Jogos históricos do Sport Club Corinthians Paulista

Para o torcedor, toda vitória é inesquecível…
Porém, há aquelas que ultrapassam os limites da razão. É onde entra a raça, a superação e as lágrimas…. Para fazer parte da lista de jogos históricos, não precisa necessariamente ser uma final de campeonato, ou contra um time grande… basta ter o choro e a emoção da torcida…como você pode conferir nos jogos a seguir.
Este artigo contém a narrativa do site todopoderosotimão.com Procurei , na medida do possível, tirar qualquer ufanismo ou sensacionalismo nas palavras. Evidentemente não dá para tirar um certo entusiasmo que realmente estes jogos proporcionaram para a Fiel Torcida.

Corinthians x Palmeiras – Campeonato Paulista de 1954. (com direito a narração do gol por Pedro Luís)
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1954 era o ano do IV Centenário de São Paulo. Por esse motivo, todos queriam ganhar o Campenato Paulista daquele ano. Assim, no dia 6 de fevereiro de 1955, Corinthians e Palmeiras no Pacaembu para decidir quem será o campeão do centenário. Desde cedo, o movimento na cidade era grande, pois todos queriam acompanhar a grande final. Para o Corinthians, campeão do Centenário da Independência em 1922, bastava o empate para assegurar o título. Ao Palmeiras, só a vitória interessava. E esse título, assim como o de 1922, valeria por 100 anos.
Com isso, o presidente palmerense, Byron Giuliano, mandou o time entrar em campo com camisas azuis ao invés de verde para tentar a sonhada vitória. Não adiantou. _ Deu dó ver o Palmeiras entrar em campo sem a camisa verde _ disse o ex-palmerense Osvaldo Brandão.
Aos 9 minutos, o Corinthians saiu na frente. Após um cruzamento, assim narrado pelo locutor Pedro Luiz para a rádio Panamericana:
“Vai ser executado o arremesso por Cláudio. Movimentou o coro. Deu a Rafael. Rafael atrasando para o ponteiro. Pode centrar até com perigo. Ergueu para a boca do gol. Fechou todo mundo. Cabeceou…Gooooooool! Gol de Luizinho para o Corinthians, fazendo delirar a torcida corintiana que se movimenta em massa nas dependências do Estádio Municipal do Pacaembu. Um para o Corinthians, zero para o Palmeiras”.
A partir daí, o Timão armou uma retranca e o goleiro Gilmar foi quem garantiu o resultado. Mas no segundo tempo, o Palmeiras consegue o empate, aos 6 minutos, através de Nei. O jogo fica dramático até o juiz uruguaio Esteban Marino apitar o final. Festa alvinegra no Pacaembu. o Corinthians era Campeão do Centenário. A torcida invadiu o campo. Veja o depoimento de Gilmar sobre o jogo: “Seria uma decisão como outra qualquer, mas com a diferença de que essa valia o título do Centenário de São Paulo. O Corinthians tinha a vantagem do empate, mas encontrou um adversário difícil. O jogo foi duro e bastante disputado. Logo no início fizemos 1 a 0. Depois, o Palmeiras reagiu e empatou. A partir daí, seguramos o resultado e fomos campeões. Todos queriam esse título, pois quem ganhasse ficaria com a glória para os cem anos seguintes.”

Corinthians x Santos – A quebra do tabu (1968)
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No dia 6 de março, o Pacaembu foi palco de uma das partidas mais emocionantes da história do clube. Até aquela data, o Corinthians já estava 11 anos e 22 partidas sem ganhar do Santos. Um tabu que vinha desde os 3 a 3 em 1957, quando o Timão conquistou a Taça dos Invictos e jogou pela primeira vez contra o Rei Pelé. Contando com os novos reforços Paulo Borges, Buião e Eduardo, além do técnico Lula, o Corinthians entrou em campo determinado e pronto para passar pelo difícil, até então imbatível, Santos de Pelé. No primeiro tempo, o jogo terminou empatado. O grande destaque foi o zagueiro Luis Carlos, que fez uma marcação implacável no Rei. No segundo tempo, o Corinthians começa pressionando e Rivelino chuta uma bola na trave. Logo depois, aos 13 minutos, Paulo Borges faz 1 a 0, após uma tabela com Flávio. Melhor em campo, o Timão segue firme em busca do objetivo. Aos 31 minutos, Rivelino lança Flávio, que aproveita a chance e aumenta: 2 a 0. Depois disso, o time só esperou o juiz encerrar para poder comemorar. Fim do tabu. A torcida invadiu o campo e carregou os heróis como se eles tivessem conquistado um título, gritando e cantando: “Com Pelé, Com Edu, nós quebramos o tabu”. Veja o depoimento de Paulo Borges sobre a partida: “ Foi a melhor partida da minha vida. O Pacaembu estava lotado e todos esperavam pelo fim do tabu de 11 anos. Jogamos muito bem e passamos com sufoco. No segundo tempo, fiz 1 a 0 com um belo chute pela esquerda. Depois, o Flávio aumentou. Eles puseram duas bolas na trave e nos pressionaram muito, mas conseguimos. Nossa festa foi até de manhã e eu fiquei vendo o teipe do jogo lá no Parque.”

Corinthians x Palmeiras – Campeonato Paulista de 1971
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Esse, sem dúvida alguma, foi um dos jogos mais emocionantes da história, não só do Corinthians, mas do futebol brasileiro. 25 de abril de 1971. O Corinthians vinha mal no Campeonato Paulista e iria enfrentar o Palmeiras de Leão, Luís Pereira, Dudu, Ademir da Guia, etc. A torcida, no fundo, sabia que a vitória era muito difícil, mas foi ao Morumbi. Mal sabia o que os esperavam. Aos 27 segundos de jogo, O Palmeiras abre o placar. Antes da metade do primeiro tempo , já estava 2 a 0. Estava difícil, a goleada tomava forma, e assim, termina o primeiro tempo. No segundo tempo, o Corinthians volta disposto a acabar com a festa verde. E consegue. Aos 5 minutos, Mirandinha marca para o Timão. Adãozinho empata aos 24. Delírio da fiel. Mas, de repente, festa verde: Leivinha marca, um minuto depois. Na sáida de bola, Tião driblou meio time do Palmeiras e empata novamente. Agora, festa alvinegra. O jogo fica dramático e os dois times vão pra cima, ambos querendo a vitória. E aos 43 minutos, O herói Mirandinha marca, decretando a vitória corintiana. Festa alvinegra!! O Corinthians mostra por que é o time da virada, da raça, da garra, da determinação!!

Corinthians x Fluminense – A Invasão Corintiana (1976)
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No dia 5 de dezembro, mais de 70 mil torcedores corintianos foram ao Maracanã prestigiar o time. Nunca nenhuma torcida havia feito isso. A partida ficou lembrada como a “Invasão da Fiel Torcida”. Foi o maior deslocamento de pessoas no mundo por um evento esportivo de todos os tempos. Eles chegavam de carro, ônibus, avião e até de bicicleta. Calcula-se que, para isso, foram consumidos mais de 2 mihôes de litros de gasolina. No tempo normal, Carlos Alberto Pintinho marcou aos 19 minutos de primeiro tempo. Logo depois, aos 29, Ruço empata para o Timão. E ficou nisso, ou melhor, viria os pênaltis. O Corinthians teve que se desdobrar para superar, nos pênaltis, o forte Fluminense de Rivelino, depois do empate em 1 a 1 no tempo regulamentar. Mas conseguiu: 4 a 1 nos pênaltis! A euforia tomou conta dos corintianos. A festa só não foi maior porque o time perdeu a final para o Inter uma semana depois, ao perder por 1 a 0. Ainda não fora daquela vez.

Corinthians x Ponte Preta – O fim do jejum (1977)O jogo da libertação.
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Esse é o mais merecido título que podemos dar a essa partida. A torcida corintiana enche o Morumbi, no dia 13 de outubro, para ver aquele que seria o jogo da libertação, do fim do jejum, que já durava 22 anos, oito meses e seis dias. Começa a partida e logo de cara, aos 16 minutos, mais de 80 mil corintianos vêem o perigoso atacante Rui Rei reclamar com o juiz Dulcídio Wanderley Boschillia e ser expulso. Quem temia por uma nova tragédia passou a ficar mais aliviado. Mesmo precisando de um empate no tempo normal e na prorrogação, o Corinthians foi para cima da Ponte. Geraldão, artilheiro do Timão naquele campeonato com 24 gols, quase abre o placar aos 39 minutos, após aproveitar um cruzamento de Vaguinho. Chega o segundo tempo. Os dois times entram nervosos e muito cautelosos. O medo de tomar um gol fez com que as equipes ficassem apenas se defendendo. Em raros contra-ataques, o perigo aparecia. Em um deles Dicá, da macaca, cabeceia livre na área. Para fora. Assustado, o técnico Brandão se levanta e manda o time para o ataque. Aos 36 minutos, Zé Maria bate uma falta pela direita. A bola percorre toda a pequena área e vai parar no pé de Vaguinho, que, de bico, chuta a bola no travessão do goleiro Carlos. Na volta, ela quica no chão e sobe para Wladimir cabecear. Em cima da linha, Oscar, também de cabeça, salva. Mas no rebote, a bola sobra para o pé direito de Basílio. O meia, com toda a força, faz então o esperado gol. Festa no Morumbi. Restavam apenas 8 minutos. Nessa hora, não havia mais esquema tático. Pouco antes de acabar, Oscar e Geraldão, que foi o artilheiro do campeonato com 24 gols, brigam e são expulsos. Aos 46, Dúlcidio pede a bola e encerra a partida: o Corinthians é campeão. Fim do jejum. Fim do sofrimento. A torcida invade o campo e comemora com os seus ídolos. Brandão é carregado no colo, o presidente Vicente Matheus perde os sapatos, os jogadores ficam quase nus. O coro de “é campeão” toma conta da noite paulista e invade a madrugada. A partir daí, surge um novo Corinthians. Acabaram-se os traumas e o time volta a ser o bom e velho vencedor. O gol de Basílio foi o mais importante da história corintiana. Veja seu depoimento sobre o jogo: “A terceira partida da final do Paulistão de 77 foi a melhor que nós fizemos no campeonato. Jogamos determinados, fomos pacientes e também atrevidos. Tanto que, mesmo precisando do empate, fomos para cima da Ponte Preta. No primeiro tempo merecíamos ter feito uns dois ou três gols. Na segunda etapa, o jogo ficou equilibrado até o gol. O lance saiu de uma bola parada e eu, depois do bate-rebate, fiz o gol de direita e corri para a galera. Após o jogo, queríamos dar a volta olímpica, mas foi impossível. Pouco importa. O que valeu mesmo foi a festa e o fim do jejum.”

Corinthians x São Paulo – Campeonato Brasileiro de 1990
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O Corinthians entrou em campo no dia 6 de dezembro para se sagrar Campeão Brasileiro pela primeira vez em sua história. O time jogava pelo empate, pois vencera o jogo anterior. Mas com um time muito equilibrado, conseguiu ganhar outra vez do tricolor, com um gol (chorado) de Tupãzinho, aos 9 minutos do 2° tempo. O São Paulo pressiona, mas não consegue marcar. Final no Morunbi: 1 a 0 Timão. Corinthians não era mais um time regional. Com muita raça e mesmo sem muitas estrelas, aquela equipe havia entrado para a história alvinegra. Tupãzinho, autor do gol salvador, dá o seu depoimento: “Foi uma decisão emocionante. A adrenalina estava a mil. O São Paulo era favorito, mas conseguimos ganhar devido à força do conjunto. Não tínhamos estrelas, mas a equipe estava entrosada, determinada. Nos classificamos mal, mas depois o time subiu de produção e cresceu até as finais. No jogo, o São Paulo partiu para cima, mas faltando 10 minutos para acabar o primeiro tempo, começamos a melhorar. No segundo tempo, fiz o gol aos 8 minutos. Na hora, eu queria só a vitória, não tinha ainda a noção do título. Só depois é que me dei conta. Foi um dos jogos mais importantes da minha vida.”

Corinthians x Grêmio – Copa do Brasil de 1995
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No dia 21 de junho, o Timão entrou em campo para conquistar sua primeira Copa do Brasil. O jogo foi no Estádio Olímpico, que estava simplesmente lotado de gremistas. E o Timão encontrou uma verdadeira pedreira pela frente. O zagueiro Célio Silva e o goleiro Ronaldo se destacaram na defesa, segurando o ataque tricolor, que pressionou o jogo inteiro. E assim , terminou o primeiro tempo. No segundo tempo, O Grêmio voltou com a mesma pressão. O Timão segurava o empate que lhe garantiria o título. E Marcelinho, sempre ele, fez o gol do título aos 26 minutos do segundo tempo, dando ao Timão sua primeira Copa do Brasil.

Corinthians x Real Madrid – Mundial de Clubes da FIFA (2000)
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Em uma das partidas mais importantes de toda a sua história, o Corinthians precisou se superar para sair do Morumbi com um resultado satisfatório diante do poderoso Real Madrid. Antes do jogo, o cartola do clube espanhol esculachou com Edílson, dizendo que era um jogador qualquer, conhecido apenas no Brasil. Azar dele, que enfureceu o capeta. Aos 19 minutos, o Real Madrid abre o placar com um gol de Anelka. Edílson, o “desconhecido”, empata o jogo aos 28 do primeiro tempo. E assim termnia o primeiro tempo. No segundo tempo, o Timão volta com tudo e Edílson vira o jogo aos 19 minutos, com um golaço: o Capetinha passou a bola por debaixo das pernas de Karembeu e fez o gol . A festa da Fiel só não foi maior por uma bobeada da zaga corintiana que deixou Anelka livre para driblar Dida e empatar o jogo, aos 25 minutos. Porém o lance de mais suspense do jogo ainda estava por vir. Aos 36 minutos, Fábio Luciano faz pênalti em Sávio. Silêncio no Morumbi. Anelka se apresenta para cobrar. Só que no gol estava Dida, o goleiro que pega pênaltis. E ele pegou mais um, deixando o Corinthians vivo na competição. Placar final: 2 a 2.

Corinthians x Vasco – Mundial de Clube da FIFA (2000)
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A finalíssima do Mundial de Clubes, realizada no dia 14 de janeiro, foi contra o Vasco. Sagrar-se campeão mundial em cima do Vasco, em pleno Maracanã, não era tarefa fácil. Mas o Corinthians estava disposto a realizar esta proeza. No primeiro tempo, o jogo termina empatado em 0 a 0, com os dois times perdendo algumas chances. No segundo tempo, a mesma coisa. O zero no placar levou a decisão para a morte súbita, ou Golden Gol (gol de ouro). Novamente, nos 30 minutos, nenhum time foi capaz de marcar, o que levou a decisão do primeiro Mundial Interclubes reconhecido pela FIFA, para os pênaltis. O Timão começou as cobranças, com Rincón batendo forte nocanto esquerdo de Helton. A bola bateu na trave e entrou: 1 a 0. Romário bate o pênalti seguinte e empata: 1 a 1. Fernando Baiano cobra o segundo pênalti e faz o segundo gol do Timão: 2 a 1. Na seqüência, Alex Oliveira empata em 2 a 2. Em seguida, Luizão faz 3 a 2. Aí entrou em campo a estrela do goleirão Dida. O lateral Gilberto bateu forte no canto esquerdo e Dida saltou para pegar. Continuava 3 a 2 para o Timão. O garoto Edú não sentiu a responsabilidade e também cobrou com perfeição: Corinthians 4 a 2. Viola fez a quarta cobrança do Vasco e colocou nas redes: 4 a 3. A seguir, Marcelinho poderia ter se consagrado ao fazer o gol do título, mas o goleiro Helton o impede, pegando o pênalti. O último pênalti foi cobrado por Edmundo, jogador experiente e no qual os vascaínos confiavam cegamente. Dida estava debaixo do gol, frio como sempre, esperando a cobrança para tentar nova defesa. Só que Edmundo cobrou o pênalti como se batesse um tiro de meta: longe do gol. Termina o jogo!!! O Corinthians é campeão do mundo!!! O coração da Fiel explodiu no Brasil inteiro. Finalmente, o Corinthians prova que é o melhor time do planeta!

Corinthians x Santos – Campeonato Paulista de 2001
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Corinthians e Santos entram em campo para o segundo jogo da semifinal. O Santos precisava apenas de um empate para ir à final. Empate este que permaneceu até o final do primeiro tempo, graças a Dodô e Marcelinho, que desperdiçaram 1 pênalti cada, para Santos e Corinthians, respectivamente. No segundo tempo, o Santos vem disposto a segurar o empate e o Corinthians a marca o gol que o levaria à final. Mas quem marcou primeiro foi o Santos, com Renato. Porém, 1 minuto depois, Marcelinho marca e deixa tudo igual. O tempo passa e o Timão não consegue marcar seu outro gol. Os torcedores santistas já comemoravam a classificação.O jogo ia até os 48 minutos e o relógio marcava 47 minutos e meio. O Corinthians vem para seu último ataque. Gil desce pela lateral, passa pelo zagueiro santista com um belo drible e cruza para área. Marcelinho deixa a bola passar e Ricardinho, para desespero santista e alegria corintiana, marca o gol que levou o Corinthians para mais uma final de Campeonato Paulista. A torcida corintiana, que ainda permanecia no estádio, chorou. Chorou por ser testemunha de uma das viradas mais brilhante e emocionante da história do Timão.

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