O Torre Sport Club foi uma agremiação da cidade do Recife (PE). O ‘Madeira Rubra’ foi Fundado no dia 13 de Maio de 1909, por funcionários do Cotonifício Torre Ltda. juntamente com esportistas locais, entre os quais: Miguel Lima, Mario Pinto, Jeronymo Hygino e Álvaro Guimarães. A sua origem foi o Agro Esporte Clube, constituído por alunos da Escola de Agronomia de Socorro, no município de Jaboatão, Região Metropolitana do Recife.
A sua Sede ficava na Rua da Imperatriz, 168 – 1º andar, no Bairro da Boa Vista. Depois se mudou para a Rua da Glória, 243, no Bairro da Boa Vista. Por fim, na Rua do Rosário, 10, no Bairro da Torre, no Recife. O seu Estádio era o Campo da Torre.
TORRE AJUDA A FUNDAR A LSP
Além do futebol, o clube também participava do Estadual de Voleibol e xadrez. Sem dúvida, o Torre, apesar de ser modesto, era um clube de muito prestigio no Recife. Tanto é verdade que o ‘Madeira Rubra’ no dia 16 de junho de 1915, foi um dos fundadores da Liga Sportiva Pernambucana (LSP), que depois passou a se chamar Federação Pernambucana de Desportos (FPD) e hoje tem a nomenclatura de Federação Pernambucana de Futebol (FPF).
No Campeonato Pernambucano da 1ª Divisão, o Torre Sport Club participou de 24 edições: 1915 (3º lugar), 1916 (6º lugar), 1917 (3º lugar), 1918 (6º lugar), 1919(4º lugar), 1920 (3º lugar), 1921 (4º lugar), 1922 (4º lugar), 1923 (3º lugar), 1924 (3º lugar), 1925 (2º lugar), 1926 (1º lugar), 1927 (2º lugar), 1928 (2º lugar), 1929 (1º lugar), 1930 (1º lugar), 1931 (4º lugar), 1932 (7º lugar), 1933 (8º lugar), 1934 (7º lugar), 1935 (5º lugar), 1936 (9º lugar) e 1940 (7º lugar).
Ascensão até o TRI 1926, 1929 & 1930
A exceção de 1916-18 (ficou na sexta posição), entre 1915 a 1924 o Torre figurou entre os três (cinco vezes) e quatro (três vezes) primeiros colocados. Então em 1925, o ‘Madeira Rubra’ subiu um degrau, terminando com o vice-campeonato.
No ano seguinte, veio a sua maior glória ao conquistar o Campeonato Pernambucano de 1926, de forma contundente. Nos 11 jogos, somou 18 pontos (três a mais do que o 2º colocado: Náutico, com 15); com oito vitórias, dois empates e uma derrota, marcando 17 gols e sofrendo apenas sete tentos.
O Torre seguiu forte e bateu na trave em 1927 e 1928, ficando com vice. No entanto, em 1929 o Torre faturou o Bicampeonato de forma Invicta. Nos 13 jogos, somou 22 pontos, com nove vitórias e apenas quatro empates; marcando 26 gols e sofrendo apenas 10 (melhor defesa do Estadual).
Em 1930, o ‘Madeira Rubra’ seguiu irresistível e faturou o Tricampeonato Pernambucano. Dos nove jogos, somou 14 pontos, com sete vitórias e duas derrotas; marcando 20 gols e sofrendo 14 tentos.
DECLÍNIO
Ironicamente, após o tricampeonato o Torre começou a ter problemas internos e a dificuldade de se adequar a Era profissional. O resultado pode ser visto dentro de campo, com campanhas ruins até 1936. O clube se afastou e ficou de fora de três temporadas até 1940, quando tentou retornar. Após o final do Estadual, novo afastamento, mas esse foi em defitivo.
REORGANIZADO EM 1938
Nos anos 30, com a nova ‘Era do Futebol Profissional’ o Torre não conseguia se adequar a realidade. Para evitar uma crise maior alguns sócios da ‘Velha Guarda’ se uniram a fim de Reorganizar o clube em 1938: Antonio Antunes, Antonio Almeida, Luiz Gayoso, Fernando Maia e Constantino Caldas.
A princípio, a decisão parecia ser acertada, sobretudo quando o Torre se sagrou campeão na Divisão Branca de 1939.
EM 1943 É O FIM DA LINHA
O Torre Sport Club fechou às portas no ano de 1943. Dois anos depois (1945), o Diário de Pernambuco, fez uma bela reportagem sobre o clube, mostrando a carteirinha, o escudo que ficava na entrada da Sede e contando um pouco da história deste simpático clube suburbano recifense.
Dois tópicos foram preponderantes para a sua extinção. Uma, foi a entrada do futebol profissionalismo no futebol, no qual o Torre não aderiu ao esporte remunerado.
E, talvez, o ponto mais significativo, era que o Torre era um clube excessivamente político. Os homens que administravam o clube eram figuras proeminentes na gestão do Estado, ocupando cargos que depois caíram. E quando estes homens desapareceram do cenário político o Torre sentiu-se enfraquecido. Viu o seu prestigio abalado. Cambaleou durante algum tempo e naufragou.
Time-Base de 1916: Agripino; B. Lima e Oswaldo; Adolpho, M. Pinto e Abelardo; Louis, Barroso, Salter, Alano e Charles.
Time-Base de 1920: Paulo; Arthur e Aquino; Amaro, Paulino e Austregésilo; Tarquínio, Oswaldo, Hermógenes, Brandão e Arlindo.
TÍTULOS
Taça Maviael do Prado (ao vencedor na melhor de três jogos contra o Náutico): 1930;
Torneio Início de 1922;
Taça A Província (Temporada Baiana: Associação x Torre): 1922;
Campeonato Pernambucano da 1ª Divisão: 1926, 1929 e 1930;
Divisão Branca de 1939.
FONTES: Jornal de Recife – A Província – Diário de Pernambuco
Obrigado Virginio!
Abs.
Parabéns pelo trabalho. Continue assim. Alguém tem uma imagem do escudo do Guarany de Sobral da década de 90, que saia no Diário do Nordeste (era similar ao do Flamengo). Nos anos de 1994 e 1995 eu guardei um recorte de jornal do escudo, mas infelizmente perdi.