Arquivo do Autor: Gilberto Maluf

Eu levei um são-paulino para ver a estréia de Pita no SPFC.

ESTRÉIA DE PITA NO SÃO PAULO
Quando Pita vestiu a camisa do SPFC, lembro-me da gentileza de um corintiano para com um amigo são-paulino . Era um domingo de muito sol e o São Paulo ia estrear o Pita contra uma equipe do interior de São Paulo pelo campeonato paulista. Este corintiano era eu, que fui à casa de meu amigo Maurício, são-paulino, que estava sem carro. Bati à porta dele e ele, inteligente, imaginou mais ou menos o presente que eu estava dando. Falei-lhe: somente eu, um corintiano de alma branca, vem à casa de um são-paulino, com meu próprio carro, às 14h do domingo, oferecer carona para ver um jogo de outro time neste sol escaldante. Ele sorriu e num tapa já estava vestido para ir ao jogo. Falei mais uma vez: Mas não precisava vir com a camisa do São Paulo, né? Nem me deu resposta. Já foi ligando o rádio do carro, gostava de ouvir o Randal Giuliano comentarista são-paulino da rádio Jovem Pan.
O inverso meus amigos é muito difícil, vocês já receberam em vossas casas algum amigo torcedor rival para levar você ao estádio em jogo que não é o time do amigo torcedor, e sim o seu time? Ainda com o carro dele?
Bem, devo admitir que ele me pagou duas cervejas no estádio. Se for ver, ele me deve este favor até o último de seus dias….rs.
O Sâo Paulo ganhou de 3 x 0, com os três gols do Pita. Ele ficou entusiasmado. Mas alertei-o que somente o Pita em 1984 não faria o time campeão.
O fato aconteceu somente em 1985.
Quem não se lembra de Silas, Muller, Sidney, os “Menudos do Morumbi”, todos revelados na escolinha tricolor? Esta foi a equipe campeã paulista de 85. Quem não se lembra do goleiro Gilmar Rinaldi, dos laterais Nelsinho e Zé Teodoro, do volantão Bernardo e do atacante Careca. Todos eles, ao lado de Pita, venceram em Campinas o segundo título nacional do São Paulo.
Mas voltando ao Pita, Cilinho falava que ele era o último romântico do futebol. Encontrei o Cilinho aqui onde moro e ele me falou que daquele time dos menudos, tinha também muito respeito pelo Silas.
Um dos gols mais bonitos marcados por Pita foi em jogo contra o Palmeiras, em 85, no empate por 4 a 4, no Pacaembu. O meia fez uma fila de palmeirenses, entre eles os volantes Paulinho e Rocha, driblou o goleiro Emerson Leão e empurrou para as redes. Minha gente, neste jogo foi um entra-e-sai do estádio, todos os torcedores, dos dois lados, pensaram em algum momento que a vaca tinha ido para o brejo.
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O Futebol e as HQs

Preste atenção em qualquer jogo entre Palmeiras e Cruzeiro. Duas torcidas organizadas estarão sempre lá, ostentando suas bandeiras. A Mancha Verde do lado dos paulistas, e a Mancha Azul pelos mineiros. Em comum, o fato de que seus símbolos são nada mais, nada menos que o Mancha Negra, famoso vilão dos quadrinhos Disney..
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Mas no futebol as referências a HQs não se restringem ao Mancha, modificado pela cor do time de cada torcida. É fácil ver também o Hulk, o Duende Verde e até o Lobo da DC Comics estampados nas bandeiras das torcidas.

O que dizer, então, da folclórica e recentemente extinta “geral” do Maracanã, na qual se encontram, comumente, torcedores fantasiados de Flash, Super-Homem, Batman e Robin em tudo quanto é Fla-Flu?

Curioso foi o que aconteceu com o Lanterna Verde, que em 2002 esteve na boca até de quem não curtia quadrinhos. Graças ao Palmeiras, que no Brasileirão daquele ano amargou sua pior campanha em certames nacionais (caiu para a segunda divisão), e por causa da cor de sua camisa e por ficar nas últimas colocações do certame… bem, a piada estava feita.

Mas na campanha que reconduziu o alviverde à divisão de elite, os torcedores adotaram um novo símbolo: o “verdão” Hulk. Havia até um ator que se “transformava” no personagem a cada partida.
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Também em São Paulo, por muito tempo a torcida corintiana estendeu nos estádios uma faixa com o desenho Batimão, tendo o defensor de Gotham City com a camisa do clube, numa criativa junção do nome do herói com o apelido do clube.

A relação entre futebol e quadrinhos é mais velha do que se pensa. Já na década de 40, o argentino Lorenzo Mollas criou várias mascotes para os times cariocas. Nessa brincadeira, o Pato Donald passou a representar o Botafogo. Mas, antes disso, o marinheiro Popeye já posava como símbolo do Flamengo. Somente em 1969 o cartunista Henfil criou o urubu para o clube rubro-negro.

Em meados dos anos 80, pelas mãos de Ziraldo, popularizaram-se várias outras mascotes, com destaque para o Super-Homem do Bahia (por muito tempo chamado de “Tricolor de Aço”) e o Saci Pererê do Internacional.

Na Paraíba, o cartunista Deodato Borges (pai de Mike Deodato, um dos melhores desenhistas brasileiros da Marvel), bolou para o Treze de Campina Grande uma majestosa raposa. E o Botafogo da capital João Pessoa tem como representante o Guarda Belo, da Hanna-Barbera, embora ultimamente a torcida prefira o cão pitbull. Já o Esporte de Patos, do interior estado, também usa a figura do Pato Donald.

Também da Disney, o índio Havita e o papagaio Zé Carioca já foram usados como símbolos, respectivamente, do Guarani de Campinas e do Palmeiras, embora não sejam mais bem aceitos pelos torcedores (os palmeirenses até adotaram o porco, há alguns anos, como a mascote “oficial”).

Mas o interessante foi ver toda a turma de Patópolis entrando no clima e vestida com uniformes de seleções de vários países. Isso aconteceu em 2002, no álbum de figurinhas Copa do Mundo Disney. O livro ilustrado foi uma grata surpresa da Editora Abril, que há muito deixara de lançar cromos de personagens Disney, muito comuns nas décadas de 1970 e 1980.

Para relembrar uma Seleção Brasileira que deixou saudades, vale voltar aos meses que antecederam a Copa do Mundo da Espanha, em 1982, quando era exibida na TV uma propaganda da Gillette que marcou época. Era um desenho animado cujo personagem, Pacheco, um sujeito bonachão que representava toda nossa torcida, virou símbolo do País na competição. Ele também aparecia nos gibis, na forma de publicidade em quadrinhos.

No ano passado, no México, os jogadores do Rayados de Monterrey adotaram uma mascote do Hulk, de pouco mais de um metro de altura, que inclusive senta no banco de reservas em todos os jogos.

Futebol nas HQs brasileiras

O Brasil, como país do futebol, tem vários outros exemplos dessa bem-sucedida união entre dois dos melhores entretenimentos que existem. Já em 1932, os moleques Reco-Reco, Bolão e Azeitona, criações de Luis Sá, apareciam batendo uma bolinha.

A Turma do Pererê, criação de Ziraldo, gostava tanto de futebol que chegou a organizar um torneio na mata. E um inesquecível registro dessa paixão aconteceu em 1962, meses antes de o Brasil conquistar o bicampeonato mundial no Chile. Era uma história que mostrava um dos membros da turma desfilando seu talento nos gramados, e sendo convocado para a seleção que disputaria a Copa naquele ano. Tudo isso pôde ser visto no primeiro volume da coleção Todo Pererê, que a Editora Salamandra lançou em 2002 e cujo terceiro número saiu em agosto de 2004.
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Em 1978, o gibi Sítio do Picapau Amarelo # 13 (RGE) mostrou outro personagem convocado para a Copa. Tia Nastácia foi convidada a fazer parte da delegação do Brasil, para preparar deliciosos quitutes para os jogadores.

Nossa seleção, aliás, tem um grande número de aparições nos quadrinhos, em diferentes épocas, principalmente em lançamentos próximos a alguma Copa do Mundo. Sócrates, Zico, Falcão, Careca, Bebeto, Romário, Taffarel, Ronaldinho e muitos outros (que incluíam os técnicos Cláudio Coutinho, Telê Santana e Lazzaroni) apareceram em gibis do Sítio do Picapau Amarelo, Cebolinha, Zé Carioca e Pelezinho, em 1978, 1982, 1986, 1990 e 1994.

E só mesmo no país pentacampeão do mundo são mais do que comuns as coletâneas especiais sobre o esporte, pinçadas de uma variedade enorme de histórias dos mais diferentes personagens, como os da Disney (em edições de Zé Carioca relacionadas a Copas e no Disney Especial), Turma da Mônica (Pelezinho, também em edições alusivas aos mundiais e na Coleção Um Tema Só: Futebol), entre outros.

Em gibis como Cebolinha, Cascão, Os Trapalhões (tanto na Bloch quanto na Abril) e O Gordo, passando por Menino Maluquinho, Alegria, Turma do Lambe-Lambe e tosqueiras como Sérgio Mallandro, o futebol sempre deu um jeitinho de pintar nas histórias produzidas aqui. Até mesmo Senninha, um piloto de Fórmula 1, participava de peladas com sua turma.

Há outras criações tupiniquins que também amam o futebol, como Maciota, o jogador de várzea criado por Paulo Paiva; a garotinha Mutuca, de Antônio Cedraz (criador da Turma do Xaxado); a tira O Dia a Dia do Futebol, de Bruno Teixeira Lomba; o cão Jarbas, que às vezes veste a camisa da seleção ou se traja de árbitro; e o travesso Cabeça Oca, cuja roupa vermelha e branca é uma homenagem ao Vila Nova, clube para o qual torce o criador do personagem, o goiano Christie Queiroz.

E não se pode esquecer de Futebol e Raça, publicado pela Cedibra, que durou apenas três edições. Com textos de Luiz Antônio Aguiar e desenhos de Mozart Couto, as histórias tinham como protagonista um jogador aposentado.

Mesmo quando algum personagem vinha dos Estados Unidos – país conhecidamente avesso ao futebol -, os autores brasileiros tratavam de fazê-lo apreciar o esporte. Nas histórias da Pantera Cor-de-Rosa, Luluzinha, Bolinha ou algumas da Hanna-Barbera produzidas aqui, era possível encontrar pelo menos a tradicional bola de gomos pretos e brancos compondo cenários de lojas de brinquedos ou quartos de criança. Coisa que não se via nas aventuras importadas.

Em O grande jogo, história produzida nos estúdios da Editora Abril e publicada na revista Pato Donald # 1252, foram reunidos vários vilões como João Bafo-de-Onça, Dr. Estigma e Irmãos Metralha em torno de uma disputa futebolística num presídio. O melhor ficou para o final, quando todos organizaram uma partida de futebol de botão, uma invenção genuinamente brasileira.

Zé Carioca, por sua vez, joga bola com muita freqüência, desde suas primeiras histórias produzidas no Brasil. Mais ainda depois que surgiu o Vila Xurupita F.C., criado por Ivan Saidenberg na década de 1970. O time punha em campo, além do papagaio, os pernas-de-pau Nestor, Afonsinho, Pedrão e outros “grossos”.
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Praticamente uma versão em quadrinhos do Íbis (time pernambucano que é considerado o pior do mundo), o Vila Xurupita é o maior saco de pancadas da história do futebol. Na única vez em que ganhou um troféu (disputado num jogo só, contra uma equipe formada por gorilas mal-encarados, vencido devido a um gol contra), foi obrigado a vender o prêmio para pagar os aluguéis atrasados da sede do clube.

O time alimenta ainda uma rivalidade ferrenha com o Arranca-Toco. Os jogos entre as duas equipes são o que se pode chamar de (com o perdão do trocadilho) clássico dos quadrinhos.

Como todo brasileiro que se preza, o papagaio malandro é fanático por futebol, e essa paixão foi – e continua sendo – parte marcante do gibi do personagem. Seja em menções a clubes, jogos na calçada ou “furadas de fila” no Maracanã, a revista sempre destacou o esporte bretão.

E numa dessas, foi concebida a melhor saga futebolística do Zé Carioca, a divertida Zé nos States, escrita por Gérson B. Teixeira e desenhada por Aluir Amâncio. O arco completo de histórias foi publicado na edição número 2000 da revista do personagem, e se passava na época da Copa do Mundo 94.

A aventura narrava a ida de Zé Carioca aos Estados Unidos para assistir aos jogos do Brasil. É claro que, para chegar lá sem um tostão no bolso o malandro apronta de tudo para alcançar seu intento. Uma das melhores passagens é o encontro dele com o craque Maradona num navio de passageiros. A rivalidade entre brasileiros e argentinos foi o mote para as mais divertidas confusões. O jogador, claro, sofreu nas mãos do papagaio.

Não mais que um marinheiro argentino, que não resistiu e cantou Aquarela do Brasil junto com o Zé Carioca. Acabou sendo expulso do navio pelos próprios compatriotas, que gritavam “Traidor!” a pelos pulmões.

Para quem não teve a oportunidade de ler essa fantástica saga há dez anos, a Editora Abril a republicou em 2004 no título quinzenal do Zé Carioca.

Mas essa não foi a primeira vez que o papagaio assistiu in-loco aos jogos do Brasil nas Copas. Em muitas ocasiões, ele tanto fazia que acabava integrando a delegação nacional. Como em 1986, na revista Zé Carioca # 1775, em que o malandro até ensina ao técnico Telê Santana um novo posicionamento tático, baseado no famoso “carrossel holandês”: a gangorra tupiniquim.

Antes disso, em 1982, ele foi com Donald e Panchito à Espanha. E em 1998, lá estava o caloteiro na França, no especial Copa 98.

Tantas histórias ligadas ao futebol na revista do papagaio caloteiro provavelmente não se originavam apenas do apelo comercial que o esporte possui, mas também porque a turma da Redação Disney da Editora Abril era adepta de uma pelada semanal nos anos 80.

Os quadrinhistas alugavam uma quadra na sede do Corpo de Bombeiros, em São Paulo, e os jogos rendiam inspiração não só para engraçadíssimas HQs, como para impagáveis charges sobre a Redação, nas quais um dos alvos preferidos era o rechonchudo arte-finalista Acácio Ramos.

Até hoje o argumentista Gérson B. Teixeira (atualmente trabalhando nos Estúdios Mauricio de Sousa) guarda esses desenhos, uma recordação dos bons tempos da produção nacional de quadrinhos Disney.

Falando em charges, grandes nomes da área não perdem a oportunidade de brincar um pouco com o futebol. Laerte, Glauco, Luís Fernando Veríssimo e muitos outros têm em seu portfólio diversos trabalhos sobre o tema.

E aqui mesmo no UHQ o leitor pode se deliciar com divertidas charges que colocam famosos personagens dos quadrinhos (Demolidor, Thor, Wolverine, etc.) no mundo da bola, destacando-se as que antecederam a Copa de 2002.

Com relação a outro sucesso e orgulho nacional, a Turma da Mônica, seus gibis talvez são uma das poucas HQs nas quais os personagens torcem por um time de verdade. Não se trata de uma história isolada em que alguém revelou seu clube do coração. É algo já consolidado em diversas aventuras. Efetivamente, o Cascão é fanático pelo Corinthians, o Cebolinha torce pelo Palmeiras, o Anjinho é santista (nada mais lógico!) e por aí vai.

Há dois anos, Mauricio de Sousa anunciou que transformaria o jogador Ronaldo (sim, ele mesmo, o Fenômeno) em mais um de seus personagens. Foi até divulgado um desenho do craque ao lado de Mônica e Cascão. Até hoje, nada de concreto aconteceu.

Marcelinho Carioca, o polêmico ex-atacante do Corinthians, por pouco também não virou personagem de quadrinhos. Em 2001 ele lançou o Pé de Anjo, que só não foi para os gibis (ou para qualquer outro lugar) porque, na época, o jogador estava em crise com os torcedores.

Outro que não emplacou e acabou cedo foi o título Coringuinhas. Lançado em 2003, numa parceria entre o Corinthians e a Publishouse, o gibi tinha como atração os jogadores mirins da escolinha do clube paulista, entre eles o craque Alvinho. A equipe criativa contava com Caco Machado (roteiros), George Tutumi (desenhos), Roberto Souza (arte-final) e o saudoso Hermes Tadeu (cores). Em 1998, a Editora Abril lançou o especial de luxo Linha de ataque: Futebol Arte. Com textos dos comentaristas esportivos Armando Nogueira, José Trajano, Marcelo Fromer (que também era guitarrista da banda Titãs e faleceu há poucos anos) e Casagrande, mais os desenhos de Marcelo Campos, Octavio Cariello, Rogério Vilela e Roger Cruz, foi um dos exemplos mais significativos da junção do futebol com a nona arte. Mas não foi nenhuma obra-prima do gênero, é preciso dizer.

Outra produção recente sobre o tema foi lançada em 2002. Trata-se de Dez na área, um na banheira e ninguém no gol. O álbum, publicado pela Via Lettera, apresentou 11 histórias produzidas pelos craques dos quadrinhos Fábio Moon, Gabriel Bá, Allan Sieber, Custódio, Fábio Zimbres, Lélis, Leonardo, Osvaldo Pavanelli, Emílio Damiani, Spacca, Samuel Casal, Maringoni e Caco Galhardo. E ainda teve um prefácio do ex-jogador Tostão.

E em 2004 saiu pela Editora Bom texto, o espetacular A História do Futebol no Brasil através do Cartum, livro organizado pela dupla Jal e Gual que rende uma homenagem ao mais apaixonante dos esportes e à memória do traço nacional. São 340 ilustrações de várias épocas.

Para os que não puderem adquirir nenhuma dessas edições, e que desejam ler alguma HQ sobre futebol, a opção é acessar o site da Nona Arte, sempre rico em quadrinhos de vários estilos. Lá se encontra disponível para download a excelente Dia de decisão, produzida por Arthur Ferraz, Daniel Brandão e Denilson Albano.

Reforços estrangeiros

Em qualquer lugar do mundo onde haja futebol e se produza HQs, pode-se testemunhar a união de ambos. Do Chile, com o Condorito (às vezes ele aparecia de chuteiras e com uma bola na mão, vindo de alguma pelada), à Argentina, com o jogador Dico (o personagem, criado em 1971 pelo desenhista José Luis Salinas, era artilheiro do Estrela F.C. e participava de aventuras policiais fora de campo).
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Ambos foram publicados no Brasil em revistas próprias, pela RGE, respectivamente nos anos 80 e 70. O condor chileno ainda voltou às bancas brasileiras em curta temporada, no começo da década de 1990, pela Editora Maltese.

Até o frio e “burocrático” futebol da Alemanha tem representantes nos quadrinhos. Kick Wilstra, criado por Henk Sprenger, era um jogador que enfrentava bandidos nas horas vagas. O personagem fez muito sucesso entre os alemães, na década de 1950.

E não só aqui os personagens Disney demonstram paixão pelo futebol. Em países como Dinamarca, França e Itália, também chegados numa pelota, é muito comum encontrar histórias do gênero.

Uma das mais memoráveis foi feita pelos italianos e publicada no Brasil em 1986. Nela, Mickey e Pateta tentam voltar no tempo, mais precisamente para 1970, para tirar fotografias exclusivas da final da Copa do Mundo entre Brasil e Itália. Tudo dá errado e eles acabam indo para o futuro, exatamente no dia e local da disputa da Copa 86. Enquanto o jogo se desenrola, são mostradas apenas as expressões dos personagens, que ficam sabendo, antecipadamente, quem venceu o campeonato.

A capa de Peninha # 1, lançamento da Abril em agosto de 2004, é outra prova do quanto os italianos gostam do esporte. O desenho foi feito na Disney Itália, e mostra o pato atrapalhado ao lado de Huguinho, Zezinho e Luisinho num campo de futebol alagado.

Curiosa foi a história O som da arena, feita nos Estados Unidos e protagonizada por Cable, um dos muitos mutantes da Marvel Comics. Publicada aqui na Wizard # 12 (Panini Comics, setembro de 2004), mostrou, em algumas páginas, aquilo que todo mundo lá fora já sabe: brasileiro é apaixonado por futebol. As cenas apresentavam o herói no Rio de Janeiro observando um garoto mutante batendo uma pelada na praia com seus amigos e usando superpoderes para cabecear uma bola que vinha muito alta.

Os chamados quadrinhos autorais também prestaram sua homenagem ao futebol. Vários cartuns do argentino Mordillo (cultuado na Europa e pouco conhecido aqui), e Os Campeões (lançado no Brasil pela Meribérica/Líber), obra do turco Gürcan Gürsel, são dois excelentes exemplos. Donos de traços diferentes entre si, têm em comum a paixão pelo esporte das massas e um humor inteligente que se traduz na forma como produzem seus álbuns: gags puras, sem nenhum balão ou recordatório, no máximo uma onomatopéia aqui e ali.

O também argentino Sergio Más lançou, em 1998, o livro de cartuns Futbol de Más, com a participação de alguns cartunistas brasileiros.

E um futebol futurista, com jogos violentos em verdadeiras batalhas campais, foi mostrado, em 1987, na obra Hors Jeu, de Enki Bilal e Patrick Cauvin.

Ainda há O mini-guia do futebol, HQ dos franceses Bruno Madaule e Gaston. Publicado recentemente em vários países da Europa, o álbum bem que poderia circular pelo Brasil, já que Portugal verteu a obra para nossa língua.

De nossa pátria-mãe vem Pantera Negra Eusébio, homenagem em HQ ao maior jogador português da história do futebol, o atacante Eusébio, artilheiro da Copa da Inglaterra, em 1966. O álbum foi lançado em 1990 pela Meribérica, com desenhos de Eugénio Silva.

Até na terra do Sol nascente, sem nenhuma tradição futebolística (mas que vem se interessando pela coisa há alguns anos – Zico que o diga!), vez ou outra se produz alguma HQ com o tema.

Em 1982, surgiu o mangá Captain Tsubasa (criado por Yoichi Takahashi), com as aventuras do jovem Oliver Tsubasa, que sonhava em ser campeão de juniores pelo Japão. O primeiro tomo da série foi até 1989.

No ano de 1994 veio o segundo tomo, no qual o personagem jogava no São Paulo. Isso se justificava pelo fato de o clube ter ganhado duas decisões da Copa Intercontinental Toyota, em Tóquio, em 1992 e 1993 e gozar de muito prestígio por lá. Nas histórias ainda apareciam outros times brasileiros, como Flamengo e Grêmio. Recentemente, Tsubasa se transferiu para o Barcelona.

Por aqui, o personagem só deu as caras em animê. O mangá ainda é publicado no Japão, numa nova série, com a impressionante tiragem semanal de 1,5 milhão de exemplares.

O mais recente trabalho de Yoichi Takahashi também é sobre futebol: Syukan Shonen Champion, também inédito no Brasil.

O Rei em quadrinhos

Pelé, o maior expoente do futebol em toda a História e talvez a personalidade mais conhecida do planeta, já honrou as HQs com sua presença. Além de contracenar com o Zé Carioca, o Rei ainda apareceu na capa do especial Super-Homem versus Muhammad Ali, publicado no Brasil nos anos 70, pela Ebal. Na ilustração, ele assiste à luta ao lado de outras figuras famosas da política e das artes.

Assim como se formaram mitos em torno das façanhas de Pelé nos gramados, também existe uma lenda sobre ele nos quadrinhos. Lee Falk, criador do Fantasma, afirmou numa entrevista ao Jornal da Tarde (de São Paulo), em 1996, que o rei do futebol ajudou o Espírito-que-Anda numa aventura produzida no Brasil.

O fato é que não se sabe que editora realizou tal façanha: RGE/Globo, Saber ou Ebal, que publicaram o herói em diferentes épocas em nosso país. Infelizmente, não se encontra registro dessa história, mas se o próprio Lee Falk disse que ela existe…

No final da década de 1970, Pelé ganhou participação mais que efetiva nos quadrinhos, quando Mauricio de Sousa criou Pelezinho. Estreando em tiras de jornal e depois ganhando seu próprio gibi na Editora Abril, o personagem fez muito sucesso não só no Brasil, mas em outros países da América do Sul.
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Os coadjuvantes de Pelezinho eram todos baseados em amigos de infância do Rei. Um dos mais divertidos da turma era o (arremedo de) goleiro Frangão. Até Dondinho, o pai de Pelé, aparecia nas histórias.

A revista mensal do pequeno craque durou até 1982, e por mais quatro anos foram lançados almanaques periódicos com republicações, incluindo os especiais da Copa do Mundo de 82 e de 86 (em duas edições).

Quando os Estúdios Mauricio de Sousa foram para a Editora Globo, o personagem ganhou um almanaque em 1988, além do especial Copa 90 (que apresentava histórias inéditas, e numa delas havia até um encontro entre Pelé e Pelezinho) e um álbum em comemoração aos 50 anos do rei do futebol.

Em 1990, Mauricio de Sousa cogitou a volta do personagem com um visual bem diferente, agora um pré-adolescente. Anos depois, em 2002, essa nova imagem foi apresentada em propagandas nas revistas da Turma da Mônica e em sites pela internet. Mas a idéia não seguiu adiante.

Restou só a saudade do maior craque que os quadrinhos já revelaram para o futebol – ou seria o contrário?

Supercraques

Em 1995, o então diretor de redação da revista Placar, Marcelo Duarte, teve a idéia de revitalizar as mascotes dos clubes de futebol, as quais achava ultrapassadas. Pensou em algo que significasse o poder e a força que os times representam.

A Era Image, na qual supertipos anabolizados e anatomicamente inverossímeis eram a bola da vez, estava no auge. Assim, sob encomenda do jornalista, a equipe do estúdio Art & Comics seguiu a tendência e transformou as velhas e passivas mascotes nos Super-Heróis da Bola: Mega Timão (Corinthians), Power Urubu (Flamengo), Lança-Chamas (Botafogo), Cyberpork (Palmeiras), Galo Vingador (Atlético-MG), Fox (Cruzeiro) e outros formavam o mais novo esquadrão de paladinos da justiça.

A Editora Abril pretendia popularizá-los até que pudessem ganhar uma revista própria. Durante vários números da Placar, eles foram tema de matérias, capa de edição e chegaram a ganhar um superpôster e uma história curta. Mas a iniciativa não surtiu efeito, as vendas não demonstraram que o público ficara animado com a inovação e o projeto foi engavetado.

De qualquer forma, foi um divertido exercício de imaginação que entrou para a história da mais longeva revista de esportes do País.

Também em 1995, inspirado nas “supermascotes”, este articulista fez uma montagem que consistia no Ciclope (líder dos X-Men), vestindo a camisa do Flamengo e segurando a cabeça do ex-jogador Renato Gaúcho, o então algoz do time rubro-negro (autor do gol que tirou o título carioca do rubro-negro naquele ano). Batizada de X-Mengo, a imagem foi publicada na Placar especial de 100 anos do time carioca.

Mas os quadrinhos continuaram fazendo parte da revista. Tiras de humor e charges são seções fixas na Placar há muitos anos. A hilária coluna Lendas da Bola, de Milton Trajano, é um belo exemplo disso.

Diante de tudo que se viu, não resta dúvida: nos quadrinhos o futebol também é alegre, faz sorrir e chorar, produz tabelas perfeitas e até as goleadas surgem com mais freqüência.

O único problema é que não é possível xingar o juiz. Mas isso parece não fazer falta, pois os leitores já têm seu próprio saco de impropérios: o editor.

Fonte: www.universohq.com/quadrinhos- Marcus Ramone é flamenguista roxo. Talvez por isso também seja torcedor fanático do Vila Xurupita nos quadrinhos.
Obs: meu gibi favorito era o Fantasma. Imaginem só, Pelé ajudou o espírito-que-anda numa aventura. Só o negão mesmo.
Gilberto

O surgimento do apelido TIMÃO do Corinthians

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Em pé: Jair Marinho, Dino Sani, Galhardo, Ditão, Édson e Heitor. Agachados: Garrincha, Nair, Flávio, Tales e Gílson Porto.
Meus amigos, neste dia eu estava no Pacaembu, seria o quarto jogo do Mané Garrincha com a camisa do Corinthians. Nas estréia contra o Vasco não pude ir porque não tinha o dinheiro para o ingresso. Ainda bem, foram 3 x 0 para o Vasco, numa quarta-feira à noite.
No ano de 1966 chegaram em poucos dias o zagueiro Ditão e o volante Nair da Portuguesa de Desportos e o fenomenal Garrincha do Botafogo. Neste ano foi sacramentado o apelido de TIMÂO criado pela imprensa paulistana. A equipe não deu muito certo, mas o apelido ficou até hoje. Desde 1964, tímidos comentários davam manchetes do tipo, ” Timão corintiano venceu na Fazendinha” etc.
Voltando ao jogo da foto, o Corinthians ganhou do São Paulo por 2 x 0, gols de Garrincha aos 34 do 1° tempo e Tales aos 33 do 2° tempo.
O gol de Garrincha : Ele desceu pela direita, e dentro da área na linha de fundo, driblou o lateral do São Paulo, acho que era o Tenente, e chutou de três dedos enganando o goleiro do São Paulo que saia para tentar interceptar o hipotético cruzamento. Pedro Luis narrou o gol como sendo do tipo Copa do Mundo, dando este nome a beleza do gol. Depois o Mané iria para a seleção nos preparativos da Copa de 66 e foi talvez o único grande jogo dele com a camisa do Corinthians.
Gilberto Maluf
ET: desde aqueles tempos já tínhamos jogadores médios rotulados como salvadores da pátria. Ditão e Nair jamais poderiam ser os salvadores do time. Apenas compunham o elenco. Nada além.

Futebol de Cascavel – Sem rádio antigo

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As transmissões radiofônicas fazem parte do charme do futebol. Em 1931, Nicolau Tuma, da Rádio Educadora Paulista, teve a responsabilidade de fazer a primeira narração do futebol brasileiro. Na ocasião jogavam as seleções do Paraná versus São Paulo. No imaginário do torcedor, mesmo longe do campo, o gramado, as arquibancadas, as cores dos times e a pelota rolando.

Entre a década de 60 e 70 o radinho a pilha se populariza, passando a ser um grande companheiro dos torcedores de futebol agora dentro do estádio. Mesmo com o surgimento de walkman’s, mp4’s e ipod’s da vida, o velho guerreiro que continua até os dias de hoje no coração dos torcedores mais antigos ganha um inimigo na região oeste do Paraná: a Polícia Militar. Os homens da lei passaram a barrar a entrada dos tradicionais aparelhos de rádio a moda antiga no Estádio Olímpico Regional.

A proibição, como indica a palavra do cascavelense, Diego Souza, de 30 anos, limita-se aos aparelhos que tenha pilhas médias ou grandes, e está causando um grande transtorno sentimental aos seus donos.

“Sou um torcedor que gosta de olhar o jogo e ao mesmo tempo escutar o que o repórter fala a respeito. Saber o que está acontecendo nos bastidores. Muita gente não vê problema em levar um aparelho pequeno ao campo. Mas para os mais antigos, chega a ser chocante, já que alguns destes carregaram consigo durante muito tempo o mesmo rádio. Estão perdendo um companheiro antigo, com certeza, alguns destes rádios viram e narraram a Serpente ser campeã em 80”, conta decepcionado.

A retaliação começou no jogo seguinte ao do Cascavel contra o Londrina, 16 de janeiro, quando um torcedor arremessou uma pedra de gelo no gramado. O fato deixa entristecido até mesmo chefe de torcida organizada, que não costuma a levar rádio grande no jogo, mas depois dele não dispensa um walk man.

O presidente da Organização Serpente Tricolor, Wesley Pepice, vai ao campo ver o Cascavel desde 1988, diz que nunca viu coisa parecida e ainda protesta: “besteira né… esse lance de rádio no jogo é tradição desde os primórdios e se o cidadão que assiste aos jogos quiser jogar alguma coisa, ainda pode jogar o chinelo, celular, tênis. Não é o fato de entrar com o rádio que irá oferecer ou não algum risco para os árbitros ou qualquer um que seja”.

A partir de então, veiculado em www.interney.net/blogs/deprimeira, o torcedor se reportou da seguinte forma:

Comentário de: Ruben Fontes Neto ·

Se for pensar pro lado da segurança, realmente as pilhas médias e grandes são perigosas… Mas é fato também que os estádios (principalmente os do interior) perderam um pouco do seu charme com a proibição dos radios de porte médio…
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Comentário de: Rodrigo Mock

Nossa, ótimo texto, entra geração e sai geração e o Radinho de pilha continua seguindo vivo nos estadios do Rio de janeiro

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Comentário de: Vivian

O jogo fica ainda mais interessante ouvindo o narrador, tanto p/ quem tem problemas de vistas, ou p/ quem quer simplesmente ter mais detalhes do jogo.
Tanta coisa mais antiga e grave a ser resolvida e vem uma meia dúzia querendo proibir o que é tradição e valioso p/ quem está assistindo o jogo no estádio.

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Comentário de: André

Caso alguém seja acertado por uma pilha e faça B.O., faca-se revista em todos os radinhos presentes no estádio! hahahahah
Besteira isso, quem quiser esconder e fazer malabarismo pra entrar com alguma coisa que machuque dentro do estádio consegue, então deixa o radinho aí, mto mais divertido.

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Comentário de: Ricardo Lazarotto

Putz!!!
Eu tinha um rádio igualzinho ao da foto…

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Comentário de: Felipe Lessa

haha esse é bonito!
PHILIPSão anos 70.
nos jogos do Londrina, achos que os caras disputam pra ver quem leva o rádio mais antigo, haha….você vê várias preciosidades.
Mas é isso aí, o futebol moderno está acabando com o futebol tradicional….por “sorte”, o Brasil ainda é um país um tanto quanto atrasado hehehh.

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Comentário de: Fabricio Grzelak

Nas cadeiras cativas do Café vc ainda encontra um desses

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Comentário de: Felipe Lessa

haha, com certeza.
meu velho tinha um muito parecido com esse…
e ele gostava que eu fosse nos jogos, para carregar o rádio, hehehe, volta e meia sintonizado na paiquere.
Bons tempos.

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Comentário de: Márcio Teruel ·

Sou a favor também dos radinhos no estádio… Já é de praxe, mas é algo pouco utilizado nos últimos tempo, pois muitos preferem ir para o estádio para ofender jogadores, juízes, treinadores e até mesmo dirigentes… Antes o futebol era mais gostoso com torcedores felizes e interessados na escalação e em um futebol interessante em que a equipe possa representar bem uma cidade.

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Comentário de: Felipe Lessa ·

Conflitos entre torcedores contra jogadores, juízes, treinadores e até mesmo dirigentes…são parte do futebol.
Se tem gente que vai ao estádio apenas para isso, todos nós, incluso a mídia, temos culpa.
Quando um torcedor vai ao estádio, se interessa na escalação, observa histórico e comportamento de um determinado juíz ou dirigente, o conflito acontece.
Não acredito que a torcida precisa ser feliz e conformista o tempo todo…nem suporto tal comportamento passivo que transformaria o torcedor em espectador, do mesmo jeito que não suporto quem vai ao estádio apenas ofender jogadores, juízes, treinadores e até mesmo dirigentes…

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Comentário de: Michell

E o Motorádio de meu pai que o acompanha desde a década de 80 agora é barrado no Olimpico…. tenho de me contentar com o radinho xiru de 1,99 que tem uma sintonia péssima…
Saudades do motoradio… que agora fica no carro… esperando ter sua entrada liberada… enquanto isso… se pode entra no campo com celular, corneta, pandeiro e tantas outras coisas que podem ser arremessadas ao campo…

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Comentário de: Felipe Lessa ·

Libera o radio do pai do Michell…Cascavel!

Maracanã – As 11 lendas dos Deuses do Futebol

As 11 lendas dos Deuses do Futebol:

1. Final do campeonato carioca de 1962.
Temeroso, Flávio Costa, o técnico do Flamengo, deu a Gérson a incumbência de ajudar Jordan na marcação ao endiabrado Garrincha. Costa tinha toda razão em se preocupar. O ponta direita acabara de voltar do Chile como o grande responsável pelo bicampeonato mundial. Mas de nada adiantaram as precauções do técnico. Garrincha, em grande tarde, fez os três gols da vitória do Botafogo. E o canhotinho de Ouro tem pesadelos com este jogo até hoje.

2. Dia de inauguração: 17 de junho de 1950
[img:Barbosa_no_Maracan__.jpg,full,vazio]
Com os portões do estádio abertos, se enfrentaram as seleções de novos do Rio de Janeiro e São Paulo. Em campo, dois futuros campeões do mundo: pelo lado paulista, Djalma Santos, e pelo carioca, Didi. E foi a Didi que coube a glória de marcar o primeiro tento no maior do mundo. Os paulistas, entretanto, viraram o jogo e venceram por 3 a 1. Já naquela época valia a máxima que reza que “o futebol é uma caixinha de surpresas”.

3. Dia 13 de julho de 1950, Brasil 6×0 Espanha, pela Copa do Mundo
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Neste dia o Maracanã recebeu, provavelmente, o maior público de sua história. Uma notícia errada do Repórter Esso, dada por volta das 13h, dizendo que ainda havia ingressos para o jogo, provocou uma verdadeira invasão ao estádio. E, a partir do quarto gol brasileiro, a então poderosa seleção espanhola foi humilhada ao som de “Touradas em Madri”, cantada pela multidão. Infelizmente, a alegria não durou muito.

4. Não bastou que o Maracanã fosse o palco das maiores conquistas do fantástico time do Santos de Pelé. Os deuses do futebol também quiseram que o milésimo gol do rei fosse marcado no estádio. Foi num jogo contra o Vasco, no dia 19 de novembro de 1969, num pênalti sofrido por ele mesmo.
[img:milesimo.jpg,resized,vazio]
Pelé não queria bater, mas foi obrigado pelo restante do time do Santos – todo mundo recuou para o meio de campo. E Andrada entrou para a História – como o homem que levou o milésimo gol.

5. Returno do campeonato carioca de 1964: Flamengo 3×3 Fluminense.
Não era uma disputa de título, sequer de turno. Mas, quem assistiu ao jogo garante que este foi o mais emocionante Fla-Flu da História. Para se ter uma idéia, o Fluminense fez 3×2 aos 44 minutos do segundo tempo, e o Flamengo empatou a peleja meio minuto depois, logo após a nova saída de bola. O Fluminense se sagraria campeão naquele ano, após derrotar o Bangu na final.

6. O dia em que o Maracanã emudeceu. Final da Copa de 50, 16 de julho.
[img:gol_de_ghigia.jpg,resized,vazio]
O Brasil era franco favorito contra um desacreditado Uruguai. Bastava o empate para levarmos o caneco. E ele esteve nas nossas mãos por três vezes: empate em 0x0, vitória por 1×0 e empate em 1×1. Um gol do ponta direita Ghiggia, entretanto, acabou com a festa, no segundo tempo. Diz-se até que houve um suicídio – não confirmado – de um marinheiro dentro do próprio estádio. Uma verdadeira tragédia nacional.

7. Quando os alto-falantes do estádio anunciaram a entrada de Julinho no lugar de Garrincha .
[img:o_jogo_de_1959.jpg,resized,vazio]
Num amistoso da seleção brasileira contra a inglesa, o Maracanã ouviu a maior vaia de sua história. Só que a partida do dia 13 de maio de 1959, em vez de ficar conhecida como “o jogo da vaia”, acabou se tornando o “o jogo do Julinho”. O ponta-direita marcou o primeiro gol da vitória por 2×0 e só faltou fazer chover. Saiu ovacionado.

8. Mais do que a despedida de um dos maiores jogadores de todos os tempos, o último jogo de Zico no Flamengo marcou o fim de uma era e de uma geração de craques a qual só faltou a conquista de uma Copa do Mundo. Em campo, o time campeão do mundo do Flamengo e ídolos do futebol mundial como Rummenigge, Mario Kempes, Gerets, Hansi Müller, Causio, Falcão e Breitner. O dia, 6 de fevereiro de 1990. Uma despedida digna do maior artilheiro da história do Maracanã.

9. Milan x Santos.
O segundo jogo da decisão do mundial interclubes de 1963. Debaixo de um tremendo temporal, o Santos saiu de um placar adverso de 2×0 e virou o jogo para4x2. Almir, do Santos, passou o jogo inteiro baixando a botina no brasileiro Amarildo, então no Milan. O jogador santista confessaria mais tarde em suas memórias, que jogara dopado e que o juiz fora comprado pelos dirigentes do Santos. O time de Pelé acabou se sagrando bicampeão logo depois, no terceiro jogo.Momento para a eternidade. Dalmo, à direita, cobra com perfeição a penalidade máxima que representou o único gol da vitória santista sobre o Milan, na terceira partida decisiva do Mundial de 1963, jogada no Maracanã diante de 120 mil pagantes. O goleiro Balzarini se esticou mas não conseguiu defender
Foto do gol de Dalmo.
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10. Fugido da revolução na Hungria, o Honved virou um time itinerante.
Em janeiro de 1957, Puskas & cia. vieram dar por estas bandas. Flamengo e Botafogo fizeram vários amistosos contra o time húngaro naquele verão. No mais célebre, o Honved enfrentou um combinado dos dois times. E deram de cara com um ataque com Dida e Garrincha. Final 6×4 para os brasileiros. Mas, desta inesquecível temporada, ficou uma lição. O Brasil podia ser bom de bola, mas não era o único.

11. Um jogo que ficará para sempre na memória dos rubro-negros: o Flamengo 3×2 Atlético Mineiro de 1980. O Mengão tinha o melhor time e jogava em casa, mas o Galo tinha Reinaldo, O gol de empate marcado pelo centro-avante, que estava capengando – e que daria o título ao Atlético – congelou as espinhas flamenguistas. Mas um momento de craque de Nunes, o João Danado, fez a maior torcida do Brasil chegar aos céus. Daí para a frente, ninguém segurou o Mengão

Museu itinerante do futebol
Pesquisa Internet
Milton Neves

Jogos históricos do Sport Club Corinthians Paulista

Para o torcedor, toda vitória é inesquecível…
Porém, há aquelas que ultrapassam os limites da razão. É onde entra a raça, a superação e as lágrimas…. Para fazer parte da lista de jogos históricos, não precisa necessariamente ser uma final de campeonato, ou contra um time grande… basta ter o choro e a emoção da torcida…como você pode conferir nos jogos a seguir.
Este artigo contém a narrativa do site todopoderosotimão.com Procurei , na medida do possível, tirar qualquer ufanismo ou sensacionalismo nas palavras. Evidentemente não dá para tirar um certo entusiasmo que realmente estes jogos proporcionaram para a Fiel Torcida.

Corinthians x Palmeiras – Campeonato Paulista de 1954. (com direito a narração do gol por Pedro Luís)
[img:O_gol_do_centen__rio.jpg,resized,vazio]
1954 era o ano do IV Centenário de São Paulo. Por esse motivo, todos queriam ganhar o Campenato Paulista daquele ano. Assim, no dia 6 de fevereiro de 1955, Corinthians e Palmeiras no Pacaembu para decidir quem será o campeão do centenário. Desde cedo, o movimento na cidade era grande, pois todos queriam acompanhar a grande final. Para o Corinthians, campeão do Centenário da Independência em 1922, bastava o empate para assegurar o título. Ao Palmeiras, só a vitória interessava. E esse título, assim como o de 1922, valeria por 100 anos.
Com isso, o presidente palmerense, Byron Giuliano, mandou o time entrar em campo com camisas azuis ao invés de verde para tentar a sonhada vitória. Não adiantou. _ Deu dó ver o Palmeiras entrar em campo sem a camisa verde _ disse o ex-palmerense Osvaldo Brandão.
Aos 9 minutos, o Corinthians saiu na frente. Após um cruzamento, assim narrado pelo locutor Pedro Luiz para a rádio Panamericana:
“Vai ser executado o arremesso por Cláudio. Movimentou o coro. Deu a Rafael. Rafael atrasando para o ponteiro. Pode centrar até com perigo. Ergueu para a boca do gol. Fechou todo mundo. Cabeceou…Gooooooool! Gol de Luizinho para o Corinthians, fazendo delirar a torcida corintiana que se movimenta em massa nas dependências do Estádio Municipal do Pacaembu. Um para o Corinthians, zero para o Palmeiras”.
A partir daí, o Timão armou uma retranca e o goleiro Gilmar foi quem garantiu o resultado. Mas no segundo tempo, o Palmeiras consegue o empate, aos 6 minutos, através de Nei. O jogo fica dramático até o juiz uruguaio Esteban Marino apitar o final. Festa alvinegra no Pacaembu. o Corinthians era Campeão do Centenário. A torcida invadiu o campo. Veja o depoimento de Gilmar sobre o jogo: “Seria uma decisão como outra qualquer, mas com a diferença de que essa valia o título do Centenário de São Paulo. O Corinthians tinha a vantagem do empate, mas encontrou um adversário difícil. O jogo foi duro e bastante disputado. Logo no início fizemos 1 a 0. Depois, o Palmeiras reagiu e empatou. A partir daí, seguramos o resultado e fomos campeões. Todos queriam esse título, pois quem ganhasse ficaria com a glória para os cem anos seguintes.”

Corinthians x Santos – A quebra do tabu (1968)
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No dia 6 de março, o Pacaembu foi palco de uma das partidas mais emocionantes da história do clube. Até aquela data, o Corinthians já estava 11 anos e 22 partidas sem ganhar do Santos. Um tabu que vinha desde os 3 a 3 em 1957, quando o Timão conquistou a Taça dos Invictos e jogou pela primeira vez contra o Rei Pelé. Contando com os novos reforços Paulo Borges, Buião e Eduardo, além do técnico Lula, o Corinthians entrou em campo determinado e pronto para passar pelo difícil, até então imbatível, Santos de Pelé. No primeiro tempo, o jogo terminou empatado. O grande destaque foi o zagueiro Luis Carlos, que fez uma marcação implacável no Rei. No segundo tempo, o Corinthians começa pressionando e Rivelino chuta uma bola na trave. Logo depois, aos 13 minutos, Paulo Borges faz 1 a 0, após uma tabela com Flávio. Melhor em campo, o Timão segue firme em busca do objetivo. Aos 31 minutos, Rivelino lança Flávio, que aproveita a chance e aumenta: 2 a 0. Depois disso, o time só esperou o juiz encerrar para poder comemorar. Fim do tabu. A torcida invadiu o campo e carregou os heróis como se eles tivessem conquistado um título, gritando e cantando: “Com Pelé, Com Edu, nós quebramos o tabu”. Veja o depoimento de Paulo Borges sobre a partida: “ Foi a melhor partida da minha vida. O Pacaembu estava lotado e todos esperavam pelo fim do tabu de 11 anos. Jogamos muito bem e passamos com sufoco. No segundo tempo, fiz 1 a 0 com um belo chute pela esquerda. Depois, o Flávio aumentou. Eles puseram duas bolas na trave e nos pressionaram muito, mas conseguimos. Nossa festa foi até de manhã e eu fiquei vendo o teipe do jogo lá no Parque.”

Corinthians x Palmeiras – Campeonato Paulista de 1971
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Esse, sem dúvida alguma, foi um dos jogos mais emocionantes da história, não só do Corinthians, mas do futebol brasileiro. 25 de abril de 1971. O Corinthians vinha mal no Campeonato Paulista e iria enfrentar o Palmeiras de Leão, Luís Pereira, Dudu, Ademir da Guia, etc. A torcida, no fundo, sabia que a vitória era muito difícil, mas foi ao Morumbi. Mal sabia o que os esperavam. Aos 27 segundos de jogo, O Palmeiras abre o placar. Antes da metade do primeiro tempo , já estava 2 a 0. Estava difícil, a goleada tomava forma, e assim, termina o primeiro tempo. No segundo tempo, o Corinthians volta disposto a acabar com a festa verde. E consegue. Aos 5 minutos, Mirandinha marca para o Timão. Adãozinho empata aos 24. Delírio da fiel. Mas, de repente, festa verde: Leivinha marca, um minuto depois. Na sáida de bola, Tião driblou meio time do Palmeiras e empata novamente. Agora, festa alvinegra. O jogo fica dramático e os dois times vão pra cima, ambos querendo a vitória. E aos 43 minutos, O herói Mirandinha marca, decretando a vitória corintiana. Festa alvinegra!! O Corinthians mostra por que é o time da virada, da raça, da garra, da determinação!!

Corinthians x Fluminense – A Invasão Corintiana (1976)
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No dia 5 de dezembro, mais de 70 mil torcedores corintianos foram ao Maracanã prestigiar o time. Nunca nenhuma torcida havia feito isso. A partida ficou lembrada como a “Invasão da Fiel Torcida”. Foi o maior deslocamento de pessoas no mundo por um evento esportivo de todos os tempos. Eles chegavam de carro, ônibus, avião e até de bicicleta. Calcula-se que, para isso, foram consumidos mais de 2 mihôes de litros de gasolina. No tempo normal, Carlos Alberto Pintinho marcou aos 19 minutos de primeiro tempo. Logo depois, aos 29, Ruço empata para o Timão. E ficou nisso, ou melhor, viria os pênaltis. O Corinthians teve que se desdobrar para superar, nos pênaltis, o forte Fluminense de Rivelino, depois do empate em 1 a 1 no tempo regulamentar. Mas conseguiu: 4 a 1 nos pênaltis! A euforia tomou conta dos corintianos. A festa só não foi maior porque o time perdeu a final para o Inter uma semana depois, ao perder por 1 a 0. Ainda não fora daquela vez.

Corinthians x Ponte Preta – O fim do jejum (1977)O jogo da libertação.
[img:Bas__lio_em_1977.jpg,resized,vazio]
Esse é o mais merecido título que podemos dar a essa partida. A torcida corintiana enche o Morumbi, no dia 13 de outubro, para ver aquele que seria o jogo da libertação, do fim do jejum, que já durava 22 anos, oito meses e seis dias. Começa a partida e logo de cara, aos 16 minutos, mais de 80 mil corintianos vêem o perigoso atacante Rui Rei reclamar com o juiz Dulcídio Wanderley Boschillia e ser expulso. Quem temia por uma nova tragédia passou a ficar mais aliviado. Mesmo precisando de um empate no tempo normal e na prorrogação, o Corinthians foi para cima da Ponte. Geraldão, artilheiro do Timão naquele campeonato com 24 gols, quase abre o placar aos 39 minutos, após aproveitar um cruzamento de Vaguinho. Chega o segundo tempo. Os dois times entram nervosos e muito cautelosos. O medo de tomar um gol fez com que as equipes ficassem apenas se defendendo. Em raros contra-ataques, o perigo aparecia. Em um deles Dicá, da macaca, cabeceia livre na área. Para fora. Assustado, o técnico Brandão se levanta e manda o time para o ataque. Aos 36 minutos, Zé Maria bate uma falta pela direita. A bola percorre toda a pequena área e vai parar no pé de Vaguinho, que, de bico, chuta a bola no travessão do goleiro Carlos. Na volta, ela quica no chão e sobe para Wladimir cabecear. Em cima da linha, Oscar, também de cabeça, salva. Mas no rebote, a bola sobra para o pé direito de Basílio. O meia, com toda a força, faz então o esperado gol. Festa no Morumbi. Restavam apenas 8 minutos. Nessa hora, não havia mais esquema tático. Pouco antes de acabar, Oscar e Geraldão, que foi o artilheiro do campeonato com 24 gols, brigam e são expulsos. Aos 46, Dúlcidio pede a bola e encerra a partida: o Corinthians é campeão. Fim do jejum. Fim do sofrimento. A torcida invade o campo e comemora com os seus ídolos. Brandão é carregado no colo, o presidente Vicente Matheus perde os sapatos, os jogadores ficam quase nus. O coro de “é campeão” toma conta da noite paulista e invade a madrugada. A partir daí, surge um novo Corinthians. Acabaram-se os traumas e o time volta a ser o bom e velho vencedor. O gol de Basílio foi o mais importante da história corintiana. Veja seu depoimento sobre o jogo: “A terceira partida da final do Paulistão de 77 foi a melhor que nós fizemos no campeonato. Jogamos determinados, fomos pacientes e também atrevidos. Tanto que, mesmo precisando do empate, fomos para cima da Ponte Preta. No primeiro tempo merecíamos ter feito uns dois ou três gols. Na segunda etapa, o jogo ficou equilibrado até o gol. O lance saiu de uma bola parada e eu, depois do bate-rebate, fiz o gol de direita e corri para a galera. Após o jogo, queríamos dar a volta olímpica, mas foi impossível. Pouco importa. O que valeu mesmo foi a festa e o fim do jejum.”

Corinthians x São Paulo – Campeonato Brasileiro de 1990
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O Corinthians entrou em campo no dia 6 de dezembro para se sagrar Campeão Brasileiro pela primeira vez em sua história. O time jogava pelo empate, pois vencera o jogo anterior. Mas com um time muito equilibrado, conseguiu ganhar outra vez do tricolor, com um gol (chorado) de Tupãzinho, aos 9 minutos do 2° tempo. O São Paulo pressiona, mas não consegue marcar. Final no Morunbi: 1 a 0 Timão. Corinthians não era mais um time regional. Com muita raça e mesmo sem muitas estrelas, aquela equipe havia entrado para a história alvinegra. Tupãzinho, autor do gol salvador, dá o seu depoimento: “Foi uma decisão emocionante. A adrenalina estava a mil. O São Paulo era favorito, mas conseguimos ganhar devido à força do conjunto. Não tínhamos estrelas, mas a equipe estava entrosada, determinada. Nos classificamos mal, mas depois o time subiu de produção e cresceu até as finais. No jogo, o São Paulo partiu para cima, mas faltando 10 minutos para acabar o primeiro tempo, começamos a melhorar. No segundo tempo, fiz o gol aos 8 minutos. Na hora, eu queria só a vitória, não tinha ainda a noção do título. Só depois é que me dei conta. Foi um dos jogos mais importantes da minha vida.”

Corinthians x Grêmio – Copa do Brasil de 1995
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No dia 21 de junho, o Timão entrou em campo para conquistar sua primeira Copa do Brasil. O jogo foi no Estádio Olímpico, que estava simplesmente lotado de gremistas. E o Timão encontrou uma verdadeira pedreira pela frente. O zagueiro Célio Silva e o goleiro Ronaldo se destacaram na defesa, segurando o ataque tricolor, que pressionou o jogo inteiro. E assim , terminou o primeiro tempo. No segundo tempo, O Grêmio voltou com a mesma pressão. O Timão segurava o empate que lhe garantiria o título. E Marcelinho, sempre ele, fez o gol do título aos 26 minutos do segundo tempo, dando ao Timão sua primeira Copa do Brasil.

Corinthians x Real Madrid – Mundial de Clubes da FIFA (2000)
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Em uma das partidas mais importantes de toda a sua história, o Corinthians precisou se superar para sair do Morumbi com um resultado satisfatório diante do poderoso Real Madrid. Antes do jogo, o cartola do clube espanhol esculachou com Edílson, dizendo que era um jogador qualquer, conhecido apenas no Brasil. Azar dele, que enfureceu o capeta. Aos 19 minutos, o Real Madrid abre o placar com um gol de Anelka. Edílson, o “desconhecido”, empata o jogo aos 28 do primeiro tempo. E assim termnia o primeiro tempo. No segundo tempo, o Timão volta com tudo e Edílson vira o jogo aos 19 minutos, com um golaço: o Capetinha passou a bola por debaixo das pernas de Karembeu e fez o gol . A festa da Fiel só não foi maior por uma bobeada da zaga corintiana que deixou Anelka livre para driblar Dida e empatar o jogo, aos 25 minutos. Porém o lance de mais suspense do jogo ainda estava por vir. Aos 36 minutos, Fábio Luciano faz pênalti em Sávio. Silêncio no Morumbi. Anelka se apresenta para cobrar. Só que no gol estava Dida, o goleiro que pega pênaltis. E ele pegou mais um, deixando o Corinthians vivo na competição. Placar final: 2 a 2.

Corinthians x Vasco – Mundial de Clube da FIFA (2000)
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A finalíssima do Mundial de Clubes, realizada no dia 14 de janeiro, foi contra o Vasco. Sagrar-se campeão mundial em cima do Vasco, em pleno Maracanã, não era tarefa fácil. Mas o Corinthians estava disposto a realizar esta proeza. No primeiro tempo, o jogo termina empatado em 0 a 0, com os dois times perdendo algumas chances. No segundo tempo, a mesma coisa. O zero no placar levou a decisão para a morte súbita, ou Golden Gol (gol de ouro). Novamente, nos 30 minutos, nenhum time foi capaz de marcar, o que levou a decisão do primeiro Mundial Interclubes reconhecido pela FIFA, para os pênaltis. O Timão começou as cobranças, com Rincón batendo forte nocanto esquerdo de Helton. A bola bateu na trave e entrou: 1 a 0. Romário bate o pênalti seguinte e empata: 1 a 1. Fernando Baiano cobra o segundo pênalti e faz o segundo gol do Timão: 2 a 1. Na seqüência, Alex Oliveira empata em 2 a 2. Em seguida, Luizão faz 3 a 2. Aí entrou em campo a estrela do goleirão Dida. O lateral Gilberto bateu forte no canto esquerdo e Dida saltou para pegar. Continuava 3 a 2 para o Timão. O garoto Edú não sentiu a responsabilidade e também cobrou com perfeição: Corinthians 4 a 2. Viola fez a quarta cobrança do Vasco e colocou nas redes: 4 a 3. A seguir, Marcelinho poderia ter se consagrado ao fazer o gol do título, mas o goleiro Helton o impede, pegando o pênalti. O último pênalti foi cobrado por Edmundo, jogador experiente e no qual os vascaínos confiavam cegamente. Dida estava debaixo do gol, frio como sempre, esperando a cobrança para tentar nova defesa. Só que Edmundo cobrou o pênalti como se batesse um tiro de meta: longe do gol. Termina o jogo!!! O Corinthians é campeão do mundo!!! O coração da Fiel explodiu no Brasil inteiro. Finalmente, o Corinthians prova que é o melhor time do planeta!

Corinthians x Santos – Campeonato Paulista de 2001
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Corinthians e Santos entram em campo para o segundo jogo da semifinal. O Santos precisava apenas de um empate para ir à final. Empate este que permaneceu até o final do primeiro tempo, graças a Dodô e Marcelinho, que desperdiçaram 1 pênalti cada, para Santos e Corinthians, respectivamente. No segundo tempo, o Santos vem disposto a segurar o empate e o Corinthians a marca o gol que o levaria à final. Mas quem marcou primeiro foi o Santos, com Renato. Porém, 1 minuto depois, Marcelinho marca e deixa tudo igual. O tempo passa e o Timão não consegue marcar seu outro gol. Os torcedores santistas já comemoravam a classificação.O jogo ia até os 48 minutos e o relógio marcava 47 minutos e meio. O Corinthians vem para seu último ataque. Gil desce pela lateral, passa pelo zagueiro santista com um belo drible e cruza para área. Marcelinho deixa a bola passar e Ricardinho, para desespero santista e alegria corintiana, marca o gol que levou o Corinthians para mais uma final de Campeonato Paulista. A torcida corintiana, que ainda permanecia no estádio, chorou. Chorou por ser testemunha de uma das viradas mais brilhante e emocionante da história do Timão.

Inaugurações de Estádios pelo São Paulo F.C.

Inaugurações de Estádios

Ao longos dos anos, o SPFC participou de inaugurações de estádios pelo Brasil . Aqui apresento algumas cujos registros são oficiais. São marcos relevantes de importantes cidades do interior do Brasil, e até mesmo de uma capital – Porto Alegre, estádio que, aliás, era considerado o mais moderno daquela região à época.

Muitas partidas pelo interior do país carecem de dados e fontes comprobatórias, assim, provavelmente esta seja uma lista incompleta na realidade (Exemplo: Suspeito que o jogo de 23/05/1979 entre SPFC e SCCP em Guaíra, foi a inauguração do Estádio José Nogueira, mas não encontro fontes que comprovem isso).

E além destes abaixo citados, vale uma importante nota: Ainda que não tenha de fato inaugurado o Estádio Jalisco, em Guadalajara, no México, o SPFC fez parte do torneio de inauguração do mesmo.

Dito isto, enfim, vamos a lista:

COLINA MELANCÓLICA
Nome Oficial: Estádio da Montanha
Proprietário: Esporte Clube Cruzeiro de Porto Alegre
Capacidade: 20.000
Dimensões do Gramado:
Endereço: Bairro Medianeira, desde 1970 Cemitério João XXIII.
Inauguração: 16/03/1941
Primeiro Jogo: Cruzeiro 1 x 0 São Paulo
Primeiro Gol: Gervásio (Cruzeiro)

16.03.1941 Amistoso Nacional
Porto Alegre (RS) Estádio da Montanha – Colina Melancólica
Esporte Clube CRUZEIRO (RS) 1 X 0 SÃO PAULO Futebol Clube (SP)

King; Fiorotti e Herculano Squarza; Lola, Válter e Orozimbo; Bazzoni, Remo (Jofre), Hemédio, Teixeirinha e Carmine Novelli.

Técnico: Vicente Feola.
Não houve gol marcado pelo SPFC nessa partida.
Árbitro: Álvaro Silveira.
Não houve jogador do SPFC expulso nessa partida.
Renda: 30:000$000.
Público: 20.000 pessoas.
Obs: sem foto devido a má qualidade.

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[img:esta__dio_jonas_duarte.jpg,resized,vazio]
JONAS DUARTE
Nome Oficial: Estádio Municipal Jonas Duarte
Proprietário: Prefeitura Municipal de Anápolis
Capacidade: 20.000
Dimensões do Gramado: 105m x 75m
Endereço: Avenida Brasil Sul, s/nº – Anápolis (GO)
Inauguração: 11/04/1965
Primeiro Jogo: Anápolis 1x 4 São Paulo
Primeiro Gol: Rodarte (São Paulo)

11.04.1965 Amistoso Nacional
Anápolis (GO) Estádio Jonas Duarte
Combinado da Cidade de ANÁPOLIS (GO) 1 X 4 SÃO PAULO Futebol Clube (SP)

Raul; Renato, Bellini (Deleu), Ceconi e Tenente; Roberto Dias (Sudaco) e Valter; Cecílio Martínez, Zé Roberto (Flávio), Rodarte (Efraim) e Paraná (Valdir).

Técnico: José Poy.
Gols: Rodarte (2); Cecílio Martínez (2)
Árbitro: José Amorim.
Não houve jogador do SPFC expulso nessa partida.
Renda: Desconhecida.
Público: Desconhecido.

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[img:joaquinzao.jpg,resized,vazio]
JOAQUINZÃO
Nome Oficial: Estádio Joaquim de Morais Filho
Proprietário: Esporte Clube Taubaté
Capacidade: 14.531
Dimensões do Gramado: 105m x 68m
Endereço: Av. John Kennedy, 250 – Taubaté (SP)
Inauguração: 14/01/1968
Primeiro Jogo: Taubaté 1 x 2 São Paulo
Primeiro Gol: Lourival (São Paulo)

14.01.1968 Amistoso Nacional
Taubaté (SP) Estádio Joaquim de Moraes Filho – Joaquinzão
Esporte Clube TAUBATÉ (SP) 1 X 2 SÃO PAULO Futebol Clube (SP)

Picasso; Renato, Bellini (Eduardo), Edílson e Tenente; Nenê e Lourival; Almir, Dejair (Adílson), Babá e Paraná (Fefeu).

Técnico: Sylvio Pirillo.
Gols: Lourival (2).
Árbitro: Emídio Marques de Mesquita.
Não houve jogador do SPFC expulso nessa partida.
Renda: NCr$ 34.090.00.
Público: Desconhecido.

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[img:luisao.jpg,resized,vazio]
LUISÃO
Nome Oficial: Estádio Municipal Prof. Luís Augusto de Oliveira
Proprietário: Prefeitura Municipal de São Carlos
Capacidade: 14.359
Dimensões do Gramado: 100,50m x 66m
Endereço: R. Desembargador Júlio de Faria, 800 – São Carlos (SP)
Inauguração: 03/11/1968
Primeiro Jogo: São Paulo 3 x 2 Palmeiras
Primeiro Gol: Antoninho (São Paulo)

03.11.1968 Amistoso Nacional
São Carlos (SP) Estádio Municipal Prof. Luís Augusto de Oliveira – Luisão
Sociedade Esportiva PALMEIRAS (SP) 2 X 3 SÃO PAULO Futebol Clube (SP)

Cláudio Cortegiano; Antoninho, Lima, Arlindo e Dé; Nenê e Carlos Alberto; Miruca, Nelsinho, Babá (Téia) e Paraná.

Técnico: Diede Lameiro.
Gols: Antoninho; Nenê e Miruca.
Árbitro: Albino Zanferrari.
Não houve jogador do SPFC expulso nessa partida.
Renda: Não houve cobrança de ingressos.
Público: Portões Abertos.

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BAETÃO
Nome Oficial: Estádio Humberto de Alencar Castelo Branco
Proprietário: Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo
Capacidade: 8.000
Dimensões do Gramado:
Endereço: São Bernardo do Campo (SP)
Inauguração: 13/08/1972
Primeiro Jogo: São Paulo (misto) 2 x 1 Seleção de São Bernardo
Primeiro Gol:

Não possuo a ficha dessa partida, que não foi um jogo oficial do SPFC.

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MUNICIPAL DO CIC
Nome Oficial: Estádio Municipal Walter Ribeiro
Proprietário: Prefeitura Municipal de Sorocaba
Capacidade: 12.525
Dimensões do Gramado:
Endereço: Rua Pereira da Silva, 700 – Sorocaba (SP)
Inauguração: 14/10/1978
Primeiro Jogo: São Bento 0 x 1 São Paulo
Primeiro Gol: Edu Bala (São Paulo)

14.10.1978 Campeonato Paulista 1978
Sorocaba (SP) Estádio Municipal Wálter Ribeiro – Municipal do CIC
Esporte Club SÃO BENTO (SP) 0 X 1 SÃO PAULO Futebol Clube (SP)

Waldir Peres; Getúlio, Estevam, Bezerra e Antenor; Tecão, Chicão e Armando (Müller); Zequinha, Mílton Cruz (Valtinho) e Edu Bala.

Técnico: Rubens Minelli.
Gol: Edu Bala.
Árbitro: Márcio Campos Salles.
Renda: Cr$ 711.930,00.
Público: 20.928 pessoas.

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OLÍMPICO
Nome Oficial: Estádio Olímpico Regional Arnaldo Busatto
Proprietário: Prefeitura Municipal de Cascavel
Capacidade: 34.000
Dimensões do Gramado: 90m x 82m
Endereço: Rua Tito Mufato s/nº – Cascavel (PR)
Inauguração: 10/11/1982
Primeiro Jogo: Cascavel 0 x 1 São Paulo
Primeiro Gol: Paulo César (São Paulo)

10.11.1982 Amistoso Nacional
Cascavel (PR) Estádio Olímpico Regional Arnaldo Buzzato – Olímpico
CASCAVEL Esporte Clube (PR) 0 X 1 SÃO PAULO Futebol Clube (SP)

Toinho; Getúlio, Oscar, Darío Pereyra (Gassem) e Edel (Nelsinho); Almir (Teodoro), Renato (Luís Fernando) e Éverton; Paulo César, Heriberto, e Zé Sérgio (Jaiminho).

Técnico: José Poy.
Gol: Paulo César.
Árbitro: Alceu Conerado.
Renda: Desconhecida.
Público: 27.244.

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TEIXEIRÃO
Nome Oficial: Estádio Benedito Teixeira
Proprietário: América Futebol Clube
Capacidade: 55.000
Dimensões do Gramado: 105m x 70m
Endereço: Av.Antônio Pereira Lima, s/nº – São José do Rio Preto (SP)
Inauguração: 10/02/1996
Primeiro Jogo: América 2 x 3 São Paulo
Primeiro Gol: Valdir (São Paulo)

10.02.1996 Campeonato Paulista 1996
São José do Rio Preto (SP) Estádio Benedito Teixeira – Teixeirão
AMÉRICA Futebol Clube (São José do Rio Preto – SP) 2 X 3 SÃO PAULO Futebol Clube (SP)

Zetti; Edinho, Pedro Luís, Sorlei e Guilherme; Edmílson (Gilmar), Donizetti, Sandoval e Aílton (Denílson); Almir e Valdir (Marquinhos Capixaba).

Técnico: Muricy Ramalho.
Gols: Valdir e Sandoval (2).
Árbitro: Julio Alcide Matto Estoceres (Uruguai).
Não houve jogador do SPFC expulso nessa partida.
Renda: R$ 216.440,00.
Público: 27.585 pessoas.

Créditos pelas imagens: Templos do Futebol.
Agradecimentos a José Luis Braz Leme
SPFCpedia.blogspot

E se….a Ponte Preta ganhasse a final em 1977?

E se…
………. a Ponte Preta ganhasse a final em 1977?
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Bate-rebate na área. Bola na trave, Oscar tira em cima da linha. E a bola sobra para Basílio. Era 13 de outubro de 1977 e o Corinthians estava prestes a sair dos 23 anos sem títulos. O camisa 8 tinha o gol livre diante de si, mas errou o chute. A bola espirrou e saiu por cima do gol. No lance seguinte, Dicá aproveitou uma desatenção da marcação corintiana e, em um chute da entrada da área, acertou o canto de Tobias. Ponte Preta campeã.

A cidade de São Paulo entrou em depressão. Ainda que os campineiros tivessem vencido o segundo jogo da decisão do Paulistão, imaginava-se que, na terceira partida, o Corinthians fizesse valer a vantagem do empate em 120 minutos. Isso não aconteceu e a sensação de sofrimento eterno cresceu. Afinal, perder a final de 1974 para o Palmeiras era até admissível. Mas deixar escapar o título para um time do interior era algo fora dos planos, ainda que a Ponte Preta fosse muito mais forte tecnicamente.

Durante três dias, nada acontecia na capital paulista. Mesmo palmeirenses, são-paulinos e santistas eram solidários com a dor dos corintianos. Não havia gozações, apenas uma tristeza de ver tantas pessoas se afundando na percepção de que o futebol jamais lhes daria alegria. A relação entre Corinthians e o povo sofredor nunca esteve tão forte.

No ano seguinte, a situação não melhorou. Até o Guarani conquistava títulos. No caso, o Brasileirão. Os jovens, ainda voláteis futebolisticamente, viram nos futebol campineiro uma moda. Era diferente e legal gostar daqueles clubes que, vindas de uma cidade a 100 km da capital, tinham times competitivos e cheio de jogadores feitos em casa. Até entre os paulistanos surgiu uma torcida para Bugre e Ponte, que viram a popularidade crescer e, nos anos seguintes, atraíram a atenção de empresas que quisessem vincular suas marcas a clubes modernos.

Mas isso era entre os jovens. A maioria da população continuava vendo no Corinthains seu reflexo em campo. Antes de 1977, dizia-se que o Alvinegro era um fenômeno por aumentar sua torcida mesmo sem conquistar títulos. Pois isso se intensificou depois daquele gol de Dicá. Quem quisesse fugir da imagem de modista, escolhia o Corinthians. Quase como um sinal de rebeldia e desprendimento do mundo material em época de ditadura e cultura pop efervescente.

Em meados da década de 1980, o cenário futebolístico já está todo modificado. O Corinthians tem a maior torcida de São Paulo por vantagem nunca atingida em relação ao Palmeiras, o segundo colocado. Até que um dirigente corintiano teve a sacada: “se a torcida cresce tanto com as derrotas, talvez seja uma boa idéia a gente sempre chegar perto dos títulos, mas perder no final”.

A nova diretriz no Parque São Jorge era, secretamente, montar times lutadores para agradar à torcida, mas que fossem ruins o suficientes para perder sempre. Qualquer coisa era motivo para sucatear o time. A diretoria chegou a alugar o departamento de futebol várias vezes. Além disso, cedeu as categorias de base a conselheiros que quisessem se desfazer dos jogadores. A infra-estrutura da equipe profissional ficou abandonada.

A essa altura, a quantidade de derrotas já fizera o Alvinegro ultrapassar o Flamengo como clube mais popular do país, ainda que não conquistasse nem Copa São Paulo de juniores. O marketing da desgraça parecia bastante eficiente no Parque São Jorge, ainda que nenhum não-corintiano entendesse como aquilo ocorria.

O golpe de mestre seria um acordo de parceria com mafiosos internacionais. Além de desorganizar todo o departamento de futebol, o clube afundou em dívidas e ainda tinha um elenco em que vários jogadores ruins tinham salários astronômicos. Era um retrato do inferno. O problema é que, na ânsia de minar a força do time, a diretoria exagerou na dose e o time foi rebaixado no Campeonato Brasileiro.

A queda fez alguns corintianos pararem de se regozijar com a própria desgraça para investigar o que ocorria. Apenas quando perceberam o estado em que o clube ficara é que alguém sacou: “Era tudo um plano da diretoria. Para fazer tanta barbaridade em seqüência, só pode ser de propósito para perder”.

Era mesmo.
Pauta sugerida por Pedro Henrique Pires Silva.
Ubiratan Leal/www.gardenal.org/balipodo/2008/04

Obs.: Esse “artigo” é uma obra de ficção e, portanto, não deve ser levado a sério. Nenhuma das pessoas, empresas, entidades ou associações citadas no texto foi efetivamente entrevistada ou consultada. Ah, e como ninguém aqui tem talento para ler mãos, i-ching, tarô, búzios, mapa astral ou bola de cristal, qualquer semelhança com a vida real foi uma grande coincidência.

O que não é ficção e real foram fatos que relato :
Como a epopéia de 1977 foi desgastante também em termos financeiros, muitos jogos na tabela de Alfredo Metidieri, cheguei ao Morumbi no terceiro jogo, este do gol do Basílio, já exaurido em meus recursos. O torcedor um pouco mais humilde pedia desesperadamente uma ajuda para entrar no estádio. Ao meu lado na arquibancada, já não dava para ir nas numeradas, tinha um rapaz que parecia que estava com a fome do deserto do Saara. Quando estava comendo um cachorro quente, segurando pela mão esquerda, olhei distraidamente para a direita e…….nhac! O rapaz deu uma mordida furtiva no meu sanduiche. Gente, isto aconteceu. Mais um pouco prá frente aconteceu com o meu cigarro, na época eu fumava, o cara deu uma tragada sorrateira. Aí foi demais, dei o cigarro pro cara.
Não sei se vocês lembram de um guarda chuva que apareceu jogado no campo após o jogo. Era de meu amigo Santana, proibido que estava pela mulher de levar radinho de pilha. Ele literalmente jogava o que tinha nas mãos para o campo.
Para encerrar, na saída do estádio, descendo a sisuda e chique avenida Giovanni Gronchi, pela primeira vez vi, já virando a madrugada, todos em frente às suas mansões vendo a voltada torcida. Era a avenida mais iluminada de São Paulo aquela noite.
Gilberto Maluf, que viveu 1977 quase dentro dos estádios.