Arquivo do Autor: Marcos Galves

JOGO HISTÓRICO: EC SÃO BENTO 2 X 2 NACIONAL (UR)

Em 1956 o Nacional de Montivédeo fez uma excursão ao Brasil onde disputou um Torneio Internacional e alguns amistosos. Um desses, foi contra o EC São Bento de Sorocaba.

EC São Bento 2 x 2 Nacional (Ur)

Data: 1/4/1956

Local: Estádio do São Bento (chamado na época de “Da Rua Coronel Nogueira Padilha”)

Árbitro: Juan Carlos Armental (AUF)

Renda: aproximadamente Cr$ 120.000,00 (recorde)

Gols: Joel, Reis (penal), Caraballo e Villamides

ECSB: Wálter “Jacaré”; Domingos (Julião) e Cidoca (Domingos); Lanzudo, Fiote e Sérgio e ; Reis, Joel, Ubirajara, Zinho (Procópio) e Cilno. Técnico: Moacir dos Santos

CNF: Taibo; Marechal e Santamaria; Cantos, Carballo (Bruchezzi) e Cruz (Grolla); Chagas, Kuntz (Messias), Buenza (Mendez) (Di Fabio), Caraballo (Romerito) e Romerito (Villamides). Técnico: Ondino Vieira

Comentário: A diferença de categoria entre as equipes era gritante a equipe uruguaia contava com jogadores que haviam defendido a “celeste olímpica” no Mundial de 1954:  José Santamaria, Luiz Alberto Cruz, Nestor Carballo e Omar Pedro Mendez. Porém, a equipe sorocabana atuou com garra e se fez prevalecer em casa. Joel era o maior nome sambentista, campeão carioca pelo Fluminense em 1951, teve poucas chances na equipe tricolor. Aportou em Sorocaba em 1955 e jogou no grêmio alvi celeste até 1959. Seu maior feito foi ter assinaldo 7 gols num jogo contra o Catanduva EC pela “segundona” de 1958. Dono de um chute portentoso, alguns que assistiram o jogo dizem que Taibo, arqueiro uruguaio, após levar uns “pelotasos” gritava com a sua zaga: “No lo deje patear, no lo deje patear”

Foi o primeiro jogo internacional disputado pela equipe sorocabana

Jogo Histórico – Brasil 7 x 1 São Bento

O São Bento na década de 60 armou boas equipes para a disputa do campeonato paulista da divisão principal. Em 1963 foi o quarto colocado, em 1965 e 1968  foi o sexto, sendo que em 1965 foi a melhor equipe do interior. Em 1966 a FPF realizou um torneio entre as equipes “chamadas pequenas” e o São Bento foi o campeão.

Pelo seu bom retrospecto, o São Bento serviu de “sparring” para a Seleção Brasileira que se preparava para o Mundial daquele ano.

Brasil 7 x 1 São Bento

Local: Estádio Municipal de Serra Negra

Data: 26/5/1966

Árbitro: Aurélio Hohu (Liga de Serra Negra)

Renda: Cr$ 7.990.000,00

Público pagante: aproximadamente 2000 pessoas

Gols: Servílio, Pelé, Picolé; Dias, Gerson, Dino Sani, Amarildo e Gibe (contra)

Brasil: Gilmar; Carlos Alberto, Brito (Belini), Leônidas (Dias) e Rildo; Denilson (Dino Sani) e Gerson; Garrincha, Servílio, Pelé e Amarildo. Técnico: Vicente Feola

São Bento: Wálter Gonzales (Mariano); Fernando (Valdir Caruso), Marinho Peres, Gibe e Salvador; Gonçalves (Nei Silva) e Bazaninho; Copeu (Carlinhos Costa), Almir (João Carlos II), Picolé e Afonsinho. Técnico: Wilson Francisco Alves, o Capão.

Comentários: O primeiro tempo terminou com a vitória da Seleção por 2×1. A ofensiva benetitina, com deslocações rápidas conseguia ludibriar a retaguarda da Seleção. Brito e Leônidas tiveram muitas dificuldades para conter o rápido Almir. Copeu deu um suadouro em Rildo. Para a segunda etapa, Feola substituiu a dupla de zaga, colocando o experiente Belini e o versátil Dias. Aliás, foi dele o terceiro gol do Brasil que mostraria o domínio do selecionado. Após o terceiro gol o São Bento começa a desmontar a sua equipe principal, sai Wálter, goleiro ágil, para entrar o desconhecido e inesperiente Mariano. Segundo a lenda, Feola pediu para Capão retirar Copeu para dar sossego a Rildo. Nei Silva, Carlinhos Costa e João Carlos II eram jovens e sem experiência para o porte daquela partida. Sem Gonçalves para marcá-lo, Gerson deitou e rolou. Não foram à Copa (mas deveriam ter ido): Carlos Alberto, que perdeu a vaga para o limitado Fidélis; Leônidas, que perdeu a vaga para o eficiente Altair; Dias, que perdeu a vaga para o veterano e já lento Orlando; Dino Sani, que foi substituído pelo Zito que se contundiu e nem jogou; Servílio, que foi substituído pelo limitado Alcindo e Amarildo, que por “motivo de contusão” foi cortado e levaram o imberbe Edu, que foi o único que não jogou partida alguma nesse Mundial.

História do Campeonato de Acesso Paulista – Cap. VIII

1954: Deu Burro na cabeça!

Coube ao Taubaté a primazia de ganhar o Campeonato de Acesso justamente no ano da morte de seu idealizador, Roberto Gomes Pedrosa (1913-1954). Pedrosa faleceu no dia 6 de janeiro e segundo alguns, foi o melhor presidente que a Federação Paulista já teve. Dinâmico e arrojado, conseguiu consolidar a competição do Acesso, apesar das inúmeras correntes contrárias. Passados mais de 50 anos da sua morte, o Acesso é hoje uma realidade inconteste nas várias divisões do Estado de São Paulo. O número de participantes permaneceu o mesmo do campeonato do ano anterior. A FPF seguiu à risca o regulamento com referência a população das cidades. Só aceitava comprovação com um documento do IBGE. O Catanduva EC chegou a apresentar 27 documentos atestando que a cidade que ele representava tinha mais de 50.000 habitantes. Mas não teve jeito, o documento principal (do IBGE) ainda era do ano de 1950 e apontava uma população inferior ao estabelecido. O Jabaquara que deveria participar do campeonato, novamente não compareceu em nenhum jogo. Houve alterações dos integrantes: a Araraquara e o Nacional (que fora rebaixado no ano anterior), pediram licença. O Comercial (Ribeirão Preto) fez a sua estréia e o Radium retornou da licença. O Velo Clube também reaparece e a Portuguesa Santista, rebaixada no ano anterior, disputa o seu primeiro Acesso. O certame só começou em dezembro e avançou até meados de 1955.

A primeira fase apresentou a seguinte classificação:

Série Nóbrega

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
BOTAFOGO 15 5 10 7 1 2 32 11 21
FERROVIÁRIA (ARQ) 12 8 10 6 0 4 27 13 14
AMÉRICA 12 8 10 6 0 4 28 20 12
COMERCIAL (RP) 12 8 10 5 2 3 22 14 8
RIO PRETO 9 11 10 4 1 5 10 20 -10
PAULISTA (ARQ) 0 20 10 0 0 10 3 44 -41
JOGOS REALIZADOS 30
GOLS ASSINALADOS 122
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,1

Classificados: Botafogo e Comercial, após eliminar a Ferroviária e América.

Série Piratininga

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
TAUBATÉ 15 5 10 6 3 1 30 12 18
SÃO BENTO (SOR) 13 7 10 6 1 3 22 17 5
PAULISTA (JUN) 12 8 10 6 0 4 22 15 7
PORTUGUESA (SAN) 10 10 10 4 2 4 20 24 -4
RADIUM 9 11 10 4 1 5 19 19 0
VELO CLUBE 1 19 10 0 1 9 14 40 -26
JOGOS REALIZADOS 30
GOLS ASSINALADOS 127
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,2

Classificados: Taubaté e S. Bento (Sorocaba).

Série Anchieta

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
MARÍLIA 17 7 12 7 3 2 33 17 16
ARAÇATUBA 17 7 12 6 5 1 26 12 14
TUPÃ 17 7 12 8 1 3 25 11 14
PRUDENTINA 11 13 12 3 5 4 16 20 -4
GARÇA 8 16 12 2 4 6 29 29 0
CORINTHIANS (PP) 8 16 12 2 4 6 12 32 -20
BAURU 6 18 12 1 4 7 13 33 -20
JOGOS REALIZADOS 42
GOLS ASSINALADOS 154
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,7

Classificados: Araçatuba e Tupã, após a eliminação do Marília.

O “Torneio dos Finalistas” apresentou a seguinte classificação:

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
TAUBATÉ 14 6 10 6 2 2 27 12 15
COMERCIAL (RP) 13 7 10 6 1 3 16 21 -5
SÃO BENTO (SOR) 11 9 10 4 3 3 16 11 5
BOTAFOGO 9 11 10 4 1 5 10 20 -10
ARAÇATUBA 9 11 10 3 3 4 17 21 -4
TUPÃ 4 16 10 1 2 7 8 24 -16
JOGOS REALIZADOS 30
GOLS ASSINALADOS 94
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,1

Como no ano anterior, a 2ª fase foi por pontos corridos e o jogo decisivo foi disputado na última rodada, onde o Comercial esperava um tropeço do Taubaté frente ao seu arqui-rival, o Botafogo. Mas não teve jeito, a equipe do “pantera” não foi páreo para o “burro” e o acesso estava garantido.

Jogo decisivo: Taubaté 4 x 1 Botafogo

Data: 26/6/1955

Local: “Estádio da Praça Monsenhor Silva Barros”

Renda: Cr$ 112.000,00

Árbitro: Luís Botini

Gols: Berto (11/1T), Silvio (33/1T); Benedito (7/2T), Perseu (14/2T)

Taubaté: Sergio; Rubens e Ananias; Can Can, Zé Américo e Ivan; Silvio, Taino, Berto, Benedito e Alcino. Técnico: Joaquim Loureiro

Botafogo: Ênio; Fonseca e Vastinho; Diógenes, Mário e Perseu; Neco, Brotério, Elvio, Américo Salomão e Dorival. Técnico: nd

Campanha do Campeão

Série Nóbrega – 1ª fase

1º turno                                                           2º turno

19/12/1954: Taubaté 4 x 0 S. Bento (Sor)           13/02/1955: S Bento (Sor) 1 x 1 Taubaté

26/12/1954: Velo Clube 2 x 4 Taubaté                27/02/1955: Taubaté 9 x 2 Velo Clube

2/1/1955: Taubaté 2 x 1 Paulista (Jun)                6/03/1955: Radium 0 x 0 Taubaté

16/01/1955: Portuguesa 1 x 1 Taubaté                3/03/1955: Taubaté 5 x 1 Portuguesa

23/01/1955: Taubaté 2 x 1 Radium                     27/03/1955: Paulista (Jun) 3 x 2 Taubaté

Torneio dos Finalistas – 2ª fase

1º turno                                                           2º turno

1/05/1955: Taubaté 6 x 3 Comercial       (1)        5/06/1955: Comercial 0 x 0 Taubaté

8/05/1955: Araçatuba 2 x 2 Taubaté                   9/06/1955: Taubaté 1 x 0 Araçatuba

15/05/1955: Taubaté 2 x 1 S. Bento (Sor)           12/6/1955: S Bento 2 x 1 Taubaté (Sor)

22/05/1955: Taubaté 4 x 0 Tupã                         19/06/1955: Tupã 2 x 4 Taubaté

29/05/1955: Botafogo 1 x 3 Taubaté                   26/06/1955: Taubaté 4 x 1 Botafogo

(1) O Taubaté perdeu os pontos dessa partida

Balanço Geral: Jogos: 20, Vitórias: 13, Empates: 5, Derrotas: 2, Gols marcados: 57, Gols sofridos: 29, saldo: 28.

Equipe base do campeão

Sérgio; Rubens e Porunga; Can-Can, Zé Américo e Ivan; Silvio, Toninho Taino, Berto, Benedito e Alcino. Também jogaram: Floriano, Diogo, Ananias, Celso, Manteiga, Minelli e Durval. Técnico: Joaquim Loureiro

Destaques: Os “pratas da casa” Silvio, Zé Américo, Ivan da Silva Cunha (1930-?) e Toninho Taino. Berto e Alcino que haviam atuado pelo São Paulo e Sergio, vindo do Palmeiras.

Curiosidades

  • Artilheiro máximo do campeonato: Berto (Taubaté), 23 gols;
  • Outros goleadores: Mairiporã (Comercial), 16 gols; Pagão (Portuguesa Santista), 14 gols; Brotério (Botafogo), 13 gols; Benedito (Taubaté), 12 gols;
  • Goleiros mais vazados na primeira fase:

Mingau (Paulista – Araraquara) com 28; Velasco (Garça) com 24 e Cabeção (Velo Clube) com 20 gols sofridos;

  • Goleiros menos vazados na primeira fase:

Garito (Botafogo): 10 gols, Sorocaba (Tupã): 11 gols; Sérgio (Taubaté) e Hugo (Araçatuba): 12 gols e Fia (Ferroviária), Mário (Comercial): 13 gols;

  • Maior goleada do campeonato: Marília 10 x 2 Corinthians (PP), em 30/1/1955;
  • Equipes que se destacaram:

Comercial (Ribeirão Preto): Mário (Pinin); Toninho e Sula; Assunção (Aldo), Lola (Bié) e Laércio; Silas (Servilinho), Ademar, Mairiporã, Maneca e Clive (Orestes). Técnico: Alcides Manay;

São Bento (Sorocaba): Vítor (Gibi) (Jaime) (Nélson); Domingos (Cafisso) e Cidoca (Sidney); Fioti, Falco e Lanzudo (Sérgio); Reis (Robertinho), Agostinho (Acosta) (Pedrinho), Nicácio (Odácio), Rato e Fortaleza. Técnico: Hélio Geraldo Caxambu;

Botafogo (RP): Garito; Fonseca (Mexicano) (Vastinho) e Kelé (Chorete); Diógenes (Wilsinho), Oscar e Mário; Barra Mansa (Dorival) (Elvio), Neco (Ponce), Brotério, Américo Salomão (Laerte) e Guina. Técnico: nd

  • A equipe do Paulista (Araraquara), já extinta, fez um péssimo campeonato. Não pontuou e tinha a seguinte formação:

Mingau; Ferraz e Pinho; Bruno, Braga e Negão; Didier, Desastre (Ditinho), Teixeira (Nino), Canhoto (Tom Mix) e Dino (Gonçalves). Técnico: nd

Didier jogaria na Ferroviária, da mesma cidade e seria campeão do acesso no São Bento em 1962. Também com um avante chamado Desastre, a campanha do time só poderia resultar numa catástrofe!

  • Paulo César de Araújo, o Pagão (1934-1991) se transferiria no ano seguinte para o Santos FC, onde faria muito sucesso como parceiro de Pelé. Era um jogador de rara habilidade que se machucava com extrema facilidade, daí o apelido de “canela de vidro”. Jogou ainda no São Paulo e encerraria a carreira em 1968 na mesma Portuguesa Santista;
  • Gonçalo Gonçalves (1935-) formava dupla de ataque com Pagão na Portuguesa Santista. Como o parceiro, também jogaria no Santos e São Paulo. Abandonou o futebol com 30 anos de idade;
  • Rubens Francisco Minelli (1928-) (Taubaté), se consagraria como técnico mais tarde, dirigindo várias equipes como o São Paulo, Palmeiras e Internacional (PA). Encerraria a carreira como jogador em 1955 no São Bento (Sorocaba), após sofrer fratura na perna;
  • Antonio Júlio Taino (1930-), foi um dos grandes jogadores da história do Taubaté. Além de jogador, foi técnico da equipe em várias oportunidades. Seus filhos Antonio Júlio Taino Júnior (Toninho Taino) e Éder Taino também defenderam o “burrão”;
  • Luís Campana (1933-?), o Luís Valente (Marília) após defender o Catanduva por três anos, transferiu-se para o São Paulo em 1961;
  • O atacante Américo Salomão (1920-1997) (Botafogo) apareceu no São Paulo e não realizou nenhuma partida no time profissional. Resolveu tentar a sorte nas equipes do interior e a sua trajetória pode justificar a de um jogador azarado. Vejam só:

1949: Jogou a final pelo Batatais e perdeu;

1950: Jogou a final pelo Botafogo e perdeu;

1951: Jogou a final pelo Linense e perdeu;

1952: Jogou pelo Radium na 1ª Divisão e a equipe foi rebaixada;

1953: Jogou na AD Araraquara e ao final do campeonato a equipe se licenciou;

1954: O Botafogo resolveu deixá-lo na “cerca” por algumas rodadas devido a sua baixa produtividade. Será que o retrospecto ajuda?

  • O recorde de expulsões: Ocorreu no jogo São Bento 1 x 1 Taubaté, realizado em Sorocaba no dia 13/2/1955. O árbitro Sr. José Trabold expulsou 7 jogadores – Manteiga, Benedito, Minelli e Alcino, do Taubaté. Cidoca, Nicácio e Fortaleza do São Bento;
  • Taubaté o eterno “Burro da Central”

O apelido carinhoso foi dado por Tomás Mazzoni (1900-1970), famoso cronista esportivo. Em virtude da perda dos pontos no primeiro jogo da fase final (Taubaté 6 x 3 Comercial),

o Taubaté escalou irregularmente o avante Alcino. Sorte que essa derrota não comprometeu a conquista do título (mas poderia!). Ficou famosa a frase de Mazzoni “time que ganha no campo e perde os pontos nos tribunais e assim mesmo ganha o campeonato só pode ser burro”. A Central do Brasil era a antiga estrada de ferro que passava pela cidade;

  • O jogo da vergonha: Tupã 2 x 4 Taubaté – 19/6/1955

Como dissemos anteriormente a perda de pontos do Taubaté para o Comercial, no primeiro jogo da 2ª fase, quase compromete o sonho da equipe do Vale de se tornar campeã.

O “jogo da vergonha” se referiu à penúltima rodada da 2ª fase e foi responsável pelo episódio mais lamentável do campeonato daquele ano.

A diretoria do Tupã encabeçada pelo seu presidente o Sr. Mauro Pacheco Alves, “entregou o jogo”, como se diz na gíria futebolística. Ao que consta, em troca de alguma quantia monetária. Em relação a este fato, conversamos com Caetano Martins Filho (1928 -) mais conhecido como Sorocaba, na época defendia a meta do tricolor da alta paulista.

“O Tupã mesmo que vencesse o campeonato não teria condições de subir, pois o nosso estádio necessitaria de uma ampla reforma. Naquela época, como hoje, as condições financeiras dos clubes do interior não eram boas, portanto não teríamos condições de arrumar o estádio em tempo hábil.

Fiquei sabendo por intermédio da diretoria da minha equipe que o Henrique, nosso atleta, iria jogar mesmo sem ter condições legais, pois estava suspenso.

Protestei e disse que dessa maneira não jogaria, o nosso técnico (Cid Ribeiro do Val) havia abandonado a equipe e a diretoria num ato de extrema insensatez, me convidou para dirigi-la. Logicamente não aceitei, pois se não atuaria como atleta não participaria como técnico”.

A FPF abriu inquérito para apurar o fato. O Tupã foi suspenso por 1 ano. Toda diretoria da equipe foi destituída uma semana após o final do campeonato. O ato administrativo puniu os corruptos e não os corruptores mais uma vez.

O depoente não atuou no último jogo de sua equipe, foi substituído por Seixas. Sorocaba pode não ter sido em sua carreira futebolística um goleiro de grandes predicados, mas o seu caráter, e a honradez são virtudes que valem muito e farão com que muitas pessoas se recordem mais do homem do que a de atleta.

  • Seleção do Campeonato (1ª fase)

Sérgio (Taubaté); Pedro (Araçatuba) e Ferracioli (Ferroviária – Araraquara); Diógenes (Botafogo), Cornélio (Portuguesa. Santista) e Luís (Marília); Paulinho (Ferroviária – Araraquara), Zigomar (Garça), Berto (Taubaté), Paulinho (Rio Preto) e Henrique (Tupã);

  • Revelação do Campeonato: Pagão (Portuguesa Santista);

Taubaté 54

Em pé da esquerda p/ direita: Joaquim Loureiro, Ivã, Zé Américo, Can-Can, Ananias, Rubens e Sérgio. Agachados na mesma ordem: Silvio, Tonho, Berto, Benedito e Alcino.

Trabalho inédito que contou com a colaboração do Júlio Diogo

Artigo da Semana 04/2010 – História do Campeonato de Acesso Paulista – Cap. VII

1953: Noroeste vence o campeonato e sobe!

Em 1953 a FPF decidiu modificar totalmente o campeonato de Acesso. Limitou o número de participantes através de uma resolução em que para uma agremiação participar, deveria estar numa cidade com população superior a 50.000 habitantes. O campo de jogo deveria ser cercado por alambrado; a partir desse ano seria criada a 3ª Divisão.

Com essas mudanças, o campeonato ficou bem “enxuto” e contou com apenas 20 equipes, divididas em três séries. Com a desistência do Votorantim, o São Bento de Sorocaba tomou o lugar, pois a cidade atendia às exigências de população da época. O Jabaquara que havia sido rebaixado da 1ª Divisão no ano anterior deveria integrar a Divisão de Acesso. Porém não compareceu a nenhum jogo e as partidas foram anuladas. Era a famosa “jabaquarada” expressão popular usada na época quando uma agremiação perdia em campo e ganhava nos tribunais.

As duas melhores equipes de cada série se classificavam para a 2ª fase – “Torneio dos Campeões” – que apontaria a equipe que ascenderia à elite do futebol.

A classificação da 1ª fase foi a seguinte:

Série Amarela

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
FERROVIÁRIA (ARQ) 17 7 12 7 3 2 33 13 20
BOTAFOGO 15 9 12 6 3 3 29 18 11
ARARAQUARA 15 9 12 5 5 2 33 20 13
AMÉRICA 15 9 12 5 5 2 17 8 9
FRANCANA 9 15 12 2 5 5 14 23 -9
PALMEIRAS (FRA) 7 17 12 2 3 7 15 37 -22
RIO PRETO 6 18 12 3 0 9 11 33 -22
JOGOS REALIZADOS 42
GOLS ASSINALADOS 152
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,62

Classificados: Ferroviária e América, após eliminar o Botafogo e Araraquara.

Série Verde

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
BRAGANTINO 13 7 10 6 1 3 16 12 4
PAULISTA (JUN) 13 7 10 6 1 3 14 13 1
TAUBATÉ 11 9 10 4 3 3 18 14 4
SÃO CAETANO 9 11 10 3 3 4 16 14 2
CORINTHIANS (SA) 9 15 10 3 3 6 10 15 -5
SÃO BENTO (SOR) 5 15 10 1 3 6 10 15 -5
JOGOS REALIZADOS 30
GOLS ASSINALADOS 84
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 2,8
Classificados: Paulista e Bragantino

Série Azul

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
NOROESTE 15 5 10 6 3 1 22 12 10
SÃO PAULO (ARÇ) 12 8 10 5 2 3 23 16 7
MARILIA 12 8 10 5 2 3 19 14 5
PIRACICABANO 10 10 10 4 2 4 21 19 19
TUPÃ 10 10 10 3 4 3 23 19 4
BAURU 1 19 10 0 1 9 9 37 -28
JOGOS REALIZADOS 42
GOLS ASSINALADOS 117
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 2,79

Classificados: Noroeste e Marília, após eliminar o São Paulo.

O “Torneio dos Campeões” apresentou a seguinte classificação:

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
NOROESTE 16 4 10 8 0 2 18 11 7
FERROVIÁRIA (ARQ) 13 7 10 6 1 3 27 13 14
MARÍLIA 9 11 10 4 1 5 14 17 -3
PAULISTA 8 12 10 4 0 6 14 19 -5
AMÉRICA 8 12 10 3 2 5 14 15 -1
BRAGANTINO 6 14 10 2 2 6 10 22 -12
JOGOS REALIZADOS 30
GOLS ASSINALADOS 97
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,2

Pela campanha no “Torneio dos Campeões”, o Noroeste foi proclamado campeão do Acesso de 1953.

Jogo decisivo: Noroeste 2 x 0 Marília

Data: 23/5/1954

Local: Estádio “Alfredo de Castilho”

Árbitro: Abílio Ramos

Renda: Cr$ 118.240,00

Gols: Zeola e Artur (contra)

Noroeste: Sidnei; Osvaldo e Vila; Nélson Faria, Mingão e Amaro (Luís Marini); Colombo, Zeola, Brotério, Ranulfo e Luís Marini (Amaro). Técnicos: Mário Tavares Fernandes e Balbino Simões.

Marília: Aníbal; Atílio e Luís; Nélson Teixeira, Luís Valente e Artur; Hélio, Ditinho, Raulzinho, Dequinha e Cilno.

Campanha do Campeão

1ª fase – 1º turno                                                          1ª fase – 2º turno

23/11/1953: Marília 0 x 0 Noroeste                                 17/1/1954; Noroeste 3 x 1 Marília

6/12/1953: Noroeste 3 x 1 S. Paulo                               24/1/1954: S. Paulo 2 x 0 Noroeste

13/12/1953: Piracicabano 0 x 0 Noroeste                       31/1/1954: Noroeste 5 x 1 Piracicabano

27/12/1953: Tupã 1 x 1 Noroeste                                   14/2/1954: Noroeste 3 x 2 Tupã

13/1/1954: Noroeste 3 Bauru                                         21/2/1954: Bauru 3 x 4 Noroeste

2ª fase – 1º turno                                                          2ª fase – 2º turno

28/3/1954: Noroeste 4 x 2 Paulista                                2/5/1954: Paulista 0 x 1 Noroeste

4/4/1954: América 1 x 2 Noroeste                                  9/5/1954: Noroeste 1 x 0 América

11/4/1954: Noroeste 2 x 0 Ferroviária                              16/5/1954: Ferroviária 5 x 3 Noroeste

18/4/1954: Marília 1 x 2 Noroeste                                  23/5/1954: Noroeste 2 x 0 Marília

25/4/1954: Noroeste 1 x 0 Bragantino                             30/5/1954: Bragantino 3 x 0 Noroeste

Balanço Geral: Jogos: 20, Vitórias 14, Empates: 3, Derrotas: 3, Gols marcados: 40, Gols sofridos: 28, Saldo: 12.

Equipe base do campeão

Sidnei; Zulu e Vila; Nelson Faria, Mingão e Amaro; Colombo, Zeola, Brotério, Ranulfo e Luís Marini. Também jogaram: Aldo, Louro, Pelota, Tuim, Chocolate, Adolfrizes, Clóvis, Julinho, Dito, Mical, Antero, Paulinho e Mirtola. Técnicos: Balbino Simões (1918-) e depois José Pavesi, o Pepino.

Destaques: Mingão, Domingos Bainha Lopes (1924-?). Veio do Ginásio Pinhalense em 1951, como capitão era um dos veteranos e transmitia muita segurança aos mais novos. É considerado jogador símbolo do Noroeste. Amaro José dos Santos (1924-?). Militou durante um bom tempo no futebol carioca e também colaborou com a sua experiência. Ranulfo Pereira Machado (1925-?). Jogou emprestado pelo São Paulo e foi grande articulador das jogadas ofensivas do Noroeste. Brotério de Assunção (1926-1990) foi o artilheiro da equipe com 12 gols. Começou nas equipes amadoras de Sorocaba e atuou pelo Votorantim e São Bento (Sorocaba);

Agostinho Zeola (1934-?). O mais jovem da equipe e grande artilheiro, atuaria pelo Palmeiras e Juventus. José Colombo (1930-?), emprestado pelo Corinthians fez um bom campeonato, retornando logo a seguir ao seu clube de origem.

Curiosidades

  • Artilheiro máximo do campeonato: Amauri Brasilio de Araújo (1932-?), o Tec (Ferroviária – Araraquara) com 16 gols;
  • Outros goleadores: Jandir (Paulista) 13 gols, Brotério (Noroeste) 12 gols, Zé Amaro (Ferroviária), Cilno (Marília), Omar Albers (1930-?) (Ferroviária) e Zeola (Noroeste), todos com 11 gols;
  • Goleiros mais vazados na primeira fase:

Dudu (Bauru): 28 gols; Saci (Palmeiras – Franca) e Pacau (Rio Preto): 20 gols; Badê (Tupã): 19 gols;

  • Defesas menos vazadas na primeira fase:

Garito (América): 6 gols; Lourenço (Bragantino): 9 gols, Sidnei (Noroeste): 12 gols, Nicanor (Paulista) e Fia (Ferroviária): 13 gols

  • Maior goleada do campeonato: Palmeiras (Franca) 0 x 7 Ferroviária (Araraquara), em 13/12/1953;
  • Equipes que se destacaram:

Ferroviária: Fia (Ferro) (Basílio); Pierre e Pixo (Tato); Dirceu (Diógenes), Gaspar e Henrique (Elcias) (Izan); Augusto (Santo Cristo), Tec (Omar), Vaguinho (Odair Titica), Zé Amaro e Boquita. Técnicos: Caetano De Domenico e depois Aramando Renganeschi;

Marília: Tonico; Atílio e Xandu; Luiz, Valente e Artur; Doquinha (Raul), Ditinho, César, Hélio e Cilno (Vavo). Técnico: Florindo Alves Ferreira;

Paulista: Nicanor; Gaúcho (Chumbinho) e Martinelli; Léo (Pedrinho), Dalmo (Carmo) e Alcides (Artur); Agostinho, Sacadura, Jandir (Garcia), Alvair (Pinga II) (Nardo) e Moreno. Técnico: Arturzinho;

América: Garito (Barrela); Aguinaldo e Ferraciolli; Tuca, Aldo e Gamba; Amaral (Melinho), Vicente (Nelsinho), Dozinho (Miranda), Jonas (Haroldo) (Foguinho) e Urias (Osmar). Técnico: Túlio;

  • Seleção do Campeonato (1ª fase)

Fia (Ferroviária – Araraquara); Agnaldo (América) e Kelé (Botafogo); Baia (Botafogo), Aldo (América) e Nascimento (Botafogo); Colombo (Noroeste), Vaguinho (Ferroviária – Araraquara), Zé Amaro (Ferroviária – Araraquara) e Boquita (Ferroviária – Araraquara);

  • Odair “Titica” havia sido emprestado pelo Santos à Ferroviária e se esperava que com a sua experiência pudesse ajudar a equipe a vencer o campeonato. Criou caso e jogou pouco, foi devolvido ao Santos;
  • Walter Goulart da Silveira (12/9/1922-) o Santo Cristo (Ferroviária – Araraquara), também veio ajudar o time. Experiência ele tinha: Botafogo carioca, São Paulo, Fluminense, Vasco da Gama foram algumas das equipes que passou;
  • O técnico do Noroeste, José Pavesi (? -1954), faleceu no dia do jogo contra o Bragantino (24/4/54) os jogadores e a diretoria resolveram que não contrariam ninguém para substituí-lo até o término do campeonato. Balbino que atuara como técnico na primeira fase, o Sr. Mário Tavares Fernandes e mais alguns jogadores se encarregaram da função, tendo o falecido Pepino como o “treinador espiritual”;
  • No plantel do Noroeste estava Adolfrizes Novais (1925-?), jogador que havia sido campeão do interior em 1943 pelo mesmo Noroeste;
  • A Ferroviária era uma das equipes cotadas para a conquista do acesso. Armou uma boa equipe onde o destaque era o ataque que assinalou 60 gols na competição: Tec (16), Augusto (10), Vaguinho (8), Zé Amaro (11) e Boquita (9); A equipe foi mais uma vez vice – campeã;
  • Craque do Campeonato: Zé Amaro (Ferroviária – Araraquara);
  • Revelação do campeonato: Zeola (Noroeste).

Trabalho que contou com a colaboração do Júlio Diogo

Noroeste 53

Em pé, da esquerda para a direita: Nelson Faria, Mingão, Villa, Sidney, Zulu e Amaro. Abaixados, na mesma ordem: Colombo, Zeola, Brotero, Ranulfo e Luiz Marini

Artigo da Semana n°3/2010 São Bento x Marília, uma rivalidade com mais de 50 anos!go

O EC São Bento (97) e o Marília A C (68) vão protagonizar neste sábado (13/2), o 58º. embate da história dessas duas agremiações tradicionais do interior de São Paulo.

A primeira partida foi um amistoso realizado no antigo estádio do São Bento da rua Coronel Nogueira Padilha em 1/8/1954, o resultado foi uma vitória maqueana por 1×0.

Ao longo dos confrontos, o São Bento obteve 23 vitórias, 17 empates e 17 derrotas. Os jogos foram assim distribuídos: 34 para as competições da 1ª. Divisão Paulista, 1 jogo para a 2ª. Divisão, 9 jogos para a 3ª. Divisão, 2 jogos pelo Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, 6 jogos em Torneios de São Paulo e 5 jogos amistosos. O São Bento assinalou 74 gols e sofreu 65.

A maior goleada consignada pelo São Bento foi em 1/9/1971 por 6×1. A resposta do MAC viria 36 anos depois, em 4/3/2007 quando aplicou o mesmo placar.

Segue abaixo a cronologia completa dos confrontos entre as equipes:

1/8/1954 SÃO BENTO

0

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA AMISTOSO CAMPO DA RUA NOGUEIRA PADILHA
24/7/1955 SÃO BENTO

1

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA AMISTOSO CAMPO DA RUA NOGUEIRA PADILHA
31/7/1955 SÃO BENTO

3

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA AMISTOSO MARÍLIA
1/9/1971 SÃO BENTO

6

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA PAULISTINHA/72 DR HUMBERTO REALE/SOROCABA
17/10/1971 SÃO BENTO

2

x

2

MARÍLIA/MARÍLIA PAULISTINHA/72 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
18/9/1972 SÃO BENTO

0

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA PAULISTINHA/73 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
26/11/1972 SÃO BENTO

2

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA PAULISTINHA/73 DR HUMBERTO REALE/SOROCABA
4/2/1973 SÃO BENTO

1

x

2

MARÍLIA/MARÍLIA AMISTOSO BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
4/11/1973 SÃO BENTO

0

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA PAULISTINHA/74 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
5/12/1973 SÃO BENTO

1

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA PAULISTINHA/74 DR HUMBERTO REALE/SOROCABA
13/4/1974 SÃO BENTO

0

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA PAULISTINHA/75 DR HUMBERTO REALE/SOROCABA
23/6/1974 SÃO BENTO

1

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA PAULISTINHA/75 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
16/3/1975 SÃO BENTO

3

x

3

MARÍLIA/MARÍLIA DIV. ESPECIAL/75 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
5/10/1975 SÃO BENTO

1

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA TORNEIO J.E.M.F./75 DR HUMBERTO REALE/SOROCABA
15/11/1975 SÃO BENTO

1

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA TORNEIO J.E.M.F./75 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
21/3/1976 SÃO BENTO

2

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA DIV. ESPECIAL/76 DR HUMBERTO REALE/SOROCABA
13/2/1977 SÃO BENTO

1

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA DIV. ESPECIAL/77 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
19/6/1977 SÃO BENTO

2

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA DIV. ESPECIAL/77 DR HUMBERTO REALE/SOROCABA
12/3/1978 SÃO BENTO

2

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA TORNEIO INCENTIVO/78 DR HUMBERTO REALE/SOROCABA
7/5/1978 SÃO BENTO

0

x

2

MARÍLIA/MARÍLIA TORNEIO INCENTIVO/78 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
24/9/1978 SÃO BENTO

3

x

2

MARÍLIA/MARÍLIA DIV. ESPECIAL/78 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
11/2/1979 SÃO BENTO

1

x

2

MARÍLIA/MARÍLIA DIV. ESPECIAL/78 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
5/8/1979 SÃO BENTO

0

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA DIV. ESPECIAL/79 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
4/11/1979 SÃO BENTO

2

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA DIV. ESPECIAL/79 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
23/3/1980 SÃO BENTO

4

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA TORNEIO INCENTIVO/80 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
27/4/1980 SÃO BENTO

1

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA TORNEIO INCENTIVO/80 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
14/6/1980 SÃO BENTO

1

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/80 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
5/10/1980 SÃO BENTO

0

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/80 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
25/2/1981 SÃO BENTO

3

x

3

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/81 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
15/3/1981 SÃO BENTO

0

x

2

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/81 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
13/5/1981 SÃO BENTO

2

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/81 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
2/9/1981 SÃO BENTO

1

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/81 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
21/4/1982 SÃO BENTO

4

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA AMISTOSO WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
22/9/1982 SÃO BENTO

1

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/82 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
17/10/1982 SÃO BENTO

0

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/82 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
7/8/1983 SÃO BENTO

1

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/83 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
2/10/1983 SÃO BENTO

0

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/83 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
5/9/1984 SÃO BENTO

1

x

2

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/84 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
3/10/1984 SÃO BENTO

0

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/84 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
9/6/1985 SÃO BENTO

2

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/85 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
17/11/1985 SÃO BENTO

1

x

2

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/85 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
4/8/1991 SÃO BENTO

0

x

3

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/91 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
9/10/1991 SÃO BENTO

0

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA 1ª DIVISÃO/91 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
1/4/1992 SÃO BENTO

2

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA BRASILEIRO SÉRIE B BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
13/4/1992 SÃO BENTO

1

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA BRASILEIRO SÉRIE B WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
19/3/1995 SÃO BENTO

2

x

2

MARÍLIA/MARÍLIA SÉRIE A3/95 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
2/7/1995 SÃO BENTO

1

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA SÉRIE A3/95 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
10/4/1996 SÃO BENTO

2

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA SÉRIE A3/96 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
23/6/1996 SÃO BENTO

3

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA SÉRIE A3/96 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
26/1/2000 SÃO BENTO

0

x

2

MARÍLIA/MARÍLIA SÉRIE A3/00 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
9/2/2000 SÃO BENTO

1

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA SÉRIE A3/00 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
14/5/2000 SÃO BENTO

0

x

3

MARÍLIA/MARÍLIA SÉRIE A3/00 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
5/3/2001 SÃO BENTO

1

x

1

MARÍLIA/MARÍLIA SÉRIE A3/01 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA
17/5/2001 SÃO BENTO

0

x

0

MARÍLIA/MARÍLIA SÉRIE A3/01 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
20/1/2002 SÃO BENTO

2

x

3

MARÍLIA/MARÍLIA SÉRIE A2/2002 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
9/4/2006 SÃO BENTO

1

x

2

MARÍLIA/MARÍLIA SÉRIE A1/2006 BENTO DE A. S. VIDAL/MARÍLIA
4/3/2007 SÃO BENTO

1

x

6

MARÍLIA/MARÍLIA SÉRIE A1/2007 WÁLTER RIBEIRO/SOROCABA

Trabalho inédito, material coletado no acervo particular do autor.

Decepção de público na Série A-2

        Público
1a. Rodada Osasco x Noroeste 467
  São Bento x América 3.332
  Votoraty x Guaratinguetá 555
  PAEC x Marília 106
  Rio Preto x São Bernardo 429
  Catanduvense x U. São João 747
  Osvaldo Cruz x Guarani 1075
  Linense x Flamengo 1232
  U. Barbarense x Taquaritinga 1657
  A. Sorocaba x São José 384
2a. Rodada São Bernardo x PAEC 3130
  U. São João x A. Sorocaba 417
  América x Linense 577
  Flamengo x Votoraty 612
  Guaratinguetá x Osasco 1428
  São José x Osvaldo Cruz 2765
  Noroeste x U. Barbarense 1783
  Guarani x São Bento 3384
  Taquaritinga x Rio Preto 341
  Marília x Catanduvense 1178
3a. Rodada Osasco x Votoraty 172
  São Bernardo x U. Barbarense 3680
  Rio Preto x PAEC 313
  Linense x Guarani 3588
  São José x U. São João 2467
  A. Sorocaba x Catanduvense 236
  América x Noroeste 223
  Taquaritinga x Flamengo 392
  Marília x Osvaldo Cruz 895
  São Bento x Guaratinguetá 3425
Equipes Cidade População Estimada (2009)
A. Sorocaba Sorocaba 590.000
América S.J. Rio Preto 440.000
Catanduvense Catanduva 120.000
Flamengo Guarulhos 1.400.000
Guarani Campinas 1.200.000
Guaratinguetá Guaratinguetá 120.000
Linense Lins 75.000
Marília Marília 230.000
Noroeste Bauru 370.000
Osasco Osasco 750.000
Osvaldo Cruz Osvaldo Cruz 35.000
PAEC ? ?
Rio Preto S.J. Rio Preto 440.000
São Bento Sorocaba 590.000
São Bernardo S.B. do Campo 830.000
São José São José dos Campos 630.000
Taquaritinga Taquaritinga 58.000
U. Barbarense Santa Bárbara do Oeste 200.000
U. São João Araras 120.000
Votoraty Votorantim 110.000
Equipes Média de Público Média em casa
São Bento 3380 3379
Guarani 2682 3384
São Bernardo 2413 3405
U. Barbarense 2373 1657
São José 1872 2616
Guaratinguetá 1803 1428
Linense 1799 2410
Osvaldo Cruz 1578 1075
América 1377 400
U. São João 1210 417
PAEC 1183 106
Noroeste 824 1783
Taquaritinga 797 367
Flamengo 745 612
Marília 726 1037
Catanduvense 720 747
Osasco 689 320
Votoraty 446 555
Rio Preto 361 371
A. Sorocaba 346 310

Com base nos quadros acima, conclue-se que a média de público da Série A-2 é bem decepcionante. Quando analisamos a média dos chamados clubes “tradicionais”, aqueles que  já participaram da “elite” do futebol paulista, a decepção é ainda maior. Marília, América, Noroeste, São José, União São João e até mesmo o São Bento que lidera o ranking, deveriam atrair um público maior.

Uma agremiação como o Guarani, cotadíssimo para subir, não poderia apresentar uma média tão decepcionante. Tudo bem que a torcida bugrina não é de comparecer em determinados momentos do campeonato, mas a média pífia de 2.682 torcedores é decepcionante.

O São Bernardo quer se juntar aos seus “irmãos regionais”: Santo André e São Caetano. Sendo uma agremiação jovem, os seus números até que não decepcionam.

Agora os chamados clubes empresas que não necessitam de apoio popular como o PAEC, que é um clube nômade, o Votoraty e o Atlético Sorocaba a coisa já era prevista. Aliás, os diregentes do Votoraty deveriam pensar muito bem antes de decidir pela migração para Ribeirão Preto. Lá como se sabe há duas equipes com uma grande leva de torcedores e após 5 anos, a tendência de torcedores do Votoraty é aumentar pois já suplantou à média do Atlético Sorocaba que tem quase 20 anos de existência .

Jogar sem torcida deve ser muito triste. É como um artista se apresentar para ninguém.

História do Campeonato de Acesso Paulista – Cap. I

Estamos nos propondo a recontar, é isso mesmo, recontar a história do campeonato de acesso que em algum momento do passado já foi ditada em prosa e verso pelo brilhante mestre Delphin Ferreira Rocha Netto (1913-2003).
O nosso trabalho contou com a colaboração desse magnífico cronista, que permitiu que pudéssemos desfrutar de seu acervo. O Sr. Rocha Netto na qualidade de correspondente esportivo, viajava pelo nosso interior afora colhendo matéria para o velho “Esporte Ilustrado” ou para “A Gazeta Esportiva”.
Ele foi um dos primeiros a contar “causos” do futebol caipira e tinha uma maneira “sui generis” de relatar os fatos, além da preocupação permanente com a “verdade” dos mesmos.
Outro grande parceiro foi Nelcy Pauleto, que pacientemente coletou a maioria dos resultados da outrora chamada “segundona”. Não poderia deixar de citar o nome de Júlio Diogo, grande batalhador para a preservação da memória esportiva brasileira que muito auxiliou com seus arquivos de resultados.
Outros colaboradores foram aparecendo à medida que evoluíamos de ano para ano. Nosso trabalho se baseou na reunião de dados, obtidos da pesquisa em bibliotecas, jornais e arquivos públicos, portanto, informações colhidas em jornais da época.
Nossa missão é acima de tudo pela preservação da memória esportiva, principalmente do nosso interior. Esse trabalho não é conclusivo e estará sujeito a correções e complementações.
O campeonato de 1947 foi o primeiro da era do profissionalismo envolvendo clubes do interior e pode ser considerado como “balão de ensaio” para o primeiro campeonato de acesso que seria realizado em 1948. Esse campeonato foi também o primeiro da era profissional envolvendo clubes do interior e não contemplava o acesso.
A idéia de um campeonato de acesso nasceu da necessidade de se acabar com o chamado “amadorismo marrom” que vigorava entre as agremiações do interior.
Naquele tempo os clubes profissionais “tiravam” os melhores valores provenientes do interior, através de um depósito simbólico na Federação. “Amadores” estes que eram lapidados com muito carinho pelos seus clubes de origem.
Para por fim a esse disparate, o XV Piracicaba e mais 13 agremiações do interior resolveram, com a ajuda da Federação Paulista, implantar o profissionalismo no interior. Assim os clubes “prendiam” seus atletas através de contratos, para poder se protegerem dos ataques dos clubes da capital e do Rio.
Os acertos para a implantação do profissionalismo foram finalizados em 1946 e em 1947 foi realizado o campeonato que mencionamos acima.
É importante frisar que uma das figuras que mais colaborou para a implantação da lei do acesso foi Roberto Gomes Pedrosa (1914-1954), ex atleta e presidente da Federação Paulista, precocemente falecido no exercício de suas funções como mandatário máximo do futebol em São Paulo.
Mas vamos ao Primeiro Campeonato Profissional envolvendo clubes do interior.
Apesar de ser pouco lembrado, foi um campeonato muito importante para o XV de Piracicaba, pois serviu para a montagem da equipe que conquistaria o primeiro campeonato da Lei de Acesso de 1948.
O campeonato iniciou em meados de maio de 1947 e terminou em dezembro do mesmo ano. Como já foi dito anteriormente, foi disputado por 14 agremiações pelo sistema de turno e returno, todos contra todos.
A disputa foi ferrenha e emocionante, ora se alternava na liderança o XV, ou Taubaté, ora a Ponte Preta ou Batatais.

O jogo decisivo:
Desfalcado de Rabeca e Strauss, o XV enfrentou pela última rodada a agremiação da Palmeiras, da cidade de Franca, equipe já extinta. O jogo era pela última rodada e o Taubaté torcia por um tropeço do XV para tentar a conquista do campeonato
Jogo: XV de Piracicaba 1 x 0 Palmeiras
Data: 21/12/47
Local: Franca
Árbitro: Otávio Richter
Gol: Henrique aos 43′ do 2º tempo
XV: Bertolucci; Elias e Idiarte; Cardoso, Changai e Adolfinho; Curtinho, Sato, Gatão, Berto e Henrique. Técnico: Humberto Cabelli
Palmeiras: Paulo; Zezão e Joacir; Marreta, Cazeca e Tostão; Nené, Marinho, Cabelo, Pacu e Lógico. Técnico: nd

Campanha do Campeão:
1º Turno 2º Turno
18/05/47: XV 2 x 0 Mogiana 07/09/47: XV 4 x 0 Botafogo
25/05/47: XV 6 x 2 São Bento 14/09/47: Mogiana 1 x 3 XV
01/06/47: Guarani 2 x 2 XV 21/09/47: XV 1 x 0 Barretos
08/06/47: XV 3 x 2 Sanjoanense 23/09/47: São Bento 4 x 1 XV
15/06/47: Rio Branco 0 x 5 XV 07/10/47: XV 3 x 0 Rio Branco
22/06/47: Batatais 1 x 1 XV 19/10/47: Sanjoanense 1 x 1 XV
06/07/47: XV 6 x 2 Palmeiras 26/10/47: XV 3 x 3 Internacional
13/07/47: Botafogo 0 x 3 XV 01/11/47: Ponte Preta 1 x 1 XV
20/07/47: XV 4 x 1 Ponte Preta 23/11/47: Francana 1 x 1 XV
27/07/47: Internacional 3 x 0 XV 30/11/47: XV 1 x 1 Batatais
10/08/47: XV 2 x 1 Taubaté 07/12/47: Taubaté 3 x 3 XV
17/08/47: Barretos 2 x 1 XV 14/12/47: XV 4 x 0 Guarani
24/08/47: XV 6 x 2 Francana 21/12/47: Palmeiras 0 x 1 XV

Balanço geral: Jogos: 26; Vitórias: 14; Empates: 9, Derrotas: 3, Gols marcados: 68, Gols sofridos: 35, Saldo: 33

Equipe base do campeão:
Bertolucci; Idiarte e Mário Renzi; Cardoso, Straus e Adolfinho; Cardeal, Berto, Gatão, Sato e Rabeca. Também jogaram: Picolino, Rubens, Henrique, Changai, Curtinho, Elias, Luis Foltran, Tão, Bita Pixe e Cardinalli. Técnico: Humberto Cabelli
Destaques: Antonio Bertolucci, goleiro que mais tarde defenderia o São Paulo Futebol Clube. Idiarte Massariol, segundo Rocha Netto, é o jogador símbolo da história do XV. Vicente Naval Filho (1928-1995), o Gatão, defenderia mais tarde o Corinthians e após encerrar a carreira foi técnico. Sato, o jogador mais cerebral da equipe, seu “espírito amador”, impediu de jogar nas grandes equipes. Hoje vive em Sorocaba como agrônomo aposentado.

Curiosidades:
• Artilheiro máximo do campeonato: Rivetti (Sanjoanense) com 20 gols;
• Outros goleadores: Hugo (Taubaté), Pedrinho (Mogiana) e Rabeca (XV) todos com 19 gols, Tonho Rosa (Batatais) com 18 gols, Perruche (Taubaté) com 17 gols, Tião (Taubaté) com 16 gols;
• Goleiros mais vazados:
Nelson (Barretos): 40 gols, Magalhães (Mogiana): 38 gols, Paulo (Palmeiras): 37 gols, José (Taubaté): 36 gols;
• Goleiros menos vazados:
Barone (Botafogo) com 29 gols, Jura (São Bento) com 30 gols e Costa (Rio Branco) com 31 gols; Ari (Sanjoanense): 32 gols;
• Maior goleada: Internacional (Limeira) 10 x 2 Palmeiras (Franca) em 8/6/1947;
• Equipes que se destacaram:
Taubaté: Zezão; Bibide e Orestes; Dunga, Gute e Juju; Tião, Renato, Gerson, Hugo e Perruche;
Ponte Preta: Fia; Alcides e Stalingrado, Nego, Oscar e Oliveira; Damião, Bruninho, Cacique, Vicente (Gaiola) e Armandinho. Técnico: José Guillermo Agnelli (1912-1998);
Batatais: Joãozinho; Piolim e Antero; Moacir, Luís Lopes e Itamar; Dema, Renatinho, Tonho Rosa, Dirceu e Carlito. Técnico: Tito Rodrigues/Conrado Ross de Marco;
• Mauro Ramos de Oliveira (1930-2002), capitão da Seleção Brasileira na conquista do bicampeonato no Chile, jogou nesse ano na Sanjoanense, transferindo-se no ano seguinte para o São Paulo;
• João José da Silva, o Pirombá (Barretos) fez parte daquela célebre equipe do Sport Recife que excursionou pelo sul do Brasil em 1942, faziam parte daquela equipe Ademir de Menezes (1922-1996) e Magri;
• José Chagas, o Eca (Francana), seria o treinador da Francana no acesso de 1977;
• Mário Marcos Gaiola (Ponte Preta) seria campeão em 1951 com o XV de Jaú;
• Antonio Justino Figueiredo Rosa (? -2001), o Tonho Rosa (Batatais), era o “craque fazendeiro”, filho de uma família de posses, passava o tempo “batendo uma bolinha”. Foi considerado um dos melhores jogadores do interior e encerrou a carreira em 1957 na Francana, agremiação que defendeu na maior parte das vezes. Seu irmão Luís Clóvis Rosa (1922-?) atuou muitas vezes com Tonho e chegou a ser cogitado como substituto de Leônidas da Silva (1913-2004) quando da sua despedida no São Paulo;
• Antonio Rosolém (1928-2005), o Rosalém (Rio Branco), jogaria mais tarde pelo Corinthians onde seria campeão paulista de 1950;
• Revelações do campeonato: Mauro (Sanjoanense), Piolim (Guarani), Gatão (XV), Hugo (Taubaté) e Perruche (Taubaté).

fila da esquerda p/ direita: Bertolucci, Idiarte, Mário Renzi, Cardoso, Straus e Adolfinho;
Segunda fila na mesma ordem: Cardeal, Berto, Gatão, Sato, Rabeca, Picolino, Rubens, Henrique;
Última fila: Tão, Elias, Cardinalli, Luisinho, Changai, Pixe, Curtinho e Brito.

 

História do Campeonato de Acesso Paulista – Cap. IV

1950 – Deu Radium no Ano Santo!
Em 1950 o Campeonato da 2ª Divisão (Acesso), reuniu um número recorde de participantes: 54 equipes. Esse número excede em 14 aos integrantes do campeonato de 1948, e em 7 aos de 1949. O Batatais pediu licença nesse ano.
Esse “mega campeonato”, foi dividido em 5 séries regionais, como nos anos anteriores. As equipes na primeira fase jogaram entre si, dentro de cada série em turno e returno. Para a 2ª fase, a FPF resolveu inovar: Para a disputa do ”Torneio dos Campeões” além dos campeões, os vices de cada série também disputaram, trazendo mais emoção ao campeonato. Tivemos assim, duas novas séries de 5 equipes. Os campeões das séries disputariam a finalíssima.
O vencedor ascenderia à 1ª Divisão. A 1ª fase durou de junho á novembro. A 2ª fase ou “Torneio dos Campeões”, de dezembro á fevereiro de 1951. Os jogos finais foram em número de quatro. Essa disputa levou quase um mês para apuração do campeão.
Na 1ª fase tivemos a seguinte classificação:

1ª Série
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º FRANCANA 33 7 20 15 3 2 66 20 46
2º BOTAFOGO 31 9 20 15 1 4 71 27 44
3º ORLÂNDIA 24 16 20 10 4 6 42 30 12
4º INTERNACIONAL (BEB) 23 17 20 10 3 7 40 33 7
5º UCHOA 22 18 20 9 4 7 51 42 9
6º OLIMPIA 21 19 20 9 3 8 42 41 1
6º AMÉRICA 21 19 20 7 7 6 35 32 3
8º MONTE AZUL 14 26 20 5 4 11 29 57 -28
9º SÃO JOAQUIM 11 29 20 5 1 14 33 58 -25
10º MOTORISTAS 10 30 20 5 0 15 25 57 -32
10º BARRETOS 10 30 20 4 2 14 28 65 -37

JOGOS REALIZADOS 110
GOLS ASSINALADOS 462
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,2
Classificados: Francana e Botafogo
Obs.: INTERNACIONAL (BEB)=INTERNACIONAL (BEBEDOURO)

2ª Série
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º LINENSE 34 10 22 16 2 4 69 28 41
2º SÃO BENTO (MAR) 31 13 22 13 5 4 59 30 29
3º CORINTHIANS (PP) 30 14 22 14 2 6 48 31 17
4º PRUDENTINA 29 15 22 13 3 6 53 37 16
5º NOROESTE 25 19 22 9 7 6 45 45 0
6º BAURU 23 21 22 10 3 9 50 50 0
7º SÃO PAULO (ARÇ) 20 24 22 8 4 10 33 37 -4
8º FERROVIÁRIA (ASS) 18 26 22 8 2 12 54 52 2
9º GARÇA 17 27 22 7 3 12 31 45 -14
10º BRASIL 16 28 22 6 4 12 29 54 -25
11º TUPÃ 12 32 22 5 2 15 42 74 -32
12º BANDEIRANTE 11 33 22 3 5 14 27 57 -30

JOGOS REALIZADOS 132
GOLS ASSINALADOS 540
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,09
Classificados: Linense e São Bento (Mar)
Obs.: SÃO BENTO (MAR)=SÃO BENTO (MARÍLIA); CORINTHIANS (PP)=CORINTHIANS (PRESIDENTE PRUDENTE); SÃO PAULO (ARÇ)=SÃO PAULO (ARAÇATUBA); FERROVIÁRIA (ASS)=FERROVIÁRIA (ASSIS)
3ª Série
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º XV DE JAU 26 10 18 12 2 4 57 31 26
2º FERROVIÁRIA (BOT) 22 14 18 10 2 6 52 40 12
2º SÃO PAULO (ARQ) 22 14 18 9 4 5 43 30 13
4º PAULISTA (ARQ) 21 17 19 9 3 7 47 41 6
5º ARARENSE 19 17 18 9 1 8 55 39 16
6º VELO CLUBE 18 18 18 8 2 8 36 33 3
7º PIRASSUNUNGUENSE 17 19 18 7 3 8 28 40 -12
8º COMERCIAL (ARA) 16 20 18 6 4 8 36 38 -2
9º PALMEIRAS (J) 14 22 18 6 2 10 30 52 -22
10º RIO CLARO 7 29 18 3 1 14 20 60 -40

JOGOS REALIZADOS 90
GOLS ASSINALADOS 404
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,49
Classificados: XV de Jaú e Ferroviária (após eliminar o S Paulo-Arç)
Obs.: FERROVIÁRIA (BOT)=FERROVIÁRIA (BOTUCATU); SÃO PAULO (ARQ)=SÃO PAULO (ARARAQUARA); COMERCIAL (ARA)=COMERCIAL (ARARAS); PALMEIRAS (J)=PALMEIRAS (J)=PALMEIRAS (JAU)

4ª Série
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º RADIUM 29 7 18 13 3 2 39 18 21
1º RIOPARDENSE 29 7 18 13 3 2 67 24 43
3º SANJOANENSE 24 12 18 12 0 6 53 25 28
4º RIO PARDO 23 13 18 10 3 5 54 28 26
5º GINÁSIO PINHALENSE 18 18 18 8 2 8 33 41 -8
6º PONTE PRETA 16 20 18 7 2 9 34 28 6
6º INTERNACIONAL (LIM) 16 20 18 7 2 9 39 40 -1
8º MOGIANA 14 22 18 5 4 9 24 39 -15
9º PIRACICABANO 9 27 18 4 1 13 19 60 -41
10º COMERCIAL (LIM) 2 34 18 0 2 16 11 70 -59

JOGOS REALIZADOS 109
GOLS ASSINALADOS 373
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,42
Classificados: Radium e Rio Pardense
Obs.: INTERNACIONAL (LIM)=INTERNACIONAL (LIMEIRA); COMERCIAL (LIM)=COMERCIAL (LIMEIRA)

5ª Série
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º SÃO CAETANO 31 9 20 14 3 3 64 31 33
2º COMERCIAL (SP) 27 13 20 12 3 5 58 41 17
3º VOTORANTIM 26 14 20 12 2 6 58 41 17
4º CORINTHIANS (SA) 24 16 20 10 4 6 64 35 29
5º TAUBATÉ 21 19 20 8 5 7 52 30 22
5º ESTRELA DA SAUDE 21 19 20 9 3 8 41 45 -4
7º PORTOFELICENCE 20 20 20 9 2 9 37 50 -13
8º SÃO JOÃO 14 26 20 6 2 12 36 52 -16
8º SÃO BERNARDO 14 26 20 6 2 12 31 47 -16
10º PAULISTA (JUN) 12 28 20 5 2 13 37 70 -33
11º PALESTRA (SB) 8 32 20 3 2 15 22 70 -48

JOGOS REALIZADOS 110
GOLS ASSINALADOS 500
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,54
Classificados: São Caetano e Comercial (SP)
Obs.: COMERCIAL (SP)=COMERCIAL (CAPITAL); CORINTHIANS (SA)=CORINTHIANS (SANTO ANDRÉ); PAULISTA (JUN)=PAULISTA (JUNDIAI); PALESTRA (SB)=PALESTRA (SÃO BERNARDO)
A 2ª fase ou “Torneio dos Campeões” apresentou a seguinte classificação:

1º Grupo
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º RADIUM 12 4 8 6 0 2 20 12 8
2º FRANCANA 10 6 8 5 0 3 11 11 0
3º SÃO BENTO (MAR) 7 9 8 3 1 4 15 11 4
4º FERROVIÁRIA (BOT) 6 10 8 3 0 5 12 22 -10
5º XV DE JAU 5 11 8 2 1 5 14 16 -2

JOGOS REALIZADOS 20
GOLS ASSINALADOS 72
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,6
Classificado: Radium

2º Grupo
Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
1º BOTAFOGO 11 7 9 5 1 3 15 11 4
2º LINENSE 10 6 8 4 2 2 19 9 10
3º SÃO CAETANO 8 8 8 4 0 4 15 20 -5
3º RIOPARDENSE 8 8 8 3 2 3 19 15 4
5º COMERCIAL (SP) 3 13 8 1 1 6 11 24 -13

JOGOS REALIZADOS 20
GOLS ASSINALADOS 79
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 4,0
Classificado: Botafogo

Para a apuração do campeão foram necessários quatro jogos, evidenciando o equilíbrio entre as equipes.
Jogo Decisivo: Botafogo 1 x 2 Radium
Data: 11/03/51
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Árbitro: José de Moura Leite.
Gols: Pirombá
Silas e James
Radium: Brazão; Aguinaldo e Jorge; Bahia, Olegário e Stacis; Bagunça, James, Alipio, Silas e Ari. Técnico: Florindo Alves Ferreira
Botafogo: Rafael; Alcides e Carolo; Diógenes, Kelé e Itamar; Pirombá, Ladeira, Xixico, Cândido e Adelino. Técnico: Zezé Procópio

Campanha do Campeão
1ª fase – 4ª Série
1º Turno: 2º Turno:
17/06/50: Sãojoanense 0 x 2 Radium 10/09/50: Radium 3 x 1 Piracicabano
02/07/50: Radium 6 x 0 Comercial (Lim) 17/09/50: Radium 2 x 1 Sãojoanense
09/07/50: Piracicabano 0 x 1 Radium 24/09/50: Radium 2 x 1 Internacional (Lim)
16/07/50: Radium 3 x 2 Rio Pardo 01/10/50: Ginásio Pinhalense 2 x 0 Radium
23/07/50: Rio Pardense 2 x 2 Radium 15/10/50: Rio Pardo 3 x 2 Radium
30/07/50: Mogiana 1 x 2 Radium 22/10/50: Radium1 x 0 Mogiana
06/08/50: Radium 2 x 1 Ginásio Pinhalense 29/10/50: Radium 2 x 2 Riopardense
13/08/50: Internacional (Lim) 0 x 0 Radium 12/11/50: Comercial (Lim) 0 x 5 Radium
20/08/50: Radium 2 x 0 Ponte Preta 19/11/50: Ponte Preta 1 x 2 Radium
2ª fase – Torneio dos Campeões
1º Turno: 2º Turno:
03/12/50: São Bento 1 x 2 Radium 07/01/51: Radium 1 x 0 São Bento
10/12/50: Radium 5 x 2 Ferroviária (Bot) 14/01/51: Ferroviária (Bot) 2 x 3 Radium
24/12/50: XV de Jaú 1 x 2 Radium 28/01/51: Radium 5 x 2 XV de Jaú
31/12/50: Radium 1 x 2 Francana 11/02/51: Francana 2 x 1 Radium
Finais
18/02/51: Radium 1 x 1 Botafogo
25/02/51: Botafogo 0 x 0 Radium
04/03/51: Botafogo 1 x 1 Botafogo
11/03/51: Radium 2 x 1 Botafogo

Balanço Geral: Jogos: 30; Vitórias: 20; Empates: 6; Derrotas: 4, Gols marcados: 63, Gols sofridos: 30, Saldo: 33

Equipe base do campeão:
Brazão; Aguinaldo e Jorge; Baia, Olegário e Stacis; Bagunça, James, Brejinho, Carrega e Ari. Jogaram ainda: Ié, Sidnei, Reinaldo, Amado, Alípio, Silas, Ermelindo. Técnico: Florindo Alves Ferreira (1914-?).
Destaques: Brazão, o penal que defendeu no terceiro jogo da final, lhe valeu a indicação como destaque. Bagunça e James, formavam uma ala direita bem entrosada na qual muitas jogadas de gols forma criadas. De uma maneira geral, a equipe era bem homogênea não sobressaindo ninguém.

Curiosidades:
• Artilheiro máximo do campeonato: Miranda (Riopardense) e Dirceu (XV de Jaú) com 32 gols;
• Outros goleadores: Zezinho (Linense) com 30 gols, Osvaldo (São Caetano) com 25 gols, Leonaldo (Francana) com 21 gols e Sturaro (Riopardense) com 20 gols;
• Goleiro mais vazado da primeira fase:
Flávio (Rio Claro) com 54 gols;
• Maior goleada do campeonato: Uchoa 9×0 São Joaquim (1/10/1950), Internacional (Limeira) 9×0 Piracicabano (29/10/50) e São Joaquim 9×0 Motoristas (12/11/1950);
• Equipes que se destacaram:
Botafogo: Rafael; Fonseca (Hebert) e Alcides (Ferraciolli); Diógenes (Carolo), Kelé (Wilsinho) e Itamar; Xavier (Pirombá), Marinho (Romeu), Xixico, Américo Salomão (Ladeira) e Adelino (Cândido). Técnico: José Procópio Mendes (1913-1980), o Zezé Procópio, ex atleta do São Paulo;
Linense: Petrônio (Fernando); Sarvas e Noca (Ecidir); Frangão, Goiano (Artur) e Mário Pereira (Dito Brás); Reis, Zezinho, Romeuzinho, Eduardinho e Agostinho (Mário). Técnico: Tito Viana
Francana: Garito (Caju); Pixo (Antero) e Duti; Inglês, Ditinho e Eca; Afonsinho (Tinola), Hélio (Luís Rosa), Tonho Rosa (Cabelo), Leonaldo (Djalma) e Newland.
• Seleção do campeonato, segundo o semanário “Mundo Esportivo”:
Caju (Francana); Bruninho (Ponte Preta) e Jorge (Radium); Diógenes (Botafogo), Goiano (Linense) e Itamar (Botafogo); Brejinho (Radium), Zezinho (Linense), Miranda (Riopardense), Leonaldo (Francana) e Xavier (Botafogo);
• Manoel Pessanha (1918-2003), o Lelé, que formou um trio de atacantes do Fluminense carioca chamado de os “três patetas”, jogou nesse ano na Ponte Preta;
• O Botafogo deixou escapar uma grande oportunidade de ganhar o campeonato, quando o seu avante Américo Salomão (1920-1997) perdeu uma penalidade máxima, no segundo jogo da decisão contra o Radium em seu estádio. Dizem que a cobrança foi bisonha, mas no final acabou consagrando o goleiro Brazão;
• Os jogadores Rafael, Itamar, Xixico e o próprio Américo Salomão, todos do Botafogo, defenderam o Batatais no ano anterior e foram, portanto bi vice-campeões;
• “Craques numerais”: Duzentos (Corinthians-PP), Noventa (Ginásio Pinhalense) e Dezoito (São Bento-Marília);
• “Craques animais”: Frangão (Linense), Gatinho (São Paulo-Araçatuba), Ratinho (Pirassununguense), Cação (Mogiana), Mosca (São Caetano) e Carrapato (Mogiana);
• Revelação do campeonato: Onofre Anacleto de Souza (1931-1997) (Ponte Preta), o Sabará, que defenderia o Vasco da Gama e a Seleção Brasileira;
• Em Assembléia realizada em 22/12/50, ficou estabelecido que não haveria descenso para a 2ª Divisão. Decidiu-se também incluir a AA Ponte Preta e o Comercial FC, de São Paulo, na 1ª Divisão em 1951.
Em pé da esquerda p/ direita: Olegário, Jorge, Brazão, Stacis, Agnaldo e Bahia.
Agachados na mesma ordem: Bagunça, James, Alípio, Silas e Ari

Trabalho inédito que contou com a colaboraçào do Júlio Diogo