Transmisão primitiva de São Paulo x Palmeiras de 1951

Mário Lopomo, marcante rádio-escuta de Plantão Esportivo nos tempos anteriores ao satélite e à internet, foi o autor desta narração. Dava respaldo aos locutores Alexandre Santos, João Zanforlim, e Tony Lourenço e depois ao Paulo Edson.

Narração:
Senhores ouvintes da rádio Pan Americana, boa tarde. Estamos aqui no Pacaembu, neste domingo 28 de janeiro de 1951, para transmitir o jogo que vai apontar quem será o campeão paulista de 1950.
O próprio da municipalidade paulistana, apesar da chuva forte que assolou a cidade de São Paulo, está lotado, imaginamos que estejam 65.000 espectadores, espremidos por todas as dependências das sociais e populares, para assistir o choque rei do futebol paulista, Palmeiras x São Paulo.
Mesmo com a intempérie mandando chuva a “cântaros”, na cidade de Piratininga, torcedores, tricolores e esmeraldinos vieram em peso ao estádio.
O gramado assaz escorregadio, deverá ser um pesadelo para o Golkiper que não tiver muita atenção para o detalhe da bola escorregadia.
Mesmo porque onde eles atuam, não tem grama e tem poças d’água, formando um lamaçal.
– Alô, Mário Franquera Junior, a chuva pára ou continua?
– Olha Pedro, o instituto de metereologia diz que a chuva vai parar.
– Obrigado Franquera… esperemos que sim.

Neste momento os alto falantes do Pacaembu anuncia as escalações das equipes.

O posto de serviços Esso, de Francisco Zambrana Informa: Escalações das equipes.

São Paulo:
Mario, Saverio e Mauro: Bauer Ruy e Noronha. Dido, Friaça, Leopoldo, Remo e Teixeirinha.
Palmeiras:
Oberdã, Turcão e Palante. Valdemar Fiume, Luiz Villa e Sarno:
Lima, Canhotinho, Aquiles, Jair e Rodrigues.

O árbitro da partida será o inglês Mister Bradley. Que já está entrando em campo sob os apupos e xingamentos da torcida que superlota o estádio.

– Alô Pedro…
– Fala Ansaldo…
– Daqui de trás do gol da concha acústica, diviso um torcedor sentado nos ombros da estatua de Davi. E muitos outros em cima da concha acústica.
– É verdade Ansaldo, daqui também eu vejo…
A sorte fica com spiker, que tem o privilégio de estar dentro de uma cabine indevassável, protegido da chuva, que cai em menor intensidade agora.
Neste momento os litigantes desta pugna esportiva, adentram o gramado, com alguns mascotes à frente, para o início de uma partida que poderá ser muito significativa para o esporte bretão.
O lyslemam da partida e os capitães estão no centro do gramado para tirar o toss, e ver quem dará o pontapé inicial desta contenda.
O Golkiper Oberdã time de parque antártica, defenderá o arco dos portões monumentais e o kiper Mário, do tricolor do canindé, ficará no arco da concha acústica.
São 16 horas. Hora do Rio de Janeiro.

O balão de couro está no círculo central.

E quem vai dar o ponta pé inicial, é o center fours do tricolor Leopoldo.
Este rola para Friaça que atrasa para o center half Bauer, este deriva para o aza média esquerda Noronha. Quando este vislumbra uma brecha da defesa esmeraldina, vê o couro ser interceptado pelo beque central Palante da esquadra de parque antártica. Este por sua vez da linha fronteiriça da grande área chuta para frente sem destino, sendo que o center half Rui de cabeça mandar para a ponta esquerda à Teixeirinha, que entra livre a frente do golkiper Oberdã, mas o bandeirinha aciona seu instrumento, indicando off-sider, invalidando um tento que seria do São Paulo.
O cronômetro marca 45 minutos de jogo da primeira etapa e o Lylesman Bradley apita o fim do tempo inicial.
Esta é a rádio pan americana, a emissora dos esportes, em sua jornada esportiva dominical, sob os auspícios de Lonas Locomotiva.
Lavrador, para maior segurança de sua carga. Use lonas, locomotiva, um produto Alpargatas, produtora do brim Coringa. Que vai de, sol a sol, que fabrica as famosas calças rancheiro.

– Alô São Paulo.
– Fala Rio!
– Pedro, começa no maior do mundo o Flá – Flú.
– Obrigado. Narciso.
E agora vamos para os comentários de Mário Moraes.
Senhores ouvintes da pan. Tivemos neste primeiro tempo um jogo morno, com as duas esquadras com medo uma da outra, fazendo uma peleja retrancada e sem motivação. Se por um lado o antrener esmeraldino colocava seu time mais na retaguarda, mesmo porque o empate o beneficia.
O treinador São Paulo fazia o mesmo, deixando por muitas vezes o círculo central sem jogadores. Por isso tivemos um primeiro tempo sem a marcação de tentos.
O único lance que despertou maior emoção foi um córner, chutado pelo ponteiro Rodrigues, que quase entrou direto no arco sampaulino, defendido pelo guarda valas Mário. Saindo a pelota pela linha de fundo, a tiro de meta.
– Como é que você viu esse lance, Raul Tabajara.
– Com muita preocupação, Mário.
Quase que a redonda entra, onde a coruja faz o ninho.
– Os litigantes dessa porfia, voltam depois do descanso regulamentar, e volta com vocês, Pedro Luiz.
– vai começar a Segunda etapa.
Tudo pronto para o reinício da peleja, o placar é de zero a zero.
O center fours Aquiles do palmeiras movimenta do círculo central, para o ataque e a bola chega às mãos do guarda valas tricolor.
Mário lança a pelota para a ponta esquerda e Teixeirinha recebe toca para Remo que devolve a Teixeira que entra na área e chuta para gooool.
Aberta a contagem no Pacaembu. Numa tabela fantástica entre Teixeirinha e Remo que culminou com chute final do ponteiro para as redes defendidas pelo guarda valas Oberdã.

– Vai ser dada a nova saída Nelson Spinelli.

– Pedro, foi uma jogada fulminante, do ataque tricolor, a tabela Remo e Teixeirinha foi sensacional culminando com a bola indo as redes de Oberdã.
Um tento a zero, para o tricolor do canindé.
Já foi dada a nova saída, quem recebe é Jair, domina a redonda, mas quando Jajá da barra mansa tenta lançar é desarmado por Mauro. Mas a bola retorna ao ataque esmeraldino e Jair lança Aquiles que invade a área, chuta pra gooool …. Empatada a contenda em Pacaembu.
Um tento a um.

Depois de dada a nova saída Savério atinge o ponteiro Rodrigues com violência, Spinelli.

Sem dúvida Pedro, a contusão é seria tendo o craque esmeraldino que está sendo levado a um mozocômio mais próximo do estádio.
O São Paulo tenta de todas formas empatar a partida e vai todo para o ataque. Dido na direita vê Friaça, mas este é interceptado por Luiz Villa que entrega a Valdemar Fiume, que foge de Dido, e atrasa pra Turcão. Este entrega a Jair da Rosa Pinto, quando o craque de Barra mansa domina o couro ganhando tempo o árbitro inglês, mister Bradley, finaliza a peleja.

Com o placar de 1 x 1, dando ao Palmeiras o título de campeão paulista de 1950. Que pela segunda vez tira o tri campeonato do tricolor do Canindé.
– Pedro…
– Fala Otavio Munis. Os jogadores do Palmeiras nesse momento dão a volta olímpica pela pista de atletismo de Pacaembu. Oberdã visivelmente emocionado não conseguiu, dizer uma só palavra.

Texto de Mário Lopomo
GLOSSARIO Denominações usadas pêlos locutores esportivos da época.

Arco…Trave
Aza media esquerda…aquele que joga na lateral esquerda.
Balão, pelota, redonda e couro…A bola.
Córner…Escanteio
Chove a cântaros…Muita chuva
Center half…centro médio
Center fours…centro avante
Cotejo, contenda, pugna e peleja…o jogo em si.
Esquadra…time de futebol
Antrener…Treinador
Golkiper ou kiper…goleiro
Guarda valas…goleiro
Litigantes…jogadores
Tento…gol
Spiker…locutor
Off Sider…impedimento
Onde a coruja faz o ninho…Ângulos da trave.
Lylesmam…árbitro da partida.
Vislumbra…Vê
Tricolor do canindé…porque naquela época o campo do São Paulo ficava no bairro do Canindé Maior do mundo…estádio do maracanã Mozocomio…hospital Esporte bretão…denominação inglesa do futebol

A vida solitária e os deveres dos técnicos de futebol

A vida solitária do técnico começa quando ele tem que escolher os 11 jogadores que entrarão em campo. Por mais que ele tenha auxiliares, vai chegar um momento na semana em que ele vai ter que ficar só para escolher o time que vai jogar. Ele tem de pensar nos que vão jogar, nas alternativas que estarão no banco e finalmente em como terá de encarar os outros atletas que não foram relacionados. Nessa situação, o técnico tem de ser solitário mesmo, pois precisa escapar de todos os palpites que ouve durante a semana.

No jogo, a solidão só aumenta. Durante os 90 minutos, a decisão de fazer uma alteração, que pode fazer com que sua equipe perca ou ganhe, fica em suas mãos. Ou melhor, nas suas idéias.

Outro momento de profunda solidão para os treinadores está no final das partidas, principalmente após as derrotas. Caem nas costas dos treinadores todas as explicações de um possível fracasso. Se o time vence, o treinador também é esquecido. Nesse caso, a vitória será dos jogadores.

Além disso, se para os jogadores uma partida acaba após o apito do juiz, para um técnico a partida continua por um bom tempo. Solitariamente, ele passa um grande tempo pensando na partida, nas decisões que tomou durante o jogo e o que deverá ser mudado para as próximas partidas.

Por se isolarem, muitos técnicos se tornam pessoas prepotentes. Como vivem solitários, pensam que só existe uma maneira de enxergar o futebol. Tornam-se “donos da verdade”. Talvez seja por isso que todo técnico seja considerado teimoso. Por mais que os fatos indiquem que sua posição esteja errada, ele mantém seu pensamento, na esperança de que se o resultado aparecer ele poderá comemorar sua vitória –mesmo que seja de uma maneira solitária.

Todo treinador de futebol é uma pessoa solitária, pois sabe que não pode nem contar com o apoio dos seus “amigos” de profissão. Todo técnico sabe que a qualquer momento pode ser substituído por um “colega”. Os técnicos são tão desconfiados e acostumados a trabalharem sós que quase todas as tentativas de se formar uma comissão técnica com dois ou mais técnicos acabam não dando certo.

No futebol, ninguém vive tão cercado de pessoas, mas ao mesmo tempo ninguém vive tanto na solidão como os treinadores.

DEVERES DO TREINADOR TÉCNICO DE FUTEBOL

1) Preparar a equipe, dirigindo técnica e taticamente os que estiverem a seu cargo;

2) Traçar a orientação e a planificação a serem obedecidas pela equipe nos jogos, submetendo-se à aprovação do supervisor;

3) Cumprir os horários que forem determinados para o treinamento e jogos;

4) Submeter a relação dos jogadores que deverão ser concentrados para os jogos, e com eles concentrar-se;

5) Responsabilizar-se pela concentração nos dias de jogos, não permitindo a presença de pessoas estranhas ao departamento de futebol, salvo com autorização expressa do vice-presidente;

6) Apresentar, com 48 horas de antecedência, a relação dos jogadores a escalar, com efetivos ou reservas, para os jogos, bem como informar, posteriormente, quais os que disputaram e qual a eficiência que demonstraram;

7) Manter a equipe em perfeita disciplina e dentro das tradições do clube;

8) Convocar os jogadores para os jogos e treinos, fixando horários e demais condições que devam ser observadas;

9) Sugerir, ao supervisar, as penalidades que devam ser aplicadas aos jogadores por não-cumprimento de suas determinações;

10) Comunicar ao supervisor, por escrito, o trabalho que, não sendo de rotina, executar junto aos jogadores;

11) Comunicar ao departamento médico os acidentes que se verificarem com os jogadores nos treinos e jogos;

12) Respeitar a prescrição médica que for determinada para os jogadores;

13) Não permitir que jogadores vinculados a outros clubes participem do treinamento, salvo se tiverem autorização do clube de origem;

14) Quando solicitado, apresentar por escrito sua opinião sobre aquisição ou dispensa de jogadores;

15) Comparecer às reuniões para as quais for convocado;

16) Providenciar para que as equipes do clube se apresentem em campo nas horas determinadas para o inicio e reinício dos jogos, responsabilizando-se por qualquer atraso;

17) Não emitir opinião a respeito das declarações feita por dirigentes.

O BOM TREINADOR

1) É seguro de sua capacidade;

2) Sabe como obter o melhor dos jogadores: psicologia, motivação, maneira, aparência;

3) Explica claramente tanto por palavras como visualmente o que é requerido;

4) Planeja e adapta a tática de acordo com o seu time e com o adversário;

5) Decide suas prioridades, deve ser persistente, paciente, e determinado;

6) Tem boa técnica de treinamento: posiciona-se adequadamente no campo e tem voz de comando;

7) Treina de acordo com as regras de jogo, fairplay, e é honesto;

8) É consistente;

9) Cuida dos jogadores;

10) É sempre entusiasta;

11) É criativo e mantém-se informado sobre modernas tendências em futebol;

12) Procura sempre ser um vencedor e positivo.

Milton de Paula Carvalho
Humberto Peron

OS BICHOS ESTÃO SOLTOS NO FUTEBOL DA BAHIA

ATLÉTICO DE ALAGOINHAS – Carcará ave de rapina da familia do gavião.

CATUENSE – é o Bem-ti-vi

COLO-COLO – é o Tigre

FLUMINENSE DE FEIRA – é o Touro

IPITANGA- é o Tucano

ITABUNA – é o Dragão do Sul

POÇÕES – é a Raposa

VITÓRIA – é o Leão da Barra

VITORIA DA CONQUISTA – é o Bode

YPIRANGA – é o Canário

O DIA 3 DE ABRIL NO FUTEBOL

03/04/1905 – Nasce em Buenos Aires no bairro de La Boca o CLUBE ATLÉTICO BOCA JUNIORS, 28 vezes campeão argentino, 6 libertadores e 3 mundiais, 3 recopas sul-americana, 2 Copas Sul-americana e 1 super copa.

03/04/1948 – É fundado na cidade de Ilhéus/BA o COLO-COLO FUTEBOL E REGATAS, campeão baiano de 2006.

03/04/1949 – BRASIL 9 – 1 EQUADOR, em sua estréia na Copa América realizada no Brasil, o time canarinho goleiou com gols de:Tesourinha Octavio Jair Simão Simão 25, Jair, Tesourinha,Zizinho, Ademir (Bra) e Chuchuca (Equ).

03/04/1957 – BRASIL 0 – 3 ARGENTINA, com gols de Angelillo 23, Maschio 87, Cruz 90 o Brasil é eliminado da Copa América.

03/04/2005 – SANTOS 0 – 0 SÃO PAULO, com este resultado o tricolor do morumbi se sagrou campeão paulsita por antecipação.

03/04/2005 – FLUMINENSE 4 – 1 FLAMENGO, O FLu da baile na final da Taça Rio e goleou o mengo com gols de: Tuta , Leandro , Alex , Preto Casagrande ; Zinho (Fla).

ANIVERSARIANTES:

03/04/1942 – Ademir da Guia ex-Palmeiras e Seleção Brasileira

03/04/1948 – Eurico ex-lateral direito do Palmeiras e Grêmio

03/04/1950 – Claudiomiro ex-atacante do Internacional

03/04/1956 – Arthurzinho ex-meia do Operário/MS, Bangu, Vasco, Corinthians, Vitória e Seleção Brasileira.

03/04/1971 – Robert ex-meia do Santos, Bahia e América/RJ

O futebol de Apucarana

O futebol de Apucarana teve início em 1940, quando os jogos eram realizados na área central do povoado, na atual Praça Rui Barbosa. Segundo a história, foram os moradores de origem japonesa que construíram um campo para a prática do beisebol.
Com a chegada de inúmeras famílias, o esporte principal passou a ser o futebol e, daí, para a colocação das traves e iniciar a prática tão apreciada foi um pulo, ou um chute na bola. A primeira equipe, o Clube de Futebol Apucaranense foi fundado pelos senhores José Maria Verdasca, João Raduy, Atalíbio Schneider, Jonas Matulaits, Manoel Sardinha Pereira, Arlindo Pereira, José Simonati, Manoel Luis Vieira e José de Oliveira Rosa. Em 1942, em reunião realizada na residência de Manoel Sardinha Pereira, foi oficialmente formada a diretoria que ficou assim constituída: Pedro Pereira de Araújo (presidente), Atílio Carleto (vice), Djalma Oliveira Chueiri (secretário), José de Almeida (segundo secretário), José Gomes (tesoureiro), Paulo Pinheiro (segundo tesoureiro) e diretor esportivo: José Maria Massareto. Conselho Fiscal: José Maria Verdasca, Manoel Pereira dos Reis, Manoel Pereira Sardinha.

No início da década de 50 foi construído o Estádio Bom Jesus da Lapa, onde a então equipe denominada G.E.R.A-Grêmio Esportivo Recreativo de Apucarana passou a realizar partidas amistosas e do certame regional. O GERA foi fundado em 06 de dezembro de 1942, tendo como presidente José Ribeiro de Souza. A primeira conquista do GERA foi o título de campeão regional em 1955. A equipe contava com os seguintes jogadores: Costinha ou Barbosa (goleiros), Soares, Décio de Santis, Café, Elcio, Nelson Bispo, Líneo Carleto, Jipe, Gauchinho, Jango, Arlindo, Baltazar. O jogador Gauchinho, revelado pela equipe de Araruva (atual Mariiândia do Sul), destacou-se como artilheiro, sendo negociado com o Nacional de Rolândia e deste para o Londrina F.R., sendo o maior ídolo da história do futebol londrinense.

Em 1956, o GERA conquista o bicampeonato regional com a seguinte formação: Joãozinho, Neco, Décio de Santis, Miltom, Líneo Carleto e Abílio. Batata, Junji Tanaka, Jipe, Arlindo e Braguinha. Outros bons jogadores que defenderam com muito amor a camisa do GERA: BemHur, Maracaí, Edson (goleiros), Gorgó, Degala, Arcanjo, Joel, Catarina, Corupá, Ananias, Valter, que foi mais tarde artilheiro no Coritiba e no Atlético. Rubinho, irmão de Valter, Edson Lambreta, Osvaldinho, Jorge, o famoso compadre Jorge. Em 1960, o GERA tinha a seguinte formação: Martins, Zé Carlos, Quarenta e Gino Sachelli, o Pai da Bola, Bambu; Arlindo, Orlandinho; Botelhinho, Áureo Caixote e Faissal.

A partir de 1961 passou a ter a denominação de Apucarana F.C. e formou boas equipes, ficando sempre entre os primeiros cinco colocados na classificação final. Dirigentes que deram o máximo de si para a manutenção do futebol em Apucarana: Dr. Egídio Genaro Tucci (advogado), Dr. Dilermando Ribeiro dos Santos (médico), Augusto Moreira Duarte (contabilista), Azor Ferreira Braga, o Braguinha (cerealista) e Carlos Ramos, o Carlinhos agrimensor. A boa equipe de 1961: Mantovani, Pedrão, Nelson, Fernando, Zé Maria e Neri; Valter, Jorge, Aroldo, Joel, Áureo e Rubinho. Jogavam ainda: Milton, Aramís, Alaor, Miltinho, China, Morruga. 0 goleiro Mantovani, filho da tradicional família de pioneiros jogou no Atlético Paranaense e outras equipes da capital. Deixou o futebol para seguir carreira no Judiciário. O lateral-equerdo Néri, jogou no esquadrão do Mandaguari e no Grêmio de Maringá.

0 ESQUADRÃO DE 1962

Em 1962 o Apucarana F.C. formou um esquadrão praticamente imbatível, com certeza, melhor time de sua história. A decisão do título a primeira partida entre o Apucarana e o Londrina, foi realizada em Apucarana com o empate por 1 a 1. Na segunda partida, em Londrina, o Londrina foi o vencedor por 3 x 2. Ambas as equipes ficaram com 3 pontos, o que obrigou a realização da quarta partida, também em Curitiba, com o Londrina sagrando-se campeão vencendo por 2 x 1.0 ESQUADRÃO DO APUCARANA: Celso, Miltom e Tó, Fernando, Queirolo e Gil; Haroldo, Tantos, Miriporã, Santana e Martins. Atuaram ainda: Vasconcelos, Tião (goleiro), Gilbertinho, Áureo Caixote, Gaúcho, Vitinho.

De 1962 a 1965, o Apucarana FC não conseguiu o mesmo sucesso dos anos anteriores, mas mesmo assim formou boas equipes. Jogadores que se destacaram: Tião, Santo, Vermelho, Jofre (goleiros), Zé Roberto, Azulão, Benedito Julião, Zeola, Grego, Jarbas, Careca, Gilbertinho, Arapiraca, Mané, Lóca, China, Foguete, Jarbas, Reis, Quintiliano, Castelo e outros.

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Fonte:Interior Bom de Bola

0 primeiro título de Jales

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Equipes novas e tradicionais se enfrentaram no campeonato da B2 de 2003(5°divisão).
De um lado,Pirassununguense, Jabaquara, Radium, equipes que fazem parte da história
do futebol paulista, algumas até, já tiveram o prazer de jogar a primeira divisão.
Do outro, clubes que representam o futuro como Barueri, Campinas, Joseense, Aguas de
Lindóia. Desta mistura, surgiram rivalidades e disputas acirradas. Desde o princípio,Jalesense,
Aguas de Lindóia, Barueri e Itararé se destacaram. Cada um em seu grupo,rumavam fortes
para a fase final. Na ponta de baixo da tabela, as equipes eram consoladas pela iminência da
união das Séries B2 e B3, o que de fato aconteceu, e que as livrariam do descenso.

Mais uma rivalidade começava a nascer. 0 primeiro jogo entre Jalesense e Aguas de Lindóia,
ainda pela 6a rodada da primeira fase, em Jales, mostrou um resultado inusitado, 6 a 3 para
o ALEC. Isso motivou o Dragão do Oeste a buscar uma revanche. No jogo de volta, pelo returno
da 1°a fase, outra derrota do Jalesense, 2 a 0. Mesmo assim, ambos obtiveram classificação
para a 2a fase onde se enfrentariam novamente.

Em setembro, o Jalesense recebia o ALEC em casa para uma nova derrota, a terceira,
por 2 a 0. Quiz o destino, que na última rodada, as duas equipes mais o Grêmio Barueri,
chegassem em condições de disputar o título.

Aguas de Lindóia, último jogo, ALEC e Jalesense. Quem vencesse subiria.
A equipe de Jales, que havia perdido as outras três partidas, sabia que teria uma missão difícil,
e dependia de um empate para ser campeã.Um jogo duro, emocionante e inesquecível, que
terminou em 0 a 0. Foi a primeira vez na temporada que o Jalesense não perdeu para o ALEC –
o suficiente para ganhar o acesso em seu lugar.

Fonte:Almanaque do Futebol Paulista 2004,de Jorge Farah e Rodolfo Kussarev

47.707 pagantes desafiaram o frio e foram ao Pacaembu.

Lembro como se fosse hoje. Em 26 de junho de 1988 jogaram Corinthians x São Paulo no Pacaembu pelo campeonato paulista, campeonato este que seria vencido pelo próprio Corinthians em final com o Guarani de Campinas, que teve como peculiaridades o gol de bicicleta de Neto e o primeiro gol do Viola.
Mas voltando ao clássico Corinthians x São Paulo, lembro que o mês de junho costuma fazer um frio lascado em São Paulo. Estava me preparando para ir ao jogo quando comecei a ouvir da minha esposa: Você está resfriado e quer ir ao jogo ….você vai piorar da gripe, é melhor não ir, e também o Corinthians vai perder…olha, é melhor ficar quietinho em casa. Fiquei em casa!
Começa o jogo e eu debaixo das cobertas escutando Fiori Giglioti pela Bandeirantes. Eram 19 minutos do primeiro tempo e Miller faz 1 x 0 para o São Paulo. E a bola não pára e aos 35 do primeiro tempo Raí faz 2 x 0. Olhei para minha mulher e falei: Puxa, ainda bem que você não deixou eu ir . Como você foi legal!
E a bola continua a rolar e o tempo de jogo era inexorável, como dizia Fiori, era implacável.
Esta derrota complicaria a vida dos alvinegros e Fiori ia relembrando tal fato quando, aos 35 do segundo tempo Everton diminui, 2 x 1. Sabem como é, esperar o empate nos últimos 10 minutos é difícil. E o tempo de jogo marcava 46 do segundo tempo, eu já desanimado, quando escuto um barulho de torcida no rádio, só o barulho por longos 10 segundos, não sabia o que estava acontecendo e aí ouço Fiori falando…não é possível……Everton de novo! 2 x 2!
Olhei para milha mulher e não deu outra: Peguei o travesseiro e comecei a dar travesseiradas nela falando, tá vendo, você me tirou dessa, nunca mais vou ver igual …e coisa e tal. As vezes me lembro disso.
No dia seguinte um torcedor do São Paulo ainda se saiu bem falando do que adiantaria eu ir , pois com 2 x 0 no lombo, aos 35 do segundo tempo já estaria longe do estádio…..
Resumindo, 47.707 pagantes desafiaram o frio e foram ao Pacaembu.
Jogos e coisas deste tipo julguei interessante escrever.
Gilberto Maluf

Panamericano de 1956

Obs: Realmente o Panamericano foi em 1956, conforme correto comentário do Julio Diogo. Pesquisando mais a fundo vi fotos e chamadas deste campeonato e encaminho.

Bodinho fez parte da delegação Brasileira, formada por um combinado de jogadores gaúchos, que conquistou o título do campeonato panamericano de 1956, disputado no México. Aquele time revelou craques para o futebol “tupiniquim”, como o goleiro Valdir Joaquim de Moraes, o zagueiro Oreco (campeão do Mundo em 1958), o meio-campista Ênio Andrade e o atacante Chinesinho entre outros.

A equipe verde-e-amarela teve como principal adversária na competição, a Argentina do técnico Guilhermo Stábile. Stábile, que como jogador fez muito sucesso, pois foi vice-campeão do mundo na Copa do Mundo de 1930, além de ter sido o artilheiro da competição. Como técnico, fez valer sua competência, pois dirigiu o selecionado portenho em oito campeonatos sul-americanos, tendo conquistado seis títulos. O grande destaque dos “hermanos” na competição foi o atacante Sivori, revelado pelo River Plate, que posteriormente foi para a Juventus de Turim e quase virou um “mito”.

A Taça da conquista do campeonato Panamericano de 1956 não faz mais parte do acervo da Confederação Brasileira de Futebol. O troféu foi roubado junto com a taça Jules Rimet, segundo inquérito aberto pela polícia carioca, as “relíquias” foram derretidas.

Abaixo veja a campanha do Brasil no Campeonato Panamericano de futebol de 1956 :

24/1/1956
Brasil 1×4 Chile
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Sul-Americano
Local: Estádio Centenário
Cidade: Montevidéu (Uruguai)
Árbitro: C. de Nicola (Paraguai)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Gilmar, Djalma Santos, Mauro Oliveira e Alfredo Ramos; Zito e Julião; Maurinho (Nestor), Del Vecchio (Baltazar), Álvaro, Jair da Rosa Pinto e Canhoteiro.
Gol: Maurinho.

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29/1/1956
Brasil 0x0 Paraguai
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Sul-Americano
Local: Estádio Centenário
Cidade: Montevidéu (Uruguai)
Árbitro: S. Bustamante (Chile)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi e Alfredo Ramos; Formiga e Roberto Belangero; Nestor, Álvaro, Del Vecchio (Baltazar), Jair da Rosa Pinto (Luizinho) e Maurinho.

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1/2/1956
Brasil 2×1 Peru
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Sul-Americano
Local: Estádio Centenário
Cidade: Montevidéu (Uruguai)
Árbitro: W. Rodriguez (Uruguai)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi e Alfredo Ramos; Formiga e Roberto Belangero; Nestor (Maurinho), Álvaro (Zezinho), Baltazar, Luizinho e Canhoteiro.
Gols: Álvaro e Zezinho.

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5/2/1956
Brasil 1×0 Argentina
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Sul-Americano
Local: Estádio Centenário
Cidade: Montevidéu (Uruguai)
Árbitro: W. Rodriguez (Uruguai)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi e Alfredo Ramos; Formiga e Roberto Belangero; Maurinho, Luizinho, Del Vecchio (Álvaro), Zezinho e Canhoteiro.
Gol: Luizinho.

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10/2/1956
Brasil 0x0 Uruguai
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Sul-Americano
Local: Estádio Centenário
Cidade: Montevidéu (Uruguai)
Árbitro: J. Brozzi (Argentina)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi e Alfredo Ramos; Formiga e Roberto Belangero; Maurinho, Del Vecchio (Baltazar), Zezinho, Luizinho e Canhoteiro.

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1/3/1956
Brasil 2×1 Chile
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Pan-Americano
Local: Estádio Olímpico
Cidade: Cidade do México (México)
Árbitro: A. Rossi (Argentina)
Técnico: Teté
Brasil: Sérgio, Florindo e Duarte; Odorico, Oreco e Ênio Rodrigues; Luizinho RS, Bodinho, Larry (Juarez), Ênio Andrade e Raul.
Gols: Luizinho RS e Raul.

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6/3/1956
Brasil 1×0 Peru
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Pan-Americano
Local: Estádio Olímpico
Cidade: Cidade do México (México)
Árbitro: A. Rossi (Argentina)
Técnico: Teté
Brasil: Sérgio, Florindo e Duarte; Odorico, Oreco e Ênio Rodrigues (Figueiró); Luizinho RS, Bodinho, Larry, Ênio Andrade e Raul.
Gol: Larry.

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8/3/1956
Brasil 2×1 México
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Pan-Americano
Local: Estádio Olímpico
Cidade: Cidade do México (México)
Árbitro: C. Vicuña (Chile)
Técnico: Teté
Brasil: Sérgio, Florindo e Duarte; Odorico, Oreco e Figueiró; Luizinho RS, Bodinho, Larry (Juarez), Ênio Andrade e Raul (Chinesinho).
Gols: Bodinho e Bravo (contra).

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13/3/1956
Brasil 7×1 Costa Rica
Tipo: Oficial de competição
Competição: Campeonato Pan-Americano
Local: Estádio Olímpico
Cidade: Cidade do México (México)
Árbitro: C. Vicuña (Chile)
Técnico: Teté
Brasil: Valdir, Florindo e Duarte; Odorico, Oreco e Ênio Rodrigues (Figueiró); Luizinho RS, Bodinho, Larry, Ênio Andrade e Chinesinho.
Gols: Bodinho, Chinesinho (3) e Larry (3).

Brasil 2 x 2 Argentina
Data: 18 de março de 1956
Campeonato Pan-Americano
Local: Estádio Universitário da Cidade do México
Público: 50.000 pagantes
Árbitro: Claudio Vicuña Larrain (Chile)
Gols: Chinesinho 25′, José Yudica 36′, Ênio Andrade 58′ e Enrique Sivori

Brasil: Valdir (Renner); Florindo (Internacional), Figueró (Grêmio)- DUarte (Internacional),Odorico (Internacional) e Oreco (Internacional);Ênio Rodrigues (Grêmio), Ênio Andrade (Renner-RS);Luizinho (Internacional), Bodinho (Internacional), Larry (Internacional) e Chinesinho (Internacional)
Técnico: José Francisco Duarte Júnior, o “Teté”.

Argentina: Antônio Dominguez; Luis Cardoso, Juan Filgueiras; Nicolas Daponte, Héctor Guidi, Natalio Sivo; Luis Pentrelli, Francisco Loiácono (Oscar Di Stéfano), Benito Cejas, Enrique Sivori e José Yudica. Técnico: Guilhermo Stábile.

Fonte: Milton Neves