A polêmica final paulista da segunda divisão em 1950!!! REVISADA!!!

O jogo entre Batatais Esporte Clube e Guarani Futebol Clube nas finais da segunda divisão correspondente em 1952 foi marcada pela polêmica arbitragem.
Na época, as semifinais e finais eram disputada através de uma série de partidas para a obtenção de índice de melhor de três pontos. Eram realizadas duas partidas e se terminassem empatados os dois times na série, eram realizados um terceiro jogo.
O Batatais venceu o Guarani na primeira partida por 2 a zero, demonstrando grande superioridade, deixando claro ser um time bem melhor estruturado.
No segundo jogo após erros da arbitragem, aconteceu a derrota do Batatais por 4 a 3, sendo dois desses gols em claro impedimento, segundo narraram os locutores de rádio da época, quando a TV estava muito longe ainda de transmitir ao vivo jogos de futebol, o que aconteceria de forma costumeira, somente depois de 1970.
Se vencesse essa segunda partida, o Batatais seria promovido para a primeira divisão do futebol paulista, mas a vitória do Guarani. A torcida do Batatais que superlotou o Estádio, não parava de gritar “ladrão, ladrão”. Tendo sido o primeiro jogo da série em Campinas, o segundo foi em Batatais.
O terceiro jogo foi marcado para o Pacaembu, o que ensejou que a torcida do Guarani viesse em peso, não obstante uns trinta ônibus vieram de Batatais trazendo os torcedores.
Até os 40 minutos do segundo tempo, o jogo estava 1 a 0 para o Batatais, num jogo cheio de lances duvidosos. Foi quando o juiz marcou um pênalti para o Guarani, que empatou a partida e provocou a quarta partida também no Pacaembu, quando venceu por dois a um.
Não havendo TV para mostrar o jogo, os muitos erros ficaram na narração dos mais renomados locutores da época. Foi um escândalo comentado pelo rádio e programas de TV e principalmente pelos jornais.
A cidade de Batatais ficou revoltada e saiu às ruas para protestar.
Em vista disso, Batatais ficou muitos anos sem disputar a segunda divisão.

Fonte:Site do Batatais

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

COMENTÁRIO DE MARCOS GALVES

Edu e demais colegas,

Me preocupa muito as informações tiradas de sites. Como dizia o falecido jornalista Rocha Netto, a internet é um jornal sem revisor e portanto, fadado a erros e incorreições. O jogo em questão se refere realmente a uma decisão da antiga “segundona paulista” mas ocorrida em 1950 (mais precisamente do dia 12/2), referente ao campeonato de 1949. Esse campeonato foi disputado por 47 equipes que foram divididas na primeira fase em 4 grupos: Série Branca, cujo campeão foi o Batatais; Série Ouro, cujo campeão foi o Uchoa; Série Preta, cujo campeão foi o Linense e Série Vermelha, cujo campeão foi o Guarani. A despeito da qualidade de uma ou outra série, inegavelmente a do Guarani era a mais difícil pois reunia equipes mais gabaritadas como a Ponte Preta, o Taubaté, o São Caetano e por aí afora. A segunda fase, também chamada de “Torneio dos Campeões” reuniu os 4 campeões da série num quadrangular em turno e returno. Ao final, verificou-se uma igualdade de pontos entre o Guarani e o Batatais. Rezava o regulamento que essas duas equipes deveriam disputar num único jogo, o título e consequente acesso na capital paulista. Interessante citar que nos dois jogos que as equipes fizeram pelo Quadrangular, houve um empate (2×2) e uma vitória bugrina (5×0). O palco da final foi no Estádio Rodolfo Crespi (Rua Javari) que se hoje já é acanhado, imagine há quase 60 anos atrás. Tenho fotos que mostram o estádio abarrotado de gente (tenho uma fita que mostra lances do jogo).
A vitória no jogo final do Guarani foi muito contestada pelo Batatais que até hoje há gente que não se conforma com a atuação do árbitro inglês Mr. Sunerland. A verdade é que o Batatais contava com a simpatia do público e da imprensa e no jogo final não teve uma boa atuação, deixou se envolver pelo jogo viril, mas leal do Guarani. Entrevistei dois ex jogadores do Guarani que me disseram que no “papel” o Batatais era muito mais time que o Guarani e o campo enlameado, ajudou o futebol mais prático dos campineiros. O time do Batatais ” claudicou” na final e contavo com jogadores de renome como o zagueiro Sapólio que jogou muito tempo no Ypiranga (SP), Goiano que mais tarde jogaria no Corinthians, os irmãos Pixo e Dido e Luis e Tonho Rosa. O técnico era o João Lima. Pelo lado do Guarani: Grita, zagueiro argentino com passagem pelo América (DF). Godê, que seria um grande revelador de talentos no próprio Guarani. Piolim e China que havia passado pelo São Paulo. Comandava o time Adelmo Pelegrini Begliomini. Quanto a atuação do árbitro inglês ela foi muito contestada pelos vencidos e questionada por alguns jornais da imprensa paulistana (A Gazeta Esportiva se manteve neutra). A verdade é uma só, o Batatais teve chance de subir já no Quadrangular final e a derrota de 5×0 há 10 dias da finalíssima, pareceu que influiu no emocial da rapaziada de Batatais.

4 pensou em “A polêmica final paulista da segunda divisão em 1950!!! REVISADA!!!

  1. Marcos

    Obrigado Jorge. Temos que estar atentos para os erros históricos que algumas pessoas cometem. Uns por bairrimos outros por ignorância. Nós não fazemos história, só relatamos. Grande abraço e obrigado Edu pela correção.

  2. Jorge Farah

    Marcos, tenho em casa uma pessoa que esteve la, meu pai, tambem tenho esta fita que voce tem, a final realmente foi em 1950 e nao 1952, alem de todas as explicações que tambem ouvi do grande Rocha Neto, grande Marcos, eu seria suspeito se defendesse o Bugre, parabens e um abraço.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *