Encontrar um talentoso pesquisador, escritor e torcedor do São Cristóvão de Futebol e Regatas, campeão do Campeonato Carioca de 1926, não é tarefa fácil. Mas Laércio Becker é um apaixonado e também profundo conhecedor do clube Cadete. Recebi a missão de redesenhar o escudo seguindo à risca o estatuto do clube sob a supervisão do amigo Becker. Além de apresentar o escudo, também deixarei que Becker possa explicar as suas ponderações e explicações do distintivo do São Cristovão. Leiam abaixo!
O ESCUDO DO SÃO CRISTÓVÃO DE FUTEBOL E REGATAS
Por: Laércio Becker, de Curitiba-PR
Nas incontáveis reproduções do escudo do meu querido São Cristóvão de Futebol e Regatas (RJ), existentes em publicações (papel e internet) e até em material esportivo, posso dizer, sem exageros, que 99,9% (e estou sendo benevolente) contém defeitos de duas ordens: estatutários e estéticos. Vejamos, detidamente, cada um deles:
1) ERROS ESTATUTÁRIOS
Vejamos o art. 108 do Estatuto do clube, aprovado em 1968 e revisto em 2011:
Art. 108. O São Cristóvão de Futebol e Regatas adota, como insígnias próprias os seguintes símbolos:
a) CORES: branca, preta e rosa, em conjunto;
b) BANDEIRA: formato retangular, campo branco com escudo oficial ao centro, circundado por um friso rosa de 5 (cinco) milímetros de largura;
c) ESCUDO EMBLEMÁTICO: contorno contendo na parte superior de sua área, no ângulo esquerdo, um círculo róseo onde, em preto, figuram uma âncora, uma estrela, um remo e um croque, de cuja periferia divergem, em forma de leque, 11 (onze) raios brancos e 11 (onze) pretos; logo abaixo, divide a área uma listra branca em diagonal, da direita para a esquerda, onde se inscreve o nome ou a sigla do Clube; partem daí 5 (cinco) listras brancas e 6 (seis) pretas, da mesma largura, dispostas paralela e verticalmente, terminando no semi-círculo que forma a parte inferior do contorno;
d) FLÂMULA: formato em triângulo isósceles, campo branco com escudo oficial no terço mais amplo, circundado por um friso rosa;
e) TRAÇADEIRA: fita branca de 9 cm de largura por 16 cm de boca, com escudo oficial;
f) FAIXA: fita branca de 9 cm de largura (tamanho variável para tiracolo) com escudo oficial na parte inferior e roseta com as cores estatuídas.
Em resumo, o escudo precisa ter os seguintes elementos:
- um escudete circular cor-de-rosa, contendo uma âncora, uma estrela, um remo e um croque
- onze raios pretos e onze raios brancos
- uma faixa oblíqua com o nome do clube
- seis listras verticais pretas e cinco brancas
- um contorno cor-de-rosa (não previsto na aliena “c”, mas nas alíneas “b” e “d” – essa omissão pode ser corrigida em breve, em assembléia)
Os erros estatutários mais comuns são:
- erro na cor do escudete e do contorno (branco, laranja etc.)
- ausência da estrela no escudete
- substituição do croque por outro remo
- presença de um timão (com malaguetas) ou roda de leme (sem malaguetas)
- número errado de raios (de seis a dez)
- nome “Cristóvão” não acentuado
2) IMPERFEIÇÕES GEOMÉTRICAS
Além dos erros de desconformidade com o Estatuto, há imperfeições geométricas que comprometem a estética do escudo. A mais freqüente delas é a desproporcionalidade dos raios, quando o escudo tem uns mais largos que outros. Isso ocorre quando os raios têm ângulos diferentes e nem todos passam pelo centro.
Do ponto de vista geométrico (e estético), o correto é que:
- os raios partam do centro do escudete circular e
- em ângulos de 16° 22’ (= 360° / 22)
Esteticamente, o ideal seria que os raios inferiores correspondessem às listras verticais abaixo da faixa oblíqua com o nome do clube. Como se essa faixa fosse um prisma. Aliás, é possível notar em algumas reproduções uma louvável tentativa de fazer exatamente isso.
O problema é que esse capricho estético sacrifica a proporcionalidade geométrica, já que à medida que os raios se afastam do escudete circular, eles ficam mais largos e incompatíveis com as listras verticais que deveriam acompanhar. Como resultado, o que vai à extremidade direita do escudo, para combinar com a faixa da extrema direita, ou precisaria ficar muito estreito – i.e., com ângulo menor –, ou teria que passar fora do centro do escudete. Como resultado, ficaria desproporcional.
3) A VERSÃO DE SÉRGIO MELLO
Todos esses detalhes – estatutários e geométricos – exigem u’a mão-de-obra qualificada, que certamente não tenho.
Por isso, entrei em contato com meu amigo, o jornalista Sérgio Mello, grande torcedor do Bonsucesso e craque na vetorização de escudos, que fez a obra-prima que aqui agora publica, para gáudio da torcida cadete e para glória do eterno campeão de 1926 e de 1937!
Meu amigo Ielo, redesenhar um escudo já é prazeroso, mas “arrumar” um clube tão tradicional como o São Cristóvão é demais!
Sobre o Ronaldo, Pelé e Jairzinho também compartilho do mesmo pensamento. Dentro de campo foram gênios, mas fora das quatro linhas deixaram e muito a desejar!
Finalizando… Sobre o Becker você deu uma ótima ideia! Gostei! rs
Sergio, Becker e amigos,
Um trabalho primoroso, bem fundamentado e importante na recuperação da identidade do São Cristóvão FR, que inspirou muitos outros clubes fluminenses e brasileiros. Provavel preconceito com a cor rosa, que transformou em bege, que sumiu na decada de 70, de Palermo e Rio Branco de Campos.
Seria muito bom para o blog se pudermos contar como membro o Laércio Becker, que a muito vem publicando artigos e livros, na recuperação da identidade dos simbolos e escudos, como a excelente aula das “cruzes” e “estrelas” dos escudos de futebol.
Ronaldo “O Fenomeno” encantou e conquistou o mundo como jogador de futebol, como Pelé, mas somente como jogador. Agora como cidadão, tem virtudes e defeitos, como qualquer outro.
Eu, particularmente, não perdou Pelé por não reconhecer a “Sandra Regina Machado” como sua filha.
É bom lembrarmos de Jairzinho, “O Furacão de 70” que levou e tirou do São Cristovão FR, clube tradicional, que para nós, sempre será maior que qualquer jogador, mas já para o resto do mundo…
Ah! Se não me engano, o único time que o Santos, bi-campeão mundial não pode usar seu tradicional uniforme branco é com o São Cristóvão.
Vitor, nem passou pela minha cabeça pegar pesado com o Ronaldo Gorducho. Até porque já basta os travecos que pegaram pesado (ou no pesado) dele! Rsrsrsrs
Dizem as “más línguas” que no quarto de motel estava tocando uma musica dos ‘Mamonas Assassinas’.
rrssrss
Sobre o Dadá… Bom… Um apelido que começa com “Dadá” e termina com “Maravilha” não me surpreende tanto assim!! rsrrsrsrsrsrsss
Ah… Rsrss
Obrigado pelos elogios ao São Cri-Cri!!
Abração amigo!!
Olha Sérgio, não podemos pegar pesado com o fenômeno, rs… uma vez o Dadá falou que, na época dele, conseguir pegar um traveco era um prêmio pra um jogador! Pode-se dizer que o Fenômeno homenageou tempos idos, do futebol, rs…
No mais, belíssimo trabalho de divulgação da iconografia cadete!
Cicero estou gostando de ver esse seu humor!! Gosto de pessoas assim!
E para entrar no embalo… Eu tenho uma certeza! Jamais o São Cristóvão
foi pêgo num Motel com dois travecos e quando vc indagado sobre tal preferência
o clube Cadete tenha dito: “Confundi os travecos com mulheres”. kkkkkkkkkk
Meu amigo Edu, fiquei feliz em poder colaborar com um grande amigo e também com o São Cri-Cri.
A partir de agora o clube terá um escudo correto! Só posso dizer que foi uma honra de ajudado este clube querido por todos nós!!
Abração!!
show de bola
São Christóvão… maior que o Fenômeno.