Arquivo da categoria: 36. Marcos Galves Moreira

Decepção de público na Série A-2

        Público
1a. Rodada Osasco x Noroeste 467
  São Bento x América 3.332
  Votoraty x Guaratinguetá 555
  PAEC x Marília 106
  Rio Preto x São Bernardo 429
  Catanduvense x U. São João 747
  Osvaldo Cruz x Guarani 1075
  Linense x Flamengo 1232
  U. Barbarense x Taquaritinga 1657
  A. Sorocaba x São José 384
2a. Rodada São Bernardo x PAEC 3130
  U. São João x A. Sorocaba 417
  América x Linense 577
  Flamengo x Votoraty 612
  Guaratinguetá x Osasco 1428
  São José x Osvaldo Cruz 2765
  Noroeste x U. Barbarense 1783
  Guarani x São Bento 3384
  Taquaritinga x Rio Preto 341
  Marília x Catanduvense 1178
3a. Rodada Osasco x Votoraty 172
  São Bernardo x U. Barbarense 3680
  Rio Preto x PAEC 313
  Linense x Guarani 3588
  São José x U. São João 2467
  A. Sorocaba x Catanduvense 236
  América x Noroeste 223
  Taquaritinga x Flamengo 392
  Marília x Osvaldo Cruz 895
  São Bento x Guaratinguetá 3425
Equipes Cidade População Estimada (2009)
A. Sorocaba Sorocaba 590.000
América S.J. Rio Preto 440.000
Catanduvense Catanduva 120.000
Flamengo Guarulhos 1.400.000
Guarani Campinas 1.200.000
Guaratinguetá Guaratinguetá 120.000
Linense Lins 75.000
Marília Marília 230.000
Noroeste Bauru 370.000
Osasco Osasco 750.000
Osvaldo Cruz Osvaldo Cruz 35.000
PAEC ? ?
Rio Preto S.J. Rio Preto 440.000
São Bento Sorocaba 590.000
São Bernardo S.B. do Campo 830.000
São José São José dos Campos 630.000
Taquaritinga Taquaritinga 58.000
U. Barbarense Santa Bárbara do Oeste 200.000
U. São João Araras 120.000
Votoraty Votorantim 110.000
Equipes Média de Público Média em casa
São Bento 3380 3379
Guarani 2682 3384
São Bernardo 2413 3405
U. Barbarense 2373 1657
São José 1872 2616
Guaratinguetá 1803 1428
Linense 1799 2410
Osvaldo Cruz 1578 1075
América 1377 400
U. São João 1210 417
PAEC 1183 106
Noroeste 824 1783
Taquaritinga 797 367
Flamengo 745 612
Marília 726 1037
Catanduvense 720 747
Osasco 689 320
Votoraty 446 555
Rio Preto 361 371
A. Sorocaba 346 310

Com base nos quadros acima, conclue-se que a média de público da Série A-2 é bem decepcionante. Quando analisamos a média dos chamados clubes “tradicionais”, aqueles que  já participaram da “elite” do futebol paulista, a decepção é ainda maior. Marília, América, Noroeste, São José, União São João e até mesmo o São Bento que lidera o ranking, deveriam atrair um público maior.

Uma agremiação como o Guarani, cotadíssimo para subir, não poderia apresentar uma média tão decepcionante. Tudo bem que a torcida bugrina não é de comparecer em determinados momentos do campeonato, mas a média pífia de 2.682 torcedores é decepcionante.

O São Bernardo quer se juntar aos seus “irmãos regionais”: Santo André e São Caetano. Sendo uma agremiação jovem, os seus números até que não decepcionam.

Agora os chamados clubes empresas que não necessitam de apoio popular como o PAEC, que é um clube nômade, o Votoraty e o Atlético Sorocaba a coisa já era prevista. Aliás, os diregentes do Votoraty deveriam pensar muito bem antes de decidir pela migração para Ribeirão Preto. Lá como se sabe há duas equipes com uma grande leva de torcedores e após 5 anos, a tendência de torcedores do Votoraty é aumentar pois já suplantou à média do Atlético Sorocaba que tem quase 20 anos de existência .

Jogar sem torcida deve ser muito triste. É como um artista se apresentar para ninguém.

História do Campeonato de Acesso Paulista – Cap. I

Estamos nos propondo a recontar, é isso mesmo, recontar a história do campeonato de acesso que em algum momento do passado já foi ditada em prosa e verso pelo brilhante mestre Delphin Ferreira Rocha Netto (1913-2003).
O nosso trabalho contou com a colaboração desse magnífico cronista, que permitiu que pudéssemos desfrutar de seu acervo. O Sr. Rocha Netto na qualidade de correspondente esportivo, viajava pelo nosso interior afora colhendo matéria para o velho “Esporte Ilustrado” ou para “A Gazeta Esportiva”.
Ele foi um dos primeiros a contar “causos” do futebol caipira e tinha uma maneira “sui generis” de relatar os fatos, além da preocupação permanente com a “verdade” dos mesmos.
Outro grande parceiro foi Nelcy Pauleto, que pacientemente coletou a maioria dos resultados da outrora chamada “segundona”. Não poderia deixar de citar o nome de Júlio Diogo, grande batalhador para a preservação da memória esportiva brasileira que muito auxiliou com seus arquivos de resultados.
Outros colaboradores foram aparecendo à medida que evoluíamos de ano para ano. Nosso trabalho se baseou na reunião de dados, obtidos da pesquisa em bibliotecas, jornais e arquivos públicos, portanto, informações colhidas em jornais da época.
Nossa missão é acima de tudo pela preservação da memória esportiva, principalmente do nosso interior. Esse trabalho não é conclusivo e estará sujeito a correções e complementações.
O campeonato de 1947 foi o primeiro da era do profissionalismo envolvendo clubes do interior e pode ser considerado como “balão de ensaio” para o primeiro campeonato de acesso que seria realizado em 1948. Esse campeonato foi também o primeiro da era profissional envolvendo clubes do interior e não contemplava o acesso.
A idéia de um campeonato de acesso nasceu da necessidade de se acabar com o chamado “amadorismo marrom” que vigorava entre as agremiações do interior.
Naquele tempo os clubes profissionais “tiravam” os melhores valores provenientes do interior, através de um depósito simbólico na Federação. “Amadores” estes que eram lapidados com muito carinho pelos seus clubes de origem.
Para por fim a esse disparate, o XV Piracicaba e mais 13 agremiações do interior resolveram, com a ajuda da Federação Paulista, implantar o profissionalismo no interior. Assim os clubes “prendiam” seus atletas através de contratos, para poder se protegerem dos ataques dos clubes da capital e do Rio.
Os acertos para a implantação do profissionalismo foram finalizados em 1946 e em 1947 foi realizado o campeonato que mencionamos acima.
É importante frisar que uma das figuras que mais colaborou para a implantação da lei do acesso foi Roberto Gomes Pedrosa (1914-1954), ex atleta e presidente da Federação Paulista, precocemente falecido no exercício de suas funções como mandatário máximo do futebol em São Paulo.
Mas vamos ao Primeiro Campeonato Profissional envolvendo clubes do interior.
Apesar de ser pouco lembrado, foi um campeonato muito importante para o XV de Piracicaba, pois serviu para a montagem da equipe que conquistaria o primeiro campeonato da Lei de Acesso de 1948.
O campeonato iniciou em meados de maio de 1947 e terminou em dezembro do mesmo ano. Como já foi dito anteriormente, foi disputado por 14 agremiações pelo sistema de turno e returno, todos contra todos.
A disputa foi ferrenha e emocionante, ora se alternava na liderança o XV, ou Taubaté, ora a Ponte Preta ou Batatais.

O jogo decisivo:
Desfalcado de Rabeca e Strauss, o XV enfrentou pela última rodada a agremiação da Palmeiras, da cidade de Franca, equipe já extinta. O jogo era pela última rodada e o Taubaté torcia por um tropeço do XV para tentar a conquista do campeonato
Jogo: XV de Piracicaba 1 x 0 Palmeiras
Data: 21/12/47
Local: Franca
Árbitro: Otávio Richter
Gol: Henrique aos 43′ do 2º tempo
XV: Bertolucci; Elias e Idiarte; Cardoso, Changai e Adolfinho; Curtinho, Sato, Gatão, Berto e Henrique. Técnico: Humberto Cabelli
Palmeiras: Paulo; Zezão e Joacir; Marreta, Cazeca e Tostão; Nené, Marinho, Cabelo, Pacu e Lógico. Técnico: nd

Campanha do Campeão:
1º Turno 2º Turno
18/05/47: XV 2 x 0 Mogiana 07/09/47: XV 4 x 0 Botafogo
25/05/47: XV 6 x 2 São Bento 14/09/47: Mogiana 1 x 3 XV
01/06/47: Guarani 2 x 2 XV 21/09/47: XV 1 x 0 Barretos
08/06/47: XV 3 x 2 Sanjoanense 23/09/47: São Bento 4 x 1 XV
15/06/47: Rio Branco 0 x 5 XV 07/10/47: XV 3 x 0 Rio Branco
22/06/47: Batatais 1 x 1 XV 19/10/47: Sanjoanense 1 x 1 XV
06/07/47: XV 6 x 2 Palmeiras 26/10/47: XV 3 x 3 Internacional
13/07/47: Botafogo 0 x 3 XV 01/11/47: Ponte Preta 1 x 1 XV
20/07/47: XV 4 x 1 Ponte Preta 23/11/47: Francana 1 x 1 XV
27/07/47: Internacional 3 x 0 XV 30/11/47: XV 1 x 1 Batatais
10/08/47: XV 2 x 1 Taubaté 07/12/47: Taubaté 3 x 3 XV
17/08/47: Barretos 2 x 1 XV 14/12/47: XV 4 x 0 Guarani
24/08/47: XV 6 x 2 Francana 21/12/47: Palmeiras 0 x 1 XV

Balanço geral: Jogos: 26; Vitórias: 14; Empates: 9, Derrotas: 3, Gols marcados: 68, Gols sofridos: 35, Saldo: 33

Equipe base do campeão:
Bertolucci; Idiarte e Mário Renzi; Cardoso, Straus e Adolfinho; Cardeal, Berto, Gatão, Sato e Rabeca. Também jogaram: Picolino, Rubens, Henrique, Changai, Curtinho, Elias, Luis Foltran, Tão, Bita Pixe e Cardinalli. Técnico: Humberto Cabelli
Destaques: Antonio Bertolucci, goleiro que mais tarde defenderia o São Paulo Futebol Clube. Idiarte Massariol, segundo Rocha Netto, é o jogador símbolo da história do XV. Vicente Naval Filho (1928-1995), o Gatão, defenderia mais tarde o Corinthians e após encerrar a carreira foi técnico. Sato, o jogador mais cerebral da equipe, seu “espírito amador”, impediu de jogar nas grandes equipes. Hoje vive em Sorocaba como agrônomo aposentado.

Curiosidades:
• Artilheiro máximo do campeonato: Rivetti (Sanjoanense) com 20 gols;
• Outros goleadores: Hugo (Taubaté), Pedrinho (Mogiana) e Rabeca (XV) todos com 19 gols, Tonho Rosa (Batatais) com 18 gols, Perruche (Taubaté) com 17 gols, Tião (Taubaté) com 16 gols;
• Goleiros mais vazados:
Nelson (Barretos): 40 gols, Magalhães (Mogiana): 38 gols, Paulo (Palmeiras): 37 gols, José (Taubaté): 36 gols;
• Goleiros menos vazados:
Barone (Botafogo) com 29 gols, Jura (São Bento) com 30 gols e Costa (Rio Branco) com 31 gols; Ari (Sanjoanense): 32 gols;
• Maior goleada: Internacional (Limeira) 10 x 2 Palmeiras (Franca) em 8/6/1947;
• Equipes que se destacaram:
Taubaté: Zezão; Bibide e Orestes; Dunga, Gute e Juju; Tião, Renato, Gerson, Hugo e Perruche;
Ponte Preta: Fia; Alcides e Stalingrado, Nego, Oscar e Oliveira; Damião, Bruninho, Cacique, Vicente (Gaiola) e Armandinho. Técnico: José Guillermo Agnelli (1912-1998);
Batatais: Joãozinho; Piolim e Antero; Moacir, Luís Lopes e Itamar; Dema, Renatinho, Tonho Rosa, Dirceu e Carlito. Técnico: Tito Rodrigues/Conrado Ross de Marco;
• Mauro Ramos de Oliveira (1930-2002), capitão da Seleção Brasileira na conquista do bicampeonato no Chile, jogou nesse ano na Sanjoanense, transferindo-se no ano seguinte para o São Paulo;
• João José da Silva, o Pirombá (Barretos) fez parte daquela célebre equipe do Sport Recife que excursionou pelo sul do Brasil em 1942, faziam parte daquela equipe Ademir de Menezes (1922-1996) e Magri;
• José Chagas, o Eca (Francana), seria o treinador da Francana no acesso de 1977;
• Mário Marcos Gaiola (Ponte Preta) seria campeão em 1951 com o XV de Jaú;
• Antonio Justino Figueiredo Rosa (? -2001), o Tonho Rosa (Batatais), era o “craque fazendeiro”, filho de uma família de posses, passava o tempo “batendo uma bolinha”. Foi considerado um dos melhores jogadores do interior e encerrou a carreira em 1957 na Francana, agremiação que defendeu na maior parte das vezes. Seu irmão Luís Clóvis Rosa (1922-?) atuou muitas vezes com Tonho e chegou a ser cogitado como substituto de Leônidas da Silva (1913-2004) quando da sua despedida no São Paulo;
• Antonio Rosolém (1928-2005), o Rosalém (Rio Branco), jogaria mais tarde pelo Corinthians onde seria campeão paulista de 1950;
• Revelações do campeonato: Mauro (Sanjoanense), Piolim (Guarani), Gatão (XV), Hugo (Taubaté) e Perruche (Taubaté).

fila da esquerda p/ direita: Bertolucci, Idiarte, Mário Renzi, Cardoso, Straus e Adolfinho;
Segunda fila na mesma ordem: Cardeal, Berto, Gatão, Sato, Rabeca, Picolino, Rubens, Henrique;
Última fila: Tão, Elias, Cardinalli, Luisinho, Changai, Pixe, Curtinho e Brito.

 

História do Campeonato de Acesso Paulista – Cap. IV

1950 – Deu Radium no Ano Santo!
Em 1950 o Campeonato da 2ª Divisão (Acesso), reuniu um número recorde de participantes: 54 equipes. Esse número excede em 14 aos integrantes do campeonato de 1948, e em 7 aos de 1949. O Batatais pediu licença nesse ano.
Esse “mega campeonato”, foi dividido em 5 séries regionais, como nos anos anteriores. As equipes na primeira fase jogaram entre si, dentro de cada série em turno e returno. Para a 2ª fase, a FPF resolveu inovar: Para a disputa do ”Torneio dos Campeões” além dos campeões, os vices de cada série também disputaram, trazendo mais emoção ao campeonato. Tivemos assim, duas novas séries de 5 equipes. Os campeões das séries disputariam a finalíssima.
O vencedor ascenderia à 1ª Divisão. A 1ª fase durou de junho á novembro. A 2ª fase ou “Torneio dos Campeões”, de dezembro á fevereiro de 1951. Os jogos finais foram em número de quatro. Essa disputa levou quase um mês para apuração do campeão.
Na 1ª fase tivemos a seguinte classificação:

1ª Série
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º FRANCANA 33 7 20 15 3 2 66 20 46
2º BOTAFOGO 31 9 20 15 1 4 71 27 44
3º ORLÂNDIA 24 16 20 10 4 6 42 30 12
4º INTERNACIONAL (BEB) 23 17 20 10 3 7 40 33 7
5º UCHOA 22 18 20 9 4 7 51 42 9
6º OLIMPIA 21 19 20 9 3 8 42 41 1
6º AMÉRICA 21 19 20 7 7 6 35 32 3
8º MONTE AZUL 14 26 20 5 4 11 29 57 -28
9º SÃO JOAQUIM 11 29 20 5 1 14 33 58 -25
10º MOTORISTAS 10 30 20 5 0 15 25 57 -32
10º BARRETOS 10 30 20 4 2 14 28 65 -37

JOGOS REALIZADOS 110
GOLS ASSINALADOS 462
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,2
Classificados: Francana e Botafogo
Obs.: INTERNACIONAL (BEB)=INTERNACIONAL (BEBEDOURO)

2ª Série
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º LINENSE 34 10 22 16 2 4 69 28 41
2º SÃO BENTO (MAR) 31 13 22 13 5 4 59 30 29
3º CORINTHIANS (PP) 30 14 22 14 2 6 48 31 17
4º PRUDENTINA 29 15 22 13 3 6 53 37 16
5º NOROESTE 25 19 22 9 7 6 45 45 0
6º BAURU 23 21 22 10 3 9 50 50 0
7º SÃO PAULO (ARÇ) 20 24 22 8 4 10 33 37 -4
8º FERROVIÁRIA (ASS) 18 26 22 8 2 12 54 52 2
9º GARÇA 17 27 22 7 3 12 31 45 -14
10º BRASIL 16 28 22 6 4 12 29 54 -25
11º TUPÃ 12 32 22 5 2 15 42 74 -32
12º BANDEIRANTE 11 33 22 3 5 14 27 57 -30

JOGOS REALIZADOS 132
GOLS ASSINALADOS 540
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,09
Classificados: Linense e São Bento (Mar)
Obs.: SÃO BENTO (MAR)=SÃO BENTO (MARÍLIA); CORINTHIANS (PP)=CORINTHIANS (PRESIDENTE PRUDENTE); SÃO PAULO (ARÇ)=SÃO PAULO (ARAÇATUBA); FERROVIÁRIA (ASS)=FERROVIÁRIA (ASSIS)
3ª Série
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º XV DE JAU 26 10 18 12 2 4 57 31 26
2º FERROVIÁRIA (BOT) 22 14 18 10 2 6 52 40 12
2º SÃO PAULO (ARQ) 22 14 18 9 4 5 43 30 13
4º PAULISTA (ARQ) 21 17 19 9 3 7 47 41 6
5º ARARENSE 19 17 18 9 1 8 55 39 16
6º VELO CLUBE 18 18 18 8 2 8 36 33 3
7º PIRASSUNUNGUENSE 17 19 18 7 3 8 28 40 -12
8º COMERCIAL (ARA) 16 20 18 6 4 8 36 38 -2
9º PALMEIRAS (J) 14 22 18 6 2 10 30 52 -22
10º RIO CLARO 7 29 18 3 1 14 20 60 -40

JOGOS REALIZADOS 90
GOLS ASSINALADOS 404
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,49
Classificados: XV de Jaú e Ferroviária (após eliminar o S Paulo-Arç)
Obs.: FERROVIÁRIA (BOT)=FERROVIÁRIA (BOTUCATU); SÃO PAULO (ARQ)=SÃO PAULO (ARARAQUARA); COMERCIAL (ARA)=COMERCIAL (ARARAS); PALMEIRAS (J)=PALMEIRAS (J)=PALMEIRAS (JAU)

4ª Série
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º RADIUM 29 7 18 13 3 2 39 18 21
1º RIOPARDENSE 29 7 18 13 3 2 67 24 43
3º SANJOANENSE 24 12 18 12 0 6 53 25 28
4º RIO PARDO 23 13 18 10 3 5 54 28 26
5º GINÁSIO PINHALENSE 18 18 18 8 2 8 33 41 -8
6º PONTE PRETA 16 20 18 7 2 9 34 28 6
6º INTERNACIONAL (LIM) 16 20 18 7 2 9 39 40 -1
8º MOGIANA 14 22 18 5 4 9 24 39 -15
9º PIRACICABANO 9 27 18 4 1 13 19 60 -41
10º COMERCIAL (LIM) 2 34 18 0 2 16 11 70 -59

JOGOS REALIZADOS 109
GOLS ASSINALADOS 373
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,42
Classificados: Radium e Rio Pardense
Obs.: INTERNACIONAL (LIM)=INTERNACIONAL (LIMEIRA); COMERCIAL (LIM)=COMERCIAL (LIMEIRA)

5ª Série
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º SÃO CAETANO 31 9 20 14 3 3 64 31 33
2º COMERCIAL (SP) 27 13 20 12 3 5 58 41 17
3º VOTORANTIM 26 14 20 12 2 6 58 41 17
4º CORINTHIANS (SA) 24 16 20 10 4 6 64 35 29
5º TAUBATÉ 21 19 20 8 5 7 52 30 22
5º ESTRELA DA SAUDE 21 19 20 9 3 8 41 45 -4
7º PORTOFELICENCE 20 20 20 9 2 9 37 50 -13
8º SÃO JOÃO 14 26 20 6 2 12 36 52 -16
8º SÃO BERNARDO 14 26 20 6 2 12 31 47 -16
10º PAULISTA (JUN) 12 28 20 5 2 13 37 70 -33
11º PALESTRA (SB) 8 32 20 3 2 15 22 70 -48

JOGOS REALIZADOS 110
GOLS ASSINALADOS 500
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,54
Classificados: São Caetano e Comercial (SP)
Obs.: COMERCIAL (SP)=COMERCIAL (CAPITAL); CORINTHIANS (SA)=CORINTHIANS (SANTO ANDRÉ); PAULISTA (JUN)=PAULISTA (JUNDIAI); PALESTRA (SB)=PALESTRA (SÃO BERNARDO)
A 2ª fase ou “Torneio dos Campeões” apresentou a seguinte classificação:

1º Grupo
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º RADIUM 12 4 8 6 0 2 20 12 8
2º FRANCANA 10 6 8 5 0 3 11 11 0
3º SÃO BENTO (MAR) 7 9 8 3 1 4 15 11 4
4º FERROVIÁRIA (BOT) 6 10 8 3 0 5 12 22 -10
5º XV DE JAU 5 11 8 2 1 5 14 16 -2

JOGOS REALIZADOS 20
GOLS ASSINALADOS 72
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,6
Classificado: Radium

2º Grupo
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º BOTAFOGO 11 7 9 5 1 3 15 11 4
2º LINENSE 10 6 8 4 2 2 19 9 10
3º SÃO CAETANO 8 8 8 4 0 4 15 20 -5
3º RIOPARDENSE 8 8 8 3 2 3 19 15 4
5º COMERCIAL (SP) 3 13 8 1 1 6 11 24 -13

JOGOS REALIZADOS 20
GOLS ASSINALADOS 79
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,0
Classificado: Botafogo

Para a apuração do campeão foram necessários quatro jogos, evidenciando o equilíbrio entre as equipes.
Jogo Decisivo: Botafogo 1 x 2 Radium
Data: 11/03/51
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Árbitro: José de Moura Leite.
Gols: Pirombá
Silas e James
Radium: Brazão; Aguinaldo e Jorge; Bahia, Olegário e Stacis; Bagunça, James, Alipio, Silas e Ari. Técnico: Florindo Alves Ferreira
Botafogo: Rafael; Alcides e Carolo; Diógenes, Kelé e Itamar; Pirombá, Ladeira, Xixico, Cândido e Adelino. Técnico: Zezé Procópio

Campanha do Campeão
1ª fase – 4ª Série
1º Turno: 2º Turno:
17/06/50: Sãojoanense 0 x 2 Radium 10/09/50: Radium 3 x 1 Piracicabano
02/07/50: Radium 6 x 0 Comercial (Lim) 17/09/50: Radium 2 x 1 Sãojoanense
09/07/50: Piracicabano 0 x 1 Radium 24/09/50: Radium 2 x 1 Internacional (Lim)
16/07/50: Radium 3 x 2 Rio Pardo 01/10/50: Ginásio Pinhalense 2 x 0 Radium
23/07/50: Rio Pardense 2 x 2 Radium 15/10/50: Rio Pardo 3 x 2 Radium
30/07/50: Mogiana 1 x 2 Radium 22/10/50: Radium1 x 0 Mogiana
06/08/50: Radium 2 x 1 Ginásio Pinhalense 29/10/50: Radium 2 x 2 Riopardense
13/08/50: Internacional (Lim) 0 x 0 Radium 12/11/50: Comercial (Lim) 0 x 5 Radium
20/08/50: Radium 2 x 0 Ponte Preta 19/11/50: Ponte Preta 1 x 2 Radium
2ª fase – Torneio dos Campeões
1º Turno: 2º Turno:
03/12/50: São Bento 1 x 2 Radium 07/01/51: Radium 1 x 0 São Bento
10/12/50: Radium 5 x 2 Ferroviária (Bot) 14/01/51: Ferroviária (Bot) 2 x 3 Radium
24/12/50: XV de Jaú 1 x 2 Radium 28/01/51: Radium 5 x 2 XV de Jaú
31/12/50: Radium 1 x 2 Francana 11/02/51: Francana 2 x 1 Radium
Finais
18/02/51: Radium 1 x 1 Botafogo
25/02/51: Botafogo 0 x 0 Radium
04/03/51: Botafogo 1 x 1 Botafogo
11/03/51: Radium 2 x 1 Botafogo

Balanço Geral: Jogos: 30; Vitórias: 20; Empates: 6; Derrotas: 4, Gols marcados: 63, Gols sofridos: 30, Saldo: 33

Equipe base do campeão:
Brazão; Aguinaldo e Jorge; Baia, Olegário e Stacis; Bagunça, James, Brejinho, Carrega e Ari. Jogaram ainda: Ié, Sidnei, Reinaldo, Amado, Alípio, Silas, Ermelindo. Técnico: Florindo Alves Ferreira (1914-?).
Destaques: Brazão, o penal que defendeu no terceiro jogo da final, lhe valeu a indicação como destaque. Bagunça e James, formavam uma ala direita bem entrosada na qual muitas jogadas de gols forma criadas. De uma maneira geral, a equipe era bem homogênea não sobressaindo ninguém.

Curiosidades:
• Artilheiro máximo do campeonato: Miranda (Riopardense) e Dirceu (XV de Jaú) com 32 gols;
• Outros goleadores: Zezinho (Linense) com 30 gols, Osvaldo (São Caetano) com 25 gols, Leonaldo (Francana) com 21 gols e Sturaro (Riopardense) com 20 gols;
• Goleiro mais vazado da primeira fase:
Flávio (Rio Claro) com 54 gols;
• Maior goleada do campeonato: Uchoa 9×0 São Joaquim (1/10/1950), Internacional (Limeira) 9×0 Piracicabano (29/10/50) e São Joaquim 9×0 Motoristas (12/11/1950);
• Equipes que se destacaram:
Botafogo: Rafael; Fonseca (Hebert) e Alcides (Ferraciolli); Diógenes (Carolo), Kelé (Wilsinho) e Itamar; Xavier (Pirombá), Marinho (Romeu), Xixico, Américo Salomão (Ladeira) e Adelino (Cândido). Técnico: José Procópio Mendes (1913-1980), o Zezé Procópio, ex atleta do São Paulo;
Linense: Petrônio (Fernando); Sarvas e Noca (Ecidir); Frangão, Goiano (Artur) e Mário Pereira (Dito Brás); Reis, Zezinho, Romeuzinho, Eduardinho e Agostinho (Mário). Técnico: Tito Viana
Francana: Garito (Caju); Pixo (Antero) e Duti; Inglês, Ditinho e Eca; Afonsinho (Tinola), Hélio (Luís Rosa), Tonho Rosa (Cabelo), Leonaldo (Djalma) e Newland.
• Seleção do campeonato, segundo o semanário “Mundo Esportivo”:
Caju (Francana); Bruninho (Ponte Preta) e Jorge (Radium); Diógenes (Botafogo), Goiano (Linense) e Itamar (Botafogo); Brejinho (Radium), Zezinho (Linense), Miranda (Riopardense), Leonaldo (Francana) e Xavier (Botafogo);
• Manoel Pessanha (1918-2003), o Lelé, que formou um trio de atacantes do Fluminense carioca chamado de os “três patetas”, jogou nesse ano na Ponte Preta;
• O Botafogo deixou escapar uma grande oportunidade de ganhar o campeonato, quando o seu avante Américo Salomão (1920-1997) perdeu uma penalidade máxima, no segundo jogo da decisão contra o Radium em seu estádio. Dizem que a cobrança foi bisonha, mas no final acabou consagrando o goleiro Brazão;
• Os jogadores Rafael, Itamar, Xixico e o próprio Américo Salomão, todos do Botafogo, defenderam o Batatais no ano anterior e foram, portanto bi vice-campeões;
• “Craques numerais”: Duzentos (Corinthians-PP), Noventa (Ginásio Pinhalense) e Dezoito (São Bento-Marília);
• “Craques animais”: Frangão (Linense), Gatinho (São Paulo-Araçatuba), Ratinho (Pirassununguense), Cação (Mogiana), Mosca (São Caetano) e Carrapato (Mogiana);
• Revelação do campeonato: Onofre Anacleto de Souza (1931-1997) (Ponte Preta), o Sabará, que defenderia o Vasco da Gama e a Seleção Brasileira;
• Em Assembléia realizada em 22/12/50, ficou estabelecido que não haveria descenso para a 2ª Divisão. Decidiu-se também incluir a AA Ponte Preta e o Comercial FC, de São Paulo, na 1ª Divisão em 1951.
Em pé da esquerda p/ direita: Olegário, Jorge, Brazão, Stacis, Agnaldo e Bahia.
Agachados na mesma ordem: Bagunça, James, Alípio, Silas e Ari

Trabalho inédito que contou com a colaboraçào do Júlio Diogo

 

História do Campeonato de Acesso Paulista – Cap. III

1949- Bugre sobe e se mantém por quase 50 anos!
O Campeonato de Acesso desse ano contou 47 equipes divididas em quatro séries. A FPF procurou agregar as equipes em regiões, deste modo tivemos 4 campeonatos regionais que agrupava as principais malhas ferroviárias da época.
Cada agremiação jogava entre si, dentro da sua série em turno e returno. O campeão de cada série disputaria com os outros três o “Torneio dos Campeões”, que apontaria a equipe que teria o direito de integrar a Divisão Principal do futebol paulista. O nível técnico do campeonato não foi dos melhores, a presença de equipes semi-amadoras contribuíram para um número muito grande de goleadas. A competição ficaria para as mais “profissionais” como o Guarani, Batatais, Linense e Ponte Preta.
Os jogos regionais duraram de maio a novembro de 1949. A tabela de classificação dessa fase foi a seguinte:

Série Branca
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º BATATAIS 31 9 20 13 5 2 43 31 12
2º FRANCANA 26 14 20 11 4 5 39 24 15
3º RIO PARDO 23 17 20 9 5 6 54 41 13
4º RIO PARDENSE 23 17 20 10 3 7 45 38 7
4º BOTAFOGO 22 18 20 10 2 8 33 33 0
6º RADIUM 21 19 20 8 5 7 39 34 5
7º SANJOANENSE 20 20 20 6 8 6 32 33 -1
8º GINÁSIO PINHALENSE 16 24 20 7 2 11 29 42 -13
9º SÃO JOAQUIM 14 26 20 6 2 12 30 48 -18
9º ORLÂNDIA 13 27 20 4 5 11 22 40 -18
11º PALMEIRAS (FRA) 11 29 20 4 3 13 33 45 -12
JOGOS REALIZADOS 110
GOLS ASSINALADOS 399
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,6
Campeão: Batatais

Série Ouro
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º UCHOA 31 13 22 13 5 4 55 25 30
2º INTERNACIONAL (BEB) 28 16 22 13 2 7 54 27 27
3º INTERNACIONAL (LIM) 26 18 22 12 2 8 42 35 7
4º XV DE JAÚ 25 19 22 12 1 9 38 50 -12
5º AMÉRICA 24 20 22 11 2 9 51 39 12
6º PAULISTA (ARA) 24 20 22 11 2 9 54 49 5
7º SÃO PAULO (ARQ) 24 20 22 10 4 8 45 41 4
8º RIO CLARO 22 22 22 9 4 9 37 36 1
9º VELO CLUBE 19 25 22 7 5 10 43 49 -6
9º RIO PRETO 17 27 22 6 5 11 38 46 -8
11º ARARENSE 14 30 22 6 2 14 38 55 -17
12º COMERCIAL (LIM) 10 34 22 4 2 16 29 72 -43
JOGOS REALIZADOS 132
GOLS ASSINALADOS 524
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,0
Campeão: Uchoa

Série Preta
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º LINENSE 30 10 20 13 4 3 45 26 19
2º PRUDENTINA 29 11 20 13 3 4 69 28 41
3º SÃO BENTO(MAR) 27 13 20 11 5 4 71 38 33
4º FERROVIÁRIA (BOT) 25 15 20 12 1 7 42 48 -6
4º CORINTHIANS (PP) 23 17 20 11 1 8 58 34 24
6º COMERCIAL (LINS) 18 22 20 7 4 9 28 37 -9
7º FERROVIÁRIA (ASS) 17 23 20 8 1 11 41 49 -8
7º BAURU 17 23 20 8 1 11 23 44 -21
9º NOROESTE 16 24 20 6 4 10 35 42 -7
10º TUPÃ 11 29 20 5 1 14 31 62 -31
11º SÃO PAULO (ARÇ) 7 33 20 2 3 15 26 61 -35
JOGOS REALIZADOS 110
GOLS ASSINALADOS 469
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,3
Campeão: Linense

Série Vermelha
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º GUARANI 40 8 24 19 2 3 69 19 50
2º PONTE PRETA 36 12 24 17 2 5 82 30 52
2º MOGIANA 36 12 24 15 6 3 63 40 23
4º BRAGANTINO 28 20 24 11 6 7 54 36 18
5º TAUBATÉ 25 23 24 9 7 8 55 48 7
5º RIO BRANCO 25 23 24 10 5 9 46 53 -7
7º SÃO CAETANO 23 25 24 11 1 12 51 60 -9
8º VOTORANTIM 22 26 24 9 4 11 44 54 -10
9º SÃO JOÃO 21 27 24 8 5 11 54 64 -10
9º CORINTHIANS (SA) 20 28 24 8 4 12 49 60 -11
11º PORTOFELICENSE 16 32 24 6 4 14 45 76 -31
12º PIRACICABANO 15 33 24 5 5 14 45 60 -15
13º PAULISTA (JUN) 5 43 24 1 3 20 30 87 -57
JOGOS REALIZADOS 156
GOLS ASSINALADOS 687
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,4
Campeão: Guarani

O “Torneio dos Campeões” foi disputado em turno e returno e durou de 18/12/1949 à 05/02/1950, reunindo os quatro campeões de cada série.
Ao final, tivemos o Guarani e o Batatais empatados no primeiro posto com 4 pontos perdidos, o Linense com 5, e por último o Uchoa com 11.
Portanto, Guarani e Batatais deveriam disputar a finalíssima num campo neutro.

Final: Guarani 2 x 1 Batatais
Data: 12/02/1950
Local: Estádio “Rodolfo Crespi”, em São Paulo
Árbitro: Godfrey Sunderland
Gols: Américo Salomão
Zico e Dorival
Guarani: Arlindo; Orestes e Gritta; Godê, Luís de Almeida e Alcides; Dorival, Piolim, China, Chiquinho e Zico. Técnico: Adelmo Pelegrino Begliomini
Batatais: Rafael; Sapólio e Stacis; Goiano, Pixo e Itamar; Dido, Américo Salomão, Tonho Rosa, Luís Rosa e Lombardini. Técnico: João Lima (1916-2002).
Ocorrência: Após a marcação do segundo gol do Guarani, os jogadores do Batatais se recusaram a continuar o jogo, alegando que o lance que deu origem ao gol foi irregular. O árbitro aguardou o tempo regulamentar para o reinicio do jogo, com a recusa dos atletas do Batatais em continuar o jogo, encerrou a partida.

Campanha do Campeão
1ª Fase – Série Vermelha
1º Turno: 2º Turno:
22/05/49: Guarani 8 x 0 Corintians (SA) 28/09/49: Guarani 8 x 0 Paulista
29/05/49: S. Caetano 0 x 3 Guarani 04/09/49: Portofelicense 1 x 3 Guarani
05/06/49: Guarani 4 x 0 Portofelicense 11/09/49: Guarani 2 x 0 Rio Branco
19/06/49: Paulista 2 x 3 Guarani 18/09/49: Piracicabano 0 x 3 Guarani
25/06/49: Guarani 3 x 0 Piracicabano 02/10/49: Guarani 4 x 2 Votorantim
03/07/49: Votorantim 0 x 1 Guarani 09/10/49: Ponte Preta 0 x 1 Guarani
10/07/49: Guarani 2 x 0 Ponte Preta 15/10/49: Guarani 6 x 0 S. Caetano
17/07/49: Taubaté 3 x 2 Guarani 23/10/49: Bragantino 0 x 1 Guarani
24/07/49: Guarani 1 x 1 Bragantino 30/10/49: Guarani 3 x 0 Mogiana
30/07/49: Guarani 5 x 3 S. João 06/11/49: Guarani 2 x 0 Taubaté
07/08/49: Mogiana 3 x 0 Guarani 13/11/49: S. João 2 x 2 Guarani
14/08/49: Rio Branco 0 x 1 Guarani 20/11/49: Corintians (SA) 2 x 1 Guarani
2ª Fase – Torneio dos Campeões
1º Turno: 2º Turno:
18/12/49: Guarani 2 x 0 Uchoa 22/01/50: Linense 3 x 1 Guarani
08/01/50: Batatais 1 x 1 Guarani 29/01/50: Uchoa 4 x 5 Guarani
15/01/50: Guarani 2 x 2 Linense 05/02/50: Guarani 5 x 0 Batatais
Final:
12/02/50: Guarani 2 x 1 Batatais

Balanço Geral: Jogos: 31; Vitórias: 23; Empates: 4; Derrotas: 4; Gols marcados: 85; Gols sofridos: 29; Saldo: 56

Equipe base do Campeão:
Arlindo; Orestes e Grita; Godê, Luís de Almeida e Alcides; Amado, Piolim, China, Chiquinho e Dirceu. Também atuaram: Euclides, Benjamim, Dorival, Invernize, Marinho, Bode e Zico. Técnico: Adelmo Pelegrino Begliomini
Destaques: Hector Roberto Grita (1915 -?), zagueiro argentino que veio para o Brasil no final dos anos 30. Jogou com relativo sucesso no América carioca e já veterano veio defender o Guarani. E o fez com muita galhardia, foi campeão também com o XV de Jaú no Acesso de 1951. Godê, Luís de Almeida e Alcides: a “espinha dorsal da equipe”. Piolim, o dínamo da equipe. José Gonçalves da Silva (1923-?), o China, apesar de ter entrado na equipe no meio do campeonato, foi responsável direto por muitas vitórias do seu time.

Curiosidades:
• Artilheiro máximo do campeonato: Servilio (Ponte Preta), com 29 gols;
• Artilheiro do Torneio dos Campeões: Tonho Rosa (Batatais), com 7 gols;
• Defesas mais vazadas na primeira fase:
Paulista (Jun): 87 gols; Portofelicense: 76 gols e Comercial (Lim): 72 gols;
• Defesas menos vazadas na primeira fase:
Guarani: 19 gols; Francana: 24 gols e Uchoa: 25 gols;
• Maior goleada do campeonato: Prudentina 10 x 2 Tupã, em 18/09/1949;
• Equipes que se destacaram:
Batatais (vice-campeão):
Rafael; Sapólio e Stacis; Chorete (Goiano), Pixo e Itamar; Dido, Eduardinho (Xixico), Luisinho Rosa, Tonho Rosa (Américo Salomão) e Lombardini. Técnico: João Lima
Linense (3º colocado):
Petrônio (Leopoldo); Sarvas e Noca; Frangão (Gatinho), Dito Brás (Pé de Valsa) e Mário Pereira; Dino (Silas), Zezinho, Carabina, Nelsinho (Moreno) e Alemãozinho (Mário Miranda). Técnico: Waldemar de Brito
Uchoa (4º colocado):
Batistela (Batatais); Pé e Mimosa; Espanador, Santos e Rudge; Alcides, Natalino (Ataíde), Miranda, Viana e Panadiero. Técnico: Paulo Biroli
• Seleção do Campeonato (segundo o semanário “O Mundo Esportivo”):
Arlindo (Guarani); Bruninho (Ponte Preta) e Noca (Linense); Nino (Prudentina), Bolinha (Prudentina) e Itamar (Batatais); Dido (Batatais), Beijinho (Prudentina), Servilio (Ponte Preta), Luís Rosa (Batatais) e Rovério (Mogiana);
• A vitória no jogo final do Guarani foi muito contestada pelo Batatais que até hoje há gente que não se conforma com a atuação do árbitro inglês Mr. Sunerland. A verdade é que o Batatais contava com a simpatia do público e da imprensa e no jogo final não teve uma boa atuação, deixou se envolver pelo jogo viril, mas leal do Guarani;
• Hideraldo Luís Belini (1930-), zagueiro bicampeão do mundo em 58 e 62, defendia a Sanjoanense nesse ano;
• Francisco Rebuá Filho (1925-2004) (Guarani), o Chiquinho era professor de Química em Rio Claro e se decidiu pelo magistério, “pendurando definitivamente as chuteiras” em 1951;
• Dorival Geraldo dos Santos (1928-) (Guarani) entrou na equipe na fase aguda do campeonato, foi mais tarde técnico do próprio Guarani;
• Servilio de Jesus (1915-1984) (Ponte Preta) confirmou a fama de artilheiro sendo o goleador máximo do campeonato. Servílio anteriormente havia atuado pelo Corinthians paulista. Devido a sua classe em jogar, era conhecido pelo público de “bailarino”;
• João Ramos do Nascimento (1917-1996) (Bauru) atendia pelo nome de Dondinho e foi nada mais nada menos do que o pai de Pelé;
• João Batista Ribeiro Neto (1919-?), o Maracaí, jogou no Fluminense carioca, Corinthians e Santos. Praticamente encerraria sua carreira na Ferroviária de Assis;
• Richard Petrocelli (1922-) (Rio Pardo) jogaria no Palmeiras por quatro anos (1950/1954). Encerraria a carreira aos 22 anos devido a uma lesão no joelho;
• Carlos Heidel Feresín (1928-?), o Dido, era irmão de Orlando Adhemar Feresín ( – ), o Pixo. Ambas jogaram no Batatais nesse ano, no início de suas carreiras foram treinados pelo pai, Orlando Feresín (?-?), um antigo jogador de futebol;
• A fase final teve somente árbitros ingleses: Harry Rowley e Godfrey Sunderland;
• Revelação do campeonato: Aquiles dos Reis (1928-) (Corinthians-PP) que mais tarde defenderia o Palmeiras.
Em pé da esq. p/ direita: Godê, Luís de Almeida, Alcides, Orestes, Gritta e Arlindo.
Agachados na mesma ordem: Dorival, Chiquinho, China, Piolim e Dirceu.
Trabalho inédito que contou com a colaboração do Júlio Diogo

 

História do Campeonato de Acesso Paulista – Cap. II

1948 – Nhô Quim perpetua o nome de Piracicaba – É o primeiro campeão

Coube ao XV de Novembro, de Piracicaba, a primazia de ganhar, com méritos, o primeiro campeonato da 2ª Divisão. Em Assembléia realizada em 17 de janeiro de 1948, o então presidente da FPF, Roberto Gomes Pedrosa, formalizou a criação do Acesso e Descenso no futebol paulista.
Deste modo, haveria duas divisões: a Primeira ou Principal que reuniria as agremiações que vinham participando do campeonato paulista desde a fundação da FPF em 1941: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Portuguesa de Desportos, Portuguesa Santista, Ipiranga, Comercial (SP), Jabaquara, Juventus e Nacional. É importante ressaltar que com a criação da “Federação Paulista de Futebol”, entidade chancelada pelo CND, haveria a obrigatoriedade de se respeitar às regras da International Board, entidade vinculada á FIFA e que rege as normas para a prática do futebol no mundo inteiro.
A outra divisão, denominada de Segunda Divisão ou popularmente como ficou conhecida “segundona”, reunia basicamente os clubes do interior e que iria dar ao campeão o ingresso no campeonato da 1ª Divisão. Ficou estabelecido que o último colocado na Divisão Principal, participaria do Campeonato de Acesso.
Os clubes do interior ratificaram essa decisão em Congresso realizado em Batatais em 15 de fevereiro do mesmo ano.
O Campeonato teve inicio no inicio de maio de 1948 e encerrou a 1ª fase em meados de dezembro do mesmo ano. Essa fase apurou os campeões de cada série ou grupo. A adesão dos clubes do interior foi maciça, exceção à Sanjoanense que se licenciou. Assim, os 42 clubes inscritos foram divididos em três séries: Preta, Branca e Vermelha.
Os jogos foram entre os componentes de cada série, em turno e returno. O campeão de cada série disputou a final num chamado “Torneio dos Campeões”. A equipe vencedora desse torneio seria declarada campeã e automaticamente incluída na Divisão Principal.
Depois de computados todos os jogos da primeira fase, tivemos a seguinte classificação:

Série Preta
ColocaçãoCLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º XV DE PIRACICABA 38 14 26 17 4 5 61 29 32
2º TAUBATÉ 35 17 26 16 3 7 58 40 18
3º GUARANI 34 18 26 15 4 7 60 41 19
4º SÃO BENTO (MAR) 30 22 26 14 2 10 52 51 1
4º BATATAIS 30 22 26 12 6 8 55 45 10
6º FRANCANA 29 23 26 12 5 9 53 52 1
7º PONTE PRETA 28 24 26 12 4 10 61 40 21
8º INTERNACIONAL (LIM) 25 27 26 9 7 10 46 55 -9
9º MOGIANA 22 30 26 9 4 13 69 66 3
9º RIO BRANCO 22 30 26 7 8 11 44 54 -10
11º BOTAFOGO 20 32 26 7 6 13 48 70 -22
11º PALMEIRAS (FRA) 20 32 26 8 4 14 46 59 -13
13º BARRETOS 18 34 26 7 4 15 41 69 -28
14º PIRACICABANO 13 39 26 4 5 17 36 62 -26
JOGOS REALIZADOS 182
GOLS ASSINALADOS 730
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,0
Campeão: XV Piracicaba
Foi sem dúvida o grupo mais difícil, pois na sua composição figuravam todas as equipes que disputaram o campeonato de 1947 (exceção a Sanjoanense que se licenciou).
Desde o início as disputas foram acirradas e o XV de Piracicaba suou para suplantar o Taubaté e o Guarani, seus mais próximos rivais.

Série Branca

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º XV DE PIRACICABA 38 14 26 17 4 5 61 29 32
2º TAUBATÉ 35 17 26 16 3 7 58 40 18
3º GUARANI 34 18 26 15 4 7 60 41 19
4º SÃO BENTO (MAR) 30 22 26 14 2 10 52 51 1
4º BATATAIS 30 22 26 12 6 8 55 45 10
6º FRANCANA 29 23 26 12 5 9 53 52 1
7º PONTE PRETA 28 24 26 12 4 10 61 40 21
8º INTERNACIONAL (LIM) 25 27 26 9 7 10 46 55 -9
9º MOGIANA 22 30 26 9 4 13 69 66 3
9º RIO BRANCO 22 30 26 7 8 11 44 54 -10
11º BOTAFOGO 20 32 26 7 6 13 48 70 -22
11º PALMEIRAS (FRA) 20 32 26 8 4 14 46 59 -13
13º BARRETOS 18 34 26 7 4 15 41 69 -28
14º PIRACICABANO 13 39 26 4 5 17 36 62 -26
JOGOS REALIZADOS 182
GOLS ASSINALADOS 730
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,0
Campeão: Linense
Pela ordem foi o segundo grupo mais difícil, a disputa pelo título do grupo praticamente ficou com o Linense, Rio Preto, Bauru e Noroeste.

Série Vermelha

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º RIO CLARO 43 27 35 19 5 11 41 47 -6
2º SÃO CAETANO 38 14 26 16 6 4 60 37 23
2º RIO PARDO 38 14 26 18 2 6 97 44 53
4º RIO PARDENSE 34 18 26 15 4 7 59 26 33
5º GINÁSIO PINHALENSE 33 19 26 15 3 8 66 39 27
6º VELO CLUBE 31 21 26 13 5 8 57 43 14
7º VOTORANTIM 29 23 26 12 5 9 50 52 -2
8º PAULISTA (ARQ) 24 28 26 9 6 11 57 60 -3
8º AMPARO 24 28 26 11 2 13 54 55 -1
10º PORTOFELICENSE 23 29 26 8 7 11 44 58 -14
11º SOCORRENSE 19 33 26 7 5 14 36 67 -31
12º SÃO JOÃO 16 36 26 6 4 16 28 58 -30
13º PAULISTA (JUN) 16 36 26 5 6 15 39 70 -31
14º COMERCIAL (LIM) 14 38 26 4 6 16 39 70 -31
JOGOS REALIZADOS 182
GOLS ASSINALADOS 727
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,0
Campeão: Rio Pardo
O jogo desempate pelo título da série foi disputado em19/12/1948, o Rio Pardo abateu o São Caetano por 5 a 3, classificando-se para as finais.
De longe o grupo mais fraco, mas nem por isso tira-se o mérito do Rio Pardo. O São Caetano, Riopardense e Ginásio Pinhalense incomodaram bastante o campeão.
(*) Nota das tabelas, dependendo da referência obtida, os números podem apresentar ligeiras divergências.
O triangular final reuniu as três agremiações vencedoras de cada série. Os jogos foram pelo sistema de “ida e volta“ e no final verificou-se um triplo empate.

Torneio dos Campeões – classificação:
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º XV DE PIRACICABA 4 4 4 2 0 2 7 6 1
1º RIO PARDO 4 4 4 2 0 2 14 8 6
1º LINENSE 4 4 4 2 0 2 4 11 -7
JOGOS REALIZADOS 6
GOLS ASSINALADOS 25
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,2
O Rio Pardo que havia vencido o jogo de ida contra o Linense por 8 a 1, necessitava então, de um simples empate para ser campeão. No jogo de volta e na casa do adversário, perdeu por 2 a 1 e a chance do acesso.
O impasse do triplo empate foi resolvido pela FPF, levando os jogos decisivos para São Paulo, teríamos uma verdadeira “superdecisão”. Pelo regulamento, as duas equipes sorteadas decidiriam uma vaga e a terceira ficaria no “chapéu”.
O Linense ficou na “espera” e iria para a finalíssima enfrentar o vencedor de XV de Piracicaba e Rio Pardo, os detalhes dessa partida estão abaixo:

Jogo: XV de Piracicaba 2 x 1 Rio Pardo
Data: 6/2/1949
Local: Campo da Rua Javari
Árbitro: Cherubim da Silva Torres
Gols: Isidoro (10′) e Rabeca (23′); Demaria (12′)
XV: Ari; Elias e Idiarte; Cardoso, Strauss e Adolfinho; Demaria, Sato, Picolino, Gatão e Rabeca. Técnico: Eugênio Vanni
Rio Pardo: Ciasca; Rubens e Orestes; Valdomiro, Totó e Alemão; Luisinho, Mamão, Isidoro, Mandu e Osvaldo. Técnico: Jorgito

A final teve lugar no estádio do Parque Antártica e o “Nhô Quim” aplicou uma goleada histórica sobre o “Elefante da Noroeste”: 5 a 1, conquistando o título e o acesso.
Jogo: XV de Piracicaba 5 x 1 Linense
Data: 13/02/49
Árbitro: João Gambeta
Gols: Gatão (4′), Rabeca (9′), Demaria (22′), Moreno (28′), Jair I (contra) (34′) e Gatão (36′), todos os gols assinalados na Segunda etapa.
XV: Ari; Elias e Idiarte; Cardoso, Strauss e Adolfinho; Demaria, Sato, Picolino, Gatão e Rabeca. Técnico: Eugênio Vanni
Linense: Leopoldo; Noca e Jair I; Gatinho, Brás e Mário; Demais, Moreno, Carabina, Jair II e Carmelo. Técnico: Adelmo Pelegrino Begliomini (1914-2001)

Campanha do campeão:
1ª Fase – Série Preta
1º Turno: 2º Turno
09/05/48: XV 2 x 3 São Bento 29/08/48: São Bento 1 x 0 XV
23/05/48: XV 2 x 1 Ponte Preta 12/09/48: Ponte Preta 0 x 3 XV
30/05/48: Taubaté 4 x 2 XV 19/09/48: XV 4 x 1 Taubaté
06/06/48: Piracicabano 0 x 1 XV 27/09/48: Botafogo 0 x 1 XV
13/06/48: XV 3 x 0 Botafogo 03/10/48: XV 2 x 1 Piracicabano
20/06/48: Mogiana 1 x 1 XV 10/10/48: XV 4 x 0 Barretos
27/06/48: Barretos 1 x 3 XV 24/10/48: XV 2 x 1 Mogiana
04/07/48: XV 7 x 1 Rio Branco 31/10/48: Rio Branco 0 x 1 XV
11/07/48: Francana 2 x 2 XV 07/11/48: XV 6 x 2 Francana
18/07/48: XV 3 x 0 Batatais 14/11/48: Guarani 1 x 1 XV
25/07/48: Internacional 2 x 2 XV 21/11/48: XV 2 x 0 Internacional
01/08/48: XV 4 x 0 Guarani 28/11/48: Palmeiras 3 x 0 XV
07/08/48: XV 2 x 1 Palmeiras 12/12/48: Batatais 3 x 1 XV
“Torneio dos Campeões”
1º Turno: 2º Turno:
19/12/48: Linense 1 x 0 XV 09/01/49: XV 2 x 0 Linense
26/12/48: XV 3 x 2 Rio Pardo 16/01/49: Rio Pardo 3 x 2 XV
Superdecisão
06/02/49: XV 2 x 1 Rio Pardo
13/02/49: XV 5 x 1 Linense

Balanço Geral: Jogos: 32; Vitórias: 21; Empates: 4; Derrotas: 7; Gols marcados: 75; Gols sofridos: 34; Saldo: 41.

Equipe base do campeão
Ari; Elias e Idiarte; Cardoso, Strauss e Adolfinho; De Maria, Sato, Picolino, Gatão e Rabeca. Também jogaram: Tão, King, Mário Renzi, Pixe, Vitú, Cardeal, Berto, Henrique. Técnicos: Moacir de Moraes, na primeira fase e Eugênio Vanni, para o restante do campeonato.
Destaques: Idiarte, jogador clássico que sabia sair jogando, Strauss com seu físico privilegiado, formava uma excelente zaga com Idiarte. Sato era o “cérebro” da equipe, concatenando as jogadas de ataque. Gatão, clássico e impetuoso. Rabeca, o homem dos chutes espetaculares, decidiu muitos jogos para o XV.

Curiosidades:
• Artilheiro máximo do campeonato: Isidoro (Rio Pardo) com 38 gols. Foi o ainda o artilheiro da Série Vermelha com 31 gols;
• Zuza (Guarani) foi o artilheiro da Série Preta com 26 gols;
• Carabina (Linense) foi o artilheiro da Série Branca com 21 gols;
• Goleiros mais vazados da serie preta:
Nélson (Barretos) e Bonzinho (Piracicabano) com 59 gols sofridos;
• Goleiros menos vazados da série preta:
Ari (XV de Piracicaba): 20 gols, Zezão (Taubaté): com 26 gols, Toquinho (Francana): 30 gols, Zélio (Mogiana): 31;
• A maior goleada da competição se verificou em jogo da série Branca em 25/07/1948, o Rio Preto massacrou o Bandeirante por 13 a 0;
• Os irmãos Rosa, Luís com 21 e Tonho com 14 gols defendiam a Francana; Fizeram juntos mais de 60% dos gols de sua equipe;
• Elba de Pádua Lima (1915-1984), o Tim, tinha a alcunha de “El Peon” Famoso avante da Portuguesa Santista, Fluminense e Seleção Brasileira, disputaria mais um campeonato de acesso em 1949 e encerraria sua brilhante carreira no Botafogo de Ribeirão Preto;
• Zezão (Taubaté) defendeu 7 penalidades durante a competição;
• Waldemar de Brito (1913-1979), dirigia o Bauru que tinha como avante João Ramos do Nascimento (1917-1996), o Dondinho, pai do Pelé;
• Francisco Santana (1926-?), o Xixico (Batatais), era bom com os pés e com as mãos. Numa época que não se permitia substituições em jogos oficiais, Xixico chegava a não comprometer a sua equipe e muitas vezes colocava o goleiro titular na reserva. Atuaria ainda pelo Botafogo (RP) e XV de Piracicaba.
• Os “velhinhos” do campeonato. O uruguaio Sebastian Beracochéa e Laurindo Furlani (1913-2000), o Piolim (Batatais), o argentino Juan Raúl Echevarrieta (São Bento-Mar) (1915-1987), Tim (Botafogo) e Luiz Esteves Siqueira Neto (1911-?), o Zuza (Guarani);
• Uriel Fernandes (1913-2000), o Teleco (Rio Claro) ficou conhecido como o “rei da virada”, assinalou apenas seis gols para a sua equipe, contudo foi um dos maiores artilheiros da história do Corinthians;
• No dia 4/7/48 jogavam a Ponte Preta e o Batatais, num determinado momento do jogo, o goleiro do Batatais João Marques de Oliveira, o Joãozinho “Gato Preto” se chocou com o joelho de seu companheiro de equipe, Stacys. Teve que ser retirado de campo e ser hospitalizado. O resultado apontava vitória parcial da Ponte Preta por 1×0. Xixico avante do Batatais foi o seu substituto (naquele tempo não se permitia substituição em jogos oficiais). Tomou mais 4 gols e Joãozinho só voltaria aos gramados mais de 1 ano depois desse episódio;
• Revelação do campeonato: Itamar (Batatais) e Agenor Epifânio (1925-?), o Pitico (Ponte Preta).

Observação: Trabalho inédito que contou com a colaboração do Júlio Diogo, dentre outros.
Em pé da esquerda p/ direita: Ari, Elias, Idiarte, Strauss, Cardoso e Adolfinho.
Agachados na mesma ordem: De Maria, Sato, Picolino, Rabeca e Gatão.

 

História do Campeonato de Acesso Paulista – Cap. V

1951: O Galo da Comarca se consagra!
O Campeonato da 2ª Divisão contou com 48 agremiações. A exemplo dos anos anteriores, as equipes foram agrupadas em chaves e jogaram entre si na primeira fase, dentro da mesma chave.
As duas melhores se classificavam para a 2ª fase, o chamado “Torneio dos Campeões”, onde seriam divididas em 2 novos grupos de 4 equipes.
Os campeões de cada grupo disputaram a final e o vencedor, teria ainda que disputar com o último colocado da 1ª Divisão, numa série de 3 partidas, se haveria ou não acesso. A FPF dessa maneira dava uma chance ao último colocado da divisão principal de permanecer na elite do futebol paulista.
O campeonato iniciou em junho e se estendeu até setembro do corrente ano, nesse período foram disputados jogos da 1ª fase. A 2ª fase durou de dezembro a meados de janeiro do ano seguinte.
A classificação da 1ª fase foi a seguinte:

Zona Leste
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º BOTAFOGO 32 8 20 15 2 3 60 21 39
2º SANJOANENSE 28 12 20 12 4 4 41 23 18
2º RIO PARDO 28 12 20 12 4 4 65 26 39
4º RIO PARDENSE 27 13 20 11 5 4 53 24 29
5º FRANCANA 24 16 20 10 4 6 51 25 26
5º VELO CLUBE 24 16 20 11 2 7 47 34 13
7º ORLÂNDIA 19 21 20 9 1 10 37 39 -2
8º COMERCIAL (ARA) 11 29 20 3 5 12 27 74 -47
9º RIO CLARO 9 31 20 4 1 15 40 70 -30
10º PIRASSUNUNGUENSE 9 31 20 3 3 14 25 69 -44
11º ARARENSE 9 31 20 2 5 13 30 71 -41

JOGOS REALIZADOS 110
GOLS ASSINALADOS 476
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,3
Classificados: Botafogo e Sanjoanense, após abater o Rio Pardo em jogo extra.

Zona Oeste
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º LINENSE 40 12 26 18 4 4 71 35 36
2º SÃO BENTO (MAR) 39 13 26 18 3 5 60 26 34
3º CORINTHIANS (PP) 36 16 26 15 6 5 67 39 28
4º GARÇA 32 20 26 13 6 7 66 33 33
4º BAURU 32 20 26 13 6 7 60 38 22
6º FERROVIÁRIA (AS) 30 22 26 12 6 8 64 40 24
6º NOROESTE 30 22 26 11 8 7 38 33 5
8º BRASIL 23 29 26 9 5 12 49 57 -8
9º SÃO PAULO (ARÇ) 22 30 26 9 4 13 38 54 -16
10º TUPÃ 20 32 26 8 4 14 42 54 -12
11º PRUDENTINA 18 34 26 7 4 15 28 65 -37
12º PENAPOLENSE 17 35 26 6 5 15 36 77 -41
13º FERROVIÁRIA (BOT) 14 38 26 5 4 17 27 53 -26
14º IX DE JULHO 11 41 26 3 5 18 28 70 -42

JOGOS REALIZADOS 182
GOLS ASSINALADOS 674
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,7
Classificados: Linense e São Bento (Mar)

Zona Central
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º XV DE JAU 34 6 20 16 2 2 65 14 51
2º INTERNACIONAL (BEB) 28 12 20 12 4 4 50 17 33
2º FERROVIÁRIA (ARQ) 28 12 20 12 4 4 41 27 14
4º PAULISTA (ARQ) 20 20 20 8 4 8 38 29 9
4º SÃO PAULO (ARQ) 20 20 20 7 6 7 32 34 -2
6º UCHOA 19 21 20 7 5 8 29 29 0
6º OLÍMPIA 19 19 19 6 7 6 24 31 -7
8º MIRASSOL 16 24 20 5 6 9 30 49 -19
9º MONTE AZUL 14 26 20 4 6 10 32 39 -7
10º BARRETOS 12 28 20 4 4 12 21 43 -22
11º PALMEIRAS (JAU) 10 30 20 4 2 14 29 78 -49

JOGOS REALIZADOS 110
GOLS ASSINALADOS 391
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,6
Classificados: XV de Jaú e Internacional (Beb), após eliminar a Ferroviária (Arq).

Zona Sul
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º CORINTHIANS (SA) 35 9 22 16 3 3 52 20 32
2º ESTRELA DA SAUDE 33 11 22 15 3 4 61 33 28
3º INTERNACIONAL (LIM) 32 12 22 14 4 4 58 32 26
4º TAUBATÉ 31 13 22 14 3 5 72 26 46
5º SÃO CAETANO 30 14 22 15 0 7 54 35 19
6º VALINHENSE 23 21 22 11 1 10 58 38 20
7º VOTORANTIM 19 25 22 9 1 12 49 47 2
8º PAULISTA (JUN) 18 26 22 8 2 12 50 50 0
9º SÃO BERNARDO 13 31 22 5 3 14 23 71 -48
9º PALESTRA (SB) 13 31 22 5 3 14 23 71 -48
11º UNIÃO (MOG) 11 33 22 4 3 15 36 76 -40
12º PIRACICABANO 6 38 22 1 4 17 24 77 -53

JOGOS REALIZADOS 132
GOLS ASSINALADOS 560
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,2
Classificados: Corinthians (SA) e Estrela da Saúde

A 2ª fase teve a seguinte classificação:
Grupo 1
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º XV DE JAÚ 9 3 6 4 1 1 17 14 3
2º SÃO BENTO (MAR) 8 4 6 4 0 2 19 7 12
3º BOTAFOGO 5 7 6 2 1 3 10 13 13
4º SANJOANENSE 2 10 6 1 0 5 6 18 -12

JOGOS REALIZADOS 12
GOLS ASSINALADOS 52
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,3
Campeão XV de Jaú

Grupo 2
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º LINENSE 10 2 6 5 0 1 25 7 18
2º INTERNACIONAL (BEB) 7 5 6 3 1 2 16 12 4
3º ESTRELA DA SAUDE 4 8 6 1 2 3 7 18 13
4º CORINTHIANS (SA) 3 9 6 1 1 4 11 22 -11

JOGOS REALIZADOS 12
GOLS ASSINALADOS 59
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,9
Campeão: Linense

Final: XV de Jaú 4 x 2 Linense
Data: 27/01/52
Local: Pacaembu, pela manhã.
Árbitro: André Garcia Martins
Gols: Guanxuma, Américo Salomão, Pinga II, Washington; Pinga II e Américo Murolo.
XV de Jaú: Lourenço; Servilio e Grita; Gengo, Gérsio e Clóvis; Guanxuma, Américo Murolo, Gino, Pinga II e Itamar. Técnico: Armando Frederico Renganeschi
Linense: Petrônio; Noca e Ecidir; Frangão, Goiano e Artur; Reis, Zezinho, Washington, Américo Salomão e Perruche. Técnico: Nelson Teixeira

O XV de Jaú sendo campeão da 2ª divisão, disputaria contra o Jabaquara, último colocado da 1ª Divisão, uma melhor de três partidas para se apurar se haveria ou não acesso.
1º jogo: 03/02/52: XV de Jaú 5 x 0 Jabaquara
2º jogo: 10/02/52: Jabaquara 2 x 0 XV de Jaú
3º jogo: 17/02/52: XV de Jaú 1 x 0 Jabaquara
Local: Pacaembu
Árbitro: Dante Rossi
Gol: Guanxuma (6′ do 2º T)
XV de Jaú: Lourenço; Rui e Grita; Gengo, Gérsio e Clóvis; Guanxuma, Américo Murolo, Gino, Pinga II e Itamar. Técnico: Armando Federico Renganeschi
Jabaquara: Mauro; Mazzini e Arnaldo; Olegário, Léo e Feijó; Barbuy, Clóvis, Alemão, Veiguinha e Zé Carlos. Técnico: Washington Giovani
Ocorrência: Os jogadores do “Leão do Macuco” abandonaram a partida após a expulsão de Barbuy e Olegário. O árbitro deu a partida por encerrada e o XV de Jaú foi proclamado vencedor.
Após esses jogos, o “Galo da Comarca” estava credenciado a disputar a 1ª Divisão e o Jabaquara, rebaixado para a 2ª Divisão.

Campanha do Campeão
1ª fase – Zona Central
1º Turno 2º Turno
03/06/51: XV de Jaú 5 x 0 Monte Azul 02/09/51: XV de Jaú 10 x 0 Mirassol
10/06/51: Mirassol 0 x 4 XV de Jaú 16/09/51: Paulista (Arq) 1 x 2 XV de Jaú
17/06/51: XV de Jaú 3 x 0 Ferroviária (Arq) 23/09/51: XV de Jaú 3 x 0 S. Paulo (Arq)
01/07/51: Palmeiras 0 x 7 XV de Jaú 07/10/51: XV de Jaú 6 x 2 Palmeiras
08/07/51: Barretos 0 x 5 XV de Jaú 21/10/51: Ferroviária (Arq) 2 x 0 XV de Jaú
22/07/51: XV de Jaú 2 x 0 Uchoa 28/10/51: XV de Jaú 0 x 0 Barretos
05/08/51: S Paulo (Arq) 2 x 2 XV de Jaú 11/11/51: Internacional 4 x 2 XV de Jaú
12/08/51: XV de Jaú 2 x 0 Internacional 18/11/51: XV de Jaú 1 x 0 Olímpia
19/08/51: XV de Jaú 4 x 1 Paulista (Arq) 25/11/51: Uchoa 0 x 3 XV de Jaú
26/08/51: Olímpia 0 x 1 XV de Jaú 02/12/51: Monte Azul 2 x 3 XV de Jaú
2ª fase – Grupo 1
1º Turno 2º Turno
16/12/51: S Bento 6 x 1 XV de Jaú 6/1/52: XV de Jaú 4 x 1 S. Bento
23/12/51: XV de Jaú 4 x 1 Sanjoanense 13/1/52: Sanjoanense 1 x 2 XV de Jaú
30/12/51: XV de Jaú 3 x 2 Botafogo 20/1/52: Botafogo 3 x 3 XV de Jaú
Final
27/01/52: XV de Jaú 4 x 2 Linense
Série melhor de 3 partidas
03/02/52: XV de Jaú 5 x 0 Jabaquara
10/02/52: Jabaquara 2 x 0 XV de Jaú
17/02/52: XV de Jaú 1 x 0 Jabaquara

Balanço Geral: Jogos: 30; Vitórias: 23; Empates: 3; Derrotas: 4; Gols marcados: 92; Gols sofridos: 32; Saldo: 60

Equipe base do campeão
Lourenço; Servilio e Gritta; Gérsio, Gengo e Clóvis; Guanxuma, Dino Sani, Américo Murolo, Pinga II e Itamar. Jogaram ainda: Inocêncio, Euclides, Serra, Rui, Pádua, Gino, Gaiola, Ciro, Duvilio, Cardeal. Técnico: Armando Frederico Renganeschi (1913-1983).
Destaques: José Lucas (1929-2001), o Servílio, era irmão de Antenor Lucas (1925-2000), o Brandãozinho, que se consagrou na Portuguesa de Desportos. Servílio também defendeu também o Flamengo. José Martins (1926-?), o Guanxuma, era um ponta rápido e driblador. Benedito Lourenço Carmo da Silva, foi cedido pelo Palmeiras em troca de Inocêncio A. Perissinoto (1929 – 1992). Inocêncio realizou apenas três partidas pelo XV na campanha desse ano. Outros jogadores cedidos pelo Palmeiras: Donato Gengo (1921-2006), Gérsio Passadore, Gino Orlando (1929-2003) – foi um grande artilheiro do São Paulo e Dino Sani (1932 -) – se tornaria um grande jogador que inclusive defenderia a Seleção Brasileira, e um técnico de renome internacional. Américo Murolo (1932 – ), que se destacaria mais tarde no Palmeiras e Guarani. Arnaldo Robles (1921-), o Pinga II, defenderia também a Portuguesa de Desportos e era irmão de José Lázaro Robles (1924-1996), Pinga I, antigo jogador da Portuguesa de Desportos, Vasco da Gama, Seleção Brasileira.

Curiosidades:
• Artilheiro máximo do campeonato: Washington (Linense) com 45 gols;
• Outros goleadores: Leonaldo (Botafogo) com 29 gols, Américo Murolo (XV de Jaú), com 21 gols. João (Ferroviária-Assis), e Pedrinho (Rio Pardo), todos com 20 gols, Guanxuma (XV de Jaú), Lero (Corinthians – PP), Zezinho (Linense) e Donga (São Bento) com 19 gols;
• Goleiros mais vazados na primeira fase:
Salvador (Ararense): 69 gols, Alcides (Palestra-SB) e Bizarro (IX de Julho): 63 gols;
• Goleiros menos vazados na primeira fase:
Velasco (Garça): 13 gols, Lourenço (XV de Jaú): 14 gols, Antonio (Internacional-B): 14 gols;
• Maior goleada do campeonato: XV de Jaú 10 x 0 Mirassol, em 2/9/1951;
• Equipes que se destacaram:
Linense: Petrônio (Fernando); Noca (Tremembé) e Ecidir; Frangão, Goiano e Artur (Mário Pereira); Reis (Cláudio), Zezinho, Washington, Américo Salomão (Cláudio) e Romeu (Perruche). Técnicos: Chiquinho e depois Nélson Teixeira.
São Bento (Mar): Lindolfo (Natale); Doutor e Rosalém; Nélson Faria, Nascimento e Nélson Teixeira; Donga (Rui), João Menta (Mendonça), Carrega, Rebolo e Eliezer. Técnico: João Lima
Internacional (Beb): Toninho; Ary e Lauri; Xorete (Nardinho), Tanga e Campineiro (Rubens); Braguinha (Edson), Silvinho, Dozinho (Miranda), Valdemar (Tico) e Du.
• Seleção do campeonato, segundo o semanário “O Mundo Esportivo”:
Petrônio (Linense); Vila (Estrela da Saúde) e Ecidir (Linense); Frangão (Linense), Goiano (Linense) e Clóvis (XV de Jaú); Guanxuma (XV de Jaú), Zezinho (Linense), Gino (XV de Jaú), Tico (Inter-Lim) e Perruche (Linense).
• Washington Cândido Dias (Linense) (1928-2004) apesar de ser goleador, teve passagens com pouco brilho por São Paulo, Flamengo e Palmeiras;
• O futebol de Washington da Silva Guimarães (1928-2003), o Goiano, começou a aparecer no Batatais em 1948. Mas foi no Linense que ganhou projeção, transferindo-se no ano seguinte para o Corinthians paulista;
• Domingos da Guia (1912-2000) dirigia o Bauru AC nesse ano;
• Zito, José Ely de Miranda (1932-), que faria sucesso no grande Santos de Pelé, jogava no Taubaté nesse ano;
• O futebol de Aristides Bernardes (1927-?), o Zé Amaro apareceu na Sanjoanense no ano anterior, mas foi a partir desse ano é que ganharia projeção jogando pela Ferroviária e depois pela Portuguesa de Desportos e sendo campeão do acesso em 1959 pelo Corinthians prudentino;
• José Maria Marin (1932-), que futuramente seria Governador do Estado de São Paulo e dirigente esportivo, atuaria nesse ano pelo São Bento (Marília);
• Revelações do campeonato: Belini (Sanjoanense) e Américo Murolo (XV de Jaú).

 

História do Campeonato de Acesso Paulista – Cap. VI

1952: Linense, finalmente chegou a sua vez!

O Clube Atlético Linense, cognominado de “Elefante da Noroeste”, conquistou com méritos, o campeonato de acesso de 1952.
A equipe alvi rubra há muito tempo vinha merecendo o título e não seria demais recordar o desempenho dessa tradicional agremiação nos cinco primeiros anos da competição:
1948: Campeão da série Branca e vice do campeonato;
1949: Campeão da série Preta e terceiro do campeonato;
1950: Campeão da 2ª série e vice do seu grupo no “Torneio dos Campeões”;
1951: Campeão da zona Oeste e vice do campeonato;
1952: Campeão da 1ª Região e campeão do campeonato.
Os linenses se orgulham de ser pentacampeões da Noroeste, região onde está situada a cidade de Lins.
O Campeonato de 1952 contou com 45 equipes divididas em 5 grupos, denominados de “regiões”. Os jogos foram disputados dentro das próprias “regiões” e os dois primeiros colocados se classificavam para a fase seguinte o chamado “Torneio dos Campeões”.
As equipes classificadas foram divididas em dois grupos de cinco equipes, onde os campeões disputavam a final.
A classificação da 1ª fase foi a seguinte:

1ª Região
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º LINENSE 22 6 14 11 0 3 43 17 26
1º SÃO PAULO (ARÇ) 22 6 14 11 0 3 35 14 21
3º TUPÃ 20 8 14 10 0 4 48 21 27
3º BANDEIRANTE 20 8 14 10 0 4 32 24 8
5º PENAPOLENSE 14 14 14 7 0 7 26 24 2
6º IX DE JULHO 6 22 14 3 0 11 16 37 -21
6º LUCÉLIA 6 22 14 3 0 11 8 46 -38
8º ADAMANTINA 2 26 14 1 0 13 18 49 -31

JOGOS REALIZADOS 56
GOLS ASSINALADOS 226
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,03

Classificados: Linense e São Paulo

2ª Região
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º SÃO BENTO (MAR) 20 8 14 9 2 3 32 20 12
2º GARÇA 19 9 14 8 3 3 28 18 10
3º BAURU 16 12 14 7 2 5 34 21 13
4º OURINHENSE 14 14 14 6 2 6 25 25 0
5º FERROVIÁRIA (ASS) 12 16 14 5 2 7 29 32 -3
5º NOROESTE 12 16 14 4 4 6 20 25 -5
7º CORINTHIANS (PP) 10 18 14 5 0 9 26 36 -10
8º FERROVIÁRIA (BOT) 9 19 14 4 1 9 20 35 -15

JOGOS REALIZADOS 56
GOLS ASSINALADOS 214
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,82

Classificados: São Bento e Garça

3º Região
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º FERROVIÁRIA (ARQ) 33 7 20 14 5 1 52 25 27
2º BOTAFOGO 30 10 20 13 4 3 63 23 40
3º ORLÃNDIA 26 14 20 12 2 6 38 23 15
4º ARARAQUARA 24 16 20 10 4 6 50 32 18
4º INTERNACIONAL (BEB) 24 18 21 11 2 8 34 25 9
6º AMÉRICA 19 21 20 8 3 9 36 33 3
7º BARRETOS 17 23 20 7 3 10 34 49 -15
8º FRANCANA 15 25 20 6 3 11 23 40 -17
9º DERAC (ARQ) 13 27 20 5 3 12 41 52 -11
10º MONTE AZUL 12 28 20 5 2 13 22 51 -29
11º OLIMPIA 8 32 20 3 2 15 25 65 -40

JOGOS REALIZADOS 110
GOLS ASSINALADOS 418
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,8

Classificados: Ferroviária e Botafogo

4ª Região
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º SANJOANENSE 23 5 14 11 1 2 49 8 41
2º BRAGANTINO 22 6 14 10 2 2 41 17 24
3º VELO CLUBE 18 10 14 9 0 5 25 24 1
4º PIRACICABANO 16 12 14 6 4 4 21 15 6
5º INTERNACIONAL (LIM) 12 16 14 5 2 7 26 27 -1
5º VALINHENSE 12 16 14 6 0 8 23 27 -4
7º RIO CLARO 6 22 14 1 4 9 13 47 -34
8º GRAN SÃO JOÃO 3 25 14 1 1 12 13 46 -33

JOGOS REALIZADOS 56
GOLS ASSINALADOS 211
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,7

Classificados: Sanjoanense e Bragantino

5ª Região
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º PAULISTA (JUN) 28 8 18 12 4 2 51 20 31
2º TAUBATÉ 23 13 18 8 7 3 44 27 17
2º SÃO CAETANO 23 13 18 10 3 5 41 32 9
4º ESTRELA DA SAUDE 21 15 18 8 5 5 36 24 12
5º CORINTHIANS (SA) 20 16 18 8 4 6 41 28 13
6º VOTORANTIM 17 19 18 6 5 7 27 22 5
7º PRIMAVERA 16 20 18 6 4 8 28 34 -6
7º XI DE AGOSTO 16 20 18 7 2 9 26 40 -14
9º CTI CLUBE 11 25 18 4 3 11 38 62 -24
10º SÃO BERNARDO 5 31 18 2 1 15 19 62 -43

JOGOS REALIZADOS 110
GOLS ASSINALADOS 351
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,1

Classificados: Paulista e S. Caetano, após a eliminação do Taubaté.

O “Torneio dos Campeões” apresentou a seguinte classificação:
Grupo 1
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º LINENSE 9 7 8 4 1 3 15 13 2
1º SANJOANENSE 9 7 8 4 1 3 13 10 3
1º PAULISTA (JUN) 9 7 8 4 1 3 14 12 2
4º SÃO CAETANO 7 9 8 2 3 3 6 7 -1
5º BOTAFOGO 6 10 8 3 0 5 12 18 -6

JOGOS REALIZADOS 20
GOLS ASSINALADOS 60
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,0

Classificado: Linense, após eliminar a Sanjoanense e o Paulista.

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º FERROVIARIA (ARQ) 12 4 8 5 2 1 22 13 9
2º SÃO BENTO 8 8 8 4 0 4 13 10 3
2º BRAGANTINO 8 8 8 3 2 3 13 14 -1
4º GARÇA 7 9 8 3 1 4 17 18 -1
5º SÃO PAULO (ARÇ) 5 11 8 2 1 5 9 16 -7

JOGOS REALIZADOS 20
GOLS ASSINALADOS 74
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,7

Classificado: Ferroviária

Final
Linense 3 x 0 Ferroviária
Data: 31/05/53
Local: Estádio Municipal do Pacaembu
Árbitro: Cherubim da Silva Torres
Gols: Américo Murolo (3)
Linense: Inocêncio; Rui e Noca; Geraldo Frangão e Ivã; Alfredinho, Américo Murolo, Washington, Próspero e Alemão. Técnico: Armando Frederico Renganeschi.
Ferroviária: Sandro; Sarvas e Pixo; Touguinha, Gaspar e Pierre; Osmar, Luís Rosa, Vaguinho, Zé Amaro e Luís. Técnico: Abel Picabéa Allero (1906-?).

Campanha do Campeão
1ª Região – 1ª fase
1º Turno
31/08/52: Linense 3 x 1 Adamantina
07/09/52: Lucélia 0 x 5 Linense
21/09/52: Linense 4 x 3 IX de Julho
05/10/52; Linense 3 x 1 Bandeirante
12/10/52: São Paulo 3 x 2 Linense
26/10/52: Penapolense 2 x 1 Linense
02/11/52: Linense 4 x 1 Tupã
2º Turno
23/11/52: Adamantina 0 x 2 Linense
30/11/52: Linense 7 x 0 Lucélia
14/12/52: IX de Julho 0 x 2 Linense
28/12/52: Bandeirante 2 x 3 Linense
03/01/53: Linense 2 x 1 São Paulo
16/01/53: Linense 3 x 0 Penapolense
25/01/53: Tupã 3 x 2 Linense

2ª fase – Grupo 1
1º Turno
29/02/53: Sanjoanense 3 x 1 Linense
15/03/53: Linense 2 x 0 Paulista
22/03/53: Botafogo 3 x 1 Linense
29/03/53: Linense 2 x 1 S. Caetano
2º Turno
05/04/53: Linense 2 x 1 Sanjoanense
19/04/53: Paulista 4 x 2 Linense
26/04/53: Linense 4 x 0 Botafogo
03/05/53: S. Caetano 1 x 1 Linense
Jogos extras para apontar o campeão do Grupo 1
10/05/53: Linense 3 x 2 Sanjoanense
18/05/53: Linense 3 x 3 Paulista
22/05/53: Linense 2 x 1 Paulista
Final
31/05/53: Linense 3 x 0 Ferroviária

Balanço Geral:
Jogos: 26; Vitórias: 18; Empates: 2; Derrotas: 6 Gols marcados: 68, Gols sofridos: 36, Saldo: 32.

Equipe base do campeão
Inocêncio; Noca e Ecidir; Frangão, Ivan e Charret; Alfredinho, Nando, Washington, Próspero e Alemãozinho. Jogaram ainda: Petrônio, Luisinho, Rui, Geraldo, Idálio, Mário Pereira, Cláudio, Dú, Américo Murolo, Odair e Carlinhos. Técnicos: Osvaldo Brandão e depois Armando Renganeschi.
Destaques: Frangão, Washington, o trio que veio emprestado do XV de Jaú e que praticamente atuaram na fase mais aguda do campeonato: Inocêncio, Rui e Américo Murolo.

Curiosidades:
• Artilheiro máximo do campeonato: Joaquim Fernandes (1932-?), o Tito (Paulista) com 27 gols;
• Outros goleadores: Washington (Linense) e Omar (Ferroviária – Araraquara) com 21 gols
Leonaldo (Sanjoanense) com 20 gols, Paraguaio (Garça) com 16 gols;
• Defesas mais vazadas na primeira fase:
Olímpia: 65 gols, CTI Clube e São Bernardo: 62 gols;
• Goleiros menos vazados na primeira fase:
Lourenço (Sanjoanense): 8 gols, Sato (Piracicabano): 15 gols e Hélio (Bragantino): 17 gols;
• Maior goleada do campeonato: Botafogo 9×0 Barretos (5/10/1952), Bragantino 9×0 (18/1/1953) e Sanjoanense 9×0 Gran São João (1/2/1953);
• Equipes que se destacaram:
Ferroviária (Arq): Fábio; Sarvas e Espanador; Pixo, Gaspar e Touguinha; Osmar, Luizinho Rosa, Vaguinho, Zé Amaro e Luiz. Técnicos: Zezinho, Esteban Hory e depois Abel Picabéa;
Sanjoanense: Lourenço; Gaúcho e Carolo (Saltore); Valdomiro, Zé Coco (Roberto) e Carlos; Afonso, Leonaldo, Nélson (Benedito), Valtinho e Renato (Mauro);
Paulista: Nicanor; Mexicano e Martinelli; Léo, Dalmo e Alcides; Alvair, Tito, Pedrinho, Conti e Américo (Boquita);
São Bento (Mar): Furlan; Procópio e Cação; Ramon (Lazarotti), Santo Antonio e Vilela (Teixeira); João Menta (Donga), Ditinho, Áureo, Rebolo e Eliezer;
Bragantino: Hélio; Cassiano e Alfredo (Souza); Azanbuja (Manolo), Ciciá e Vitinho (Mazzini); Velau, Hélio II, Sacadura, Dema e Araraquara;
• Seleção do campeonato, segundo o semanário “O Mundo Esportivo”:
Furlan (S. Bento); Noca (Linense) e Osvaldo (Monte Azul); Ramon (S. Paulo – Araçatuba). Ivan (Linense) e Ferrão (S Paulo – Araçatuba); Garcia (Garça), Tito (Paulista), China (Botafogo), Joanin (Monte Azul) e Eliezer (S. Bento);
• Dalmo Gaspar (1932-), capitão do Santos quando da conquista do bicampeonato mundial em 1963, defendia as cores do Paulista de Jundiaí nesse ano;
• Enéas Veríssimo (1927-?), o Ciciá, médio que se projetou no Jabaquara em 1950, havia sido negociado com o Corinthians Paulista como sendo uma grande promessa. Junto com ele, como “contra-peso”, seguiu Gilmar dos Santos Neves (1930-). Ciciá não se firmou como grande jogador e nesse ano atuou pelo Bragantino, já Gilmar seria considerado o maior goleiro da história do futebol brasileiro;
• Rafael Chiarella Neto (1935-1980), tinha 17 anos na época e defendeu a equipe do São Caetano. Se consagraria mais tarde no Corinthians paulista;
• Dirceu Siqueira (1930-2000) médio que se consagrou na Ferroviária de Araraquara e futebol mexicano, atuou pela Araraquara nesse ano;
• Clóvis Touguinha (1923-1967) foi emprestado pelo Corinthians paulista á Ferroviária – Araraquara nesse ano;
• Alfredo Sampaio Filho (1927-) o Alfredinho, era integrante do Linense. Após encerrar a carreira no início dos anos 60, iniciou uma longa carreira de técnico (32 anos). Hoje desfruta da aposentadoria em Ribeirão Preto;
• José Gonçalo de Carvalho (1926-2006), o Frangão é considerado o jogador símbolo do Linense por sua dedicação a esse clube. Jogou na equipe de 1949 até 1953;
• Foi o último ano que o Votorantim participou de uma competição profissional. Um de seus maiores jogadores foi Mickey, aliás, Rômulo Remo Lava (1925-) e entrou para a equipe em 1946 e deu esse depoimento para mim:
“Os proprietários da Companhia Votorantim, a família Ermírio de Moraes, que bancavam financeiramente a equipe da cidade, estavam desapontados com o futebol profissional. Em 1946 perdemos o Campeonato do Interior devido principalmente às péssimas arbitragens então, aos poucos decidiram investir menos no futebol”.
O Votorantim com a sua desativação cedeu graciosamente a maioria dos atletas para o São Bento de Sorocaba. Mickey e Fortaleza preferiram se transferir para o CA Ituano onde se tornaram bicampeões da 3ª Divisão em 1954 e 1955;
• A conquista do Linense não foi fácil, a disputa pela vaga de finalista foi árduo, pois a Sanjoanense e o Paulista também fizeram os mesmos números de pontos. A decisão foi no “mata-mata” Primeiramente o Linense eliminou a Sanojanense e depois contra o Paulista foi necessário duas eletrizantes partidas desempates. Na primeira, após empate de 2 gols no tempo normal, houve novo empate na prorrogação. Tito decretou nova partida ao marcar o gol quando faltava 1 minuto para terminar a prorrogação. No jogo seguinte, Américo Murolo fez a diferença e assinalou os 2 gols da vitória.
• Revelações do campeonato: Rafael (São Caetano), Dirceu (Araraquara), Tito (Paulista) e Dalmo (Paulista).

Linense 52 (2)
Em pé da esquerda p/ direita: Geraldo, Frangão, Ivã, Rui, Noca e Inocêncio.
Agachados na mesma ordem: Alfredinho, Américo Murolo, Washington, Próspero, Alemão
e o massagista De Angelis

Trabalho inédito que contou com a colaboração do Júlio Diogo

Perfil do Membro – Marcos Galves Moreira

Nome: Marcos Galves Moreira

Idade: 49 anos

Data de Nascimento: 03/07/1958

Localidade: São Paulo/SP

Residência: Sorocaba/SP

Estado Civil: Casado

Filhos: dois, Luís Felipe e Amanda

Profissão: Engenheiro de Alimentos

Preferências no blog: História do Futebol, com ênfase aos campeonatos e os personagens (jogadores)

Especialidades no Blog: História dos campeonatos, notadamente de São Paulo e Rio de Janeiro (fase áurea)

Time de Futebol: Santos F.C e EC São Bento (o verdadeiro azulão)

E-mail: mgalvesmoreira@uol.com.br