Arquivo do Autor: Eduardo Cacella

A Fusão dos Dois São Cristóvão!!!!

O idealizador principal da fusão dos dois São Cristóvão, não resta dúvida foi o Sr. Rodolpho Maggioli que conseguiu em 13 de fevereiro de 1943 o sonho de todo o Bairro Imperial. Apesar dos insistentes apelos para reunir o outro o Clube de São Cristóvão Imperial – também, não logrou êxito.
Coincidência ou não, os irmãos Maggioli dominavam a Presidência dos Dois São Cristóvão: o Rodopho no SCAC e o Henrique no CRSC. O 1° Presidente do novo Clube: São Cristóvão de Futebol e Regatas, ficou, é claro, sendo com toda razão, o Rodolpho.

Na realidade a Reunião dos Conselheiros dos 2 Clubes foi a 23 de janeiro de 1943 em sessão presidida pelo Sr. Luiz Aranha. Na ocasião foi formada uma comissão para tratar do Estatuto da Fusão. O Conselheiro Bernadino Veloso (do C.R.) solicitou a palavra e disse que nada poderia ser feito sem consulta aos quadros de Associados de ambos. A proposta foi rejeitada por unanimidade e marcou-se uma futura reunião. Tal, aconteceu em data já citada (13-02) e precisamente às 22 horas e 10 minutos nascia o Clube que resiste a tudo até os nossos dias.

Curiosamente a equipe de Futebol se encontrava em excursão no estado de Minas, e, em 15 de fevereiro venceria por 5×3 o Cruzeiro (novo nome do Palestra Itália) em Belo Horizonte, sendo uma estréia auspiciosa para o São Cristóvão de Futebol e Regatas.
As vibrações eram por demais positivas e logo no Primeiro Torneio oficial com o nome de São Cristóvão de Futebol e Regatas, que foi no “Torneio Municipal” fomos Campeões. Foram 9 jogos com 7V lE 1D.

Fonte:Chuva de Glórias,Raymundo Quadros

Draoui , o Garrincha da Argélia!!!!

Allah Yerahmak Ya Draoui Aissa fez bonito jogando pelo JSM Skikda, antes de evoluir no Mouloudia de Argel ao lado de Betrouni, Bachta, Bachi e outros convocados por Mekhloufi para a seleção nacional. Com seu drible, Draoui Aïssa fez vibrar a torcida argelina e encantou as multidões pelos campos afriacanos, a sua carreira é digna de elogios.

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Indicado por Ami Allaoua , o pequeno lutin começou sua carreira em 1968 na equipe profissional do JSM Skikda apesar de ser ainda um jogador das categorias de juniores do clube argelino, ele era a peça mais importante da equipe, deixou o JSMS para o CS Constantine em 1972 com o qual jogou apenas uma partida, para depois se juntar ao Mouloudia de Argel. Jogou pelo clube até 1977. Com o MC Argel, Draoui conquistou um título dos clubes campeões da África em 1976,2 títulos maghrébines de clubes, 2 títulos de campeão da Argélia e 2 Copas da Argélia.

A sua carreira internacional começou sob o comando de Saïd Amara em Maio de 1973, jogou o seu primeiro jogo em uma competicão oficial contra o Uganda e fez a sua estréia como titular em 5 de Julho o 03/06/73 contra o Brasil em um amistoso.
Foi o principal jogador na conquista da medalha de ouro dos Jogos Mediterrâneos de 1975 sob o comando de Rachid Mekhloufi. O seu último jogo internacional foi contra a Tunísia em 28 de Fevereiro de 1977, pela eliminatória do Copa do Mundo da Argentina. Fez 27 partidas pela seleção nacional. De regresso à Skikda em 1977, ainda jogou para o JSMS de maneira regular até a 1981, até que em 1982 se aposentou. Em 1997, uma partida recheada de estrelas foi organizada em sua homenagem no estádio Abdelhamid Bouteldja de Skikda.Jogadores como Dahleb, Madjer, Belloumi e vários ex-jogadores da seleção nacional e ex-companheiros de clubes participaram desta homenagem ao “Garrincha Argelino”, Draoui Aissa.

Autor:Edu Cacella

Campeonato Mineiro,uma breve história até a Segunda Guerra Mundial!!!

Arco e Flexa, um jornalista esportivo de prestígio na primeira década do século, em Belo Horizonte, habituou-se ao gesto romântico de comparecer, à redação algumas horas antes de cada jogo do América. Munido de pena e tinteiro, o cronista preparava um comentário de exaltação ao clube, indife
rente ao fato de o jogo não ter sequer começado. Ele deixava em branco apenas o espaço para colocar os números de mais uma vitória.

Foi assim ao longo de uma década de 1916 a 1925. O América valia-se, naquele despertar do futebol mineiro, dos chutes de João Brito, tão potentes como seriam, mais tarde, os petardos de Nelinho e Éder. Kainço aplicava dribles fatais, Francisco Matos fazia gols como se fossem esculpidos por Aleijadinho e Rato evidentemente tinha a formidável habilidade de “ladrão de bola” .
Como se vê, Arco e Flexa jamais pecaria por falta de inspiração. Suas resenhas projetavam a idéia de um América absoluto, que não temia os adversários. E as vitórias se repetiam. As vezes, é verdade, o resultado era apertado, por um gol. Havia ocasiões, entretanto, em que o time chegava à humilhação. Em 1923, por exemplo, massacrou um certo Yale Atlético Clube por 10 x 0. Foi, de fato, uma fase de ouro.

Em 1925, o insuperável América tornou-se decacampeão e perpetuou uma proeza inédita. E, até hoje, não alcançada por outro clube brasileiro em certames regionais.Quando aconteceu a conquista do decacampeonato, os inimigos já estavam totalmente liquidados. Ao fim da terceira rodada do primeiro turno, Atlético, Palestra, Sete de Setembro, Palmeiras, Calafate e Lusitano decidiram, em conjunto, retirar-se da competição. A Liga Mineira de Desportos Terrestres resolveu, então, declarar o América campeão. A ultima partida do alviverde foi contra o Atlético. Não teve graça: o Galo sofreu urna goleada por 4 x 1. Em 1925, a histórica equipe do América era formada por Salim: Tonico e Souza; Del Nero, Tango e Parruda; Leite. Bolívar Sátyro, Osvaldinho e Gauchinho.
O Atletico Mineiro, contudo, recuperou-se no ano seguinte. Deu o troco ao rival na decisão do campeonato. Mário de Castro, um dos maiores fenômenos do futebol brasileiro de todos os tempos, surgia para construir uma fugaz e fulminante carreira. Fez sua estréia na decisão de 1926 e impediu o 11° título consecutivo do América. Na goleada de 6 x 3, ele assinalou três gols. E virou ídolo. Mário de Castro foi um astro do mesmo nivel de Tostão. Mas bem menos responsável: estudante de Medicina, jogava quando queria e às vezes entrava em campo bêbado. Nunca se sabia quando era possível contar com ele. Nem gostava de futebol: preferia o basquete. Movido pelo espírito amador da época, Mário de Castro teve uma carreira curta. Em cinco anos de 1926 a 1931 realizou 100 jogos pelo Atlético e atingiu a extraordinária marca de 185 gols. Até hoje, em Minas, só está atrás de Reinaldo(310), Tostão(276), Dirceu Lopes(201)e Dario (190) .
Relativamente, o velho Mário de Castro é o maior goleador mineiro de todos os tempos. “Não me lembro de ter ficado uma partida sem fazer um gol. ” Quem viu. não se esquece jamais. E conta: ele costumava driblar defesas inteiras antes de acertar as rides. Seus gols saíam sempre no segundo tempo. Em 1929, foi convocado para a Seleção Brasileira. Em vez de correr, eufórico, para a apresentação, quis antes saber se seria titular. A preferência, no entanto, era por Carvalho Leite, do Botafogo. E Mário nem viajou.
Os dirigentes do Atlético ficaram aborrecidos. Para eles, tudo não passava de uma “carïocada” . E desafiaram o Botafogo para um jogo.
Seria a oportunidade de colocar os dois jogadores frente a frente. Não deu outra: Atlético 3 x Botafogo 0, com três gois de Mário de Castro marcados no segundo tempo.
Sua despedida do futebol foi dramática. Em 1931, na decisão do certame, o Atlético jogou com o Villa Nova. Logo de inicio, perdia por 3 x 0. Visivelmente de ressaca, Mário perambulava pelo gramado, sob vaias. No intervalo, vomitou, molhou a cabeça e voltou pisando firme. Fez quatra gols, além de um quinto, anulado pelo juiz. Com a virada, o clima ficou pesado e perigoso. Num lance premeditado, Mário chutou a bola para fora do estádio e iniciou uma fuga pelos vestiários. Houve confusão, briga e tiros de um diretor do Galo matou um torcedor, que o atacara armado de faca. O ídolo ficou contrariado e não quis mais saber de futebol. Como Tostão, trocou a bola por um consultório.

A essa altura, o outrora terrível América não assustava ninguem.O clube não resistiu as mudanças que, aos poucos, eram introduzidas no futebol mineiro. A partir de 1926, os primeiros sinais de profissionalismo já eram nítidos. Embora tivesse inaugurado o profissionalismo marrom em Minas Gerais, o alviverde passou a condenar sua prática mais aberta. E parou no tempo: em 1933, quando acabou o amadorismo, os grandes clubes eram Atlético, Palestra Itália (nome do Cruzei¬ro até 1942) e Villa Nova.O América queixou-se em vão. Em sinal de protesto, trocou até sua tradicional cor verde pela vermelha nas camisas e na bandeira. O alviverde só reapareceu em 1947, um ano antes de seu primeiro título do ciclo profissional.
Sem moralismo, o Palestra aderiu ao profissionalismo marrom em 1928. Para impedir o tricampeonato atleticano (bi em 1927), vasculhou o mercado paulista e contratou jogadores como Morganti, Arnaldo,
Osto, Gutiérrez e Morgantinho. Assim, ficou mais fácil. E a equipe da colônia italiana de Belo Horizonte chegou ao primeiro tricampeonato, em 1930.
De todo o modo, o tri foi conquistado sobretudo graças, a um dos gênios do futebol brasileiro de todos os tempos: Nigínho. Ele despontou ainda adolescente e tinha boa procedência: vinha da família Fantoni, que sempre fornecera craques ao Palestra.Fernando, Nininho, Ninão(artilheiro de 1928), Orlando e Benito torciam pelo rapaz por uma simples razão. Ele era o melhor de todos.

Linídio Fantoni, o Niginho, permaneceu apenas três anos no Palestra. Aos 20 anos, transferiu-se para o Lazio, da Itália, no qual já estavam Nininho e Ninão. Tudo ia bem até que ele se recusou a lutar na guerra contra a Abissínia e teve de retomar ao Brasil. Em 1940, seus gols evitaram que o Palestra entrasse no décimo ano sem título.
Com a Segunda Guerra Mundial, os italianos que viviam no Brasil ficaram em situação difícil. Em Belo Horizonte, eles mudaram nomes de casas comerciais e clubes. Em 1942, quando o Brasil declarou guerra à Alemanha e à Itália, o presidente do Palestra, Enes Ciro Poni, tomou uma decisão pessoal. E o Palestra virou Ypiranga. Com esse nome, aliás, o time fez apenas um jogo e perdeu para o Atlético por 2 x 0. Dez dias depois, a diretoria convocou unia reunião em repúdio à atitude solitária de Poni. E resolveu que o clube se chamaria definitivamente Cruzeiro.

Fonte:Placar

AMISTOSOS NACIONAIS

1930
AMISTOSOS

19.07.1930 GRÊMIO F. B. P. A. 01 X 01 G. E. BRASIL
27.07.1930 G. E. BRASIL 03 X 02 GRÊMIO F. B. P. A.
17.08.1930 GRÊMIO F. B. P. A. 05 X 01 G. E. BRASIL

GRÊMIO FOOT-BALL PORTOALEGRENSE 1 X 1 GRÊMIO ESPORTIVO BRASIL

Dia: 19.07.1930 ( Sábado )
Estádio:
Cidade: Porto Alegre ( RS )
Arbitragem:
Gols:
GRÊMIO:
BRASIL:

GRÊMIO ESPORTIVO BRASIL 3 X 2 GRÊMIO FOOT-BALL PORTOALEGRENSE

Dia: 27.07.1930 ( Domingo )
Estádio: Nossa Senhora Aparecida
Cidade: Pelotas ( RS )
Arbitragem: Santiago Talavera.
Gols: Foguinho ( Grêmio ), Solferino ( bicicleta ) ( BRASIL ), Nenê ( Grêmio ), Teotônio ( BRASIL ) e Dirceu ( BRASIL ) no 2º Tempo.
BRASIL: Osório; Gradim e João da Cruz; Mortosa, Fruto e Nalério; Zequinha, Solferino, Teotônio, Dirceu e Ivo. Téc.:
GRÊMIO: Lara; Dario e Sardinha; Macarrão, Poroto e Russo; Jawel, Coró, Luíz Luz, Foguinho e Nenê. Téc.:

GRÊMIO FOOT-BALL PORTOALEGRENSE 5 X 1 GRÊMIO ESPORTIVO BRASIL

Dia: 17.08.1930 ( Domingo )
Estádio:
Cidade: Porto Alegre ( RS )
Arbitragem:
Gols:
GRÊMIO:
BRASIL: Osório; Gradim e João da Cruz; Mortosa, Fruto e Nalério; Duarte ( Zequinha ), Solferino, Teotônio, Dirceu e Ivo. Téc.:

1937
AMISTOSO

10.06.1937 G. E. BRASIL 00 X 01 GRÊMIO F. B. P. A.

GRÊMIO ESPORTIVO BRASIL 0 X 1 GRÊMIO FOOT-BALL PORTOALEGRENSE

Dia: 10.06.1937 ( Quinta Feira )
Horário:
Estádio: Nossa Senhora Aparecida
Cidade: Pelotas ( RS )
Arbitragem: Francisco Corrêa de Azevedo.
Gols: Casaca aos 29’ do 1º Tempo.
BRASIL: Chiquinho; João da Cruz e Lamas; Carioca, Colher e Nélson Garcia; Jesus, Lauro ( Tavares ), Teotônio, Tatão e Balbuena. Téc.: Teotônio Ferreira Soares.
GRÊMIO: Edmundo; Dario e Luíz Luz; Russo, Bavú e Noronha; Laci, Vanário, Toreli, Mancuso ( Mário ) e Casaca. Téc.: Telêmaco Frazão de Lima.

Autor:Izan Muller

Memórias do Futebol Acreano

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Atlético Acreano, 1973. Em pé, da esquerda para a direita: Belo, Carlão, Tidal, Niltinho, Pitu, Carlinhos e Roberto Araújo (técnico). Agachados: Bené, Bidu, Bolinha, Santiago e Nirval

Cabelos embranquecidos precocemente, o senhor esguio que sobe todos os dias as escadas da Assembléia Legislativa para cumprir mais um mandato dos muitos que lhes foram outorgados pelo povo, apesar de há muito afastado dos campos de futebol, mantém o corpo em forma, como se quisesse mostrar que a qualquer momento poderá voltar a chutar uma bola.
José Elson Santiago de Melo, o volante conhecido por Santiago, natural de Cruzeiro do Sul, começou a carreira de futebolista em 1971, aos 18 anos, no Internacional do Ipase, comandado pelo saudoso professor Gadelha. De futebol elegante, apesar de jogar numa posição que exige disposição para a destruição das jogadas, ele foi eleito logo de cara a revelação do campeonato acreano.
O resultado do ótimo desempenho tornou o Internacional pequeno para Santiago e no ano seguinte ele mudou de casa, migrando para o Atlético Acreano, onde permaneceu por quatro temporadas. “Foi uma boa fase da minha carreira, de muito aprendizado, principalmente porque eu pude atuar ao lado de jogadores consagrados como Tidal, Vale e Bolinha”, diz o ex-craque.
De 1976 a 1979, Santiago defendeu as cores do Independência, mais uma vez ao lado de grandes nomes do futebol local. “Teve um ano que o nosso time era formado por Ilzomar; Belo, Deca, Chiquinho e Henrique; eu, Valdir Silva e Saúba; Tonho, Rui e Laureano. Um timaço para ninguém botar defeito, desses de dar espetáculo e fazer a alegria da galera”, afirma animado.
Em 1980, ano em que casou com D. Zilá, Santiago parou de correr atrás da bola. Mas não se afastou totalmente do esporte e foi ser dirigente da Federação Acreana de Futebol de Salão, onde permaneceu por 8 anos. Depois disso, mais um cargo no futebol: diretor do Departamento de Arbitragem da Federação Acreana de Desportos. “Mas esse foi por pouco tempo”, informa.

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Independência, 1978. Em pé, da esquerda para a direita: Ilzomar, Deca, Belo, Santiago, Chiquinho, Henrique e Ronivon (técnico). Agachados: Valdir Silva, Rui, Laureano, Saúba e Tonho

Os melhores dos anos 70 e 80

Santiago diz ser quase impossível escalar uma seleção dos melhores jogadores da sua época sem cometer injustiças. “Naquele tempo nós tínhamos inúmeros craques, gente de talento, que botava a bola onde queria. Então eu prefiro não escalar. Mas posso citar alguns, por posição”, explica.

Goleiros: Espanhol e Zé Augusto.
Laterais: Mauro e Antônio Maria.
Zagueiros: Neórico, Palheta, Deca e Chiquinho.
Meio-campistas: Emílson, Tadeu, Dadão, Said, Carlinhos Bonamigo e Mariceudo.
Atacantes: Bico-Bico, João Carneiro, Julião, Guedes, Elízio, Danilo Galo.
O melhor técnico? A essa indagação Santiago responde sem precisar pensar muito: Walter Félix de Souza, o Té. “Pela sua dedicação, pelo conhecimento de causa e pelo longo tempo em que dirigiu clubes no Acre. Juventus, Atlético Acreano e Independência, todos em algum momento passaram pelas suas mãos competentes”, diz.


Zagueiros viris e o melhor marcador

Diplomata, como somente um político profissional e de tantos mandatos conquistados sabe ser, Santiago se recusa a citar os nomes dos jogadores mais desleais que teve que enfrentar.
“Os jogadores de antigamente visavam muito a bola. Isso fazia com que o jogo fluísse com desenvoltura e sem muitas agressões. Então, eu não posso dizer que existia gente desleal. O que eu acho é que tinha atleta que fazia da virilidade a sua maior arma. São os casos do Stélio, que jogava no Rio Branco, e do Carlito Viegas, que defendia o Vasco. Quanto ao melhor marcador, no meu ponto de vista esse se chamava Deca. Passar por esse homem era muito difícil”, explica em tom didático.

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Santiago, Garrincha e Ronivon, jogo festivo em 1973

O presente e o passado do futebol acreano

Formado em Educação Física, o ex-craque José Élson Santiago de Melo compara com conhecimento de causa o futebol acreano do passado e do presente.
“Eu diria que no passado o nosso futebol era muito mais bonito, bem melhor disputado, com os craques surgindo a cada temporada. Muitos jogadores daquela época, hoje teriam vaga em qualquer clube do país. Nós jogávamos por amor à camisa. A torcida lotava o estádio, com charangas, bandeiras e isso tornava os espetáculos extremamente motivados. Tudo isso não se vê mais hoje em dia, o que é uma pena”, conclui.

Fonte:Memorial do Craque-AC

Copa de 1930, a disputa!!!!

Mal fora aprovada a proposta uruguaia, o governo do presidente Cimpistegui convocou a equipe responsável pela construção daquele que, segundo os uruguaios, seria o maior estádio do mundo. As ambições eram grandiosas, estimadas em mais de um milhão de pesos. Em oito meses atravessando a estação chuvosa projetou-se um colosso capaz de conter oitenta mil torcedores. Se chamaria Centenário, em homenagem à data que se comemorava no país. Enquanto trabalhadores uruguaios revezavam-se dia e noite para cumprir o cronograma das obras exigido pela estréia da competição, programada para 13 de julho, os preparativos para o embarque dos europeus chegavam ao fim. O navio Conte Verde – le bateau du footbull – zarpou de Gênova com a delegação romena.

No caminho, foram incorporados os belgas e os franceses. Também subiu a bordo Jules Rimet, zelando por sua pequena estatueta, a “Deusa das Asas de Ouro”, rumo à fase final de uma epopéia que fora idealizada há tantos anos, entre viagens, conferências e acordos. Dirigentes à parte, para a grande maioria a bordo do Conte Verde, esta seria a primeira viagem de navio. Foram quinze dias de banhos de piscina, tênis de mesa, cinema, carteado e, por vezes, exercícios físicos. Os iugoslavos, por sua vez, viajaram em separado em uma embarcação ainda mais confortável. Ao final da Copa, afirmou-se que os excessos nas noitadas a bordo teriam minado a capacidade da seleção iugoslava. Quase três semanas depois de deixar a Europa, tendo recolhido a seleção brasileira no Rio de Janeiro, o Conte Verde atracou em Montevidéu. Um espetáculo indescritível aguardava os enfastiados jogadores. Centenas de bandeirolas com as cores da França, Iugoslávia, Romênia e Bélgica tremulavam nas mãos da massa humana que aguardava, ansiosa, o desembarque.

Enquanto tudo parecia sair ainda melhor que o esperado, os organizadores do Mundial se viram diante do primeiro contratempo mais sério. Apesar de todo o empenho, o governo uruguaio anunciava que o Estádio Centenário ainda não estava em condições de inaugurar a competição. Alegava-se que os treze meses anteriores de chuva haviam comprometido o ritmo das obras, o que causaria um atraso de alguns dias para a inauguração. Como era impossível adiar todo o cronograma, a saída foi dar início ao campeonato assim mesmo. Na data marcada. 13 de julho, dois jogos foram realizados, ambos com um público muito modesto. No Estádio do Nacional F.C, a França entrou em campo para enfrentar o México, com vitória dos franceses por 4X I . Do outro lado da cidade, em Pocitos, no estádio do Penarol, os Estados Unidos venciam a Bélgica por 3X0.

Apenas no dia 18 o Estádio Centenário pôde, finalmente, ser aberto ao público. E não sem problemas. A massa, ansiosa, praticamente passou por cima dos policiais e até mesmo as bilheterias foram assaltadas. Como o dia da inauguração coincidia com a estréia da seleção uruguaia e com a data histórica da independência do país, comentaristas internacionais foram implacáveis com o governo de Cimpistegui, acusando-o de manobrar o atraso das obras para valorizar as festividades em torno da comemoração nacional. Certos ou errados, a verdade é que a seleção uruguaia entrou em campo sob os aplausos de 70.000 torcedores, divididos nas tribunas denominadas Colombes e Amsterdã, referência às vitórias olímpicas. Vivia-se um marco. Nunca na América uma partida de futebol havia sido contemplada por um público tão grandioso. Vencendo os peruanos, os uruguaios superavam seu primeiro desafio. Apesar do placar diminuto um simples 1 XO , a torcida acreditava muito no potencial da Celeste Olímpica e expectativas cresciam a cada dia. Aos olhos desta, parecia que apenas a seleção argentina podia ser uma adversária à altura, já que as lembranças da final dos Jogos Olímpicos de 1928 ainda estavam bem vivas e por pouco não levaram a Argentina a boicotar o Mundial. Um dos destaques da seleção uruguaia vinha sendo o médio Andrade, cérebro do time no bicampeonato olímpico, primeiro jogador negro a brilhar em uma Copa do Mundo.

Em Pocitos, quando estrearam contra a França, os argentinos sentiram a pressão da torcida local, que conclamava os franceses à vitória como se torcessem para a própria Celeste. Em um dos jogos mais conturbados do Mundial, o embate entre França e Argentina ficaria marcado pelo descuido do árbitro e dirigente brasileiro Gilberto Pereira Rego. Ele chegou a dar por encerrada a partida com 84 minutos de jogo, exatamente no momento em que os franceses, com um jogador expulso, lançavam-se perigosamente sobre o gol argentino, tentando empatar um jogo em que perdiam por 2X1. Mesmo com o reinicio da partida, após muitas confusões no gramado, a sorte não virou para o lado dos franceses, mantendo-se o placar favorável aos argentinos até o apito final. Perdido o jogo. sobravam em compensação as palavras e gestos de apoio por parte dos torcedores uruguaios. Aclamados pela garra em campo, alguns franceses chegaram a ser carregados nos ombros como vencedores. Na perspectiva da garra charrua, marca indelével do futebol uruguaio, talvez fossem vistos como vitoriosos de fato.

Viriam os momentos decisivos da competição e as expectativas da torcida uruguaia pareciam se confirmar. Na primeira semifinal, no dia 26 de julho, Argentina e Estados Unidos fizeram um jogo que não demonstrava ser capaz de muitas surpresas. Os torcedores argentinos acreditavam tanto na vitória que “invadiram” Montevidéu em embarcações fretadas especialmente para a partida. Apesar de contar com jogadores escoceses naturalizados, para os observadores mais realistas a seleção estadunidense não parecia ser uma adversária à altura dos argentinos. Em campo, Stabille e Monti comandaram a goleada argentina por 6X 1, com a maioria dos gols marcados no segundo tempo. O árbitro da partida, o famoso belga Jan Langenus, que registraria suas impressões sobre a Primeira Copa do Mundo em um livro de reminiscências, ficou deslumbrado com a atuação argentina, chegando a considerá-la simplesmente a apoteose da perfeição em campo.

No dia seguinte, no Centenário, uma nova goleada incendiaria o Mundial. Era a hora de o Uruguai enfrentar a Iugoslávia diante de mais de cem mil espectadores. Enquanto o mercado negro funcionava a pleno vapor vendendo ingressos que deveriam estar nas bilheterias, Montevidéu parava para a partida que poderia levar a Celeste Olímpica à final. Em uma atuação polêmica, mais uma vez a arbitragem roubou a cena, favorecendo os uruguaios ao anular um gol iugoslavo, além de uma série de outros lances tidos como duvidosos. Ao final, o Uruguai alcançaria o mesmo placar obtido no dia anterior pela Argentina: 6X1. Como não havia sido prevista decisão do terceiro lugar, norte-americanos e iugoslavos acabaram dividindo a colocação.

O anticlímax da Final não poderia ser mais emocionante. Argentina e Uruguai de fato tinham se mostrado as melhores equipes da competição. De longa data, já se anunciava a feroz rivalidade, forjada nos muitos embates travados em terras sul-americanas e européias. Os torcedores argentinos saíam do Prata ao coro de Argentina si, Uruguay no! Victoria o muerte!, chegando aos milhares em Montevidéu. Em meio à euforia e à desorganização, muitos barcos ficaram encalhados no meio do caminho. Isso sem falar nos tantos argentinos que ficaram fora do estádio, já que a cota de ingressos destinada a eles não era suficiente para todas. Para as autoridades uruguaias, os problemas multiplicavam-se a todo instante, tornando o que deveria ser a final dos sonhos em uma grande preocupação.
A imprensa alimentava um verdadeiro clima de guerra. Discutia-se até em relação à bola a ser utilizada na Final. A delegação argentina exigiu segurança especial, garantida pela polícia montada, enquanto Jan Langenus, árbitro designado para o jogo, tomou providências especiais, temendo por sua própria segurança e dos auxiliares. Até mesmo as bilheterias foram reforçadas com grades, visando assegurar o “bem-estar da renda”. Na véspera da partida, o famoso cantor Carlos Gardel, entusiasta do futebol, apareceu na concentração dos uruguaios, onde chegou a apresentar-se para os jogadores. Como sua mãe era uruguaia, Gardel decidiu prestar uma homenagem à Celeste. Algumas horas mais tarde, foi a vez de visitar a seleção argentina, sendo recepcionado com menos entusiasmo pelos argentinos, um tanto quanto enciumados por não terem sido os únicos a receberem as congratulações do cantor.

Chegada a hora da decisão, o Estádio Centenário parecia explodir em vibração. Apesar da torcida uruguaia, o time da casa não começou tão bem quanto se esperava: abrindo o marcador aos doze minutos com Pablo Dorado, o Uruguai mal teve tempo de respirar, pois os argentinos empataram logo em seguida. Alguns minutos depois viria a virada argentina nos pés de Stabille, consagrado artilheiro da Copa, silenciando por completo as tribunas do Centenário. Iniciado o segundo tempo, os uruguaios demoraram um pouco para reagir de fato. Aos dez minutos que, para a torcida, pareciam uma eternidade, foi consumado o gol de empate. Ganhando confiança e impondo seu jogo, o Uruguai marcou mais dois gols com Iriarte e Castro, liquidando a fatura e sagrando-se o primeiro campeão da História da Copa do Mundo.
A torcida presente no Centenário delirou e muitos se julgavam tricampeões, pois já vinham contabilizando as vitórias olímpicas. Ao som dos apitos e sirenes que ressoavam no porto, Jules Rimet entregou o troféu ao capitão uruguaio, enquanto o presidente Cimpisgueti decretou que o dia seguinte seria feriado nacional. Nas ruas, entretanto, muitos distúrbios envolveram os torcedores rivais, com insultos e brigas marcando a despedida dos argentinos de Montevidéu. Atritos continuaram nas fronteiras por mais alguns dias e até mesmo a Embaixada do Uruguai em Buenos Aires chegou a ser apedrejada. O Mundial estava lançado. A esta altura, poucos ousariam duvidar do poder do jogo.

Fonte:Gilberto Agostino

NEWS:Fla, Bota e Flu já levaram quase 2 milhões de torcedores aos estádios em 2008


Com exceção do Vasco, cariocas ocupam primeiras posições no ranking de público pagante. Fla também lidera média por jogo, seguido pelo Cruzeiro

Nas arquibancadas, as torcidas de Fla, Flu, Bota e São Paulo estão fazendo um espetáculo à parte
Não é só dentro de campo que o futebol do Rio de Janeiro tem demonstrado a sua força. As torcidas cariocas também estão fazendo bonito nas arquibancadas em 2008. Juntos, Flamengo, Botafogo e Fluminense arrastaram verdadeiras multidões aos estádios neste primeiro semestre: quase 2 milhões de pessoas. No ranking de maiores públicos pagantes, estes três times ocupam as primeiras colocações. A única equipe carioca que destoa destes números é o Vasco, que teve apoio de 321.160 pessoas no total e tem média de 13.382 torcedores por jogo.
O São Paulo ocupa a quarta colocação no ranking geral, com 428.777 torcedores. O Corinthians está apenas na sexta colocação geral, mas se destaca pela regularidade de seu torcedores. A média de público por jogo do clube alvinegro é de 26.166 pessoas, menor apenas que a do Flamengo (28.297) e Cruzeiro (26.707). Palmeiras e Santos ocupam posições modestas no ranking geral (8º e 17º, respectivamente).
A boa campanha do Sport na Copa do Brasil tem sido justificada pela força do time em Pernambuco. Os números comprovam que não tem faltado apoio dos fanáticos rubro-negros nos estádios: 376.082 pessoas já compareceram ao caldeirão rubro-negro este ano. O Cruzeiro, líder atual do Brasileirão, tem a segunda melhor média de público no ano (23.393 pagantes) e ocupa a quinta colocação no ranking geral tendo levado 427.313 torcedores ao Mineirão.

torcidômetro do globoesporte.com
Posição Time Estado Total de público Média de público Maior público da equipe no ano
1º Flamengo RJ 735.732 29.429 78.830 – Flamengo x Botafogo -24/02
2º Botafogo RJ 656.083 24.299 78.830 – Flamengo x Botafogo -24/02
3º Fluminense RJ 588.474 23.539 68.191 – Fluminense x São Paulo – 21/05
4º São Paulo SP 428.777 21.439

61.693 – São Paulo x Fluminense – 14/05
5º Cruzeiro MG 427.313 26.707 61.471 – Cruzeiro x Boca Juniors – 07/05
6º Corinthians SP 418.657 26.166 61.752 – Corinthians x Botafogo – 28/05
7º Sport PE 376.082 19.794 34.201 – Sport x Vasco – 21/05
8º Palmeiras SP 339.779 19.987 28.422 – Palmeiras x São Paulo – 16/03
9º Vasco RJ 321.160 13.382 56.806 – Vasco x Flamengo – 17/02
10º Atlético MG 318.050 24.465 50.912 – Atlético-MG x Cruzeiro – 09/03
11º Internacional RS 303.632 23.356 38.283 – Inter x Paraná – 23/04
12º Coritiba PR 252.049 13.266 33.432 – Coritiba x Palmeiras – 11/05
13º Atlético PR 250.121 13.164 19.844 – Atlético-PR x São Paulo – 18/05
14º Grêmio RS 233.840 19.487 38.564 – Grêmio x Flamengo – 18/05
15º Náutico PE 202.260 13.484 25.149 – Náutico x Atlético-MG – 23/04
16º Vitória BA 175.593 9.242 31.872 – Vitória x Bahia – 20/04
17º Santos SP 143.832 8.990 19.539 – Santos x América-MEX – 22/05
18º Paraná PR 128.439 6.760 12.062 – Paraná x Atlético-PR – 16/03
19º Santa Cruz PE 117.801 9.817 12.938 – Santa Cruz x Vera Cruz – 27/01
20º Bahia BA 108.160 6.009 31.872 – Vitória x Bahia – 20/04

Observações:

1) Os números apresentados não se baseiam na média e total de público presente. Todos os dados fazem referência somente ao público pagante nos estádios; 2) São considerados apenas os públicos em que os times são os mandantes da partida. Público visitante não entra nos cálculos; 3) Em caso de clássicos entre os chamados “times grandes” do mesmo estado, não há distinção entre público mandante e visitante.

Fonte:Rafael Cardoso Do GLOBOESPORTE.COM, no Rio de Janeiro

31 de março, uma data histórica para o Esporte Clube Itaúna

No dia do Golpe Militar de 64, Itaúna também sofreria um forte golpe

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Equipe profissional do ECI na década de 60: por pouco não acessou a primeira divisão.

Em 31/03/2008 comemoramos 44 anos da data mais importante, até então, na história do Esporte Clube Itaúna. Aquela seria também uma data histórica para o país: 31 de março de 1964. Naquele dia, os militares tomaram o poder no país, através de um golpe militar que durou 20 anos.

E numa noite sombria de quarta-feira, com o país já vivendo um pleno estado de sítio, a equipe profissional do Esporte Clube Itaúna disputaria em Belo Horizonte a terceira partida da final do campeonato mineiro, buscando acesso à primeira divisão mineira. A disputa foi contra a forte e tradicional equipe do Nacional de Uberaba.

Depois de vencer a primeira partida das finais em Itaúna por 1×0 (gol de Argeu), os itaunense foram derrotados na segunda em Uberaba, por 3×1. A decisão final ficaria para a terceira partida, disputada no então estádio do Cruzeiro, no Barro Preto, em Belo Horizonte, naquela data histórica para o país, dia 31/03/1964.

No dia do golpe militar, coincidentemente, a equipe itaunense estava sob os comandos de um militar, o major Ruy. A expectativa de subir ao módulo I levou diversos torcedores da cidade à capital. A disputa futebolística foi intensa entre as duas agremiações. Porém, o Esporte Clube Itaúna que vencia por 1×0, deixou que o Nacional virasse o placar para 2×1, já no final do segundo tempo. Naquela época, somente uma equipe obteria acesso à primeira divisão. E com aquela derrota, o Itaúna continuou na segunda divisão, para, três anos mais tarde, dar baixa definitiva de seu quadro profissional junto à FMF, disputando somente as categorias de base.

Os itaunenses voltariam a disputar o campeonato mineiro profissional somente, 43 anos depois, quando, em 2007 conseguiu acesso da segunda divisão ao módulo II da primeira divisão, ao ser o segundo colocado da competição.

É importante ressaltar que, após ficar mais de 40 anos sem participar de competições com sua equipe principal, o Itaúna tem obtido neste módulo II (2008) um dos rendimentos mais destacados da competição. Com uma equipe e um plantel montados em tempo recorde, os itaunenses têm enfrentado de igual para igual, algumas das maiores e mais tradicionais equipes do futebol mineiro, as quais estão, já por décadas, entre os módulos I e II do campeonato estadual.

Com a implantação da equipe profissional em 2007, o Cachorrão espera, em breve, buscar o acesso à primeira divisão estadual, estancando esta data fatídica ao país e ao futebol de Itaúna – que até hoje é lembrada com muita emoção por torcedores e ex-atletas do ECI.

Autor:Pepe Chaves é colaborador do ECI e editor do jornal Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br).