Arquivo do Autor: Gilberto Maluf

O início da campanha do Bangu em 1966

11/09/1966 – BANGU 5 x 0 MADUREIRA

FICHA TÉCNICA

Competição:
Campeonato Carioca

Local:
Conselheiro Galvão (RJ)
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Público:
1.014

Árbitro:
José Gomes Sobrinho

Bangu
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Ubirajara, Cabrita, Mário Tito, Luís Alberto e Ari Clemente; Jair e Ocimar; Tonho, Paulo Borges, Ênio e Zé Carlos.
Técnico: Alfredo González.
Madureira
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Silas, Jorge Luís, Nagel, Alfredo e Conceição; Laerte e Merrinho; Morais, Anísio, Mário e Léo.
Técnico: Evaristo de Macedo.

No 1º tempo: Paulo Borges (35). No 2º tempo: Ênio (20), Jair (pên.) (25), Paulo Borges (34) e Jair (44).

Paulo Borges – ponta de lança da vitória: 5 x 0
Fonte: Última Hora

Numa partida de nível técnico apenas razoável, o Bangu começou o Campeonato Carioca goleando o Madureira por 5 x 0, ontem à tarde, em Conselheiro Galvão, onde a grande figura foi Paulo Borges, que transformou-se num atacante perigosíssimo jogando na posição de ponta de lança, destacando-se também as atuações de Ênio e Cabrita.

O Madureira não mostrou nenhum padrão de jogo e conseguiu resistir só no primeiro tempo, que terminou 1 x 0 para o Bangu. Na fase final, os banguenses acharam o caminho e chegaram à goleada facilmente, explorando sempre as falhas do sistema defensivo dos locais.

Resistência inicial

Desde o início da partida o Madureira deixou claro que não tinha pretensões de vencer a partida, pois concentrava-se todo na defesa e raramente ia à frente, assim mesmo com um ou dois jogadores.

O bloqueio do Madureira, embora imperfeito, conseguiu dificultar as coisas para o Bangu até por volta dos 30 minutos, quando a pressão contra a sua meta começou a aumentar. Paulo Borges, que já vinha se destacando como a melhor figura da partida, sempre com investidas ameaçadoras, fez o primeiro gol aos 35 minutos, aproveitando uma bola largada por Silas, centrada da esquerda, depois de uma confusão na área.

O Madureira só fez um ataque objetivo, aos 39 minutos, numa manobra de Morais e Anísio, completada pelo ponta-direita, mas Mário Tito apareceu na hora crítica e salvou a situação.

Goleada no final

O Bangu voltou ainda com mais disposição para o segundo tempo e Paulo Borges perdeu dois gols feitos aos 2 e 5 minutos, cabeceando no primeiro lance ao alcance do goleiro e por cima do travessão no segundo, com a meta vazia.

Aos 20 minutos, os banguenses conseguiram o segundo gol. Zé Carlos, recuado, iniciou a jogada pelo seu setor, driblou Jorge e cruzou enviesado na direção de Tonho, pela direita. Ênio entrou na corrida antecipando-se, driblou dois adversários, inclusive o goleiro, e colocou a bola dentro da meta.

O Bangu jogava tranqüilo com a vantagem de 2 x 0, mas continuou a pressionar, surgindo o seu terceiro gol numa penalidade máxima cometida pelo zagueiro Nagel, que segurou a bola com a mão dentro da área. Jair, encarregado da cobrança, chutou muito bem, no canto direito do goleiro Silas.

Ênio perdeu um gol feito aos 30 minutos, chutando em cima de Silas, mas logo depois, aos 34 minutos, o Bangu ampliou sua vantagem para 4 x 0. Paulo Borges serviu bom passe a Tonho na ponta-direita e entrou velozmente pela meia-direita, pedindo a bola. O ponta cedeu na medida e Paulo Borges chutou forte no canto esquerdo de Silas.

Um minuto depois, Mário Tito deixou o gramado com suspeita de distensão na virilha, passando Zé Carlos a jogar na lateral-esquerda, enquanto Ari Clemente ocupava a posição de zagueiro de área.

Quando faltava um minuto para o final da partida, Tonho, deslocado para a ponta-esquerda, cruzou para Jair, que, mesmo de fora da área, chutou forte de pé esquerdo para o canto direito de Silas, assinalando o quinto gol do Bangu. No segundo tempo, o Madureira apenas trocou as posições de Laerte e Mário, mas sem nenhum resultado positivo.

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Um amigo não me deixou ver o último grande jogo de Garrincha

Meus amigos, em 1962 eu tinha 11 anos de idade e não tinha TV em casa. E eu adorava ver futebol na TV.
Em 15/12/1962 decidiram o campeonato carioca Botafogo x Flamengo no Maracanã, jogo este que teve 146.000 pagantes e….Garrincha naquela que seria sua última grande tarde nos gramados.
Meu vizinho da mesma idade torcia para o Santos F.C. e ia ver o jogo na casa dele. Ele sabia que eu desejava e muito ver o jogo mas não me convidou.

Se o Botafogo empatasse, adeus ao título carioca de 1962. Mas com um time daqueles (Manga, Paulistinha, Jadir, Nilton Santos e Rildo, Aírton e Édson, Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagalo), o alvinegro era o favorito contra o Flamengo. Tarde de gala no Maracanã e o Brasil inteiro ligado na partida, que começou com uma investida fulminante de Dida, a bola raspando a trave de Manga. A pressão rubro-negra durou até que Garrincha, ganhando na corrida de Jordan, chutou cruzado e rasteiro no canto, sem defesa para Fernando: 1 x 0. Aos 35, Amarildo, mesmo com um estiramento na coxa, toca para Garrincha, que dribla dois, cruza para Quarentinha que emenda para o gol: 2 x 0. O Botafogo estava á vontade, imprimia ao jogo um ritmo cadenciado, na base do toque. Aos 2 minutos do segundo tempo, Garrincha fecha o placar, 3 x 0. E tome festa alvinegra.
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Hoje relembro pelo menos alguns momentos daquele jogo pelo Canal 100, conforme pode-se ver clicando abaixo. Não é a mesma coisa mas dá para ver os gols.

Grandes jogadores do Madureira de 1951

Estava admirando as escalações dos times do campeonato carioca de 1951, editado pelo Jose Ricardo de Almeida, e me detive no time do Madureira.
Procurei a foto na internet :
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Esta foto é de 1951, um ano após a inauguração do Maracanã. Mostra o Madureira com Evaristo de Macedo. Em pé vemos Bitum, Amauri, Weber, Claudionor, Herminio e Valter; agachados estão Betinho, Evaristo de Macedo, Alfredinho, Ocimar e Tampinha

Reparei em dois jogdores que vi jogar: Ocimar e Evaristo.

Ocimar foi meia da Portuguesa de Desportos e do Bangu.

Evaristo foi atacante do Flamengo, Barcelona e Real Madrid e um dos melhores jogadores brasileiros em todos os tempos.

O Fluminense e a Copa Rio de 1952

A Copa Rio Internacional de 1952 foi disputada por 8 equipes de alguns países da Europa e América do Sul entre 12 de Julho e 2 de Agosto de 1952 em São Paulo e no Rio de Janeiro, nos estádios do Pacaembu e Maracanã, respectivamente. O Fluminense sagrou-se campeão de forma invicta.
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A competição tinha este nome pois organizada pela CBD, com a autorização da FIFA, e era patrocinada pela Prefeitura do Rio de Janeiro.

Grupo do Rio de Janeiro
Peñarol do Uruguai, campeão uruguaio de 1951.
Grasshopper Club da Suíça, campeão suiço da temporada 1951/52
Fluminense do Brasil ,campeão carioca de 1951
Sporting de Portugal, campeão português da temporada 1951/52

Grupo de São Paulo
FC Saarbrücken da Alemanha , segundo colocado na Alemanha Ocidental 1951/52
Libertad do Paraguai , segundo colocado no Paraguai em 1952
Corinthians do Brasil, campeão paulista de 1951 e 1952
Áustria Viena da Áustria, segundo colocado na Áustria na temporada 1951/52

A II Copa Rio começou no dia 12 de julho com os jogos:
Penarol 1 x Grasshopers 0
Áustria 4 x Libertad 2
No dia 13 mais dois jogos:
Fluminense 0 x Sporting 0
Corinthians 6 x Sarrebruckem 1

Dia 16 –
Penarol 3 x Sporting 1
Áustria 5 x Sarrebruckem1
Dia 17 –
Fluminense 1 x Grassopers 0 (Marinho)
Corinthians 6 x Libertad 0 (Baltazar 2. Carbone 2. Claudio. Luizinho)

Dia 19 –
Sporting 2 x Grassopers 1
Libertad 4 x Sarrebruchem 1
Dia 20 –
Fluminense 3 x Penarol 0 (Marinho 2. Orlando)
Corinthians 2 x Áustria 1 (Carbone. Gastão)

Se classificaram quatro clubes que disputaram as semi finais em dois jogos. Os vencedores decidiram o titulo.

No Maracanã – Fluminense e Áustria.
Dia 23 – Fluminense 1 x Áustria 0 (Didi)
Dia 27 – Fluminense 5 x Áustria 2 (Orlando 3. Quincas e Telê Santana)
No Pacaembú – Corinthians x Penarol
Dia 24 – Corinthians 2 x Penarol 1 (Cláudio 2)
Neste jogo houve muitos problemas com expulsões dos uruguaios Romero por jogo violento e Miguez por tentativa de agressão ao arbitro alemão Dunger. No lado corinthiano, Murilo sofreu uma séria contusão no joelho e Baltazar com afundamento do malar. O resultado é que não houve ambiente para o segundo jogo. Os uruguaios alegando que não tinham segurança desistiram da segunda partida. Assim, a decisão da II Copa Rio ficou para os brasileiros Fluminense e Corinthians com os jogos realizados no maracanã.
fonte: Wikipédia
Museu dos Esportes/Esporte Ilustrado

FINALÍSSIMA
1°Jogo
Rio de Janeiro, 30 de julho de 1952.

Amigos, a vitória desta quarta-feira foi a mais importante de todas. Numa final de dois jogos, o mais importante é o primeiro. O time que quer ser campeão precisa se impor na primeira partida. É óbvio que é o segundo jogo que define tudo, e que é possível virar uma situação desvantajosa. Porém, muito melhor é não precisar virar nada: muito melhor é estar em vantagem o tempo todo.

Foi isso que o Fluminense fez hoje, diante dos campeões paulistas: impôs o seu futebol, do instante inicial ao minuto derradeiro. O quadro de Álvaro Chaves foi uma verdadeira máquina de jogar bola, espremendo o Corinthians contra o seu próprio gol.

Quando o cronômetro marcava vinte e dois minutos, Orlando Pingo de Ouro, o atacante que é a cara do Fluminense, abriu o placar para o Tricolor. Foi o quinto gol de Orlando na Copa Rio: ele é agora o artilheiro isolado do certame.

No segundo tempo, o Fluminense manteve a pressão, buscando o segundo tento, que significaria enorme vantagem. E foi Marinho, aos 25 minutos, que concretizou o sonho pó-de-arroz. Foi a quarta vez que Marinho balançou as redes na Copa Rio. Fluminense 2 a 0, e o placar não mudou mais.

Me perdoem por não dar mais detalhes do jogo em si. Explico minha sonegação: em uma final, a tática e a estratégia dão lugar ao coração, e a razão é substituída pela emoção. É por isso que as finais são sublimes, é por isso que as decisões são eternas. Nosso austero técnico Zezé Moreira tem a sua importância, claro. Mas, numa final, o fator que desequilibra mesmo é o coração na ponta da chuteira: é o sangue verde, branco e grená jorrando paixão.

Sábado é o grande dia. Os tricolores vivos, doentes e mortos subirão as rampas do Maracanã. Os vivos sairão de suas casas, os doentes de suas camas, e os mortos de suas tumbas. Nós, torcedores do passado, do presente e do futuro, empurraremos o Fluminense para a glória suprema.

fonte: Paulo Cezar da Costa Martins Filho

Ficha técnica: Fluminense 2 x 0 Corinthians
Data: 30/07/1952.
Local: Maracanã, Rio de Janeiro.
Fluminense: Castilho; Píndaro e Pinheiro; Jair, Édson e Bigode; Telê (Robson), Didi, Marinho (Simões), Orlando Pingo de Ouro e Quincas. Técnico: Zezé Moreira.
Corinthians: Gilmar; Homero e Olavo; Idário, Julião e Sula; Cláudio, Luizinho, Carbone, Gatão (Jackson) e Mário (Colombo). Técnico: Rato.
Árbitro: Joaquim Campos (Portugal).
Público pagante: 27.094.
Público presente: 38.680.
Renda: CR$ 770.590,90.
Gols: Orlando Pingo de Ouro (aos 22 minutos do primeiro tempo) e Marinho (aos 25 minutos do segundo tempo).

2° Jogo
Rio de Janeiro, 2 de agosto de 1952.

Amigos, a humildade acaba aqui: desde hoje, o Fluminense é o campeão do mundo. A equipe tricolor fez uma partida perfeita, irretocável. Lutou com a alma indomável do campeão. O resultado não poderia ser outro, senão a glória, senão o título. A Copa Rio repousará, feliz e para sempre, na abarrotada sala de troféus da Rua Álvaro Chaves.

Não se conquista uma taça num único dia, numa única noite. Não. Um título é todo sangue, todo suor e todo lágrimas de um campeonato inteiro. Após o empate, na estréia, com o Sporting Lisboa, o campeão português, não se interrompeu mais a ascensão para a glória. Passamos pelo Grasshopper-Club, o campeão suíço, e depois atropelamos o Peñarol, o campeão uruguaio. Então, veio o poderoso Áustria Viena, e também ficou pelo caminho. Por fim, vencemos o Corinthians, o campeão paulista. Não só vencemos o mais difícil e conceituado campeonato de clubes já organizado até hoje. Conquistamos o valioso troféu invictos, em uma campanha épica.

O Corinthians, campeão de São Paulo, foi o adversário do Tricolor na grande decisão da Copa Rio. Mesmo tendo sido vitorioso no primeiro encontro (dia 30), o Fluminense logo se avantajou no placar, disposto a conquistar o Campeonato de maneira digna e categórica. O primeiro gol ocorreu aos 10 minutos, e veio dos pés de mestre Didi. O Corinthians, como é natural, não concordava com as pretensões tricolores, e lutava com galhardia para reverter a situação.

Quando começou a segunda etapa do memorável confronto, em que dois times brasileiros disputavam a honra de possuir o título oficioso de Campeão Mundial Interclubes, a peleja, autêntico prélio de dois gigantes, aumentou em beleza e intensidade. Cada minuto que se escoava era mais um passo que o Fluminense dava em direção ao título, e era mais uma dose de esperança perdida pelo Corinthians.
Os campeões paulistas finalmente alcançaram seu tento, com Jackson, quando o cronômetro apontava 11 minutos. O Fluminense continuava em boa situação, posto que o empate lhe bastava. Porém, mesmo assim, a equipe tricolor lançou-se toda para a frente, como se necessitasse da vitória tanto quanto o oponente. Aos 25, Marinho marcou o seu quinto gol na Copa Rio, igualando-se a Orlando Pingo de Ouro na artilharia. O tento foi deveras importante, uma vez que voltou a pôr o Fluminense na frente: 2 a 1.

O alvinegro paulista ainda conseguiu marcar o gol de empate, por meio de Souzinha, aos 44 minutos. Mas isso não era suficiente para impedir a glória do Fluminense. O esquadrão de Álvaro Chaves demonstrou tudo o que pode se exigir de um autêntico campeão: fibra, entusiasmo, capacidade técnica e ciência do jogo.

E quem é o grande personagem da conquista? Poderia destacar qualquer jogador pó-de-arroz, do goleiro ao ponta-esquerda: todos, todos tiveram uma garra, um ímpeto e uma paixão inexcedíveis. Orlando e Marinho, nossos artilheiros. Telê e Didi, nossos maestros. Píndaro e Pinheiro, as duas torres inexpugnáveis na defesa. Jair, Édson e Bigode, o trio indomável no meio-de-campo. Quincas, Róbson e Simões, sempre dando conta do recado no ataque. Zezé Moreira, nosso austero comandante à beira do campo. Mas um nome se destaca, em alto relevo, acima de todos os outros: o de Carlos José Castilho, nosso arqueiro.

Sobre ele, pego emprestadas as palavras publicadas na Revista do Esporte desta semana:
“O Fluminense desde que se ofuscou a estrela de Batatais teve bons keepers, mas Castilho é o ocupante da posição de todos que sucederam o ‘rei da colocação’. Atingiu o jovem keeper o ponto alto de sua carreira no Pan-Americano de Santiago do Chile e agora na Copa Rio continua demonstrando suas altas qualidades, salvando tentos certos na fase eliminatória, quando manteve invicto o seu arco. Nas semifinais, foi vencido apenas duas vezes. A argumentação de que o sistema defensivo tricolor não permite tiros perigosos ao arco guarnecido por Castilho, e este, portanto, não teve muito trabalho, não procede, pois se não fossem as suas ‘milagrosas’, pois temos que chamar de milagrosas intervenções, pois ele fez o impossível, e o Fluminense estaria amargurando reveses fatais que o desclassificariam da Copa Rio, precisamente no ano do seu cinqüentenário. Castilho foi a grande barreira que impediu a queda da cidadela tricolor, enquanto o time se armava para a arrancada final. Após a notável campanha no Pan-Americano do Chile, quando fez a sua prova de fogo, Castilho provou na Copa Rio que é uma barreira internacional. É por isso que se diz às vezes que um goleiro vale por um time.”

Quando o prefeito da cidade, João Carlos Vital, entregou a belíssima Copa Rio ao nosso capitão Píndaro, aconteceu o momento sublime: todos os presentes no Maracanã perceberam que o mundo é tricolor. A Terra é verde, branca e grená. O planeta inteiro está aos pés do Fluminense Football Club, Campeão Mundial Interclubes.

fonte: Paulo Cezar da Costa Martins Filho

Ficha técnica: Fluminense 2 x 2 Corinthians
Data: 02/08/1952.
Local: Maracanã, Rio de Janeiro.
Fluminense: Castilho; Píndaro e Pinheiro (Nestor); Jair, Édson e Bigode; Telê (Róbson), Didi, Marinho, Orlando Pingo de Ouro e Quincas. Técnico: Zezé Moreira.
Corinthians: Gilmar; Homero e Olavo; Idário (Sula), Goiano e Julião; Cláudio, Luizinho (Souzinha), Carbone, Jackson e Colombo. Técnico: Rato.
Árbitro: Gabriel Tordjaman (França).
Público pagante: 53.074.
Público presente: 65.946.
Renda: CR$ 1.506.379,00.
Gols: Didi (aos 10 minutos do primeiro tempo), Jackson (aos 11 do segundo), Marinho (aos 25 do segundo) e Souzinha (aos 44 do segundo).

http://jornalheiros.blogspot.com/2009/08/recordar-e-viver-fluminense-2.html

Brito – zagueiro central do Brasil da Copa de 70.

Hércules Brito Ruas (9 de Agosto de 1939, Rio de Janeiro), mais conhecido como Brito, é um ex-zagueiro de futebol lembrado por ter sido como o melhor atleta na Copa de 70.

Era a segurança da seleção brasileira (onde fez 45 partidas, entre 1964 e 1972). Ficou famoso também por, em 1971, ter acertado um soco no juiz José Aldo Pereira e ficar suspenso por um ano.

Brito acerta soco em José Aldo Pereira
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Em outubro de 1971 – mais precisamente no dia 31 – os jogadores do Botafogo ainda estavam inconformados com a roubalheira praticada pelo soprador de apito José Marçal Filho na final do Campeonato Carioca contra o Fluminense, jogada a 27 de junho daquele ano. Pela foto publicada no blog do Glorioso, percebe-se a fisionomia tensa de cada um. Talvez Jairzinho, com a confiança que o caracterizava, fosse o único a esboçar um leve sorriso.

Iniciou sua carreira no Vasco, seu time do coração, em 1960, e no clube carioca ficou por 10 anos. Jogou ainda por Internacional, Flamengo, Cruzeiro, Botafogo, Corinthians, Atlético Paranaense e River-PI. Foi campeão mundial da Copa de 70 e do Torneio Rio-São Paulo em 1966 pelo Vasco.

Brito e’ um legitimo elemento da dinastia de grandes zagueiros do Vasco, revelado nas divisoes de base e subindo a equipe titular apos a saida de Bellini. Nos anos 60, quando o Vasco nao teve grandes equipes, Brito era a principal estrela cruzmaltina e capitao do time. Excelente marcador e dotado de um vigor fisico impressionante, foi convocado pela primeira vez como titular da selecao em 1964, na Taca das Nacoes. Depois disso, foi frequentemente convocado ate’ 1972. (netvasco)

Brito também foi Bola de Prata de Placar no ano de 1970. Formou na seguinte seleção:
Picasso (BAH), Humberto Monteiro (AMG), Brito (CRU), Reyes (FLA), Everaldo (GRE), Zanata (FLA), Dirceu Lopes (CRU), Samarone (FLU), Vaguinho (AMG), Tostão (CRU) e Paulo César Caju (BOT).

Somente estou repassando os dados de Brito pelo ocorrido em 09 de outubro de 1974, quando o Corinthians foi campeão do primeiro turno vencendo o São Paulo por 1 x 0. Brito neste jogo jogou ao lado de Baldocchi.
Foi a primeira e única vez que vi uma torcida começar a gritar o nome de um zagueiro central lá pelos 20 minutos do segundo tempo. Do nada, do nada, o Pacaembu começou a gritar o nome de Brito.
Eu presenciei tudo, afinal cheguei no estádio ás 17h e o jogo só começou as 21h. Terminado o jogo, Brito tirou sua camisa e veio em direção da arquibancada e jogou a camisa para a Fiel Torcida.
Só não se consagrou porque perdeu a final para o Palmeiras em 22 de dezembro de 1974, por 1 x 0.
Encerrando, a foto do time da final com o Palmeiras:
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Há 46 anos…..: “O Pelé não veio hoje?”

Um amigo torcedor do Santos encaminhou a história do jogo em que Pelé fez dois gols e empatou o jogo, aos 42 e 43 minutos do segundo tempo. Pesquisei na internet, “Só Sumulas”, e listei abaixo a ficha do jogo . A dupla de zaga do Vasco resolveu gozar da cara do negão e o resultado é o que veremos a seguir:

VASCO DA GAMA (RJ) 2 X 2 SANTOS (RJ)
Data: 16/02/1963 Torneio Rio São Paulo
Local: Estádio do Maracanã / Rio De Janeiro
Arbitro: Stefan Walter Glanz
Gols: Ronaldo 32/1º, Sabará 12, Pelé 42 e Pelé 43/2º
VASCO DA GAMA: Ita, Joel, Brito, Dario, Maranhão, Barbosinha (Fontana), Sabará, Villadoniga, Saulzinho, Lorico (Fagundes) e Ronaldo /Técnico : Jorge Vieira
SANTOS: Gilmar, Mauro, Zé Carlos (Tite), Dalmo, Calvet, Lima, Dorval, Mengálvio, Pagão (Toninho), Pelé e Pepe

A história a seguir já causou muita polêmica. Tem gente, entre eles o respeitabilíssimo jornalista Sérgio Cabral, que jura que Pelé jamais diria tal coisa. A ela, acrescento a minha versão, a partir de uma entrevista que fiz com o próprio Rei do Futebol. Por Celso Unzelte.
Vasco e Santos jogavam no Maracanã, pelo falecido Torneio Rio-São Paulo, em 1963. Diz a lenda que a dupla de área vascaína era formada pelos truculentos Brito e Fontana. Fontana, na verdade, não jogou. Naquele dia, o parceiro de Brito era Joel.
A lenda também diz, e isso é verdade, que até faltarem dois minutos para o final o jogo estava 2 a 0 para o Vasco. Isso fez a dupla de zaga vascaína, formada por Brito e seja lá quem for, criar coragem para tirar um sarro do Rei.
“Ué, fulano”, teria perguntado um dos zagueiros ao outro, em alto e bom som, justamente para Pelé ouvir. “O Rei não veio hoje?” “Acho que não”, respondeu o outro zagueiro, dando sequência à provocação. “Mas não disseram que tinha um Rei jogando por aí?”
Então, quando faltavam dois minutos, Pelé marcou um gol. E logo em seguida, quando só faltava um minuto, Pelé marcou outro, empatando a partida — e isso NÃO é lenda. Pode ser comprovado na ficha técnica daquele jogo de 16 de fevereiro de 1963. Pelé, então, teria ido buscar a bola no fundo do gol vascaíno para entregá-la nas mãos de um dos zagueirões desaforados e dito em seguida: “Toma, manda pra tua mãe. Diz que foi o Rei que mandou”.
Como já escrevi acima, tive a oportunidade de perguntar tudo isso a Pelé, pessoalmente, durante uma entrevista. Ele deu muita risada e respondeu: “Eu só não falei essa parte sobre a mãe do cara…”

Campeões da 2ª Divisão Paulista – 1953 – 1954 – 1955 e 1956

1953- NOROESTE de BAURÚ
O primeiro título da 2a Divisão veio em 1953. Após conquistar o título da Série Verde do Campeonato, o Norusca, em uma campanha heróica, conquistou o título da Segundona, passando por cima do América de Rio Preto, da Ferroviária de Araraquara, do Paulista de Jundiaí, do Marília e do Bragantino. Foram oito vitórias em dez jogos, que renderam o primeiro acesso da história do Noroeste à divisão de elite do futebol paulista. O título foi assegurado com uma vitória por 2 a 0 sobre o Marília, no Alfredão. Festa na cidade.
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O time de 53 era formado por Sidney, Osvaldo e Villa; Nelson Faria, Mingão e Amaro; Colombo, Zeola, Brotero, Ranulfo e Luiz Marini. O técnico era José Pavesi, que faleceu pouco antes do último jogo do primeiro turno da fase decisiva, contra o Bragantino.

1954 – TAUBATÉ
Em 1954, o Taubaté vence o Campeonato da Segunda Divisão e ascende à divisão de elite do futebol paulista. Dessa forma, o alvi-azul teve sua primeira participação entre os grandes da capital e interior, integrante que foi no período entre os anos de 1955 a 1962.
Fizeram um campeonato espetacular e venceram a última partida 2×1 no Parque Antártica-S. Paulo em cima do maior rival na época, o S. José tido para muitos como o melhor time. O Taubaté venceu e sagrou-se campeão subindo para a primeira divisão. O time era composto por jogadores sensacionais como China, Buzuca, Wagner, Banha, Cleto, Taino, Piorra, Betinho, Antônio Carlos, Amauri, Botu, Ari, Paulão, Adilson, Góes, Alfredo, Ligão, o técnico Oscar Amaro e comissão técnica.
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1955 – FERROVIÁRIA DE ARARAQUARA
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Time que levou a Ferroviária à Divisão Especial em 1955. Fia, Isã, Cardarelli, Dirceu, Pixo e Elcias.
Paulinho, Cardoso, Gomes, Bazani e Boquita.
O campeonato da segunda divisão de 1955 e terminado em 1956 foi a redenção da Ferroviária e de toda Araraquara. Dessa vez não escapou o título de campeão que veio de forma antecipada. A esmagadora vitória de 6×3 contra o Botafogo, na Fonte Luminosa, 15 de abril de 1956, não deixou dúvidas. A Ferroviária subiu para a principal divisão do futebol paulista com méritos.
O Botafogo deu adeus as suas pretensões com: Machado; Fonseca e Julião; Wilsinho, Oscar e Chorete; Laerte, Amorim, Brotero, Neco e Fernando. Trabalhou no apito Paulo Simões. Os gols da Ferroviária: Bazani (2), Cardoso (2) e Gomes (2). Para o Botafogo marcaram: Fernando, Amorim e Brotero.

1956 – BOTAFOGO de RP
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Botafogo de Ribeirão Preto (SP), campeão da Segunda Divisão do Paulistão de 1956. Em pé: Machado, Julião, Fonseca, Digão, Mário e Gil. Agachados: Noca, Moreno, Ponce, Neco e Guina. O técnico (no destaque, acima, à esquerda) era Agnelli.

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A torcida botafoguense invadiu as ruas de Ribeirão Preto para comemorar o título da Segunda Divisão estadual em 1956. O Botafogo de Ribeirão bateu o Paulista de Jundiaí na final, disputada na capital paulista, no estádio do Parque Antártica.

Julinho: O palmeirense que fez o Maracanã se curvar

Meu Personagem da Semana

Nélson Rodrigues

Manchete Esportiva

Rio de Janeiro, maio de 1959
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Amigos, Julinho começou a ser o meu personagem da semana a partir do momento em que o vaiaram. Foi, até, se me permitem a expressão, trágico. Insisto: trágico! Quem estava lá viu ou, por outra, ouviu. No instante em que o alto-falante do Maracanã anunciou Julinho em lugar de Garrincha, o estádio entupido foi uma vaia só. Menos eu. Eis a verdade: – eu não apupei, embora preferisse Garrincha. Parecia-me que o escrete sem o “seu” Mané era um mutilado. Na pior das hipóteses, eu achava que o Feola devia ter posto os dois: – Julinho na ponta direita e Garrincha na esquerda. Mas um técnico tem razões que a razão desconhece. Puseram só Julinho e esqueceram o Garrincha. Verificou-se, então, o amargo e ululante desagrado da multidão. Naquele momento, ninguém se lembrou, no Maracanã e fora dele, de quem é Julinho na história do futebol brasileiro. Sim, amigos: – o homem andou pela Itália e quando voltou nós o olhamos, de alto à baixo, como se fosse um gringo qualquer ou pior do que isso, como se fosse um perna de pau. Não há nada mais relapso do que a memória. atrevo-me mesmo a dizer que a memória é uma vigarista, uma emérita falsificadora de fatos e de figuras. Por exemplo: – ninguém se lembrava de que, no mundial da Suíça, contra os húngaros, Julinho fizera um carnaval medonho. De certa feita, driblara toda a defesa contrária para finalizar com uma bomba e que bomba! O arqueiro nem viu por onde a bola entrou. Esse gol Foi uma obra-prima e devia estar numa vitrine de turismo, para a admiração pateta dos visitantes. Pois bem: – ao ser anunciada a escalação de Julinho, a nossa memória apresentou-nos a imagem não autêntica, não fidedigna do craque, mas de um quase penetra do escrete.

Ao ouvir o apupo,, eu fui um pouco oracular para mim mesmo. Imaginei o seguinte vaticínio:

– “Julinho vai comer a bola!” Podia parecer uma piada e, no entanto, era uma grave profecia. Eis a verdade: – para o jogador de caráter uma vaia é um incentivo fabuloso, um afrodisíaco infalível. Imagino que Julinho a de ter entrado em campo crispado da cabeça aos sapatos ou, retifico, às chuteiras. Nunca um craque foi tão só. Era um único contra duzentos mil. Mas homem de brio indomável, Julinho aceitou a luta: – bateu-se contra a multidão que o cercava por todos os lados, disposta a crucificá-lo em outras vaias. Mas se nós tínhamos e esquecido Julinho, Julinho não estava esquecido de si mesmo. Foi Julinho em cada um dos 45 minutos, foi sempre Julinho e só Julinho. Em inúmeras ocasiões o que ele fez com o adversário foi pior que xingar a mãe. E o primeiro gol, ah, o primeiro gol! Ele o marcou contra os ingleses, sim, mas também contra os que o vaiaram. Enfiou a bola de uma maneira, por assim dizer, sádica. Jamais houve um gol tão amorosamente sofrido como este. A partir da abertura da contagem, todo mundo passou a reconhecê-lo, todo mundo admitiu para si mesmo:

– “Este é o Julinho !” E era.

Ele não parou mais. Aquela multidão se arremessara contra ele como um touro enfurecido. Pois bem: – ele agarra o touro a unha e lhe quebra os chifres. Então, aconteceu o milagre. O ex-touro brabo, já manso, tornou-se em outro bicho. Sim, amigos: – do primeiro gol em diante, a multidão transformou-se a “macaca de auditório” de Julinho. Se ele apanhava a bola, os duzentos mil espectadores arreganhavam o riso enorme e já gozavam, por antecipação, o que o Julinho iria fazer. Vejam vocês as ironias da vida e do futebol: – de um momento para outro, o vaiado, o apupado, o quase cuspido, transformava-se num triunfador. E, de fato, Julinho foi grande. Nos pés de Julinho a jogada se enfeitava como um índio de carnaval. De certa feita, como um, dois, três, quatro e quase entra com bola e tudo. Imagino que, neste momento, Lord Nelson há de ter perguntado, lá do alto, para o mais próximo companheiro de eternidade:

– “Quem é esse cara ?” O “cara” era Julinho, sempre Julinho.
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Assim é o brasileiro de brio. Dêem-lhe uma boa vaia e ele sai por aí, fazendo milagres, aos borbotões. Amigos, cada jogada de Julinho foi exatamente isso: – um milagre de futebol.

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