Futebol de Cascavel – Sem rádio antigo

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As transmissões radiofônicas fazem parte do charme do futebol. Em 1931, Nicolau Tuma, da Rádio Educadora Paulista, teve a responsabilidade de fazer a primeira narração do futebol brasileiro. Na ocasião jogavam as seleções do Paraná versus São Paulo. No imaginário do torcedor, mesmo longe do campo, o gramado, as arquibancadas, as cores dos times e a pelota rolando.

Entre a década de 60 e 70 o radinho a pilha se populariza, passando a ser um grande companheiro dos torcedores de futebol agora dentro do estádio. Mesmo com o surgimento de walkman’s, mp4’s e ipod’s da vida, o velho guerreiro que continua até os dias de hoje no coração dos torcedores mais antigos ganha um inimigo na região oeste do Paraná: a Polícia Militar. Os homens da lei passaram a barrar a entrada dos tradicionais aparelhos de rádio a moda antiga no Estádio Olímpico Regional.

A proibição, como indica a palavra do cascavelense, Diego Souza, de 30 anos, limita-se aos aparelhos que tenha pilhas médias ou grandes, e está causando um grande transtorno sentimental aos seus donos.

“Sou um torcedor que gosta de olhar o jogo e ao mesmo tempo escutar o que o repórter fala a respeito. Saber o que está acontecendo nos bastidores. Muita gente não vê problema em levar um aparelho pequeno ao campo. Mas para os mais antigos, chega a ser chocante, já que alguns destes carregaram consigo durante muito tempo o mesmo rádio. Estão perdendo um companheiro antigo, com certeza, alguns destes rádios viram e narraram a Serpente ser campeã em 80”, conta decepcionado.

A retaliação começou no jogo seguinte ao do Cascavel contra o Londrina, 16 de janeiro, quando um torcedor arremessou uma pedra de gelo no gramado. O fato deixa entristecido até mesmo chefe de torcida organizada, que não costuma a levar rádio grande no jogo, mas depois dele não dispensa um walk man.

O presidente da Organização Serpente Tricolor, Wesley Pepice, vai ao campo ver o Cascavel desde 1988, diz que nunca viu coisa parecida e ainda protesta: “besteira né… esse lance de rádio no jogo é tradição desde os primórdios e se o cidadão que assiste aos jogos quiser jogar alguma coisa, ainda pode jogar o chinelo, celular, tênis. Não é o fato de entrar com o rádio que irá oferecer ou não algum risco para os árbitros ou qualquer um que seja”.

A partir de então, veiculado em www.interney.net/blogs/deprimeira, o torcedor se reportou da seguinte forma:

Comentário de: Ruben Fontes Neto ·

Se for pensar pro lado da segurança, realmente as pilhas médias e grandes são perigosas… Mas é fato também que os estádios (principalmente os do interior) perderam um pouco do seu charme com a proibição dos radios de porte médio…
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Comentário de: Rodrigo Mock

Nossa, ótimo texto, entra geração e sai geração e o Radinho de pilha continua seguindo vivo nos estadios do Rio de janeiro

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Comentário de: Vivian

O jogo fica ainda mais interessante ouvindo o narrador, tanto p/ quem tem problemas de vistas, ou p/ quem quer simplesmente ter mais detalhes do jogo.
Tanta coisa mais antiga e grave a ser resolvida e vem uma meia dúzia querendo proibir o que é tradição e valioso p/ quem está assistindo o jogo no estádio.

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Comentário de: André

Caso alguém seja acertado por uma pilha e faça B.O., faca-se revista em todos os radinhos presentes no estádio! hahahahah
Besteira isso, quem quiser esconder e fazer malabarismo pra entrar com alguma coisa que machuque dentro do estádio consegue, então deixa o radinho aí, mto mais divertido.

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Comentário de: Ricardo Lazarotto

Putz!!!
Eu tinha um rádio igualzinho ao da foto…

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Comentário de: Felipe Lessa

haha esse é bonito!
PHILIPSão anos 70.
nos jogos do Londrina, achos que os caras disputam pra ver quem leva o rádio mais antigo, haha….você vê várias preciosidades.
Mas é isso aí, o futebol moderno está acabando com o futebol tradicional….por “sorte”, o Brasil ainda é um país um tanto quanto atrasado hehehh.

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Comentário de: Fabricio Grzelak

Nas cadeiras cativas do Café vc ainda encontra um desses

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Comentário de: Felipe Lessa

haha, com certeza.
meu velho tinha um muito parecido com esse…
e ele gostava que eu fosse nos jogos, para carregar o rádio, hehehe, volta e meia sintonizado na paiquere.
Bons tempos.

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Comentário de: Márcio Teruel ·

Sou a favor também dos radinhos no estádio… Já é de praxe, mas é algo pouco utilizado nos últimos tempo, pois muitos preferem ir para o estádio para ofender jogadores, juízes, treinadores e até mesmo dirigentes… Antes o futebol era mais gostoso com torcedores felizes e interessados na escalação e em um futebol interessante em que a equipe possa representar bem uma cidade.

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Comentário de: Felipe Lessa ·

Conflitos entre torcedores contra jogadores, juízes, treinadores e até mesmo dirigentes…são parte do futebol.
Se tem gente que vai ao estádio apenas para isso, todos nós, incluso a mídia, temos culpa.
Quando um torcedor vai ao estádio, se interessa na escalação, observa histórico e comportamento de um determinado juíz ou dirigente, o conflito acontece.
Não acredito que a torcida precisa ser feliz e conformista o tempo todo…nem suporto tal comportamento passivo que transformaria o torcedor em espectador, do mesmo jeito que não suporto quem vai ao estádio apenas ofender jogadores, juízes, treinadores e até mesmo dirigentes…

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Comentário de: Michell

E o Motorádio de meu pai que o acompanha desde a década de 80 agora é barrado no Olimpico…. tenho de me contentar com o radinho xiru de 1,99 que tem uma sintonia péssima…
Saudades do motoradio… que agora fica no carro… esperando ter sua entrada liberada… enquanto isso… se pode entra no campo com celular, corneta, pandeiro e tantas outras coisas que podem ser arremessadas ao campo…

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Comentário de: Felipe Lessa ·

Libera o radio do pai do Michell…Cascavel!

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