Rio Preto-SP, antes do América FC, Palestra e Mirassol

Os rubros de hoje fingem não saber, mas ainda nos anos 30, a rivalidade que movimentava a cidade era entre RIO PRETO EC e Palestra Esporte Clube.

Fundado entre 1928/1929, o Palestra Itália Futebol Clube também teve sua denominação original alterada durante a 2ª Guerra, assim como a Sociedade Esportiva Palmeiras, em São Paulo, e o Cruzeiro Esporte Clube, em Belo Horizonte, dentre outros.

Clube de imigrantes italianos da cidade, o Palestra organizou um bom time de futebol na década de 30. De acordo com os palestrinos, tratava-se de “um rival à altura” do RIO PRETO EC e, de fato, “Rio Preto e Palestra tornaram-se verdadeiros rivais no futebol da cidade”, atesta a historiadora Nilmara Perissini, autora de Palestra EC – Histórias & Memórias (2000).

Como prova do elitismo entoado por torcedores do time do Coronel Bastos, os palestrinos eram chamados pelos rivais de “esmaga sapos”, numa referência pejorativa ao terreno-sede do Palestra, às margens do rio Preto.

Aliás, os palestrinos reconheciam que dentre “todos adversários do clube, nenhum era tão devastador e tão temido quanto a chuva. Quando começava o período das águas o campo ficava completamente alagado…; conforme as águas baixavam, o campo mostrava-se um verdadeiro brejo”. Por isso, o apelido de “esmaga sapos” era aceito pelos palestrinos “com simpatia e muitos risos”, “uma vez que sapo era o que não faltava durante o período em que o campo de futebol se transformava em um brejo” (PERISSINI, 2000, p. 16-19).

Oswaldo Tonello relembra a rivalidade entre os dois clubes, numa passagem ocorrida nos anos 30, após um triunfo dos palestrinos. Tonello conta que “no dia seguinte da vitória do Palestra sobre o Rio Preto”, apareceu “na vitrine da Casa Duque uma charge com um jogador do Rio Preto deitado ao chão com um grande sapo em cima. As torcidas deliraram com a genial charge” (São José do Rio Preto – Memórias. 2ª ed, 2006, p. 61-62).

Com o avanço das ligas profissionais, RIO PRETO EC e Palestra seguiram caminhos distintos. O primeiro optou pela profissionalização. O segundo continuou com o futebol amador, investindo em outras modalidades de esporte e na ampliação das instalalções de sua sede.

Na mesma época, se intensificaram as disputas entre times de cidades, com jogos aos domingos. A vizinha Mirassol montou um esquadrão que sustentou a fama de invencível durante bom tempo. Tal invencibilidade rendeu ao Mirassol o título de “Leão da Araraquarense”.

Novamente de acordo com as memórias de Tonello, o título de “O Glorioso” – ainda hoje ostentado pelos torcedores do RIO PRETO EC – deve ser creditado à rivalidade com o Mirassol Futebol Clube.

Diante do imbatível “Leão da Araraquarense”, a diretoria do RIO PRETO EC tratou de montar um bom time, “em revide” aos mirassolenses. Durante uma “turnê pelo noroeste do Estado, a partir de Birigüi, Araçatuba, Andradina, Três Lagoas e Campo Grande, já no Mato Grosso (do Sul)”, diz Tonello, o Rio Preto não perdeu “um único jogo. Foi quando o jornal ‘A Notícia’ lhe atribuiu o título de ‘O Glorioso'” (Ibidem).

Apenas para registro, consta que nos jogos realizados durante a referida “turnê”, a entrada das equipes em campo era saudada com tiros de revólver e carabina… para o alto, diga-se.

Crédito:
http://riopretoec.blogspot.com

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