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Estádio Nielsen Louzada, o Louzadão, em Mesquita (RJ): história e ficha do jogo inaugural diante de equipe suíça

Por Sérgio Mello

Como não há em nenhum lugar, a história do estádio do Mesquita Futebol Clube, resolvi ir a fundo e pesquisá-lo. O Estádio Nielsen Louzada – localizado na Rua Ambrósio, nº 1.111, na Vila Emil, em Mesquita, situado na Baixada Fluminense do estado do Rio de Janeiro.

Entre o sonho de erguer um estádio para 50 mil pessoas, a realidade ficou em 6 mil pessoas, mas o que vale é resgatar a história do campo. A partida inaugural foi diante de um clube europeu e o Mesquita goleou de forma contundente. Assim, essa história merece ser contada! Boa leitura!    

Quem foi Nielsen Louzada?

Natural da cidade capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, Nielsen Ferreira Louzada, nasceu na terça-feira, do dia 08 de Abril de 1930. Formado em Direito, foi várias vezes eleito como Deputado e Vereador.

Na década de 80, o Deputado Federal Nielsen Louzada (do PP de Nova Iguaçu) foi presidente do Mesquita Futebol Clube. Em 1981, na sua gestão, já tinha construído quatro salas para a administração, um salão de reuniões, uma entrada social com escadarias de mármore, uma área, um salão para shows, um restaurante (inaugurado na sexta-feira, do dia 10 de abril de 1981), organizou a secretaria do clube, adquiriu uma máquina de autenticação de recibos, 60 ventiladores, sete aparelhos de ar condicionado para as salas de trabalho e mobiliário moderno para o salão.

O título invicto da Terceirona em 1981, despertou o desejo de ter a “casa própria”   

No mesmo ano, o Mesquita se sagrou Campeão Invicto do Campeonato Carioca da 3ª Divisão de profissionais ao vencer o Rubro, de Araruama, duas vezes pelo mesmo placar: 1 a 0. Time base de 1981: Reinaldo (Orlando); Bira Gomes (José Luís), Jofre, Malaquias e Arialdo (Ananias); Beto, Jorge Luís e Pitita; Luisinho, Gélson e Jorge. Técnico: Nélson Corrêa, preparador físico Marcos César e Diretor de Futebol Odésio Amorim.

Em 1984, o sonho começou a ganhar forma

O acesso iniciou o desejo para a construção de um estádio para 20 mil pessoas, mas depois o planejamento aumentou a capacidade. Num clima muito festivo, o sonho saiu do papel e começou a ganhar forma na quinta-feira, do dia 09 de Agosto de 1984.

O presidente da construtora responsável pela construção do estádio, Miguel de Macedo Cordeiro, garantiu que o campo seria entregue em perfeitas condições a partir de fevereiro de 1985.

Naquele momento, o clube já tinha vendido 8 mil títulos de sócios-proprietários (5 mil da Série Bronze, já esgotada, e 3 mil da Série Prata). Por isso, a diretoria já estudava lançar a Série Ouro.

Naquele momento, Mesquita contava com uma população de 180 mil pessoas, na qual fazia parte do município de Nova Iguaçu, sendo a 9ª arrecadação de ICM do país

Clube possuía uma estrutura promissora

A sua sede em frente a Estação de Mesquita, com dois amplos salões de bailes abrigavam tranquilamente 10 mil pessoas, que de sábado e domingo superlotam o clube, proporcionando uma renda mensal de Cr$ 150 milhões.  

O número de sócios era de 30 mil (isso devidamente provado por documentos e dados bancários da conta do clube). Enfim, uma arrecadação de Cr$ 300 milhões, para uma despesa (entre o futebol e empregados) em torno de Cr$ 120 milhões.

Descrição de como seria o Estádio Nielsen Louzada

Assim, a matéria do Jornal do Brasil destacou: “O seu novo estádio, com capacidade para 50 mil pessoas sentadas confortavelmente, é uma replica do Maracanã, mais moderno e funcional. O novo estádio começa a mudar a arquitetura local.

Imponente, ele ocupa um espaço de 250 mil metros quadrados a pouco mais de 20 metros da estação de Mesquita. Construído de forma circular, terá 26 lances de arquibancada de cimento armado, com altura superior a 9 metros. 

Totalmente coberto em material metálico, apresenta uma distância do alambrado até o gramado de 14 metros, o campo tem dimensão oficial da FIFA, de 110 por 75, não poderá ser apontado como culpado por possíveis derrotas de grandes por lá.

Os jornalistas (rádio e televisão) terão à sua disposição 12 cabines fechadas, com ar refrigerado e outras facilidades. Para os fotógrafos, está sendo construído um fosso, na lateral do gramado, com dois metros de profundidade, coberto, inédito em campos do país.

Os jogadores e juízes, terão a seu dispor três túneis (iguais ao Maracanã), onde ficarão os vestiários, sala de aquecimento, massagens e demais facilidades. Uma obra que, se não tivesse a assistência permanente do presidente Nielsen Louzada, certamente não ficaria em Cr$ 5 bilhões e sim em Cr$ 12 bilhões”.

Mesquita conquista o inédito acesso à Primeira Divisão do Carioca 

Se nos bastidores, a diretoria trabalhava para ter a sua casa pronta, dentro das quatro linhas, o Mesquita Futebol Clube fez bonito e terminou como vice-campeão do Campeonato Carioca da 2ª Divisão de 1985 (o Campo Grande Atlético Clube se sagrou campeão), assegurando o inédito acesso à Elite do Futebol Carioca em 1986. Abaixo, o time base, elenco, comissão técnica e diretoria:

Time base de 1985: Ricardo; Lútio, Celso, Moura e Manicera; Paulo César, Godói e Carlos; Renan, Antônio Carlos e Caldeira. Técnico: Renê Simões.

Elenco de 1985

Goleiros – Ricardo, Ricardo Pereira e Valdenir;

Laterais – Catinha, Lútio e Paulo Roberto;

Zagueiros – Marco Antônio, Celso e Bira;

Apoiadores – Manicera, Godói, Fernando Moura e Cléber;

Pontas – Oman, Miranda, Caldeira, Márcio e Júnior;

Atacantes –  Antônio Carlos e Fábio.

Comissão Técnica

Presidente – Nielsen Louzada;

Vice-presidente de Esportes – Sebastião Machado;

Coordenador Geral de Esportes – Josafá Ramacciotti Ribeiro;

Supervisor – Paulo Ferreira;

Médico e Psicólogo – Ézio de Oliveira Rocha;

Técnico – Renê Simões;

Preparador Físico – Waldemar Lemos;

Massagista – Malvadeza;

Auxiliar Geral do Departamento de Futebol – Antônio Melo;

Roupeiro – Reinaldo.

Inauguração projetava reunir as três maiores torcidas do país

Em julho de 1986 – A ideia era realizar um Quadrangular com as três maiores torcidas do futebol brasileiro: Flamengo, Corinthians, Vasco da Gama e Mesquita. O presidente Nielsen Louzada garantiu, com dados finais insofismáveis, que o Estádio Louzadão, localizado no bairro da Vila Emil, seria definitivamente o 2º maior do Rio de Janeiro. 

Além de uma excelente iluminação, vamos construir também, 50 camarotes, que serão vendidos depois de inaugurado. No momento não estamos precisando de dinheiro. O nosso material já está quase todo pago e nossa arrecadação continua subindo.

Se alguém disser que é um desperdício de tempo e dinheiro, posso explicar que durante a semana o estádio será usado (uma de suas dependências) como ginásio gratuito para os estudantes do local“, disse Nielsen Louzada.

Inauguração do Estádio Louzadão teve clube suíço

No entanto, após idas e vindas, finalmente a data para a inauguração da sua “nova casa” foi marcada: domingo, às 16 horas, do dia 26 de Janeiro de 1986, o Mesquita Futebol Clube enfrentou o Sport-Réunis de Delémont, da Suíça.

A delegação aurinegro suíça, desembarcou na terça-feira, às 7 horas, do dia 21 de janeiro de 1986, no Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador. Depois seguiu para o Hotel Plaza, no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio, onde ficou hospedado.

Segundo a diretoria mesquitense, a expectativa esse jogo era para a presença entre 15 a 25 mil torcedores. A partida, além de inaugurar o Estádio Louzadão, também serviu de preparação para a inédita estreia no Campeonato Carioca da 1ª Divisão, no domingo, às 16 horas, do dia 16 de fevereiro de 1986, contra o Americano, em Campos dos Goytacazes.  

A Escola de Samba Beija-Flor serviu de inspiração

O planejamento previa que o estádio com capacidade para 50 mil pessoas ficaria pronto em agosto de 1986. O entusiasmo do presidente Nielsen Louzada era grande.

A intenção era transformar o Mesquita em um grande clube do futebol carioca, seguindo o exemplo do Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor, de Nilópolis, que fez no Carnaval Carioca.

Para isso, o dirigente contava com o apoio de todos os torcedores da Baixada Fluminense e áreas adjacentes, para lotar as dependências do Estádio Louzadão.   

Quem é o S.R. de Delémont?

A sua sede fica na cidade de Delémont, e manda os seus jogos no Stade De La Blancherie, com capacidade para 5.263 pessoas. Fundado na terça-feira, do dia Em 17 de agosto de 1909, por meio da fusão entre duas equipes: “Delémont Football Club(fundado em 1905) e “L’union sportive Delémont-Gare(fundado em 1907).

Por muitos anos o clube aurinegro jogou no Campeonato Suíço da 2ª e 3ª Divisões. A 1ª vez na sua história, quando o Delémont ascendeu a Elite do Futebol Suíço foi em 1999/2000. Em 1986, o SR Delémont se encontrava no Campeonato Suíço da 2ª Divisão.

A permanência na Primeira Divisão Suíça durou apenas uma temporada e após terminar em 12º lugar, na 1ª fase, acabou rebaixado. Retornou á Elite, em 2002/2003, mas acabou caindo na mesma temporada para a Série B.

Mesquita arrasa clube suíço na inauguração do Louzadão

A estréia da nova casa, não poderia ser inaugurada de forma melhor. O Mesquita Futebol Clube não tomou conhecimento do o Sport-Réunis de Delémont, da Suíça, e aplicou uma sonora goleada de 6 a 0, levando a torcida ao delírio. O jogo contou com a presença do presidente da FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), Eduarda Viana, ‘Caixa D’Água’.

Descrição dos gols

Os suíços, que saíram do intenso frio europeu para o forte calor do verão fluminense aguentaram meia-hora. Depois, Miranda, aproveitando rebote do goleiro, após chute de Delacir, abriu o placar.

Cinco minutos depois, Antônio Carlos lançou Oman que tocou na saída ampliou de Farine, ampliando o marcador. Assim o Mesquita foi para o intervalo com o placar favorável de dois a zero.

Na etapa final, logo aos 8 minutos, Fernando Moura cobrou falta indireta, em direção ao gol. Em vez do goleiro suíço deixar a bola passar, rebateu para frente e Antônio Carlos só escorou para o fundo das redes.

Aos 14 minutos, Oman, em jogada individual, marcou um golaço! Aos 33 minutos, Antônio Carlos aproveitou o vacilo da defesa suíça e marcou o quinto gol mesquitense. Dois minutos depois, Oman entrou livre, dentro da área, e fuzilou a meta de Farine, para marcar o sexto gol do jogo e o seu “hat trick“, dando números finais a peleja.

MESQUITA F.C. (RJ)         6          X         0          S.R. DELÉMONT (SUI)

LOCALEstádio Nielsen Louzada, ‘Louzadão’, no bairro Vila Emil, em Mesquita/RJ
CÁRATERAmistoso Internacional
DATADomingo, do dia 26 de Janeiro de 1986
HORÁRIO16 horas
RENDACr$ 25.455.000,00
PÚBLICOCerca de 3.500 mil pagantes
ÁRBITROCarlos Elias Pimentel (FERJ)
AUXILIARESGino Jorge Viana (FERJ) e José Inácio Teixeira (FERJ)
MESQUITASanderson (Ricardo); Milton Mendes, Celso, Bira (Joel) e Paulo Roberto (Toninho); Manicera, Delacir (Lazinho) e Fernando Moura; Oman, Antônio Carlos e Miranda (Gilson). Técnico: Renê Simões.
 DELÉMONTFarine; Sambinello, Sabot, Bron (Gorrada) e Stenllet; Chapius, Germann (Sandoz) e Kohler (Mottl); Herti, Rebetes (Kalim) e Joliat. Técnico: Brow.
GOLSMiranda aos 30 minutos (Mesquita); Oman aos 35 minutos (Mesquita), no 1º Tempo. Antônio Carlos aos 8 e 33 minutos (Mesquita); Oman aos 14 e 35 minutos (Mesquita), no 2º Tempo.

Após uma atuação de gala, o Mesquita voltou aos treinos para realizar outro amistoso na semana seguinte: no domingo, às 17 horas, do dia 02 de fevereiro de 1986, contra o poderoso Bangu Atlético Clube, então vice-campeão do Brasileirão de 1985.

Pelo lado dos Mulatinhos Rosados, foi a estreia do meia Tobi, contratado ao Coritiba (campeão Brasileiro de 1985). Antes do jogo, a diretoria do Mesquita ofereceu uma “Placa de Prata” ao ponta-direita Marinho por ter sido eleito o melhor jogador do Brasileirão de 1985. Pelo jogo, o Bangu recebeu a cota de Cr$ 35 milhões, livres de impostos.

MESQUITA F.C. (RJ)         1          X         2          BANGU A.C. (RJ)

LOCALEstádio Nielsen Louzada, ‘Louzadão’, no bairro Vila Emil, em Mesquita/RJ
CÁRATERAmistoso Estadual
DATADomingo, do dia 02 de Fevereiro de 1986
HORÁRIO17 horas
RENDACr$ 82.120.000,00
PÚBLICO6.007 pagantes (12 mil presentes)
ÁRBITROReinaldo Farias (FERJ)
AUXILIARESDilermando Sampaio (FERJ) e Nicodemus Vidal (FERJ)
MESQUITARicardo (Sanderson); Toninho (Lazinho), Marco Antônio, Celso e Paulo Roberto; Manicera, Delacir (Flávio Renato) e Fernando Moura; Oman, Antônio Carlos e Miranda (Gilson). Técnico: Renê Simões.
 BANGUGilmar (Júlio Galvão); Perivaldo, Márcio Rossini (Jair), Oliveira (Cardoso) e Márcio (Velto); Israel (Robson),  Mario (Marcelino) e Arturzinho (Fajardo); Marinho (Tobi), Fernando Macaé e Ado (Gilson). Técnico: Moisés.
GOLSFernando Macaé aos 42 e 44 minutos (Bangu), no 1º Tempo. Oman aos 39 minutos (Mesquita), no 2º Tempo.

FOTOS: Jornal dos Sports – Acervo pessoal

FONTES: site do SR Delémont – Wikipédia – Jornal do Brasil (RJ) – Jornal dos Sports (RJ)

Amistoso nacional de 1948: Botafogo (RJ) goleou o Inter de Porto Alegre (RS) por 6 a 2, em General Severiano!

EM PÉ (esquerda para a direita): Gerson, Oswaldo, Nilton Santos, Rubinho, Ávilla e Juvenal;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Paraguaio, Geninho, Pirilo, Otávio e Braguinha.

No domingo, do dia 19 de Dezembro de 1948, ocorreu o encontro do Botafogo, atual Campeão Carioca de 1948, e o Sport Club Internacional, Porto Alegre/RS, Bicampeão Gaúcho de 1947-48, no Estádio General Severiano, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio. A equipe com Jayme Moreira Filho, Sergio Paiva, Waldir Amaral e Ademar Pimenta transmitiram o jogo pela Rádio Nacional.

EM PÉ (esquerda para a direita): Ivo, Nena, Maravilha, Alfeu, Viana e Abigail;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Tesourinha, Ghizzoni, Adãozinho, Vilalba e Carlitos.

No final, o Botafogo goleou o Inter de Porto Alegre pelo placar de 6 a 2. Destaque para o alvinegro Juvenal que foi a grande figura em campo. Osvaldinho que substituiu Pirilo, demonstrou magníficas condições técnicas.

BOTAFOGO FR (RJ) 6 X 2 S.C. INTERNACIONAL (RJ)

LOCALEstádio General Severiano, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio (RJ)
CARÁTERAmistoso Nacional de 1948
DATADomingo, do dia 19 de Dezembro de 1948
HORÁRIO15 horas
RENDACr$ 108.772,00
PÚBLICONão divulgado
ÁRBITROMário Viana
BOTAFOGOOswaldo; Gerson (Marinho) e Nilton Santos (Sarno); Rubinho (Ivan), Ávilla (Berascochea) e Juvenal (Adão); Paraguaio, Geninho, Osvaldinho, Otávio e Braguinha (Reinaldo). Técnico: Zezé Moreira
INTER/RSIvo; Nena e Maravilha; Alfeu (Guizzone), Viana e Abigail; Tesourinha, Ghizzoni (Segura), Adãozinho, Vilalba (Roberto) e Carlitos. Técnico: Carlos Volante
GOLSVilalba aos 40 segundos (Inter); Juvenal aos 7 minutos (Botafogo); Otavio aos 11 e 28 minutos (Botafogo); Osvaldinho aos 22 minutos (Botafogo), no 1º Tempo. Osvaldinho aos 9 minutos (Botafogo); Adãozinho aos 12 minutos (Inter); Paraguaio aos 25 minutos (Botafogo), no 2º Tempo.

FOTOS: A Noite (RJ) – Correio da Manhã (RJ)

FONTES: Jornal dos Sports (RJ) – Correio da Manhã (RJ) – Diário de Notícias (RJ)

Torneio Internacional de Verão de 1972: Flamengo é campeão! Fio Maravilha faz golaço e ganha música de Jorge Ben Jor

EM PÉ (esquerda para a direita): Aloísio, Fred, Ubirajara, Reyes, Liminha e Paulo Henrique;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Mineiro (Massagista), Rogério, Zé Mario, Narciso Doval, Caio Cambalhota e Paulo César Caju.

Por: Sérgio Mello

O Torneio Internacional de Verão de 1972, foi realizado entre os dias 15 a 20 de janeiro de 1972. O evento contou com a participação de três equipes: Clube de Regatas Flamengo, Clube de Regatas Vasco da Gama e o Sport Lisboa e Benfica (Portugal).

As equipes se enfrentaram em um turno único e o campeão seria aquele com o maior número de pontos. Os três jogos foram realizados no imponente estádio do Maracanã.

Técnico do Flamengo: Zagallo

Regulamento

Por jogo, só seriam permitidas duas substituições em cada time, conforme a recomendação da FIFA. Se o torneio terminar empatado entre três clubes, será campeão o que tiver o melhor saldo de gols. Se persistir, vale o gol-average e ainda o sorteio está previsto em última hipótese.

No caso do torneio terminar empatado entre dois clubes, haverá uma partida extra, com prorrogação de 30 minutos (15 minutos cada tempo), caso termine empatado. E, se a igualdade persistir, a decisão será nos pênaltis para definir o campeão!

Preços dos Ingressos para os três jogos:

Camarote lateral – Cr$ 100,00;

Camarote de curva – Cr$ 60,00;

Cadeira especial – Cr$ 30,00;

Cadeira numerada lateral – Cr$ 20,00;

Cadeira sem número atrás do gol – Cr$ 12,00;

Arquibancada – Cr$ 7,00;

Geral – Cr$ 2,00;

Mengão estreia com vitória

O Benfica desembarcou no Rio de Janeiro, a fim de disputar o Torneio Internacional de Verão de 1972. Na ocasião, o clube português vinha de goleada sobre o rival Sporting, por 3 a 0, válido pelo Campeonato Português da 1ª Divisão de 1972/73. Para se ter uma ideia, os Encarnados sob o comando do inglês Jimmy Hagan disputou 14 jogos, vencendo todos, liderando com folga: 28 pontos.

No final, o Benfica se sagrou campeão Português invicto: 58 pontos em 30 jogos, com 28 vitórias e dois empates; marcando 101 gols, sofrendo 13 e um saldo pomposo de 88 gols.   

No sábado, às 21 horas e 15 minutos, do dia 15 de Janeiro de 1972, o jogo de abertura foi entre o Clube de Regatas Flamengo e Sport Lisboa e Benfica, de Portugal, no estádio Mario Filho, o Maracanã, no bairro homônimo, situado na zona Norte do Rio.

O Mengão derrotou o Benfica por 1 a 0, com um golaço de placa! Aos 33 minutos, do segundo tempo, o zagueiro paraguaio Reyes tomou a bola de Jordão e tocou no meio de campo para Samarone.

Este que tocou para Rogério que lançou na intermediária para Fio. O atacante passou na corrida por Rui Rodrigues, e, quando o goleiro Zé Henrique saiu para tentar interceptar, Fio deu o ‘drible da vaca’ (jogou a bola de um lado e pegou no outro) e tocou para o fundo das redes, levando a torcida rubro-negra ao puro êxtase!   

Fio Maravilha

Tá sabendo? O gol de Fio, inspirou na criação da canção de Jorge Ben

Curiosidade nº 1 – nessa partida, o gol do atacante rubro-negro Fio (que tinha completado 27 anos, quatro dias antes), acabou inspirando o cantor e compositor Jorge Ben Jor, que compôs a música “Fio Maravilha“. A partir daí, o jogador passou a ser conhecido por Fio Maravilha.

Essa canção homônima, grande sucesso nacional, vencedora do Festival Internacional da Canção de 1972 (na voz de Maria Alcina), que narra o feito contra a equipe portuguesa:

Tabelou, driblou dois zagueiros/ Deu um toque driblou o goleiro/ Só não entrou com bola e tudo/ Porque teve humildade em gol“. O gol (“de anjo, um verdadeiro gol de placa”, segundo Jorge Ben).

Curiosidade nº 2 – Detalhe que o contrato de Fio Maravilha com o Flamengo já havia expirado há 15 dias, que o renovou em razão do golaço. Fio Maravilha falou sobre a jogada que resultou no golaço:

Quando eu recebi a bola do Rogério, eu vim, consegui driblar os dois zagueiros, e os beques correndo atrás de mim. Aqui o goleiro saiu, eu fiz que ia para o meio do gol, para o meio da área, inverti e saí pelo lado esquerdo, o goleiro caiu… Em cima da marca da pequena área, eu toquei para o gol. Porque eu não quis correr o risco de tropeçar, acontecer alguma coisa, e perder. E daqui fiz o gol e saí para a galera“, revelou

C.R. FLAMENGO (RJ)       1          X         0          S.L. BENFICA (POR)

LOCALEstádio Mario Filho, o Maracanã, no bairro homônimo, situado na zona Norte do Rio (RJ)
CARÁTERTorneio Internacional de Verão de 1972
DATASábado, do dia 15 de Janeiro de 1972
HORÁRIO21 horas e 15 minutos
RENDACr$ 283.847,00
PÚBLICO44.282 pagantes (44.440 presentes)
ÁRBITROAirton Vieira de Morais (FCF – Federação Carioca de Futebol)
AUXILIARESGeraldino César (FCF) e Artur Ribeiro de Araújo (FCF)
FLAMENGOUbirajara; Aluísio, Fred, Reyes e Paulo Henrique; Liminha e Rodrigues Neto; Rogério, Caio Cambalhota (Samarone), Paulo César Caju e Arílson (Fio Maravilha). Técnico: Mario Jorge Lobo Zagallo
BENFICAZé Henrique; Malta da Silva, Messias, Rui Rodrigues e Artur; Toni (Eurico) e Vitor Martins (Adolfo); Nenê, Jordão, Diamantino e Simões. Técnico: Jimmy Hagan
GOLFio aos 33 minutos (Flamengo), no 2º Tempo.
EM PÉ (esquerda para a direita): Malta da Silva, Messias, Toni, Rui Rodrigues, Artur e Zé Henrique.
AGACHADOS (esquerda para a direita): Nenê, Vitor Martins, Jordão, Diamantino e Simões.

Vascão perde na estreia para o Benfica 

Na terça-feira, às 21h15min., do dia 18 de Janeiro de 1972, o Clube de Regatas Vasco da Gama enfrentou o “feridoSport Lisboa e Benfica (Portugal), no Maracanã. Sem apresentar um ritmo de jogo, o Vasco acabou derrotado pelo Benfica pelo placar de 2 a 0, e ficou com poucas chances de ficar com o título.

Um gol em cada tempo

Aos 24 minutos do primeiro tempo, Toni entregou a Eusébio, que de primeira tocou para Jordão. Renê estava na jogada, para a cobertura, mas furou. Jordão pegou a bola, invadiu a área, e, mesmo acossado por Alfinete, tocou forte, de perna esquerda, no centro do gol, batendo Andrada, que sairá no seu encalço.     

Aos 20 minutos da etapa final, Nenê passou por Alfinete, foi à linha de fundo e tocou para trás. Simões recebeu livre na marca do pênalti e não teve nenhum trabalho em chutar de perna direita e rasteiro, no canto direito do goleiro argentino Andrada, que nada pode fazer.

Técnico do Benfica: Jimmy Hagan

C.R. VASCO DA GAMA (RJ)       0          X         2          S.L. BENFICA (POR)

LOCALEstádio Mario Filho, o Maracanã, no bairro homônimo, situado na zona Norte do Rio (RJ)
CARÁTERTorneio Internacional de Verão de 1972
DATATerça-feira, do dia 18 de Janeiro de 1972
HORÁRIO21 horas e 15 minutos
RENDACr$ 136.961,00
PÚBLICO22.097 pagantes
ÁRBITROJosé Aldo Pereira (FCF – Federação Carioca de Futebol)
AUXILIARESAloísio Felisberto (FCF) e Neri José Proença (FCF)
VASCOAndrade; Fidélis, Moisés, Renê e Alfinete; Alcir Portella e Buglê (Adilson); Luís Carlos, Roberto (Jaílson), Ferreti e Pastoril. Técnico: Zizinho
BENFICAZé Henrique; Malta da Silva, Messias, Rui Rodrigues e Artur; Toni e Simões; Nenê, Jordão (Zeca), Eusébio (Adolfo) e Diamantino. Técnico: Jimmy Hagan
GOLSJordão aos 24 minutos (Benfica), no 1º Tempo. Simões aos 20 minutos (Benfica), no 2º Tempo.

Mengão bate o Vasco e fica com o título

No feriado da quinta-feira, às 18 horas, do dia 20 de Janeiro de 1972, jogaram o Clube de Regatas Flamengo e o Clube de Regatas Vasco da Gama, no Maracanã para definir quem ficaria com o caneco. No final, o Rubro-negro venceu o Vasco por 1 a 0, e se sagrou campeão do Torneio Internacional de Verão de 1972.

O gol do título

Aos 32 minutos do primeiro tempo, Rogério entrou pela direita e cruzou sobre a área. A defesa do Vasco bobeou e Paulo César Caju, num mergulho sensacional, cabeceou no canto esquerdo do goleiro Andrada para abrir o placar.

C.R. FLAMENGO (RJ)       1          X         0          C.R. VASCO DA GAMA (RJ)

LOCALEstádio Mario Filho, o Maracanã, no bairro homônimo, situado na zona Norte do Rio (RJ)
CARÁTERTorneio Internacional de Verão de 1972
DATAQuinta-feira, do dia 20 de Janeiro de 1972
HORÁRIO18 horas
RENDACr$ 170.637,00
PÚBLICO29.381 pagantes
ÁRBITROJosé Marçal Filho (FCF – Federação Carioca de Futebol)
AUXILIARESJosias Miranda Paulino (FCF) e José Silveira (FCF)
FLAMENGOUbirajara; Aluísio, Fred, Reyes e Paulo Henrique; Liminha e Rodrigues Neto; Rogério, Caio Cambalhota (Fio Maravilha), Paulo César Caju e Arílson. Técnico: Mario Jorge Lobo Zagallo
VASCOAndrade; Fidélis, Moisés, Renê e Alfinete; Alcir Portella e Adilson (Jaílson); Luís Carlos, Roberto (Gaúcho), Ferreti e Gilson Nunes. Técnico: Zizinho
GOLPaulo César Caju aos 32 minutos (Flamengo), no 1º Tempo.
EM PÉ (esquerda para a direita): Andrada, Fidélis, Eberval, Gaúcho, Moisés e Renê;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Marco Antônio, Buglê, Ferreti, Luís Carlos e Gilson Nunes.
Técnico do Vasco: Zizinho

Renda e Público no Torneio

O Torneio Internacional de Verão de 1972, teve um público total, nos três jogos, de 95.760 pagantes, que deu uma média de 31.920 por partida. A Renda dos três jogos, gerou um montante de Cr$ 591.445,00, que deu uma média de Cr$ 197.148,33 por partida.

Colaborou: José Leôncio Carvalho

FOTOS: Ser Benfiquista ponto com – Diário da Manhã (RJ) – Revista Placar

FONTE: Jornal dos Sports (RJ)

Amistoso estadual de 1965: Entrerriense F.C. (RJ) 1 x 8 Botafogo F.R. (RJ)

Por: Sérgio Mello

Aproveitando o feriado nacional, do Dia da Independência do Brasil, na tarde de terça-feira, do dia 07 de Setembro de 1965, o Botafogo foi até o município de Três Rios/RJ para enfrentar, em amistoso, o Entrerriense Futebol Clube, no Estádio Odair Gama.

O clube da Estrela Solitária que recebeu a cota de Cr$ 5 milhões, livre de despesas – se apresentou com todos os seus titulares. A Delegação Alvinegra foi composta pelo vice-presidente do Glorioso, Brandão Filho, que foi quem chefiou; o diretor João Citro; o médico Lídio Toledo; o técnico Daniel Pinto; o massagista Bento Mariano; o roupeiro Aloísio Araújo e mais 18 jogadores: Manga, Joel Martins, Zé Carlos, Gerson, Rildo, Garrincha, Sucupira, Jairzinho, Othon Valentim, Paulistinha, Aírton, Roberto, Hélio, Zé Maria, Dimas, Marcos, Bianchini e Roberto II.

Os preços cobrados foram inéditos na região sul-fluminense. Uma cadeira numerada custou Cr$ 6 mil, a arquibancada coberta Cr$ 4.500,00, arquibancada descoberta Cr$ 4 mil. O diretor de esportes do Entrerriense, Sr. Remo Richi, informou que após a partida seria sorteado um carro zero quilometro, entre os torcedores presentes.

EM PÉ (esquerda para a direita): Adilson, Joel Martins, Delvaux, Manga, Violeta, Marcos, Mido, Zé Carlos, Joãozinho, Gerson, Gil, Zé Soquete, Paulo, Paulistinha, Joãozinho II e Barra Mansa;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Samuca, Rildo, Batista, Mané Garrincha, Roberto Pequeri, Sucupira, Vitorino, Jairzinho, Mesquita, Othon Valentim e Abílio (convidado do Entrerriense).

Fogão irresistível!

Sobre a partida, o Botafogo goleou o Entrerriense pelo placar de 8 a 1. Destaque para Jairzinho, autor de três gols; Sucupira e Gerson, marcaram dois tentos cada e Bianchini que completou para os alvinegros. A renda quebrou todos os recordes da região com mais de Cr$ 15 milhões de cruzeiros arrecadados.

Com uma atuação de alta qualidade técnica, o Botafogo foi para o intervalo goleando por 5 a 1. Na etapa final, o técnico Daniel Pinto fez sete alterações de uma vez. Mesmo assim, o Alvinegro carioca não perdeu o pique e marcou mais três vezes, fechando o placar. Logo após o jogo, a delegação regressou ao Rio, chegando por volta das 22 horas.

ENTRERRIENSE F.C. (RJ)         1          X         8          BOTAFOGO F.R. (RJ)

LOCALEstádio Odair Gama, na Rua Carlos Ribas, nº 89, no Centro de Três Rios (RJ)  
CARÁTERAmistoso Estadual
DATA3ª-feira, do dia 07 de Setembro de 1965
RENDACerca de Cr$ 15 milhões de cruzeiros
ÁRBITRONivaldo Santos (Federação Carioca de Futebol)
ENTRERRIENSEPaulo (Delvaux), Mido (Samuca depois Tibúrcio), Gil, Zé Soquete e Adílson; Joãozinho e Batista (Odir); Vitorino (Joãozinho II), Abílio (Violeta), Roberto Pequeri e Mesquita.
BOTAFOGOManga (Hélio); Joel Martins, Zé Carlos (Zé Maria), Paulistinha e Rildo (Dimas); Marcos (Aírton) e Gerson; Garrincha (Roberto), Jairzinho (Bianchini), Sucupira e Othon Valentim (Roberto II). Técnico: Daniel Pinto.
GOLSJairzinho aos 6, 25 e 41 minutos (Botafogo); Gerson aos 15 minutos (Botafogo); Sucupira aos 30 minutos (Botafogo); Abílio aos 44 minutos (Entrerriense), no 1º Tempo. Gerson aos 18 minutos (Botafogo); Bianchini aos 25 minutos (Botafogo); Sucupira aos 42 minutos (Botafogo), no 2º Tempo.
Estádio Odair Gama (Capacidade para 10 mil pessoas)

Desenhos dos escudos e uniformes, pesquisa e texto: Sérgio Mello

FOTOS: Página no Facebook “Futebol Arte”Foursquare “Entrerriense Futebol Clube”

FONTES: Jornal dos Sports – O Fluminense (RJ) – O Jornal (RJ)

Amistoso Internacional de 1965: Comercial (SP) 1 x 1 Peñarol (URU)

O Comercial Futebol Clube, de Ribeirão Preto (SP), enfrentou o poderoso Clube Atlético Peñarol, de Montevidéu (Uruguai), em partida amistosa internacional, em 1965. Num jogo equilibrado, terminou empatado em um gol.  

COMERCIAL F.C. (SP) 1 x 1 C.A. PEÑAROL (URU)

LOCAL

Estádio Dr. Francisco de Palma Travassos, no bairro Jardim Paulista, em Ribeirão Preto (SP)

CARÁTER

Amistoso Internacional

DATA

Na tarde de quarta-feira, do dia 14 de Julho de 1965

RENDA

Cr$ 6.500.000,00

ÁRBITRO

Airton Vieira de Moares (FPF)

COMERCIAL

Dobrew; Antoninho, Jorge e Nonô; Hélio e Píter; Luiz Carlos, Amaury, Paulo Bin (Luiz), Carlos César (Paulinho) e Ari.

PEÑAROL

Mazurkiewicz; Forlan, Lezcaño e Varela; Davila (Aguirre) e Caetano; Abadie, Pedro Rocha, Silva (Reznik), Spencer e Joya.

GOLS

Spencer aos 29 minutos (Peñarol), no 1º Tempo. Ari aos cinco minutos (Comercial), no 2º Tempo.

 FONTE: A Tribuna (SP)

O último jogo do “Furacão da Copa” pelo Botafogo foi na terra da scheelita

No segundo semestre do ano de 1981, Jairzinho voltou ao Botafogo/RJ, com 37 anos, após temporada na Bolívia onde foi campeão e artilheiro pelo Jorge Willsterman.  Sua reestreia ocorreu num insosso 0 x 0 com o América, pelo Campeonato Carioca.

O garoto que começara como gandula em General Severiano ainda em 1958, que fora tricampeão juvenil em 1961/62/63 e nesse ano ingressara no elenco profissional e lá permaneceu até 1974, quando foi vendido para o futebol francês, retornava a sua casa para encerrar a carreira como jogador profissional.

Já não tinha mais a mesma velocidade que caracterizaram suas arrancadas e os dribles rápidos, mas a maturidade do veterano que conhece os atalhos do campo, sem precisar correr mais do que a bola.

Eliminado do icônico Campeonato Carioca de 1981, decidido por Flamengo x Vasco, o Botafogo/RJ fez excursão pelo Rio Grande do Norte disputando 03 (três) jogos. No elenco, jovens jogadores que sempre eram lembrados nas convocações de Telê Santana para a seleção como o goleiro Paulo Sérgio, o lateral-direito Perivaldo e o meio-campo Rocha, além do craque Mendonça que, em 1993, abrilhantou o campeonato potiguar jogando pelo América. Porém, o nome mais expressivo era o de Jairzinho, “o Furacão da Copa”.

A série de jogos do “Glorioso” no RN começou com o Baraúnas, em Mossoró, partida que terminou empatada, sem gols, no dia 1º.12.1981 .

O segundo jogo foi no dia 03.12.1981, quando enfrentou o América que havia acabado de conquistar o tricampeonato Estadual. Essa partida representou o encerramento da temporada de jogos em Natal, servindo também para o Botafogo pôr a faixa de campeão no América e premiar os melhores da temporada. O gaúcho Norival (AME), foi o melhor jogador do Estadual/1981 e Sandoval (AME), o artilheiro com 14 gols. A partida terminou com a vitória alvirrubra por 1×0, gol do centroavante Miltão.

Com a desistência do Ceará/CE em realizar o amistoso antes acertado, o hoje deputado Luiz Antônio “Tomba” Farias, que à época era o diretor de futebol do Potyguar, assumiu a promoção e levou o amistoso para a terra da scheelita, sendo o “Fogão” a primeira e até hoje única equipe do RJ/SP a jogar na cidade, fazendo um jogo para ficar na história.  

Assim, no dia 06.12.1981, um domingo, dia destinado ao futebol, enquanto o Brasil inteiro aguardava a Rede Globo de Televisão transmitir a terceira e última partida da final do Campeonato Carioca, vencida pelo Flamengo por 2×1, no famoso jogo em que o ladrilheiro Roberto Passos Ferreira invadiu o gramado para esfriar uma possível reação cruzmaltina, a cidade de Currais Novos parou para receber o Botafogo de Futebol e Regatas jogar amistosamente contra o Potyguar.      

Como o Estádio Coronel José Bezerra ainda não tinha refletores, a partida foi iniciada às 15h para aproveitar a iluminação natural. Jogo de casa cheia, com grande torcida do alvinegro na região, tendo a organização do evento colocado cadeiras na lateral do campo e cobrado um valor mais alto para os que podiam pagar e estar mais próximos dos jogadores.

“Foi um jogo importante para a gente e jogamos com mais cuidado, mesmo sendo festa. E para mim em especial que estava diante do time que eu torço e do meu maior ídolo, que é Jairzinho”, lembra o goleiro Souza, revelando-se botafoguense. 

E em Currais Novos ocorreu a única vitória do Botafogo na breve excursão pelo Rio Grande do Norte. O Botafogo começou ganhando logo aos 33 segundos de jogo, com Mendonça aproveitando um cruzamento da esquerda e empurrando para o gol. A equipe da casa empatou aos 5 minutos, após grande jogada de Luciano driblando Perivaldo e o goleiro Paulo Sérgio, sobrando a bola para Dedé de Dora mandar para o gol, incendiando a torcida local. Porém, o “bigodudo” Jerson fez 2×1, aos 12 minutos, dando números finais ainda no primeiro tempo, embora o jogo tenha sido muito movimentado. 

Luciano, que naquele dia jogou de ponta-esquerda, foi escolhido o melhor em campo, recebendo um cheque e um moto-rádio.

“Eu fui escolhido pela imprensa como o melhor jogador da partida. Fiquei muito satisfeito com os presentes que ganhei. O pessoal daqui diz que eu dei uma canseira em Perivaldo”, diz sorrindo o jogador Luciano, que junto com Souza, Paulo, Jorge Calaça e Dedé de Dora eram os jogadores oriundos da Região Seridó. 

Porém, todos que estavam no estádio confirmam que uma falta cobrada pelo lateral-esquerdo Dato, tipo escanteio de mangas curtas, entrou, tendo Paulo Sérgio, à época convocado para a seleção brasileira, tirado a bola depois de ter passado da linha de gol. O árbitro Antonio Lira, por não ver a bola entrar, invalidou o gol.  

Ao longo de sua história o Potyguar recebeu outros clubes do futebol brasileiro em seus domínios, mas essa partida em especial tem todo um valor, seja porque foi o primeiro dos chamados grandes e tradicionais clubes brasileiros a jogar na cidade, seja porque terminou se transformando no jogo de despedida de Jairzinho, “o Furacão da Copa”, como jogador de futebol envergando a mística camisa alvinegra da estrela solitária. Pelo Botafogo foram 413 (quatrocentos e treze) partidas e 186 (cento e oitenta e seis) gols.   

Há quem diga que a história não joga, só está nos livros. Não está certo. A história tem um peso na definição dos momentos. E coube a cidade de Currais Novos, terra dos minérios, receber aquela que foi a derradeira partida de uma pedra preciosa cunhada em General Severiano e que se tornou uma verdadeira joia do futebol brasileiro e mundial.

Quase 03 (três) meses depois, já sem clube, Jairzinho fez a sua última partida pela seleção brasileira. Em 03.03.1982, contra a Tchecoslováquia, recebeu a justa homenagem pelo que fez pelo futebol brasileiro e despediu-se jogando 11 minutos, recebendo uma miniatura da taça Jules Rimet e saiu de campo aplaudido de pé, no Morumbi. Não disputava uma partida pela seleção desde 1976, no amistoso contra o Flamengo em homenagem ao atacante Geraldo, falecido poucos dias antes.

Na foto que ilustra a postagem, as duas equipes unidas posam antes do início da partida. Em pé: Paulo, Luiz Antonio “Tomba” Farias (diretor de futebol), Souza, Lima, Ednaldo, Ademir Lobo, Sonildo, Gaúcho, Dato, Gilmar, Jorge Calaça, Perivaldo, Humberto Gama (Pte da Liga Curraisnovense de Futebol) e Iremar Alves (radialista). Agachados: Mendonça, Dedé de Dora, Gilson Lopes, Jerson, Naldo, Rocha, Paulo Sérgio, Luciano, Edson, Almir, Jairzinho e Diá (massagista)  

FICHA TÉCNICA:

Jogo: Potyguar-CN 1 x 2 Botafogo/RJ

Data: 06.12.1981

Local: Estádio Coronel José Bezerra

Público: 2 mil pessoas

Renda: Cr$ 2.000.000,00 (dois milhões de cruzeiros) (aproximadamente 170 salários mínimos da época).

Juiz: Antônio Lira

Gols: Mendonça (33 seg), Dedé de Dora (5 min) e Jerson (12 min)

POTYGUAR: Souza; Paulo, Ednaldo, Sonildo e Dato; Calaça (Gilvan), Naldo (Ramos) e Dedé de Dora; Almir (Curió), Gilson Lopes e Luciano. Técnico: Petinha

BOTAFOGO: Paulo Sérgio; Perivaldo, Gaúcho, Lima e Gilmar; Rocha, Mendonça e Ademir Lobo; Edson, Jairzinho e Jerson. Técnico: Paulinho de Almeida

FONTE: Portal Grande Ponto – pesquisa: Kolberg Luna

“Clássico do Rio Negro”: Brasil x Uruguai – 104 anos de tradição! Escudos e uniformes em 1916

O “Clássico do Rio Negro! Assim é conhecido no continente Sul-americano o jogo entre a Seleção Brasileira e o Uruguai, com 104 anos de grandes partidas, com diversos ingredientes como suor, sangue, lágrimas e emoções.

Uniforme pelo Brasil utilizado em 1916

Uniforme pelo Uruguai utilizado em 1916

Ao longo da história (contando com a vitória do Brasil por 2 a 0, nesta noite, em 17/11/2020, em Montevidéu), foram 77 jogos, com 37 vitórias para o Brasil, com 20 empates e 20 derrotas; 138 gols pró, 97 tentos contra; um saldo pomposo de 41 gols.

Sem nenhuma dúvida, é um dos maiores clássicos do futebol mundial. Tanto a Seleção Canarinho quanto La Celeste Olímpica são campeãs mundiais, campeãs sul-americana e campeões olímpicas, formados por jogadores renomados e campeões por todo o mundo, como Pelé, Schiaffino, Garrincha, Francescoli, Jairzinho, Álvaro Recoba, Nílton Santos, Diego Forlán e Luis Suárez, entre tantos outros craques.

A Seleção Uruguaia dominou o mundo na década de 1920 tendo suplantado às grandes moldes por ter sido a primeira seleção com futebol técnico e categoria, em vez do futebol de cruzamentos e chutões que dominava a Europa.

Já a Seleção Brasileira foi o que melhor dominou a arte do Esporte Bretão, levando à mestria o futebol técnico, o chamado Futebol-Arte, que valendo-se da categoria, improvisação, gingas e dribles, priorizava o ofensivo e o ataque.

O futebol brasileiro reencontrou seu auge após a Copa do Mundo de 1994, voltando a ser o mais temido e reverenciado do planeta. O Futebol uruguaio entrou em decadência na Década de 1990, porém nós últimos anos tem voltado ao seu auge sobretudo devido a ótima campanha na Copa do Mundo de 2010 e o título conquistado na Copa América de 2011, continuando a ser grande e respeitado, prosseguindo uma história de muita rivalidade com o Brasil, cheia de decisões, brigas, craques e gols, muitos gols.

Abaixo a ficha-técnica do Primeiro jogo entre as duas seleções, que aconteceu no domingo, do dia 12 de Julho de 1916, válido pelo 1º Campeonato Sul-Americano de futebol, realizado na Argentina. O Uruguai venceu, de virada, por 2 a 1.

BRASIL 1 x 2 URUGUAI

DATAEstádio do Club Gimnasia y Esgrima, em Buenos Aires (ARG)
CARÁTERCampeonato Sul-Americano de 1916
DATADomingo, do dia 12 de julho de 1916
PÚBLICO20 mil pagantes
ÁRBITROCarlos Fanta (Chile)
BRASILCasemiro, Orlando Pires e Nery; Lagreca, Sidney Pullen e Galo; Luiz Menezes, Alencar, Friedenreich, Mimi Sodré e Arnaldo. Ground Committeé: Joaquim de Souza Ribeiro, Benedicto Montenegro, Mário Sérgio Cardim e Sylvio Lagreca (capitão).
URUGUAISaporiti; Varela e Foglino; Germán Pacheco, Delgado e Vanzzino; Somma, Tognola, Pendibene, Gradín e Romano. Técnico: Jorge Germán Pacheco.
GOLSFriedenreich, aos 16 minutos (Brasil), no 1º Tempo. Gradin, aos 16 minutos (Uruguai); Tognola, aos 30 minutos (Uruguai),no 2º Tempo.

Menos de uma semana depois, em amistoso, as duas seleções voltaram a se enfrentar. No sábado, do dia 18 de Julho de 1916, o Uruguai recebeu a Seleção Brasileira, em Montevidéu (URU). Dessa vez, o selecionado Canarinho venceu pelo placar de 1 a 0, gol de Mimi Sodré (então, jogador do Botafogo Football Club). Abaixo a ficha-técnica do Segundo jogo entre as duas seleções e a 1ª vitória do Brasil.   

URUGUAI 0 x 1 BRASIL

LOCALEstádio Parque Central, em Montevidéu (URU)
CARÁTERAmistoso em 1916
DATASábado, do dia 18 de julho de 1916
PÚBLICO8 mil pagantes
ÁRBITROCarlos Fanta (Chile)
BRASILMarcos de Mendonça, Osny e Carlito; Amílcar, Lagreca e Facchini; Luiz Menezes, Alencar, Friedenreich, Mimi Sodré e Arnaldo. Ground Committeé: Joaquim de Souza Ribeiro, Benedicto Montenegro, Mário Sérgio Cardim e Sylvio Lagreca (capitão).
URUGUAICastro; Urdinarán e Foglino; Olivieri, Harley e Pascuariello; Pérez, Dacal, Broncini, Scarone e Bracchi. Técnico: Juan Harley (capitão).
GOLMimi Sodré, aos 12 minutos (Brasil), no 2º Tempo.

FONTES: Wikipédia – site da CBF

Há 40 anos explodia uma bomba no estádio Verdão – Cuiabá (MT)

Exatos 40 anos, numa quarta-feira, do dia 25 de Junho de 1980, as equipes do Mixto e Operário entravam em campo para decidir a Taça Cuiabá. Dentro das quatro linhas, uma final digna dos grandes clássicos do Verdão, onde o Operário venceu por 2 a 0, gols de Gerson Lopes. No entanto, um episódio acontecido nesta partida, apagou um pouco do brilhantismo da final. Já no 2º tempo uma bomba explodiu pelo lado das arquibancadas cobertas, causando medo e pânico nos mais de 16 mil torcedores presentes. Apesar da grande explosão não houve feridos Segundo matéria do Mídia News: “Os seis responsáveis pela explosão foram identificados ainda durante a partida. Em depoimento, os autores contaram que a bomba foi feita com pólvora de fogos de artifício e que não tinham a intenção de machucar ninguém. Segundo eles, tudo não passava de uma brincadeira. A bomba estava escondida em um isopor que passou de mão em mão até chegar a um dos amigos, que acendeu o estopim com um cigarro. Em seguida, o grupo correu em direção aos portões de saída do Verdão. Todos foram presos, mas soltos em seguida. Após seis anos chegaram a ser condenados pela Justiça a penas que variavam entre dois e três anos. Em 1987, o Supremo Tribunal Federal anulou a condenação do grupo. Um dos argumentos foi o voto do desembargador Onésimo Nunes Rocha, que estava presente no dia jogo. Na opinião dos ministros do STF, Onésimo não estava em condições de julgar com isenção, já que mesmo passados seis anos dos fatos, a explosão ainda era algo marcante em sua vida.”

OPERÁRIO   2   X   0   MIXTO

LOCAL

Estádio Governador José Fragelli, o “Verdão”, em Cuiabá (MT)

CARÁTER

Taça Cuiabá de 1980

DATA

Quarta-feira, do dia 25 de Junho de 1980

PÚBLICO

16.646 pagantes

RENDA

Cr$ 965.300,00

ÁRBITRO

Walquir Pimentel (RJ)

OPERÁRIO  

Brasília; Beleza, Gaguinho, Paulinho e Justino (Caruso); Marco Antônio, Osmar e Dirceu Batista; Ari (Merica), Gerson Lopes (Gilberto Gil depois Genival) e Ivanildo.

MIXTO

Augusto; Gilmar (Silvinho), Miro, Fabinho, e Jairo (Remo); Ademar, Udelson e Tostão; Ideraldo, Bife e Toninho Campos (Elmo).

GOLS

Gerson Lopes aos seis e 13 minutos (Operário), no 1º Tempo.
FONTE: Jornal do Dia e Midia News FOTOS: Magno Jorge – Jornal do Dia