Esporte Clube Siderúrgica – Sabará (MG): Bicampeão Mineiro de 1937-64

Modelo da década de 60

O Esporte Clube Siderúrgica é uma agremiação da cidade de Sabará (MG). Com Sede na  Rua da Ponte s/n, no Bairro Siderúrgica (CEP: 34.515-190), o clube Alvi-celeste foi Fundado no dia 31 de Maio de 1930, por funcionários da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, que por sua vez patrocinou o clube, tanto no aprimoramento dos diversos departamentos da agremiação quanto no futebol profissional. Em 1943, o cartunista Fernando Pierucetti, o Mangabeira, definiu como mascote da equipe uma Tartaruga.

Escudo publicado na Placar

O 1º presidente foi Felício Roberto e o primeiro campo de futebol foi construído com o patrocínio da Belgo, em terreno doado pelo Recreio Club Siderúrgica. Pouco mais de dois meses e meio, o Siderúrgica estreou nos gramados. No dia 17 de agosto de 1930, acabou derrotado, fora de casa, para o Alves Nogueira Foot-Ball Club.

O investimento, somado a boa estrutura do Siderúrgica acabou rendendo bons frutos. Em 1932, já tendo aderido ao profissionalismo e filiado pelo Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT), o clube faturou o seu primeiro título, ao se sagrar campeão do Campeonato Mineiro da 2ª Divisão.

A equipe fez uma campanha sólida, com nove jogos e 15 pontos, com sete vitórias, um empate e uma derrota; marcando 22 gols e cinco contra. Triunfos em cima do Esperança FBC (1 a 0 e 8 a 1), Montes Claros SC (4 a 1), Tupy Athletico Club (2 a 1); Palmeiras FC (2 a 0); SC Horizontino (4 a 2 e 1 a 0); empate com o Palmeiras FC (0 a 0); e derrota por W.O. para o Montes Claros Sport Club.

EM 1934, O CLUBE GANHA ‘CASA NOVA’

Em 26 de agosto de 1934, o Esporte Clube Siderúrgica recebeu o seu “Alçapão”: o  Estádio Eli Seabra Filho (Foto acima), com capacidade para 3 mil espectadores, localizado em Sabará.

Time Campeão de 1937

CAMPEÃO MINEIRO

Na Elite Mineira, o Siderúrgica terminou na 3ª posição em 1933, 1934 e 1935. Em 1936, ‘bateu na trave’, ficando com o vice-campeonato, só atrás do Atlético Mineiro. Enfim, no ano de 1937, o Siderúrgica faturou o caneco do Campeonato Mineiro da 1ª Divisão.

Após 10 rodadas, Siderúrgica (seis vitórias, dois empates e duas derrotas; marcando 21 gols e sofrendo 10) e Villa Nova (seis vitórias, dois empates e duas derrotas; marcando 15 gols e sofrendo oito) terminaram empatados com 14 pontos.

Com isso, foi necessário três jogos para definir o campeão. No primeiro, o Villa Nova (20 de março de 1938), aproveitou o fator campo e venceu por 3 a 1 (gols de Geraldino, duas vezes, e Remo para o Villa, enquanto Arlindo fez o de honra para o Siderúrgica).

Cinco dias depois, o Siderúrgica, em casa, deu o troco vencendo de forma convincente por 3 a 0, com gols de Chiquito, dois tentos, e Rômulo. Então, no terceiro e último derradeiro (03 de abril de 1938), o Siderúrgica, bateu o Villa Nova por 1 a 0, e levantou a taça. O gol do título foi assinalado por Arlindo, que de quebra, terminou a competição como artilheiro do certame com 10 gols.

Equipe campeã de 1964

BICAMPEÃO MINEIRO

E, das décadas seguintes, o Siderúrgica continuou mostrando ser uma das forças do futebol mineiro, ficando o vice em 1938, 1941, 1950, 1952 e 1960; terceiro lugar em 1939, 1940, 1942, 1953, 1954 e 1956; quarto colocado em 1943, 1944, 1951, 1955 e 1963; Quinto em 1948; Sexto lugar em 1946, 1947, 1949 e 1958; Sétimo colocado em 1945, 1957 e 1961; e 9º lugar em 1959 e 1962.

Então, em 1964, veio o Bicampeonato Mineiro. A definição ocorreu na última rodada e com o adversário direto: América Mineiro. As duas equipes entraram em campo com uma diferença de apenas um pontinho: Siderúrgica com 33 e o América com 32.

Mesmo atuando no Estádio Independência, no dia 13 de dezembro de 1964, o Siderúrgica venceu, de forma contundente, pelo placar de 3 a 1, com gols de Ernane, Noventa e Aldeir para o Alvi-celeste; enquanto Jair Bala descontou para o Coelho.

Após a conquista, deu início à festa na cidade histórica de Sabará, distante apenas 25 km de Belo Horizonte. Na campanha de 1964 a Tartaruga só perdeu uma partida para o Cruzeiro. Foram 22 jogos, com 14 vitórias,  sete empates e apenas uma derrota; marcando 45 gols e sofrendo.

O time campeão comandados por Yustrich jogou com a seguinte formação: Djair; Geraldinho, Chiquito, Zé Luis, Dawson; Edson, Paulista; Ernane, Silvestre, Noventa (Aldeir), Tião Cavadinha.

Em 1965, já na era Mineirão, o Siderúrgica conseguiu a terceira colocação no Estadual, atrás de Cruzeiro e América e à frente do Atlético Mineiro, utilizando a mesma base que conquistara o título de 64. Aliás, como campeão mineiro em 1964, coube ao Siderúrgica a honra de representar Minas Gerais na Taça Brasil de 1965, disputando o primeiro jogo oficial da história do recém inaugurado Mineirão.

No dia 29 de setembro de 1965, 24 dias após a inauguração do estádio, o Siderúrgica recebeu o Atlético-GO, no estádio da Pampulha, no jogo de volta da decisão da Zona Centro e venceu por 3 a 1, seguindo adiante na competição, quando foi eliminado pelo Grêmio.

TETRACAMPEÃO DO TORNEIO INÍCIO

No Torneio Início, o Siderúrgica mais uma vez confirmou que era uma força do futebol mineiro. O clube chegou na final, em seis oportunidades. Desse total, faturou quatro títulos (1942, 1951 e 1956, 1965), além dos dois vices (1939 e 1945).

No dia 03 de Maio de 1942, no Estádio Barro Preto, em Belo Horizonte, veio o título. Bateu o Aeroporto, nas Quartas de finais, por 2 a 0. Nas Semifinais, venceu o Atlético Mineiro por 1 a 0; e na decisão triunfou em cima do América Mineiro por 1 a 0, se sagrando campeão. O Time comandado por Mascote foi o seguinte: Geraldão; Perácio, Edílson; Floriano, Morais, Nilton; Migueira, Vieira, Ceci, Paulo, Rômulo.

No dia 15 de Julho de 1951, no Estádio Independência, em Belo Horizonte, veio o Bi do Torneio Início. Nas Quartas, após o empate sem gols, eliminou o América Mineiro, nos pênaltis: 3 a 2. Nas semifinais, novo empate em 0 a 0, e vitória os escanteios: 1 a 0, no Sete de Setembro. Na decisão, mais um empate em 1 a 1, e o título veio nos escanteios: 2 a 1, no Metalusina.

No dia 29 de Julho de 1956, no Estádio Barro Preto, em Belo Horizonte, o Siderúrgica levou o seu terceiro caneco. Passou pelo Asas, nas Oitavas; o Meridional, nas Quartas; e o Villa Nova, nas semifinais, todos pelo mesmo placar: 1 a 0. Na grande final, superou o Atlético Mineiro por 2 a 1, com gols de Joãozinho duas vezes para o Siderúrgica; descontando Silva para o Galo.

O time dos comandados de João Vermelho foi a campo com a seguinte escalação:  Noni; Zú, Pé de Chumbo; Procópio, Paulo, Amaro; Helton, Michel, Joãozinho, Russinho, Coelho.

No dia03 de Julho de 1965, no Estádio Independência, em Belo Horizonte, o Siderúrgica chegou ao Tetra do Torneio Início. Na 1ª Fase, após o empate sem gols, superou o Democrata de Sete Lagoas, nos pênaltis: 2 a 1. Nas Quartas, novo empate em 0 a 0, mais um triunfo nos pênaltis, em cima do América Mineiro: 6 a 5. Nas semifinais, outro placar em 0 a 0, e mais uma vez vitória nas penalidades: 6 a 4, no Guarani FC, de Divinópolis.

A grande final, aconteceu no dia seguinte (04 de Julho de 1965), no mesmo campo, o Siderúrgica bateu o Renascença por 2 a 1, com gols de Nísio, contra, e Noventa; enquanto Zezinho fez o de honra para o Renascença.

 

SIDERÚRGIA FECHA ÀS PORTAS

Mas em 1966, com a revolução industrial no país, viu-se a empresa obrigada a cessar o patrocínio do departamento de futebol profissional, preferindo manter apenas os departamentos de amadores do Clube, pondo fim a 34 anos de fidelidade e deixando o Esporte Clube Siderúrgica em dificuldades e sem condições de prosseguir sozinho. Com isso o time acabou rebaixado no mesmo ano, ficando na penúltima colocação do campeonato.

Escudo atual: 2000-2015

APÓS 26 ANOS… O RETORNO!

O Siderúrgica voltou a atuar no futebol somente em 1993 e depois em 1997 nas divisões inferiores de Minas, entretanto, não conseguiu nem de longe o brilho das décadas anteriores.

Depois teve uma volta em 2007, mas acabou por ficar na penúltima colocação de seu grupo, depois disso se afastou novamente. Novo retorno no Campeonato Mineiro da Terceira Divisão de 2012, terminando na quarta colocação de seu grupo. Neste ano, o Esporte Clube Siderúrgica está disputando o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão (que na prática equivale a Terceirona).

Até o presente momento, restando duas rodadas para i final da primeira fase, o Siderúrgica, já eliminado, está na última colocação do Grupo A, com apenas um ponto (seis jogos, com um empate e cinco derrotas; marcando dois gols e sofrendo 16). No último domingo (30 de agosto de 2015), acabou derrotado, fora de casa, para o Valeriodoce por 1 a 0.

Comandados pelo técnico Weverson Alves, o time jogou com a seguinte equipe: Allan; Wesley, Paulo, Renato e Rafael; Nalbertty, Uilquison, Evandro e Diones; Samuel e Luan.

 

NÚMEROS DO SIDERÚRGICA NO ESTADUAL, ENTRE 1933-66 

O Esporte Clube Siderúrgica esteve presente, de forma ininterrupta, na Elite do Futebol Mineiro entre 1933 a 1966. No somatório dessas 34 edições do Campeonato Mineiro da Primeira Divisão, os números deixam claro a força dessa agremiação Bicampeã Mineira. Vejam abaixo os números:

Jogos:                         614

Pontos Ganhos:    685 

Vitórias:                   293

Empates:                   99

Derrotas:                 222

Gols pró:                1.213

Gols Contra:          955

Saldo:                       258

 

HINO DO E.C. SIDERÚRGICA (https://www.youtube.com/watch?v=ZvsquM8cbts)

Não tem, não tem
Não tem pro Galo, nem Raposa, nem Leão
Este ano o negócio só vai ser,
Pra Tartaruga do Napoleão.

Não tem, não tem
Não tem pro Galo, nem Raposa, nem Leão
Este ano o negócio só vai ser,
Pra Tartaruga do Napoleão.

A tartaruga anda devagar,
Mas neste passo comanda o pelotão,
Ninguém consegue acompanhar.
A Tartaruga do Napoleão.
Não tem, não tem.

Não tem, não tem
Não tem pro Galo, nem Raposa, nem Leão
Este ano o negócio só vai ser,
Pra Tartaruga do Napoleão.

Não tem, não tem
Não tem pro Galo, nem Raposa, nem Leão
Este ano o negócio só vai ser,
Pra Tartaruga do Napoleão.

A tartaruga anda devagar,
Mas neste passo comanda o pelotão,
Ninguém consegue acompanhar.
A Tartaruga do Napoleão.
Não tem, não tem.

 

FONTES: Rsssf Brasil – Wikipédia – Federação Mineira de Futebol  – Revista Placar

FOTOS: Sites Campeões do Futebol – Overmundo – Liga de Sabará – Panoramio

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Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

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