Arquivo do Autor: Diogo Henrique Luz

Campeonato Acreano de Futebol 2009

[img:fed_ac_1_.gif,full,alinhar_esq_caixa] Estadual 2009 começa no dia 1º de março

Não se fala em outra coisa! O Campeonato Acreano de 2009 está dando o que falar antes mesmo de começar. Podendo ter a participação de 12 equipes. Umas das motivações é que o campeão ou vice (se o Rio Branco for o campeão) vai representar o Acre na Série D. Porém, a maior preocupação é em relação aos estádios que vão receber os jogos.
Na reunião na sede da Federação de Futebol do Acre (FFAC), ficou definido os primeiros detalhes para a realização do Campeonato Acreano 2009. A previsão é de que o torneio comece no dia 1º de março e termine no dia 10 de maio.
Representantes de nove clubes estiveram presentes. Os dirigentes do Náuas (Cruzeiro do Sul) não compareceram, mas já confirmaram presença na próxima reunião, que está programada para o dia 25 (terça-feira) deste mês.

A volta do Morcego
Vários representantes do Andirá estiveram presentes e confirmaram a volta do Morcego ao futebol profissional. A meta é formar um time para brigar pelas primeiras posições.

Dois novos clubes
Dois novos clubes já manifestaram interesse em participar do Estadual: Cruzeiro do Sul FC e Acre FC. Os dirigentes do time do Vale do Juruá terão que comparecer na próxima reunião, assim como os cartolas da equipe da capital.
Finalmente teremos um campeonato com semifinais e final em cada turno, o que o torna mais atrativo. Sem dúvida, vamos ter bons públicos em 2009. Já imaginou uma grande final entre Juventus e Rio Branco na Arena?
O que, sinceramente, não dá pra entender é o que os times do Vale do Juruá estão fazendo. Vão participar e jogar apenas na capital, u seja, não vão jogar em casa. Um absurdo! Está certo que são muitos gastos. Mas se os times irem em busca de patrocínios e terem uma boa renda nos jogos, certamente dá de jogar em Mâncio Lima.

Acre Futebol Clube
Desde o ano passado, empresários ameaçaram colocar o Acre FC no Estadual, mas até agora os cartolas não compareceram a Federação. Segundo o presidente da FFAC, Antônio Aquino, o clube já está profissionalizado, mas até agora os dirigentes não se manifestaram.

Sena Madureira
No Programa Lance Esportivo, da Rádio Difusora Acreana, um dirigente de Sena Madureira confirmou o interesse da cidade em ter um representante no futebol profissional.

Convênio
Para a alegria e o alívio dos clubes, o Governo do Estado confirmou que o convênio assinado no ano de 2008 será mantido, sem possibilidades de cancelamento ou de aumento.

Cruzeiro do Sul
A diretoria do Cruzeiro do Sul FC compareceu a reunião e já entregou todos os documentos necessários para o departamento técnico da FFAC.

Surpresa!
A grande surpresa ficou por conta da filiação do Amazônia Futebol Clube, representante o município do Bujari. O novo clube acreano também já entregou as documentações, mas a participação de ambos dependem da aprovação dos outros times.

Fórmula
Na reunião também ficou definida a forma de disputa do Estadual. Os 12 times serão divididos em dois grupos de seis equipes cada: Grupo A (Rio Branco, Plácido de Castro, Indepedência, Vasco, Atlético Acreano e Cruzeiro do Sul) e Grupo B (Juventus, Náuas, Adesg, São Francisco, Andirá e Amazônia).
No total, serão 7 times da capital e 5 do interior. Os dois primeiros colocados de cada chave se classificam para as semifinais, e depois a final. Os últimos colocados de cada grupo não vão participar do returno, ficando assim, 10 equipes (cinco em cada chave).
Ficou decidido que as equipes do Cruzeiro do Sul FC e do Amazônia FC só entrarão juntas no torneio. Caso uma das duas não seja aprovada, a outra também não vai participar da competição.

Estádios
A maior dúvida na reunião foi em relação aos estádios que os jogos serão disputados. Segundo o presidente da Federação de Futebol do Acre (FFAC), Antônio Aquino Lopes, o deputado Fernando Melo conseguiu a liberação de R$ 2 milhões em uma emenda para terminar a obra do Estádio da Federação.
O único estádio que tem condições de receber partidas é o Arena da Floresta, que tem um alto custo para sua utilização. O Estádio Naborzão (Senador Guiomard) e o José de Melo não foram descartados.
Até o momento, apenas a Arena da Floresta está apto a receber competições. O Naborzão e o José de Melo estão com suas estruturas castigadas. E outra solução pode ser o Estádio Antônio Aquino (Federação). O presidente da FFAC, Antônio Aquino, garantiu que o deputado Fernando Melo conseguiu R$ 2 milhões em uma emenda para o término da obra.
O presidente da FFAC, Antônio Aquino, garantiu que está fazendo de tudo para que o Estádio da Federação (Tonicão) esteja apto a receber jogos. Mas, o cartola não prometeu nada, e deixou bem claro que será uma tarefa bastante difícil.

Fonte: Acre Esportivo

A história do Carrossel Holandes – Mais uma vez o melhor não venceu!!!

A Seleção Holandesa de 1974 revolucionou a maneira de jogar futebol: Criou o futebol 100%

O COMEÇO DE TUDO

Desde a famosa seleção húngara de 1954 que a Europa não produzia uma equipe como aquela – lá se iam 20 anos de futebol. Nem mesmo a bela seleção francesa de 1958 podia ser comparada a ela. E vinha de um pequeno país sem tradição no mundo seleto e exigente do esporte – a Holanda. Tão bom era o time que, mesmo sem conquistar o título da Copa de 1974, na Alemanha Ocidental, entrou para a história como o Carrossel Holandês, que mudou muitas das concepções do jogo até aquela data e abriu novos caminhos para o espetáculo do futebol.

Na verdade, não foi a seleção da Holanda que começou a chamar a atenção da crônica européia, mas o time do Ajax, que na época já era tricampeão de clubes, sendo que no último título com uma eloqüente goleada sobre o Bayern Munich. O Ajax era a base da seleção holandesa; o Bayern era a base da seleção alemã. Muitos cronistas viram com perspicácia que ali podia estar o prenúncio do que seria a final da Copa de 1974. O Ajax tinha um jogador que a unanimidade daqueles cronistas considerava o novo fenômeno do futebol – Johan Cruyff. Sabia fazer de tudo, era uma espécie de homem-equipe. Tinha, também, um treinador chamado Rinus Michels, inteligente, sofisticado e ambicioso, que sonhava em revolucionar o futebol. Michels tinha em mãos, na seleção, um material capaz de ajudá-lo a realizar seus desígnios: Jongbloed, goleiro enorme, de meter medo nos atacantes; Suurbier, na época o melhor lateral-direito da Europa; Krol, zagueiro admirável em qualquer época; Van Hanegen e Neeskens, incansáveis no trabalho de ligação entre a defesa e ataque; na frente, dois pontas velozes e hábeis, Rep e Resenbrink; e no meio deles, Cruyff.

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A Laranja Mecânica, conhecida também como o Carrossel Holandês, da esquerda para a direita: Neeskens, Krol, Van Hanegen, Jansen, Suurbier, Rep, Rijsbergen, Resenbrink, Haan, Jongbloed e Cruyff

Por quê uma seleção de futebol de um país que ocupa pouquíssimo espaço no globo terrestre, que teve duas participações totalmente insignificantes nas Copas de 1934 (derrotada pela Suécia por 3 a 2 no único jogo) e 1938 (também derrotada, pela Tchecoslováquia, por 3 a 0) e sem a menor tradição no mundo futebolístico de repente é seríssima candidata ao título mundial na Copa de 1974 disputada na Alemanha? O período que antecede esta Copa mostra que as coisas não foram assim tão de repente. No intervalo entre a Copa do México em 70, e a Copa da Alemanha em 74, muitas águas passaram pelos moinhos e pontes holandesas. As seleções e times europeus estavam numa fase excelente, enquanto o Brasil ia perdendo seus craques após a conquista do tricampeonato no México.

Logo após a Copa do México em 1970, a Polônia revelava uma seleção muito forte, campeã olímpica de 1972 em Munique. Um futebol força com excelente qualidade de movimentação de bola. O Bayern Munique da Alemanha, Feyenoord de Rotterdam e Ajax de Amsterdam foram colecionadores de títulos na década de 70. Correndo por fora estavam a Suécia, que sempre participou das copas com uma seleção de boa qualidade e a Alemanha Oriental, a Alemanha do outro lado do muro de Berlim, que só viria a ser destruído no início da década de 90 reunificando as Alemanhas.

O Feyenoord ganhou o Campeonato Mundial Interclubes e a Copa Européia dos Clubes Campeões em 1970; o Ajax ganhou o Mundial Interclubes em 1974, e a Copa Européia dos Clubes Campeões em 1971, 1972 e 1973. E, para manter a tradição, mais um campeonato para o Feyenoord em 1974: a Copa da UEFA. Cruyff, cérebro e capitão do Ajax, jogou oito anos nesse clube, transferindo-se para o Barcelona da Espanha após a Copa de 1974, e merecidamente eleito o melhor jogador do mundo nos anos 1971 e 1973. A base do “dream team” da Holanda 1974 eram jogadores do Ajax e Feyenoord, como um “combinado”. Pela primeira vez na história do futebol holandês conseguia-se uma união entre dois times tão rivais. Mas o objetivo desta união era sublime.

CAMPANHA DA HOLANDA NAS ELIMINATÓRIAS PARA 1974

01 de novembro de 1972 – Rotterdam
Holanda 9 X 0 Noruega

19 de novembro de 1972 – Antuérpia
Bélgica 0 X 0 Holanda

22 de agosto de1973 – Amsterdã
Holanda 5 X 0 Islândia

29 de agosto de 1973 – Deventer
Islândia 1 X 8 Holanda

12 de setembro de 1973 – Oslo
Noruega 1 X 2 Holanda

18 de novembro de 1973 – Amsterdã
Holanda 0 X 0 Bélgica

De 1970 a 1973 a Holanda jogou 23 vezes. Teve 14 vitórias, 6 empates e 4 derrotas. Marcou 61 gols e sofreu 15.
Suas derrotas foram para as seleções da Alemanha Oriental por 1 x 0 em 1970, Iugoslávia por 2 x 0 em 1971 e seleções da Áustria e Finlândia ambas por 1 x 0, atuando com jogadores reservas. Essa foi a temporada de preparação para a disputa da Copa de 1974.

A COPA DE 74

[img:jc11_1_.jpg,full,alinhar_esq_caixa] Cruyff e Rep num dos ataques da “laranja mecânica”

O segredo dessa equipe, era que a posição dos jogadores servia apenas para obedecer à formalidade da escalação, uma vez que, começado o jogo, ninguém mais tinha posição nenhuma. Era, em suma, o próprio carrossel. A primeira vítima foi o Uruguai, que perdeu de 2 a 0 como podia ter perdido de oito ou de quinze. O jogo foi um dos maiores massacres táticos de que o futebol tem notícia. Basta dizer que, lá pelas tantas, Pedro Rocha, o clássico e elegante Pedro Rocha, dominou uma bola no peito e logo olhou para o chão – pois que uma bola dominada no peito por Pedro Rocha deveria estar agora submissa aos seus pés. Mas não estava, e Rocha ficou alguns segundos olhando para o chão, perplexo, à procura da bola. No curtíssimo trajeto entre o peito e os pés de Pedro Rocha, a bola lhe havia sido roubada por três ou quatro holandeses que estavam com ela lá adiante, tramando um ataque. A Holanda jogava assim, defendendo e atacando em ondas, se assim se pode dizer: quatro ou cinco corriam na mesma bola, contra apenas um adversário, e saíam com ela como um bando de colegiais em alegre pelada de recreio.

Alguns observadores viram ali um meio desorganizado e irresponsável de jogar. – Eles não sabem – respondia Cruyff – que toda essa desorganização é meticulosammente ensaiada. E era mesmo. A seqüência de jogos da Holanda consagrou aquele estilo novo, vibrante, mortalmente eficaz e objetivo – uma harmoniosa mistura de futebol-força com futebol-arte. Ao chegar à final, a Holanda se orgulhava de uma campanha inigualável naquela Copa: seis jogos invictos, 14 gols a favor, apenas um contra – e era considerada favorita.

Alguns observadores, porém, conhecedores dos labirintos traiçoeiros de uma Copa do Mundo, viam esse favoritismo com reservas, porque do outro lado estava a Alemanha Ocidental, uma equipe consistente o bastante para fazer frente a qualquer adversário. No seu comando estava Helmut Shoen, discípulo direto de Sepp Herberger, responsável pela vitória de 20 anos atrás sobre a fantástica seleção húngara. Assim como Rinus Michels, seu adversário, Shoen tinha à mão um punhado de grandes jogadores: o goleiro Sepp Maier, então o melhor de todos; os excelentes laterais Vogts e Breitner; um forte meio de campo formado por Hoeness, Bonhof e Overath, este último um craque completo; na frente o maior artilheiro da história das Copas, o centroavante Gerd Müller, de precisão cirúrgica na hora de finalizar em gol; e, no plano mais elevado que fosse possível, o capitão Franz Beckenbauer que, de tão altivo e elegante no seu relacionamento com a bola, dizia-se que podia ter sido ele o próprio inventor do futebol. Às vésperas da grande decisão, na confortável concentração holandesa, Rinus Michels saboreava com justiça e prazer, cercado de repórteres do Mundo todo, o sucesso do seu trabalho. Indagado por um dos jornalistas sobre os fatores a que atribuía o êxito de sua equipe, remexeu-se na poltrona com um sorriso que não deixava dúvidas sobre a glória que vivia naquele momento:

– Primeiro – respondeu depois de alguns segundos – , por que a seleção holandesa possui grandes individualidades. Segundo por que essas individualidades se adaptam perfeitamente ao esquema de jogo coletivo. E terceiro, por que tem um técnico chamado Rinus Michels.

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Johann Cruyff, o gênio da Holanda e melhor jogador da Copa de 74.

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PRIMEIRA FASE

[img:20px_Flag_of_Uruguay_svg.png,full,vazio] URUGUAI 0 x 2 [img:20px_Flag_of_the_Netherlands_svg.png,full,vazio] HOLANDA
15 de junho, 1974 – 16:00h
Hannover, Niedersachsenstadion
Público: 53,700
Árbitro: Palotai (Hungria)
Gols: Rep 6′, 85′
HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegen e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink.
URUGUAI: Mazurkiewicz, Forlan, Jáuregui, Masnik e Pavoni; Montero Castillo, Espárrago e Pedro Rocha; Cubilla (Millar), Morena e Mantegazza.

[img:20px_Flag_of_the_Netherlands_svg.png,full,vazio] HOLANDA 0 x 0 [img:20px_Flag_of_Sweden_svg.png,full,vazio] SUÉCIA
19 de junho, 1974 – 19:30h
Dortmund, Westfalenstadion
Público: 53,700
Árbitro: Winsemann (Canadá)
HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegen (De Jong) e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink.
SUÉCIA: Hellstroem, Olsson (Grip), Nordgvist, Karlsson e Andersson; Tapper (Person), Graham e Larsson, Edjersted, Edstroem e Sandberg.

[img:20px_Flag_of_the_Netherlands_svg.png,full,vazio] HOLANDA 4 x1 [img:20px_Flag_of_Bulgaria_1971_1990.png,full,vazio] BULGÁRIA
23 de junho, 1974 – 16:00h
Dortmund, Westfalenstadion
Público: 52,100
Árbitro: Bosković (Austrália)
Gols: Holanda – Neeskens (pen) 5′, (pen) 44′, Rep 71′, de Jong 88′; Bulgária – Krol 78′ (g.c.)
HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegen e Neeskens; Rep, Cruyff e Resenbrink.
BULGÁRIA: Sataynov, Vassilev, Ikov, Velischov, Penev; Bonev, Stoyanov, Volnov, Panov (Borissov) e Denev (Michailov).

SEGUNDA FASE

[img:20px_Flag_of_the_Netherlands_svg.png,full,vazio] HOLANDA 4 x 0 [img:20px_Flag_of_Argentina_svg.png,full,vazio] ARGENTINA
26 de junho, 1974 – 19:30h
Gelsenkirchen, Parkstadion
Público: 55,348
Árbitro: Davidson (Escócia)
Gols: Cruijff 11′, 90′, Krol 25′, Rep 73′
HOLANDA: Jongbloed, Suurbier(Israel), Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegen e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink.
ARGENTINA: Carnevali, Wolf (Glaría), Perfumo, Heredia, Sá, Valbuena, Telch, Squeo, Ayala, Yazalde e Houseman (Kempes).

[img:20px_Flag_of_East_Germany_svg.png,full,vazio] ALEMANHA ORIENTAL 0 x 2 [img:20px_Flag_of_the_Netherlands_svg.png,full,vazio] HOLANDA
30 de junho, 1974 – 16:00h
Gelsenkirchen, Parkstadion
Público: 67,148
Árbitro: Scheurer (Suíça)
Gols: Neeskens 7′, Rensenbrink 59′
HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegen e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink.
ALEMANHA ORIENTAL: Croy, Kitsche, Weise, Branchs, Burbjuweit, Lauck, Sparwasser, Schnupasse, Hoffman, Lowe, Pommerenke.

[img:20px_Flag_of_the_Netherlands_svg.png,full,vazio] HOLANDA 2 x 0 [img:20px_Flag_of_Brazil_svg.png,full,vazio] BRASIL
3 de julho, 1974 – 19:30h
Dortmund, Westfalenstadion
Público: 52,500
Árbitro: Tschenscher (Alemanha Ocidental)
Gols: Neeskens 50′, Cruijff 65′
HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegen e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink.
BRASIL: Leão, Zé Maria, Luís Pereira, Marinho Peres e Marinho Chagas; Paulo César Carpegiani, Rivelino e Dirceu; Valdomiro, Jairzinho e Paulo César Lima (Mirandinha) .

[img:holxbrasil_1__1.jpg,full,alinhar_esq_caixa] O Carrossel de branco, pronto para enfrentar o Brasil

Uma partida marcada pelo nervosismo de ambas as partes. A Holanda, pelo fato de enfrentar os tradicionais tricampeões mundiais, que não se encontravam taticamente nos primeiros minutos de jogo; O Brasil, que decepcionantemente apelou para a violência fugindo completamente das suas características habituais, querendo disputar a final da Copa a qualquer custo. Seguramente a partida na qual os brasileiros foram mais violentos em todas as histórias das Copas do Mundo.

Fazia frio em Dortmund, com vento e chuva e média de 16 graus de temperatura. Mas em pouco tempo, dentro das quatro linhas, essa temperatura triplicaria.

O curriculum da seleção brasileira, que ainda contava com alguns nomes do grande time tricampeão em 1970, intimidava os holandeses a princípio. Mas, como citou Cruyff em seu livro sobre a Copa de 1974 “Futebol Total” : “Depois de meia hora de dificuldades, despojados já de qualquer temor, sacudindo o complexo de estar à frente dos invencíveis, perdemos todo o respeito por eles e pelo que sem dúvida são e significam na história do futebol”.

Os brasileiros apelam. Marinho Peres barra Jansen rispidamente, Rivelino provoca Rep, Valdomiro atinge deslealmente Neeskens com um pontapé por trás, Marinho Chagas passa o jogo inteiro intimidando Cruyff como disse anos atrás, que fez tudo para ser expulso junto com o capitão holandês e que nada adiantava, “o homem era frio”, Marinho Chagas de novo revida uma entrada de Suurbier, Marinho Peres soca Neeskens – isso tudo nas costas do juiz. Os holandeses até que deram alguns trocos, mas estavam mesmo preocupados em jogar futebol e ir para a finalíssima com a Alemanha Ocidental, que vencia a Polônia por 1 a 0 num jogo também bem disputado. As tentativas de ataque brasileiras eram desorganizadas, e o goleiro brasileiro Leão evitava, como podia, o pior.

Enquanto isso, Neeskens, aos 6 minutos do segundo tempo abre o placar através de uma rápida infiltração, após combinação com Cruyff. Este, aos 20 minutos marca 2 x 0 com um tiro rasteiro e indefensável, definindo o jogo.

Minutos antes do término, o desespero final: Luís Pereira quase parte Neeskens em dois, sendo expulso. E o técnico Zagalo, que menosprezava o “futebol alegrinho” jogado por uma das melhores seleções de todos os tempos, declarando estar preocupado unicamente com a final contra a Alemanha Ocidental, e que “podia fazer um suco dessa imensa laranja”, já se achando finalista, teve que engolir suas palavras, reconhecendo: “caímos diante de um futebol de primeira linha”. Entrevistado em 1994, quando a seleção brasileira enfrentaria novamente a seleção holandesa na Copa dos Estados Unidos, Zagallo, com uma letra “l” a mais em seu nome e na função de Coordenador Técnico, justificava suas palavras 20 anos depois dizendo que “precisava dar moral à minha equipe na época”.

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Luís Pereira foi expulso após entrada violenta em Neeskens

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A BATALHA FINAL

E mais uma vez o melhor não venceu!!!

O dia 7 de junho de 1974 é uma data inesquecível para o futebol holandês. Era a primeira vez, após dez Copas do Mundo, que a Holanda chegava a uma finalíssima para a disputa do título mundial. Era a favorita e tinha a opinião geral a seu favor. Logo nos primeiros instantes da partida, exatamente aos dois minutos, após vários passes trocados pela laranja mecânica numa tentativa de enervar os alemães ocidentais promovendo um “olé”, Cruyff penetra na área, perseguido por Vogts, sua sombra, e sofre pênalti. O árbitro inglês Jack Taylor não quer nem saber que são apenas 2 minutos de jogo: assinala acertadamente a marca fatal. Johan Neeskens, camisa 13, batedor oficial de pênaltis e o artilheiro dos momentos difíceis, chuta de pé direito e vence Sepp Maier à meia altura, para o conforto das esposas dos jogadores holandeses, presentes com seu apoio, no Estádio Olímpico de Munique, marcando então seu 5º gol na Copa.

[img:neeskenspenalty_1_.jpg,full,vazio]
O gol de Neeskens de pênalti abria a contagem.

Holanda um a zero. O que muitos previam começava a se tornar realidade. Mas o placar parcial a seu favor parecia ter dado uma tranqüilidade excessiva à equipe holandesa, inexperiente em finais de Copa, jogando contra uma equipe competente, que estava atuando em sua casa e com o apoio incessante de sua torcida. Os alemães ocidentais, orientados dentro das quatro linhas pelo capitão e principal jogador Franz Beckenbauer, também conhecido como o “Kaiser”, tentavam se recuperar do golpe aos poucos, tendo como apoio 80% da massa. Um pouco antes do empate alemão, a tranqüilidade excessiva holandesa começava a prejudicar a própria equipe. O meio de campo Van Hanegen mostrava isso, agredindo Gerd Müller com um empurrão violento jogando-o ao chão, nas costas de Jack Taylor, mas recebia cartão amarelo após ser dedurado pelo bandeirinha uruguaio Ramón Barreto. Aos 25 minutos de jogo, pênalti de Jansen em Holzenbein quando este tentava se infiltrar pela área via ponta esquerda. Paul Breitner, o batedor oficial da Alemanha Ocidental converte em gol e a história do jogo então mudaria. A armadilha do técnico Helmut Shoen, discípulo de Sepp Herberger, o técnico alemão campeão mundial de 1954, começava a funcionar.

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Paul Breitner engana Jongbloed e empata.

Berti Vogts, que viria a ser o técnico da Alemanha na Copa de 1994, chuta à queima-roupa e perde um gol feito, evitado pela excelente defesa de Jongbloed. Minutos depois a defesa laranja, num instante de desatenção, permitia a Gerd Müller, aos 42 minutos ainda do primeiro tempo desempatar o jogo após um passe vindo da direita, chutando da meia lua. Krol não consegue evitar o arremate. A rápida jogada pela direita e o bom posicionamento do atacante alemão colocam a Alemanha Ocidental em vantagem no placar: Alemanha 2 a 1.

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O artilheiro Gerd Muller vira o jogo em 2 x 1.

No segundo tempo, as coisas começavam a mudar.
A Holanda tentava se reorganizar na partida, atacava constantemente criando inúmeras oportunidades de gol, mas a bola negava-se a entrar. Breitner salva um gol quase em cima da linha.
O incansável ataque do carrossel dá muito trabalho ao grande goleiro Sepp Maier, mas o alemão estava impressionante na partida. O artilheiro Gerd Müller ainda faria um gol anulado por Jack Taylor.

Num raro minuto de desatenção da defesa holandesa, Holzenbein ataca pela esquerda e sofre novo pênalti cometido por Jansen, a mesmíssima jogada do primeiro tempo quando se deu o empate, mas dessa vez o juiz inglês Jack Taylor não marca nada. E Maier, cuja atuação foi irrepreensível, quase se contundia com uma entrada de Cruyff e se irritava com Neeskens, mas foi acalmado pelo maestro Franz Beckenbauer, que então detinha o controle do jogo. Talvez a Holanda mereceu o empate pelo futebol que apresentou no segundo tempo. Talvez a Alemanha chegara à final contando com a caprichosa ajuda da sorte, sem dúvida um fator necessário a toda equipe que aspira à vitória.

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A defesa alemã resiste às incessantes investidas holandesas à sua meta.

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FICHA DO JOGO

[img:20px_Flag_of_the_Netherlands_svg.png,full,vazio] HOLANDA 1 x 2 [img:20px_Flag_of_Germany_svg.png,full,vazio] ALEMANHA OCIDENTAL
7 de julho, 1974 – 16:00h
Munique, Olympiastadion
Público: 75,200
Árbitro: Taylor (Inglaterra)
Gols: Holanda: Neeskens 2′ (pen); Alemanha Ocidental: Breitner 25′ (pen) Müller 43′
HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen (De Jong) e Krol; Jansen, Van Hanegen e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink (René Van der Kerkhof).
ALEMANHA OCIDENTAL: Maier, Vogts, Shwarzenbeck, Beckenbauer e Breitner; Bonhof, Hoeness e Overath; Grabowisky, Muller e Holzeinbein.

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Mas o Futebol Total mostrado nessa Copa do Mundo foi, sem dúvida, apresentado pela fantástica Laranja Mecânica, ou Carrossel Holandês, como preferirem definir a seleção holandesa, a última das grandes seleções reveladas num Mundial.
Restaram para a Holanda dois consolos: o primeiro, de ter perdido para uma grande equipe, que atuava em sua própria casa, com o calor de sua torcida; o segundo, de ter entrado para a história do futebol como um alegre carrossel de colegiais, que tinham o prazer de jogar futebol.”

Fontes:
http://br.geocities.com/laranjamecanica74/
http://pt.wikipedia.org
www.varaldeideias.com

O imortal Zé Magro, maior driblador do futebol brasileiro!!!

[img:ze_magro.jpg,full,alinhar_esq_caixa] José Francisco dos Reis Filho –“Zé Magro”–(foto) ocupa uma posição única na história do Frigorífico e do próprio futebol mendense. Muito magro, moreno, sabia fazer tudo: passes, dribles desconcertantes, senso de colocação na hora de receber a bola, gols, com incrível facilidade. Artilheiro extraordinário, de pique rápido a caminho do gol, sua história é a medida incomparável de um craque para ficar como legenda de todos os os tempos. Foi o principal artífice de incontáveis e importantes vitórias –algumas pela impressionante marca de três gols– que tanto engrandeceram o Frigorífico. Sua fase áurea vai de 1944 a 1950, com um período de experiência no Clube Atlético Mineiro, frustrada por uma lesão mal curada, que abreviou a sua carreira.
Na memorável partida contra o Central, em Barra do Piraí, em 1948, pelo campeonato da LDBP, jogo cercado de enorme expectativa pelas circunstâncias que o envolviam, com repercussões extensas no noticiário esportivo, e que o Frigorífico venceu por 4×2, Zé Magro realizou talvez a maior partida de sua vida. Ao marcar o quarto gol, Zé Magro, que havia feito o primeiro e dado passes para Magela e Lair marcarem os outros dois, dirigiu-se ao local onde se encontrava a torcida do Frigorífico e exclamou, exibindoa sua camisa:

–“Eles têm que respeitar esta camisa!”

No final de 1950, Zé Magro estava afastado do futebol. Resolvera parar, por razões pessoais. O Cipec chegara ao final do campeonato daquele ano com um ponto de vantagem sobre o Central e dependia tão somente de suas forças para conquistar o ambicionado o título. Para isso bastava vencer o seu último jogo, contra o Frigorífico. Didi, capitão do time do Frigorífico, mais do que os outros jogadores tinha um profunda antipatia pelo Cipec. Ele costumava assistir jogos daquele time da linha férrea, acima do campo, onde só entrava vestindo a camisa do Frigorífico. Inconformado com essa possibilidade, decidiu provocar os brios do time do Frigorífico. Sua primeira providência na semana que antecedeu o jogo foi procurar Zé Magro e fazer-lhe um apelo para que jogasse aquela partida decisiva. Após recusas iniciais por não se sentir em condições, Zé Magro finalmente resolveu aceitar o desafio:

–“Tá bem. Se depender de mim, eles não serão campeões”.

Naquela semana Zé Magro empenhou-se nos exercícios físicos, que se prolongavam pela noite com demorados passeios de bicicleta, que não deixaram de chamar a atenção de todos. Resultado do jogo, que não chegou ao final porque o Cipec se retirou do campo: Frigorífico, 2×1. Dois gols de Zé Magro.

Na festa de entrega das faixas aos campeões estaduais de 1955, realizada no dia 13 de dezembro, houve um amistoso contra a Seleção Carioca de Amadores (Departamento Autônomo), que se preparava para excursionar à Europa. O jogo contou com a participação de todos os jogadores que atuaram no campeonato. O resultado final foi um empate de 4×4. Na oportunidade, foi prestada uma significativa homenagem ao extraordinário craque Zé Magro, que havia encerrado sua carreira um ano antes, depois de quase 15 anos de participação decisiva na conquista de tantas vitórias e títulos que engrandeceram o clube

Mas, se a prodigalidade de craques sempre foi uma constante na história do Frigorífico, sempre haverá um lugar destacado para o legendário Zé Magro –José Francisco dos Reis Filho–, um dos seus mais aplaudidos e admirados jogadores de todos os tempos. Emérito goleador, que desmoralizava e humilhava os adversários com seus dribles curtos, desconcertantes e sucessivos no menor espaço de campo, Zé Magro era o terror das defesas adversárias e principal responsável pelos gols que redundaram em tantas vitórias importantes e títulos conquistados. Entre os seus feitos está o título de artilheiro máximo dos jogos entre Frigorífico x Cipec, com 16 gols marcados nas 11 partidas em que atuou, o que dá a média impressionante de 1,4 gols por partida. Sobre Zé Magro, é conhecida a resposta que Jair Rosa Pinto deu em uma entrevista ao Museu da Imagem e do Som, quando indagado sobre os maiores jogadores que viu atuar no futebol brasileiro: “Pelé, Garrincha e Zé Magro”.

Ante a surpresa do repórter pelo inusitado da resposta,
acrescentou:

–“Zé Magro vocês não conheceram, mas foi o maior driblador
do futebol brasileiro. Era do Frigorífico de Mendes”.

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O ESTÁDIO ZÉ MAGRO

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Em 07 de setembro de 1994, na presidência de Paulo César Caramez, o Estádio da Vila Wesley passaria a denominar-se “Estádio Zé Magro”, numa justa homenagem a José Francisco dos Reis Filho, um dos seus maiores ídolos de todos os tempos, artífice de tantas vitórias que engrandeceram o Frigorífico.

Fonte:
Frigorífico Atlético Clube – Uma trajetória gloriosa, 1917–1977
Fotos: Diogo Henrique

Copa do Mundo 1954 – A “Batalha de Berna” e a Hungria, uma máquina de jogar futebol

O BRASIL EM 1954

Mesmo passados quatro anos, o Brasil esportivo, em 1954, não havia esquecido o desastroso “maracanazzo” que acabou glorificando Gighia e condenando Bigode e Barbosa e, num nível mais brando, os demais jogadores brasileiros pela derrota para o Uruguai na Copa do Mundo de 1950, em pleno Maracanã.

Sempre foi muito comum, até os idos de 1970, a seleção brasileira ser formada com maioria absoluta de times que, na época da convocação estavam em boa fase, praticando o melhor futebol. Foi assim na Copa de 1930, com o Fluminense de Preguinho, Fernando Giudiceli, Veloso, Fortes e Ivan Mariz, embora, entre os titulares figurassem apenas Fernando Giudicili e Preguinho. Em 1950, com Barbosa, Eli, Maneca, Ademir Menezes, Danilo Alvim, Pinga. Em 1958 com Joel, Moacir, Dida, Gerson, Zagalo do Flamengo e Garrincha, Didi, Nilton Santos do Botafogo e em 1970 com Santos e Botafogo fornecendo quase todo o time titular.

Pois, em 1954 – claro que por conta do fracasso de 1950 – o Brasil mudou. Saiu Flávio Costa e entrou Zezé Moreyra no comando. Saiu Barbosa e entrou Castilho e outros que não haviam participado da derrocada de 50 assumiram a titularidade.

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Brasil no mundial da Suiça – Time que empatou com a Iugoslávia em 1×1. Em pé: Djalma Santos. Brandãozinho. Nilton Santos. Pinheiro. Mario Americo. Castilho e Bauer. Agachados: Julinho. Didi. Baltazar. Pinga e Rodrigues. Foto: Placar

Apesar do fraco desempenho da seleção brasileira no Campeonato Sul-Americano de 1953, realizado em Lima, capital do Peru, que perdeu para o Paraguai e ficou em segundo lugar, e ainda sem ter conseguido superar o trauma da derrota para os uruguaios em 1950, a participação do Brasil na Copa do Mundo de 1954 era esperada com certa ansiedade pelos torcedores brasileiros, que torciam para que a renovação iniciada pelo técnico, Zezé Moreyra, fosse o caminho mais curto para alcançar o título de campeão mundial de futebol, o sonho maior da população. A bem da verdade, time o Brasil tinha: no sistema defensivo, Djalma Santos, Pinheiro e Nilton Santos eram jogadores de alta categoria, tecnicamente superiores aos da malfadada Copa de 50. O time ainda contava com Bauer, Didi, em grande forma e Rodrigues.

Os brasileiros ficaram mais otimistas quando, nos meses de fevereiro e março, iniciando a campanha o Brasil, nas eliminatórias, se classificou invicto, mas com certa dificuldade, derrotando o Chile (2 x 0, em Santiago, com gols de Baltazar, e 1 x 0, no Maracanã, também com gol de Baltazar) e o mesmo Paraguai (1 x 0, em Assunção, com gol de Baltazar, e 4 x 1, no Maracanã, com gols de Julinho (2), Baltazar e Maurinho).

A vitória sobre o Paraguai em Assunção foi tão dramática que, quando aconteceu o jogo de volta no Brasil, uma massa de torcedores (176.000), a maior desde o fatídico dia 16 de julho de 1950, lotou o Maracanã para incentivar o time nacional, acreditando a partir daí, que a conquista do título mundial não era um sonho tão distante assim.

No dia 25 de maio de 1954, após as dispensas de Osvaldo Baliza, Salvador e Gerson dos Santos, a seleção brasileira embarcou para a Suíça, onde iniciou a fase final de treinamentos, realizando alguns amistosos contra times amadores. Era a volta da Copa do Mundo à Europa, dezesseis anos depois, intervalo em que o certame fora realizado – somente em 1950 – devido a segunda guerra mundial.

A BATALHA DE BERNA

Após garantir ótimos resultados nas fases anteriores, chegara, finalmente, o dia do selecionado brasileiro enfrentar a poderosa seleção húngara, campeã olímpica de 1952, jogando em estilo militarizado, invicta há mais de um ano, e com um sistema de jogo considerado inédito e revolucionário, com os jogadores entrando em campo sem posição fixa.

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Antes do jogo, Bauer capitão do Brasil e Boszìk da Hungria se cumprimentam. A hungria venceu o Brasil por 4×2.

Em que pese o alerta da imprensa brasileira para o poderio da “máquina húngara”, uma das melhores seleções de futebol de todos os tempos, com jogadores como Puskas, Kocsis e Boszik, jogadores e Comissão Técnica da seleção brasileira não deram muita trela. Mas, como levar a sério uma seleção que nunca vencera o Brasil, apesar das inquestionáveis vitórias na primeira fase, goleando a seleção da Coréia do Sul por 9 a 0 e a poderosa Alemanha pela esmagadora vitória de 8 a 3, numa demonstração de força e vigor?

Para o jogo diante da seleção brasileira, a seleção húngara não contou com seu melhor jogador, Puskas, que havia se contundido na partida anterior, contra a Alemanha, o que acabou animando os jogadores brasileiros, que acreditavam que, mais uma vez, a vitória era coisa certa. Estavam enganados.

Como existem coisas que só acontecem ao Botafogo, naquela época aconteciam coisas estranhas no Brasil. Quando o Brasil se preparava para acompanhar a narração do jogo, aconteceu um defeito nas transmissões, exatamente quando a partida começou. Felizmente ou infelizmente, cerca de 10 minutos depois, quando foi restabelecida a transmissão, uma nação assombrada foi informada de que o Brasil já perdia por 2 a 0, gols de Hidegkuti e Kocsis. Aos 18, entretanto, o selecionado brasileiro diminuiria o placar, graças a um gol de pênalti convertido por Djalma Santos, estabelecendo 2 a 1. O placar ficou assim até o final do primeiro tempo.

O selecionado brasileiro retornou com tudo para o segundo tempo, imprimindo mais velocidade no jogo, passando a dominar as ações. E, quando tudo levava a crer que o gol brasileiro era uma questão de tempo, o juiz inglês, Arthur Ellis, que no primeiro tempo marcara um pênalti a favor do Brasil (convertido por Djalma Santos), pegou um toque de Pinheiro dentro da área brasileira. Era outro pênalti, agora em favor dos húngaros, convertido por Lantós, parecendo colocar uma pá de cal na esperança brasileira.

Correndo contra o tempo, o time de Zezé Moreyra saiu desesperado para o ataque, até que Julinho, driblando todo o time húngaro, marca o segundo gol para o Brasil, fazendo renascer as esperanças da torcida brasileira. Eis que, exatamente quando o time brasileiro precisava somar todas as forças, Nilton Santos, troca pontapés com o melhor jogador da Hungria em campo, Boszik. Os dois foram expulsos, com o selecionado brasileiro perdendo muito mais. Eram exatos 42 minutos do segundo tempo quando a Hungria fez outro gol, fechando o placar em 4 a 2. O selecionado brasileiro ainda perdeu outro jogador expulso: Humberto Tozzi, por jogo violento sem bola, contra o artilheiro Kocsis. Era a eliminação.

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Húngaros vibram com vitória na “Batalha de Berna”

Quando o árbitro inglês encerrou a partida, começou uma confusão sem tamanho. Completamente descontrolado, Pinheiro deu uma garrafada na cabeça do craque Puskas que estava no banco dos reservas, mas levando outra no supercílio direito. Aí, aconteceu uma briga generalizada, todo mundo brigando contra todo mundo. No caminho dos vestiários, Zezé Moreyra acertou com uma chuteira o rosto do cartola adversário, o vice-ministro Gustavo Sebes, enquanto o então árbitro Mário Viana, forte como um touro, também entra na confusão, chamando Ellis de ladrão, sendo mais tarde, desligado da FIFA.

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FICHA TÉCNICA
Jogo: Brasil 2 x 4 Hungria;
Local; Estádio Wankdorf, em Berna, na Suíça;
Árbitro: Arthur Edward Ellis, da Inglaterra;
Gols: 1 x 0 – Hidegkuti, aos 4; 2 x 0 – Kocsis, aos 7; 2 x 1 – Djalma Santos, aos 18, de Pênalti; 3 x 1 – Lántós, aos 53, de pênalti; 3 x 2 – Julinho, aos 65; 4 x 2 – Kocsis, aos 88.
[img:20px_Flag_of_Brazil.svg_1_.png,full,alinhar_esq_caixa] BRASIL: Castilho; Djalma Santos, Pinheiro, Nilton Santos e Bauer; Brandãozinho, Didi e Humberto Tozzi; Maurinho, Índio e Julinho. Técnico: Zezé Moreyra;

[img:hungria.jpg,full,alinhar_esq_caixa] HUNGRIA: Grosics; Buzánszky e Lántós; Bozsik, Loránt e Zakárias; Tóth e Kocsis; Hidegkuti, Czibor e József Tóth. Técnico: Gyula Mandi.

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MAIS UMA VEZ O MELHOR NÃO VENCEU!!!

A poderosa “máquina húngara” faria mais uma vítima, goleando o selecionado do Uruguai por 4 a 2 nas semifinais, entrando favorita para a final contra a Alemanha, a quem tinha batido por 8 x 3 na primeira fase. Debaixo de muita chuva, logo no início da partida, os húngaros já ganhavam de dois a zero, tudo levando a crer que a história se repetiria contra os alemães.

Outra grande injustiça – Uma seleção habilidosa, que massacrou os adversários na fase inicial da competição, perdeu a Copa para um time limitado, mas guerreiro. Quatro anos depois do fracasso da seleção brasileira no Maracanã, a história se repetiu. Dessa vez, o “futebol-arte” da Hungria sucumbiu à força da Alemanha Ocidental.

A Copa de 1954 foi a primeira realizada na Europa desde 1938. E escolha da Suíça como sede obedeceu a razões políticas, uma vez que o país se manteve neutro durante a Segunda Guerra Mundial. A principal característica dessa Copa foi a bola na rede. Nada menos do que 140 gols foram marcados em 26 jogos (média de 5,4 por jogo, a maior até hoje).

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Mundial 1954 : Alemanha 3 x 2 Hungria. O dia que Alemanha parou “a Máquina”…

A Hungria, segunda colocada em 1938, era a franca favorita ao título. Campeã olímpica dois anos antes, a equipe estava invicta há 27 jogos até o início do torneio e contava com uma constelação de craques como Puskas, Kocsis e Czibor. Entretanto, na decisão, a Alemanha neutralizou o poder ofensivo húngaro e venceu a partida por 3 a 2, de virada. O resultado é considerado até hoje uma das maiores injustiças da história do futebol. Depois desse jogo, os húngaros nunca mais conseguiram formar uma seleção competitiva e fazer uma boa campanha. A história se repetia. Como em 1950, a equipe favorita perdia o título mundial, deixando, porém, para a posteridade, a imagem de uma das mais impressionantes seleções de futebol que o mundo esportivo já conheceu.

OS MÁGICOS MAGIARES

A Hungria desembarcou naquele Mundial com absoluto favoritismo. Vinha de ter conquistado a medalha de ouro nas Olimpíadas de 1952, em Helsinque, e estava invicta há quase cinco anos. Comandada por Puskas, estava fadada a fazer história na Copa. E fez, só que às avessas. Depois de massacrarem cada um de seus adversários – inclua-se aí o Brasil -, os húngaros, ou os mágicos magiares, acabaram esbarrando na força alemã e perderam por 3 x 2, em uma das maiores “zebras” da história dos Mundiais. Após a Copa, o “time de ouro”, como ficou conhecida aquela Seleção Húngara, se manteve mais um ano e meio invicto, vindo a perder novamente só no início de 1956.

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Hungria 1954 : Grosics; Buzansky e Lantos; Bozsik, Lorant e Zakarias; Czibor, Kocsis, Hidegkuti, Puskas e Toth I. Técnico: Gusztav Sebes

Gusztav Sebes
O húngaro Gusztav Sebes foi o precursor do carrossel e da tese de que o jogador precisava ser multifuncional. No esquema tático da Hungria, havia uma rotatividade intensa dos jogadores de meio-campo e ataque, o que foi uma revolução para a época. O time envolvia o adversário. Para atingir a meta de correr o campo todo, a Hungria foi a primeira seleção a investir forte na preparação física. Gusztav Sebes tornou célebre uma frase: “Futebol é cabeça e pulmões”. Por essa determinação, a Hungria foi também a primeira seleção a fazer aquecimento antes dos jogos. Adotaram o 4-2-4, a príncipio, como alternativa defensiva ao comum esquema com 5 atacantes. Hoje em dia é considerada uma formação ofensiva.

O cérebro do time
[img:puskas_1_2.jpg,full,alinhar_esq_caixa] “Os adversários podem jogar melhor, mas a bola é redonda para todos.” O autor desta frase é Ferenc Puskas, o grande nome da Seleção Húngara de 1954. Quando disputou o Mundial, ele caminhava para ser um jogador veterano. Aos 27 anos, porém, já era um craque consagrado na Europa. No Mundial, Puskas jogou no sacrifício. Ficou de fora de duas partidas – entre elas, a “batalha de Berna”, como ficou conhecido o duelo contra o Brasil – e atuou sem condições na final contra a Alemanha. Sua presença no time, no entanto, era fundamental. Puskas não era apenas o cérebro, mas a alma do “time de ouro”.

Fontes:
www.jornalpequeno.com.br
www.sunrisemusics.com

Técnico ganha campeonato e é mandado embora

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Na foto aparece Gentil Cardoso e os jogadores campeões de 1952.

O time do Vasco da Gama campeão carioca de 1952, tinha vários jogadores com o peito coberto de medalhas conquistadas em anos anteriores. Barbosa. Augusto. Danilo. Ademir. Maneca. Chico e Eli, eram sobreviventes do mundial de 1950. Mas havia ainda o experiente Jorge e o talentoso Ipojucan para reforçar o time vascaino. A rigor, tinha dois novatos. O zagueiro Haroldo e o atacante Edmur.

Para que se tenha uma idéia da dureza do campeonato carioca daquela época, a campanha teve 20 jogos disputados. O Vasco perdeu apenas um jogo e empatou dois. Venceu 17 partidas. O técnico dessa formidável equipe era o conhecido treinador Gentil Cardoso. Os vascainos terminaram o campeonato com seis pontos de vantagem sobre o vice campeão.

Gentil Cardoso, técnico eternamente discutido enquanto viveu, não escaparia de acrescentar mais um fato folclórico à sua carreira. Percebendo que a diretoria do Vasco já estava apalavrado com o treinador Flávio Costa, apesar da grande campanha do clube, foi aos jornais e revelou o que chamava de trama para derrubá-lo. Convencido de que fizera uma manobra acertada do ponto de vista político, a torcida ficou revoltada com a possibilidade de sua saída. Gentil estava feliz no dia da última partida o campeonato, em São Januário. Faixa de campeão no peito, carregado pelos torcedores, ele não se conteve e disse aos repórteres que estavam acompanhando a festa no gramado: O velho Gentil está com às massas. E quem está com às massas está com Deus…

Gentil poderia estar com às massas, poque a torcida gostava dele. Certamente também estava com Deus, porque era um homem de bom coração. Mas, na segunda feira, bem cedinho, Gentil estava no olho da rua, despedido pelo diretoria vascaina.

Fonte: O Esporte Ilustrado

Frigorífico x Cipec – A época de ouro do futebol mendense!!!

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Com o ingresso do Cipec na LDBP (Liga Desportiva de Barra do Piraí), em 1946, o campeonato ganhou novo colorido e o futebol de Mendes, em particular, maior motivação.
Fundado um ano antes, o Cipec criou uma grande rivalidade com o Frigorífico, que o Itacolomy, base do novo clube, não havia conseguido e que se estendeu até fora do futebol. Várias partidas entre ambos assinalaram recordes de público, de acordo com registros feitos pela LDBP na época.
O primeiro jogo realizou-se no campo do Frigorífico no dia 9/6/46, em disputa do Torneio Municipal de Barra do Piraí e terminou com vitória até certo ponto surpreendente do Cipec, pelo escore de 2×0, gols de Rubi e Avahy, um em cada tempo. O Frigorífico marcou um gol por intermédio do centro avante Bilé, quando o placar ainda era 0x0 que foi anulado pelo juiz Walter Gassenferth Jr., Sargento do Tiro-de-Guerra de Barra do Piraí. Os dois quadros formaram co: FRIGORÍFICO: Armando, Osmar e Gonzaga; Roberval, Humberto e Didi; Cherem, Anselmo, Bilé; Leônidas e William. CIPEC: Clóvis, Jair e Abdo; Galo, Hugo e Armando; Lúcio, Avahy, Nenem, Marinho e Rubi. No timo do Cipec jogavam nada menos que sete ex-jogadores do Frigorífico.
Na preliminar, também a vitória coube ao Cipec por 1×0, gol de Dico, que atuou como ponta direita, num jogo em que o Frigorífico dominou durante todo o tempo, perdendo gols incríveis.
Na Segunda partida, no campo do Cipec, pelo returno do Torneio Municipal da LDBP, o Frigorífico venceu por 4×2. Bilé 2 gols de cabeça, e Leônidas, um meia-esquerda que vinha de Ribeirão da Lajes, também 2 gols, assinalaram os tentos do Frigorífico. Rubi e Lúcio marcaram para o Cipec. As duas equipes eram praticamente as mesmas do primeiro jogo, apenas no Frigorífico Paulinho no gol substituiu a Armando, Lair substituiu a Cherem na ponta direita e Cazuza ocupou a ponta esquerda, no lugar de William. Bilé, um centro avante que vinha do Rio de Janeiro, exímio cabeceador, foi quer marcou o primeiro gol do Frigorífico.
De 1946 a 1952, os dois clubes só se enfrentaram em partidas oficiais. Dos 15 jogos marcados pela Liga Barrense, o Frigorífico venceu 9, o Cipec venceu 3 e houve 3 empates. Desse total de jogos, 4 foram realizados no campo do Cipec, do qual o clube local venceu apenas un, 6×0, empatou dois (3×3 e 0x0) e perdeu um (5×1). No seu campo, o Frigorífico venceu sete jogos, empatou dois e perdeu dois.
Apenas duas partidas não chegaram ao término regulamentas. A primeira em 1946 no campo do Cipec, quando o Frigorífico, depois estar perdendo por 3×0 chegou ao empate de 3×3, com 3 gols de Zé Magro. Ele ainda marcaria um quarto tento, anulado pelo árbitro da partida Miguel Vilardo que, por isso foi, ato contínuo, nocauteado pelo Cazuza. O incidente causou a interrupção da partida, já nos seus minutos finais. A Segunda foi em 1950, quando o Frigorífico vencia por 2×1 e um conflito entre os jogadores causou a sua paralisação. Nas duas ocasiões o Cipec se recusou a disputar o restante do jogo, com a conseqüência de perda dos pontos. A vitória do Frigorífico por WxO aconteceu em 1948, quando o Cipec deixou de disputar o jogo programado para o returno do campeonato. O campeonato de 1949 não foi concluído e ão houve proclamação do campeão. Nos campeonatos de 1950 e 1951, os jogos do returno não foram realizados por problemas ocorridos com o próprio desenrolar do certame.

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Momentos antes do início do primeiro jogo entre Frigorífico e Cipec, em 9 de junho de 1946, George Mackenzie Trott, gerente do Frigorífico Anglo (à esq.), e Eugênio Mariz de Oliveira Jr., gerente da Cipec, posam para fotografia, tendo ao lado o veterano Nenem, capitão do time do Cipec EC.

Em disputa do Torneio Início da LDBP, Frigorífico e Cipec se enfrentaram três vezes em partidas que tinha a duração de 30 minutos, divididos em dois tempos de 15. No primeiro em 1947, o Frigorífico venceu por 1×0, no segundo, em 1948, o Frigorífico venceu por 1 gol e 1 corner, contra 1 gol do Cipec. No terceiro, em 1949, o Cipec venceu por 1×0. Os dois primeiros foram realizados no campo do Central e o terceiro no campo do Frigorífico.
O Frigorífico marcou 35 gols e sofreu 28. Zé Magro que participou apenas de 11 partidas (ele inclusive não participou dos dois primeiros jogos, por causa de problemas de joelho), marcou 14 gols – 40% do total marcado pelo time e média de 1,4 gols por jogo – foi o principal artilheiro deste clássico. Sem considerar que na partida realizada em 1948, vencida pelo Frigorífico por 3×1, Zé Magro, além de ter marcado o primeiro gol, em disputa de bola com Coelho e Abdo levou aqueles defensores do Cipec a marcarem contra sua própria meta, apavorados com a presença do artilheiro do Frigorífico na área. Os outros gols do Frigorífico foram marcados por Lair (4), Leônidas (2), Bilé (2), Didi (2), Cazuza (1), Paulinho (1), Saninho (1), Pedrão (1), Magela (1), Cherem (1), Ceoca (1), Avahy (1), Roberval (1), Coelho (1) e Abdo (contra, 1).
Pelo Cipec marcaram Rubi (7), Vavinho (6), Lúcio (4), Lenine (3), Avahy (2), Orlando (1), Legel (1), William (1), Galo (1), Jair (1) e Roberto (1).

Os resultados desses jogos foram o seguinte:

1946 – Frigorífico 2×0 Cipec – Campo do Frigorífico
Frigorífico 4×2 Cipec – Campo do Cipec
Frigorífico 5×2 Cipec – Campo do Frigorífico
Frigorífico 3×3 Cipec – Campo do Cipec
1947 – Frigorífico 3×4 Cipec – Campo do Frigorífico
Frigorífico 5×1 Cipec – Campo do Cipec
Frigorífico 0x6 Cipec – Campo do Cipec
Frigorífico 2×1 Cipec – Campo do Frigorífico
1948 – Frigorífico 3×1 Cipec – Campo do Frigorífico
Frigorífico WxO Cipec – Campo do Cipec
1949 – Frigorífico 3×1 Cipec – Campo do Frigorífico
1950 – Frigorífico 2×1 Cipec – Campo do Frigorífico
1951 – Frigorífico 3×2 Cipec – Campo do Frigorífico
1952 – Frigorífico 2×2 Cipec – Campo do Frigorífico
Frigorífico 0x0 Cipec – Campo do Frigorífico

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Equipe que marcou a primeira vitória do Frigorífico contra o Cipec pelo returno do Torneio Municipal de 1946, da LDBP. Em pé: Ernesto Azado (técnico), Lair (ponta direita), Pedrão (meia direita), Bilé (centro avante), Leônidas (meia esquerda), Cazuza (ponta esquerda), Didi (médio esquerdo) e Licurgo (médio esquerdo). Agachados: Roberval (médio direito), Osmar (zagueiro direito), Paulinho (goleiro), Gonzaga (zagueiro central), David (zagueiro central reserva) e Humberto (centro médio), cortado na foto. Bilé (2) e Leônidas (2) fizeram os gols da vitória do Frigorífico por 4×2.

Entre aspirantes (ou segundos quadros, como eram chamados), foram disputados 16 jogos: 15 oficiais e um amistoso. O Frigorífico venceu 13 jogos. O Cipec um – exatamente o primeiro, e houve 3 empates. O segundo time do Frigorífico que participou do primeiro jogo, perdendo por 1×0, era formado por Betinho I, Betinho II e Fernandos; Vicente, Jujuba e Baiano; Ary, Gilson, Nilton, Luiz Silva e Lélio.
Depois de um hiato de 8 anos, Frigorífico x Cipec voltaram a se defrontar amistosamente a partir de 1960, quase sempre em jogos que tinham caráter beneficente. Foram disputadas 10 partidas. O Frigorífico venceu 3, o Cipec 2 e houve 5 empates.
O Frigorífico marcou 11 gols por intermédio de Adilson (4), Salvador (1), Tarrachinha (1), Hugo (1), Legut (1), Neném (1), Getúlio (1), e Lelei (1). Para o Cipec, que também conseguiu 11 gols, marcaram Amaral (3), Antônio Paulo (3), Fernando (2), Darcy (2) e Burica (1).

Os resultados foram os seguintes:

1960 – Frigorífico 0x2 Cipec – Campo do Frigorífico
1961 – Frigorífico 2×2 Cipec – Campo do Cipec
1965 – Frigorífico 2×2 Cipec – Campo do Frigorífico
Frigorífico 0x0 Cipec – Campo do Frigorífico
Frigorífico 1×1 Cipec – Campo do Cipec
1966 – Frigorífico 0x0 Cipec – Campo do Cipec
Frigorífico 1×2 Cipec – Campo do Frigorífico
1967 – Frigorífico 2×1 Cipec – Campo do Cipec
Frigorífico 2×0 Cipec – Campo do Frigorífico
1976 – Frigorífico 1×0 Cipec – Campo do Cipec

No total, entre oficiais e amistosos foram realizados 25 jogos. O Frigorífico venceu 12, empatou 8 e perdeu 5. Marcou 46 gols e sofreu 39. Entre juvenis, os dois clubes 17 vezes. Ocorreram 6 vitórias do Frigorífico, 5 vitórias do Cipec e 6 empates. O frigorífico marcou 28 tentos e o Cipec 26.
Também houve um jogo entre equipes de dente de leite, realizado no campo do Cipec, que terminou com a vitória do Frigorífico por 1×0.
A história dos jogos Frigorífico x Cipec ficou marcada por muitos episódios extra-campos que instigaram ainda mais a grande animosidade que sempre existiu entre seus dirigentes e torcedores. Um deles foi o ‘caso Armando’ envolvendo a atuação deste goleiro do Frigorífico na partida em que o Cipec venceu por 6×0, uma semana depois de ter perdido a decisão do Torneio Municipal por 5×1. Neste jogo, dois gols do Cipes foram marcados por Jair e Galo em faltas cobradas na sua própria intermediária. Outro, ficou conhecido como ‘seqüestro do Magela’, com comentários de uma tentativa de suborno por Cr$ 1.100,00.
Houve também uma polêmica gravação da Copa Amaral Peixoto, que a LDBP conferia transitoriamente ao seu campeão. Ao conquistar o título de 1952, ano da emancipação, o Frigorífico, um pouco por picardia e provocação, acrescentou a gravação do seu nome e expressão ‘Primeiro Campeão do Município de Mendes’. Em 1953 o Cipec se sagrou campeão, mas se recusou a receber o tradicional troféu, revoltado com a insólita inscrição feita pelo seu rival no ano anterior por considerá-la um esbulho ao seu privilégio de ser aclamado, o primeiro do município.
No final de 1950, Zé Magro estava afastado do futebol. Resolvera parar por razões pessoais. O Cipec chegando ao final do campeonato daquele ano com um ponto de vantagem sobre o Central e dependia tão somente de suas forças para conquistar o ambicionado título. Para isso bastava vencer o seu último jogo, contra o Frigorífico. Didi, capitão do time do Frigorífico, mais do que os outros jogadores, tinha uma profunda antipatia pelo Cipec. Ele costumava assistir aos jogos daquele time, da linha férrea, acima do campo, onde só entrava vestindo a camisa do Frigorífico. Inconformado com essa possibilidade, decidiu provocar os brios do time do Frigorífico. Sua primeira providência na semana que antecedeu o jogo, foi procurar Zé Magro e fazer-lhe um apelo para que jogasse aquela partida decisiva. Após recusas iniciais por não se sentir em condições, Zé Magro finalmente decidiu aceitar o desafio:

‘Tá bem. Se depender de mim eles não serão campeões’.

Naquela semana, Zé Magro empenhou-se nos exercícios físicos, que prolongavam pela noite com demorados passeios de bicicleta, que não deixaram de chamar a atenção de todos.
Resultado do jogo, que não chegou ao final porque o Cipec se retirou de campo: Frigorífico, 2×1. Dois gols de Zé Magro!!!

Grande craque!!!

Didi, ou Didi Bacalhau eram os apelidos de Waldir Ferradini, um dos mais completos jogadores de futebol que passaram pelo Frigorífico. Magro, mas muito valente, era quase imbatível no jogo aéreo e chutava forte e com extraordinária precisão tanto de pé direito quanto de pé esquerdo. O fato de não ter sido atraído pelo futebol profissional não deixa de causar estranheza. A sua não convocação para a seleção Fluminense que disputou o Campeonato Brasileiro de 1944 foi muito criticada. Circulou mesmo uma versão que o jogo Frigorífico x Oliveiras, de Niterói, realizado estádio Caio Martins como preliminar de um jogo-treino daquela seleção, fora programado pela sua direção técnica propositalmente para que pudessem observar a atuação de Didi. Inclusive o centro avante titular do selecionado fluminense, Vadinho, teria integrado o ataque do Oliveiras justamente para forçar o jogo sobre Didi, que abatido pela responsabilidade acabou realizando talvez, a pior partida de toda sua vida. O Oliveiras venceu por 5×1. Em 1952 foi transferido do Frigorífico Anglo para Belo Horizonte, onde chegou a treinar no América Mineiro.

Fonte:
Frigorífico A.C. – 1917 a 1977 – Uma trajetória gloriósa, de Nilo Garcia da Rosa