Confirmadas as cores do Esporte Clube União, participante da Primeira Zona de Profissionais da Federação Fluminense em 1963: verde, grená e branco.
Segue também uma foto e o escudo da equipe.
Confirmadas as cores do Esporte Clube União, participante da Primeira Zona de Profissionais da Federação Fluminense em 1963: verde, grená e branco.
Segue também uma foto e o escudo da equipe.
O campeonato de 1919 da Liga Sportiva Fluminense, entidade oficial do Estado do Rio de Janeiro, foi disputado apenas por clubes da capital (Niterói). O disputa foi realizada em turno único, e o Fluminense Athletico Club, de Icaraí (hoje o clube fica no Centro), foi campeão com 100% de aproveitamento. Uma outra curiosidade: o Ypiranga ainda usava um uniforme azul e branco.
Participantes:
AMERICA Football Club (Niterói-RJ)
ARARIGBOYA Football Club (Niterói-RJ)
BARRETO Football Club (Niterói-RJ)
BYRON Football Club (Niterói-RJ)
CANTO DO RIO Football Club (Niterói-RJ)
FLUMINENSE Athletico Club (Niterói-RJ)
GUARANY Football Club (Niterói-RJ)
NICTHEROYENSE Football Club (Niterói-RJ)
ODEON Football Club (Niterói-RJ)
YPIRANGA Football Club (Niterói-RJ)
Turno único:
01/06/1919 Nictheroyense 0 – 1 Fluminense
01/06/1919 America 2 – 0 Odeon (partida anulada, uma nova foi marcada)
08/06/1919 Byron 2 – 3 Barreto
15/06/1919 Odeon 3 – 2 Ypiranga (partida anulada, uma nova foi marcada)
22/06/1919 Guarany 2 – 2 Canto do Rio
29/06/1919 Ararigboya 0 – 0 America (o America ganhou os pontos da partida)
06/07/1919 Fluminense 3 – 1 Barreto
13/07/1919 Ypiranga 0 – 2 Nictheroyense
14/07/1919 Ararigboya 2 – 0 Guarany
20/07/1919 Byron 2 – 4 Odeon
27/07/1919 America 1 – 2 Canto do Rio
28/07/1919 Odeon 2 – 4 Ypiranga
03/08/1919 Fluminense 5 – 2 Ypiranga
10/08/1919 Barreto 3 – 1 Nictheroyense
17/08/1919 Odeon 2 – 2 America
24/08/1919 Byron 3 – 1 Canto do Rio
31/08/1919 Fluminense 6 – 2 Guarany
07/09/1919 Barreto 3 – 0 Odeon
14/09/1919 Ypiranga 3 – 0 Ararigboya
21/09/1919 Nictheroyense 4 – 2 Byron
28/09/1919 America 2 – 1 Guarany (o Guarany ganhou os pontos da partida)
05/10/1919 Canto do Rio 2 – 3 Ararigboya
12/10/1919 Fluminense 3 – 1 Byron
19/10/1919 Ypiranga 2 – 2 Barreto
26/10/1919 Odeon 2 – 1 Nictheroyense
02/11/1919 Byron 4 – 2 Guarany
09/11/1919 America 0 – 2 Fluminense
15/11/1919 Canto do Rio 2 – 2 Nictheroyense
16/11/1919 Ararigboya 2 – 3 Barreto
23/11/1919 Fluminense 5 – 3 Odeon
30/11/1919 Byron 4 – 2 Ypiranga
07/12/1919 Barreto 3 – 2 Guarany
21/12/1919 America 3 – 1 Nictheroyense
25/12/1919 Ararigboya 1 – 5 Odeon
28/12/1919 Ypiranga 0 – 1 Canto do Rio
11/01/1920 Fluminense 3 – 1 Ararigboya
18/01/1920 Guarany 0 – 8 Odeon
25/01/1920 America 0 – 0 Barreto
01/02/1920 Canto do Rio 0 – wo Odeon (o Odeon não compareceu)
01/02/1920 Byron 0 – wo Ararigboya (o Ararigboya não compareceu)
08/02/1920 Canto do Rio wo – 0 Fluminense (o Canto do Rio não compareceu)
08/02/1920 Nictheroyense wo – 0 Guarany (o Nictheroyense não compareceu)
15/02/1920 Ararigboya wo – 0 Nictheroyense (o Ararigboya não compareceu)
22/02/1920 Ypiranga 4 – 1 America
24/02/1920 Guarany 2 – 0 Ypiranga
29/02/1920 America 3 – 3 Byron
02/03/1920 Canto do Rio 0 – 4 Barreto
Classificação final:
Time J V E D GP GC Pts
1.Fluminense 9 9 0 0 28 10 18
2.Barreto 9 6 2 1 22 12 14
3.Odeon 9 4 1 4 26 19 9
3.Byron 9 4 1 4 21 22 9
5.Canto do Rio 9 3 2 4 10 16 8
6.Ypiranga 9 3 1 5 17 19 7
6.Nictheroyense 9 3 1 5 11 14 7
6.Guarany 9 3 1 5 10 25 7
6.America 9 2 3 4 10 15 7
10.Ararigboya 9 2 0 7 9 19 4
Obs: Gols de partidas anuladas ou cujos pontos reverteram para o adversário não contabilizados
Oi, amigos
O futebol friburguense não é exatamente um assunto do meu interesse, mas na tentativa de esclarecer se a representação de Nova Friburgo no Campeonato Fluminense de 1947 foi uma seleção ou um clube campeão (p.s.: foi mesmo uma seleção), não resisti e copiei os jogos abaixo. O motivo: o campeonato teve apenas três clubes e absurdos OITO turnos. Ou melhor: oficialmente eram quatro turnos onde cada time enfrentava um adversário duas vezes, em casa e fora. O Friburgo Football Club foi o campeão, com antecedência. Alguns poucos resultados faltam (em vermelho). Em verde os jogos mais importantes:
Primeiro turno:
11/5
Friburgo 2 – 1 Esperança
18/6
Esperança 2 – 1 Fluminense
25/5
Fluminense 1 – 4 Friburgo
1/6
Esperança 3 – 2 Friburgo
8/6
Fluminense 3 – 1 Esperança
15/6
Friburgo 8 – 1 Fluminense
Segundo turno:
22/6
Friburgo ? – ? Esperança
29/6
Esperança ? – ? Fluminense
6/7
Fluminense 1 – 3 Friburgo
13/7
Esperança 1 – 3 Friburgo
20/7
Fluminense 4 – 6 Esperança
27/7
Friburgo 3 – 2 Fluminense
Terceiro turno:
3/8
Friburgo 4 – 0 Esperança
10/8
Esperança 1 – 3 Fluminense
17/8
Fluminense 1 – 1 Friburgo
24/8
Esperança 1 – 4 Friburgo (após esse jogo o Friburgo só precisava de um ponto para o título)
31/8
Fluminense 2 – 6 Esperança
7/9
Friburgo 4 – 2 Fluminense (Friburgo campeão!!!)
Quarto turno:
14/9
Friburgo ? – ? Esperança
21/9
Esperança ? – ? Fluminense
28/9
Fluminense ? – ? Friburgo
5/10
Friburgo 4 – 4 Fluminense
12/10
Fluminense ? – ? Esperança
19/10
Esperança 2 – 2 Friburgo
Complementando o meu último artigo, eis alguns detalhes dos campeonatos da Federação Paulista de Football, entidade oficial do futebol paulista em 1933 e 1934.
CAMPEONATO PAULISTA DE FOOTBALL de 1933 – FPF
Participantes (só se inscrevram clubes da capital, não houve campeonato do interior):
– C.A. Albion (São Paulo) – ex-São Paulo Alpargatas, havia vencido a segundona no ano anterior, mas sua participação na primeirona da APEA havia sido vetada pelos “figurões” do conselho técnico, situação bem comum na época. Sua sede era na Rua São Jorge, pertinho do Corinthians.
– A.A. Casale Paulista (São Paulo) – clube do bairro Cambuci.
– Feira Livre F.C. (São Paulo)
– Minas Geraes F.C. (São Paulo) – do bairro do Brás, chegou a disputar outros paulistões e ser campeão de divisões inferiores. No final dos anos 20 mudou de nome algumas vezes, fez fusão, e chegou a se chamar Auto-Audax. Em 1933, por algum motivo, o clube voltou a se chamar Minas Geraes.
– A.A. das Palmeiras (São Paulo) – surpresa para mim. Alguns sócios do veterano e famoso clube de futebol da capital não haviam aceitado o fim da equipe e fuga de sócios para o SPFC e resolveram “reerguer” o clube, com sede nova (já que a Floresta ficou com o Tricolor). Infelizmente, durou pouco tempo.
– C.A. Paulista (São Paulo) – fruto da fusão entre o tradicional S.C. Internacional e o Antarctica
– A.A. República (São Paulo) – clube do bairro Aclimação, participou de campeonatos anteriores. Ao que fui informado, ainda existe como time amador.
– São Paulo Railway A.C. (São Paulo) – atual Nacional Atlético Clube, o “Ferrinho”.
– União Guarany F.C. (São Paulo)
– União Vasco da Gama F.C. (São Paulo)
Os seguintes clubes faziam parte do grupo dos “fiéis” à CBD, participariam do campeonato, mas desistiram antes do início da competição, pois temiam que a FPF não fosse reconhecida. Foi um mal movimento, pois a mesma foi filiada pela CBD em agosto, dois meses após o início da competição. Considerados fortes, a ausência deles foi mais do que sentida:
– Guarani F.C. (Campinas)
– C.A. Juventus (São Paulo) – o “Moleque Travesso” só se tornaria o C.A. Fiorentino no ano seguinte
– C.A. Santista (Santos)
OS CAMPEÕES DA FPF em 1933
Campeonato Paulista de Primeiros Quadros – Albion (campeão), União Guarany (vice)
Campeonato Paulista de Segundos Quadros – Albion (campeão), São Paulo Railway (vice)
Torneio Início de Primeiros Quadros – Paulista (campeão), Albion (vice)
Notícia sobre a filiação da Federação Paulista de Football, em 1933
Fugindo um pouco do tema “futebol fluminense”, o post de hoje é sobre mais uma injustiça do mundo do futebol.
Todos sabemos que nos conturbados 30 anos iniciais do esporte predileto dos brasileiros foram frequentes as cisões esportivas estaduais, originando ligas rivais e disputas de duas competições em um mesmo ano.
A regra sobre a validade ou não desses campeonatos é simples: foi um clube grande que ganhou? Se sim, o título é contado, se não, é relegado às traças da memória.
Contudo, o caso do futebol paulista em 1933 e 1934 é ainda mais chocante: os campeonatos da Federação Paulista de Football, a entidade OFICIAL do futebol de São Paulo, ou seja, FILIADA E RECONHECIDA pela entidade máxima do país, a Confederação Brasileira de Desportos, esta por sua vez reconhecida pela FIFA, é simplesmente ignorada pela atual FPF, assim como pela imprensa. O motivo original: seus campeões, Albion (33) e Juventus (34) são clubes pequenos. O motivo atual: dirigentes da FPF atual e a mídia em geral nem devem saber que esse campeonato existiu.
Juventus, o campeão paulista oficial de 1934, quando se chamava C.A. Fiorentino
Explicando melhor a história:
A Associação Paulista de Esportes Athleticos (APEA), dirigente oficial do futebol paulista, já vinha se aproximando do profissionalismo, para o desgosto de alguns clubes. Em 1926 houve uma séria cisão, quando as agremiações que se diziam verdadeiramente amadoristas abandonaram a APEA e fundaram a Liga de Amadores de Football (LAF). A CBD, no entanto, continuou do lado da APEA, pois o profissionalismo desta não podia ser comprovado. De 1926 até 1929 houveram dois campeonatos paulistas, o da APEA e o da LAF, sendo que apenas o da APEA, filiada à CBD, era oficial. Não obstante, mesmo que a LAF fosse “pirata”, todos, atualmente, contabilizam os dois campeonatos na lista oficial de campeões paulistas. Foram eles:
1926 – Palestra Itália (APEA) e Paulistano (LAF)
1927 – Palestra Itália (APEA) e Paulistano (LAF)
1928 – Corinthians (APEA) e Internacional (LAF)
1929 – Corinthians (APEA) e Paulistano (LAF)
Sem apoio oficial a LAF, enfraquecida, acabou. E seus principais clubes, entre eles Paulistano, AA das Palmeiras, Germânia e Internacional, relevantíssimos no cenário do futebol paulista, infelizmente saíram de cena de nosso futebol, sendo alguns extintos e outros apenas encerrando o departamento de futebol.
De 1930 a 1932 a APEA reinou sozinha no futebol bandeirante. Porém, em 1933, veio a cisão profissionalista. E eis o que aconteceu, contando em paralelo os fatos no Distrito Federal (Rio de Janeiro), para ajudar na compreensão.
Os dois maiores centros de futebol do país eram comandados, até então, pela já mencionada APEA (SP) e pela Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA, do DF/Rio), ambas filiadas à CBD.
Em 1933 alguns clubes do Rio e de São Paulo decidiram implantar o regime profissional. A CBD foi categoricamente contra. O que aconteceu no Rio e em São Paulo, então, de certa forma foram o inverso um do outro.
No Rio de Janeiro a AMEA, entidade oficial, manteve-se do lado da CBD e bateu o pé contra o profissionalismo, por mais que o mesmo já fosse praticado por baixo dos panos. Os clubes dissidentes, então, saíram da AMEA (e, junto, da CBD e da FIFA) e fundaram a Liga Carioca de Football (LCF), profissional e “pirata”.
Em São Paulo foi o contrário. A direção da APEA posicionou-se a favor do profissiolismo, e foi desfiliada pela CBD, tornando-se uma liga não-oficial. Alguns clubes, porém, preferiram ficar do lado da CBD, e fundaram a Federação Paulista de Football (FPF), logo filiada e reconhecida pela CBD como a entidade máxima do futebol paulista. Entre eles o Guarani, a Ponte Preta, o CA Paulista, Hespanha (atual Jabaquara), São Paulo Railway (atual Nacional), entre outros.
Em 1933 e 1934, então, tivemos no Rio e em São Paulo dois campeonatos em cada, sendo um “amador” (em tese) e oficial (reconhecido pela CBD, entidade filiada à FIFA), e o outro profissional e pirata (não-oficial, lembrando que a Federação Brasileira de Football foi criada depois pelos dissidentes, mas jamais reconhecida pela FIFA). Foram campeões:
1933/SP – Albion (“amador”, oficial), Palestra Itália (profissional, pirata)
1933/Rio – Botafogo (“amador”, oficial), Bangu (profissional, pirata)
1934/SP – Juventus (“amador”, oficial), Palestra Itália (profissional, pirata)
1934/Rio – Botafogo (“amador”, oficial), Vasco (profissional, pirata)
Lembrando que o Juventus, quando conquistou o título, chamava-se “Clube Atlético Fiorentino”, jogando com camisa grená e flor-de-lis inspirada no emblema da Fiorentina italiana no peito. Depois de conquistar o título de “Campeão Paulista de Futebol” o Juventus ainda conquistou a Taça São Paulo, novo nome da Taça Competência, ao vencer a AA Ferroviária de Pindamonhangaba, campeã do interior, por 5 x 0 e 3 x 1. Esse título também não é lembrado, pois até da lista de campeões da Taça Competência Albion e Juventus são excluídos…
A história da cisão no Rio de Janeiro é muito bem lembrada, pelo tamanho do Botafogo. Porém, em São Paulo, Juventus (que até então conquistara um terceiro lugar em 1932, em campeonato com todos os grandes) e Albion foram jogados para escanteio.
Em 1935 a facção “cebedista”, como os jornais chamavam, virou o jogo. A CBD finalmente aceitou o profissionalismo (ou melhor, admitiu que este fosse praticado às claras), e muitos dos clubes mais fortes das entidades piratas passaram para o seu lado, exceção feita à Flamengo, Fluminense, América e Portuguesa, que ainda insistiriam com a FBF por mais alguns anos. Um dos motivos da debandada para a CBD: como a entidade era filiada à FIFA, fora dela os dissidentes não conseguiam jogar partidas amistosas internacionais, e a tendência seria um isolamento e enfraquecimento cada vez maior. Bastava a CBD aceitar o profissionalismo para ganhar a parada.
De 1935 a 1936, novamente foram dois campeonatos, desta vez ambos eram profissionais, continuando a APEA e a LCF como “piratas” e com as amadoristas FPF e AMEA sendo “transformadas” em entidades profissionais, sendo elas a Liga Paulista de Football e a Federação Metropolitana de Desportos. Seus campeões:
1935/SP – Santos (profissional, oficial), Portuguesa (profissional, pirata)
1935/Rio – Botafogo (profissional, oficial), América (profissional, pirata)
1936/SP – Palestra Itália (profissional, oficial), Portuguesa (profissional, pirata)
1936/Rio – Vasco (profissional, oficial), Fluminense (profissional, pirata)
Como podemos ver, ao contrário de 33 e 34 todos os campeões do ano são equipes consideradas grandes em seus estados. Logo, nenhum desses títulos são esquecidos na contagem oficial das respectivas federações estaduais.
A situação de esquecimento é tão grave que mesmo o Juventus parece não entender o status do título que ganhou. Na página oficial do clube, informam secamente que foram campeões paulistas amadores, quase dando a entender que era um título de categoria inferior. Ora, todos os campeões pré-1933, em todo o Brasil, eram amadores!
Já o Albion nem existe mais para se defender.
Resta apenas aos que amam o futebol guardar esses fatos com cuidado, e divulgarem sempre que puderem.
Seguem alguns escudos de Niteroi, e peço que prestem bastante atenção em uma coisa: eu jamais vi o escudo do Guarani, apenas a descrição. Nós, que gostamos de escudos, sabemos o quanto é difícil o “escudo descrito”. Um a um:
Sport Club Elite – O clube foi fundado no dia 7 de setembro de 1925, por iniciativa de Fernando Simões de Figueiredo, carioca e aparentemente endinheirado, e junto com um grande grupo de desportistas também carioca decidiu montar sua sede na Rua da Conceição, 7, Centro de Niterói (o casarão ainda existe… procurem no Google Maps, quem estiver interessado).O porquê de futebolistas cariocas decidirem montar seu clube em Niterói? Não sei.
O clube entrou na Associação Fluminense de Esportes Athleticos em 1926 e, arrasadoramente, conquistou o campeonato, aplicando sonoras goleadas nos tradicionais times da cidade. Naturalmente, despertou muito rancor entre os niteroienses, pois além de muitos jogadores alvinegros serem nascidos e ter residência na cidade do Rio, um grande número chegava a jogar, também, em clubes cariocas. Por tudo isso, o Elite ganhou a fama de “club carioca infiltrado”. Puro bairrismo?
Mas os efeitos da “carioquice” desandaram logo em 1927: passada a empolgação inicial com a criação de um novo clube, sócios e jogadores cariocas do Elite “enjoaram” de viajar para o outro lado da baía e o clube sofreu uma esvaziada. Tornou-se saco de pancadas e saiu da AFEA em 28 ou 29, aproximadamente. O clube simplesmente sumiu do noticiário.
Comentando sobre o clube, com minha mãe, ela se lembra de já ter escutado algo da mãe dela sobre um certo “Clube Elite” na Rua da Conceição, porém um clube social, onde tinha música, bailes etc. Talvez seja o mesmo e tenha sido esse o destino do Elite, afinal, minha avó nasceu em 1931, e teria lembranças dele já numa fase não-esportiva. Infelizmente minha avó já faleceu, e nunca pude perguntar nada a ela…
Seu uniforme: camisas em listras alvinegras verticais bem finas (estilo “riscadinho”) e calções brancos.
Internacional Football Club – Fundado em 1919/20, sua sede ficava em São Domingos. O clube rubro-negro mudou de nome em 1926 para Flamengo Sport Club. Depois sumiu.
Seu uniforme, enquanto Internacional, eram camisas listradas na vertical rubro-negras e calções brancos. Quando tornou-se Flamengo, adotou uniforme idêntico ao homônimo carioca, porém sem as iniciais bordadas no peito. Não sei se o escudo do Flamengo Sport Club seria parecido com o do CRF…
Guarany Football Club (*) – Geralmente chamado de “Vovô do Futebol Niteroiense”, o Guarany foi fundado como Guanabara Football Club em 30/06/1908, deixou de existir or alguns anos e foi reerguido em 1912. Foi fundado por iniciativa de um padre e alunos do Colégio Salesiano de Niterói, e a idéia fundadora era inspirada no Mackenzie College, de São Paulo.
Aí vem a grande dúvida: o uniforme do clube, isso é fato, sempre foram camisas vermelhas. Nos anos 10, li a seguinte descrição da camisa: “vermelha, com uma esfera branca no peito e as iniciais, idêntico ao modelo do Mackenzie College”. Porém o Mackenzie College não usava iniciais, mas inicial, no singular. Seria o escudo do Guarany branco com um G? Alguém que entenda de futebol paulista sabe se o Mackenzie já teve um escudo redondo com mais iniciais?
Nos anos 20, já li que “o Guarany usa camisa e escudo idênticos ao América”. Sei que o América inspirou-se no Mackenzie, em relação à camisa, mas e o escudo?
Para confundir mais ainda, uma terceira informação: quando entrevistei o sr. Raulzinho, ex-jogador do Fluminense de Niterói, em 2007/08, perguntei sobre clubes antigos de Niterói e ele me informou que o Guarani, que ficava entre Santa Rosa e Icaraí, disputava apenas torneios juvenis nos anos 40, informação procedente, e tinha camisa rubra, idem. Perguntado se ele se lembrava como era o escudo, ele me falou que era “parecido com o do São Cristóvão, só que vermelho e branco”. Desenhei para ele o escudo do São Cri-Cri, para facilitar a memória, e ele me confirmou que era esse o escudo mesmo. E agora? Seria um escudo dos anos 40? Ou ele confundiu com outro Guarani?
Ficam as dúvidas em aberto.
(*) Amigos, uma pequena adição: em 1926 o Guarany Football Club mudou de nome para Club Athletico São Bento, ao se mudar para a rua Mem de Sá, pertinho do Campo São Bento. Em 1934, aproximadamente, o clube voltou a se chamar Guarany, pois seus sócios acharam que o nome “São Bento”, com o qual o clube apanhava mais do que outra coisa, “dava azar”. Nos anos 40 o Guarany estava na rua Lemos Cunha, também pertinho do campo.