais armazenadas no Acervo de Memória da Lapa, mas pouco se sabe sobre a equipe.

Foi nestes jornais que o geógrafo Danilo Cajazeira buscou informações para começar a colocar em prática a ideia de refundar o União Lapa e recuperar a sua história. Junto com amigos, todos amantes do futebol e frequentadores do bairro e da região, remontou o time, mandou fazer os uniformes (camisa celeste, meião preto e calção branco) com o escudo original e já marcou a primeira partida: será no próximo sábado, contra o Pinguim da Mooca, que foi fundado em 1944.

Nessa entrevista, Cajazeira conta mais de suas descobertas sobre o União Lapa e seus planos para o time:

De onde surgiu a ideia de refundar o União Lapa?

Eu cresci na Lapa e sou corinthiano, além de géografo. Sempre curti pesquisar o passado do bairro, os rios, os campos de futebol antigos, as fábricas. Sabia que o primeiro jogo do Corinthians tinha sido contra o União Lapa e achava curioso que houvesse tão pouca informação sobre o clube (é o único clube no Almanaque do Futebol Paulista que não tem o escudo). Ao mesmo tempo, já há alguns anos me interesso e participo da vida cultural no bairro, e quando comecei a ir atrás da história do União vi que o clube era uma referência comunitária, um lugar de encontro dos lapeanos. Aí falei com amigos que curtem o bairro e que jogam bola por aqui e fomos animando a ideia de refundá-lo.

Onde ficava a sede do União Lapa?

Até o final de 1933, na Rua Doze de Outubro, 63. Depois mudou pra Doze de Outubro, 70. Não descobri ainda quando ela foi fechada. Segundo o livro “Lapa”, de Wanderley dos Santos, o campo do clube era no final da Rua Doze de Outubro e, lendo os jornais da época, dá pra notar que era a maior praça de esportes do bairro.

Por que você acha que a história do União Lapa ficou perdida e que o time não despontou como o Corinthians, já que os dois nasceram na mesma data?

Pelo que pesquisei até agora, tem algumas hipóteses. Com o crescimento do bairro surgiram muitos times de futebol. O bairro era referência no futebol da cidade, mas com diversos clubes os bons jogadores foram se dividindo entre eles. Achei um artigo em um jornal do bairro, de 1930, que lamentava isso e dizia que era melhor “antigamente”, quando só havia o União Lapa e o Ruggerone por aqui, e questionava porque não podia existir apenas um clube, que representasse o bairro “como o Corinthians no Bom Retiro”.

Paralelamente a isso, no final da década de 1920, o clube estava bem, havia ganhado a Divisão Intermediária da LPF invicto em 1927 e foi disputar a Primeira Divisão em 1928. Mas tinha uma crise financeira e política, ao que parece: José Ozzetti, que foi presidente por 12 anos, tinha sido “escorraçado” do clube por tê-lo deixado “falido”. A nova diretoria primeiro foi elogiada, mas depois perdeu o controle financeiro também. Tem um relato de reunião em que o José Ozzetti acaba com a diretoria, que se demite inteira, e é convidado à voltar, mas se nega. Isso é no final de 1932.

Infelizmente no Acervo de Memória da Lapa não tem as edições do jornal entre o final de 1932 e o começo de 1933, então não dá pra saber como isso terminou. Mas tinha ainda outra coisa, que eu acho que pesou mais que tudo isso: a polêmica entre o amadorismo e o profissionalismo nessa época. Ao que parece o União tentou acompanhar o profissionalismo, e foi alvo de críticas. Em 1929 ou 1930 todos os principais jogadores do Lapeaninho, outro clube do bairro, vão parar no União, e o jornal cai matando em cima deles. Um deles, especialmente, é bastante hostilizado: Carabina, que era ídolo no Lapeaninho (fundado em 1923). Passado um tempo, eles voltam pro Lapeaninho, e o jornal acha absurdo o clube aceitá-los de volta. Então, acho que em meio a isso, acabaram sobrevivendo os clubes que tinham grana pra atrair os bons jogadores, e na crise que o União estava, parece que não tinha essa grana. Entre 1933 e 1934 o clube quase desaparece das páginas dos jornais, que trazem notícias apenas de festas e bailes na sede e de resultados do pingue-pongue.

E o que você acha que o resgate do União Lapa vai trazer para o bairro? Qual é a ideia de vocês com a refundação do clube?

Acho que a Lapa tem um passado operário e um passado no futebol muito rico, e que, com o aumento da especulação imobiliária e a mudança na geografia do bairro, isso aos poucos vai se perdendo. Foi na Lapa que surgiu a segunda Liga Operária de São Paulo e o bairro foi um dos focos da greve geral de 1917, tendo grande importância na organização do movimento operário e na luta por direitos trabalhistas no começo do século XX. O União era um time de trabalhadores e pequenos comerciantes, o açougue do José Ozzetti aparece em vários anúncios do jornal do bairro na época.

Hoje, apesar das mudanças, ainda tem muito futebol pela Lapa e também tem crescido o número de iniciativas culturais no bairro. Temos um espaço público enorme que, a meu ver, é subutilizado: o Tendal da Lapa. E, ao mesmo tempo em que o crescimento da cidade “matou” vários dos campos de futebol no bairro, temos muitas escolas públicas na região, com muitos jovens que não tem muito onde jogar. Alguns deles criaram até um movimento, o Boa Quadra, pra lutar por espaços públicos no bairro – recuperaram uma quadra que tinha virado estacionamento na rua Mário.

Então, a ideia é que o União possa talvez funcionar como um catalisador disso tudo: futebol, memória do bairro e comunidade, ajudando a interligar as muitas atividades que acontecem por aqui. Vamos ver aonde chegaremos, mas como mostra o passado do clube, a primeira divisão é o limite.

Terceira divisão é o limite, mas não me parece que vocês queiram repetir o modelo de profissionalização dos times grandes. Como seria possível chegar, então, a primeira divisão fazendo diferente?

Essa é uma conversa bem inicial ainda. Na verdade, isso de Primeira Divisão foi mais uma brincadeira, embora eu não descarte a ideia, não. Se for pra pensar em chegar lá, pra mim, o modelo tem que ser o de um clube comunitário, onde todo mundo participa, opina e decide. Algo como a Democracia Corinthiana da década de 1980, ou como o St. Pauli, da Alemanha. Mas vamos com calma, jogamos porque gostamos de jogar e a ideia de fazer parte do primeiro escalão do futebol da cidade não é uma prioridade por enquanto.

No sábado vocês vão ter o primeiro jogo. Quem é que joga no time?

Marcamos esse primeiro jogo como um pontapé inicial pra levar o projeto pra frente. Quem está fazendo parte é, em geral, gente que mora, morou ou frequenta o bairro, e gente que joga bola junto há alguns anos. A ideia do projeto é ser aberta a todos que se identifiquem, independentemente de morar na Lapa ou não, e independentemente de gênero ou idade também. Nesse primeiro jogo teremos só uma mulher em campo, mas se aparecerem outras serão bem-vindas.

A estreia será na Mooca, contra o Pinguim da Mooca, um time fundado em 1944 e que tem muita tradição no bairro, uma história parecida com a do União, apesar de em outra época. Os conhecemos faz um tempo e achamos que seria legal fazer um primeiro jogo resgatando a história do futebol e do passado de dois bairros tradicionais na cidade.

 

Descoberta do Escudo (23/12/2010) feita por Mario Ielo, do História do Futebol:

 https://historiadofutebol.com/blog/?p=13528

https://historiadofutebol.com/blog/?p=16346

FONTES & FOTOS: Site Vila Pompeia – Jornal Commercio da Lapa  – Página no Facebook do clube